Fundamentos Da Orientação Escolar 9

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FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO ESCOLAR

Sumário
Faculdade de Minas
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3

1 – INTRODUÇÃO........................................................................................... 4

2 - ORIGEM, EVOLUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA ORIENTAÇÃO


EDUCACIONAL NO BRASIL. .................................................................................... 6

DOS DEVERES FUNDAMENTAIS ............................................................ 12


Artigo 2º - Ao Orientador Educacional é vedado: ....................................... 12
COM OS OUTROS PROFISSIONAIS ....................................................... 13
COM A INSTITUIÇÃO EMPREGADORA .................................................. 13
CONCEPÇÃO, PRINCÍPIOS E EIXOS NORTEADORES:......................... 14
3 - O ORIENTADOR EDUCACIONAL E OS ALUNOS: A CRIAÇÃO DE
ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E EXERCÍCIO DA CIDADANIA .............. 15

4 - O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA


................................................................................................................................. 17

5 - O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A COMUNIDADE: O


CONHECIMENTO DO CONTEXTO LOCAL ............................................................ 22

Funções do Orientador Educacional: ......................................................... 28


BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 30

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Faculdade de Minas

NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1 – INTRODUÇÃO
A busca pela formação integral do estudante, a integração de toda a comunidade
escolar no processo educacional do sujeito, caracteriza a amplitude do orientador
educacional. Consideramos a definição de Martins (1984) para o serviço de
Orientação Educacional, no qual se insere o Orientador Educacional:

A Orientação Educacional (OE) é um processo organizado e permanente que existe


na escola. Ela busca a formação integral dos educandos (este processo é apreciado
em todos os seus aspectos, tido como capaz de aperfeiçoamento e realização),
através de conhecimentos científicos e métodos técnicos. A Orientação Educacional
é um sistema em que se dá através da relação de ajuda entre Orientador, aluno e
demais segmentos da escola; resultado de uma relação entre pessoas, realizada de
maneira organizada que acaba por despertar no educando oportunidades para
amadurecer, fazer escolhas, se auto conhecer e assumir responsabilidades.
(MARTINS, 1984, p. 97).

Valorizar a humanização do sujeito e abrir espaço para sua autonomia são ações
fundamentais no processo da educação. Martins (1999) define a importância do
professor e traça uma postura adequada para sua função:

O educador é, sem dúvida, o elemento fundamental da comunidade educativa, pois


desempenha a missão de formar a alma do educando. Em função disso, não pode
limitar-se a um mero transmissor de conhecimento ou a ser apenas alguém que faz
da educação um meio de ganhar a vida. Antes disso, o educador deve irradiar
entusiasmo, vibrando com a ação educativa. (MARTINS, 1999, p. 136).

O Orientador Educacional está inserido em um contexto diário de conflitos escolares.


Consideramos que além da busca por garantir a efetiva aprendizagem do currículo
disciplinar da qual o aluno necessita, precisa construir uma adequada rede de
relações sociais. O Orientador, na medida do possível, deve favorecer a segurança
emocional de alunos e professores, promover o compromisso dos pais com a

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educação dos filhos, conduzir olhares e ações diferenciadas dos professores,
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resgatar o espírito de cooperação e ajuda das pessoas diretamente responsáveis pela
construção do sujeito.

Assim, Coll (2004) enfatiza que o ideal seria ampliar a rede de apoio. É na escola que
se manifestam os conflitos, porém é preciso que nela existam programas formais de
intervenção com as famílias, tendo a sociedade de ações preventivas: Uma proposta
preventiva globalizada não deveria centrar-se somente no âmbito escolar, mas teria
de incidir também no contexto social. Por essa razão, as políticas sociais que reduzem
as condições de risco (pobreza, clima de violência) e incentivam fatores geradores de
bem-estar (serviços de saúde, trabalho, proteção social, moradia digna) têm uma
relação positiva no âmbito educativo. (COLL, 2004, p. 125).

Segundo Lück (1994) o Orientador Educacional tem como ponto de vista a educação
que consegue associar conhecimento, habilidades e sentimentos na ação docente e
no currículo. Aquela que equilibra tanto as necessidades individuais quanto as do
grupo e da instituição. O Orientador, tendo a mediação entre professor e aluno como
seu principal papel, deve se fazer perceber com a articulação, com o engajamento
necessário entre o real e o desejado, com a contribuição para a organização,
dinamização e o sucesso do processo educativo. Não pode ser ouvinte passivo das
queixas dos professores, nem apontador dos conflitos familiares como causadores do
insucesso na educação. A ação do Orientador Educacional precisa resgatar a
capacidade de os professores enxergarem além do aluno-número, mas sim fazê-los
observar que recorrentes fracassos de um aluno não o caracterizam como um
incapaz. O Orientador pode promover um clima sócio afetivo com trabalhos
voluntários, práticas solidárias que transformam os envolvidos, mostrando-lhes a
possibilidade de construir uma vida produtiva em prol do outro.

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2 - ORIGEM, EVOLUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA


ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL.

A Revolução Industrial retirou muitos adultos de seus lares, afastando-os do cuidado


pessoal dos seus filhos. Com isso, os filhos, passaram a ser cuidados por terceiros.
Como a grande parte da população adulta se encontrava também ocupava nas
incipientes indústrias, a solução foi agrupar os educandos, em números cada vez
maiores, em instituições formais e especializadas, para que os pais pudessem se
dedicar às novas formas de trabalho, em novos locais.

Outro movimento importante, que teve início nos EUA a partir de 1890 e que foi se
intensificando naquele país até a década de 1930, foi a implantação da educação

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compulsória para todas as crianças. Esse movimento, que teria tido como uma das
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suas causas a intensa imigração por que passou aquele país, bem como a inserção
das crianças na vida urbana, levou uma crescente preocupação com a proteção da
população infantil. Tal preocupação teve como resultado prático a promulgação de
leis sobre o trabalho infantil e a inserção obrigatória das crianças na educação formal;
na teoria deu ensejo ao desenvolvimento de um novo ramo da Psicologia, a Psicologia
da Criança.

A consequência disso: necessidade de as escolas aumentarem sobremaneira o


número de alunos admitidos, bem como se prepararem para atender a uma
população bastante heterogênica, em termos de etnia, de classe socioeconômica, de
saúde física e também mental.

Com toda essa mudança, houve também a necessidade da existência nas escolas de
especialistas para trabalhar com os professores e na assistência aos alunos,
assistência essa que não se limitaria à área da saúde física, que poderia ser cuidada
fora os estabelecimentos de ensino.

Assim, tinha a opção de se contar com um psicólogo escolar que, dada sua formação,
mais de psicólogo que de pedagogo, se concentraria apenas nos alunos com
problemas psíquicos, aplicaria testes para detectar aqueles alunos que precisariam
de tratamento e de atendimento psicológico e detectaria alunos com necessidades
especiais, provendo, quando necessário, tratamento psicológico.

Em primeira instância, o levantamento de alunos que aparentemente teriam


problemas psicológicos poderia ser realizado por um educador especializado – por
um OE ou por um serviço de OE , conforme o tamanho de cada escola.

Esse OE seria responsável também por diferentes aspectos da vida escolar, como
os relacionamentos entre alunos e destes com a escola, com os professores e demais
funcionários, trataria ainda com os pais dos alunos, exercendo várias outras funções.

Embora a educação, desde muito tempo, sempre pressupusesse orientação, de tal


forma que, por estarem ambas intimamente associadas, ficaria difícil nessa época,
separar uma da outra ou diferenciá-las, a OE apenas surgiria, formalmente e no

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ambiente escolar após e por causa da Revolução Industrial. Nessa época, caberia à
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OE, treinar alunos para as novas formas de trabalho.

A OE, com essas novas finalidades de orientação vocacional e profissional, teve


início apenas em fins do século XIX. Ela surgiu primeiramente em São Francisco e
em Boston, nos EUA, e a seguir na França, estendendo-se mais tarde a outros países,
inclusive ao Brasil.

Como o início da OE formal confunde-se com o da OV, pode-se dizer que ela teve
suas raízes históricas com Frank Parsons, que, no início da primeira década do século
XX, apresentou uma teoria para a OV, teria essa que viria a se tornar clássica.

Segundo essa teoria, caberia à OV a tarefa de colocar o “homem certo na função


certa”. A teoria de Parsons não só se tornou bastante conhecida e difundida, como
também iria influenciar sobremaneira, e por muito tempo, a condução da OV e, por
conseguinte, a da própria OE, com ela confundida.

Para que a gente possa compreender o porquê e como se transformou a OE naquilo


que sabemos hoje, faz-se necessário resgatar seu histórico, acentuando as
transformações e a evolução histórica por ela sofrida.

Em um primeiro momento, ela assumiu um caráter totalmente pragmático,


confundindo-se com uma OV exercida em um ambiente escolar.

Em um segundo momento, ela assumiu caráter terapêutico ou corretivo. Como a


escola, pelo menos a pública, graças à Rev. Industrial e ao movimento de
escolarização compulsória, fora obrigada a abrir suas portas a todos e qualquer tipo
de aluno, começaram a despontar nela vários alunos que não se adaptavam a ela
e/ou que não conseguiam acompanhar seu nível de exigência. Passou, então, a ser
atribuída à OE a responsabilidade do esforço para o tratamento desses alunos,
visando adaptá-los ao novo ambiente escolar.

Com o crescimento do número de alunos e como começaram a surgir problemas de


comportamento inadequados semelhantes em vários deles, a OE passou de um
tratamento individualizado, de um ou de poucos alunos por vez, para outros tipos de

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estratégias mais adequadas a grupos de alunos, dentre outras, reuniões e palestras
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para alunos e para os seus responsáveis, para tratar de problemas recorrentes.

Ou seja: nesse segundo momento, a OE teve finalidade terapêutica.

Já no terceiro momento, a OE passou a ter caráter não mais apenas remediativo, mas
também preventivo. Percebeu-se que não só seria necessário como também mais
eficaz prevenir comportamentos indesejáveis do que esperar que se manifestassem
para, depois, corrigi-los.

Estimados estudantes! Esse item da nossa aula diz respeito a legislação vinculada à
profissão de Orientador Educacional e em função disso, passa a ter suma importância
para nossos estudos. Então, mãos à obra!

Foi em 1942 que a OE apareceu pela primeira vez, mencionada na legislação federal
brasileira. Ela se encontra nas chamadas Leis Orgânicas do Ensino, criadas para
cada uma das diferentes modalidades do ensino secundário existentes na ocasião.
Isto é, o ensino industrial, o secundário, o comercial e o agrícola. De acordo com tais
leis, tornava-se obrigatória a existência da OE nas escolas de ensino secundário
brasileiras, tendo sido o Brasil o primeiros pais no mundo a conter, em sua legislação,
tal obrigatoriedade. Infelizmente, entretanto, a ela não correspondeu a real
implantação da OE nas nossas escolas. Uma série de circunstâncias contribuiu para
essa situação. Entre elas, certamente, a falta de profissionais aptos para o
preenchimento das vagas que seriam abertas, por força e para o atendimento da
legislação.

A OE que aparece na legislação do ano de 1942 era restrita ao ensino médio, nas
suas diferentes modalidades. Esse fato deve ter ocorrido como resquício do caráter
de natureza profissionalizante que a OE teve nas suas origens. Nessas Leis
Orgânicas do Ensino, as primeiras em que é mencionada a OE no Brasil, esta já
aparece desvinculada da OV, com atribuições que extrapolavam aquelas restritas à
Orientação Profissional ou Vocacional, embora contivessem, dentre seus itens, um
ou dois que se referiam ao preparo ou à escolha profissional.

A existência da OE na legislação nacional ocorreu em um período curto, de menos


de três décadas, porém teve intensa e importante presença na legislação nacional. A

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orientação educacional da década de 1950 no Brasil dava ao Orientador Educacional,
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as seguintes atribuições:

- Auxiliar os alunos a conhecer as oportunidades educacionais da cidade, do Estado


e do País;

- Levar os alunos a conhecer as profissões e a compreender os problemas do


trabalho, de forma que possam preparar-se para a vida na comunidade;

- Auxiliar os alunos a realizar os seus objetivos educacionais;

- Estudar os problemas escolares que lhe forem propostos pelo diretor e pela
Congregação;

- Organizar o fichário dos alunos;

- Cooperar com os professores, no sentido da boa execução dos trabalhos escolares


e dentro de suas atribuições com o diretor;

- Velar para que o estudo, a recreação, o descanso dos alunos decorra em condições
de maior conveniência pedagógica;

- Cooperar com o bibliotecário na orientação da leitura dos alunos;

- Promover atividades extracurriculares que concorram para completar a educação


dos alunos;

- Pesquisar as causas do fracasso dos alunos no estudo, anotando os dados que


puder recolher, em visitas domiciliares à família e em entendimento com os
professores e os de sua própria observação;

- Colaborar no preparo das comemorações cívicas e solenidades da escola; -


Colaborar nos trabalhos de exames;

- Distribuir os boletins dos alunos;

- Realizar palestras e promover reuniões de estudo em classe, especialmente nas


faltas de professores;

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- Entregar ao diretor, mensalmente, sua folha de serviço e, anualmente, o relatório de
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seus trabalhos;

- Atender às solicitações do diretor, feitas no interesse do ensino.

Já em 1960, podemos citar a Lei número 4.024 (Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional) que em 1961 introduziu a OE no então chamado ensino primário.
Se tal inclusão desse grau de ensino no âmbito da OE constituiu, por um lado, um
avanço, por outro representaria um retrocesso, pelo que se deduz dos requisitos para
a formação dos Orientadores Educacionais.

No final dessa década, foi promulgada a Lei 5.564 de 21/2/1968, que teve por
finalidade, regulamentar a profissão do Orientador Educacional.

Já em 1970 a Orientação Educacional atingiu seu ápice no Brasil, tanto no que diz
respeito à legislação, quanto à movimentação dos Orientadores Educacional. Gente,
seguindo a evolução histórica, em 1980, a orientação educacional no Brasil ainda
gozava do prestígio adquirido na década anterior. As Faculdades de Educação
continuavam a formar e a habilitar novos contingentes de orientadores educacionais.
A década de 80 também ficou marcada por problemas que a OE enfrentou como:

- O não cumprimento da Lei Federal 5692/71 que tornava obrigatória a existência da


OE nas escolas.

- A não realização de concursos públicos para provimento de cargos de OE nas


escolas públicas;

- A falta de preparo adequado aos alunos de OE nos cursos de pedagogia.

- A insegurança na atuação e questionamentos de ordem ideológica e metodológica


que vinham preocupando os Orientadores Educacionais.

- A atuação de grande parte de Orientadores Educacionais nas escolas que deixava


muito a desejar.

- A maior parte dos Orientadores Educacionais não estava preparada para ministrar
as aulas de OV do componente curricular.

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A atual LDB (Lei 9394/96) não explicita a obrigatoriedade da existência da OE nas
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escolas. Embora a OE apareça mencionada explicitamente na lei, ela o é de forma
extremamente cautelosa.

DOS DEVERES FUNDAMENTAIS


Artigo 1º - São deveres fundamentais do Orientador Educacional:

a) Exercer suas funções com elevado padrão de competência, senso de


responsabilidade, zelo, discrição e honestidade;

b) Atualizar constantemente seus conhecimentos;

c) Colocar-se a serviço do bem comum da sociedade, sem permitir que prevaleça


qualquer interesse particular ou de classe;

d) Ter uma filosofia de vida que permita, pelo amor à Verdade e respeito à Justiça,
transmitir segurança e firmeza a todos aqueles com quem se relaciona
profissionalmente;

e) Respeitar os códigos sociais e expectativas morais da comunidade em que


trabalha;

f) Assumir somente a responsabilidade de tarefas para as quais esteja capacitado,


recorrendo a outros especialistas sempre que for necessário;

g) Lutar pela expansão da Orientação Educacional e defender a profissão;

h) Respeitar a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana;

i) Prestar serviços profissionais desinteressadamente em campanhas educativas e


situações de emergências, dentro de suas possibilidades.

Artigo 2º - Ao Orientador Educacional é vedado:


a) encaminhar o orientando a outros profissionais, visando fins lucrativos;

b) aceitar remuneração incompatível com a dignidade da profissão;

c) atender casos em que esteja emocionalmente envolvido, por certos fatores


pessoais ou relações íntimas;

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d) dar aconselhamento individual através da imprensa falada, escrita e/ou televisiva;
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e) desviar, para atendimento particular próprio, os casos da instituição onde trabalha;

f) favorecer, de qualquer forma, pessoa que exerça ilegalmente e, em desacordo a


este Código de Ética, a profissão de Orientador Educacional;

COM OS OUTROS PROFISSIONAIS


Artigo 11. – Desenvolver bom relacionamento com os componentes de outras
categorias profissionais.

Artigo 12. – Reconhecer os casos pertinentes aos demais campos de especialização


encaminhando-os aos profissionais competentes.

COM A INSTITUIÇÃO EMPREGADORA


Artigo 13. – Respeitar as posições filosóficas, políticas e religiosas da instituição em
que trabalha, tendo em vista o princípio constitucional de autodeterminação.

Artigo 14. – Realizar seu trabalho em conformidade com as normas propostas pela
instituição, conhecidas no ato da admissão, procurando o crescimento e a integração
de todos.

DA DIVULGAÇÃO Artigo 21. – Divulgar os resultados de investigações e experiências


quando isto importar em benefício do desenvolvimento educacional.

Artigo 22. – Observar, nas divulgações dos trabalhos científicos as seguintes normas:

a) Omitir a identificação do orientando;


b) Seguir as normas estabelecidas pelas instituições que regulam as publicações;

DA DIVULGAÇÃO E CUMPRIMENTO Artigo 23. – Divulgar este Código de Ética é


obrigação das entidades de classe.

Artigo 24. – Transmitir os preceitos deste Código de Ética aos estudantes de


Orientação Profissional é dever da das instituições responsáveis pela sua formação.

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Artigo 25. – Fazer cumprir, fiscalizar, prever e aplicar as penalidades aos infratores
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deste Código de Ética é competência exclusiva dos Conselhos Federais e Regionais
de Orientação Educacional.

Artigo 26. – Este Código de Ética entrará em vigor após a sua publicação no Diário
Oficial da União.

O que é o PPP (PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO)? Para facilitar o entendimento,


Projeto = algo que se tem a intenção de executar.

Político= ligado ao coletivo, a participação do cidadão.

Pedagógico= com fins educacionais.

CONCEPÇÃO, PRINCÍPIOS E EIXOS NORTEADORES:


O OE é um especialista em educação e membro do corpo de funcionários da escola
(comunidade escolar). Sua participação na construção do Projeto Político Pedagógico
da escola é fundamental, pois cabe ao OE participar ativamente da elaboração,
contribuindo para que o PPP seja formatado de acordo com as necessidades daquela
comunidade. Como o OE tem voz ativa dentro da escola e conhece bem os espaços,
sua colaboração pode definir o sucesso do ano letivo. Como o PPP é um documento
coletivo (como estudaremos a seguir), a participação do OE é importante, mas ele
não é o mais importante. Ele é uma peça do quebra cabeça e se faltar, ficará
incompleto. Assim como qualquer outra peça que faltar deixará uma lacuna.

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3 - O ORIENTADOR EDUCACIONAL E OS ALUNOS: A


CRIAÇÃO DE ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E
EXERCÍCIO DA CIDADANIA

A visão contemporânea de orientação educacional aponta para o aluno como centro


da ação pedagógica, cabendo ao orientador atender a todos os alunos em suas
solicitações e expectativas, não restringindo a sua atenção apenas aos alunos que
apresentam problemas disciplinares ou dificuldades de aprendizagem.

Mediador entre o aluno e o meio social, o orientador discute problemas atuais, que
fazem parte do contexto sociopolítico, econômico e cultural em que vivemos. Assim,
por meio da problematização, pode levar o aluno ao estabelecimento de relações e
ao desenvolvimento da consciência crítica.

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Para poder exercer a contento a sua função, o orientador precisa compreender o
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desenvolvimento cognitivo do aluno, sua afetividade, emoções, sentimentos, valores,
atitudes. Além disso, cabe a ele promover, entre os alunos, atividades de discussão
e informação sobre o mundo do trabalho, assessorando-os no que se refere a
assuntos que dizem respeito a escolhas.

Todas as relações que se estabelecem no cotidiano escolar, em especial o


relacionamento com os colegas, podem receber inúmeras contribuições do
profissional orientador educacional.

Como membro do corpo gestor da escola, cabe ao orientador educacional participar


da construção coletiva de caminhos para a criação de condições facilitadoras e
desejáveis ao bom desenvolvimento do trabalho pedagógico. É um profissional que
participa de todos os momentos coletivos da escola, na definição de seus rumos, na
elaboração e na avaliação de sua proposta pedagógica, nas reuniões do Conselho
de Classe, oferecendo subsídios para uma melhor avaliação do processo
educacional. Desta forma, é necessária a discussão sobre a natureza da vida escolar,
em que todos os integrantes da equipe pedagógica escolar "questionem criticamente
o currículo existente na escola, o currículo oculto, o aparelho político em todos os
níveis, a forma e o conteúdo dos textos escolares e as condições de trabalho que
caracterizam escolas específicas". (GIROUX, 1987, p. 48)

O orientador, aliado aos demais profissionais da escola e a outros pedagogos, pode


contribuir muito para a organização e a dinamização do processo educativo. É o que
dizem Giacaglia e Penteado (2002, p. 15): "participando do planejamento e da
caracterização da escola e da comunidade, o orientador educacional poderá
contribuir, significativamente, para decisões que se referem ao processo educativo
como um todo".

Cabe a ele integrar todos os segmentos que compõem a comunidade escolar:


direção, equipe técnica, professores, alunos, funcionários e famílias, visando à
construção de um espaço educativo ético e solidário.

Em que pesem as contribuições do profissional orientador educacional ao processo


educativo, muitas escolas, notadamente na rede escolar estadual paulista, não têm

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mais esse profissional na equipe, o que significa que outro profissional está
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acumulando as suas funções. Normalmente esse profissional é o coordenador
pedagógico, que, além de cumprir a sua extensa função junto aos professores,
associa a ela a função do orientador, resultando numa inadequação das duas.

O orientador educacional é o profissional encarregado da articulação entre escola e


família. Assim, cabe a ele a tarefa de contribuir para a aproximação entre as duas,
planejando momentos culturais em que a família possa estar presente, junto com seus
filhos, na escola. Cabe também ao orientador educacional a tarefa de servir de elo
entre a situação escolar do aluno e a família, sempre visando a contribuir para que o
aluno possa aprender significativamente. A perspectiva de orientação educacional
que consideramos válida não se equipara ao trabalho do psicólogo escolar, que tem
dimensão terapêutica. O papel do orientador com relação à família não é apontar
desajustes ou procurar os pais apenas para tecer longas reclamações sobre o
comportamento do filho e, sim, procurar caminhos, junto com a família, para que o
espaço escolar seja favorável ao aluno. Não cabe ao orientador a tarefa de
diagnosticar problemas e/ou dificuldades emocionais ou psicológicas e, sim, que volte
seu trabalho para os aspectos saudáveis dos alunos.

4 - O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Uma visão mais atenta nos leva a perceber a necessidade de refletir quanto a real
importância deste profissional neste aspecto. A escola é um espaço de transmissão
de conhecimento, de produção, de interação. Sendo assim, é o lugar ideal para se
educar enfatizando as diferenças, bem como levar os alunos à reflexão sobre os
direitos de cada cidadão. Neste sentido, é muito importante a execução de ações que
promovam a inclusão. Esta palavra, tão falada atualmente, tem todo um significado.
É uma nova estruturação do ensino regular que tem como principal objetivo a
construção individual de cada aluno em um ser consciente dos seus direitos, e,
portanto, um cidadão independente das suas peculiaridades. Neste processo de
construção é essencial a participação da sociedade, oferecendo boas condições de
acessibilidade para que estes indivíduos tenham oportunidades idênticas, tanto fora
quanto dentro da escola.

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Neste contexto, uma escola inclusiva deve estar preparada para atender a todos os
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indivíduos, respeitando as suas diferenças e garantindo-lhes o direito à cidadania e a
atuação na sociedade. A escola inclusiva deve ser o palco para a transformação
social destes educandos, proporcionando a oportunidade destes de obter autonomia,
através de ações pedagógicas que oportunizem a produção de novos conhecimentos.
Surge então a importância de um profissional que seja o elo garantidor da integração
entre escola e sociedade; promovendo o diálogo entre os diferentes agentes do
processo e preparando estes indivíduos para conviver em uma sociedade
diversificada e aberta as diferenças: o orientador educacional.

Igualmente, é necessário enfatizar que nossa sociedade é cenário de enormes


desigualdades, sejam elas no aspecto social, econômicos ou culturais. Logo, é
essencial que o orientador educacional trabalhe tendo em mente que a escola
inclusiva deve ter como prioridade o desenvolvimento e a integração dos alunos.
Partindo deste princípio surgem os seguintes questionamentos: A escola está
preparada para receber esses alunos, realizando a inclusão? Está disposta a buscar
novos conhecimentos que promovam a inclusão destes alunos? As respostas a estas
questões se pautam na criação de um currículo voltado para o trabalho com essas
diferenças, bem como na preparação deste profissional para lidar com este público.
É fundamental que o orientador educacional atue como mediador entre a escola e a
família, pois esta conduta irá garantir a permanência dos alunos no ambiente escolar
o tempo necessário para que haja a integração deste à comunidade escolar, e
consequentemente à sociedade. Portanto, o trabalho do orientador educacional deve
ser feito de forma consciente, sob pena de excluir mais do que incluir. Além disso,
deve ser relevante a ponto de gerar ações pedagógicas favoráveis, a promover uma
aprendizagem satisfatória e como resultado transformar alunos em cidadãos
conscientes, participativos e atuantes no espaço social, independente das suas
diferenças.

A Inclusão é o processo de adaptação da sociedade para incluir, em seu meio social,


pessoas consideradas de alguma forma diferentes. Sobre isso, Ferreira e Guimarães
comentam:

Trata-se de, considerando suas limitações, reconhecer-lhe os mesmos direitos que


os outros e oferecer-lhe os serviços e as condições necessárias para que possa

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desenvolver, ao máximo, as suas potencialidades, vivendo da forma mais natural que
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lhe for possível. (FERREIRA e GUIMARÃES, 2008. p.112)

A partir deste conceito, podemos entender a inclusão através de três ângulos


diferentes: Da criação de uma sociedade mais justa; do desenvolvimento da
igualdade, no que diz respeito ao sistema educacional; e finalmente da promoção da
diversidade e da heterogeneidade. É resultado de um esforço bilateral entre pessoas
e sociedade, já que há interesse de ambas as partes em discutir os problemas e criar
soluções que beneficiem todos os atores envolvidos. Atualmente o momento é de
uma tomada de consciência da sociedade em relação aos direitos humanos, segundo
Carvalho: “felizmente temos mais consciência acerca de direitos humanos, embora a
prática da proposta da educação inclusiva ainda não conte com o consenso e a
unanimidade, mesmo entre aqueles que defendem a ideia.” (CARVALHO, 2004, p.26)

Porém, mesmo com todo o interesse demonstrado, percebemos que ainda há muito
a ser feito para a construção de uma sociedade realmente inclusiva. Observa-se que
a escola recebe alunos por uma imposição legal, o que não assegura a inclusão, pelo
contrário. É necessária a reformulação total do sistema, começando pela escola, em
seu currículo, pois é na inclusão escolar que o indivíduo vê a primeira oportunidade
de formar-se um cidadão crítico e atuante socialmente, e não é isso o que vemos na
prática. Destacamos aqui o exemplo da escola pública. A falta de estrutura e de apoio
que é comumente vista nestas instituições não favorece o processo de inclusão do
aluno. Esta situação se repete no âmbito externo, nos meios de transporte e no
oferecimento da acessibilidade. É preciso que haja o comprometimento geral da
sociedade, e principalmente a consciência do significado da palavra inclusão, a fim
de que todos tenham as mesmas oportunidades. Citando as palavras de Montoan:

... a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor nem anulando
e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais forma e instrui os alunos.
E muito menos desconhecer que aprender implica ser capaz de expressar, dos mais
variados modos, o que sabemos, implica representar o mundo a partir de nossas
origens, de nossos valores e sentimentos. (MONTOAN, 2003 p. 17).

Sabemos que um bom orientador educacional é aquele que está sempre em contato
com a comunidade, mantendo um compromisso com o seu alunado e com a escola

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na qual está inserido. Sendo assim, as escolas devem conhecer a realidade da
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comunidade da qual participam, e o orientador educacional deve trabalhar
coletivamente, a fim de encontrar a melhor maneira de desenvolver uma educação
inclusiva de qualidade, utilizando os conhecimentos prévios dos alunos na construção
do aprendizado. Sobre isso, Libâneo comenta:

Educação é o conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm no


desenvolvimento humano de indivíduos e grupo, relação ativa com o ambiente natural
e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais.
(LIBÂNEO,2002, p.22)

Ainda sobre a função do orientador educacional, Grinspun observa:

O principal papel da Orientação Educacional será ajudar o aluno na formação de uma


cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto político
pedagógico. Isso significa ajudar nosso aluno “por inteiro”: com utopias, desejos e
paixões. A escola, com toda sua teia de relações, constitui o eixo dessa área da
Orientação, isto é, a Orientação trabalha na escola em favor da
cidadania.(GRINSPUN, 2006, p. 33).

Deste modo, a orientação educacional, de acordo com as palavras citadas acima,


deve contribuir ajudando a construir a cidadania no ambiente escolar, aperfeiçoando
as práticas pedagógicas da instituição. Além disso, é fundamental que seja
esclarecido que aluno especial a escola está preparada para incluir, pois para
desenvolver um bom trabalho de inclusão é primordial que esta aconteça dentro das
limitações apresentadas pela escola. O projeto pedagógico da escola precisa ser feito
de forma a ser cumprido, apresentando um projeto de inclusão compatível com a
instituição. É preciso que o orientador, e a instituição escolar como um todo,
contribuam para a formação de um currículo que trabalhe as diferenças existentes
entre o alunado, caso contrário estará contribuindo para a exclusão, e não para a
inclusão escolar.

O compromisso principal do orientador escolar é, enquanto elo entre a escola e a


sociedade, realizar um trabalho de conscientização, mostrando aos alunos e a

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comunidade a importância da igualdade de direitos para todos. De acordo com as
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palavras de Luck (2005):

A complexidade do processo do ensino depende, para seu desenvolvimento e


aperfeiçoamento, de ações coletivas, de espírito de equipe, devendo ser esse o
grande desfio da gestão educacional. E é nesse sentido que se caracteriza essa
gestão: na mobilização do trabalho humano, coletivamente organizado para a
promoção de experiências significativas de aprendizagem. (LUCK, 2005, p.82)

Isso envolve considerar as diferenças sociais e culturais, respeitando cada aluno e


nunca impondo uma cultura dominante, esta atitude pode desmotivar o aluno
produzindo o fracasso e a evasão escolar.

. O orientador educacional deve se utilizar todas as formas necessárias para que


ocorra a inclusão, procurando inclusive fora da escola se possível, meios para que a
mesma cumpra o seu papel de ensinar e de incluir, independente de fatores que
possam prejudicar o aproveitamento do alunado na escola.

Outra atitude que gera o fracasso e a evasão escolar é relacionada aos portadores
de necessidades especiais. Uma criança portadora de alguma deficiência física ou
mental não raro é rotulada como “retardada”, “sem capacidade para aprender a ler ou
escrever” ou simplesmente segregada, esquecida num ambiente onde deveria ser
acolhida e respeitada. Para que isso não aconteça é necessário que o orientador
educacional acompanhe de perto o trabalho dos docentes da instituição, estando
pronto a dar o suporte e a intervir quando necessário. Neste aspecto, Luck comenta:

Uma ação educativa relevante e um currículo positivo unem em uma associação


harmoniosa os conhecimentos, habilidades e sentimentos. Consideram
equilibradamente tanto as necessidades individuais como as de grupo, as pessoais e
as institucionais. A educação sob esse ângulo traduz o ponto de vista da Orientação
Educacional. (LUCK, 2007, p.18)

Sendo assim, entendemos que é fundamental que o orientador educacional promova


a realização e a integração das propostas contidas nas Leis e Decretos relativos à
Inclusão escolar na rotina pedagógica da instituição, procurando sempre a melhor

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maneira de unir escola, alunos e pais, numa perspectiva de realização da tão
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esperada educação inclusiva.

5 - O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A COMUNIDADE:


O CONHECIMENTO DO CONTEXTO LOCAL

Compreender o modo de vida, os interesses, as aspirações, as necessidades, a


conquista da comunidade é muito importante. Só assim será possível o apoio da
escola na luta da comunidade por melhores condições de vida. Neste sentido, pode-
se apontar que uma das tarefas do orientador educacional é o conhecimento da
comunidade e das situações que facilitam sua vida, bem como as que a dificultam.

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Como polo cultural, cabe à escola e, especificamente, ao orientador educacional
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elevar o nível cultural dos membros da comunidade, propiciar debates sobre temas
de interesse, bem como de alunos, pais, professores, envolvendo questões presentes
no dia-a-dia. É fundamental que se estabeleça um clima de constante diálogo entre
ambas, uma vez que a escola deve estar aberta à comunidade à qual pertence.

Como estratégia que pode colaborar para o bom andamento do trabalho educativo,
podemos citar a abertura da escola à comunidade, que nem sempre é feita de forma
tranquila, com afirma Vasconcellos (2002, p. 63):

Alguns diretores tratam os equipamentos da escola como se fossem objetos pessoais,


propriedades privadas; outros, ao contrário, estabelecem relações de parceria com a
comunidade e, com isto, não só passam a contar com ela como elemento de apoio
para as mudanças, como ainda obtêm diminuição do vandalismo, da violência; os
alunos se sentem acolhidos, experimentam a escola como território aliado. Queremos
deixar claro que estamos nos referindo à abertura tanto no que diz respeito às
instalações e equipamentos, quanto, num sentido mais sutil, de se deixar sensibilizar
pelas exigências colocadas pela sociedade.

Da mesma forma que se dá o trabalho do orientador educacional no que se refere à


comunidade, assim também o é no que se refere à sociedade. O orientador
educacional é o profissional da escola que, não tendo um currículo a seguir, pode se
organizar para trazer aos alunos os fatos sociais marcantes que nos envolvem, bem
como propor a participação em lutas maiores. A escola não pode silenciar face às
grandes questões que a mídia veicula diariamente. Discutir a corrupção, os atos de
terrorismo, a violência urbana e outras situações presentes na sociedade brasileira e
na mundial serão de grande utilidade para os demais componentes curriculares. De
modo análogo, não só deve o orientador educacional levar a sociedade para a escola,
mas, também, como uma via de mão dupla, levar a escola, suas conquistas e
dificuldades para a sociedade.

O OE é o profissional dentro da escola que pode encontrar alternativas de ações


que possibilitem ao professor rever sua prática e a forma como se relaciona com os
alunos e com seus próprios colegas, descobrir que tipo de professor é construir seu
próprio conhecimento e sua identidade profissional. Ele deve usar como estratégia a

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ligação entre escola e família, buscando sempre um bom ajustamento do aluno para
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alcançar o bom desenvolvimento de seus conhecimentos.

Deve assumir funções de assistência ao professor, aos pais, às pessoas da escola


com as quais os alunos mantêm contatos significativos, no sentido de que estes se
tornem mais preparados para entender as necessidades dos alunos, tanto com
relação aos aspectos cognitivos, como afetivos. Portanto, a abertura para o diálogo,
a troca, o respeito, o prazer pelo conhecimento e a valorização do ser humano é a
chave para uma boa atuação e valorização do orientador. De todas as funções
atribuídas ao OE, são destacadas três, as quais têm maior importância, que seriam
a função de atividade existencial, a terapêutica e a de recuperação.
A atividade existencial deverá atender os alunos que precisam e querem orientação
pessoal, não apenas na vida escolar, mas na vida particular, sendo auxiliados em
situações problemas, dúvidas, inseguranças e incertezas. Já a atividade terapêutica
está voltada aos alunos com dificuldades de estudo ou de comportamento, cujos
casos precisam de assistência mais frequente e especializada. A atividade de
recuperação refere-se aos alunos que apresentam um déficit de aprendizagem e
que precisa de recuperação.

A recuperação não tem somente o objetivo de levar o educando a alcançar notas,


mas pesquisar junto aos alunos as causas que os levaram a este estado de
desinteresse, desorganização, conflito e desajuste na escola. Atualmente, o
orientador atua de forma a atender os estudantes levando em conta que eles estão
inseridos em um contexto social, o que influencia o processo de aprendizagem,
trabalhando diretamente com os mesmos e, assim ajudando-os em seu
desenvolvimento pessoal.

A visão contemporânea de OE aponta para o aluno como centro da ação


pedagógica, atuando como mediador entre o aluno e o meio social, o orientador
discute problemas atuais, que fazem parte do contexto em que o aluno vive. Assim,
por meio da problematização, pode levar o aluno a estabelecer relações e a
desenvolver a consciência crítica. Para exercer com satisfação a sua função, o
orientador precisa compreender o desenvolvimento cognitivo do aluno, sua
afetividade, emoções, sentimentos, valores, atitudes, podendo, assim, promover,

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entre eles, atividades de discussão e informação, auxiliando-os no que diz respeito
Faculdade de Minas
a escolhas.

Como membro do corpo gestor da escola, ele tem a função de participar da


construção coletiva de caminhos para a criação de condições facilitadoras e
desejáveis ao bom desenvolvimento do trabalho pedagógico. É um profissional que
participa de todos os momentos coletivos da escola, na definição de seus rumos, na
elaboração e na avaliação de sua proposta pedagógica, oferecendo condições para
uma melhor avaliação do processo educacional, fazendo a ligação entre a situação
escolar do aluno e a família, sempre visando contribuir para que o aluno possa
aprender de maneira significativa, voltando, assim seu trabalho para aspectos
saudáveis dos alunos.

Educar, hoje, exige mais do que nunca olhar o aluno de forma ampla, um ser que é
constituído de história, crenças e valores, assim a OE ganhou uma nova função,
perdeu o antigo rótulo de delegado e hoje trabalha intermediando conflitos e
ajudando professores a lidar com alunos que tem dificuldade, por isso o trabalho da
OE é árduo e de longo prazo. Ele inicia com o diagnóstico do problema, vai para o
levantamento dos dados e, posteriormente elabora um planejamento com
alternativas de soluções levando em consideração os resultados da análise e o
contexto social do aluno.
Pimentel, diz: A Orientação Educacional, no seu conceito amplo dentro do sistema,
se propõe a levar o adolescente a opções conscientes, baseadas no conhecimento
racional dos fatos e situações, bem como na avaliação objetiva de seu próprio
potencial, num processo de conscientização versus manipulação social,
caminhando gradativamente para a maturação individual e social. (1976, p. 17)
Assim sendo, a OE, hoje, ao desenvolver seu trabalho visa levar os jovens ao
amadurecimento consciente, o que reflete num desenvolvimento digno e virtuoso
dentro da sociedade.

Conforme Crispnun (2001), a Orientação Educacional, na atualidade, caminha na


busca da totalidade do aluno, preocupando-se com a ampliação do conhecimento
do educando como pessoa, construindo sua personalidade e participando

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consciente e ativamente de sua própria história de vida, valorizando a realidade de
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cada aluno.

Orientação Educacional vê o aluno como um ser global, que precisa se desenvolver


em um meio harmonioso e equilibrado, tanto no aspecto intelectual quanto físico,
moral, estético, intelectual, educacional e vocacional.

Conceição (2010) expõe claramente qual a função do orientador na escola e qual a


sua contribuição para o ensino: O orientador educacional deve adotar a prática de
agente de informação qualificada e estar preparado para as relações interpessoais
dentro da escola, aderindo a prática da reflexão permanente com professores, alunos
e pais, com o fundamento de que todos, juntos, alcancem soluções para os problemas
que virão a ocorrer.
O orientador deve fazer com que sua falta seja notada, ele deve ser uma figura
importante na escola, e não um membro isolado, onde apenas fará seus deveres se
for cogitado. Além disso tudo, também enfrentamos as várias formas de modelos. A
presença do orientador educacional na escola (mesmo que isso seja obrigatório por
lei) significa, portanto que houve a escolha de determinado tipo de atuação e, por
consequência, de um modelo. No panorama de enfrentamento, quando ele está
presente, há que perguntar qual é o modelo de orientação educacional que a escola
quer, pois, sem essa informação, poderemos estar diante da evidência de um
equívoco permanente e de mais um problema num campo que, por excelência é o da
resolução de problemas (CONCEIÇÃO, 2010, p. 49).
O orientador tem principalmente a função de auxiliar os alunos no seu
desenvolvimento como pessoa, cuidando da formação de seus valores, atitudes,
emoções e sentimentos. Além de orientar, ele procura ouvir seus alunos e dialogar
com eles e também com os familiares dos alunos, bem como também, com seus
professores e comunidade. Participa ativamente da realização de projetos na escola,
e também da organização e propostas pedagógicas da escola. Ajuda o professor a
lidar com as dificuldades dos seus alunos, e ensina o professor a também aprender
com elas. O orientador muitas vezes é o mediador dos conflitos entre alunos,
professores e outros membros da comunidade, ele deve conhecer a legislação
educacional do país, e está sempre a disposição do meio escolar, circulando pela
escola e convivendo com os estudantes, atento onde poderá ser útil.

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No meio escolar, o orientador educacional faz parte da equipe gestora, juntamente
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com o diretor e o coordenador pedagógico. Ele tem a função chave de ser o
responsável pelo desenvolvimento do aluno, auxiliando-o no seu crescimento como
cidadão, e faz com que cada aluno que passe por ele, tenha a capacidade de poder
refletir sobre seus valores éticos e morais, e ajuda também a achar solução para os
problemas, e não simplesmente ignorá-los
Junto com o professor, esse profissional zela pelo processo de aprendizagem de cada
criança individualmente, buscando aceitar seus limites e mostrando ao professor
como se deve proceder com a capacidade que cada indivíduo possui, ou seja: ao
mesmo tempo em que o professor se ocupa em cumprir o currículo disciplinar, o
orientador educacional se preocupa com os processos atitudinais, o que podemos
chamar de currículo oculto. Neste currículo, fazem parte os aspectos que as crianças
aprendem na escola de forma não explícita: valores e a construção de relações
interpessoais.

Algumas vezes, o orientador escolar tem suas funções confundidas com a de um


psicólogo, pois esse profissional trabalha com o convívio direto na área de relações
humanas, no entanto, essa confusão precisa ser evitada, porque, mesmo que o
orientador trabalhe com problemas de convivência, ele abrange apenas um âmbito
escolar, onde atua no aspecto pedagógico e não a na dimensão terapêutica do
atendimento.

O profissional escolar não pode ficar apenas em sua sala, esperando que os alunos
cheguem até ele, não pode esperar o problema acontecer, como ficar recebendo em
sua sala, alunos que foram expulsos de pelos professores por mal comportamento
com seus colegas ou equipe escolar. O orientador atua antes que o problema chegue,
ele circula pelas salas, pelos corredores da escola, conversa com professores e
alunos e busca solucionar os possíveis focos de maior preocupação.

Além disso, o trabalho do orientador não se restringe apenas à escola, ele deve atuar
como um mediador entre a instituição e a comunidade, buscando participar da sua
realidade, ouvindo o que ela tem a dizer e abrindo espações para o diálogo entre suas
vontades e planos e o planejamento escolar.

Apesar de ser de extrema importância ter um orientador escolar em cada escola,


muitas vezes não contamos com um deles, porém, o trabalho do orientador deve ser

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feito da mesma maneira, por professores e também equipe diretiva. Da mesma forma
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de uma escola que não conta um coordenador pedagógico não deixa de planejar as
situações didáticas, uma escola que também não tem um orientador educacional não
deixa de se preocupar com a formação cidadã de seus alunos. Segundo Grispun
(2006, p.16), “o centro de atenção máxima da escola deve ser o aluno. A escola existe
em função dele, e, portanto, para ele”.

Funções do Orientador Educacional:


• Despertar o interesse da família, dos estudantes e da escola para a
investigação da realidade, com vontade de transformação desta realidade, de
melhoras, de empenho para cada vez evoluir;

• Buscar integrar a família com a escola;

• Trabalhar ações juntamente com a Coordenação Pedagógica e Direção;

• Auxiliar o professor, trabalhando junto na prática pedagógica, principalmente


nos registros, observação, planejamento, replanejamento e avaliação de todo o
processo pedagógico;

• Trabalhar cooperando com o professor na prática de criação de estratégias


para motivar os alunos a aprender e os próprios professores a ensinar;

• Atuar na intervenção de possíveis traumas dos alunos por problemas de


aprendizagem, e ensinar que sim, o aluno tem capacidade, motivá-los a querer mais,
ter sede de aprender e também de ensinar;

• Adquirir confiança dos alunos, sendo firme e decidido nas ações, mas não
os deixando encurralados, intimidando-os;

• Desenvolver a organização e o hábito de estudar;

• Promover atividades de orientação vocacional;

• Promover formação continuada e reflexão da prática para os professores e


equipe da escola;

• um orientador educacional precisa desenvolver diariamente as características


de responsabilidade e comprometimento. Assim como deve sempre propor mudanças
estratégicas para melhoria do desenvolvimento integral dos educandos.

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• Deve estar constantemente atualizado;
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• Comprometimento ético, mantendo discrição e sigilo das informações;

• Ser solidário, criativo e dinâmico.

O Orientador Educacional precisa manter seus problemas pessoais separados da sua


vida profissional. O orientador é uma figura pública, muitas vezes vista como um porto
seguro para diversas famílias. Escândalos públicos e escape de informações
pessoais relevantes, podem e vão danificar sua impressão perante os olhos dos
alunos, comunidade e todos que convivem com esse profissional. Qualquer problema
íntimo deve ser resolvido em seu meio de vida, na sua casa, assim como também dos
professores que trabalham juntamente com um orientador. Por fim, o Orientador
Educacional, como Educador, deve servir de exemplo para os educandos e também
para os profissionais da escola. Dessa forma, os participantes sociais da escola
crescerão e poderão transformar sua realidade, visando uma melhor qualidade,
através da aquisição de uma aprendizagem significativa e eficaz.

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Faculdade de Minas

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