Dia 3
Dia 3
os que percebem remuneração pensatória, dentre outros direi- IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando
variável; tos; de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio
• 13° salário • Seguro-desemprego do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in-
• Proteção do salário • FGTS dependentemente da contribuição prevista em lei;
na forma da lei, constituindo • Remuneração do tra-
crime sua retenção dolosa balho noturno superior à do Contribuição CONFEDERATIVA Contribuição SINDICAL
• Duração do trabalho diurno
normal não superior a oito ho- • Salário-família Prevista na 1ª parte do art. 8º, Prevista na 2ª parte do art. 8º,
ras diárias e quarenta e quatro • Assistência gratuita IV, da CF/88. IV, da CF/88.
semanais, facultada a compen- aos filhos e dependentes desde
Também chamada de Também chamada de
sação de horários e a redução o nascimento até 5 anos de
“contribuição de assembleia”. “imposto sindical”, expressão
da jornada, mediante acordo idade em creches e pré-escolas
incorreta porque não é
ou convenção coletiva de tra- • Seguro contra aci-
imposto.
balho; dentes de trabalho, a cargo do
• Repouso semanal re- empregador, sem excluir a in- NÃO é tributo. ERA considerada um TRIBUTO.
munerado, preferencialmente denização a que este está obri- ERA uma contribuição
aos domingos; gado, quando incorrer em dolo parafiscal (ou especial).
• Remuneração do ser- ou culpa
Fixada pela assembleia geral do Era instituída por meio de lei
viço extraordinário superior, no
sindicato (obrigação ex (obrigação ex lege).
mínimo, em 50% à do normal;
voluntate).
• Férias anuais + 1/3
• Licença à gestante DIREITOS REGULAMENTA- É VOLUNTÁRIA. ERA COMPULSÓRIA.
• Licença-paternidade DOS PELA LC 150/15 A contribuição confederativa é ERA paga por todos aqueles
• Aviso prévio considerada como voluntária que faziam parte de uma
• Redução dos riscos porque somente é paga pelas determinada categoria
inerentes ao trabalho, por meio pessoas que resolveram econômica ou profissional, ou
de normas de saúde, higiene e (optaram) se filiar ao sindicato. de uma profissão liberal, em
segurança A contribuição confederativa de favor do sindicato
• Aposentadoria que trata o art. 8º, IV, da representativo da mesma
• Reconhecimento das Constituição, só é exigível dos categoria ou profissão ou,
convenções e acordos coletivos filiados ao sindicato respectivo inexistindo este, à Federação
de trabalho (SV 40): correspondente à mesma
• Proibição de diferen- Súmula vinculante 40: A categoria econômica ou
ça de salários, de exercício de contribuição confederativa de profissional.
funções e de critério de admis- que trata o artigo 8º, IV, da Não havia jeito: se o indivíduo
são por motivo de sexo, idade, Constituição Federal, só é fosse metalúrgico, p. ex., ele
cor ou estado civil; exigível dos filiados ao sindicato tinha que pagar a
• Proibição de qual- respectivo. contribuição sindical, mesmo
quer discriminação que não fosse filiado ao
• Proibição de trabalho sindicato. ERA um tributo.
noturno, perigoso ou insalubre
São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos
a menores de dezoito e de
da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que
qualquer trabalho a menores
extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e
de 16 anos, salvo na condição
condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa
de aprendiz, a partir de 14
autorização dos filiados. STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min.
anos
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 29/6/2018 (Info
908).
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
seguinte:
I - a lei NÃO PODERÁ exigir autorização do Estado para a fun-
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competen-
sindicato;
te, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
organização sindical;
coletivas de trabalho;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical ,
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
organizações sindicais;
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos tra-
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
balhadores ou empregadores interessados, não podendo ser in-
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sin-
ferior à área de um Município;
dical e, se eleito, ainda que suplente, até 1 ano após o final do
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou ad-
ministrativas;
DIA 3 / 3
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga- da pessoa, que decide adquirir, para si, uma
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, aten- SECUNDÁRIA nova nacionalidade. A isso se dá o nome
didas as condições que a lei estabelecer. (derivada, de naturalização.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos traba- adquirida ou Atenção: esse ato voluntário pode ser expres-
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os in- voluntária) so ou tácito.
teresses que devam por meio dele defender. A pessoa se torna nacional naturalizado.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
lei.
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empre-
Constituição.
gadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interes-
§ 2º A lei NÃO PODERÁ estabelecer distinção entre brasileiros
ses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constitui-
deliberação.
ção.
Art. 11. Nas empresas de mais de 200 empregados, é assegura-
da a eleição de um representante destes com a finalidade exclu- § 3º São PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO os cargos:
siva de promover-lhes o entendimento direto com os empre- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
gadores. II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
CAPÍTULO III IV - de Ministro do STF;
DA NACIONALIDADE V - da carreira diplomática;
Art. 12. São brasileiros: VI - de oficial das Forças Armadas.
I - natos: VII - de Ministro de Estado da Defesa
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
O Conselho da República tem em sua composição 6 brasileiros
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
natos
país (JUS SOLI);
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi- § 4º - Será declarada a PERDA DA NACIONALIDADE do brasilei-
leira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República ro que:
Federativa do Brasil (JUS SANGUINI); I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
competente OU venham a residir na República Federativa do a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a mai- trangeira;
oridade, pela nacionalidade brasileira (JUS SANGUINI); b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
II - naturalizados: brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, para permanência em seu território ou para o exercício de di-
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas reitos civis;
residência por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re- Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fede-
pública Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e rativa do Brasil.
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
brasileira. hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
símbolos próprios.
É aquela que resulta de um fato natural (o
nascimento).
CAPÍTULO IV
A pessoa se torna nacional nato.
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Critérios para atribuição da nacionalidade ori-
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer-
ginária:
Nacionalidade sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e,
a) Critério territorial (jus soli): se a pes-
ORIGINÁRIA nos termos da lei, mediante:
soa nascer no território do país, será
(primária, I - plebiscito;
considerada nacional deste.
atribuída ou II - referendo;
b) Critério sanguíneo (jus sanguinis): a
involuntária) III - iniciativa popular.
pessoa irá adquirir a nacionalidade de seus
ascendentes, não importando que tenha
nascido no território de outro país. REFERENDO PLEBISCITO
No Brasil, adota-se, como regra, o critério
Formas de consulta popular sobre determinado assunto.
do jus soli, havendo, no entanto, situações
nas quais o critério sanguíneo é aceito. Autorizado pelo Congresso Convocado pelo Congresso
Nacional (art. 49, XV, CF). Nacional (art. 49, XV, CF).
Nacionalidade É aquela decorrente de um ato voluntário
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Decreto legislativo. tituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente.
Primeiro faz a lei ou ato Primeiro pergunta-se ao § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repúbli-
administrativo e depois povo para depois fazer a lei ca, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
pergunta para o povo. ou ato administrativo. devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes
do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
Lei 9709/98. cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o 2° grau ou
Art. 2o Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao por adoção, do Presidente da República, de Governador de Esta-
povo para que delibere sobre matéria de acentuada rele- do ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
vância, de natureza constitucional, legislativa ou adminis- haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se
trativa. já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 1o O PLEBISCITO é convocado com anterioridade a ato le-
gislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, Súmula 6, TSE: São inelegíveis para o cargo de chefe do Execu-
aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. tivo o cônjuge e os parentes, indicados no § 7º do art. 14 da
§ 2o O REFERENDO é convocado com posterioridade a ato Constituição Federal, do titular do mandato, salvo se este, ree-
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva legível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitiva-
ratificação ou rejeição. mente do cargo até seis meses antes do pleito.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Es- ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
tados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo no registro.
direito internacional público.
Art. 46. O registro declarará:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civil- I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo
mente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualida- social, quando houver;
de causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo con- II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e
tra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa dos diretores;
ou dolo (RESPONSABILIDADE OBJETIVA) III - o modo por que se administra e representa, ativa e passiva-
mente, judicial e extrajudicialmente;
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração,
I - as associações; e de que modo;
II - as sociedades; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
III - as fundações. obrigações sociais;
IV - as organizações religiosas; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do
V - os partidos políticos. seu patrimônio, nesse caso.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRE-
LI). Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato consti-
funcionamento das organizações religiosas, sendo VEDADO ao tutivo.
poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos
atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. JDC145 O art. 47 não afasta a aplicação da teoria da aparência.
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsi-
diariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Es-
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as deci-
pecial deste Código.
sões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão con-
ato constitutivo dispuser de modo diverso.
forme o disposto em lei específica.
Parágrafo único. Decai em 3 anos o direito de anular as deci-
sões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou esta-
JDC142 Os partidos políticos, os sindicatos e as associações tuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o
Código Civil. Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a
JDC143 A liberdade de funcionamento das organizações religi- requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administra-
osas não afasta o controle de legalidade e legitimidade dor provisório.
constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexa-
me, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios,
com seus estatutos. associados, instituidores ou administradores (LEI 13874/19)
JDC144 A relação das pessoas jurídicas de direito privado Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas
constante do art. 44, incs. I a V, do Código Civil não é exausti- é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos,
va. estabelecido pela lei com a finalidade de estimular
JDC280 Por força do art. 44, § 2º, consideram-se aplicáveis às empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e
sociedades reguladas pelo Livro II da Parte Especial, exceto às li- inovação em benefício de todos. (LEI 13874/19)
mitadas, os arts. 57 e 60, nos seguintes termos:
a) em havendo previsão contratual, é possível aos sócios de- Art. 50. TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONA-
liberar a exclusão de sócio por justa causa, pela via extraju- LIDADE JURÍDICA. Em caso de abuso da personalidade jurídi-
dicial, cabendo ao contrato disciplinar o procedimento de ex- ca, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
clusão, assegurado o direito de defesa, por aplicação analógica patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Mi-
do art. 1.085; nistério Público quando lhe couber intervir no processo, descon-
b) as deliberações sociais poderão ser convocadas por inici - siderá-la para que os efeitos de certas e determinadas rela-
ativa de sócios que representem 1/5 do capital social, na ções de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
omissão do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados
de criação, pelo contrato, de outros órgãos de deliberação direta ou indiretamente pelo abuso.(LEI 13874/19)
colegiada. § 1º Para os fins do disposto neste artigo, DESVIO DE
FINALIDADE é a utilização da pessoa jurídica com o propósito
de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direi-
natureza.(LEI 13874/19)
to privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
§ 2º Entende-se por CONFUSÃO PATRIMONIAL a ausência de
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do
as alterações por que passar o ato constitutivo.
sócio ou do administrador ou vice-versa;(LEI 13874/19)
Parágrafo único. Decai em 3 anos o direito de anular a consti-
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas
tuição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do
contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insignificante; e(LEI 13874/19)
DIA 3 / 7
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a
(LEI 13874/19) averbação de sua dissolução.
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se,
se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
administradores à pessoa jurídica.(LEI 13874/19) § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença inscrição da pessoa jurídica.
dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.(LEI Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção
13874/19) dos direitos da personalidade.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a
alteração da finalidade original da atividade econômica JDC286 Os direitos da personalidade são direitos inerentes e es-
específica da pessoa jurídica (LEI 13874/19) senciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não
sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos
JDC7 Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica
quando houver a prática de ato irregular e, limitadamente, CAPÍTULO II
aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido. DAS ASSOCIAÇÕES
JDC51 A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – Art. 53. Constituem-se as associações pela UNIÃO DE PESSOAS
disregard doctrine – fica positivada no novo Código Civil, manti- que se organizem para FINS NÃO ECONÔMICOS.
dos os parâmetros existentes nos microssistemas legais e na Parágrafo único. NÃO HÁ, entre os associados, direitos e obriga-
construção jurídica sobre o tema. ções recíprocos.
JDC145 Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os
parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica pre-
JDC534 As associações podem desenvolver atividade econô-
vistos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão patri-
mica, desde que não haja finalidade lucrativa.
monial).
JDC615 As associações civis podem sofrer transformação, fusão,
JDC281 A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no
incorporação ou cisão.
art. 50 do Código Civil, prescinde da demonstração de insol-
vência da pessoa jurídica.
JDC282 O encerramento irregular das atividades da pessoa Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso da per- I - a denominação, os fins e a sede da associação;
sonalidade jurídica. II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associ-
JDC283 É cabível a desconsideração da personalidade jurídica ados;
denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se va- III - os direitos e deveres dos associados;
leu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
com prejuízo a terceiros – positivado com o NCPC V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deli-
JDC284 As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrati- berativos;
vos ou de fins não econômicos estão abrangidas no conceito VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e
de abuso da personalidade jurídica. para a dissolução.
JDC285 A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respec-
Código Civil, PODE SER INVOCADA PELA PESSOA JURÍDICA, tivas contas.
EM SEU FAVOR.
JDC406 A desconsideração da personalidade jurídica alcança os Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto
grupos de sociedade quando estiverem presentes os pressu- poderá instituir categorias com vantagens especiais.
postos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os cre -
dores até o limite transferido entre as sociedades. JDC577 A possibilidade de instituição de categorias de associa-
dos com vantagens especiais admite a atribuição de pesos di-
ferenciados ao direito de voto, desde que isso não acarrete a
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa que estão
sua supressão em relação a matérias previstas no art. 59 do CC.
“COMUM” em nome dos sócios
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens dos sócios que estão em Art. 56. A qualidade de associado É INTRANSMISSÍVEL, se o es-
INVERSA nome da empresa tatuto não dispuser o contrário.
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa controla- Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ide-
INDIRETA dora que estão em nome da contro- al do patrimônio da associação, a transferência daquela NÃO IM-
lada/coligada PORTARÁ, DE PER SI, na atribuição da qualidade de associado
ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do es-
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens do sócio oculto que es- tatuto.
EXPANSIVA tão em nome de terceiro (“laranja”)
DESPERSONALIZAÇÃO Dissolução da pessoa jurídica Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa
causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito
de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a
autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins
de liquidação, até que esta se conclua.
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Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direi- VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direi-
to ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não tos humanos;
ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. IX – atividades religiosas;
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: JDC8 A constituição de fundação para fins científicos, educacio-
I – destituir os administradores; nais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no
II – alterar o estatuto. Código Civil, art. 62, parágrafo único.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I JDC9 Deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fun-
e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especial- dações com fins lucrativos.
mente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabeleci-
do no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administra-
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a
dores.
ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma
semelhante.
do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o direito de pro-
movê-la.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos,
o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou ou-
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimô-
tro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão
nio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou fra-
registrados, em nome dela, por mandado judicial.
ções ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado
à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou,
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do pa-
omisso este, por deliberação dos associados, à instituição munici-
trimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acor-
pal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
do com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada,
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade compe-
dos associados, podem estes, antes da destinação do remanes-
tente, com recurso ao juiz.
cente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assi-
respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patri-
nado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a
mônio da associação.
incumbência caberá ao Ministério Público.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou
no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas con-
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado
dições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimô-
onde situadas.
nio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o
União.
encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o
JDC407 A obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
remanescente da associação à instituição municipal, estadual ou
federal de fins idênticos ou semelhantes, em face da omissão do Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mis-
estatuto, possui caráter subsidiário, devendo prevalecer a ter que a reforma:
vontade dos associados, desde que seja contemplada enti- I - seja deliberada por 2/3 dos competentes para gerir e repre-
dade que persiga fins não econômicos. sentar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
CAPÍTULO III III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo
DAS FUNDAÇÕES máximo de 45 dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Pú-
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escri- blico a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do inte-
tura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, es- ressado.
pecificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a ma-
neira de administrá-la. Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por vota-
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para ção unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o
fins de: estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê
I – assistência social; ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 dias.
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artísti-
co; Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que
III – educação; visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do
IV – saúde; Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a ex-
V – segurança alimentar e nutricional; tinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e pro- contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
moção do desenvolvimento sustentável; designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alter-
nativas, modernização de sistemas de gestão, produção e di- TÍTULO III
vulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; Do Domicílio
DIA 3 / 9
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabe- Marinha/Aeronáutica Sede do comando
lece a sua residência com ânimo definitivo.
Marítimo Onde o navio estiver matriculado
JDC408 Para efeitos de interpretação da expressão “domicílio” Preso Onde cumpre a sentença
do art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
deve ser considerada, nas hipóteses de litígio internacional Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangei-
relativo a criança ou adolescente, a residência habitual des- ro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o
tes, pois se trata de situação fática internacionalmente aceita e seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no
conhecida. último ponto do território brasileiro onde o teve.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especifi-
onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qual- car domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obriga-
quer delas. ções deles resultantes (domicílio de eleição)
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por tar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do
outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. caso.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa des- Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os
truição imediata da própria substância, sendo também consi- frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
derados tais os destinados à alienação.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessá-
Seção IV rias.
Dos Bens Divisíveis § 1o São VOLUPTUÁRIAS as de mero deleite ou recreio, que
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alte- não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem
ração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou mais agradável ou sejam de elevado valor.
prejuízo do uso a que se destinam. § 2o São ÚTEIS as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São NECESSÁRIAS as que têm por fim conservar o bem ou
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisí- evitar que se deteriore.
veis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou
Seção V acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprie-
Dos Bens Singulares e Coletivos tário, possuidor ou detentor.
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consi-
deram de per si, independentemente dos demais. CAPÍTULO III
Dos Bens Públicos
Art. 90. Constitui UNIVERSALIDADE DE FATO a pluralidade de Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes
bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros
destinação unitária. são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem
ser objeto de relações jurídicas próprias. JDC287 O critério da classificação de bens indicado no art.
98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens pú-
JDC288 A pertinência subjetiva não constitui requisito im- blicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem perten-
prescindível para a configuração das universalidades de fato cente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à
e de direito. prestação de serviços públicos
Art. 91. Constitui UNIVERSALIDADE DE DIREITO o complexo de Art. 99. São bens públicos:
relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômi- I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,
co. ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados
Pluralidade de bens singulares a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
UNIVERSALIDADE DE FATO que, pertinentes à mesma pes- territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
soa, tenham destinação unitá- III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas ju-
ria rídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,
de cada uma dessas entidades.
UNIVERSALIDADE Complexo de relações jurídicas, Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se
DE DIREITO de uma pessoa, dotadas de va- dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito
lor econômico público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m
a cumprir decisão em seu lugar.
+ indenização + honorários advocatícios + despesas
ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé
REVERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA
Não cumprir com exatidão as Praticar inovação ilegal no
decisões jurisdicionais e criar estado de fato de bem ou di-
embaraços à sua efetivação reito litigioso. Seção III
Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas
Aplicação de multa de até 20% v.c Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justi-
Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m ça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem
ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento,
Não aplicação aos advogados públicos ou privados, DP e MP. desde o início até a sentença final ou, na execução, até a ple-
na satisfação do direito reconhecido no título.
Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos § 1o Incumbe ao AUTOR adiantar as despesas relativas a ato cuja
membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do
qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fis-
ofensivas nos escritos apresentados. cal da ordem jurídica.
§ 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifesta- § 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as des-
das oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não pesas que antecipou.
as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
§ 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do
que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de
ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor processo PRESTARÁ CAUÇÃO suficiente ao pagamento das
das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte inte- custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas
ressada. ações que propuser, se não tiver no Brasil bens IMÓVEIS que
lhes assegurem o pagamento.
Seção II § 1o NÃO SE EXIGIRÁ A CAUÇÃO de que trata o caput:
Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado in-
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de ternacional de que o Brasil faz parte;
má-fé como autor, réu ou interveniente. II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumpri-
mento de sentença;
Art. 80. Considera-se LITIGANTE DE MÁ-FÉ aquele que: III - na reconvenção.
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei § 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a ga-
ou fato incontroverso; rantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando
II - alterar a verdade dos fatos; seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em ga-
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; rantia e a importância do reforço que pretende obter.
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do proces-
so; JDPC4 A entrada em vigor de acordo ou tratado internacio-
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou nal, que estabeleça dispensa da caução prevista no art. 83, §
ato do processo; 1º, I, do CPC, impõe a liberação da caução previamente pres-
VI - provocar incidente manifestamente infundado; tada.
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protela-
tório.
Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante
indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a
de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior
diária de testemunha.
a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários ad-
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
vocatícios e com todas as despesas que efetuou.
advogado do vencedor (honorários de sucumbência).
§ 1o Quando forem 2 ou mais os litigantes de má-fé, o juiz conde-
§ 1o São DEVIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS na reconven-
nará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa
ção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na
ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumu-
contrária.
lativamente.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% e o
poderá ser fixada em até 10 vezes o valor do salário-mínimo.
máximo de 20% sobre o valor da condenação, do proveito eco-
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja
nômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedi-
atualizado da causa, atendidos:
mento comum, nos próprios autos.
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ III - a natureza e a importância da causa;
Aplicação de multa de >1% < 10% v.c IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para
o seu serviço.
DIA 3 / 13
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos mento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal,
honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV para todos os efeitos legais.
do § 2o e os seguintes percentuais: § 14. Os honorários constituem direito do advogado e TÊM
I - mínimo de 10 e máximo de 20% sobre o valor da condena- NATUREZA ALIMENTAR, com os mesmos privilégios dos crédi-
ção ou do proveito econômico obtido até 200 salários-mínimos; tos oriundos da legislação do trabalho, sendo VEDADA a com-
II - mínimo de 8 e máximo de 10% sobre o valor da condenação pensação em caso de sucumbência parcial.
ou do proveito econômico obtido acima de 200 salários-míni- § 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorá-
mos até 2.000 salários-mínimos; rios que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de ad-
III - mínimo de 5 e máximo de 8% sobre o valor da condenação vogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipó-
ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 salários-míni- tese o disposto no § 14.
mos até 20.000 salários-mínimos; § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os
IV - mínimo de 3 e máximo de 5% sobre o valor da condenação juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado
ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 salários- da decisão.
mínimos até 100.000 salários-mínimos; § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar
V - mínimo de 1 e máximo de 3% sobre o valor da condenação em causa própria.
ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 salários- § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao
mínimos. direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma
§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o: para sua definição e cobrança.
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplica- § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de su-
dos desde logo, quando for líquida a sentença; cumbência, nos termos da lei.
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual,
nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando FPPC7. (art. 85, § 18; art. 1.026, § 3º, III) O pedido, quando omi-
liquidado o julgado; tido em decisão judicial transitada em julgado, pode ser ob-
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível jeto de ação autônoma.
mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em hono- FPPC8. (arts. 85, § 18, 1.026, § 3º, III) Fica superado o enunciado
rários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; 453 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC (“Os ho-
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada norários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada
sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação
liquidação. própria”).
§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda FPPC239. (arts. 85, caput, 334, 335) Fica superado o enunciado
Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o va- n. 472 da súmula do STF (“A condenação do autor em honorá-
lor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3 o, a fi- rios de advogado, com fundamento no art. 64 do Código de
xação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, Processo Civil, depende de reconvenção”), pela extinção da no-
naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessiva- meação à autoria.
mente. FPPC240. (arts. 85, § 3º, e 910) São devidos honorários nas
§ 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se in- execuções fundadas em título executivo extrajudicial contra
dependentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclu- a Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do § 3º do art.
sive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolu- 85.
ção de mérito. FPPC241. (art. 85, caput e § 11). Os honorários de sucumbên-
§ 7o NÃO SERÃO DEVIDOS honorários no cumprimento de cia recursal serão somados aos honorários pela sucumbên-
sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de cia em primeiro grau, observados os limites legais
precatório, desde que não tenha sido impugnada. FPPC242. (art. 85, § 11). Os honorários de sucumbência recursal
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito são devidos em decisão unipessoal ou colegiada
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, FPPC243. (art. 85, § 11). No caso de provimento do recurso de
o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em pri-
observando o disposto nos incisos do § 2o. meiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência recursal
§ 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o per- FPPC244. (art. 85, § 14) Ficam superados o enunciado 306 da sú-
centual de honorários incidirá sobre a soma das prestações venci- mula do STJ (“Os honorários advocatícios devem ser compensa-
das acrescida de 12 prestações vincendas. dos quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direi-
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos to autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a
por quem deu causa ao processo. legitimidade da própria parte”) e a tese firmada no REsp Repeti-
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fi- tivo n. 963.528/PR, após a entrada em vigor do CPC, pela ex-
xados anteriormente levando em conta o trabalho adicional rea- pressa impossibilidade de compensação
lizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto FPPC384. (art. 85, §19) A lei regulamentadora não poderá su-
nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fi- primir a titularidade e o direito à percepção dos honorários
xação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultra- de sucumbência dos advogados públicos
passar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2 o e 3o para FPPC621. (arts.85, §14, 771, 833, § 2º) Ao cumprimento de sen-
a fase de conhecimento. tença do capítulo relativo aos honorários advocatícios, aplicam-
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas se as hipóteses de penhora previstas no §2º do art. 833, em ra-
e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. zão da sua natureza alimentar.
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à exe- JDPC5 Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão par-
cução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumpri-
DIA 3 / 14
cial fundada no art. 485 do CPC, condenar-se-á proporcional- nas à fase de conhecimento.
mente o vencido a pagar honorários ao advogado do vence-
dor, nos termos do art. 85 do CPC. Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requeri-
JDPC6 A fixação dos honorários de sucumbência por aprecia- mento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defen-
ção equitativa só é cabível nas hipóteses previstas no § 8º soria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
do art. 85 do CPC. § 1o As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministé-
JDPC7 A ausência de resposta ao recurso pela parte contrá- rio Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas
ria, por si só, não tem o condão de afastar a aplicação do por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter
disposto no art. 85, § 11, do CPC. os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
JDPC8 Não cabe majoração de honorários advocatícios em § 2o Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro
agravo de instrumento, salvo se interposto contra decisão para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no
interlocutória que tenha fixado honorários na origem, res- exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo
peitados os limites estabelecidos no art. 85, §§ 2º, 3º e 8º, do se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente públi-
CPC co.
CJF 118: É cabível a fixação de honorários advocatícios na ação
de produção antecipada de provas na hipótese de resistência Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir senten-
da parte requerida na produção da prova. ça sem resolver o mérito, o autor não poderá propor nova-
mente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e
Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão os honorários a que foi condenado.
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for neces-
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos sária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do
honorários. Ministério Público ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem
justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição.
Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os venci-
dos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos hono- Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado
rários. ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver
§ 1o A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma exercido no processo.
expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das
verbas previstas no caput. Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técni-
§ 2o Se a distribuição de que trata o § 1 o não for feita, os vencidos co que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte
responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários. que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia
for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes.
Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despe- § 1o O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo paga-
sas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os inte- mento dos honorários do perito deposite em juízo o valor corres -
ressados. pondente.
§ 2o A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo
Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados será corrigida monetariamente e paga de acordo com o art. 465, §
pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões. 4o .
§ 3o Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser:
renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os ho- I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente pú-
norários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reco- blico e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão
nheceu. público conveniado;
§ 1o Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do
a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será pro- Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por
porcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela
se desistiu. do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho
§ 2o Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto Nacional de Justiça.
às despesas, estas serão divididas igualmente. § 4o Na hipótese do § 3o, o juiz, após o trânsito em julgado da de-
§ 3o Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam cisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra
dispensadas do pagamento das custas processuais remanes- quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas proces-
centes, se houver. suais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou
§ 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultane- com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão pú-
amente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os ho- blico, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das
norários serão reduzidos pela metade. despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto no
art. 98, § 2o.
§ 5o Para fins de aplicação do § 3 o, É VEDADA a utilização de re-
JDPC9 Aplica-se o art. 90, § 4º, do CPC ao reconhecimento da
cursos do fundo de custeio da Defensoria Pública.
procedência do pedido feito pela Fazenda Pública nas ações re-
lativas às prestações de fazer e de não fazer.
JDPC10 O benefício do § 4º do art. 90 do CPC aplica-se ape- FPPC622. (arts.95, §4º e 98, §§2º, 3º e 7º) A execução prevista no
DIA 3 / 15
§4º do art. 95 também está sujeita à condição suspensiva de autônoma para sua definição e cobrança.”
exigibilidade prevista no §3º do art. 98. Dessa forma, mesmo não tendo havido condenação em honorá-
rios advocatícios e ainda que a sentença tenha transitado em
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé RE- julgado, é possível a propositura de ação autônoma para sua
VERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA, e o valor das definição e cobrança.
sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à Súmula 462-STJ: Nas ações em que representa o Fundo de Ga-
União. rantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Caixa Econômica Federal
(CEF) não está isenta de reembolsar as custas pela parte ven-
Art. 97. A União e os Estados podem criar fundos de moderniza- cedora.
ção do Poder Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das Súmula 488-STJ: O parágrafo 2º do art. 6º da Lei 9.469/97, que
sanções pecuniárias processuais destinadas à União e aos Esta- obriga à repartição dos honorários advocatícios, é inaplicável a
dos, e outras verbas previstas em lei. acordos ou transações celebrados em data anterior à sua vigên-
cia.
SÚMULAS SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
E DESPESAS PROCESSUAIS JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
STF EDIÇÃO N. 128: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - I
1) O marco temporal para a aplicação das normas do Código de
Súmula vinculante 47-STF: Os honorários advocatícios incluí-
Processo Civil de 2015, a respeito da fixação e da distribuição
dos na condenação ou destacados do montante principal devi-
dos honorários de sucumbência, É A DATA DA PROLAÇÃO DE
do ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar
SENTENÇA/ACÓRDÃO que as impõe.
cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou re-
2) Não se aplica a regra do art. 85, § 2º, do CPC/2015,
quisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita
direcionada ao arbitramento dos honorários advocatícios
aos créditos dessa natureza.
sucumbenciais, na hipótese em que a sentença tiver sido
Súmula 257-STF: São cabíveis honorários de advogado na ação
proferida na vigência do antigo diploma processual civil.
regressiva do segurador contra o causador do dano.
3) É inviável o arbitramento de honorários advocatícios de
Súmula 450-STF: São devidos honorários de advogado sempre
sucumbência, diretamente pelo Superior Tribunal de Justiça -
que vencedor o beneficiário de justiça gratuita.
STJ, com base no art. 85 do Código de Processo Civil de 2015,
Súmula 616-STF: É permitida a cumulação da multa contratual
sob pena de configurar supressão de grau de jurisdição e de
com os honorários de advogado, após o advento do Código de
desvirtuar a competência recursal da Corte.
Processo Civil vigente.
4) Somente nos recursos interpostos contra decisão
STJ publicada a partir de 18 de março de 2016 será possível o
arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na
Súmula 14-STJ: Arbitrados os honorários advocatícios em per-
forma do art. 85, § 11, do NCPC.
centual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a
5) O § 11 do art. 85 do CPC/2015, que disciplinou a hipótese de
partir do respectivo ajuizamento.
majoração da verba honorária em grau de recurso, tem
Súmula 201-STJ: Os honorários advocatícios não podem ser fi-
dupla funcionalidade: atender à justa remuneração do
xados em salários-mínimos.
patrono pelo trabalho adicional na fase recursal e inibir o
Súmula 232-STJ: A Fazenda Pública, quando parte no proces-
exercício abusivo do direito de recorrer.
so, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorá-
6) Os honorários recursais não têm autonomia nem existência
rios do perito.
independente da sucumbência fixada na origem e
Súmula 326-STJ: Na ação de indenização por dano moral, a
representam um acréscimo ao ônus estabelecido
condenação em montante inferior ao postulado na inicial não
previamente, motivo por que na hipótese de descabimento ou
implica sucumbência recíproca.
de ausência de fixação anterior, não haverá falar em honorários
Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatícios pela Fa-
recursais.
zenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida
7) Para a majoração de honorários advocatícios na instância
em ações coletivas, ainda que não embargadas.
recursal, não é exigível a comprovação de trabalho adicional
Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à
do advogado, que será considerado apenas para a
Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica
quantificação de tal verba.
de direito público à qual pertença.
8) Os honorários recursais incidem apenas quando houver a
STF - Após as ECs 45/2004, 74/2013 e 80/2014, passou a ser
instauração de novo grau recursal e não a cada recurso
permitida a condenação do ente federativo em honorários
interposto no mesmo grau de jurisdição.
advocatícios em demandas patrocinadas pela Defensoria Pú-
9) Os honorários recursais de que trata o art. 85, § 11, do
blica, diante de autonomia funcional, administrativa e orça-
CPC/2015, são aplicáveis tanto nas hipóteses de não
mentária da Instituição. STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel. Min.
conhecimento integral quanto de não provimento do
Gilmar Mendes, julgado em 30/06/2017
recurso.
Súmula 453-STJ: Os honorários sucumbenciais, quando omiti-
11) O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do
dos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados
entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo que
em execução ou em ação própria.
são devidos honorários advocatícios nos procedimentos
Superada, em parte, com o novo CPC. • Vide o art. 85, § 18 do
individuais de cumprimento de sentença decorrente de ação
CPC 2015: “Caso a decisão transitada em julgado seja omissa
coletiva, ainda que não impugnados e promovidos em
quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação
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litisconsórcio. (Tese julgada sob o rito do art. 1.039 do A gratuidade da justiça passou a poder ser concedida a
CPC/2015 - TEMA 973) estrangeiro não residente no Brasil após a entrada em vigor do
CPC/2015. STJ. Corte Especial. Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe
EDIÇÃO N. 129: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - II
Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 622).
1) Os honorários advocatícios têm natureza alimentar, sendo
possível a penhora de verbas remuneratórias para o seu pa- § 1o A gratuidade da justiça compreende:
gamento. I - as taxas ou as custas judiciais;
2) O § 8º do art. 85 do Código de Processo Civil de 2015 II - os selos postais;
transmite regra excepcional, de aplicação subsidiária, em que se III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispen-
permite a fixação dos honorários sucumbenciais por critério de sando-se a publicação em outros meios;
equidade, para as hipóteses em que, havendo ou não IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada,
condenação: receberá do empregador salário integral, como se em serviço esti-
(I) o proveito econômico obtido pelo vencedor seja inestimável vesse;
ou irrisório; ou V - as despesas com a realização de exame de código genético -
(II) o valor da causa seja muito baixo. DNA e de outros exames considerados essenciais;
3) Não é possível a compensação de honorários advocatícios VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do
quando a sua fixação ocorrer na vigência do CPC/2015 - art. intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão
85, § 14. em português de documento redigido em língua estrangeira;
4) A majoração da verba honorária sucumbencial recursal, VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando
prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, pressupõe a existência exigida para instauração da execução;
cumulativa dos seguintes requisitos: VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso,
a) decisão recorrida publicada a partir de 18.03.2016, data de para propositura de ação e para a prática de outros atos proces-
entrada em vigor do novo Código de Processo Civil; suais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
b) recurso não conhecido integralmente ou não provido, IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em de-
monocraticamente ou pelo órgão colegiado competente; e corrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato
c) condenação em honorários advocatícios desde a origem notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continui-
no feito em que interposto o recurso. dade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedi-
5) Quando devida a verba honorária recursal, mas, por omissão, do.
o relator deixar de aplicá-la em decisão monocrática, poderá o § 2o A concessão de gratuidade NÃO AFASTA a responsabilida-
colegiado arbitrá-la ex officio, por se tratar de matéria de de do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorá-
ordem pública, que independe de provocação da parte. rios advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
6) O recurso interposto pelo vencedor para ampliar a § 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua su-
condenação - que não seja conhecido, rejeitado ou desprovido - cumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
não implica honorários de sucumbência recursal para a parte somente poderão ser executadas se, nos 5 anos subsequentes
contrária. ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor de-
7) Por critério de simetria, não é cabível a condenação da monstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios em recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-
favor do Ministério Público nos autos de ação civil pública se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
ou de ação coletiva, salvo comprovada má-fé. § 4o A concessão de gratuidade não afasta o dever de o benefi-
8) São devidos honorários advocatícios nas reclamações ciário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam im-
julgadas a partir da vigência do Código de Processo Civil de postas.
2015, quando angularizada a relação processual. § 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou
10) São devidos honorários advocatícios no cumprimento de a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual
sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no
para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do curso do procedimento.
advogado da parte executada. (Súmula n. 517/STJ) § 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcela-
11) Não é possível a modificação do valor de verba mento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adian-
honorária fixada em sentença transitada em julgado, sob tar no curso do procedimento.
pena de ofensa à coisa julgada. § 7o Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3o a 5o, ao custeio dos
12) São devidos honorários advocatícios sucumbenciais pelo emolumentos previstos no § 1o, inciso IX, do presente artigo, ob-
exequente em virtude do acolhimento total ou parcialmente de servada a tabela e as condições da lei estadual ou distrital respec-
exceção de pré-executividade. tiva.
13) Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição in- § 8o Na hipótese do § 1o, inciso IX, havendo dúvida fundada
devida deve arcar com os honorários advocatícios. (Súmula n. quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a conces-
303/STJ) são de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato,
pode requerer, ao juízo competente para decidir questões nota-
riais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou
Seção IV
a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6o deste
Da Gratuidade da Justiça
artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 dias,
Art. 98. A pessoa natural ou JURÍDICA, brasileira ou ESTRAN-
manifestar-se sobre esse requerimento.
GEIRA, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei. FPPC623. (art.98, §1º, VIII e §4º) O deferimento de gratuidade de
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DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (PPL) de autorizada, permanecendo recolhido durante o período notur-
Reclusão e detenção no e nos dias de folga.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime praticar fato definido como crime DOLOSO, se frustrar os fins
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a re- da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativa-
gime fechado. mente aplicada.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento Regime especial
de segurança máxima ou média; Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrí- próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua con-
cola, industrial ou estabelecimento similar; dição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capí-
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado tulo.
ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executa- Direitos do preso
das em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o
transferência a regime mais rigoroso: respeito à sua integridade física e moral.
a) o condenado a pena superior a 8 anos deverá começar a
cumpri-la em regime fechado; Trabalho do preso
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a Art. 39 - O trabalho do preso será SEMPRE remunerado,
4 anos e não exceda a 8, poderá, desde o princípio, cumpri-la sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou in- Legislação especial
ferior a 4 anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos
aberto. arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres e
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e corresponden-
art. 59 deste Código (circunstâncias judiciais). tes sanções.
§ 4o O condenado por crime contra a administração públi-
ca terá a progressão de regime do cumprimento da pena condi- Superveniência de doença mental
cionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental
produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiqui-
átrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumpri- Detração
mento da pena, a exame criminológico de classificação para Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
individualização da execução. medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diur- ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de interna-
no e a isolamento durante o repouso noturno. ção em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anteri-
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabeleci- or.
mento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores
do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. SEÇÃO II
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fecha- DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (PRD)
do, em serviços ou obras públicas. Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
Regras do regime semi-aberto I (PP) - prestação pecuniária;
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, II (PBV)- perda de bens e valores;
(exame criminológico de classificação para individualização da III (LFS)- limitação de fim de semana.
execução) ao condenado que inicie o cumprimento da pena em IV (PSC) - prestação de serviço à comunidade ou a entida-
regime semi-aberto. des públicas;
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum du- V (ITD)- interdição temporária de direitos;
rante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabe-
lecimento similar. Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a fre- substituem as privativas de liberdade, quando:
qüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução I – aplicada pena privativa de liberdade (PPL) não superior
de segundo grau ou superior. a 4 anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
Regras do regime aberto crime for culposo;
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e sen- II – o réu não for reincidente em crime doloso;
so de responsabilidade do condenado. III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem personalidade do condenado, bem como os motivos e as circuns-
vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra ativida-
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tâncias indicarem que essa substituição seja suficiente (circuns- pendente o efetivo trânsito em EREsp 1.619.087-SC, julgado
tâncias judiciais favoráveis) julgado do processo, não em 14/6/2017 (Info 609).
§ 2o Na condenação igual ou inferior a 1 ano, a substituição ofende o princípio constituci-
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direi- onal da presunção de inocên-
tos; se superior a 1 ano, a pena privativa de liberdade pode ser cia. STF. 1ª Turma. HC 141978
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por AgR, julgado em 23/06/2017.
2 restritivas de direitos. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a me- Conversão das penas restritivas de direitos
dida seja socialmente recomendável e a reincidência não se te- Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo ante-
nha operado em virtude da prática do mesmo crime (não seja rior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
reincidente específico) § 1o A PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA consiste no pagamento
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública
de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz,
da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários
a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventu-
direitos, respeitado o saldo mínimo de 30 dias de detenção ou al condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os
reclusão. beneficiários.
Em caso de descumprimento injustificado da pena restritiva § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do
de direitos (ex: prestação pecuniária), o CP prevê, como conse- beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação
quência, a reconversão da pena restritiva de direitos em pri- de outra natureza.
vativa de liberdade. Logo, o juiz não deve decretar o arresto § 3o A PERDA DE BENS E VALORES pertencentes aos conde-
dos bens do condenado como forma de cumprimento forçado nados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do
da pena substitutiva. A possibilidade de reconversão da pena já Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o
é a medida que, por força normativa, atribui coercividade à que for maior – o montante do prejuízo causado ou do pro-
pena restritiva de direitos. STJ. 6ª Turma. REsp 1699665-PR, Rel. vento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 07/08/2018 prática do crime.
(Info 631).
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
A reconversão da pena restritiva de direitos em pena privativa
Art. 46. A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou a
de liberdade depende da ocorrência dos requisitos legais (des-
entidades públicas é aplicável às condenações superiores a 6
cumprimento das condições impostas pelo juiz da condenação),
meses de privação da liberdade.
não cabendo ao condenado, que nem sequer iniciou o cumpri-
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades
mento da pena, escolher ou decidir a forma como pretende
públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condena-
cumprir a sanção, pleiteando aquela que lhe parece mais cômo-
do.
da ou conveniente. STJ. 6ª Turma. REsp 1524484-PE, Rel. Min.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em enti-
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/5/2016 (Info 584).
dades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabe-
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, lecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conver- § 3o As tarefas a que se refere o § 1 o serão atribuídas confor-
são, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado me as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de
cumprir a pena substitutiva anterior. 1 hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não
prejudicar a jornada normal de trabalho.
Crime doloso: PPL não superior a 4 anos + § 4o Se a pena substituída for superior a 1 ano, é facultado
crime cometido sem violência ou grave ame- ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art.
aça à pessoa 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fi-
xada.
Crime culposo: qualquer que seja a PPL apli-
Conversão PPL
cada
em PRD Interdição temporária de direitos
Não reincidente em crime doloso Art. 47 - As penas de INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DI-
OBS: Mesmo reincidente, o juiz pode substi- REITOS são:
tuir se a medida for socialmente recomenda- I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pú-
da e não seja reincidente específico blica, bem como de mandato eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício
Circunstâncias judiciais favoráveis
que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização
do poder público;
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE PRD III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir
veículo (revogado tacitamente pelo CTB)
STF STJ
IV – proibição de frequentar determinados lugares.
A execução provisória de Não é possível a execução da V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
pena restritiva de direitos im- pena restritiva de direitos an- exame públicos.
posta em condenação de se- tes do trânsito em julgado da
gunda instância, ainda que condenação. STJ. 3ª Seção.
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I - pela parte interessada; apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pes-
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer soa idônea e assinar termo de responsabilidade.
dos juízos em dissídio;
III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa. Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os
proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu pa-
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, rágrafo.
e a parte interessada, sob a de requerimento, darão parte escrita
e circunstanciada do conflito, perante o tribunal competente, ex- Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, de-
pondo os fundamentos e juntando os documentos comprobató- corrido o prazo de 90 dias, após transitar em julgado a sen-
rios. tença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a perda, em
§ 1o Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais pode- favor da União, das coisas apreendidas (art. 74, II, a e b do
rão suscitá-lo nos próprios autos do processo. Código Penal) e ordenará que sejam vendidas em leilão público.
§ 2o Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Te-
poderá determinar imediatamente que se suspenda o anda- souro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-
mento do processo. fé.
§ 3o Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requi-
sitará informações às autoridades em conflito, remetendo-lhes Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se
cópia do requerimento ou representação. dentro no prazo de 90 dias, a contar da data em que transitar
§ 4o As informações serão prestadas no prazo marcado pelo em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os
relator. objetos apreendidos não forem reclamados ou não pertence-
§ 5o Recebidas as informações, e depois de ouvido o procu- rem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à
rador-geral, o conflito será decidido na primeira sessão, salvo se a disposição do juízo de ausentes.
instrução do feito depender de diligência.
§ 6o Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remeti- Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da
das, para a sua execução, às autoridades contra as quais tiver sido União for decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o
levantado o conflito ou que o houverem suscitado. disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou reco-
lhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação.
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória,
restabelecerá a sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer CAPÍTULO VI
dos juízes ou tribunais inferiores. DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
CAPÍTULO V (Medidas cautelares de natureza patrimonial)
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS Art. 125. Caberá o SEQUESTRO dos bens imóveis, adquiri-
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as dos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já
coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto inte- tenham sido transferidos a terceiro.
ressarem ao processo.
Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existên-
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do cia de INDÍCIOS veementes da PROVENIÊNCIA ILÍCITA dos
Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de bens.
transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao
lesado ou a terceiro de boa-fé. Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Pú-
blico ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ORDE- policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do pro-
NADA PELA AUTORIDADE POLICIAL ou juiz, mediante termo cesso ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.
nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do
reclamante. Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua ins-
§ 1o Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição au- crição no Registro de Imóveis.
tuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente o prazo de
5 dias para a prova. Em tal caso, SÓ O JUIZ CRIMINAL poderá Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá
decidir o incidente. embargos de terceiro.
§ 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só a
autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem apreendidas Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado:
em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens
provar o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante, sido adquiridos com os proventos da infração;
tendo um e outro 2 dias para arrazoar. II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferi-
§ 3o Sobre o pedido de restituição será SEMPRE ouvido o dos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de
Ministério Público. boa-fé.
§ 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão
dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o nesses embargos antes de passar em julgado a sentença con-
depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio tercei- denatória.
ro que as detinha, se for pessoa idônea.
§ 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão Art. 131. O sequestro será levantado:
avaliadas e levadas a leilão público, depositando-se o dinheiro
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I - se a ação penal não for intentada no prazo de 60 dias, § 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente dete-
contado da data em que ficar concluída a diligência; rioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do art. 120.
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, § 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos re-
prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, cursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de
II, b, segunda parte, do Código Penal; sua família.
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o
réu, por sentença transitada em julgado. Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do ar-
resto correrão em auto apartado.
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se,
verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados
medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro. ficarão sujeitos ao regime do processo civil.
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcança-
juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a rão também as despesas processuais e as penas pecuniárias,
avaliação e a venda dos bens em leilão público. tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Te-
souro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa- Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipote-
fé. ca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada
extinta a punibilidade.
Art. 134. A HIPOTECA LEGAL sobre os imóveis do indiciado
poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do pro- Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas
cesso, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda
da autoria. Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória,
em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e desig- serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cí-
nará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especial- vel (art. 63).
mente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramen-
to do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imó- Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Minis-
veis. tério Público poderão requerer no juízo cível, contra o responsá-
§ 1o A petição será instruída com as provas ou indicação das vel civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137.
provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com a
relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para pre-
além dos indicados no requerimento, e com os documentos com- servação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a
probatórios do domínio. qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando
§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a avalia- houver dificuldade para sua manutenção.
ção dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo § 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.
juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a § 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação
consulta dos autos do processo respectivo. judicial ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela
§ 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de 2 dias, que corre- administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10 dias
rá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor da respon- contados da realização do primeiro, podendo os bens ser aliena-
sabilidade, se lhe parecer excessivo ou deficiente. dos por valor não inferior a 80% do estipulado na avaliação ju-
§ 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do dicial.
imóvel ou imóveis necessários à garantia da responsabilidade. § 3o O produto da alienação ficará depositado em conta vincula-
§ 5o O valor da responsabilidade será liquidado definiti- da ao juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua
vamente após a condenação, podendo ser requerido novo arbi- conversão em renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no
tramento se qualquer das partes não se conformar com o arbitra- caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua devolu-
mento anterior à sentença condenatória. ção ao acusado.
§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou § 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive
em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emiti-
o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipo- dos como ordem de pagamento, o juízo determinará a conversão
teca legal. do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o de-
pósito das correspondentes quantias em conta judicial.
Art. 136. O ARRESTO do imóvel poderá ser decretado de § 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou aerona-
início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 dias não for ves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente ór-
promovido o processo de inscrição da hipoteca legal. gão de registro e controle a expedição de certificado de registro e
licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do pa-
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo
possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens mó- de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
veis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hi- § 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das socieda-
poteca legal dos imóveis. des e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cota-
DIA 3 / 23
ção oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do cura-
oficial. dor.
prevista no art. 155, § 4º, I, do Código Penal, está condicionada 8) É desnecessária a realização de perícia para a identificação
à comprovação por laudo pericial, salvo em caso de de voz captada nas interceptações telefônicas, salvo quando
desaparecimento dos vestígios, quando a prova testemunhal, a houver dúvida plausível que justifique a medida.
confissão do acusado ou o exame indireto poderão lhe suprir a 9) É necessária a realização do exame de corpo de delito para
falta. comprovação da materialidade do crime quando a conduta
6) É válido e revestido de eficácia probatória o testemunho deixar vestígios, entretanto, o laudo pericial será substituído
prestado por policiais envolvidos em ação investigativa ou por outros elementos de prova na hipótese em que as evidên-
responsáveis por prisão em flagrante, quando estiver em cias tenham desaparecido ou que o lugar se tenha tornado im-
harmonia com as demais provas dos autos e for colhido sob próprio ou, ainda, quando as circunstâncias do crime não permi-
o crivo do contraditório e da ampla defesa. tirem a análise técnica.
7) O reconhecimento fotográfico do réu, quando ratificado em 10) O laudo toxicológico definitivo é imprescindível para a con-
juízo, sob a garantia do contraditório e ampla defesa, pode servir figuração do crime de tráfico ilícito de entorpecentes, sob
como meio idôneo de prova para fundamentar a condenação. pena de se ter por incerta a materialidade do delito e, por conse-
8) A folha de antecedentes criminais é documento hábil e guinte, ensejar a absolvição do acusado.
suficiente a comprovar os maus antecedentes e a 11) É possível, em situações excepcionais, a comprovação da
reincidência, não sendo necessária a apresentação de materialidade do crime de tráfico de drogas pelo laudo de
certidão cartorária. constatação provisório, desde que esteja dotado de certeza
10) O registro audiovisual de depoimentos colhidos no âmbito idêntica à do laudo definitivo e que tenha sido elaborado
do processo penal dispensa sua degravação ou transcrição, por perito oficial, em procedimento e com conclusões equi-
em prol dos princípios da razoável duração do processo e da ce- valentes.
leridade processual, salvo comprovada demonstração de neces- 12) É prescindível a apreensão e a perícia de arma de fogo para a
sidade. caracterização de causa de aumento de pena prevista no art.
157, § 2º-A, I, do Código Penal, quando evidenciado o seu em-
EDIÇÃO N. 111: PROVAS NO PROCESSO PENAL - II
prego por outros meios de prova.
1) É possível o arrolamento de testemunhas pelo assistente
de acusação (art. 271 do Código de Processo Penal), desde que
respeitado o limite de 5 pessoas previsto no art. 422 do CPP. CAPÍTULO II
2) O réu não tem direito subjetivo de acompanhar, por siste- DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL
ma de videoconferência, audiência de inquirição de testemu- Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
nhas realizada, presencialmente, perante o Juízo natural da cau- o exame de corpo de delito, direto ou indireto, NÃO PODEN-
sa, por ausência de previsão legal, regulamentar e principiológi- DO SUPRI-LO A CONFISSÃO DO ACUSADO.
ca. Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de
3) Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:
palavra da vítima possui especial relevância, desde que esteja I - violência doméstica e familiar contra mulher;
em consonância com as demais provas acostadas aos autos. II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com
4) Nos delitos praticados em ambiente doméstico e familiar, ge- deficiência.
ralmente praticados à clandestinidade, sem a presença de teste-
munhas, a palavra da vítima possui especial relevância, nota- Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão
damente quando corroborada por outros elementos probatórios realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superi-
acostados aos autos. or.
5) É possível a antecipação da colheita da prova testemunhal, § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2
com base no art. 366 do CPP, nas hipóteses em que as teste- pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior prefe-
munhas são policiais, tendo em vista a relevante probabilida- rencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
de de esvaziamento da prova pela natureza da atuação pro- técnica relacionada com a natureza do exame
fissional, marcada pelo contato diário com fatos criminosos. § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de
STF: É incabível a produção antecipada de prova testemunhal bem e fielmente desempenhar o encargo.
fundamentada na simples possibilidade de esquecimento dos § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de
fatos, sendo necessária a demonstração do risco de perecimen- acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação
to da prova a ser produzida (art. 225 do CPP). Não serve como de quesitos e indicação de assistente técnico.
justificativa a alegação de que as testemunhas são policiais res- § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão
ponsáveis pela prisão, cuja própria atividade contribui, por si só, pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo
para o esquecimento das circunstâncias que cercam a apuração pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.
da suposta autoria de cada infração penal. STF. 2ª Turma. HC § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às
130038/DF, Rel.Min. Dias Toffoli, julgado em 3/11/2015 (Info partes, quanto à perícia:
806). I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a pro-
6) Não há cerceamento de defesa quando a decisão que in- va ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de
defere oitiva de testemunhas residentes em outro país for intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam
devidamente fundamentada. encaminhados com antecedência mínima de 10 dias, podendo
7) É ilícita a prova colhida mediante acesso aos dados armaze- apresentar as respostas em laudo complementar;
nados no aparelho celular, relativos a mensagens de texto, II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pa-
SMS, conversas por meio de aplicativos (WhatsApp), e obtida receres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em au-
diretamente pela polícia, sem prévia autorização judicial. diência.
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§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probató- NHAL PODERÁ SUPRIR-LHE A FALTA (exame de corpo de delito
rio que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente indireto)
do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença
de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impos- Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame
sível a sua conservação. pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame comple-
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de mentar por determinação da autoridade policial ou judiciária,
uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido
atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de ou do acusado, ou de seu defensor.
um assistente técnico. § 1o No exame complementar, os peritos terão presente o
auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou reti -
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descre- ficá-lo.
verão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do deli-
quesitos formulados. to no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida
casos excepcionais, a requerimento dos peritos. pela prova testemunhal.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido
qualquer dia e a qualquer hora. praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente
para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos pe -
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 horas depois ritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos
do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de mor- ou esquemas elucidativos.
te, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as altera-
declararão no auto. ções do estado das coisas e discutirão, no relatório, as conse -
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o quências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
simples exame externo do cadáver, quando não houver infra-
ção penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão
precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame in- material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre
terno para a verificação de alguma circunstância relevante. que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográfi-
cas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a
autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompi-
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circuns- mento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de es-
tanciado. calada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediên- sido o fato praticado.
cia. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura,
ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inuma- Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de
ções, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do cri-
tudo constará do auto. me.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos
em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, autos e dos que resultarem de diligências.
todas as lesões externas e vestígios deixados no local do cri-
me. Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa
e o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resul-
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, tado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano
os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à eluci-
fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. dação do fato.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos,
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquiri- I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito
ção de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de será intimada para o ato, se for encontrada;
identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais II - para a comparação, poderão servir quaisquer docu-
e indicações. mentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judici-
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e au- almente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenti-
tenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis cidade não houver dúvida;
para a identificação do cadáver. III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o
exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabe-
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, lecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não
por haverem desaparecido os vestígios, a PROVA TESTEMU- puderem ser retirados;
DIA 3 / 27
IV - quando não houver escritos para a comparação ou sem que tenha sido assegurado ao investigado o direito à
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a prévia consulta a seu advogado e sem que ele tenha sido co-
pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pes- municado sobre seu direito ao silêncio e de não produzir
soa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita provas contra si mesmo.
por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa Trata-se de um “interrogatório travestido de entrevista”, ha-
será intimada a escrever. vendo violação do direito ao silêncio e à não autoincriminação.
STF. 2ª Turma. Rcl 33711/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos emprega- em 11/6/2019 (Info 944).
dos para a prática da infração, a fim de se lhes verificar a nature-
za e a eficiência.
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interro-
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos
gado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.
até o ato da diligência.
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala
própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peri-
que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do
tos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de
Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do
ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser
defensor e a publicidade do ato
feita pelo juiz deprecante.
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada,
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o inter-
transcritos na precatória.
rogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela
tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o
uma das seguintes finalidades:
laudo assinado pelos peritos.
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fun-
dada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o
de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao
II - viabilizar a participação do réu no referido ato proces-
exame, também pela autoridade.
sual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o lau-
em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
do, que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha
suas folhas por todos os peritos.
ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento
destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Códi-
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão con-
go;
signadas no auto do exame as declarações e respostas de um e
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública
de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogató-
autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a au-
rio por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 dias
toridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peri-
de antecedência.
tos.
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso
poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realiza-
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no
ção de todos os atos da audiência única de instrução e julgamen-
caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade ju-
to de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
diciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclare-
§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz ga-
cer o laudo.
rantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que
seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também ga-
se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar convenien-
rantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunica-
te.
ção entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presen-
te na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a re-
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
alização de atos processuais por sistema de videoconferência será
fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, ob-
também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do
servar-se-á o disposto no art. 19.
Brasil.
§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz
nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma
ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes,
prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo.
quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo,
CAPÍTULO III no que couber, à realização de outros atos processuais que de-
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO pendam da participação de pessoa que esteja presa, como acare-
ação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de teste-
É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o
munha ou tomada de declarações do ofendido.
investigado, durante a busca e apreensão em sua residência,
DIA 3 / 28
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acom- III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escri-
panhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. to e do mesmo modo dará as respostas.
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação so- Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escre-
bre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem al- ver, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa
guma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável habilitada a entendê-lo.
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional,
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado o interrogatório será feito por meio de intérprete.
do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz,
antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder
calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas ou não quiser assinar, tal fato será consignado no termo.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confis-
são, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo inter-
rogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: partes.
sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre
a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais,
lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente
se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual
o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condena-
ção, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares
e sociais.
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo
particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a
quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se
com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e
se teve notícia desta;
IV - as provas já apuradas
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por
inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas;
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infra-
ção, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido
apreendido;
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à
elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração;
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.