Lei Lucas Módulo 04

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Prezados Educadores e colaboradores!

Sejam muito bem-vindos ao material de apoio ao curso Noções de Primeiros Socorros para
profissionais da educação, destinado a professores, servidores e demais colaboradores das escolas de
Educação Básica do Estado de Santa Catarina.
Este material, que traz o conhecimento de noções de primeiros socorros, foi elaborado pelo CBMSC com
o intuito de capacitar os servidores dos estabelecimentos de ensino e recreação a terem noções básicas de
primeiros socorros, sendo capazes de identificar, agir de forma preventiva e atender vítimas em situação de
emergência e urgências médicas.
O curso Noções de Primeiros Socorros para profissionais da educação está dividido em seis módulos
para seus estudos, são eles:

Módulo 1 - Introdução aos primeiros socorros


Módulo 2 - Orientações de segurança e prevenção
Módulo 3 - Avaliação de cena
Módulo 4 - Emergências respiratórias
Módulo 5 - Ressuscitação cardiopulmonar
Módulo 6 - Hemorragia e choque

Os materiais estão identificados por cores e é importante seguir a sequência apresentada.

Desejamos a vocês uma excelente leitura!


Emergências respiratórias

EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
Prezado educador,

Chegamos a um momento de extrema relevância de nossos estudos.


A partir de agora, iremos tratar casos específicos (e bastante comuns) de emergências em espaços
escolares. Iniciaremos abordando as “Emergências Respiratórias”, para isso queremos que você entenda sobre
o nosso sistema respiratório e as emergências com as quais você poderá se deparar. Iremos focar também em
como agir nesses casos.
Ao final de nossos estudos, você estará apto a identificar os sinais de respiração, sendo capaz de
descrever o estado inicial da vítima ao serviço de emergências. Além disso, você estará apto a descrever as
técnicas de abertura de vias aéreas.
Neste módulo, destacamos ainda as causas de uma Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho
(OVACE) e descrevemos as técnicas de desobstrução de vias aéreas em adultos, crianças e lactentes.
Este é um assunto bastante importante, por isso indicamos que realize as leituras, assista aos vídeos
disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e logo revise os conteúdos do módulo fazendo as
atividades também disponibilizadas no AVA.

Desejamos a você uma excelente leitura!

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MÓDULO 4

Antes de começarmos o conteúdo deste módulo, gostaríamos de retomar com você os princípios básicos para
prestar os primeiros socorros a uma pessoa que sofreu acidente ou uma intercorrência clínica.

Princípios básicos do atendimento a emergências

1 Mantenha
a calma 2 Observe a
cena 3 Garanta a própria
segurança
A tranquilidade irá Quando você for socorrer uma vítima Sua primeira responsabilidade é
facilitar seu raciocínio e de acidente, deve certificar-se de que garantir a sua própria segurança e a
a avaliação da situação o local onde ocorreu esteja seguro, segunda é garantir a segurança das
da vítima e dos cuidados antes de aproximar-se dele. A vítima pessoas ao redor, não permitindo que
necessários. só deverá ser abordada se a cena do outras pessoas se tornem vítimas.
acidente estiver segura e você não
correr risco de também sofrer algum
tipo de acidente.

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MÓDULO 4

4 Solicite ajuda
imediatamente 5 Aborde a
vítima
Caso o acesso à vítima não Se a cena estiver segura, realize a
seja possível (por exemplo, se avaliação da pessoa que sofreu
houver risco para quem realiza acidente ou intercorrência clínica,
o primeiro atendimento), você procurando detectar as condições em
deve acionar o Corpo de que a vítima se encontra para decisão
Bombeiros Militar de sua quanto aos cuidados necessários.
cidade pelo telefone 193,
relatando as condições da
vítima e do local do acidente.

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Emergências respiratórias

Retomados os princípios básicos para o primeiro atendimento a uma emergência, iniciamos nosso
estudo do módulo.

SOBRE NOSSO SISTEMA RESPIRATÓRIO


Como você sabe, a respiração é essencial para a vida. Quando respiramos, o ar entra nos pulmões,
deixando o gás oxigênio, essencial para a nossa sobrevivência, logo após nosso corpo libera gás carbônico e
outros componentes do ar que não foram utilizados.

Os músculos respiratórios são o diafragma (que separa as cavidades torácica e abdominal) e os


músculos intercostais, localizados entre as costelas e realizam a parte mecânica da respiração.

Quando o diafragma e os músculos intercostais se contraem, produz-se uma pressão negativa na


cavidade torácica e o ar externo entra nos pulmões, o que denominamos inspiração.

Quando os músculos se relaxam, produzem uma pressão positiva na caixa torácica e o ar é forçado a sair
dos pulmões, o que denominamos expiração.

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MÓDULO 4

Para sua correta atuação, é preciso saber reconhecer os sinais da respiração, observe:

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Emergências respiratórias

• Vítima que respira: o peito e o abdômen se elevam e abaixam bilateralmente conforme


a vítima inspira ou expira o ar. Durante o atendimento é possível sentir e ouvir o ar saindo pela
boca e pelo nariz da vítima de forma harmônica.

• Vítima que não respira: não é possível escutar, nem sentir o ar sair pela boca e nariz do
paciente. Durante o atendimento é possível perceber a ausência dos movimentos respiratórios.

• Vítima com respiração anormal/irregular: o peito e o abdômen da vítima, se elevam e se


abaixam de forma irregular. Durante o atendimento é possível perceber a presença de sons
atípicos.

Apresentados os sinais respiratórios, você irá conhecer a abordagem a ser realizada em


casos de Emergências Médicas Respiratórias.
Emergência médica é o estado
As emergências médicas respiratórias são aquelas que se referem às anomalias do crítico provocado por uma ampla
sistema respiratório cuja manifestação principal é a dispneia, ou seja, dificuldade de respirar, a variedade de doenças cuja causa
não inclui violência sobre a vítima.
qual se caracteriza por respirações superficiais, rápidas e curtas.

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MÓDULO 4

A dispneia traz uma sensação de angústia e falta de ar, podendo causar cianose (coloração azulada na
pele e mucosas) provocada pela falta de oxigenação adequada dos tecidos.

São sinais indicativos de emergências médicas respiratórias:

• esforço respiratório;
• respiração ruidosa/sons atípicos;
• frequência respiratória aumentada ou diminuída;
• pulso alterado;
• cianose;
• angústia, sensação de falta de ar;
• tosse;
• alteração da frequência e amplitude dos movimentos respiratórios.

Diante de uma vítima inconsciente, você deve estar apto a realizar as técnicas de abertura das vias
aéreas, pois essa pessoa pode não estar conseguindo respirar por algum motivo. A manobra de extensão de
cabeça e a manobra de impulsão mandibular são as técnicas normalmente utilizadas para proporcionar a
passagem do ar para uma vítima inconsciente. A seguir, serão apresentadas cada uma delas.

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Emergências respiratórias

ABERTURA DE VIAS AÉREAS


Ao realizar o procedimento de abertura de vias aéreas, você deve
estar atento/ciente a:

1. assumir lesões associadas de cervical em todos os casos de


trauma;

2. evitar a hiperextensão do pescoço ou qualquer movimento da


cabeça e pescoço para prevenir maior dano à coluna vertebral.

TÉCNICAS DE ABERTURA DAS VIAS AÉREAS


As técnicas que apresentaremos são manobra de extensão de
cabeça e manobra de impulsão mandibular, esta última também
conhecida como manobra modificada. Acompanhe o detalhamento
de cada uma das técnicas.

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MÓDULO 4

Para realizar a manobra de extensão de cabeça, você deve:

1. colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal e posicionar-se ao seu lado,


na altura dos ombros;
2. colocar uma das mãos na testa, para estender a cabeça para trás, e a ponta
dos dedos indicador e médio da outra mão por baixo da mandíbula, apoiados na parte
óssea, para levantá-la.

Para realizar a manobra de impulsão/empurre mandibular, você deve:

1. colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal e posicionar-se atrás de


sua cabeça;
2. com uma mão de cada lado da cabeça do mesmo, colocar as pontas dos
dedos indicador e médio sob o ângulo da mandíbula;
3. com os dedos posicionados, impulsionar a mandíbula para cima, mantendo a
cabeça estabilizada com a palma das mãos.

Não elevar ou realizar rotação da cabeça do paciente, pois a proposta desta manobra
é manter a via aérea aberta sem mover cabeça e pescoço.

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Emergências respiratórias

O empurre mandibular (manobra modificada) é a única manobra recomendada para ser realizada em
paciente inconsciente com possibilidade de lesão na coluna.

Em caso clínico = manobra de extensão da cabeça/elevação mandibular.


Em caso de trauma = manobra da impulsão da mandíbula.

Existe uma grande possibilidade de uma ocorrência respiratória ter seu início em função de a vítima ter
aspirado um corpo estranho. As causas mais frequentes para essas ocorrências são a aspiração de pequenos
objetos (moedas, tampas de caneta, partes de brinquedos, balas, chicletes) ou até mesmo alguns alimentos. A
seguir, apresentamos estes casos e orientamos como você deve agir em um primeiro atendimento.

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)


Denominamos OVACE toda obstrução súbita das vias aéreas (VA) superiores causada por corpo estranho.

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MÓDULO 4

A obstrução poderá ser leve, quando a passagem de ar encontra-se diminuída, ou grave,


quando o ar não passa. As obstruções podem ser causadas pela língua, pela epiglote, por
corpos estranhos, por danos aos tecidos ou por patologias (enfermidades).
O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é indispensável para o sucesso
no atendimento. Por isso esteja sempre atento, pois a obstrução de vias aéreas pode levar a
uma parada respiratória, a qual pode evoluir para uma parada cardiopulmonar, tema do módulo
5. A seguir, mostraremos as técnicas de desobstrução das vias aéreas por corpo estranho.

TÉCNICAS DE DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS


Como já sinalizamos, a obstrução das vias aéreas por corpo estranho (OVACE)
geralmente ocorre nas seguintes situações: ingestão de alimentos (no caso de adultos) e
durante a alimentação e/ou a recreação, quando ocorre a sucção de objetos pequenos (com
crianças). Já nos lactentes é comum ocorrer no momento da amamentação.
Na figura ao lado você pode ver a posição típica de pessoa que está engasgada,
tentando se livrar do objeto que está obstruindo suas vias aéreas.

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Emergências respiratórias

Para auxiliar na desobstrução das vias aéreas em adultos o modo mais eficiente é realizando a manobra
de compressão subdiafragmática, exemplificada na figura a seguir, que consiste em compressões abaixo do
diafragma, gerando uma pressão que pode fazer a pessoa expelir o que a engasgou.
A pessoa que estiver oferecendo ajuda deverá perguntar à vítima se ela está engasgada. Não havendo
nenhuma resposta, você deverá assumir que sim, está engasgada. Dessa forma, deverá posicionar-se por trás
da vítima, colocando suas mãos por baixo das axilas e pressionando repetidas vezes, cerca de 4 dedos acima
do umbigo, com movimentos para dentro e para cima.

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MÓDULO 4

Esse procedimento deverá ser mantido até que ocorra a desobstrução e a vítima volte a respirar. Caso
ela não retorne a respirar e perca a consciência, você deverá acionar imediatamente o SEM (193) e adotar os
procedimentos voltados à Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) que serão apresentados no módulo 5.
Em caso de bebês de colo engasgados, você deve procurar identificar a causa do engasgamento e
tentar retirar o objeto estranho da boca. Caso não obtenha sucesso, você deve adotar a posição indicada na
figura dando 5 tapas nas costas (entre as escápulas) do bebê com a cabeça levemente inclinada para baixo,
seguido de 5 compressões no centro do tórax (linha intermamilar). Utilize apenas 2 dedos para comprimir.
Esse processo deve ser repetido até que ocorra a desobstrução.
Continue monitorando as reações do bebê, até que ele consiga expelir o corpo estranho ou perca a
consciência. Se isso ocorrer inicie os procedimentos de RCP para bebê e peça para alguém chamar o SEM.

Antes de realizar uma manobra você deve estar atento e verificar se a vítima respira, ainda que com
dificuldade. Caso ela esteja respirando, você não deve aplicar manobra alguma, deve-se apenas
estimular a vítima a tossir.

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Emergências respiratórias

Queremos retomar com você o que apresentamos neste módulo, vamos lá?

Para atuar em uma emergência respiratória, você deve:

1. reconhecer os sinais da respiração;


2. realizar a desobstrução das vias aéreas da vítima. Lembrando sempre que se você for realizar uma abertura
de via aérea, deve certificar-se de estar utilizando a manobra correta.

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REFERÊNCIAS

ATENDIMENTO pré-hospitalar ao traumatizado: PHTLS/ NAEMT. Tradução de Renata Scavone et al. 7 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2011.

BERGERON, J. David et al. Primeiros Socorros. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

BRASIL, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro:
Fundação Oswaldo Cruz, 2003.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.º 13.722, de 4 de
outubro de 2018. Torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e
funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de
recreação infantil. Brasília. Disponível em:
hps://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/634357752/lei-13722-18. Acesso em: 6 fev. 2020.

CARVALHO, Marcelo Gomes de. Suporte básico de vida no trauma. São Paulo: Editora LMP, 2008.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA (CBMSC). Manual do curso de Capacitação em


Atendimento Pré-hospitalar (APH). Florianópolis, 2019. Disponível em:
hp://biblioteca.cbm.sc.gov.br/biblioteca/index.php/component/docman/cat_view/74-manuais. Acesso em: 21
fev. 2020.
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REFERÊNCIAS

SIKKEMA, Kelly. Capa. Disponível em: hps://unsplash.com/photos/JRVxgAkzIsM. Acesso em: 06 fev. 2020.

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