Representacoes Sociais Dos Psicoativos

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

DAS DROGAS PSICOATIVAS


PARA ESPÍRITAS:
IMPLICAÇÕES PARA
O CUIDAR EM SAÚDE*
Dioogo Jacintho Barbosa**, Antonio Marcos Tosoli Gomes***,
Marcia Pereira Gomes****

Resumo: este estudo busca identificar as Representações Sociais dos espíritas acerca das
drogas psicoativas e de seus usuários, como também as implicações para o cui-
dar em saúde e, sobretudo, em Enfermagem. A partir da aplicação da teoria das
Representações Sociais e dos seus métodos de coleta de dados, buscou-se identi-
ficar de que maneira os adeptos da doutrina espírita representam as drogas psi-
coativas e seus usuários e como a Enfermagem pode se inserir nesse contexto
de modo a utilizar-se de ferramentas religiosas e espirituais no cuidar em saú-
de. Para a doutrina espírita não há uma proibição direta quanto ao consumo de
sustâncias psicoativas, mas ela reconhece os efeitos das drogas sobre o corpo e
o espírito, sendo contrária à sua utilização de maneira abusiva, reconhecendo
que o tratamento deve ser para o corpo e para o espirito. Assim, evidenciou-se
que a inserção da espiritualidade no cuidar em Enfermagem deve se pautar em
um cuidado centrado na pessoa e em suas necessidades.

Palavras-chave: Espiritualidade. Religião. Drogas psicoativas. Enfermagem. Saúde.

–––––––––––––––––
* Recebido em: 29.03.2021. Aprovado em: 28.09.2021. Os dados coletados em pesquisa
de campo fazem parte da tese doutoral já defendida (N.d.E.).
** Doutor em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (UERJ).
Mestre em Telessaúde. Professor Assistente do Centro Universitário Gama e Souza.
E-mail: [email protected]
*** Doutor em Enfermagem (UERJ). Professor do Departamento de Enfermagem Médico-
Cirúrgica e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Faculdade de Enfermagem
(UERJ). E-mail: [email protected]
**** Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (UNIRIO).
Enfermeira. E-mail: [email protected]

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O
uso de drogas psicoativas existe desde o princípio da história do homem, e diver-
sos fatores estão atrelados ao início, à manutenção e à continuação de seu uso,
dentre os quais podemos destacar: curiosidade, desejo de transcendência e as
buscas pela imortalidade, pelo prazer e pela sabedoria (DÉA et al. 2004).
O Relatório Mundial sobre Drogas de 2019 das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
(UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME, 2019), informa que
em 2017 271 milhões de pessoas – em torno de 5,5% da população mundial entre
15 e 64 anos – fizeram uso de drogas ilícitas, sendo que a mais utilizada é a ma-
conha, com cerca de 188 milhões de usuários (UNITED NATIONS OFFICE
ON DRUGS AND CRIME, 2019).
Ainda podemos destacar que a utilização de drogas psicoativas tem sido um fator que
colabora com o aumento da taxa de mortalidade geral, uma vez que os núme-
ros estimavam um total de 187.100 mortes entre 2013 e 2015, relacionadas
ao consumo abusivo de drogas psicoativas (RIO DE JANEIRO. Secretaria de
Estado de Prevenção à Dependência Química, 2014).
A Fundação Oswaldo Cruz no III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela
População Brasileira (2017) relatou que 4,9 milhões de pessoas são usuários
de drogas, ou seja, 3,2% dos brasileiros entre 12 e 65 anos, sendo que 7,7%
destes já usaram maconha pelo menos uma vez na vida. Os dados relacio-
nados ao consumo das substâncias lícitas, sendo o álcool o mais utilizado, são
impressionantes:

Mais da metade da população brasileira de 12 a 65 anos declarou ter consumido


bebida alcóolica alguma vez na vida. Cerca de 46 milhões (30,1%) informaram
ter consumido pelo menos uma dose nos 30 dias anteriores. E aproximadamente
2,3 milhões de pessoas apresentaram critérios para dependência de álcool nos
12 meses anteriores à pesquisa (BASTOS et al., 2017, p. 79).

O álcool e o fumo são duas drogas lícitas, com graves malefícios para a saúde dos seus
usuários e consideradas portas de entrada para o uso das drogas ilícitas.
O conceito de saúde, utilizado atualmente, versa sobre o cuidado integral, que visa
não somente alcançar o ser humano no que tange às suas doenças, como
ainda seu social e seu mental. O conceito de cuidado integral vem sendo in-
troduzido na saúde desde a Constituição de 1988 por meio de diversos termos
como, por exemplo, a integralidade no cuidar, que versa sobre o atendimento
com foco na promoção, na proteção e na recuperação da saúde, com vista para
prioridade nas ações preventivas e sem prejuízos aos serviços assistenciais
(OLIVEIRA; CUTOLO, 2018).
Logo, o modelo de cuidado integral é capaz de alcançar o ser humano nas diversas esferas
que compõem sua vida. Esse conceito ainda perpassa pela definição do ser huma-

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no como biopsicossocial-espiritual, capaz de se posicionar diante dos condicio-
nantes, no qual este é confrontado com uma ação específica, e a forma com que
este responde aos enfrentamentos o torna um ser único (SOUZA; GOMES, 2012).
A drogadição constitui, na atualidade, um dos mais graves problemas de saúde mental
e orgânica, em face das substâncias tóxicas que exercem sobre o sistema ner-
voso um predomínio perturbador (ÂNGELIS, 2014).
Para a doutrina espírita kardecista, as drogas psicoativas, por alterarem o comporta-
mento, o humor e a cognição, colaboram para o enfraquecimento do espírito,
alterando as defesas psíquico-espirituais, mesmo para as pessoas com grande
treinamento espiritual ou até mesmo com treinamento para mediunidade. Ao
utilizar esse tipo de substância, pode-se abrir uma brecha química/cerebral
para a ação de espíritos oportunistas, pouco evoluídos, capazes de influenciar
a mente das pessoas negativamente (KARDEC, 2017).
O homem é composto de três partes (espírito, perispírito e corpo físico), sendo o corpo
físico como uma esponja do seu modelador (o perispírito), ou seja, o corpo
perispiritual é quem dá forma aos elementos celulares (XAVIER, 2017).
No momento em que as drogas psicoativas são absorvidas pelo sangue e chegam às cé-
lulas nervosas, alterando o funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC),
também são capazes de causar alterações e comprometimento da comunicação
do perispírito com o corpo. Os vícios, como o álcool e os entorpecentes, são
conservados pelo perispírito, sofrendo a intoxicação do seu ego, a intoxicação
psíquica. O perispírito sofre repercussões do uso e abuso do álcool e outras
drogas (FERREIRA, 2015).
Podemos entender que, por mais que a doutrina espírita não apresente uma proibição
direta quanto ao consumo de sustâncias psicoativas, fica evidente que essa
religião reconhece os efeitos das drogas sobre o corpo e o espírito, bem como
também é contrária à sua utilização de maneira abusiva.
Kardec (2013, p. 100) nos relata que o abuso com as drogas lesa o veículo espiritual
(perispirito) causando sofrimentos devido as diversas dependências, inclusive
do álcool e das drogas, com suas consequências na vida espiritual:

Se a atividade do espírito reage sobre o cérebro, deve reagir igualmente sobre as


outras partes do organismo. Assim, o espírito é o artífice de seu próprio corpo,
por assim dizer, modela-o, a fim de apropriá-lo às suas necessidades e à mani-
festação de suas tendências.

Com base nessas premissas, questionou-se: qual a Representação Social das drogas
psicoativas para os adeptos da doutrina espírita? De modo a responder essa
pergunta de pesquisa, foram elencados os seguintes objetivos: identificar os
conteúdos da estrutura representacional das drogas e de seus usuários para os

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espíritas; analisar a estrutura representacional das drogas e de seus usuários
para os espíritas e discutir a influência dessas representações na inclusão da
religiosidade e da espiritualidade no cuidar em saúde.

METODOLOGIA

Este artigo trata-se de um recorte da Tese de Doutorado apresentada pelos autores ao


programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Rio
de Janeiro. Foi desenvolvido através da abordagem de métodos mistos, tendo
em vista que esta nos permite analisar, com grau de precisão, os resultados de
um instrumento, considerando os mecanismos da pesquisa quantitativa e qua-
litativa ao mesmo tempo, de modo que nos permite entender e compreender
um fenômeno no local em que acontece (SANTOS et al., 2017). Neste artigo,
será apresentada apenas a parte qualitativa do estudo.
Assim, os participantes do estudo foram os adeptos da religião espírita. Como critério
de inclusão, consideraram-se indivíduos com idade maior ou igual a 18 anos,
com pertença ao grupo religioso por um período mínimo de 6 meses, e que
aceitaram participar de maneira espontânea do estudo. Participantes que não
se enquadravam nesses critérios foram excluídos do estudo.
A coleta de dados procedeu-se de maio a agosto de 2019. Foram utilizados 3 instrumentos
para a coleta de dados: instrumento para a coleta de evocação livre de palavras, es-
cala de religiosidade de Duke e formulário para categorização sociodemográfica.
Nesta pesquisa será apresentado o recorte referente a etapa de coleta de dados da evo-
cação livre. Este tipo de coleta de dados é feito pedindo que o participante diga
5 palavras que lhe vem a mente quando este ouve o termo indutor Drogas e
Usuários de Álcool e Drogas.
O resultado do material obtido através da evocação livre deu origem a um corpus, que
foi submetido ao software EVOC, que associado a Teoria do Núcleo Central,
possibilita a análise do léxico formado pelo conjunto das evocações obtidas
em uma pergunta estruturada por meio de um termo indutor referente ao obje-
to do estudo em representações sociais.
A pesquisa foi desenvolvida em conformidade com a Resolução 510/16 do Conse-
lho Nacional da Saúde, tendo sido aprovada pelo comitê de ética em pes-
quisa da Universidade Castelo Branco, sob o parecer nº 3.121.454 e CAAE
06246419.7.1001.8144.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra final deste estudo foi composta por 200 participantes, dos quais 151 eram do gênero
feminino e 49 do gênero masculino, o que equivale a 75,5% e 24,5%, respectivamente.

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Este fato foi enfatizado por Rosado-Nunes (2005), que em seu estudo sobre gênero e
religião, enfatizou a notória presença feminina nos templos, e que de fato estas
seriam o maior público entre os fiéis. O mesmo autor ainda afirma que:

‘Em nome de Deus’, tornam-se ativistas, freiras, obreiras, pastoras, bispas,


mães-de-santo, políticas... Na sombra ou nos palcos e altares, grande parte das
fiéis carrega para a igreja o marido, os filhos, a família, o círculo social e pro-
fissional onde atuam.

Desta forma podemos perceber a importância da mulher nas religiões. Os resultados


apontados no estudo de Rosado-Nunes, coadunam com os resultados deste
estudo, uma vez que ressalta um número maior de mulheres a despeito do pú-
blico masculino nas atividades religiosas.
Acrescido a isso, podemos observar uma grande diferença no tocante a presença da
mulher na religião espírita. Diferentemente do observado em outras religiões
como a católica (onde as mulheres não são ordenadas) e o protestantismo (no
qual a maioria das mulheres encontra-se a “sombra” do marido pastor, ou
tornam-se pastoras apenas pelo fato do marido), na religião espírita, existem
centros que são totalmente dirigidos por mulheres, e em outros, pode se obser-
var uma separação igualitária entre gênero e responsabilidades (CAVALCAN-
TI, 2008).
A respeito da escolaridade, pudemos observar que a maioria dos participantes apresen-
tava ensino superior completo com 73 participantes, totalizando 36,5%. Os
participantes que apresentavam o ensino médio completo foi o segundo grupo
com mais participantes apresentando 64 participantes (32%), como podemos
observar na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1: Distribuição dos participantes pelo grau de instrução - Rio de Janeiro, 2020
Gênero
Grupo
Grau de Instrução Total
Religioso Feminino Masculino

Ensino fundamental incompleto 1 (0,10%) 0 (0,00%) 1 (0,07%)


Ensino fundamental completo 3 (0,29%) 1 (0,27%) 4 (0,29%)
Ensino médio completo 50 (4,88%) 14 (3,73%) 64 (4,57%)
Espírita
Ensino superior completo 49 (4,78%) 24 (6,40%) 73 (5,21%)
Especialização completa 32 (3,12%) 3 (0,80%) 35 (2,50%)
Pós-graduação completa 16 (1,56%) 7 (1,87%) 23 (1,64%)

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

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No estudo de Farias et al. (2017) na análise da escolaridade dos grupos religiosos
verificou-se que os espíritas possuíam um maior nível de instrução em compa-
ração aos adeptos de outros grupos religiosos, onde menos de 10%possuiam
nível superior enquanto que no grupo dos espiritas 27% apresentavam esse
nível de instrução.
Com a aplicação da escala de religiosidade de Duke, foi possível observar o nível de
religiosidade dos participantes do estudo. Importante destacar que essa escala
avalia 3 tipos de religiosidade: a Religiosidade Intrínseca (RI) refere-se à bus-
ca interna e é a vivência plena da religiosidade como único objetivo de vida;
Religiosidade Organizacional (RO) refere-se à frequência em encontros reli-
giosos; e Religiosidade não Organizacional (RN) refere-se à frequência com
que se realiza atividades religiosas privadas (SILVA, 2017).
A interpretação da escala da religiosidade de Duke é feita utilizando-se dois blocos,
em que as duas primeiras questões avaliam, respectivamente, a Religiosida-
de Organizacional e não Organizacional, com pontuação variante de 1 a 6.
Recomenda-se que cada uma dessas questões seja avaliada separadamente. Já
as três últimas questões, avaliam a Religiosidade Intrínseca, variando sua pon-
tuação de 3 a 15 (ALMINHANA; MOREIRA-ALMEIDA, 2008).
Para entender os resultados obtidos nesta escala é interessante entender como ela foi
pensada e planejada pelos seus autores. A escala de Religiosidade de DUKE é
inversamente proporcional, ou seja, valores menores (mais próximo a 1) indi-
cam maior religiosidade no tocante a RO e a RN, desta mesma forma quanto
mais distante de 1 menor os valores de religiosidade apresentados pelos par-
ticipantes.
O mesmo acontece quando avaliamos a RI, porém neste sentido, como são avaliadas
3 variantes em conjunto, devemos interpretar da seguinte forma, quanto mais
próximo a 3, maior será o índice de religiosidade dos indivíduos, e quanto
mais distante deste número menor será o índice de religiosidade apresentado.
A religiosidade pode ser entendida sobre diversas perspectivas, porém em seu sentido
mais amplo, esta pode ser entendida como numerosos aspectos da atividade
religiosa, dedicação e crença religiosa, em outras palavras, podemos entender
que a religiosidade reflete o sentido e aplicação das práticas religiosas na vida
do indivíduo (COSTA et al., 2019).
Desta forma, podemos entender que quanto maior o índice de religiosidade do indiví-
duo, maiores serão as influências da crença religiosa em seu modo de falar,
pensar e agir. Assim a Tabela 2 demonstra que os participantes do estudo apre-
sentavam altos índices de RI, RO e RN, o que caracteriza os participantes do
estudo como qualificados para responderem questões acerca das Representa-
ções Sociais desse grupo religioso.

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Tabela 2: Distribuição dos sujeitos de acordo com a escala da religiosidade de Duke - Rio de
Janeiro, 2020
Desvio Maior Menor
Grupo Religioso Média
Padrão índice índice
Religiosidade Organizacional 1,82 1,12 1 6
Espírita Religiosidade não Organizacional 1,88 0,94 1 6
Religiosidade Intrínseca 4,54 1,89 3 15
Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

A coleta de evocação livre é feita através de um termo indutor, no qual o participante é


questionado sobre as 5 primeiras palavras que vem à mente dele quando ouve
tal termo. Neste estudo, utilizamos dois termos indutores, a saber: drogas e
usuário de álcool e outras drogas. Os dados, oriundos dessa técnica de coleta,
são agrupados e organizados em um corpus analisado pelo programa OpenE-
VOC. Esse programa realiza a análise prototípica do corpus criado e apresenta
o resultado em um quadro de quatro casas, no qual cada casa apresenta os
seguintes significados:

No primeiro quadrante (superior esquerdo), situam-se as evocações de maior


frequência, os elementos com maior probabilidade de integrarem o Núcleo
Central.
No segundo quadrante (superior direito), encontram-se as evocações de maior
frequência e maior ordem de evocação, sendo muito citadas, porém sem impor-
tância para o sujeito.
No terceiro quadrante (inferior esquerdo), estão as evocações de menor frequ-
ência e de menor ordem de evocação, porém consideradas importantes para um
pequeno grupo de sujeitos.
No quarto quadrante (inferior direito), encontram-se as evocações de menor
frequência e maior ordem de evocação, irrelevantes para a representação e con-
traste com o núcleo central (ABRIC, 1998).

Dessa forma, foi possível a construção dos quadros de quatro casas abaixo, utilizando
o termo indutor Drogas, de modo que foi possível constatar um total de 333
palavras, sendo 133 diferentes. Adotou-se a frequência mínima de 12, a in-
termediária de 20; e ordem média de evocações igual a 2,50. A análise desses
dados organizados pode ser observada na Tabela 3.

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Tabela 3: Quadro de Quatro Casas referente às evocações dos participantes espíritas ao termo
indutor Drogas (Nota: N= 100; Fmín=12; Fintermediária=20; Rang=2,50) - Rio de
Janeiro, 2020
O.M.E. < 2,50 O.M.E ≥ 2,50
Freq. Méd. Elemento evocado Freq. O.M.E. Elemento evocado Freq. O.M.E.
Dependência 23 1,783
≥ 20 Tristeza 23 2,217
Doença 20 2,200
Ajuda 16 1,625 Dor 12 2,750
Vício 9 1,556 Sofrimento 10 3,200
<20 Álcool 8 1,375 Família 10 2,700
Destruição 7 2,286 Morte 9 3,000
Cuidado 6 1,667 Depressão 6 3,000
Tratamento 6 4,167
Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

No provável núcleo central, podemos encontrar o elemento “dependência” pertencente


à dimensão conceitual, o elemento “tristeza” ligado à dimensão sentimento/
afetiva, e o elemento “doença” relacionado à dimensão imagética. A relação
do consumo de drogas, para os espíritas, está ligada à ideia de que a utilização
de substâncias lícitas, mesmo não indo contra os princípios religiosos, pode
ter o efeito de enfraquecer o espírito.
Esta ideia possui ainda ancoragem na recomendação da fundamentação paulina do cris-
tianismo que mesmo que algo seja lícito, não quer dizer que seja convenien-
te e recomendado: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas
convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por
nenhuma” (1Co 6,12-20).
Ao mesmo tempo, destaca-se a importância do princípio da legalidade, em que se é
obrigado a fazer algo em função da lei e não se é obrigado também na relação
com ela. O artigo 5 da nossa Constituição Federal, em seu II inciso, nos diz
que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei” (BRASIL, 1988). Trata-se do princípio da legalidade, abraçado
por nossa legislação.
De acordo com este princípio, é necessário lei para mover a sociedade, sendo assim
se não existe uma lei proibitiva, por exemplo, para o uso de álcool, em via de
regra pode-se livremente fazer o seu uso e o seu abuso do mesmo, assim é me-
diante a lei dos homens. Entretanto quando adentramos na parte religiosa ou
espiritual da pessoa ou da comunidade, outras premissas se apresentam.
Neste caso, em particular na doutrina espírita, a recomendação paulina, nem todas as
coisas que são lícitas, ou seja, que estão amparadas por este princípio da le-
galidade, devem ser praticadas ou são convenientes, se relaciona ao ao crivo

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da lei moral que os fiéis atribuem à doutrina de Jesus. Desta forma, não é só
seguir a lei humana, mas sim também seguir a moral que possui o objetivo
de proteção à integridade humana, à promoção de sua saúde e à sua evolução
mental, espiritual e moral (KARDEC, 1860).
A segunda periferia é composta pelos elementos “dor”, “depressão”, “família”, “mor-
te”, “tratamento” e “depressão”. O elemento “dor” apresenta relação com o
motivo pelo qual o indivíduo iniciou o uso de drogas e também pode ser en-
tendido como relacionado ao fiel que sente dor ao ver a pessoa que consome
essas substâncias. Os elementos “dor”, “depressão” e “morte” estão ligados à
dimensão imagética, o elemento “tratamento”, à dimensão prática e o elemen-
to família, à dimensão gregária.
Segundo aspectos da doutrina, na origem do uso das drogas pode-se encontrar um Es-
pírito atordoado e inseguro, algumas vezes revoltado, que traz do seu passado
frustrações e rebeldia. Ao mesmo tempo se destaca a existência de conflitos
do lar muito contribuem para a fuga na direção das drogas (ÂNGELIS, 2014).
Uma família em desajuste pode em algumas situações impulsionar o indivíduo
para a busca de alivio nos entorpecentes, a fim de compensar e não enfrentar
situações de difíceis que ele julga não conseguir solucionar. Neste contexto, as
famílias sofrem muito ao ver seu ente querido sucumbido à drogadição, seus
efeitos e suas consequências.
Na zona de contraste, observamos o elemento “ajuda” na dimensão prática. Esse ele-
mento é característico da doutrina espírita, uma vez que um dos seus pilares
se baseia na caridade e no amor ao próximo. Sua máxima, como uma certa
contraposição àquela da Igreja Católica, é que fora da caridade, não há salva-
ção (KARDEC, 1860), com destaque para a crença, para esta comunidade, que
toda a moral de Jesus se resume a caridade e na humildade.
Realizando-se a mesma análise para o termo indutor “Usuário de álcool” e “drogas” foi
possível identificar 355 palavras evocadas, das quais 176 foram diferentes. Para
a realização do quadro de quatro casas, adotaram-se a frequência mínima de 6,
a frequência média igual ou maior que 17 e a ordem média de evocação de 2,50.
Dessa forma, encontramos como provável núcleo central “dependência”, “doente” na
dimensão imagética e “tristeza” na dimensão sentimento/afetiva. Os elemen-
tos “dependência” e “tristeza” são elementos representacionais que aparece-
ram no provável núcleo central na representação do grupo geral, e o elemento
“doente” deixa de pertencer à zona de contraste e passa a integrar o provável
núcleo central. A palavra “ajuda” deixa de ser central para esse grupo e assu-
me uma posição na primeira periferia, reforçando as dimensões sentimento/
afetiva e imagética, dando significado ao provável núcleo central.
Com relação ao usuário de álcool/drogas, o vício com assiduidade, cria a dependência
(ÂNGELIS, 2014).

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Observa-se uma grande mudança, pois, na segunda periferia, palavras como “droga” e
“família” migram do núcleo central e da primeira periferia, respectivamente,
para a segunda periferia. A zona de contraste é formada pelas palavras “vício”,
que antes era central, “depressão”, “dor”, “fuga” e “solidão”. Como podemos
observar na Tabela 4.

Tabela 4: Quadro de Quatro Casas referente às evocações dos participantes espíritas ao termo
indutor Usuário de Álcool e de Drogas (Nota: N= 100; Fmín=06; Fintermediária=17;
Rang=2,50) - Rio de Janeiro, 2020
O.M.E. < 2,50 O.M.E ≥ 2,50
Freq. Méd. Elemento evocado Freq. O.M.E. Elemento evocado Freq. O.M.E.
Dependência 22 1,818 Ajuda 23 2,870
≥ 17 Doente 19 2,158
Tristeza 17 4,471
Vício 11 1,545 Sofrimento 11 3,091
Depressão 8 2,250 Droga 6 3,000
<17 Dor 7 2,286 Família 7 2,857
Fuga 6 2,000
Solidão 7 2,143
Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

No contexto de vida dos indivíduos, a religião se apresenta como peça fundamental


para seu desenvolvimento como ser humano, uma vez que fornece artifícios
para o enfrentamento de questões relacionadas à vida e os auxilia na decisão
do melhor caminho a ser seguido. Dessa forma, cada religião, a partir da sua
doutrina e dos seus ensinamentos, dita regras e guia o indivíduo diariamente
(BORGES; SANTOS; PINHEIRO, 2015).
Quanto maior o envolvimento do indivíduo em sua comunidade religiosa, maior será a
influência da doutrina na sua vida, mudando seus hábitos e sua relação com o
mundo (BORGES; SANTOS; PINHEIRO, 2015).
A doutrina espírita é reencarnacionista, ou seja, acredita na pluralidade das existên-
cias, o que morre é o involucro carnal (o corpo), sendo o Espirito imortal. Por
ser imortal pode a representação do usuário de álcool e outras drogas para os
espíritas ser entendida como um espírito que traz marcas anteriores, de vidas
passadas ou de momentos vividos na presente reencarnação que o insere neste
complexo contexto, além do livre arbítrio do presente, que é um caro conceito
à doutrina espírita.
Foi possível observar, neste grupo, o surgimento de elementos não ligados à substância
e sim às consequências do seu uso, ganhando destaque a associação da repre-

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sentação da substância com a dor do usuário, sugerindo, dessa forma, uma
forte ligação simbólica entre as drogas e os seus usuários.
É imprescindível o conhecimento a respeito das consequências espirituais das drogas
para o grupo religioso em questão, uma vez que Pereira, Barros e Augusto
(2011) definiram o ser humano como biopsicossocial-espiritual, que, além de
apresentar necessidades físicas, sociais e intelectuais, apresenta necessidades
espirituais que devem ser supridas, sobretudo, no cuidado, para que se possa
reestabelecer a saúde do usuário em seu conceito mais amplo e atualizado
(MARQUES, 2013). O mesmo autor ainda afirma que o bem-estar espiritual
consiste na abertura dada à pessoa para que as questões espirituais possam se
integrar com outras questões da sua vida.
Um estudo apontou que 80% dos americanos afirmaram receber apoio de suas crenças
religiosas para suportar questões referentes à sua saúde. Nesse mesmo estu-
do, os participantes foram questionados a respeito das práticas religiosas, dos
quais 90% informaram que essas práticas os auxiliam em questões relacio-
nadas à vida e à saúde e que os ajudam a enfrentar melhor suas doenças físi-
cas. Ainda foi possível observar que 40% dos participantes indicam a religião
como um fator mais importante na hora de enfrentar questões ligadas à saúde
(ARRIEIRA et al., 2017).
A respeito do cuidado em saúde e Enfermagem, acredita-se que o ser humano é biop-
sicossocial-espiritual, elevando, desse modo, um cuidado para além da práti-
ca tecnicista. Nessa perspectiva, para uma compreensão maior do cuidado de
Enfermagem, torna-se necessária a utilização de uma teoria prática de cuidar,
baseada em dimensões que envolvam o corpo, a mente, a espiritualidade e a
religiosidade dos indivíduos.
Sob tal viés, entendemos que o enfermeiro deve participar ativamente das atividades
relacionadas à busca pela força interior do indivíduo. Para Veras (2019), essa
busca por forças internas requer que o enfermeiro tenha a capacidade de saber
o que é importante para si e respeite o significado para o outro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para além da inserção das ferramentas religiosas no cuidar em saúde e, sobretudo, em En-
fermagem, este estudo também aponta para a possibilidade da inserção de um
cuidado de Enfermagem que privilegie as representações de cada grupo espírita,
de modo que estes se tornem parceiros no cuidar, colaborando, dessa maneira, para
a realização de um cuidado centrado na pessoa, de acordo com as prerrogativas do
Sistema Único de Saúde (SUS), no que tange ao conceito de integralidade.
A espiritualidade e a religiosidade foram levantadas como uma necessidade humana
básica, sendo assim a enfermagem precisa conhecer os pontos inerentes às

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religiões e de que forma eles circulam no binômio saúde e doença, a fim de
planejar as suas atividades de modo que possam contemplar esta dimensão do
cuidado.
Para a doutrina espírita não há uma proibição direta quanto ao consumo de sustâncias
psicoativas, mas ela reconhece os efeitos das drogas sobre o corpo e o espírito,
sendo contrária à sua utilização de maneira abusiva. Os princípios de Kardec,
baseados na doutrina moral dos ensinamentos evangélicos de Jesus, orientam
que o indivíduo subjulgado pelas substancias psicoativas deve ser tratado de
forma integral pela medicina humana com medicações e terapias quando ne-
cessário, mas também com prece, evangelho, água fluidificada, passes e uma
conduta reta no caminho do bem.
Enxergar que o uso abusivo dessas substâncias leva a dependência, a dor e sofrimento e
que precisam de ajuda, faz com que o olhar do cuidado em enfermagem possa
ser planejado a fim de atender as necessidades que possam fazer com que di-
minua a dor e o sofrimento dos mesmos.
Este estudo busca enfatizar a relação da religião com as drogas e seus usuários de modo
que o diagnóstico, planejamento e implementação do cuidar em enfermagem
possa ser norteado por esta relação. Entender de que forma os adeptos a esta
religião representam as drogas e seus usuários é de suma importância para
inserção destas representações no cuidar, reforçando assim o conceito de inte-
gralidade e cuidado centrado na pessoa e não só na doença.
Dessa forma, a parceria entre Enfermagem e grupo religioso, em prol do cuidado ao
usuário de drogas psicoativas, pode ser alcançada, utilizando-se da implemen-
tação do cuidado que tenha a pessoa humana em seu centro, não havendo
desrespeito nem despreterimento de nenhuma religião no planejamento do
cuidado.
O cuidado, centrado na pessoa, prevê que os profissionais de saúde devem trabalhar em
parceria com os pacientes, adaptando, assim, o tratamento às suas necessida-
des individuais. De certo que as evidências apontam para o sucesso da religio-
sidade e da espiritualidade como ferramentas de suporte no cuidar do usuário
de drogas psicoativas, de maneira que acreditamos que um cuidado, que tenha
a pessoa como centro, pode ser adaptado de modo que se estabeleça uma par-
ceria que envolva o profissional de Enfermagem, o usuário e o grupo religioso.
Compreende-se que esse processo de cuidado poderá trazer benefícios para os profis-
sionais e para os pacientes, uma vez que aqueles apresentam grandes dificulda-
des para a inserção das ferramentas religiosas no cuidar, fator que poderia ser
suprido pela comunidade religiosa, à qual esse paciente pertence. Em relação
ao paciente, podemos destacar que este será atendido não só em suas neces-
sidades físicas, mas também nas suas necessidades psicológicas e espirituais,
considerando-se que as crenças religiosas e as práticas ritualísticas são os me-

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canismos mais comuns que as pessoas buscam em situações que envolvam a
questão da saúde e da doença. Nesse sentido, as instituições religiosas podem
cumprir um papel facilitador para acesso ao cuidado, como também servem de
apoio social, contribuindo para o bem-estar das pessoas, principalmente, em
situações que envolvem saúde e doença.
Durante a realização do estudo, ficou evidente que existe a necessidade da realização
de estudos que visem não só à temática da espiritualidade no cuidar, mas que
contemplem os aspectos particulares presentes em outros grupos religiosos.
Para isso, deve-se realizar uma ausculta qualificada que privilegie, além dos
sintomas da doença, a partir da qual se deve pensar em um cuidado em saúde
e, sobretudo, em Enfermagem.

SOCIAL REPRESENTATIONS OF PSYCHOACTIVE DRUGS FOR SPIRITISTS:


IMPLICATIONS FOR HEALTH CARE  
  
Abstract: this study seeks to identify the social representations of Spiritists about
psychoactive drugs and their users, as well as the implications for health care
and especially in nursing. From the application of the theory of Social Repre-
sentations and their data collection methods, we sought to identify how the
followers of the spiritist doctrine represent  the psychoactive drugs and their
users and how nursing can be inserted in this context in order to use religious
and spiritual tools in health care. For the Spiritist doctrine there is no direct
prohibition on the consumption of psychoactive substances, but it recognizes
the effects of drugs on the body and spirit, being contrary to their abusive use,
recognizing that the treatment must be for the body and for the spirit. Thus, it
became evident that the insertion of spirituality in nursing care must be based
on care centered on the person and their needs.

Keywords: Spirituality. Religion. Psychoactive drugs. Nursing. Health.

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