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Apostila Custos

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2013

Contabilidade
de
Custos
Apostila de Estudo
O ensino de custos nos meios acadêmicos, constitui um grande
desafio tendo em vista as dificuldades de proporcionar aos alunos, um
contato com uma realidade sensível.
Um sistema de custos não fornece um resultado de aplicação final e
imediata, porém se destina a proporcionar um conjunto de dados e
informações para suporte ao sistema decisório da empresa.

Prof. Me. José Morais Monteiro


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4

2. CONTABILIDADE DE CUSTOS.................................................................... 13
2.1. ORIGEM ......................................................................................................... 13
2.2. CONCEITO ..................................................................................................... 13
2.3. OBJETIVO ...................................................................................................... 14

3. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTOS................................ 29


3.1. PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA............................................. 29
3.2. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA................................................................... 29
3.3. PRINCÍPIO DO CUSTO HISTÓRICO COMO BASE DE VALOR............... 29
3.4. PRINCÍPIO DA CONSISTÊNCIA OU UNIFORMIDADE............................ 30
3.5. PRINCIPIO DO CONSERVADORISMO OU PRUDÊNCIA ....................... 30
3.6. PRINCÍPIO DA MATERIALIDADE OU RELEVÂNCIA............................. 31

4. TERMINOLOGIA DE CUSTOS .................................................................... 15


4.1. CUSTO ............................................................................................................ 15
4.2. DESPESA......................................................................................................... 15
4.3. GASTO ............................................................................................................ 16
4.4. DESEMBOLSO ............................................................................................... 16
4.5. PERDA ............................................................................................................ 17
4.6. SUCATA ......................................................................................................... 17

5. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS .................................................................... 18


5.1. COM RELAÇÃO AOS PRODUTOS.............................................................. 18
5.1.1. Custos Diretos .............................................................................................. 18
5.1.2. Custos Indiretos ........................................................................................... 18
5.2. COM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO....................................... 19
5.2.1. Custos Fixos .................................................................................................. 19
5.2.2. Custos Variáveis .......................................................................................... 20
5.3. SEPARAÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS ........................................... 20

6. MÉTODO POR CENTRO DE CUSTOS (Departamentalização)


6.1. CENTRO DE CUSTOS.................................................................................... 23
6.2. CENTRO DE CUSTOS PRODUTIVOS......................................................... 23
6.3. CENTRO DE CUSTOS AUXILIARES........................................................... 24
6.4. FORMAS DE RATEIO.................................................................................... 24
6.5. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE CUSTO
6.6. CONTABILIZAÇÃO....................................................................................... 25
7. SISTEMAS DE CUSTEIO
7.1. PRODUÇÃO POR ORDEM: Tratamento Contábil e utilização
7.1.1. Casos Práticos
7.2 PRODUÇÃO POR PROCESSO: Tratamento Contábil e utilização
7.2.1. Casos Práticos
7.3. COMPARATIVO DOS SISTEMAS DE CUSTEIO....................................... 38

8. MÉDOTOS DE CUSTEIO.........................................................................
8.1. CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO
8.1.1. Características
8.1.2. A legislação brasileira e o custeio variável ou direto
8.1.3. Os Custos fixos e variáveis
8.1.4. Margem de Contribuição
8.1.5. Custo dos Estoques
8.1.6. Casos Práticos
8.2.. CUSTEIO POR ABSORÇÃO
8.2.1. Características
8.2.2. A legislação brasileira e o custeio por absorção
8.2.3. Custo Unitário
8.2.4. Custo dos Estoques
8.2.5. Comparação entre custeio variável e custeio por absorção
8.2.6. Casos Práticos
8.3. COMPARAÇÃO CUSTEIO DIRETO X ABSORÇÃO
8.3.1 Casos Práticos
8.4. CUSTEIO PADRÃO OU STANDARD
8.4.1. Conceito
8.4.2. Tipo de Custo Padão
8.4.3. Fixação do padrão e orçamento
8.4.4. Variações de Quantidades, Preços e Custo
8.4.5. Casos Práticos
8.5. CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES - “ABC”
8.5.1. Importância
8.5.2. Características
8.5.3. Identificação das Atividades
8.5.4. Custeando Produtos e Processos
8.5.5. Casos Práticos

9. PREÇO DE VENDA: QUANDO COMPRAR OU PRODUZIR


9.1. Quando Comprar ou Produzir
9.2. Capacidade de Produção
9.3. Fixação do Preço de Venda – Mark Up
9.4.. Casos Práticos

10. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E PONTO DE EQUILÍBRIO


10.1. Alocação dos Custos Fixos
10.2. Utilização da Margem de Contribuição
10.3. Ponto de Equilíbrio
10.4.. Casos Práticos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO

O ensino de custos nos meios acadêmicos, constitui um grande desafio tendo em

vista as dificuldades de proporcionar aos alunos, um contato com uma realidade sensível.

Um sistema de custos não fornece um resultado de aplicação final e imediata,

porém se destina a proporcionar um conjunto de dados e informações para suporte ao

sistema decisório da empresa.

Ademais, o sistema cultural vigente, não atrai estas pessoas para a nova realidade

vivenciada no país.

Por várias décadas o país vivia uma realidade inflacionária, onde a grande

preocupação das empresas residia nos ganhos financeiros que, em muito sobrepujavam os

ganhos decorrentes da produção.

Isto posto, nesta Apostila se faz uma resumida apresentação do conteúdo de uma

disciplina de Custos vigente, com destaque à: estruturação, finalidades e vantagens

comparativas entre os vários sistemas.

2. CONTABILIDADE DE CUSTOS

2.1. ORIGEM

A preocupação com os custos teve início, basicamente, na Revolução Industrial


com o surgimento das indústrias, pois até o século XVIII praticamente só existia a
contabilidade financeira, que desenvolvida na era mercantilista, estava bem estruturada
para servir as empresas comerciais. Para a apuração do resultado de cada período era feito
o levantamento dos estoques em termos físicos. O cálculo era feito por diferença apurando
o quanto se possuía de estoques iniciais adicionando as compras do período e comparando
com o que ainda restava. Desta forma apurava-se o valor de aquisição das mercadorias
vendidas, representadas pela seguinte fórmula:
Estoques Iniciais (+) Compras (-) Estoques Finais = Custo das Mercadorias Vendidas
Com o evento da Revolução Industrial a Contabilidade de custo teve seu grande
desenvolvimento, quando da necessidade de avaliar os estoques.
2.2 CONCEITO

Podemos conceituar custos como a ciência que mensura e relata informações


financeiras e não-financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela
organização. Ela fornece informações tanto para contabilidade gerencial quanto para a
contabilidade financeira, sendo uma atividade que se assemelha a um centro processador
de informações, que recebe ou obtém dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e
interpreta-os, produzindo informações de custos para diversos níveis gerenciais.

2.3 OBJETIVO

A contabilidade de custos tem como objetivos principais:


a) Fornecer dados para apuração de custos que seja calculado o preço de venda e sejam
avaliados os estoques.
b) Fornecer informações a administração para o controle das operações e atividades da
empresa.
c) Fornecimento de orçamento e tomada de decisões.
d) Atendimento as exigências fiscais e legais.
O papel de tomada de decisões reverte-se de suma importância, pois consiste na
alimentação de informação sobre valores relevantes que dizem respeito as conseqüências
de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de vendas,
opção de compra ou fabricação.
3. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTOS

Os princípios são premissas sobre fenômenos econômicos observados pela


contabilidade. Uma de suas conseqüências de aplicação é a uniformização das informações
facilitando a análise da gestão.

3.1 PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA

Permite reconhecer o resultado, seja ele lucro ou prejuízo, quando a receita é


utilizada, ou seja, quando há transferência do bem ou serviço para terceiros.

3.2 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

O princípio da realização acontece no momento do reconhecimento da receita e o da


competência no momento do reconhecimento da despesa. O confronto entre despesa e a
receita faz com que ocorra o reconhecimento do resultado.

3.3 PRINCÍPIO DO CUSTO HISTÓRICO COMO BASE DE VALOR

Os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada. Os


estoques são avaliados em função do custo histórico de sua obtenção, sem correção por
inflação ou por valores de reposição. Outro aspecto importante é o fato de a contabilidade
só admitir para registro os fatos relativos e gastos efetivos da empresa, representados por
pagamentos ou promessa de pagamento pelos bens e serviços recebidos.

3.4 PRINCÍPIO DA CONSISTÊNCIA OU UNIFORMIDADE

Este princípio permite a adoção de um critério de apuração de custos, obedecendo


aos princípios contábeis. Este deve ser seguido pela empresa. A mudança de critério, o que
é objeto de investigação constante pelas auditorias, pode representar distorções
significativas no resultado da empresa.

3.5 PRINCÍPIO DO CONSERVADORISMO OU PRUDÊNCIA

Significa que quando há diversas formas de se interpretar uma classificação contábil,


devemos ser os mais conservadores possíveis na sua contabilização, analisando seus
reflexos nos resultados e no patrimônio da empresa.

3.6 PRINCÍPIO DA MATERIALIDADE OU RELEVÂNCIA

Esse princípio caracteriza-se por desobrigar um tratamento mais rígido de controle


de materiais a determinados materiais de consumo, cujo valor monetário seja considerado
irrisório. Isso acontece, pois o freqüente controle de baixa de estoque na maioria dos
materiais é extremamente necessário. Estes materiais, depois de passarem por um processo
de triagem, terão um procedimento diferente, simplificando o controle
4. TERMINOLOGIA DE CUSTOS

Na contabilidade de custos para facilitar a comunicação, entendimento e fixação


segue alguns conceitos estabelecidos sobre as terminologias usualmente aplicadas:

4.1. CUSTO
Custo é um gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou
serviços no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços) para a
fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplo: matéria-prima e mão de
obra.

4.2. DESPESA
As despesas são itens que reduzem o patrimônio líquido e que tem essa
característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Todas as
despesas são ou foram gastos. Porém alguns gastos, não se transformam em despesas ou só
se transformam quando de sua venda, como por exemplo, os terrenos que não são
depreciados. Algumas despesas derivam de gastos, outras passam pelos custos, gastos e se
tornam despesas. E existem despesas que fazem um percurso completo, iniciando como um
investimento, passando, por custos e gastos.

4.3. GASTO
Gasto é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente de terem
sido utilizados ou não. Neste sentido, gasto se compreende em sacrifício financeiro com
que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

4.4. DESEMBOLSO
Se compreende como desembolso, o pagamento resultante da aquisição do bem ou
serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade adquirida, portanto
defasada ou não do gasto. Exemplo: pagamento de uma fatura

4.5. PERDA
Perdas são bens ou serviços consumidos de forma normal e involuntária. São itens
que vão diretamente para conta de resultado, assim como as despesas, mas não
representam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades destinadas
a obtenção da receita. Exemplo: perda com incêndio e obsoletismo de estoques.

4.6 SUCATA
São produtos que surgem da produção com defeitos ou danificados. Suas vendas
são esporádicas e realizadas por valor não previsível na data em que surgem na fabricação.
Não recebem custos e também não servem para redução de custos de produção. Quando
vendidas são contabilizadas como outras receitas operacionais. Exemplo: Peças com
defeito

5. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Existem vários tipos de custos, tantos quantas forem as necessidades gerenciais, e


pode-se afirmar que custos podem ser computados de diferentes modos, para finalidades
diferentes, por pessoas diferentes.
Portanto para facilitar o entendimento segue a classificação de custos:

5.1 COM RELAÇÃO AOS PRODUTOS


Com relação aos produtos, os custos podem ser diretos ou indiretos.

5.1.1 Custos Diretos


São aqueles que estão vinculados diretamente ao produto. Sua apropriação pode ser
direta (sem rateio), bastando que exista uma medida de consumo, como quilogramas,
horas-máquina, horas-homem trabalhadas, etc.
Exemplo: matéria-prima e Mão-de-obra direta.

5.1.2 Custos Indiretos


São aqueles que não estão vinculados diretamente ao produto, mas sim ao conjunto
do processo produtivo. Para se conhecer o valor dos custos indiretos que deverá ser
atribuído a cada produto, há necessidade de se estabelecer algum critério, o qual será
estimado ou até mesmo arbitrado pela empresa.
A distribuição dos custos indiretos aos produtos denomina-se rateio, e o critério
escolhido para se efetuar essa distribuição denomina-se base de rateio.
Exemplo: mão-de-obra indireta e aluguel da fábrica.
5.2 COM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO
Com relação ao volume de produção do período, os custos podem ser fixos ou
variáveis.

5.2.1 Custos Fixos


Entende-se por custo fixo, todo aquele custo que independe do volume de produção
do período, isto é, qualquer que seja a quantidade produzida, esses custos não se alteram.
Os custos fixos estão relacionados com os custos indiretos de fabricação, por não
guardarem proporção com as quantidades dos produtos fabricados.
Exemplo: Aluguel da fábrica Custo Total $ 6.000,00
Volume Custo Unitário Custo Fixo Total
0 0,00 0,00
1 6.000,00 6.000,00
2 3.000,00 6.000,00
3 2.000,00 6.000,00
4 1.500,00 6.000,00
Podemos então afirmar que os custos fixos são fixos no seu total, porém variáveis na sua
unidade.

5.2.2 Custos Variáveis


Os custos variáveis são aqueles que variam em função do volume de produção, ou
seja, da variação da quantidade produzida no período. Quanto maior o volume de produção
no período, maior será o custo variável e, conseqüentemente, quanto menor o volume de
produção no período, menor será o custo variável.
Os custos variáveis têm relação direta com os custos diretos de fabricação.
Exemplo: Matéria-prima Custo Unitário $ 26,00
Volume Custo Unitário Custo Variável Total
0 26,00 0,00
1 26,00 26,00
2 26,00 52,00
3 26,00 78,00
4 26,00 104,00
Podemos então afirmar que os custos variáveis são fixos na sua Unidade, porém variáveis
no seu total.
5.3 SEPARAÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS
A separação entre custos e despesas é fácil: os gastos relativos ao processo de
produção são custos e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são
despesas. Entretanto na prática aparece uma série de problemas pelo fato de não ser
possível a separação de forma clara e objetiva. Para facilitar o entendimento, suponhamos
que os gastos abaixo de determinado período sejam da empresa Beta S/A:
$
Matéria – Prima Consumida...................................................... 30.000,00
Comissões s/vendas..................................................................... 1.000,00
Salários e Encargos da Fábrica................................................ 8.000,00
Seguros da Fábrica.................................................................... 12.000,00
Material de Consumo – Escritório............................................. 2.500,00
Salários da Administração.......................................................... 4.500,00
Água, Luz e Telefone da Fábrica................................................ 6.500,00
Depreciação na Fábrica.............................................................. 10.000,00
Total dos gastos do mês......................................................... 74.500,00
Primeiramente, deve-se realizar a separação dos custos de produção. Teremos então
a seguinte distribuição dos gastos:

Custos de Produção $
Matéria – Prima Consumida...................................................... 30.000,00
Seguros da Fábrica.................................................................... 12.000,00
Salários e Ordenados da Fábrica............................................... 8.000,00
Depreciação na Fábrica.............................................................. 10.000,00
Água, Luz e Telefone da Fábrica................................................ 6.500,00
Total dos Custos........................................................................ 66.500,00
Despesas Administrativas $
Material de Consumo – Escritório............................................. 2.500,00
Salários da Administração.......................................................... 4.500,00
Total das despesas administrativas............................................. 7.000,00
Despesas com vendas $
Comissões s/vendas................................................................... 1.000,00
Total das despesas com vendas................................................. 1.000,00
As despesas que não entraram no custo de produção, as quais totalizam R$ 8.000,00,
vão ser reconhecidas diretamente no resultado do período, sem serem alocadas aos
produtos.
6. MÉTODO POR CENTRO DE CUSTOS (Departamentalização)

Departamento é a unidade mínima administrativa para a Contabilidade de Custos,


representada por homens e máquinas (na maioria dos casos), que desenvolve atividades
homogêneas.

6.1 CENTRO DE CUSTOS


Na maioria das vezes um departamento é um centro de custos, ou seja, nele são
acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos (centro de custos
produtivos) ou a outros centros de custos (centro de custos auxiliares). Necessariamente
um departamento nem sempre é formado por um único centro de custo.
O centro de custo é, portanto, uma unidade mínima de acumulação de custos,
embora, não seja necessariamente uma unidade administrativa, isto só ocorre quando ele
coincide com o próprio departamento.

6.2 CENTRO DE CUSTOS PRODUTIVOS


São aqueles que atuam sobre os produtos e têm seus custos apropriados diretamente
a estes.
Exemplos de Centro de Custos Produtivos:
 Corte;
 Prensa;
 Usinagem;
 Acabamento;

6.3 CENTROS DE CUSTOS AUXILIARES


Os centros de custos auxiliares não atuam diretamente na produção e sua finalidade
é de prestar serviços aos centros de custos produtivos. Seus custos não são apropriados
diretamente aos produtos, pois estes não transitam por eles, e sim são transferidos para os
centros de custos produtivos através de rateio. Isto, porque os centros produtivos se
beneficiam de seus serviços.
Exemplos de Centros de Custos Auxiliares:
 Engenharia de Produto;
 Manutenção;
 Qualidade;
 Supervisão;
6.4 FORMAS DE RATEIO
Os custos indiretos são apurados no final do período, pelo total de cada um deles,
sem atribuição a cada produto ou função de custo diferente, para atribuir-se à parcela de
cada um deles a cada tipo de produto ou de função é necessário proceder-se ao rateio.
Não é possível, por exemplo, determinar a parcela do custo indireto “aluguel da fábrica”
onde se produz vários produtos diferentes, pertencente a cada um dos produtos durante o
período da sua ocorrência. Só no final do período é que o valor do aluguel mensal pode ter
as suas parcelas distribuídas pelos diferentes produtos que consumiram aquele custo.
Podemos conceituar rateio como uma divisão proporcional pelos valores de uma
base conhecida. Esses valores devem estar distribuídos pelos diferentes produtos ou
funções dos quais se deseja apurar o custo e devem ser conhecidos e estar disponíveis no
final do período de apuração de custo.
Entre as bases disponíveis elege-se aquela considerada como a melhor para o custo
que será rateado em função da afinidade entre os dois, por se supor que o custo tem
correlação direta com a base escolhida. A melhor base de rateio para determinado custo é
aquela que se supõe que o custo ocorra na mesma proporção dela, ou seja, o custo indireto
deve guardar estreita correlação com os dados escolhidos como base de rateio.
Após a escolha da base procede-se ao rateio propriamente dito da seguinte maneira:
Divide-se o valor do custo indireto pelo total da base, obtendo-se o quociente de rateio.
Multiplica-se o quociente de rateio pelo valor da base referente a cada produto ou função,
obtém-se a parcela do custo indireto atribuível ao respectivo produto ou função. Cabe
lembrar que a soma de todas as parcelas do custo indireto atribuídas aos diferentes
produtos ou funções tem de ser igual ao total que foi rateado.
Exemplo:
Custos / Produtos "A" $ "B" $ Total $
Mão-de-Obra-Direta 1.560,00 3.240,00 4.800,00
Matéria-Prima 6.420,00 4.860,00 11.280,00
Mão de Obra Indireta 15.120,00
Total 7.980,00 8.100,00 31.200,00
Horas de Mão de Obra Direta 180 360 540

Utilizando-se como exemplo de Base de Rateio da Mão de Obra Indireta, o total de


Horas Trabalhadas de Mão de Obra Direta, então teremos:
Mão de Obra Indireta / 15.120,00 28,00
Total de Horas de Mão Obra Direta 540,00

Horas de Mão de Obra Direta 180 360 540


Custo da Hora 28,00 28,00
Tota Rateado 5.040,00 10.080,00 15.120,00

Então teremos o seguinte custo por Produto:


Custos / Produtos "A" $ "B" $ Total $
Mão-de-Obra-Direta 1.560,00 3.240,00 4.800,00
Matéria-Prima 6.420,00 4.860,00 11.280,00
Mão de Obra Indireta 5.040,00 10.080,00 15.120,00
Total 13.020,00 18.180,00 31.200,00

6.5 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE CUSTOS


O trabalho de localizar os custos ocorridos nos centros de custo aos quais eles pertencem é
confiado a um instrumento extra contábil denominado Mapa de Localização de Custos –
MLC.
O MLC, destina-se a apurar os custos ocorridos nas diversos setores da empresa e definir
os valores característicos dos custos setoriais, que permitam a apropriação destes custos
aos produto, onde este constitui-se também em instrumentos básicos de controle, tendo por
objetivo a completa informação dos custos da empresa, em termos de espécie de custos,
centros de custo e custo dos produtos.
O primeiro passo para a utilização do MLC, é a delimitação dos setores que fazem parte da
empresa. A exata localização dos custos é de grande importância por dois motivos
principais:
a) Permite julgar a eficiência dos setores, controlando os gastos, o funcionamento e as
responsabilidades;
b) Fornece dados para a obtenção dos custos e da determinação do Preço ideal das
produtos elaborados pela empresa.
Através da utilização do MLC, podemos atribuir a cada produto fabricado ou beneficiado
em determinado setor, a parcela do custo operacional deste setor.
A fonte de dados financeiros para elaboração do MLC são extraídos da contabilidade,
enquanto que os dados físicos de estoques, produção, tempos de produção, são extraídos
dos diversos setores onde ocorre a produção, e dos setores auxiliares desta.
O MLC, possui forma organizada, e mostra os centros de custos diretos e indiretos, com os
seus respectivos gastos, onde se distribui os custos dos centros de custo indiretos, para os
diretos, com uma base de rateio pré determinada, pela empresa, onde esta deverá
considerar a característica de cada custo, por exemplo, os custos do centro de custo de
Manutenção, pode ser distribuído/rateado para os centros de custo diretos, conforme as
Ordens de Serviço de Manutenção, assim como, o centro de custo Engenharia, pode ser
rateado para os centros de custo diretos, conforme as Horas Trabalhadas para cada centro
de custo direto.
Isto tudo somente pode ser apurado, se a empresa tiver um controle eficaz sobre os seus
centros de custo indiretos ou auxiliares da produção.
Exemplo:

Informações Contábeis
Contas Contábeis Total
Salários e Horas Extras (Fixo) 37.930,37
Provisões e Encargos (Fixo) 30.411,29
Benefícios (Fixo) 9.144,94
Treinamento (Fixo) 415,26
Outras Despesas c/pessoal (Fixo) 918,19
Depreciação (Fixo) 47.102,13
Comunicações (Variável) 989,18
Serviços de Terceiros (Fixo) 29.820,24
Energia (40% Fixo o restante variável) 11.518,28
Manutenção (Variável) 12.144,71
Ferramentas (Variável) 9.327,21
Transporte Interno (Variável) 6.364,57
Outras Despesas Operacionais (Variável) 1.515,93
Total Geral 197.602,30
Bases de Rateio:

Base para Rateio dos Centros de Custos Indiretos para os Centros de Custos Diretos

Centros de Quantidades
Custos Diretos Horas Trabalhadas Ordens de Serviço Colaboradores Req. de Materiais
Inspeção 788,5 63 5
Corte 498 64 2 46
Acabamento 913 222 3 118
Prensa 622,5 94 2 55
Usinagem 1328 189 4 202
Total 4150 632 16 421

Tempos de Produção:

Tempo Unitário de Produção Horas Produção


Unidades
Centros de Custos Minutos Horas Total de Horas
Produzidas
Inspeção 0,1560 0,0026 400.000 1.040
Corte 0,0300 0,0005 400.000 200
Acabamento 0,0840 0,0014 400.000 560
Prensa 0,0600 0,0010 400.000 400
Usinagem 0,1437 0,0024 400.000 958
Total 0,4737 0,0079 Total 3.158

Mapa de Localização de Custo:


Centros de Custos Indiretos Centros de Custo Diretos
Mapa de Localização de Custos Total Engenharia Manutenção Qualidade Almox Expedição Supervisão Inspeção Corte Acabamento Prensa Usinagem
Contábil
Salários e Horas Extras (Fixo) 37.930,37 3.033,60 4.303,32 3.345,06 - - 13.654,67 4.027,90 1.369,82 2.510,80 730,88 4.954,32
Provisões e Encargos (Fixo) 30.411,29 1.746,77 8.022,76 2.349,07 - - 8.777,92 2.374,32 742,56 2.149,33 434,04 3.814,52
Benefícios (Fixo) 9.144,94 163,37 198,39 206,90 - - 8.084,27 225,32 24,20 151,70 33,36 57,43
Treinamento (Fixo) 415,26 - - - - 208,73 206,53
Outras Despesas c/pessoal (Fixo) 918,19 43,20 16,83 - - 816,66 26,38 15,12
Depreciação (Fixo) 47.102,13 - 176,05 870,75 - - 4.348,23 5.289,46 9.193,22 5.703,49 21.520,93
Comunicações (Variável) 989,18 - - - - 989,18
Serviços de Terceiros (Fixo) 29.820,24 630,00 - 11.600,00 - - 14.752,59 1.586,48 1.251,17
Energia (40% Fixo o restante variável) 11.518,28 - - - - 1.877,48 3.190,56 2.626,17 3.824,07
Manutenção (Variável) 12.144,71 - 993,36 850,00 - - 1.404,86 1.567,68 1.542,56 1.832,20 3.954,05
Ferramentas (Variável) 9.327,21 - - - - 1.107,39 855,70 2.523,32 4.840,80
Transporte Interno (Variável) 6.364,57 - - 788,29 - 5.576,28
Outras Despesas Operacionais (Variável) 1.515,93 674,00 - - - 73,25 768,68
Totais 197.602,30 6.290,94 13.710,71 19.221,78 788,29 - 58.613,39 6.627,54 12.051,84 21.206,73 15.149,75 43.941,33

Bases de Rateio Valor dos Rateios dos Centros de Custo Auxiliares


Horas Trabalhadas 1.195,28 754,91 1.384,01 943,64 2.013,10
Ordens de Serviços 1.366,73 1.388,43 4.816,10 2.039,25 4.100,20
Número de Colaboradores 6.006,81 2.402,72 3.604,08 2.402,72 4.805,45
Requisições de Materiais - 86,13 220,95 102,98 378,23
Requisições de Materiais - - - - -
Horas Trabalhadas 11.136,54 7.033,61 12.894,95 8.792,01 18.756,28

Total do Custo Operacional 197.602,30 26.332,90 23.717,64 44.126,82 29.430,36 73.994,59

Total das Horas de Produção 3.158 1.040 200 560 400 958

Custo Hora 62,57 25,32 118,59 78,80 73,58 77,24


Cálculo do Custo Unitário:

Cálculo do Custo Unitário


Inspeção Corte Acabamento Prensa Usinagem Totais
Tempo Unitário - Horas 0,0026 0,0005 0,0014 0,0010 0,0024
Custo Hora 25,32 118,59 78,80 73,58 77,24
Custo Operacional Unitário 0,07 0,06 0,11 0,07 0,19 0,49
Matéria Prima Utilizada 0,23 0,07 0,30
Custo Unitário Total 0,07 0,29 0,18 0,07 0,19 0,79

6.6 CONTABILIZAÇÃO
Para se realizar as contabilizações são necessárias algumas premissas como:
a) No grupo auxiliares do plano de contas, custo integrado, devem ser previstos as
seguintes contas:
b) Contas que registrem o custo em formação de cada produto;
c) Contas individualizadas em nome de cada departamento (centro de custo).
d) Os centros de custos produtivos terão subcontas para custos diretos e para custos
indiretos. O grau de detalhamento dependerá do interesse da empresa.
e) As contas correspondentes aos centros de custo auxiliares poderão conter apenas
subcontas para registrar sinteticamente os materiais, a mão-de-obra e os gastos gerais de
fabricação, nas quais serão registrados os custos diretos e indiretos do próprio
departamento.
f) Cada departamento poderá, ainda, ter uma conta específica para receber por
transferência os custos indiretos de outros departamentos.
Segue alguns exemplos de contabilização do custo departamental:
1. Materiais
Quando requisitados pelas seções produtivas:
 debitam-se as contas próprias que registram o material direto ou indireto de cada seção
produtiva;
 creditam-se as contas de estoque respectivas.
Requisições efetuadas pelas seções auxiliares;
 debita-se a conta própria de cada seção auxiliar;
 creditam-se as contas de estoque respectivas.
2. Mão de Obra
Incorrida nas seções produtivas:
 debitam-se as contas que registram a mão-de-obra direta ou indireta, conforme o caso;
 creditam-se as contas patrimoniais respectivas, conforme cada situação.
Incorrida nas seções auxiliares:
 debitam-se as contas que registram a mão-de-obra de cada seção de serviço;
 creditam-se as Contas Patrimoniais, conforme a situação.
3. Gastos Gerais de fabricação
Incorridos nas seções produtivas:
 debitam-se as contas próprias que registram os gastos gerais diretos ou indiretos de
cada seção produtiva:
 creditam-se as contas patrimoniais respectivas.
Incorridos nas seções auxiliares:
 debitam-se as contas que registram os gastos gerais de fabricação de cada seção de
serviço;
 creditam-se as contas patrimoniais respectivas.
Gastos comuns a todas as seções:
 debitam-se as contas registram os respectivos gastos. O autor citado acima sugeri que a
contabilização seja feita no departamento administrativo , através das contas (aluguel
da fábrica, energia elétrica, água, telefones, prêmios de seguros, etc), para posterior
distribuição nas respectivas seções.
 creditam-se as contas patrimoniais próprias.
4. Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação comuns a todos as departamentos:
Os gastos com aluguel, água, energia elétrica, etc. que sejam comuns a todos os
departamentos devem ser rateados com base em critérios definidos pela empresa:
 debitam-se as contas que registram os custos indiretos de cada departamento;
 creditam-se as contas que registram os respectivos custos no departamento
administrativo.
5. Rateio dos Custos Indiretos de fabrição dos departamentos produtivos para os
produtos:
Os custos indiretos neste caso compreendem: os custos indiretos gerados no próprio
departamento mais os custos indiretos de fabricação recebidos por transferências dos
demais departamentos de serviços da empresa.
O total desses custos poderá ser registrado em uma ou várias contas conforme interesse da
empresa.
 debitam-se as contas que representam o custo em formação de cada produto que passou
pela respectiva seção produtiva;
 Credita-se a conta que registra o custo indireto do referido departamento produtivo.

7. SISTEMAS DE CUSTEIO

7.1. PRODUÇÃO POR ORDEM: Tratamento Contábil e utilização

A produção por ordem ocorre quando a empresa programa a sua atividade produtiva a
partir de encomendas específicas de cada cliente. É o caso, por exemplo, da indústria
produtora de máquinas e equipamentos, navios, aviões, móveis e empresas de construção
civil.
O objeto de custo de um sistema de custeio por ordem de produção é, “uma encomenda,
que constitui um produto ou serviço perfeitamente identificável”.
Nesse tipo de atividade, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem
de produção (ou encomenda). Esta conta só pára de receber custos quando a ordem estiver
encerrada. Se um exercício terminar e o produto estiver ainda sendo fabricado, o saldo da
conta será totalmente classificado como produtos em elaboração. Uma vez pronto, o saldo
da conta relativa à ordem de produção será transferida para produtos acabados ou custo dos
produtos vendidos, conforme já tenha sido realizada ou não a receita.
O planejamento da produção começa com o recebimento da encomenda. Isto geralmente é
base para o preparo e remessa à fábrica a respeito das especificações do produto, período
de tempo de fabricação, roteiro da produção em andamento, máquinas a serem utilizadas,
etc.
Características do Sistema de Custeio por Ordem:
 raramente serão encontrados estoques de produtos acabados;
 produção não é padronizada;
 as ordens de produção são emitidas e seus custos mantidos para cada lote de produto
fabricado. Estas ordens são controladas através da conta de produção em processo,
separando-se os custos diretos ou indiretos;
 não se mantêm estoques regulares;
 os gastos gerais de fabricação são lançados inicialmente às contas departamentais e,
posteriormente aplicados a cada ordem de produção concluída;
 a produção não é contínua, ou seja, não existe um fluxo lógico de operações;
 a conta de produtos em elaboração é usada para registrar os custos, os produtos
fabricados e o inventário dos produtos em processo;
 o sistema exige maior trabalho burocrático para o registro e controle das unidades
produzidas;
 a distinção entre custos diretos e indiretos é muito mais enfatizada nesse sistema do que
no sistema de produção contínua;
 os produtos ou serviços são executados de acordo com as exigências ou projetos de cada
cliente;
 nenhum serviço é iniciado sem que seja devidamente autorizado através de ordem de
produção com seu código correspondente;
 há data para o término da produção e entrega ao cliente do produto acabado.
Vantagens, desvantagens e contabilização do sistema de produção por ordem.
Vantagens:
 as ordens de serviços servem como base para futuras ordens de produção (OP), desde que
sejam iguais ou semelhantes;
 permite a identificação dos produtos de maior e menor lucro;
 acompanhamento do lançamento proporciona ao administrador um controle que
independe do levantamento físico de seus estoques;
 fornece ao departamento financeiro meios para estabelecer as épocas mais apropriadas
para receber as parcelas de receitas dos clientes, de acordo com o andamento da ordem.
Desvantagens:
 seu custo administrativo é elevado. É um sistema bastante custoso porque exige trabalho
burocrático para o registro das informações minuciosas nas ordens de produção;
 um controle permanente é necessário para verificar se o material e a mão-de-obra foram
corretamente lançados na ordem de produção;
 quando um embarque parcial é efetuado antes de se completar a ordem de produção é
necessário estimar os custos para determinação do custo de vendas.
Contabilização:
Primeiro, apropriam-se os custos diretos (Materiais, Mão de Obra e Outros) diretamente à
ordem, depois alocam-se os indiretos naquela seqüência de rateios, via departamentos, até
que sejam apropriados as Ordens de Produção, podendo ser de forma analítica,
acompanhando todos os passos, ou de forma sintética, transferindo os custos diretamente
às ordens, sem passar pelos Departamentos.
Exemplo:
Em Processo Acabadas Custo das Vendas Receita Vendas Contas a Pagar
97.690 (1) 175.220 (1) 382.094 (4) (5) 409.310 (2) 627.708
627.708 (2) 206.874 (3)
206.874 (3) 382.094 (4)
518.524 - 382.094 409.310 409.310

(1) Saldo do Mês Anterior


(2) Gastos da Produção do Mês Atual
(3) Ordens Acabadas no Mês Atual
(4) Custo das Ordens Vendidas
(5) Receita da Venda das Ordens
7.1.1. Casos Práticos
1) A CIA de Transformadores XOQUE S/A, utiliza o sistema de Custo Por Ordem de Fabricação, e
apresentava os seguintes Registros nos Estoques de Produtos em Processo, ao final do Mês:

Produtos em Estoque
Nº Ordem Processo Acabados

A-250 32.450 -
A-260 65.240 -
A-270 - 175.220
TOTAL 97.690 175.220

No mês de seguinte, tivemos as seguintes transações:

Horas de Matéria Mão de Custos Custo Custo


Nº Ordem Produção Prima Obra Indiretos Fevereiro Janeiro Custo Total
A-250 420 22.980 16.520
A-260 350 34.120 14.870
A-280 650 38.950 13.660
A-290 550 41.550 10.480
A-300 430 33.980 26.490
A-310 310 27.550 19.190
TOTAL 2.710 199.130 101.210

O Rateio dos Custos Indiretos é feito com base nas Horas de produção de cada Ordem, e seu valor foi
$ 327.368

Somente Ordens de Produção abaixo, foram concluídas e vendidas no mês, a demais permaneceram
em processo.

Valor Venda
Nº Ordem R$

A-250 125.460
A-270 195.200
A-310 88.650
TOTAL 409.310

a) Calcule o Custo TOTAL das Ordens do Mês anterior;


b) Calcule o Custo Total das Ordens Iniciadas no Mês Atual;
c) Calcule o Custo das Ordens Vendidas no Mês;
d) Calcule o Custo Total das Ordens que permaneceram em Processo.
e) Demonstre a Contabilização de todas as Operações ocorridas no Mês Atual.
2) A CIA de Máquinas Pesadas S/A, utiliza o sistema de Custo Por Ordem de Fabricação, e apresentava
os seguintes Registros nos Estoques, ao final de determinado Mês:

Produtos em Estoque
Nº Ordem Processo Prontos
100 12.450 -
110 32.490 -
120 25.640 -
130 16.730 -
140 - 38.990
150 - 44.450
160 - 37.200
170 - 125.870
TOTAL 87.310 246.510

No mês seguinte, ocorreram as seguintes transações:

Horas de Matéria Mão de Custos Custo Custo


Nº Ordem Produção Prima Obra Indiretos Fevereiro Janeiro Custo Total
100 340 16.450 31.200
110 190 22.660 24.200
120 220 13.790 39.600
130 550 18.970 69.450
180 330 11.060 39.400
190 440 34.780 79.200
200 70 13.240 12.600
210 230 23.650 41.400
220 60 4.870 10.800
230 260 25.410 46.800
TOTAL 2.690 184.880 394.650

O Rateio dos Custos Indiretos é feito com base nas Horas de produção de cada Ordem, e seu valor foi
$ 647.752

Somente Ordens de Produção abaixo, foram concluídas e Vendidas no mês, a demais permaneceram
em processo.

Valor Venda
Nº Ordem R$
100 152.800
110 134.570
120 139.600
180 138.790
220 35.540
230 138.660
TOTAL 739.960

a) Calcule o Custo TOTAL das Ordens do Mês anterior;


b) Calcule o Custo Total das Ordens Iniciadas no Mês Atual;
c) Calcule o Custo das Ordens Vendidas no Mês;
d) Calcule o Custo Total das Ordens que permaneceram em Processo.
e) Demonstre a Contabilização de todas as Operações ocorridas no Mês Atual.
7.2 PRODUÇÃO POR PROCESSO: Tratamento Contábil e utilização

O Sistema de custeio por processo é “um sistema de custeio no qual o custo de um produto
ou serviço é obtido pela distribuição dos custos por grandes quantidades de unidades
semelhantes ou iguais”.
O sistema de custeio por processo é usado constantemente na produção em massa.
Usualmente, em tais operações, todos os produtos são fabricados para estoque; uma
unidade de produção é idêntica à outra; os produtos são movimentados no processo de
produção continuamente, e todos os procedimentos da fábrica são padronizados. Nessas
condições, a identificação de qualquer custo específico não é relevante.
O custeio por processo é caracterizado pela acumulação dos custos de produção em cada
uma das etapas do processo contínuo de fabricação de produtos idênticos. Os custos
médios, acumulados durante uma etapa, são transferidos para as etapas seguintes. As
alocações são necessárias somente quando um material ou produto é dividido em dois ou
mais subprodutos.
Nesse sistema de custeio, a classificação por departamento ou processo de produção é
fundamental.
A ênfase do sistema de contabilização por processo é colocada na produção para um certo
período de tempo e no número de unidades (ou quantidades) completadas e em processo.
O cálculo equivalente de produção é importante no processo de produção contínua.
Significa o número de unidades “iniciadas” a que equivale, em custos, o quanto se gastou
para chegar até certo ponto de outro número de unidades “não acabadas”.
O sistema de custeio por processo é, portanto, muito usado em empresas de produção
padronizada, tais como: cimento, veículos, bebidas, alimentos, etc.
Características do Sistema de custeio por processo:
O sistema de custeio por processo é baseado na premissa de que o custo médio é típico das
operações de fabricação e que esse custo é de interesse fundamental para a gerência.
 Os custos diretos e indiretos são acumulados nas contas de custos durante um
determinado período, sendo reclassificados por departamentos ou processo;
 a produção é contínua ou em massa;
 nos casos em que os produtos são transferidos para o departamento seguinte, de forma
que o custo total e o custo unitário vão sendo acumulados até que o produto esteja
terminado;
 a produção em termos de unidade, toneladas, etc., é registrada diariamente ou
semanalmente, sendo preparado no final do mês um demonstrativo dos resultados finais;
 produção é feita para o estoque e, a partir desse estoque, os produtos são vendidos para
qualquer cliente;
 o custo total de cada processo é dividido pelo total da produção, obtendo-se um custo
médio por unidade para o período;
 produção é contínua e consistente em unidades iguais, submetendo-se a cada unidade ao
mesmo procedimento;
 se um produto é destruído durante o processo de fabricação em um determinado
departamento, esse departamento é responsável pelo seu refugo devendo ser por ele
debitado.
Vantagens, desvantagens e contabilização do sistema de produção por processo.
Vantagens:
 melhor trabalho e custo;
 maior facilidade para determinação dos componentes do custo;
 maior conhecimento do processo produtivo;
 melhor controle via departamentalização.
Desvantagens:
 existência de variações acentuadas entre o custo real e o apurado, pois a base de cálculo é
o custo médio;
 existência de distorções no cálculo da produção equivalente devido à avaliação do
estágio de produção (pode ter sido mal avaliado).
Contabilização:
A contabilização pode ser feita por produto, ou por Departamento, para posterior
transferência aos produtos.
Exemplo sem considerar Estoques Iniciais:
Em Processo Acabadas Custo das Vendas Receita Vendas Contas a Pagar
30.030 (1) 27.030 (2) 25.440 (3) (4) 29.760 (1) 30.030
27.030 (2) 25.440 (3)
3.000 1.590 25.440 29.760 30.030

(1) Produção do Mês


(2) Produção Acabada no Mês
(3) Custo das Vendas do Mês
(4) Receita de Vendas do Mês
7.2.1. Casos Práticos

1) A Industria de Aparelhos Celulares SEM XIADO S/A, utiliza-se do Sistema de Custeio de Produção por
Processo, e apresentou a seguinte situação no mês:

Unidades Estoque
Produção Iniciada 1.000 Acabados Processo
Não Acabada 150 Unidades
Venda á Vista 800 ao preço 37,20

Custo Custo
Produção Unitário Unitário Estoque Estoque
Custos Incorridos no Período Equivalente Acabados Processo Acabados Processo
Matéria Prima 13.483
Mão de Obra Direta 8.084
Custos Indiretos 8.463
TOTAL DOS CUSTOS 30.030

Sabendo que não existiam estoques no inicio do período, considere para os Produtos em Processo,
a seguinte utilização:

Matéria Prima 80% Receita Bruta


Mão de Obra 60% CPV
Custos Indiretos 40% Lucro bruto

a) Determine o Custo Unitário dos Produtos Prontos e em Processo ?

b) Qual o Valor dos Estoques Finais de Produtos Prontos e em Processo ?

c) Apure o Lucro Bruto da Empresa.

d) Demonstre a Contabilização de todas as Operações ocorridas.


2) A Empresa de canetas esferográficas BIQUI S/A, opera em sistema de processo de produção contínua,
e apura seus custos pelo Método de Produção por Processo. E teve a seguinte movimentação no mês.

Unidades Estoque
Produção Iniciada 25.000 Acabados Processo
Produção Acabada 22.000 Unidades
Venda à Vista 20.000 ao preço 3,80

Custo Custo
Produção Unitário Unitário Estoque Estoque
Custos Incorridos no Período Equivalente Acabados Processo Acabados Processo
Matéria Prima 33.740
Mão de Obra Direta 18.320
Custos Indiretos 22.610
TOTAL DOS CUSTOS 74.670

Sabendo que não existiam estoques no inicio do período, considere para os Produtos em Processo,
a seguinte utilização:

Matéria Prima 70% Receita Bruta


Mão de Obra 30% CPV
Custos Indiretos 60% Lucro bruto

a) Determine o Custo Unitário dos Produtos Prontos e em Processo ?

b) Qual o Valor dos Estoques Finais de Produtos Prontos e em Processo ?

c) Apure o Lucro Bruto da Empresa.

d) Demonstre a Contabilização de todas as Operações ocorridas.


7.3 COMPARATIVO DOS SISTEMAS DE CUSTEIO

Descrição Por Processo Por Ordem


Produto Único produto de forma contínua, Mais de um tipo.
maior rapidez para unidade do
produto.
Utilização Em fábricas cuja produção é Indústria de produção por
contínua e padronizada, tem encomenda, não tem característica
finalidade de estoque. única, com isso, atende as
necessidades do cliente, com
volume de produção pequeno.
Registros dos São registrados por fases ou São acumulados por produto
Custos períodos de fabricação. denominados ordem de produção.
Custo Unitário Custo acumulado no Divide-se o custo da ordem de
departamento durante o período, produção pelas unidades
pelo número de unidades produzidas no mesmo
departamento e período.
Cálculo do Coincide com o exercício Quando a ordem de produção é
Custo Total contábil. encerrada, no término da
produção do bem.
8 MÉTODOS DE CUSTEIO

Método de custeio é o modo de apropriação de custos no qual podemos identificar o custo


unitário de um produto partindo dos custos diretos e indiretos.

8.2 CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL

8.1.1. Características
Custeio direto significa a apropriação de todos os custos variáveis, quer seja diretos
ou indiretos. Nesse método de custeio os custos fixos tem o mesmo tratamento das
despesas, pois são consideradas despesas do período independentemente se os produtos
foram vendidos ou não. É o método de custeio indicado para tomada de decisões, porém
um método que fere os princípios contábeis da realização, competência e confrontação,
porque como já citado os custos fixos são reconhecidos como despesas.
Exemplo:
Produtos "A" $ "B" $ Total $
Receita Total 18.000,00 33.000,00 51.000,00
Mão-de-Obra-Direta 2.000,00 3.000,00 5.000,00
Matéria-Prima 7.000,00 4.000,00 11.000,00
Custo Variável Total 9.000,00 7.000,00 16.000,00
Margem de Contribuição 9.000,00 26.000,00 35.000,00
Custos Fixos Totais 30.000,00
Resultado 5.000,00

8.1.2. A legislação brasileira e o custeio variável ou direto


Este método não é aceito pelo fisco, pois estamos levando despesas a resultado, que
deveriam permanecer em estoque(parcela do Custo Fixo dos Produtos não Vendidos),
fazendo com que o lucro do período seja reduzido, baixando assim a base de cálculo do IR.

8.1.3. Os Custos fixos e variáveis

Por sua natureza, os custos fixos existem independente da produção ou não de determinado
produto, custando assim, para que a empresa possa operar e ter a sua capacidade instalada,
do que para produzir uma unidade a mais de determinado produto, os custos fixos são na
maioria das vezes, distribuídos através de bases de rateio, que na sua maioria das vezes,
não são vinculados efetivamente a cada produto, onde na maioria das vezes penaliza
determinado produto e beneficia outro, por isto, com a utilização somente do custo
variável, que podem ser alocados diretamente aos produtos, não estaremos penalizando
determinado produto e beneficiando outro, indo a totalidade dos custos fixos como
despesas do período, e para os estoques, somente os custos variáveis.

8.2.4 Margem de Contribuição


Margem de contribuição é a diferença entre as receitas e os custos diretos variáveis
identificados a um produto. Podemos dizer ainda que a margem de contribuição destina-se
a mostrar quanto da receita direta de venda foi absorvido, depois de deduzidos os custos e
as despesas variáveis de fabricação, para cobrir os custos fixos. As receitas tem de estar
diretamente ligados ao segmento. Os custos e as despesas devem ser diretamente
identificados a esse segmento e variáveis em relação ao parâmetro escolhido como base e
representativo da atividade desse segmento.

8.1.5. Custo dos Estoques

Como por este método de custeio, todos os custos fixos, são considerados como despesa do
período, o custo dos estoques será somente a parcela do custo variável unitário,
multiplicado pelas quantidades físicas existentes nos estoques.
Considerando o exemplo acima, onde temos o custo total de cada Produto, e que foram
vendidas 1000 unidades de cada, e permaneceram em estoque, 500 unidades de produtos
acabados de cada, teremos:

Custo / Produtos "Custo Total "Custo Total Custo Total $


de A" $ de B" $
Mão-de-Obra-Direta 2.000,00 3.000,00 5.000,00
Matéria-Prima 7.000,00 4.000,00 11.000,00
Custo Variável Total 9.000,00 7.000,00 16.000,00

Custo / Produtos Custo Custo


Unitário de A Unitário de B
$ $
Mão-de-Obra-Direta 2,00 3,00
Matéria-Prima 7,00 4,00
Custo Unitário Variável 9,00 7,00

Custo / Produtos Custo / Custo /


Estoques de A Estoques de B
Custo Unitário Variável 9,00 7,00
Quantidade fisica em Estoque 500 500
Valor dos Estoques Finais 4.500,00 3.500,00
8.1.6. Casos Práticos

1) A Industria Brasileira de impressoras, tem como seu único produto é vendido por $ 180,00 onde tem sua
Capacidade de Produção limitada a 160 Unidades a cada Mês.

Com um volume de produção e vendas abaixo:


Unidades
Produção Venda
Mês 1 120 100
Mês 2 100 90
Sendo os Custos Fixos Mensais de: $
Onde os Custos Variáveis Unitários são: Mão de Obra Indireta 2.500,00
$ Depreciações 500,00
Matéria Prima 105,00 Alugueis 400,00
Embalagens 15,00 Custos Diversos 200,00
TOTAL 120,00 TOTAL 3.600,00

Sabendo que a Produção de cada mês, é totalmente acabada, não permanecendo produtos em processo,
elabore a Demonstração do Resultado do Exercício, determinando o valor dos estoques finais, pelo Método do
Custeio Direto ou Variável.
2) Certa industria Siderurgica, tem as seguintes informações em seus registros, ao final do mês:

CUSTOS VARIÁVEIS
Unitários Diretos $ Totais Indiretos $
Matéria Prima 108,00 Energia Elétrica 390.250,00
Embalagens 22,00 Ferramentas de Produção 275.075,00
Lubrificante para Máquinas 238.550,00
TOTAL por UNIDADE 130,00 TOTAL 903.875,00

CUSTOS FIXOS TOTAIS $ DESPESAS TOTAIS FIXAS $


Depreciação Total 172.300,00 Despesa Administrativa 36.800,00
Mão de Obra Indireta 216.800,00 Despesas com Vendas 42.900,00
Aluguel da Fábrica 134.700,00 Despesa Financeira 6.900,00
TOTAL CUSTOS FIXOS 523.800,00 TOTAL DESPESAS 86.600,00

Tempo Unitário
Preço de Produção em Vendas em de Produção em
Produto Venda Unidades Unidades HORAS
XIS 175,00 3.000 1.600 1,20
BIS 350,00 4.700 4.200 6,50
GIS 480,00 3.600 3.100 10,60

a) A Matéria Prima e Embalagens, são utilizadas na mesma quantidade por UNIDADE.


b) Na sua Produção, os produtos são totalmente Acabados no mês, não existindo estoques em Processo.
c) Não existiam ESTOQUES INICIAIS.
d) Os Custos Indiretos são apropriados aos produtos conforme seu Respectivo Tempo de Produção.
e) Sobre o Preço de Venda incidem Impostos de 12%, e sobre o LUCRO, Imposto de Renda de 35%.

Determine:
a) O LUCRO LÍQUIDO, apurado pelo Custeio Direto ou Variável por PRODUTO;
b) O Valor dos ESTOQUES FINAIS, apurado pelo Custeio Direto ou Variável por
PRODUTO.
8.2. CUSTEIO POR ABSORÇÃO
8.2.1. Características
Custeio por absorção é aquele que faz agregar ao custo dos produtos todos os custos
da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos
ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa
particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção
absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação.

8.2.2. A legislação brasileira e o custeio por absorção


Cabe ressaltar que no Brasil, o método de custeio por absorção é amplamente
aceito. E somente esse método pode ser utilizado para fins do Custo de fabricação,
conforme determina a legislação do Imposto sobre a Renda. Complementando essa
afirmação, este método é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos
Princípios Contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação.
Apesar de não ser totalmente lógico e de muitas vezes falhar como instrumento
gerencial, é aceito para fins de avaliação de estoques (para apuração do resultado e para o
próprio balanço). O custeio por absorção consiste na apuração de todos os custos, fixos e
variáveis, à produção do período. Os gastos que não pertencem ao processo produtivo
(despesas) são excluídas.
A distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação
é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período,
e tratamento idêntico só recebem os custos dos produtos vendidos. Já os custos dos
produtos em elaboração e os custos dos produtos acabados e não vendidos devem ser
considerados nos estoques destes produtos.

8.2.3. Custo Unitário


A empresa Beta possui uma estrutura de custos fixos de $ 30.000,00 (custos diretos
e indiretos), sendo estes rateados proporcionalmente à mão-de-obra direta dos dois
produtos A e B, ande a quantidade vendida de cada produtos foram de 1000 unidades,
teremos:
Produtos "A" $ "B" $ Total $
Mão-de-Obra-Direta 2.000,00 3.000,00 5.000,00
Matéria-Prima 7.000,00 4.000,00 11.000,00
Total dos Custos Variáveis 9.000,00 7.000,00 16.000,00
Custos Fixos Totais 30.000,00

Método de Rateio = Total dos Custos Fixos


Total da Mão-de-Obra Direta
Rateio = 30.000,00 = R$ 6,00
5.000,00
Produto A Produto B
MOD x R$ Rateio MOD x R$ Rateio
2.000 x 6,00 3.000 x 6,00
R$ 12.000,00 R$ 18.000,00
Ficando então:
Produtos "A" R$ "B" R$ Total R$
Mão-de-Obra-Direta 2.000,00 3.000,00 5.000,00
Matéria-Prima 7.000,00 4.000,00 11.000,00
Custos Fixos (Diretos e Indiretos) 12.000,00 18.000,00 30.000,00
Custo Total 21.000,00 25.000,00 46.000,00
Quantidade Vendida 1.000 1.000
Custo Unitário 21,00 25,00

8.2.4. Custo dos Estoques

Como por este método de custeio, devemos apropriar os custos fixos aos produtos, o custo
dos estoques será a parcela do custo variável unitário adicionado a parcela do custo fixo
unitário, multiplicado pelas quantidades físicas existentes nos estoques.
Considerando o exemplo acima, onde temos o custo unitário de cada Produto, e
permaneceram em estoque, 500 unidades de produtos acabados de cada, teremos:
Produtos "A" R$ "B" R$ Total R$
Mão-de-Obra-Direta 2.000,00 3.000,00 5.000,00
Matéria-Prima 7.000,00 4.000,00 11.000,00
Custos Fixos (Diretos e Indiretos) 12.000,00 18.000,00 30.000,00
Custo Total 21.000,00 25.000,00 46.000,00
Quantidade Vendida 1.000 1.000
Custo Unitário Total 21,00 25,00

Custo / Produtos Custo / Custo /


Estoques de A Estoques de B
Custo Unitário Total 21,00 25,00
Quantidade fisica em Estoque 500 500
Valor dos Estoques Finais 10.500,00 12.500,00
8.2.5. Comparação entre custeio variável e custeio por absorção
Segue algumas diferenças e semelhanças entre os dois métodos de custeio
(Absorção X Variável):
Custeio Direto (Variável) Custeio por Absorção
1. Classifica os custos em fixos e 1. Não há a preocupação por esta
variáveis. classificação.

2. Classifica os custos em diretos e 2. Também classifica os custos em


indiretos. diretos e indiretos.

3. Debita ao segmento, cujo custo está 3. Debita ao segmento cujo custo está
sendo apurado, apenas os custos que sendo apurado os seus custos diretos e
são diretos ao segmento e veriáveis em também os custos indiretos através de
relação ao parâmetro escolhido como uma taxa de absorção.
base.
4. Os resultados apresentados sofrem 4. Os resultados apresentados sofrem
influência direta do volume de vendas. influência direta do volume de
produção.

5. É um critério administrativo, 5. É um critério legal, fiscal, externo.


gerencial, interno.

6. Aparentemente sua filosofia básica 6. Aparentemente, sua filosofia básica


contraria os preceitos geralmente alia-se aos preceitos contábeis
aceitos de Contabilidade, geralmente aceitos, principalmente aos
principalmente os fundamentos do fundamentos do regime "regime de
"regime de competência". competência".
7. Apresenta a Contribuição Marginal 7. Apresenta a Margem operacional -
– diferença entre as receitas e os custos diferença entre as receitas e os custos
diretos e variáveis do segmento diretos e indiretos do segmento
estudado. estudado.
8. O custeamento variável destina-se a 8. O custeamento por absorção
auxiliar, sobretudo, a gerência no destina-se a auxiliar a gerência no
processo de planejamento e de tomada processo de determinação da
de decisões. rentabilidade e de avaliação
patrimonial.
9. Como o custeio variável trata dos 9. Como o custeio por absorção trata
custos diretos e variáveis de dos custos diretos e indiretos de
determinado segmento, o controle da determinado segmento sem cogitar de
absorção dos custos da capacidade perquerir se os custos são variáveis ou
ociosa não é bem explorado. fixos, apresenta melhor visão para o
controle da absorção dos custos da
capacidade ociosa.
8.2.6. Casos Práticos

1) A Industria Brasileira de impressoras, tem como seu único produto é vendido por $ 180,00 onde tem sua
Capacidade de Produção limitada a 160 Unidades a cada Mês.

Com um volume de produção e vendas abaixo:


Unidades
Produção Venda
Mês 1 120 100
Mês 2 100 90
Sendo os Custos Fixos Mensais de: $
Onde os Custos Variáveis Unitários são: Mão de Obra Indireta 2.500,00
$ Depreciações 500,00
Matéria Prima 105,00 Alugueis 400,00
Embalagens 15,00 Custos Diversos 200,00
TOTAL 120,00 TOTAL 3.600,00

Sabendo que a Produção de cada mês, é totalmente acabada, não permanecendo produtos em processo,
elabore a Demonstração do Resultado do Exercício, determinando o valor dos estoques finais, pelo Método do
Custeio Absorção.
2) Certa industria Siderurgica, tem as seguintes informações em seus registros, ao final do mês:

CUSTOS VARIÁVEIS
Unitários Diretos $ Totais Indiretos $
Matéria Prima 108,00 Energia Elétrica 390.250,00
Embalagens 22,00 Ferramentas de Produção 275.075,00
Lubrificante para Máquinas 238.550,00
TOTAL por UNIDADE 130,00 TOTAL 903.875,00

CUSTOS FIXOS TOTAIS $ DESPESAS TOTAIS FIXAS $


Depreciação Total 172.300,00 Despesa Administrativa 36.800,00
Mão de Obra Indireta 216.800,00 Despesas com Vendas 42.900,00
Aluguel da Fábrica 134.700,00 Despesa Financeira 6.900,00
TOTAL CUSTOS FIXOS 523.800,00 TOTAL DESPESAS 86.600,00

Tempo Unitário
Preço de Produção em Vendas em de Produção em
Produto Venda Unidades Unidades HORAS
XIS 175,00 3.000 1.600 1,20
BIS 350,00 4.700 4.200 6,50
GIS 480,00 3.600 3.100 10,60

a) A Matéria Prima e Embalagens, são utilizadas na mesma quantidade por UNIDADE.


b) Na sua Produção, os produtos são totalmente Acabados no mês, não existindo estoques em Processo.
c) Não existiam ESTOQUES INICIAIS.
d) Os Custos Indiretos são apropriados aos produtos conforme seu Respectivo Tempo de Produção.
e) Sobre o Preço de Venda incidem Impostos de 12%, e sobre o LUCRO, Imposto de Renda de 35%.

Determine:
a) O LUCRO LÍQUIDO, apurado pelo Custeio Absorção por PRODUTO;
b) O Valor dos ESTOQUES FINAIS, apurado pelo Custeio Absorção PRODUTO.
8.3. COMPARAÇÃO CUSTEIO DIRETO X ABSORÇÃO
8.3.1 Casos Práticos
1) Certa industria fabricante de Garrafas Térmicas, tem capacidade de produzir mensalmente 15.000
unidades, e tem o preço de venda fixado em $ 58,00 , incide sobre o seu Preço de Venda, Impostos de
20% , e sobre o seu LUCRO LÍQUIDO, Imposto de Renda de 35%
Os Custos e Despesas MENSAIS são os seguintes:

CUSTOS
Variáveis $ Fixos $
Matéria Prima 15,00 Mão de Obra Indireta 77.000,00
Embalagens 4,00 Depreciações 28.000,00
Ferramentas de Produção 2,00 Manutenção 15.000,00
TOTAL por UNIDADE 21,00 TOTAL 120.000,00

DESPESAS
Variáveis $ Fixas $
Comissões 2,90 Despesa Administrativa 28.000,00
Promoções 1,16 Depreciações 4.500,00
TOTAL por UNIDADE 4,06 TOTAL 32.500,00

Na sua Produção, os produtos são totalmente Acabados no mês, não existindo estoques em Processo,
assim como não existiam ESTOQUES INICIAIS.
Sua produção e venda, em UNIDADES, foram as seguintes:

Produção Venda
Janeiro 15.000 12.000
Fevereiro 12.000 10.000

Determine:

a) A diferença em cada mês, do LUCRO LÍQUIDO, apurado pelo Custeio Direto e por Absorção;

b) A diferença dos ESTOQUES FINAIS, apurado pelo Custeio Direto e por Absorção;
2) A Cia TRAÇÃO LTDA, produz dois modelos de Eixos Diferenciais, para Opala e Chevette, e
apresentava as seguintes informações de determinado ano:
Custos e Despesas do Ano $
Depreciação de Equipamentos de Produção 300.000
Depreciação do Prédio da Fábrica 100.000
Mão de Obra Indireta Fixa 3.303.200
Aluguel da Fábrica 600.000
Lubrificantes Variáveis utilizados na Produção 350.000
Manutenção Variável das Máquinas de Produção 512.400
Energia Elétrica Variável consumida na Produção 790.000
Seguro dos Equipamentos de Produção e Fábrica 327.600
Despesas Fixas Comerciais 2.060.000
Despesas Fixas Administrativas 1.040.000
Material Consumido na Produção 6.244.000
Mão de Obra Direta Variável 5.647.200
Embalagens Consumidas na Produção 1.200.000

Produção e Vendas do Ano


Preço Venda Volume
Produtos Unitário Produção Volume Vendas Venda Total $
Eixo Opala 420,00 60.000 48.000 20.160.000
Eixo Chevette 380,00 40.000 32.000 12.160.000
TOTAL 32.320.000

Informações Adicionais:
a) Tempo de Produção por Unidade em HORAS b) Os Materiais Consumidos na Produção são:
Tempo de Tempo
Produtos MOD Máquina Material Valor Quantidades
Eixo Opala 1,80 2,20 Tubos 3.960.000 200.000
Eixo Chevette 1,20 1,80 Discos 1.540.000 200.000
Componentes 744.000 620.000
TOTAL 6.244.000 1.020.000
c) As Quantidade consumidas por cada Produto são:
Eixo
Materiais Utilizados Eixo Opala Chevette
Tubos 2,00 2,00
Discos 2,00 2,00
Componentes 7,00 5,00

d) Cada um dos Produtos utiliza uma UNIDADE da mesma Embalagem;


e) O Custo de Mão de Obra Direta é Rateado conforme o Tempo de Mão de Obra aplicado a cada
Unidade Produzida;
f) Os demais Custos da Produção são Rateados conforme o Tempo Máquina aplicado a cada Unidade
Produzida.
g) Sobre o Preço de Venda, incide 12% de Impostos, e sobre o LUCRO LÍQUIDO, incide Imposto de
Renda de 35%.

Pede-se, DEMONSTRANDO TODOS OS CÁLCULOS:


1) Elaborar a Demonstração de Resultado do Exercício, utilizando os Critérios de Custeio Variável e
Absorção, demonstrando a diferença de cada um dos Critérios.

2) Sabendo que não existiam Estoques Iniciais, assim como, não permaneceram Estoques em Processo,
apure o valor dos Estoques pelos Critérios de Custeio Variável e Absorção, demonstrando a diferença
entre os dois Critérios.
8.3. CUSTO PADRÃO

8.3.1 Conceito
Custo padrão é o custo estimado, isto é, calculado antes mesmo de iniciar o
processo produtivo. É um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de
sua linha de fabricação, levando em consideração as características tecnológicas do
processo produtivo de cada um, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a
produção e o respectivo volume desta. Quanto maior for o detalhamento do padrão em
relação a cada elemento componente do custo, melhores resultados serão obtidos. A mais
eficaz forma de se controlar custo é a partir da institucionalização do custo-padrão, que
tanto pode ser usado com o absorção como com o variável.

8.3.2. Tipo de Custo Padão e Finalidade


Podemos mostrar três tipos de custo-padrão:
 Ideal;
 Estimado;
 Corrente.

 Custo-Padrão Ideal
É um custo determinado da forma mais científica possível pela Engenharia de
Produção da empresa, dentro de condições ideais de qualidade dos materiais, de eficiência
da mão-de-obra, com o mínimo de desperdício de todos os insumos envolvidos. Pode ser
considerado como uma meta de longo prazo da empresa. Entretanto, a curto prazo, por
existirem na prática deficiências no uso e na qualidade dos insumos, apresenta muita
dificuldade de ser alcançado.

 Custo-Padrão Estimado
Custo-padrão estimado é aquele determinado simplesmente através de uma
projeção, para o futuro, de uma média dos custos observados no passado, sem qualquer
preocupação de avaliar se ocorrerem ineficiência na produção, por exemplo, se o nível de
desperdício dos materiais poderia ser diminuído, se a produtividade da mão-de-obra
poderia ser melhorada, se os preços pagos pelos insumos poderiam ser menores.

 Custo-Padrão Corrente
Para fixar o custo-padrão corrente, a empresa deve proceder a estudos para uma
avaliação da eficiência da produção. Ao contrário do ideal, ele leva em consideração as
deficiências que reconhecidamente existem mas que não podem ser sanadas pela empresa,
pelo menos a curto e médio prazos, tais como às relativas a materiais comprados de
terceiros, inexistência de mão-de-obra especializada. O custo-padrão corrente pode ser
considerado como um objetivo de curto e médio prazo da empresa e é o mais adequado
para fins de controle.

 Finalidade do Custo-Padrão
A finalidade do custo-padrão é o controle dos custos, e para tal o custo-padrão
corrente é mais eficiente que os demais, já que obriga a levantamentos que irão em
confronto posterior com a realidade, apontar ineficiência e defeitos na linha de produção.
O principal objetivo do custo-padrão é fixar uma base de comparação entre o que
ocorreu de custo (custo real) e o que deveria ter ocorrido (custo ideal).
O custo-padrão não é uma outra forma de contabilização de custos (como absorção
e direto), mas sim um coadjuvante. A instalação do custo-padrão não significa a
eliminação de custos a valores reais incorridos (custo real); pelo contrário, só se torna
eficaz na medida em que exista um custo real, para se extrair, da comparação de ambos, as
divergências existentes. O custo-padrão é uma base de comparação como o custo real.
Desta forma, o custo-padrão não elimina o real, nem diminui sua tarefa; aliás, a
implantação do padrão só pode ser bem sucedida onde já exista um bom sistema de custo
real (quer absorção, quer direto ou qualquer combinação entre eles).
Uma outra finalidade do custo-padrão é o desafio para atingir as metas do padrão
corrente. Para tal é importante a participação dos responsáveis pela produção, para que seja
definido as metas do padrão corrente, pois se forem estabelecidas pelo padrão ideal, já se
saberá de antemão que o valor é inatingível, que todo e qualquer esforço jamais culminará
na satisfação máxima de objetivos alcançados, e poderá haver a criação de um espírito
psicológico individual e coletivo amplamente desfavorável.
O sucesso da utilização do custo-padrão vai depender do grau de seriedade que a
empresa der à localização e saneamento das diferenças entre o padrão e o real. E disso
precisa o mais alto escalão estar consciente e disposto a disseminar aos níveis inferiores.

8.3.3 Fixação do Padrão e Orçamento


A fixação final do custo-padrão de cada bem ou serviço produzidos depende de um
trabalho conjunto entre a Engenharia de Produção e a Contabilidade de Custos, pois aquela
é responsável pela determinação das quantidades físicas de horas de mão-de-obra, de
máquina, de energia, de materiais, etc, e esta pela transformação em valores financeiros.
O custo padrão é de grande utilidade na determinação dos orçamentos e dos preços
de venda dos produtos antes de se efetivar sua produção.
O custo-padrão não deixa de ser uma espécie de orçamento, apenas que tende a
forçar o desempenho da produção por ser normalmente fixado com base na suposição de
melhoria de aproveitamento dos fatores de produção.
Por essa razão, custo-padrão e orçamento estão intimamente ligados. Inclusive,
existente o custo-padrão, fácil se torna a elaboração do orçamento da parte relativa à
produção, bastando apenas a definição dos volumes de vendas. Assim, o custo-padrão pode
servir também como elemento de base para a elaboração daquela peça de controle global
tão importante: o orçamento.
Cabe entretanto, a ressalva de que essa validade existe na hipótese de se usar o
custo-padrão corrente, já que o ideal não se presta a esse tipo de ligação. Cabe também o
alerta de que é necessário não se tornar o valor do custo-padrão como totalmente válido
para elaboração de orçamentos de preços de vendas, já que ele tende a ser sempre um
pouco rigoroso; as naturais imperfeições, ineficiência e fatos imprevistos do processo
produtivo provavelmente sempre farão com que o custo real seja superior ao padrão fixado.

8.4.4. Variações de Quantidades, Preço e Custo

Variações do Material Direto:


a) Quantidades:
É a variação no número de unidades produzidas, ou seja, a diferença entre a quantidade
real utilizada e a quantidade padrão estabelecida.
b) Preço:
É a variação que ocorre quando as matérias primas são adquiridas a preços diferentes dos
padrões estabelecidos.
Exemplo:

Unidades Produzidas do Produto XYZ 100


Informação do Material Direto Padrão Real
Tamanho Utilizado Metros 2,00 2,10
Custo p/metro 60,00 66,00
Custo total unitário $ 120,00 138,60
Quantidade Utilizada total em Metros 200 210
Custo total $ 12.000,00 13.860,00
Variação de Quantidade = (Quantidade Padrão - Quantidade Real) X Preço Padrão

Padrão Real Variação Preço Padrão Valor da Variação Tipo de Variação


Quantidade 200 210 -10 60,00 (600,00) Desfavorável

Variação de Preço = (Preço Padrão - Preço Real) X Quantidade Real


Padrão Real Variação Quant Real Valor da Variação Tipo de Variação
Preço 60,00 66,00 (6,00) 210 (1.260,00) Desfavorável

Variação Total dos Materiais Diretos: (Custo Total Padrão - Custo Total Real)
Padrão Real Variação Total Tipo de Variação
Custo Total 12.000,00 13.860,00 (1.860,00) Desfavorável

Variações da Mão de Obra Direta:


a) Tempo de Produção:
É a variação na quantidade de mão de obra aplicada a cada unidade produzida, o que
podemos chamar de Variação de eficiência, ou seja, é a diferença entre o tempo real de
produção e o tempo padrão estabelecido.
b) Custo Hora de Mão de Obra ou Taxa de Mão de Obra Direta:
É a variação no Custo da Hora de Mão de Obra, ou das Taxas de Mão de Obra, aplicadas
na produção, ou seja, a diferença entre o Custo da Hora Real de produção, e o Custo da
Hora Padrão estabelecida.
Exemplo:

Dados Padrão Dados Reais


Centro de Custo Horas Produção Custo Total Custo Hora Horas Produção Custo Total Custo Hora
Corte 400 4.800,00 12,00 460 5.750,00 12,50
Montagem 200 4.680,00 23,40 190 4.180,00 22,00
TOTAL 9.480,00 TOTAL 9.930,00

Variação de Tempo = (Horas Padrão - Horas Reais) X Custo Hora Padrão


Horas Horas Variação de Custo Hora Valor da
Centro de Custo Padrão Reais tempo Padrão Variação Tipo de Variação
Corte 400 460 (60) 12,00 (720,00) Desfavorável
Montagem 200 190 10 23,40 234,00 Favorável
Total Variação de Tempo (486,00) Desfavorável

Variação de Taxa = (Custo Hora Padrão - Custo Hora Real) X Horas Reais
Custo Hora Custo Hora Variação do Valor da
Centro de Custo Padrão Real Custo Hora Horas Reais Variação Tipo de Variação
Corte 12,00 12,50 (0,50) 460 (230,00) Desfavorável
Montagem 23,40 22,00 1,40 190 266,00 Favorável
Total Variação de Tempo 36,00 Favorável

Variação Total de Mão de Obra = Custo Padrão - Custo Real


Custo Total Custo Total Valor da
Centro de Custo Padrão Real Variação Tipo de Variação
Corte 4.800,00 5.750,00 (950,00) Desfavorável
Montagem 4.680,00 4.180,00 500,00 Favorável
9.480,00 9.930,00 (450,00) Desfavorável
Variações dos Gastos Gerais de Fabricação:
As Variações dos Gastos Gerais de Fabricação, que pode ser, medido em unidades, horas
de mão de obra direta, horas máquinas, etc... A separação dos gastos por Centro de Custo é
de suma importância, para uma correta avaliação dos Gastos Gerais, inclusive separando
entre os gastos entre fixos e variáveis.
Exemplo:

8.3.5. Casos Práticos

FALTA
8.4. CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES - “ABC”

8.4.1. Importância
O Custeio Baseado em atividades, conhecido como ABC (Activity-Based Costing),
é pode ser conceituado como uma metodologia de custeio que procura reduzir
sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.
O ABC pode ser aplicado, também, aos custos diretos, principalmente à mão-de-
obra, e é recomendável que o seja; mas não haverá, neste caso, diferenças significativas em
relação aos chamados “sistemas tradicionais”. A diferença fundamental está no tratamento
dado aos custos indiretos.

8.4.2. Características
No custeio ABC, as atividades são o foco do processo, a ênfase está nos fatores que
realmente são geridos. Os custos são investigados para podermos relacionar as atividades
aos produtos, com base na demanda por atividades pelo produto durante o processo de
produção.
Uma atividade é uma combinação de recursos humanos, materiais, tecnológicos e
financeiros para se produzirem bens ou serviços. É composta por um conjunto de tarefas
necessárias ao seu desempenho. As atividades são necessárias para a concretização de um
processo, que é uma cadeia de atividades correlatadas, inter-relacionadas.
Os principais objetivos da implantação de um sistema de gerenciamento de custos
com base nas atividades (ABC), estão relacionadas com facilidade e precisão que a
administração terá para:
 Apurar e controlar seus custos reais de produção e principalmente, os custos
indiretos de fabricação;
 Identificar e mensurar os custos da não qualidade (falhas internas e externas,
prevenção, avaliação, etc.);
 Levantar informações sobre as oportunidades para eliminar desperdícios e
aperfeiçoar atividades;
 Eliminar/reduzir atividades que não agregam ao produto um valor percebido
pelo cliente;
 Identificar os produtos e clientes mais lucrativos;
 Melhorar substancialmente sua base de informações para tomada de decisões;
Seja qual for a vantagem competitiva que a empresa pretenda criar e sustentar, a
gestão de cadeia de valor é fundamental, uma vez que permite identificar as atividades
estrategicamente relevantes. Usando a cadeia de valor, não só se torna visível o peso dos
custos de produção da empresa no valor final dos custos para o comprador, como se
reconhece que as diversas atividades não são independentes, mas interdependentes.

8.4.3. Identificação das Atividades

Num departamento são executadas atividades homogêneas. Assim, o primeiro


passo, para o custeio ABC, é identificar as atividades relevantes dentro de cada
departamento.
a) Atribuição de custos às atividades:
 custo de uma atividade compreende todos os sacrifícios de recursos necessários para
desempenhá-la. Deve incluir salários com os respectivos encargos sociais, materiais,
depreciação, energia, uso de instalações, etc.

b) Identificação e seleção dos direcionadores de custos:


 Direcionador de custos é o fator que determina a ocorrência de uma atividade. Como as
atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a
verdadeira causa dos custos.; Portanto o direcionador de custos deve refletir a causa
básica da atividade, consequentemente, da existência de seus custos.

c) Atribuindo custos às atividades:


 Para custear as atividades, devemos alocar a elas parte de cada custo indireto dos
departamentos, utilizando-nos dos “direcionadores de recursos”, como o aluguel,
Energia Elétrica, Salários, Depreciação, entre outros.

d) Atribuição dos custos das atividades aos produtos:


 Uma vez identificadas as atividades relevantes, seus direcionadores de recursos e
respectivo custos, a próxima etapa é custear os produtos. Para tanto é necessário o
levantamento da qualidade e quantidade de ocorrência dos direcionadores de atividades
por período e por produto.

8.4.4. Custeando Produtos e Processos

FALTA
8.4.5. Casos Práticos

FALTA

9. PREÇO DE VENDA: QUANDO COMPRAR OU PRODUZIR–REVER PRATICA

A apuração dos custos dentro de uma empresa deve não só se prestar para o seu registro
contábil, mas também para auxiliar os seus dirigentes na tarefa de decidir sobre:
Quando é melhor comprar ou produzir? Quando parar a fabricação de um produto ou
aumentar a de outro? Entre outras questões.

9.1. Fixação do Preço de Venda – Mark Up


FALTA

9.2. Quando Comprar ou Produzir


Suponhamos que uma empresa esteja produzindo determinado componente que usa na
elaboração de um certo produto. Apropria ela os custos indiretos à base de hora-máquina
às 700 unidades que fabrica (tanto de componente como de produto); são eles todos fixos.
Dados de custos:
Componente:
Material e Mão-de-Obra diretos: R$ 88,00/un.
Custos Indiretos de Produção: R$ 150.000,00/2.200 hm X 0,5 hm/un. = R$ 34,09/un.
Custo Unitário Total: R$ 88,00 + R$ 34,09 = R$ 122,09
Produto:
Material e Mão de Obra diretos: R$ 420,00/un.
Custos Indiretos de Produção: R$ 150.000,00/2.200 hm X 2,0 hm/um. = R$ 136,36/un.
Custo Total: R$ 420,00 + R$ 136,36 + R$ 122,09 = R$ 678,45
Ao estudar uma proposta de um fornecedor que lhe propõe entregar o componente por R$
94,00/un. A empresa deverá aceitar?
A empresa deverá fazer uma análise mais profunda, não comparando o custo total interno
de R$ 122,09 contra o externo de R$ 94,00. Pois o fato da empresa passar a comprar o
componente não lhe altera em nada, os custos fixos, já que estes talvez sejam comuns tanto
para o componente quanto para o produto. Neste caso não haverá interesse na aquisição,
pois estaria desembolsando R$ 94,00 sendo que o custo variável do componente é de R$
88,00.
Talvez exista a possibilidade de a empresa eliminar grande parte dos seus custos fixos
devido a desativação de parte da fábrica, por não mais fabricar o componente. Vejamos o
exemplo:
Os custos variáveis hoje são de R$ 61.600,00. A compra dos componentes custaria R$
65.800,00 (700 un. X 94,00), desta forma a empresa só deverá optar pela compra se
conseguir uma redução dos custos fixos maior que R$ 4.200,00 (R$ 65.800,00 – R$
61.600,00). Aí o custo total da compra seria menor que o total da produção.
A decisão depende, pois, não só da atual estrutura de custos, mas do que existirá após o
momento da decisão.

9.3. Capacidade de Produção

Talvez seja viável o uso das instalações que hoje servem à fabricação dos componentes
para a produção do produto final. Nesse caso haveria o acréscimo do volume de unidades
elaboradas (hipótese de que o mercado as absorveria, inclusive aos mesmos preços).
Como poderia ser discutido a decisão?
Se a empresa não produz maior número hoje, é porque está com sua capacidade limitada
(nesta situação não há cálculo da margem de contribuição por falta de limitação, pois
existe um único produto final). Parando de fabricar o componente, poderia adicionar em
volume e 175 un. do produto, passando então a 875 un. Vejamos:
700 un. de componentes X 0,5 hm/un = 350 hm (usadas na fabricação dos componentes).
350 hm / 2 hm/un. do produto = 175 un do produto com o uso das 350 hm.
Atualmente, antes da compra , a empresa produz 700 un. completas do produto ao custo
total de R$ 678,45 un., no total de R$ 474.915,00. Se produzir 875 unidades, comprando os
componentes, terá um custo total de:
Custo Variável do Componente comprado: R$ 94,00
Custo Variável do Produto: R$ 420,00/um
Custo Variável Total: R$ 514,00/un x 875 un.= 449.750,00
Custo Fixo Total: R$ 150.000,00
Custo Total: R$ 599.750,00
Logo, o custo unitário passará a R$ 599,75 com redução de R$ 78,70 em relação ao
anterior. Isso porque o custo variável unitário aumentará, passando de R$ 508,00 (R$
88,00 + R$420,00) para R$ 514,00 (R$ 94,00 + R$ 420,00); mas com o aumento do
volume de produção haverá uma redução do custo fixo por unidade.
Demonstrando a margem de contribuição fica mais fácil de entender. Suponhamos
que o preço do produto final seja de R$ 680,00/un. A margem de Contribuição anterior
seria de R$ 172,00 (R$ 680,00 – 508,00), mas com o volume de 700 un. Propiciava
Margem de Contribuição total de:
700 un. x R$ 172,00 = R$ 120.400,00
A nova margem seria de R$ 166,00 (R$ 680,00 – R$ 514,00) e a total de R$
145.250,00.
Para ambas alternativas o custo fixo é igual, portanto o interessante é a que
maximiza a MC total. Logo, deverá se decidir pela compra.
Para que a empresa tome uma decisão, foram necessárias, várias informações além dos
elementos de custos, como manutenção do preço de venda , absorção pelo mercado do
acréscimo de volume elaborado etc. Outras ponderações ainda precisariam ser feitas, tais
como: tem a empresa capital circulante suficiente para suportar um acréscimo de volume
de produção? Existe grande risco no fato de passarmos a depender de um fornecedor para a
obtenção de um componente de nosso produto? A qualidade desse componente é de fato
igual à do nosso? Etc. Essas hipóteses todas precisam ser muito bem analisadas. Os dados
de custos, não são totalmente suficientes, mas absolutamente necessários.

9.4.. Casos Práticos


FALTA

10. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E PONTO DE EQUILÍBRIO FALTA


10.1. Alocação dos Custos Fixos
10.2. Utilização da Margem de Contribuição
10.3. Ponto de Equilíbrio
10.4.. Casos Práticos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BRUNT, P. D. Como reduzir custos. São Paulo: Nobel, 1992.


 CAMPIGLIA, Américo Oswaldo et al . Controles de Gestão. Controladoria Financeira
das Empresas. São Paulo: Atlas, 1994.
 CHINA, H. Y. Gestão baseada em custeio por atividade. São Paulo: Atlas, 1995.
 CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE. Custo como ferramenta gerencial.
São Paulo: Atlas, 1995.
 DUTRA, R. G. Custos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 1995.
 FIGUEIREDO, Sandra et al. Controladoria. São Paulo: Atlas, 1997.
 FRANCO, H. Contabilidade industrial. São Paulo: Atlas, 1996.
 GOMES, Josir Simeone et al. Controle de Gestão. Uma Abordagem Contextual e
Organizacional. São Paulo: Atlas, 1997.
 HERRMAANN JÚNIOR, F. Custos industriais: organização administrativa e contábil
das empresas industriais. São Paulo: Atlas, 1981.
 LEONI, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997.
 LEONI, G. S. G. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas,
1996.
 MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1996.
 NAKAGAWA, M. ABC: custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1995.
 NAKAGAWA, M. Gestão estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 1996.
 NEVES, A. F. das. Sistemas de apuração de custo industrial. São Paulo: Atlas, 1981.
 PEROSSI, J. O. Custo industrial. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1982.
 PESTANA, Armando Oliveira et al. Controladoria de Gestão. São Paulo: Atlas,1997.
 ROBLES JÚNIOR, A. Custos da qualidade. São Paulo: Atlas, 1996.
 SANTOS, J. J. dos. Formação do preço e do lucro: custos marginais para formação de
preços referenciais. São Paulo: Atlas, 1996.

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