Hegemonia Da Perspectiva Pragmática, Imediatista e Interessada de Formação Humana Na Política de Educação Profissional Tecnológica Brasileira
Hegemonia Da Perspectiva Pragmática, Imediatista e Interessada de Formação Humana Na Política de Educação Profissional Tecnológica Brasileira
Hegemonia Da Perspectiva Pragmática, Imediatista e Interessada de Formação Humana Na Política de Educação Profissional Tecnológica Brasileira
Resumo
O artigo trata da política de ampliação e diversificação da educação profissional tecnológica
desencadeada no Brasil desde meados dos anos 1990 até a atualidade. Seu objetivo é explicar como
essa política se instituiu em estratégia de renovação da hegemonia burguesa na concepção e nas
ações concretas de formação profissional em Nível Superior no país. Com base em documentos
governamentais e de organismos supranacionais, bem como em dados estatísticos, aponta-se a
regulamentação dos Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs) como grau acadêmico alternativo ao
bacharelado para formar profissionais de Nível Superior de novo tipo. Com carga horária reduzida,
currículo enxuto e projeto pedagógico flexível, os CSTs têm potencialidade de se adaptarem às
exigências do mercado de forma mais imediata. Conclui-se que a consolidação dos CSTs no Brasil
atualiza a concepção pragmática, imediatista e interessada de formação humana no Ensino Superior,
o que garante a manutenção da hegemonia burguesa no campo da política pública de formação
humana.
Palavras-chave: Educação Superior; Curso Superior de Tecnologia; Políticas de Educação Profissional.
Abstract
This article tackles the policy of expanding and diversifying technological vocational training
implemented in Brazil from the mid-1990s to the present day. Its goal is to explain how this policy was
established as a strategy to renew bourgeois hegemony in the conception and concrete actions of the
training in higher education in Brazil. Based on government documents and supranational
organizations, as well as statistical data, the article points to the regulation of Higher Technology
Courses (HTCs) as an alternative of academic degree to train new types of the professionals in higher
education level. With reduced workload, a leaned curriculum and a flexible pedagogical project, the
HTCs have the potential to adapt to market demands more immediately. It is concluded that the
consolidation of HTCs in Brazil updates the pragmatic, immediatist and market-interested conception
for human formation in Higher degree, which guarantees the maintenance of bourgeois hegemony in
the field of public policy for human development.
Keywords: Higher Education; Higher Technology Course; Vocational Training Policies.
Hegemonia da perspectiva pragmática, imediatista e interessada de formação humana na
política de educação profissional tecnológica brasileira
Introdução
Nosso ponto de partida são constatações já devidamente exploradas em estudos
anteriores em que apontamos que a mais recente reestruturação produtiva e reforma do
Estado consistem na materialidade da recomposição burguesa frente à crise orgânica do
capital (Souza, 2021). Neste contexto, desencadearam-se mudanças na política pública de
formação humana que se caracterizam pelo enxugamento e flexibilização do trabalho
educativo para formar trabalhadores de novo tipo, na perspectiva da produção enxuta e
flexível (Souza, 2015). Os Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs) são originários destas
mudanças (Souza, 2020; 2022; Souza e Veiga, 2020). Essas constatações são fruto de reflexões
teóricas desenvolvidas a partir de resultados conclusivos do projeto de pesquisa “Tendências
em Construção no Processo de Implantação e Desenvolvimento dos Cursos Superiores de
Tecnologia no Brasil”, desenvolvido no Grupo de Pesquisas Sobre Trabalho, Política e
Sociedade (GTPS) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), vinculado à Rede
Universitas-BR. Tomando essas constatações como pressuposto de análise, buscamos
sistematizar parte dos resultados desse projeto de pesquisa, elegendo como foco os
fundamentos sócio-históricos da política de ampliação e diversificação da educação
profissional tecnológica desencadeada no Brasil desde meados dos anos 1990 até a
atualidade.
Nosso objetivo é explicar como essa política se instituiu em estratégia de renovação
da hegemonia burguesa na concepção e nas ações concretas de ampliação e diversificação
da educação profissional em Nível Superior no país a partir dos anos 1990.
Tomando como referência teórica e metodológica de análise o materialismo histórico-
dialético, amparamo-nos em documentos de organismos supranacionais e do Governo
Brasileiro, dispositivos legais regulatórios e dados estatísticos para explicar o processo de
regulamentação e consolidação dos CSTs como grau acadêmico alternativo ao bacharelado
para formar profissionais de Nível Superior de novo tipo. Tratando-se de Cursos Superiores
com carga horária reduzida, currículo enxuto e projeto pedagógico flexível, supostamente,
os CSTs teriam potencialidade de se adaptarem às exigências do mercado de forma mais
imediata e com maior flexibilidade, numa perspectiva interessada de formação humana.
A tese central que buscamos apresentar é que a consolidação dos CSTs no Brasil se
insere no rol de ações e formulações do Governo Brasileiro em parceria com o empresariado
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pelo mercado quando o Estado não se responsabiliza diretamente pelo seu oferecimento,
rompendo com o juízo da educação como direito humano, passando a vê-la como mercadoria
no processo de valorização do capital. Essa perspectiva “[...] percebe a universidade como
prestadora de serviços, confere um sentido bastante determinado à ideia de autonomia
universitária, e introduz termos como ‘qualidade universitária’, ‘avaliação universitária’ e
‘flexibilização da universidade’” (Chaui, 1999, p. 5).
Com tais características, a universidade passou de “instituição social” a “organização
social”, ou seja:
[...] significa que a instituição tem a sociedade como seu princípio e sua referência
normativa e valorativa, enquanto a organização tem apenas a si mesma como
referência, num processo de competição com outras que fixam os mesmos
objetivos particulares. [...] a instituição se percebe inserida na divisão social e
política e busca definir uma universidade [...] que lhe permita responder às
contradições impostas pela divisão. [...] a organização pretende gerir seu espaço
e tempo particulares aceitando como dado bruto sua inserção num dos polos da
divisão social e, seu alvo não é responder às contradições e sim vencer a
competição com seus supostos iguais (Chaui, 1999, p. 6).
Pode-se afirmar que a Educação Superior apresenta estreita relação com a segunda
caracterização de mundialização feita por Chesnais (1996), uma vez que carrega em si a lógica
da liberalização, da privatização e da desregulamentação sob a égide dos organismos
supranacionais. Dentro dessas perspectivas, os organismos supranacionais não apenas
orientam, mas apontam diretrizes no sentido de adequar a educação aos parâmetros da nova
ordem do capital, com o consentimento ativo dos governos, em perfeita harmonia.
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Superior em escala global ter tido sua gênese na década de 1950, com o discurso de educação
pós-secundária, passando a alinhar-se com a ideia de educação terciária a partir das décadas
de 1960 e 1970, é somente a partir dos anos 2000 que que ele assumiu forma mais acabada
(Figueiredo; Veiga, 2020).
Em 2008, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no
relatório “L’enseignement supérieur à l’horizon 2030”, previu a racionalização do Ensino
Superior por meio do incentivo à “educação ao longo da vida”, ao mesmo tempo em que
propôs uma reforma no contexto mais amplo da globalização, pautado no neoliberalismo,
tomando por alicerce a estratificação hierárquica do sistema (OCDE, 2008, p. 17). Tal
estratificação, em consonância com o modelo de acumulação enxuta e flexível do capital, de
base Toyotista, instituiu no Brasil a Educação Superior enxuta e flexível por meio da
consolidação de mais um grau acadêmico somado às licenciaturas e aos bacharelados: a
formação de tecnólogos, via Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs). Esta iniciativa veio a se
somar às medidas de ampliação e diversificação da Educação Superior, prevista na Lei
9.394/1996 (Brasil, 1996), de modo articulado com orientações de organismos supranacionais.
O “Relatório Educação para Todos 2000-2015: progressos e desafios” (UNESCO, 2015, p.
5) indica que os CSTs no Brasil façam parte do Ensino Terciário ou Superior, como a primeira
etapa desse grau de ensino, que inclui a “educação terciária do tipo B”, ou seja, Educação
Superior em Tecnologia, que se diferencia da “educação terciária tipo A (no Brasil, demais
cursos de graduação, Mestrado e Mestrado profissional, excluindo-se os cursos sequenciais
e os de especialização lato sensu)” (UNESCO, 2015, p. 5), o que reforça a dualidade do ensino
com uma formação voltada para a fração mais pobre da classe trabalhadora e outra voltada
para uma elite, dessa mesma classe, para atender à recente divisão internacional do trabalho.
Nas palavras de Maués (2019, p. 22-23), o cenário da mundialização cria “um mercado
internacional de ensino superior e de serviços de pesquisa. [...] Por orientações externas,
aceitas e mediadas pelos governos locais, passa a funcionar para a construção da sociedade
do conhecimento”, afastando as universidades dos tradicionais modelos humboldtiano e
napoleônico (Maués, 2019, p. 14).
Com esses arquétipos, a Educação Superior está comprometida com formação para a
manutenção das condições objetivas e subjetivas da valorização do capital no contexto do
modelo de desenvolvimento enxuto e flexível, ao mesmo tempo em que se liga ao ajuste do
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currículo enxuto e flexível, focado não apenas na formação de competências cognitivas, mas
especialmente na formação de competências socioemocionais.
Essa reorientação da educação profissional tecnológica tem sido necessária para
tornar os trabalhadores capazes de encarar com naturalidade e resiliência a precariedade do
mercado de trabalho, o desemprego estrutural, a desregulamentação do trabalho e o caráter
volátil, incerto, complexo e ambíguo da vida em sociedade. Essas competências
socioemocionais são a base da formação do trabalhador de novo tipo, capaz de atender as
demandas de produtividade e de competitividade do modelo de desenvolvimento enxuto e
flexível do capital (Souza; Macedo; Figueiredo, 2023).
Desde a segunda metade dos anos 1990, afinado com as orientações dos organismos
supranacionais e em parceria com o empresariado, o Governo Brasileiro tem se empenhado
em reestruturar os sistemas de formação profissional e tecnológica do país para contemplar
novas demandas de produtividade e competitividade das empresas em um contexto de
mercado mundializado (Souza, 2020; 2022; e Souza; Macedo; Figueiredo, 2023). Todavia,
embora não explicitado pelos documentos governamentais, há evidências de que, além das
demandas empresariais, este empenho governamental também se insere no conjunto de
estratégias para a manutenção da hegemonia burguesa em um contexto marcado pelo
desemprego estrutural e pela precariedade do trabalho e da vida social (Souza, 2015; 2021).
Nessa perspectiva, as ações governamentais têm sido articuladas na forma de uma
política pública de ampliação e diversificação das oportunidades de formação profissional e
tecnológica em todos os níveis: formação inicial e continuada (Nível Básico); formação
técnico-profissional (Nível Médio); e formação tecnológica (Nível Superior). Essa política é
perceptível nas ações governamentais de todos os Governos Brasileiros, desde 1995.
Percebem-se ações nesse sentido nos dois mandatos do Governo Fernando Henrique Cardoso
(FHC), de 1995-2002; nos dois mandatos do Governo Lula da Silva (2023-2010); e nos dois
mandatos do Governo Dilma Rousseff (2011-2016).
Existem alguns argumentos de que há diferenças entre as ações do Governo FHC e as
de Lula da Silva no encaminhamento da política de educação profissional e tecnológica do
país, muitas vezes amparadas no fato de este último ter sido um governo comprometido com
os interesses populares e democráticos. É notória a existência de dois projetos distintos e
antagônicos de formação humana na sociedade brasileira, mas essa polarização não se
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expressa na distinção entre o Governo FHC e o Governo Lula da Silva, pois embora seus
projetos de formação humana sejam distintos, eles não são antagônicos. Poderíamos
apontar, como exemplo disso, a disputa política travada entre dois projetos distintos de
formação humana no diálogo social promovido para a construção das bases do Decreto nº
5.154/2004. Nessa ocasião, era perceptível um bloco político que partilhava da perspectiva de
formação humana unitária e omnilateral, encabeçado pela Direção da SETEC/MEC, à época
inicial do Governo Lula, e outro de perspectiva pragmática, imediatista e interessada,
encabeçado por lideranças empresariais. A aposta na política conciliatória de interesses
conflitantes fez com que o Decreto nº 5.154/2004 pouco avançasse em relação ao Decreto nº
2.208/1997 por ele revogado. Talvez o saldo de maior relevo tenha sido o resgate do Ensino
Médio integrado, que havia sido extinto pelo Decreto revogado. Não obstante, o Decreto nº
5.154/2004 conserva a ideologia da empregabilidade como norteadora da política de
educação profissional e tecnológica; mantém a pedagogia das competências como
norteadora da perspectiva teórica e metodológica do ensino e da aprendizagem; e, ainda,
aperfeiçoa a iniciativa de possibilitar Cursos Superiores de carga horária reduzida, com
estrutura curricular enxuta, com maior flexibilidade para atender a demandas imediatas do
mercado, explicitando a extensão deste tipo de formação ao Nível de Pós-Graduação. Essas
características do Decreto nº 5.154/2004 foram fundamentais para garantir a base legal das
mudanças em curso desde 1997 na política de ampliação e diversificação da educação
profissional e tecnológica do país.
Como efeito dessa política, os CSTs, que desde a década de 1970 eram ofertados em
caráter excepcional, amparados pela Lei nº 4.024/1961 (Brasil, 1961) – Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB) –, foram regularizados como mais um grau acadêmico do Ensino
Superior, passando a somar-se definitivamente ao bacharelado e à licenciatura, legitimados
pelo Decreto nº 2.208/1997 e, mais tarde, pelo Decreto nº 5.154/2004 (Brasil, 1997; 2004). Essa
regularização desencadeou uma avalanche de CSTs em todo o país, especialmente na
iniciativa privada (Souza, 2022). Somente durante o período de 2003-2010 (Governo Lula da
Silva), houve aumento extraordinário de 686% no número de CSTs, se considerarmos que,
durante o período de 1995-2002 (Governo FHC), o aumento foi de 100,6%.
Hoje, o país conta com 10.653 cursos desse grau acadêmico. A iniciativa privada é
responsável pela oferta de 44,2% desses cursos. Apenas 5,7% deles são ofertados pela Rede
Hegemonia da perspectiva pragmática, imediatista e interessada de formação humana na
política de educação profissional tecnológica brasileira
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