Aula 06: PETROBRAS (Todos Os Cargos) Português - 2021 (Pós-Edital)
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Aula 06: PETROBRAS (Todos Os Cargos) Português - 2021 (Pós-Edital)
Autor:
Equipe Português Estratégia
Concursos
22 de Dezembro de 2021
Equipe Português Estratégia Concursos
Aula 06
Índice
1) Concordância
..............................................................................................................................................................................................3
2) Tipos de Sujeito
..............................................................................................................................................................................................4
6) Concordância Nominal
..............................................................................................................................................................................................
31
TIPOS DE SUJEITO
As regras de concordância são mais facilmente entendidas se o aluno lembrar os tipos de sujeito existentes.
Vamos a eles de forma resumida:
Simples Apenas um núcleo (nome ou pronome) O governo decidiu não interferir na balança
comercial.
Eles desistiram de lutar.
Indeterminado Verbo flexionado na 3a pessoa do plural Disseram que o ideal era o livro comércio
ou partícula "se" indeterminante do regular o mercado.
sujeito Vive-se bem aqui.
possibilidades: uma concordância lógica, mais gramatical, com o núcleo do sujeito, ou uma concordância
mais semântica, com o termo especificador.
Nos percentuais, a concordância é feita com a porcentagem ou com o determinante. Da mesma forma, com
numerais decimais, com vírgula, a concordância é feita com a parte inteira ou com o determinante. Ex.:
4,2% do grupo de mulheres entrevistadas concordaram.
4,2% do grupo de mulheres entrevistadas concordou.
1,4% das pessoas é de classe média.
2,4% das pessoas são de classe média.
80% da população é alfabetizada.
80% da população são alfabetizados.
Se o numeral for decimal não determinado, teremos a concordância obrigatória no plural somente a partir
do número dois. Na verdade, isso é bem lógico, pois plural indica justamente “dois ou mais”. Ex.:
1,5 milhão foi gasto. (Sem determinante, concorda com o numeral)
1,5 milhão de dólares foi gasto. Com determinante, singular ou plural
1,5 milhão de dólares foram gastos.
Seu 1,99m de altura intimida; os 2,20m dele intimidam mais ainda.
Obs.: 1,5 Milhões não existe. Sendo menor que dois, é singular. Veremos isso em concordância nominal.
Obs.: A palavra “milhar” é masculina, então teremos: Os milhares de mulheres jovens que saíram... (Errado:
as milhares de mulheres)
Obs.: Com numerais fracionários, a concordância é feita com o numerador da fração: Ex.: "Um quinto dos
bens cabe ao menino."
No entanto, é registrada também a concordância com o determinante, conforme ressalva específica feita
pelo gramático Cegalla:
“Não nos parece, entretanto, incorreto usar o verbo no plural, quando o número fracionário, seguido de
A concordância é feita com parte inteira, se igual ou maior que 2, vai para o plural, se menor, fica no singular:
1,9 milhão. 2,1 milhões.
Se o numeral vier com um adjunto, a concordância pode ser feita com o núcleo do sujeito ou do adjunto. Ex.:
1,4 Milhão de brasileiros foi/foram às ruas protestar.
Obs.: Milhões, Bilhões e Milhares são usados como substantivos masculinos, então a concordância do
artigo/pronome/numeral que os precede é feita no masculino. Se forem seguidos de determinante feminino,
é possível o adjetivo/particípio concordar no feminino:
Alguns/os/dois milhões de pessoas enganadAS (ou enganadOS) todo dia... (as/algumas milhares de pessoas
está errado!)
Veja o resumo a seguir da concordância com sujeito formado por coletivos:
(CESPE / PF / 2018)
Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios acredita que o
acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no orçamento
baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço.
Seria mantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal “acredita” (L.2) fosse flexionada no plural:
acreditam.
Comentários:
Havendo expressão partitiva seguida de determinante, verbo pode concordar com o sujeito (a maioria aceita)
ou com o determinante (os laboratórios acreditam). Portanto, na questão, singular ou plural estariam
igualmente corretos. Questão correta.
(CESPE / ANVISA / 2016)
Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da
população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de
doentes.
A forma verbal “acreditava” (ℓ.2) está flexionada no singular para concordar com a palavra “parte” (ℓ.1), mas
poderia ser substituída sem prejuízo à correção gramatical pela forma verbal acreditavam, que estabeleceria
concordância com o termo composto “dos médicos e da população” (ℓ.1-2).
Comentários:
Exatamente. Em expressões partitivas, o verbo pode concordar no singular com o núcleo do sujeito (parte)
ou no plural com o determinante (dos médicos e da população). Questão correta.
O detalhe que a banca gosta de explorar é a concordância desses verbos na voz passiva
sintética.
Ex.: ONGs são mantidas por doações X ONGs mantêm-se por doações.
Voz Passiva Analítica Voz Passiva Sintética
Muita atenção agora a essa próxima regra, já que os verbos haver e existir são muitíssimos cobrados. São
questões fáceis. Não vacile!
Obs.: Em sentido figurado, um verbo que indica fenômeno da natureza passa a concordar
com seu sujeito. Ex.:
Choveram críticas ao trabalho.
Hoje eu amanheci de mau humor!
“De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.” Vinícius de Morais
Seremos 1nós 2aqueles que herdaremos o reino dos céus. (nós herdaremos)
Nuc.Suj. N.Adj.
Vejam outros exemplos dessa regra:
O efeito das catástrofes que se verificaram. / O efeito das catástrofes que se verificou.
Não sou um daqueles que pensam na morte. /Não sou um daqueles que pensa na morte.
Cuidado, que essa regra só é válida se o sentido permitir e não causar incoerência no texto. Ex.:
Lerei muito sobre atos de terceiro que sejam considerados crime.
*Lerei muito sobre atos de terceiro que seja considerado crime.
Não haveria como concordar no singular, pois apenas o ato pode ser considerado crime, não o terceiro.
Então, o “que” não pode retomar “terceiro”.
*Ex.: Quais de nós teríamos pensado nisso?
*Ex.: Quais de nós teriam pensado nisso?
* Caso especial: não há pronome relativo que, mas o raciocínio é o mesmo.
Obs.: Só para aprofundar: isso ocorre porque podemos considerar qualquer dos núcleos como “antecedente”
do “que”. Assim como nas expressões partitivas e coletivas com determinantes.
Atenção, muitas vezes essa oração vai ser um sujeito paciente. Fique atento ao “SE” apassivador. Ex.:
Espera-se que a economia melhore. (isto é esperado)
Sujeito (isto)
Parece que o concurso será este ano. (isto parece)
Sujeito (isto)
Obs.: o verbo “parecer” pode também aparecer flexionado, numa locução verbal. Nesse caso, ele não forma
uma outra oração:
Ex.: Os meninos parecem estar felizes.
Então, a banca normalmente insere o verbo “parecer” ao lado do verbo da oração subjetiva para “simular”
uma locução verbal. Veja:
Ex.: Os alunos parecia ouvirem a professora
A leitura da oração acima é:
Os alunos parecia que ouviam a professora
Parecia que os alunos ouviam a professora. >>> Parecia (isto)
Portanto, no caso acima temos sujeito oracional e o verbo fica no singular. Nas locuções verbais, só o verbo
auxiliar se flexiona e ambos os verbos têm o mesmo sujeito.
Algumas construções nem sequer tinham telhado; outras, invadidas pelo mato, incompletas, sem paredes.
Nem o ar tinha esperança de ser vento. Era custoso acreditar que morasse alguém naquele cemitério de
gigantes.
No texto CB1A1-I, o sujeito da oração “Era custoso” (L.3) é
a) o segmento “acreditar que morasse alguém naquele cemitério de gigantes” (L. 3 e 4).
b) o trecho “alguém naquele cemitério de gigantes” (L. 3 e 4).
c) o termo “custoso” (L.3).
d) classificado como indeterminado.
e) oculto e se refere ao período “Nem o ar tinha esperança de ser vento” (L. 3).
Comentários:
Temos caso típico de sujeito oracional:
[Acreditar que morasse alguém naquele cemitério] era custoso.
[ISTO] era custoso. Gabarito letra A.
Em regra, nas locuções verbais (verbo auxiliar + verbo principal), o verbo auxiliar se flexiona e o principal fica
invariável, no singular.
No entanto, o verbo haver, com sentido de existir, “contamina” a concordância do verbo auxiliar, fazendo-o
ficar impessoal também. Veja:
Deve haver 15 anos que não estudo isso.
Devem existir várias soluções para esse problema.
Isso vale também para os outros verbos impessoais, como “fazer”.
Fique atento a outros sentidos do verbo haver, quando ele será um verbo pessoal, conjugado normalmente:
SENTIDO EXEMPLOS
AJUSTAR CONTAS, ENTENDER-SE Se ele não for aprovado, vai se haver comigo.
Obs.: Outro verbo campeão de incidência em prova é o verbo tratar-se. Seu sujeito não aparece, é
indeterminado.
Ex.: Trata-se de doenças endêmicas, não há muito o que se fazer.
Não confunda a expressão invariável Tratar-se “de” com a voz passiva do verbo tratar, que
é transitivo direto.
Ex.: Trata-se de pessoas que não querem de fato estudar. (Tem preposição: sujeito
indeterminado)
Ex.: Tratam-se diversas doenças cardiovasculares aqui. (Voz passiva: doenças são tratadas)
Para entender: a ausência do artigo indica que o termo foi utilizado de forma neutra, genérica, sem ênfase
no componente plural do nome. Por isso, é considerada uma entidade única e leva o verbo para o singular.
Os pronomes de tratamento concordam com a terceira pessoa, seguindo o padrão do pronome “você”. Os
adjetivos concordam com o sexo da pessoa a que se refere o tratamento. Ex.:
Vossa Excelência perdeu sua carteira? (não é vossa carteira!)
Senador, Vossa Senhoria está cansado! (não é cansada!)
A propósito, chamamos de silepse essa concordância que acontece não com o que está explícito na frase,
mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. Portanto, trata-se de uma
concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. Isso causa de o verbo estar
em gênero e número diferente do seu referente:
Depois de um dia de estudo, a gente fica cansado.
(Silepse de gênero: o adjetivo “cansado” concordou com a “ideia” de um falante homem, mas não
concordou com seu referente explícito feminino “gente”)
A concordância siléptica tem fundamento semântico e estilístico. Exceto em casos mais “populares” como
“a gente vamos” e semelhantes, não é considerada erro. Então, havendo exemplos como esses acima, a
concordância é considerada correta.
Por isso, a flexão pode acabar com ambiguidades, pois revela de fato quem é o agente daquele verbo.
No entanto, se o sujeito for claro e único, a concordância deve ser feita com ele. Ex.:
Faço isso para ela não me julgar um fracassado.
Em outros casos, de modo geral, após as preposições sem, de, a, para ou em, o infinitivo pode ou não ser
flexionado. Contudo, as gramáticas preveem algumas regras preferenciais:
Usa-se infinitivo impessoal, sem concordância com um sujeito explícito, em locuções preposicionadas com
“de” ou “para”, quando complementos de adjetivos ou substantivos. Veja os exemplos:
O que é essencial para a prova? Devo flexionar ou não? É livre a escolha? Bem, há algumas
regras mais rígidas e, nos demais casos, não há obrigatoriedade.
Segundo alguns gramáticos de renome, como Celso Cunha, basicamente, flexionamos o
infinitivo para dar ênfase ao agente, concordando com ele; ou não flexionamos, quando a
intenção é dar foco na ação em si, deixando-a genérica. Então, nesses casos, se houver um
possível sujeito no plural, é possível o infinitivo estar em forma de singular ou plural. Ex.:
É importante estudar (foco na ação, o sujeito não aparece)
É importante estudarmos (foco no sujeito—nós)
Por outro lado, nas locuções verbais, o infinitivo deve ficar invariável, pois a flexão vai
estar no outro verbo. Essa é a regra principal! Ex.:
Devo continuar estudando para o concurso.
Vocês poderiam ter dito antes.
Tornou a faltar água no bairro.
A notícia acabou de passar na televisão.
Também deve ficar invariável quando o pronome oblíquo átono “o” for sujeito desse
infinitivo, com os verbos causativos (deixar, fazer, mandar) e sensitivos (ver, ouvir, sentir).
Ex.:
Mandei-os sair.
Deixei-os entrar.
Ela não os fez desistir.
Se em vez do pronome tivermos um substantivo plural, a flexão volta a ser opcional:
Mandei os meninos sair/saírem.
Essas duas regras acima são fundamentais, pois não dependem da intenção de quem
escreve. Nas demais, há grande flexibilidade e as bancas quase sempre cobram casos
Regra geral
Se o sujeito composto for anteposto ao verbo, a concordância com os dois núcleos, no plural, torna-se
mandatória.
estudos do momento.
A forma verbal “impõem” (ℓ.4) está no plural porque concorda com o termo “instituições” (ℓ.4).
Comentários:
Na verdade, concorda com o sujeito composto (O perfil e a política das instituições em que estão inseridos):
O perfil e a política das instituições em que estão inseridos, entre outros aspectos, impõem a agenda dos
estudos do momento. Questão incorreta.
Núcleos: infinitivos antônimos O verbo concordará na terceira Viver e morrer devem ser uma
formando sujeito oracional pessoa do plural. realidade conhecida.
composto Gastar ou poupar se alternam em
minhas prioridades.
Infinitivos modificados por um Segue a regra básica de O viver e o morrer devem ser uma
artigo, significa que são concordância no plural, com realidade conhecida.
substantivados ambos os núcleos
Infinitivos que formam um Segue a regra geral do sujeito Comer, rezar e amar se tornou meu
sujeito oracional e não forem oracional, que é a lema.
antônimos concordância no singular
Porém, no caso de Tu + Ele, a concordância pode ser com a segunda pessoa do plural (vós) ou com a terceira
(eles). Isso ocorre porque não há a presença da primeira pessoa (eu) entre os núcleos, não sendo possível
formar semanticamente o sentido de “nós”. Havendo “tu” e “ele” entre os núcleos, também não se pode
pensar no sentido de “nós”, que é inclusivo da pessoa que fala. Ex.:
Tu e ele serão aprovados. (vocês serão aprovados)
Tu e ele sereis aprovados. (vós sereis aprovados)
Num segundo caso, mesmo que semanticamente se entenda que mais de uma pessoa está praticando a
ação, se a preposição com estiver isolada, entre vírgulas, o sujeito estará sozinho e no singular, então a
concordância será também no singular. Ex.:
Ela, com os primos, formava uma banda completa.
A presença dessas vírgulas impede a concordância, pois entenderemos que esse termo deslocado é um
adjunto adverbial de companhia e deve ser capaz de ser retirado sem prejuízo da concordância. Ex.:
Elaborou o presidente, com seus ministros, um plano de emergência.
Veja na ordem direta: O presidente, com seus ministros, elaborou um plano...
Em sujeitos compostos formados por “bem como”, “assim como”, “tanto quanto”, a preferência é a
concordância com o primeiro termo do sujeito.
Com séries aditivas enfáticas (não só...como/mas também), o verbo concorda com o mais próximo ou vai ao
plural (o que é mais comum quando o verbo vem depois do sujeito). Ex.:
O gato, assim como o cão, ama/amam o dono.
“Tanto o lidador como o abade havia/haviam seguido para o sítio que ele parecia buscar com toda a
precaução”
Não só o idoso mas também o jovem precisa/precisam cuidar da saúde.
Quando “ou” indicar uma situação excludente, uma retificação ou um caso de sinonímia, o verbo vai ficar
no singular, já que só teremos um núcleo praticando a ação. Ex.:
Ou o conservador ou o radical será eleito presidente. (Só um será)
O homem ou homo sapiens descobriu o fogo cedo demais. (Retificação)
A inteligência ou a dedicação predomina no sucesso. (Só uma pode predominar)
No caso do sujeito posposto ao verbo, as duas possibilidades são aceitas, havendo preferência pelo singular.
Ex.:
Não faltava motivação nem disciplina naquele modo de estudar.
Porém, para Ulisses Infante, o nem pode ter sentido de exclusão, em contextos em que só um poderia
praticar aquela ação (alternância ou mútua exclusão); nesse caso concorda no singular. Nesse exemplo
ultraespecífico, “nem” funciona exatamente como a conjunção “ou”. Ex.:
“Nem você nem ele será o novo representante da classe” (Ulisses Infante).
Ele é engenheiro.
Sujeito VL Predicativo
O problema surge quando temos sujeito e predicativo do sujeito em número e pessoa diferentes. Ex.:
Vandercleverson é prejuízos mensais garantidos.
Sujeito VL Predicativo
Para os casos acima, como pronomes retos e sujeito “pessoa”, o verbo ser concorda normalmente com o
sujeito. Se sujeito e predicativo forem personativos, o verbo ser poderá concordar com o predicativo
também. Ex.:
Vandercleverson é/são muitos personagens ao mesmo tempo.
Sujeito VL Predicativo
Se tivermos sujeito representado pelos pronomes tudo, nada, isso, aquilo, ou tivermos sujeito “coisa”,
teremos a possibilidade de concordar com o sujeito ou com o predicativo do sujeito (preferência), conforme
os exemplos abaixo:
Tempo e distância
O verbo ser concorda com o predicativo! Ex.:
Está quente hoje.
É meio dia.
Acorda, são 9 horas!
Da sua casa para a minha são poucos metros.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Os determinantes do substantivo (termos que se referem a ele) devem concordar com ele em gênero e
número, conforme observamos nesse esquema.
Com adjetivo composto, em regra somente o segundo termo da composição varia. Ex.:
As condições econômico-financeiras não são favoráveis.
Os cidadãos afro-brasileiros foram recebidos na embaixada.
Particípios
O particípio funciona como um adjetivo, ou seja, concorda em gênero e número com o substantivo. Porém,
se estiver em locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal), permanece invariável. Ex.:
José Aldo e Anderson Silva foram nocauteados.
Quando tocou o sinal, eu já tinha resolvido as questões.
Advérbios x Adjetivos
Às vezes uma mesma palavra pode ter duas classes gramaticais. Quando se referir ao um verbo, adjetivo ou
outro advérbio, temos um advérbio; quando se referir a um substantivo ou qualquer palavra de valor
substantivo, temos um adjetivo.
Paguei caro pela moto. X Comprei aquela moto cara.
Ando meio desligado. X Comprei meio metro de pedra.
Fica junto ao muro. X Juntos venceremos.
Gosto muito deles. X Gosto de muitos amigos.
Estamos sós (sozinhos). X João só estuda.
Obs.: Bastante, quando pronome indefinido adjetivo, concorda com o substantivo. Funciona como a palavra
“muito”.
Estudo bastante. X Estudo bastantes matérias.
Estudo muito. X Estudo muitas matérias.
Mais... Possível
Nas expressões superlativas com mais e possível a concordância é feita com o artigo. Ex.:
As questões são as mais ambíguas possíveis.
Estude o mais cedo possível.
Os materiais em PDF são os mais atualizados possíveis.
Anexo e apenso
Anexo e apenso são adjetivos e concordam em gênero e número com o termo substantivo a que se referem.
As expressões “em anexo” e “em apenso” são invariáveis. Ex.:
Seguem anexas (ou em anexo) as planilhas. / Segue anexo (ou em anexo) o documento.
Os demonstrativos estão apensados ao processo. / Os demonstrativos estão em apenso.
GRAVE: “em apenso”; “menos” e “alerta” são invariáveis.
Anexo – Obrigado – Mesmo – Próprio – Incluso – Quite (variáveis)
Tal e qual
Tal concorda com o antecedente e qual com o termo seguinte. Ex.:
Esses funcionários são tais quais os patrões. / Esse funcionário é tal quais os patrões.
Esse funcionário é tal qual o patrão. / Esses funcionários são tais qual o patrão.
Na linha 1-2, sem prejuízo para a correção gramatical, a expressão “tal qual” poderia ser flexionada no plural,
para concordar com “valores supremos”.
Comentários:
Analisemos essa sentença:
...a justiça é um dos valores supremos da sociedade, tal qual a harmonia social e a liberdade.
Como vimos, o “tal” concorda com seu antecedente (a justiça), e o “qual” concorda com o termo que o
sucede (a harmonia). Também poderíamos ter uma concordância total, no plural, com os núcleos a harmonia
social e a liberdade: “tal quais a harmonia1 e a liberdade2”; porém, não é possível “qual” concordar com
“valores supremos”, pois esse termo vem antes dele, não depois. Errado.
No trecho “arrastou-se até a porta para ver o que havia acontecido por ali” (Linha. 10 e 11), a substituição
da forma verbal “havia” por teria não prejudicaria a correção gramatical do texto, mas poderia alterar o seu
sentido original
Comentários:
Esta questão trabalha com os usos do verbo "haver".
O verbo "haver" pode ser usado como auxiliar, no sentido de "ter". Note, porém, que a substituição proposta
trará uma modificação no sentido expresso pela frase. Observando as frases, temos:
“arrastou-se até a porta para ver o que havia acontecido por ali”
“arrastou-se até a porta para ver o que teria acontecido por ali”
Podemos identificar, na primeira frase, o uso do pretérito imperfeito como forma de transportar o leitor para
o momento do acontecimento; por outro lado, a substituição pelo futuro do pretérito resulta em dúvida em
relação ao acontecimento, mudando o sentido da mensagem.
Desta forma, apesar da substituição não interferir na correção gramatical, ela interfere no sentido
transmitido pelo texto.
Questão correta.
2. (CESPE / SEED-PR / 2021)
No trecho “Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar
os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à
consciência”, do texto 15A2-II, a forma verbal “obrigam” estabelece concordância com
a) o termo “cobiças”.
b) os termos “trapos”, “rasgões” e “remendos”.
c) o termo “a gente”.
d) os termos “olhar”, “contraste” e “luta”.
e) os termos “opinião”, “interesses” e “cobiças”.
Comentários:
O verbo "obrigam" foi corretamente flexionado na terceira pessoa do plural para concordar com os núcleos
do sujeito composto "olhar", "contraste" e "luta" (note que a concordância se dá com o núcleo do sujeito e
não com o seu complemento, como seria o caso das palavras (opinião", "interesses" e "cobiças").
Gabarito letra D.
3. (CESPE / SEED-PR / 2021)
Socorro
Socorro, alguém me dê um coração,
que esse já não bate nem apanha.
Por favor, uma emoção pequena,
qualquer coisa que se sinta,
tem tantos sentimentos,
deve ter algum que sirva.
Sem prejuízo do sentido original do texto 5A2-I, a forma verbal “tem”, no verso “tem tantos sentimentos”,
na terceira estrofe poderia ser corretamente substituída por
a) contêm.
b) possuem.
c) aparecem.
d) há.
e) existe.
Comentários:
No poema, o verbo TER ("tem tanto sentimento") foi utilizado de modo informal e expressa o significado de
existir, haver.
Portanto, na forma como foi utilizado, o verbo deve ser substituído por HÁ ("há tantos sentimentos") de
acordo com a norma padrão da língua portuguesa para utilização do verbo HAVER quando expressa sentido
de EXISTIR.
Gabarito letra D.
4. (CESPE / MP-CE / 2020)
A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma “existirem” (l. 22) fosse substituída por existir.
Comentários:
O verbo só pode ficar no plural, pois concorda com “traços”:
apesar de não existirem, nos animais, traços de preconceito ou discriminação propriamente dita
apesar de traços de preconceito ou discriminação propriamente dita não existirem...
Por isso, o singular seria incorreto.
Questão incorreta.
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, a forma verbal “restam” (l. 26) poderia
ser substituída por mantém-se.
Comentários:
O sujeito é “muitas empresas”, então o verbo deve concordar NO PLURAL com o núcleo “empresas”. A forma
verbal sugerida apresenta flexão de singular (mantém-se) em vez de plural (mantêm-se), o que implica erro
de concordância verbal no período; logo, a correção gramatical ficaria prejudicada com a substituição.
Questão incorreta.
6. (CESPE / SEFAZ-DF / 2020)
Em pesquisa com dez setores industriais ao longo de três anos, os dois professores do IMD concluíram que,
ao contrário do otimismo gerado pelo Acordo de Paris para combater a mudança climática e pelos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, as iniciativas nas empresas deixam a desejar. Na
pesquisa, eles constataram que menos de um terço das companhias desenvolveram casos de negócios claros
ou proposições de valor apoiadas em sustentabilidade.
A substituição da forma verbal “desenvolveram” por desenvolveu manteria a correção gramatical do texto.
Comentários:
O sujeito da oração em apreço é o coletivo partitivo “menos de um terço das companhias” (3º parágrafo).
Nesse caso, o verbo pode ir tanto para o plural, como consta no texto, quanto para o singular, como consta
na substituição proposta na assertiva.
Questão correta.
7. (CESPE / MP-CE / 2020)
A correção gramatical e os sentidos originais do texto seriam mantidos caso o período “A inocuidade dos
alimentos contribui para a segurança alimentar, a saúde humana, a prosperidade econômica, a agricultura,
o acesso ao mercado, o turismo e o desenvolvimento sustentável.” fosse reescrito da seguinte forma: A
integridade dos alimentos contribuem com a segurança alimentar, saúde humana, prosperidade econômica,
agricultura, acesso ao mercado, turismo e desenvolvimento sustentável.
Comentários:
Há um erro básico de concordância, o núcleo é singular e o verbo ficou no plural.
A integridade dos alimentos contribuem...
A INTEGRIDADE dos alimentos CONTRIBUI
Não é possível concordar com o determinante “dos alimentos”, pois essa possibilidade só existe quando
temos expressão partitiva, não é o caso. A concordância por regra é feita com o núcleo do sujeito.
Questão incorreta.
8. (CESPE / TJ-PA / 2020)
Todas as atividades realizadas no país e todas as pessoas que estão no Brasil estão sujeitas à lei. A norma
vale para coletas operadas em outro país, desde que estejam relacionadas a bens ou serviços ofertados a
brasileiros. Mas há exceções, como a obtenção de informações pelo Estado para a segurança pública.
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, a forma verbal “há” poderia ser
substituída por
a) existe. b) ocorre. c) têm. d) tem. e) existem.
Comentários:
Há exceções = Existem exceções. O verbo HAVER fica no singular, por ser impessoal. EXISTIR faz concordância
normal com o sujeito Exceções.
Gabarito letra E.
9. (CESPE / SEFAZ-RS / 2019)
Desse modo, o poder de tributar está na origem do Estado ou do ente político, a partir da qual foi possível
que as pessoas deixassem de viver no que Hobbes definiu como o estado natural (ou a vida pré-política da
humanidade) e passassem a constituir uma sociedade de fato, a geri-la mediante um governo, e a financiá-
la, estabelecendo, assim, uma relação clara entre governante e governados.
O referente da forma verbal “passassem” é o termo “as pessoas”.
Comentários:
Correto. O referente da forma verbal “passassem” é o termo “as pessoas”. A lógica é: As pessoas passaram
a constituir uma sociedade de fato.
Questão correta.
10. (CESPE / PGE-PE / 2019)
A invenção das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a
organização da democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e
XVI, o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram
gerações inteiras.
Seria mantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal “representa” fosse substituída por
representam.
Comentários:
O sujeito é singular: “tudo isso”, então o verbo não pode ficar no plural. Esta é a regra da concordância com
elementos resumitivos, mas que não foge da regra geral de concordância com o núcleo do sujeito.
Questão incorreta.
11. (CESPE / CGE-CE / 2019)
Candeia era quase nada. Não tinha mais que vinte casas mortas, uma igrejinha velha, um resto de praça.
Algumas construções nem sequer tinham telhado; outras, invadidas pelo mato, incompletas, sem paredes.
Nem o ar tinha esperança de ser vento. Era custoso acreditar que morasse alguém naquele cemitério de
gigantes.
No texto CB1A1-I, o sujeito da oração “Era custoso” (L.3) é
a) o segmento “acreditar que morasse alguém naquele cemitério de gigantes” (L. 3 e 4).
Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto, o primeiro parágrafo poderia ser reescrito da
seguinte maneira: São a velocidade das transformações que caracterizam, principalmente, a sociedade
contemporânea.
Comentários:
Aproveitamos essa questão para trazer mais uma regra do verbo “SER”:
REGRA: A locução expletiva “é que” (ser + que) é invariável. Contudo, se o “ser” vier separado do “que”, o
verbo varia e concorda com núcleo (não preposicionado) que vier entre eles:
As pessoas de visão é que moldam seus destinos.
São as pessoas de visão que moldam seus destinos.
É a velocidade das transformações que caracteriza, principalmente, a sociedade contemporânea
Questão incorreta.
No trecho “arrastou-se até a porta para ver o que havia acontecido por ali” (Linha. 10 e 11), a substituição
da forma verbal “havia” por teria não prejudicaria a correção gramatical do texto, mas poderia alterar o seu
sentido original
2. (CESPE / SEED-PR / 2021)
No trecho “Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar
os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à
consciência”, do texto 15A2-II, a forma verbal “obrigam” estabelece concordância com
a) o termo “cobiças”.
b) os termos “trapos”, “rasgões” e “remendos”.
c) o termo “a gente”.
d) os termos “olhar”, “contraste” e “luta”.
e) os termos “opinião”, “interesses” e “cobiças”.
3. (CESPE / SEED-PR / 2021)
Socorro
Socorro, alguém me dê um coração,
que esse já não bate nem apanha.
Por favor, uma emoção pequena,
qualquer coisa que se sinta,
tem tantos sentimentos,
deve ter algum que sirva.
Sem prejuízo do sentido original do texto 5A2-I, a forma verbal “tem”, no verso “tem tantos sentimentos”,
na terceira estrofe poderia ser corretamente substituída por
a) contêm. b) possuem. c) aparecem. d) há. e) existe.
4. (CESPE / MP-CE / 2020)
A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma “existirem” (l. 22) fosse substituída por existir.
5. (CESPE / SEFAZ-DF / 2020)
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, a forma verbal “restam” (l. 26) poderia
ser substituída por mantém-se.
6. (CESPE / SEFAZ-DF / 2020)
Em pesquisa com dez setores industriais ao longo de três anos, os dois professores do IMD concluíram que,
ao contrário do otimismo gerado pelo Acordo de Paris para combater a mudança climática e pelos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, as iniciativas nas empresas deixam a desejar. Na
pesquisa, eles constataram que menos de um terço das companhias desenvolveram casos de negócios claros
ou proposições de valor apoiadas em sustentabilidade.
A substituição da forma verbal “desenvolveram” por desenvolveu manteria a correção gramatical do texto.
7. (CESPE / MP-CE / 2020)
A correção gramatical e os sentidos originais do texto seriam mantidos caso o período “A inocuidade dos
alimentos contribui para a segurança alimentar, a saúde humana, a prosperidade econômica, a agricultura,
o acesso ao mercado, o turismo e o desenvolvimento sustentável.” fosse reescrito da seguinte forma: A
integridade dos alimentos contribuem com a segurança alimentar, saúde humana, prosperidade econômica,
agricultura, acesso ao mercado, turismo e desenvolvimento sustentável.
8. (CESPE / TJ-PA / 2020)
Todas as atividades realizadas no país e todas as pessoas que estão no Brasil estão sujeitas à lei. A norma
vale para coletas operadas em outro país, desde que estejam relacionadas a bens ou serviços ofertados a
brasileiros. Mas há exceções, como a obtenção de informações pelo Estado para a segurança pública.
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, a forma verbal “há” poderia ser
substituída por
a) existe. b) ocorre. c) têm. d) tem. e) existem.
9. (CESPE / SEFAZ-RS / 2019)
Desse modo, o poder de tributar está na origem do Estado ou do ente político, a partir da qual foi possível
que as pessoas deixassem de viver no que Hobbes definiu como o estado natural (ou a vida pré-política da
humanidade) e passassem a constituir uma sociedade de fato, a geri-la mediante um governo, e a financiá-
la, estabelecendo, assim, uma relação clara entre governante e governados.
O referente da forma verbal “passassem” é o termo “as pessoas”.
Se a expressão “uma visão revolucionária” fosse substituída por ideias revolucionárias, seria necessário
alterar a forma verbal “Trata-se” para Tratam-se, para se manter a correção gramatical do texto.
16. (CESPE / STM / 2018)
O grupo tende a escolher como líder a pessoa que lhe pode dar maior assistência e orientação (que defina ou
ajude o grupo a escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus
objetivos.
Há uma ambiguidade quanto ao antecedente do sujeito elíptico da forma verbal “alcance”, que poderia ser
dirimida caso essa forma verbal fosse flexionada no plural — alcancem —, estabelecendo-se concordância
ideológica com a palavra “grupo”.
17. (CESPE / EBSERH / 2018)
Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos
legais para fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas...
A substituição de “foram adotados” por adotou-se preservaria a correção e o sentido do texto.
18. (CESPE / IHBDF / 2018)
perfil e a política das instituições em que estão inseridos, entre outros aspectos, impõem a agenda dos
estudos do momento.
A forma verbal “impõem” (ℓ.4) está no plural porque concorda com o termo “instituições” (ℓ.4).
30. (CESPE / IPHAN / 2018)
Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto, o primeiro parágrafo poderia ser reescrito da
seguinte maneira: São a velocidade das transformações que caracterizam, principalmente, a sociedade
contemporânea.
GABARITO
1. CORRETA 7. INCORRETA 13. INCORRETA 19. INCORRETA 25. CORRETA
2. LETRA D 8. LETRA E 14. INCORRETA 20. LETRA C 26. INCORRETA
3. LETRA D 9. CORRETA 15. INCORRETA 21. CORRETA 27. INCORRETA
4. INCORRETA 10. INCORRETA 16. INCORRETA 22. LETRA D 28. INCORRETA
5. INCORRETA 11. LETRA A 17. INCORRETA 23. CORRETA 29. INCORRETA
6. CORRETA 12. c INCORRETA 18. INCORRETA 24. CORRETA 30. INCORRETA