Roteiro de Aula - Intensivo I - Direito Civil - Mônica Queiroz - Aula 17
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Direito Civil
Mônica Queiroz
Aula 17
ROTEIRO DE AULA
ARRAS
✓ “Arra” é o mesmo que anel.
Arras é o mesmo que o “sinal” dado para assegurar a realização da obrigação, com previsão nos art. 417 a 420 do
Código Civil.
CC, art. 417 a 420: “Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras,
dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação
devida, se do mesmo gênero da principal.
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a
inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução
mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e
honorários de advogado.
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa
mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras
como o mínimo da indenização.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão
função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as
recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.”
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1) Arras Confirmatórias/Probatórias (arts. 417/419)
- Funções:
a) Confirmar o contrato;
Ex.: “A” deseja comprar um imóvel no valor de R$ 500 mil e, na promessa de compra e venda, oferece R$50 mil a
título de sinal, combinando de entregar o restante no dia da escritura pública. Esse sinal é uma arras confirmatória.
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Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como
taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras
como o mínimo da indenização.
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Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão
função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as
recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
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Ex.: cláusula contratual que permita a desistência do futuro negócio que será celebrado, ocasião em que as arras
serão penitenciais.
- Função: As arras penitenciais desempenham a única função de prefixar perdas e danos em caso de desistência
culposa.
Elas ocorrem em duas condições:
- Se o desistente foi quem deu as arras: ele perderá as arras – Exemplo: “A” vai comprar uma casa de R$ 500
mil. “A” deu R$ 50 mil a título de arras penitenciais. Se “A” desistir de fazer o negócio, ele perderá o valor
pago.
- Se o desistente foi quem recebeu: ele deverá devolvê-las em dobro.
Desta forma, as arras penitenciais desempenham a mesma função que as arras probatórias. Mesmo que garantido o
direito de arrependimento de uma das partes, não há isenção da punição decorrente da desistência. O direito de
arrependimento, neste caso, não busca afastar a desistência culposa, mas sim garantir que não ocorra indenização
suplementar.
Uma vez que as arras desempenham a função de prefixar perdas e danos, a doutrina e a jurisprudência entendem
que o juiz poderá reduzir o valor da indenização prefixada em virtude das arras. Embora inexista previsão legal neste
sentido, aplica-se por analogia o artigo 413 do CC3, que trata da redução de cláusula penal, conforme enunciado 165
do CJF:
Enunciado 165, CJF: “Em caso de penalidade, aplica-se a regra do art. 413 ao sinal, sejam as arras confirmatórias ou
penitenciais.”
3 CC, art. 413: “A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida
em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade
do negócio.”
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TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
Neste tópico, serão estudados: cessão de crédito e a assunção de dívida.
- Cessão de crédito a título gratuito: o cedente não recebe nada em troca da cessão de crédito.
- Cessão de crédito a título oneroso: o cedente recebe algo em troca da cessão de crédito.
A cessão de crédito é o fenômeno que ocorre quando um credor (chamado de cedente) cede seu crédito a um terceiro
(cessionário).
✓ Obs.: A doutrina chama o devedor de cedido.
Objeto de cessão (art. 286 do CC4): Em regra, qualquer crédito pode ser cedido, salvo se a isso se opuser:
- A natureza da obrigação.
Ex.: crédito decorrente de pensão alimentícia; crédito decorrente de relação de emprego (salário).
- A lei.
Ex.: art. 298 do CC5 determina que os créditos penhorados não são passíveis de cessão.
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CC, art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção
com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do
instrumento da obrigação.
5 CC, art. 298: “O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da
penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o
credor os direitos de terceiro.”
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- O contrato.
Ex.: cláusula que estabelece a impossibilidade de o crédito ser cedido.
Observações importantes:
1. Não é necessária a anuência do devedor.
Caso o credor queira ceder seu crédito a um terceiro, ele não precisa da anuência do devedor.
2. É imprescindível a notificação ao devedor para que este saiba a quem pagar, isto é, para que a cessão produza
efeitos em relação ao devedor.
Caso a notificação seja realizada e o devedor realize o pagamento ao credor primitivo, o cessionário poderá cobrar o
devedor, que deverá realizar o pagamento ao cessionário. Não sendo realizada a notificação por parte do cessionário,
caso o devedor realize o pagamento ao credor primitivo, o cessionário não poderá realizar a cobrança, já que este
pagamento será considerado válido. Neste último caso, o cessionário deve se voltar contra ao cedente e não contra
o devedor.
RESPONSABILIDADE DO CEDENTE
Questão: Até onde vai a responsabilidade do cedente pela cessão?
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Na cessão onerosa: o cedente responde pela existência do crédito, mas não pela solvência do devedor, de forma que
não garante que o devedor realizará o pagamento.
Essa cessão é chamada de Cessão “pro soluto” – É a regra no Brasil.
Na cessão gratuita: em princípio, o cedente responde pela existência do crédito somente se tiver agido de má-fé.
Ex.: “A” realiza a cessão de crédito inexistente a “B”, respondendo perante “B” por ter agido de má-fé.
Modalidades de Assunção:
a) Por expromissão: neste caso, há um negócio feito diretamente entre o credor e o terceiro assuntor.
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b) Por delegação: neste caso, o devedor delega a sua dívida ao terceiro assuntor.
Nesta modalidade de assunção, o devedor será chamado de delegante; ao passo que o terceiro assuntor será o
delegatário.
Efeitos da assunção:
a) Liberatório: o devedor é liberado de sua obrigação.
b) Cumulativo: a doutrina e a jurisprudência admitem a possibilidade de que a assunção de dívida seja realizada sem
a liberação do devedor, de forma que o terceiro apenas reforçaria seu pagamento. Neste caso, há um efeito
cumulativo, já que o devedor não é liberado e o terceiro assuntor apenas reforça o cumprimento da obrigação.
Questão: O terceiro assuntor é devedor solidário? Depende do que consta no instrumento de assunção de dívida,
pois a solidariedade não se presume, mas decorre de lei ou da vontade das partes.
Obs.: A professora destaca que a novação se assemelha à cessão de créditos e à assunção de dívidas.
✓ Novação subjetiva ativa e passiva é forma especial de cumprimento das obrigações.
✓ Já a cessão de créditos e a assunção de dívidas são modalidades de transmissão de dívidas.
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- Gestão de negócios;
- Pagamento indevido
CC, art. 884. “Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente
auferido, feita a atualização dos valores monetários.”
PROMESSA DE RECOMPENSA
● Conceito: a promessa de recompensa ocorre quando uma pessoa, por meio de anúncios públicos, promete
gratificar outrem que cumpra uma determinada condição ou desempenhe um serviço.
Exemplo: gratificação fixada na esquina de uma casa, prometendo cinco mil reais a quem encontrar um cachorro de
estimação. Também tem direito de receber a gratificação a pessoa que encontra o animal e o entrega sem conhecer
a promessa.
CC, art. 855. “Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda que
não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada.”
3. Que a revogação seja feita pelo mesmo meio de publicidade que divulgou a promessa.
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De acordo com o art. 856, p.ú., o candidato de boa-fé que teve despesas possui direito de reembolso em caso de
revogação da promessa.
CC, art. 856. “Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a promessa, contanto
que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução da tarefa, entender-se-á que renuncia o
arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito despesas, terá direito a reembolso.”
Exemplo: se a recompensa for indivisível e duas pessoas realizarem a execução, será realizado sorteio e aquele que
ganhar passa a ser devedor de metade do valor do bem em relação ao outro.
CC, art. 857. “Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de um indivíduo, terá direito à recompensa
o que primeiro o executou.”
CC, art. 858. “Sendo simultânea a execução, a cada um tocará quinhão igual na recompensa; se esta não for divisível,
conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu quinhão.”
GESTÃO DE NEGÓCIOS
● Conceito: é a administração oficiosa de interesses alheios.
Exemplo: pessoa que contrata um jardineiro para cuidar de um jardim, sem procuração.
● Partes:
O gestor deve agir de acordo com a vontade presumível do dono. Caso contrário, não terá direito ao ressarcimento
e responderá pelo que fez, inclusive pelos casos fortuitos.
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CC, art. 861. “Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo
o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar.”
CC, art. 862. “Se a gestão foi iniciada contra a vontade manifesta ou presumível do interessado, responderá o gestor
até pelos casos fortuitos, não provando que teriam sobrevindo, ainda quando se houvesse abatido.”
CC, art. 863. “No caso do artigo antecedente, se os prejuízos da gestão excederem o seu proveito, poderá o dono do
negócio exigir que o gestor restitua as coisas ao estado anterior, ou o indenize da diferença.”
Exemplo (art. 863): além de cuidar do jardim, o gestor constrói uma fonte.
CC, art. 867. “Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá pelas faltas do substituto, ainda que seja pessoa
idônea, sem prejuízo da ação que a ele, ou ao dono do negócio, contra ela possa caber.
Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a sua responsabilidade.”
- Com o retorno do dono do negócio: é possível que ele aprove ou desaprove a gestão.
- Em caso de aprovação: é devido o ressarcimento dos gastos pelas despesas realizadas pelo gestor, possuindo efeito
“ex tunc”, por retroagir à data de início da gestão (equivale a um contrato de mandato).
CC, art. 873. “A ratificação pura e simples do dono do negócio retroage ao dia do começo da gestão, e produz todos
os efeitos do mandato.”
CC, art. 874. “Se o dono do negócio, ou da coisa, desaprovar a gestão, considerando-a contrária aos seus interesses,
vigorará o disposto nos arts. 862 e 863, salvo o estabelecido nos arts. 869 e 870.”
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Tema: Pagamento indevido
O pagamento indevido pode ocorrer em duas situações.
Apesar de, regra geral, quem paga mal tem direito à repetição de indébito. Há 3 exceções em que isso não ocorre.
Exemplo: João possui um crédito de R$ 5 mil para receber. A dívida vence no dia 10 e, nesse dia, ele percebe um
depósito em sua conta. Diante disso, João inutiliza o título ou o contrato relativos ao crédito que tinha para receber,
pois ele acreditava que o seu pagamento havia sido feito pelo seu devedor (Mônica). Entretanto, o crédito recebido
foi feito por uma pessoa enganada (pagamento indevido) e, dessa forma, ele não tem mais como cobrar de seu
verdadeiro devedor. Diante disso, o legislador previu que, em casos como esse, ele não terá que devolver o valor de
R$ 5 mil, mas a pessoa que pagou indevidamente poderá cobrar do devedor original.
2ª) Art. 882. “Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.”
Exemplo: X deve R$ 10 mil a Y. Entretanto, houve a extinção da pretensão do credor em relação à cobrança.
Posteriormente, X paga a dívida prescrita. Neste caso, X não pode pedir a repetição do valor da dívida prescrita.
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✓ O art. 882 do CC afirma que as obrigações, de um modo geral, ocorrem com base em dois elementos: débito
e a responsabilidade.
✓ Grande parte das obrigações são formadas por esses dois elementos. Entretanto, a obrigação natural foge a
essa regra.
✓ Obrigação natural ou imperfeita é aquela em que existe apenas o débito e não há responsabilidade.
3ª) Art. 883. “Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por
lei.”
Exemplo: “A” faz uma negociação de compra de drogas. “A” paga um valor indevido por essa substância. Neste caso,
ele não pode repetir a dívida, pois se trata de objeto ilícito.
O que é o contrato?
Contrato é o negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, à modificação ou à extinção de direitos e
deveres com conteúdo patrimonial.
✓ Todo contrato é um negócio jurídico que deve ter ao menos duas pessoas e conteúdo patrimonial.
✓ Entretanto, nem todo negócio jurídico é um contrato.
O negócio jurídico decorre da autonomia privada e demonstra a liberdade das partes em alcançar os efeitos jurídicos
pretendidos pelas próprias partes.
O negócio jurídico pode ser unilateral ou bilateral.
• Unilateral: necessária uma manifestação de vontade. Exemplo: promessa de recompensa ou testamento.
• Bilateral: são necessárias duas manifestações de vontade. Exemplo: contrato.
Contrato é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral que deve ter conteúdo patrimonial.
E o casamento?
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O casamento não pode ser considerado um contrato, uma vez que nele não há, de forma preponderante, a intenção
patrimonial. Desta forma, o casamento é um negócio jurídico sui generis.
E o pacto antenupcial?
O pacto antenupcial é um contrato por se tratar de acordo formalizado em que se estabelecem questões
preponderantemente patrimoniais.
PRINCIPIOLOGIA CONTRATUAL
A principiologia do CC/16 é chamada de "Principiologia Clássica “e foi superada pela “Nova Principiologia”.
PRINCIPIOLOGIA CLÁSSICA
PREMISSAS:
- Inspira o CC/1916;
- Forma tradicional de contratar: significa duas pessoas em igualdade de condições, discutindo cada uma das
cláusulas do contrato.
Ex.: senhora que contrata a confecção de um vestido e a costureira - estão, em princípio, no mesmo nível e
discutem as cláusulas do contrato como valor, entrega, descontos etc.
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2. OBRIGATORIEDADE CONTRATUAL
Pelo princípio da obrigatoriedade contratual, uma vez entabulado o contrato, as partes se tornam obrigadas a cumpri-
lo.
De acordo com o CC/1916, ainda que o cumprimento do contrato conduzisse uma das partes à situação de ruína, ele
deveria ser cumprido.
Desta forma, o princípio da obrigatoriedade contratual se traduz na regra pacta sunt servanda (o contrato faz lei
entre as partes – As partes são servas do contrato).
Ex.: “A” e “B” celebram um contrato. Este contrato produzirá efeitos em relação apenas a "A" e “B”.
NOVA PRINCIPIOLOGIA
Com a urbanização, com o desenvolvimento do capitalismo e com a massificação contratual, surge a uma Nova
Principiologia.
PREMISSAS:
- Inspira o CC/2002;
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- Teoria Preceptiva: para essa teoria, o contrato não é um fenômeno que possa ser reduzido exclusivamente
pela vontade das partes, mas sim fenômeno econômico e social.
- Diálogo das fontes: o CC/16 era extremamente individualista e patrimonialista, mas, com a vinda do CDC em
1990, que se pautou em princípios até então inexistentes no Código Civil anterior (como a função social dos
contratos, a boa-fé objetiva, a justiça contratual etc.), as duas fontes, que possuíam diretrizes diversas,
tiveram vigor concomitante por alguns anos e, diante da drástica diferença, foi sancionado o CC/02.
Este novo diploma, além de revogar o CC/16, absorve toda a principiologia até então existente apenas no
CDC. Por consequência, atualmente existe uma aproximação principiológica entre ambas as fontes, motivo
pelo qual se fala em “diálogo das fontes”.
ENUNCIADO 167, CJF: “Com o advento do Código Civil de 2002, houve forte aproximação principiológica entre esse
Código e o Código de Defesa do Consumidor no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são
incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.”
PRINCÍPIOS:
A Nova Principiologia possui novos princípios, mas também alguns princípios redesenhados que se mantêm desde a
Principiologia anterior.
1. AUTONOMIA PRIVADA;
2. OBRIGATORIEDADE CONTRATUAL;
3. RELATIVIDADE DOS EFEITOS;
4. FUNÇÃO SOCIAL;
5. BOA-FÉ OBJETIVA;
6. JUSTIÇA CONTRATUAL.
1. AUTONOMIA PRIVADA
- Conceito: a autonomia privada é o poder que o ordenamento concede a cada um para criar suas próprias regras
dentro de determinados limites.
✓ O trecho grifado promove a distinção entre a autonomia privada e a autonomia da vontade. Na autonomia
da vontade, a vontade era completamente livre. Na autonomia privada, a vontade é manifestada, mas ela
não é totalmente livre, pois há limites.
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