Apostila - Joyse

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CENTRO DE FORMAÇÃO TÉCNICA EM SAÚDE

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM


Caderno de Suporte Teórico

DISCIPLINA:
DOCENTE:

Poço Redondo/SE, 2024


Site: www.centrotecnicoemsaude.com
1.0 BIOSSEGURANÇA

1.1 DEFINIÇÃO

Conjunto de medidas voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos


inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e
prestação de serviços que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, meio
ambiente ou a qualidade dos trabalhos envolvidos.

1.2 BASES E OBJETIVOS

A base da biossegurança é o respeito à vida, aos valores éticos e à responsabilidade


social, tendo como objetivo à proteção do indivíduo, sociedade e meio ambiente.

1.3 CAMPOS DE APLICAÇÃO

 Hospitais
 Indústrias
 Clínicas veterinárias
 Laboratórios
 Hemocentros
 Universidades
 Engenharia de Segurança
 Medicina do Trabalho
 Saúde do Trabalhador
 Higiene Industrial
 Controle Infecção Hospitalar

2.0 RISCOS

2.1 DEFINIÇÃO

Possibilidade de promoção de eventos negativos, cientificamente fundamentado, para a


saúde humana, meio ambiente e outros organismos.
O risco é a possibilidade.

Perigo – Expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua materialização em
danos.

Dano – é a severidade da lesão, ou a perda física funcional ou econômica, que podem


resultar se o controle sobre o risco for perdido. O perigo é a exposição.
OBS. Existem níveis de perigos e severidade de dano

Ex. 1. Um risco pode estar presente, mas pode haver níveis de perigo, devido às precauções
tomadas. Assim, um posto de enfermagem, possui riscos inerentes ao setor, pela presença
de materiais perfuro-cortante contaminado com sangue de pacientes. Há um alto nível de
perigo se esses materiais estiverem espalhados em locais indefinidos, ou até mesmo em um
lixo comum. O mesmo risco estará presente quando os materiais perfuro-cortantes
estiverem em um recipiente de descarte apropriado. Entretanto, o perigo agora será mínimo
para o pessoal.
2.2 TIPOS DE RISCOS (Portaria do Ministério do Trabalho, MT nº. 3214, de 08/06/78)

2.2.1 Riscos de Acidentes – Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo
e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. Exemplos: máquinas e
equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, armazenamento inadequado, etc.

2.2.2 Riscos Ergonômicos – Qualquer fator que possa interferir nas características
psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. Exemplos:
levantamento e transporte manual de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia,
repetitividade, responsabilidade excessiva, postura inadequada de trabalho, etc.

2.2.3 Riscos Físicos – Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia
a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som,
materiais cortantes e pontiagudos, etc.

2.2.4 Riscos Químicos – Consideram-se agentes de risco químico as substâncias compostas


ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. Ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por
ingestão;
2.2.5 Riscos Biológicos – Consideram-se agentes de riscos biológicos as bactérias, fungos,
parasitos, vírus, entre outros.

Sobre os RISCOS BIOLÓGICOS é importante saber que estes podem ser distribuídos em
quatro (04) classes, por ordem crescente de riscos, segundo os seguintes critérios:

Níveis de Risco:
 RISCO 1: escasso risco individual e comunitário Ex: bacillus subtilis
 RISCO 2: risco individual moderado, comunitário limitado. Ex: HbC, HIV
 RISCO 3: risco individual elevado, comunitário baixo. Ex: Mycrobacterium tuberculosis
 RISCO 4: elevado risco individual e comunitário. Ex: vírus Ebola

Critérios para Classificação de Risco

 Patogenicidade - Capacidade do agente invasor em causar doença com suas


manifestações clínicas entre os hospedeiros suscetíveis.

 Virulência - É a capacidade patogênica de um microrganismo, medida pela mortalidade


que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do hospedeiro.

 Transmissibilidade – É a capacidade de penetração que o agente possui, bem como as


portas de entrada que eles utilizam para adentrar ao organismo. Varia entre baixa e alta.

 Medidas profiláticas – Recurso de prevenção contra um determinado agente agressor.

 Tratamento eficaz – Algumas infecções não dispõem de tratamentos capazes de


promover a cura, tornando o risco de morte elevado.
 Endemicidade – É a capacidade de propagação do agente causador para outras áreas,
afetando a outras pessoas.
CORES UTILIZADAS NO MAPEAMENTO DE RISCO

3.0 BIOSSEGURANÇA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Durante o desenvolvimento do trabalho na área de saúde, tanto no atendimento direto ao


paciente ou nas atividades de apoio, estamos expostos a todos os riscos acima citados,
sobretudo, aos riscos biológicos, uma vez que, de forma inerente, entramos em contato com
esses agentes caracterizados por: sangue, secreções, excreções tipo vômito, urina, fezes,
sêmen, leite materno, escarro, saliva e outros fluídos corporais. Estes materiais biológicos
podem estar alojando microorganismos, por isso consideramos estes fluídos de pacientes ou
os equipamentos que tiveram contato com eles, como potencialmente contaminados por
microorganismos transmissíveis de doenças. Por não sabermos se esses microorganismos
patogênicos estão ou não presentes nos equipamentos, vamos sempre considerá-los
contaminados. Dessa forma, na rotina de trabalho sempre devemos estar conscientes da
importância de nos protegermos ao manipularmos materiais, artigos, resíduos e ambiente
sujos de sangue e/ou secreção.
Para nossa proteção devemos utilizar a Precauções Padrão, que são cuidados e
equipamentos que irão bloquear a transmissão de microorganismo evitando a contaminação
do profissional de saúde, pacientes e o ambiente de trabalho.

3.1 PRECAUÇÕES PADRÃO

3.1.1 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI’s

Empregados para proteger o pessoal da área de saúde do contato com agentes infecciosos,
tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos.

Luvas - Não substitui a lavagem das mãos. As luvas protegem de sujidades grosseiras.
Devem ser utilizadas em procedimentos que envolvam sangue, fluídos corporais, secreções,
excreções, membranas mucosas, pele não íntegra e durante a manipulação de artigos
contaminados. As luvas devem ser trocadas após contato com material biológico, entre as
tarefas e procedimentos em um mesmo paciente, pois podem conter uma alta concentração
de microorganismos. Remova as luvas logo após usá-las, antes de tocar em artigos e
superfícies sem material biológico e antes de atender outro paciente, evitando a dispersão
de microorganismos ou material biológico aderido nas luvas. Lave as mãos imediatamente
após a retirada das luvas, para evitar a transferência de microorganismos a outros pacientes
e materiais, pois há repasse de microorganismos para as mãos mesmo com uso de luvas.
As luvas estéreis estão indicadas para procedimentos invasivos e assépticos. Luvas grossas
de borracha estão indicadas para limpeza de materiais e de ambientes.

Máscara e Óculos de proteção – A máscara cirúrgica e óculos de proteção ou escudo facial


são utilizados em procedimentos e servem para proteger as mucosas dos olhos, nariz e
boca de respingos (gotículas) gerados pela fala, tosse ou espirro de pacientes ou durante
atividades de assistência e de apoio. Estas gotículas geradas por fonte humana tem
diâmetro de até 5μ e se dispersam até um metro de distância quando se depositam nas
superfícies. Elas podem ser de sangue, fluidos corporais, secreções e excreções ou líquidos
contaminados como aquelas geradas durante a lavagem de materiais contaminados. Os
procedimentos de maior risco e dispersão de respingos são: broncoscopia, aspiração oral,
nasal ou endotraqueal, passagem de sonda gástrica, cirurgias, suturas, técnicas
laboratoriais de bioquímica e microbiologia e atendimento odontológico. Outra indicação de
uso destes equipamentos é durante a manipulação de produtos químicos, como em farmácia
hospitalar, áreas de expurgos ou de desinfecção de artigos onde existe o risco químico de
contato. As máscaras cirúrgicas devem ter um filtro bacteriano de até 5μ de diâmetro. São
de uso único, mas durante procedimento de longa duração, sua troca deverá ocorrer quando
úmidas ou submetidas a respingos visíveis.

Jalecos, Avental e gorro – O jaleco deve ser de mangas longas, em algodão ou fibra
sintética não inflamável. Protege contra salpicos, borrifos, gotas e impactos. O avental limpo
(não estéril) serve para proteger a pele e prevenir sujidade na roupa durante procedimentos
que tenham probabilidade de gerar respingos ou contato de sangue, fluidos corporais,
secreções ou excreções. O avental será selecionado de acordo com a atividade e
quantidade de fluidos encontrados (plástico ou tecido). O avental de plástico está indicado
para lavagem de materiais em áreas de expurgo. O avental sujo deve ser removido logo
após o descarte da luva, devendo as mãos ser lavadas para evitar transferência de
microorganismos para o ambiente e outros pacientes. O gorro estar indicado
especificamente para profissionais que trabalham com procedimentos que envolvam
dispersão de aerossóis, projeção de partículas e proteção de pacientes quando o
atendimento envolver procedimentos cirúrgicos. È o caso da equipe odontológica e outras
especialidades como oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia geral, cirurgia vascular e
outras especialidades cirúrgicas.
Tanto o avental quanto o gorro podem ser de diferentes tecidos laváveis ou do tipo
descartável de uso único. A lavagem domiciliar de aventais contaminados deve ser
precedida de desinfecção, por 30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 0,02% (10 ml
de alvejante comercial a 2 a 2,5% para cada litro de água).

Calçados – Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles
fechados de preferência impermeáveis (couro ou sintético). Devem-se evitar os de tecido
que umedecem e retém sujeira. É recomendável escolher calçados cômodos e do tipo
antiderrapante. Se o local tiver muita umidade, como em lavanderias, usar botas de
borrachas.
3.1.2 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC’s

Empregados para a proteção do pessoal do laboratório, do meio ambiente e da pesquisa


desenvolvida.

Cabines de Segurança – Para evitar fuga de aerossóis para o ambiente;

Chuveiro de Emergência - De aproximadamente 30 cm de diâmetro, acionadas por alavanca


de mãos, cotovelos ou joelhos, devendo estar localizado em local de fácil acesso;

Extintor de Incêndio – A base de água (papel, tecido ou barreira), de CO2 em pó (líquidos e


gases inflamáveis, fogo de origem elétrica), de espuma (não usar em fogo causado por
eletricidade);

Mangueira de Incêndio (comprimento e localização fornecidos pelo Corpo de Bombeiros);


3.1.3 CUIDADOS

Lavagem das Mãos – A lavagem rotineira das mãos com água e sabão, elimina além da
sujidade visível ou não, todos os microorganismos que se aderem à pele durante o
desenvolvimento das nossas atividades mesmo estando à mão enluvada. A lavagem das
mãos é a principal medida de bloqueio da transmissão de microorganismos. Devemos lavar
as mãos sempre, antes de iniciarmos uma atividade e logo após seu término, assim como
fazemos em nosso dia a dia antes das refeições e após a ida ao banheiro. Mantenha suas
unhas curtas e as mãos sem anéis para diminuir a retenção de microorganismos.

Manipulação de Instrumentos e Materiais – Os instrumentos e materiais sujos com sangue,


secreções e fluídos corporais, devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação
da pele e mucosas (olhos, nariz e boca), roupas, e ainda, prevenir a transferência de
microorganismos para outros pacientes e ambientes. Todos os instrumentos reutilizáveis
têm rotina de reprocessamento. Verifique para que estes estejam limpos e
desinfetados/esterilizados adequadamente antes do uso em outro paciente ou profissional.
Confira se os materiais descartáveis de uso único estão sendo realmente descartados e se
em local apropriado.

Manipulação de materiais cortantes ou de punção – Ao manusear, limpar, transportar ou


descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras, e outros instrumentos de corte tenham
cuidado para não se acidentar. A estes materiais chamamos de materiais pérfuros -cortantes.
Eles devem ser descartados em caixas apropriadas, rígidas e impermeáveis que devem ser
colocadas próximas a área em que os materiais são usados. Nunca recape agulhas após o
uso. Não remova com as mãos agulhas usadas das seringas descartáveis e não as quebre
ou entorte. Para a reutilização de seringa anestésica descartável ou carpule, recape a
agulha introduzindo-a no interior da tampa e pressionando a tampa ao encontro da parede
da bandeja clínica de forma a não utilizar a mão neste procedimento. Seringas e agulhas
reutilizáveis devem ser transportadas para área de limpeza e esterilização em caixa de inox
ou bandeja.
Ambientes e Equipamentos – Toda a unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e
desinfecção de superfícies do ambiente e de equipamentos. Colabore na supervisão para
conferir se estas medidas estão sendo seguidas.

Roupas e Campos de uso do paciente – Manipule e transporte as roupas sujas com sangue,
fluidos corporais, secreções e excreções com cuidado. Transporte-as em sacos plásticos.
Os serviços de saúde que utilizam rouparia e campos reutilizáveis devem ter um sistema de
lavanderia, própria ou terceirizada que garanta a desinfecção dessas roupas.

Vacinação – Todos os profissionais de saúde devem estar vacinados contra hepatite B e o


tétano. Estas vacinas estão disponíveis na rede pública municipal.

4.0 ACIDENTE COM SANGUE E/OU SECREÇÕES

O desenvolvimento da prática assistencial dos serviços de saúde, como já dito


anteriormente, lida diretamente com materiais biológicos, que podem estar albergando
microorganismos responsáveis por doenças graves virais e bacterianas. Por isso utilizamos
as Precauções Padrão. Mesmo assim os riscos de acidentes sempre estão presentes, pois
há situações em que alguns fatores predominam na participação da ocorrência doas
acidentes com exposição à materiais biológicos. Doenças virais como a AIDS e a Hepatite B
podem ser inibidas na sua transmissão através de ações profiláticas com a vacina e
imunoglobulina, no caso da Hepatite B, e antiretrovirais, com diferentes composições e
indicações, no caso da AIDS.

4.1 FATORES QUE INFLUENCIAM OS ACIDENTES DE TRABALHO

 Instrução inadequada
 Supervisão ineficiente
 Práticas inadequadas
 Mau uso dos EPI’s
 Ausência de Protocolos
 Não observação das normas
 Estresse
 Sobrecarga de Trabalho
 Agitação psicomotora do paciente
4.2 EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE – FLUXO

Entende-se por exposição ocupacional as situações envolvendo sangue ou secreções


corporais em lesões percutâneas (como ferimentos perfuro-cortante determinados por
agulhas), contato com membrana ou pele não íntegra (quando já existe alguma lesão na
pele, queimadura, dermatite) ou contato com pele íntegra quando a duração é prolongada a
vários minutos ou horas. Secreções corporais incluem: sêmen, secreções vaginais, líquido
cefalorraquidiano, sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico, amniótico. Exposição a saliva,
lágrimas, vômitos, urina e fezes sem a presença de sangue não requer acompanhamento
pós-exposição.
Se confirmada a exposição, o que fazer?

4.2.1 ACIDENTADO – Servidor, estagiário, interno, residente, empregado terceirizado:

 Lavar abundantemente o ferimento ou mucosa, estimulando o sangramento;


 Identificar o paciente-fonte (nome, prontuário);
 Buscar orientação da chefia imediata;
 Solicitar NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO (NAT) (duas vias) para a
chefia;
 Dirigir-se à unidade de referência levando amostra de sangue do paciente-fonte
rotulada, folha de consentimento do paciente-fonte e NAT;
 Realiza o boletim de atendimento, dirige-se à consulta médica para avaliação de
risco para quimioprofilaxia do HIV e Hepatite B, faz a coleta de sangue e retira os
anti-retrovirais se for o caso;
 Dirige-se ao setor indicado para realizar afastamento das atividades se necessário,
munido da documentação necessária;
 Faz acompanhamento sorológico em 3 e 6 meses na unidade de referência, se o
paciente tiver a sorologia positiva.

4.3 APLICAÇÃO DA BIOSSEGURANÇA - RECOMENDAÇÕES

 Cumprir as normas e práticas de técnicas microbiológicas padronizadas;


 Conhecimento prévio dos riscos que sua unidade de trabalho oferece;
 Participar de treinamento de segurança apropriado;
 Conhecer sobre os princípios da biossegurança (identificação dos riscos,
especificação das práticas, procedimentos para eliminação de riscos);
 Não guardar e nem consumir alimentos e bebidas nos postos de enfermagem;
 Evitar o hábito de levar às mãos à boca, nariz e olhos, rosto ou cabelo no posto;
 Não usar cabelo solto, quando for longo.
 Lavar as mãos antes de iniciar o trabalho e após a manipulação de agentes químicos
e biológicos, mesmo que tenha usado luvas;
 Ao final dos procedimentos remover todo o material, dando o destino apropriados
para cada um deles, incluindo luvas e aventais.
 Utilizar jalecos ou outro tipo de uniforme protetor, de algodão, apenas dentro do
ambiente hospitalar. Não usar essa roupa fora do hospital;
 Não usar sandálias ou sapatos abertos no hospital;
 Não devem ser usados jóias ou outros adornos nas mãos, porque podem impedir
uma boa limpeza das mesmas;
 Utilizar luvas quando manusear material infeccioso;
 Conhecer a localização e o uso correto dos equipamentos de segurança disponíveis.
 Determinar causas de risco potenciais e as precauções de segurança apropriadas
antes de começar a utilizar novos equipamentos;
 Evitar perturbar ou distrair quem esteja realizando algum procedimento;
 Assegurar-se que todos os agentes que ofereçam algum risco estejam rotulados e
estocados corretamente.
 Abster-se de trabalhar com patógenos humanos se tiver com corte recente, lesão na
pele ou com ferida aberta (mesmo uma extração de dente).
 Utilizar proteção apropriada para os olhos quando necessário.
 Usar outros equipamentos de proteção conforme for necessário.
 Evitar a exposição a gases, vapores e aerossóis. Utilizar sempre uma capela ou fluxo
para manusear estes materiais.

Resíduos sólidos de serviço de saúde

São os resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos que resultam de atividades da


comunidade, de origem:

- Industrial - Comercial - Doméstica - Agrícola - Varrição - Hospitalar - Serviços

Geradores de Resíduos de Serviços de Saúde

 Hospitais e Postos de Saúde


 Clínicas Médicas, Odontológicas e Veterinárias
 Farmácias e Ambulatórios
 Laboratórios Clínicos, de Patologia e de Pesquisa
 Consultórios Médicos e Odontológicos
 Casas de Repouso e Funerárias
 Hemocentros

Resíduos por setores em um hospital

Tipos de resíduos gerados por setor

Setor Tipo de resíduo


Cozinha
Restos de preparo de alimentos, sobra de comidas, embalagens
de plástico, papelão, papel, vidros, etc.
Enfermarias
Algodão, gaze, restos de comida, papel higiênico, absolventes,
embalagens, etc.
Maternidade
Fraldas e os resíduos das enfermarias.
Escritório
Lixo administrativo (papel, papelão, caixas, etc.)
Outros
Restos de varrição de áreas comuns: pátio, corredores,
estacionamento;
Poda de árvores, madeiras, grama, entulhos, embalagens, etc.
Classificação

Os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde estão classificados em cinco grupos:


Grupo

A Resíduos com Riscos Biológicos


B Resíduos com Riscos Químicos
C Rejeitos Radioativos
D Resíduos Comuns
E Materiais Perfurocortantes

Resíduos do Grupo A: são resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por
suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de
infecção, não poderão ser dispostos no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure
a eliminação das características de periculosidade do resíduo; a preservação dos recursos
naturais; o atendimento aos padrões de qualidade e de saúde pública.

Os Resíduos Sólidos do Grupo A estão divididos em cinco grupos: A1, A2, A3, A4, A5.

Grupo A1: culturas e estoque de microorganismos, descarte de vacinas, bolsas


transfusionais contendo sangue.

Grupo A2: peças anatômicas de animais de experimentação, vísceras e cadáveres de


animais,

Grupo A3: peças anatômicas humanas (órgãos/tecidos), produto de fecundação sem sinais
vitais: peso menor que 500g, estatura menor que 25cm, idade gestacional menor que 20
semanas.

Grupo A4: kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, filtros de ar e gases


aspirados, sobras de amostras de laboratórios (fezes, sangue), resíduos de tecidos adiposos
(lipoaspiração).

Grupo A5: órgãos, tecidos, fluídos orgânicos, perfurocortantes com suspeita de


contaminação.

Resíduos do Grupo B: são resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar
risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de:

 inflamabilidade
 corrosividade
 reatividade
 toxicidade
Resíduos do Grupo C - Rejeitos Radioativos: quaisquer materiais resultantes de
atividades humanas que contenham Radionuclídeo em quantidades superiores aos limites
de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);

Ex: materiais de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, serviços de medicina


nuclear, serviços de radioterapia.

Resíduos do Grupo D: são resíduos equiparados aos resíduos domiciliares.

Ex: resíduos de varrição, restos de alimentos, papel de uso sanitário, poda de árvores,
resíduos de gesso.

Resíduos do Grupo E: nesse grupo estão os materiais perfurocortantes ou escarificante, tais


como:

Ex: agulhas, ampolas de vidro, lâminas de bisturi, lancetas, vidro quebrado.

Gerenciamento de resíduos sólidos

É um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases


científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de
resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma
eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a prevenção da saúde pública, dos recursos
naturais e do meio ambiente.

Etapas do Manejo dos RSS(resíduos sólidos de saúde)

1 - segregação, 2 - acondicionamento, 3 - identificação, 4 - transporte interno, 5 -


armazenamento temporário, 6 - tratamento, 7 - armazenamento externo, 8 - coleta e
transporte externo, 9 - disposição final.

1. Segregação: separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com
as características físicas, químicas, biológicas, com o seu estado físico e os riscos
envolvidos.

2. Acondicionamento: ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes


rígidos, que evitem vazamento, resistam às ações de punctura e ruptura.

Acondicionamento de Resíduos do Grupo A

Colocá-los em recipientes com tampa e pedal, sinalizado com o símbolo internacional de


risco biológico, forrado com saco plástico tipo II. (NBR 7.500 / 87 e NBR 9.190 / 85)
Acondicionamento de Resíduos do Grupo B

Acondicionar os resíduos químicos em recipiente estanque, rotulado com o símbolo de


RISCO QUÍMICO, estocado em local seguro para tratamento ou posterior destinação final.

Acondicionamento dos Rejeitos do Grupo C

Os rejeitos radioativos devem seguir as normas do Conselho Nacional de Energia Nuclear.


(CNEN, 1985).

Acondicionamento de Resíduos do Grupo D

Acondicionar os resíduos comuns em recipientes fechados com tampa e pedal forrados com
saco plástico do tipo I. (NBR 9.190 / 1985).

Acondicionamento de Resíduos do Grupo E

Os resíduos perfurocortantes devem ser acondicionados em recipientes com paredes


rígidas, inquebráveis, reforçados, estanques e sinalizados com o símbolo internacional de
risco biológico.
3. Identificação: conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos
nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos resíduos. A
identificação deve estar nos sacos, recipientes, armazenamento em local de fácil
visualização, de forma indelével, utilizando-se: símbolos, cores, frases.

grupo A grupo B
4. Transporte Interno: traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao
tratamento ou armazenamento.

5. Armazenamento Temporário: guarda temporária dos recipientes que contêm os resíduos


já acondicionados.

6. Tratamento: aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características


dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de
acidentes ocupacionais ou dano ao meio ambiente. Tratamentos mais usados: autoclavação,
incineração.

7. Armazenamento externo: local de guarda dos recipientes contendo os resíduos até a


coleta final.
q
Ex de abrigo

Vidros
Químico Orgânicos
Biológico
8. Transporte Externo: é a remoção dos resíduos sólidos de saúde, em veículos especiais
até as unidades de tratamento e disposição final, devendo-se observar as Normas da ABNT
e ANVISA.

9. Disposição final: disposição dos resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los.

Ex. Aterro sanitário

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