Direito Fnanceiro 2 Trabalho

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE TURISMO E INFORMÁTICA

TEMA:

Sistema de Administracao Financeira do Estado (SISTAFE)

16/10/2024

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


FACULDADE DE GESTÃO DE TURISMO E INFORMÁTICA
TEMA:

Sistema de Administracao Financeira do Estado (SISTAFE)

Discentes:
Amina Francisco
Abdul Latifo da Silva Vintan
Elisabeth Matias
Ivo dos Santos
Felicia Américo
Fátima Daudo
Minga Suale

Docente:Bento Marcos Junior

16/10/2024
Indice
1.0. Introdução.............................................................................................1
1.1. Objetivo Geral:.......................................................................................1
1.2. Objetivos Especificos:...............................................................................1
2.0. Historial do SISTAFE...............................................................................1
2.1. Princípios do SISTAFE.............................................................................2
2.2. Estrutura do SISTAFE.............................................................................2
2.3. Órgãos Responsáveis pela Implementação do SISTAFE..................................3
3.0. Conclusão..............................................................................................4
4.0. Referências Bibliográficas.........................................................................5
1.0. Introdução

O Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) é uma estrutura fundamental


para a gestão financeira de Moçambique. Implementado com o objetivo de assegurar uma
gestão eficiente, transparente e responsável dos recursos públicos, o SISTAFE é regido por
uma série de princípios e normas estabelecidos pela legislação moçambicana. Este trabalho
visa explorar o historial do SISTAFE, os seus princípios orientadores, a sua estrutura e os
órgãos responsáveis pela sua implementação e controlo, com base nas leis vigentes,
nomeadamente a Lei n.º 9/2002 e o Decreto n.º 26/2021.

1.1. Objetivo Geral:

 Analisar o SISTAFEno contexto da administracao publica Mocambicana, destacando


seus principios, estrutura, evolucao e orgaos responsaveis pela sua implementacao.

1.2. Objetivos Especificos:

 Explorar o historico do SISTAFE;


 Apresentar e discutir os principais principios que reagem o SISTAFE;
 Descrever a estrutura funcional ao SISTAFE;
 Identificar os principais orgaos responsaveis pela implementacao e fiscalizacao do
SISTAFE.

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2.0. Historial do SISTAFE

O SISTAFE foi instituído pela Lei n.º 9/2002, de 12 de fevereiro, com o objetivo de criar um
sistema integrado de gestão financeira que abrangesse todas as áreas do governo
moçambicano. Antes da sua criação, a administração financeira do Estado carecia de
mecanismos uniformes para a gestão de receitas e despesas públicas, o que dificultava o
controlo eficaz dos recursos do Estado.

O SISTAFE foi criado no contexto de reformas económicas e administrativas em


Moçambique, com o objetivo de modernizar a administração pública e melhorar a eficiência
na gestão dos recursos públicos. Com a promulgação desta lei, o governo moçambicano deu
um passo significativo para centralizar e automatizar os processos financeiros, aumentando
assim a transparência e o controlo das finanças públicas.

Desde 1997 tem se vindo a desenvolver esforços de modernização nas áreas do Orçamento do
Estado, impostos indirectos e alfândegas, entre outras. Estas Reformas procuravam melhorar
o sistema de programação e execução orçamental, harmonizar o sistema dos impostos
indirectos e a pauta aduaneira com os sistemas vigentes nos países da região em que
Moçambique se insere, e, delinear circuitos de registo na área da contabilidade pública,
visando torná-los mais eficientes, eficazes e transparentes.

Com vista a estabelecer de forma global, abrangente e consistente os princípios básicos e


normas gerais de um sistema integrado de administração financeira dos órgãos e instituições
do Estado e, ao abrigo do disposto no nº 1 do Artigo 135 da Constituição da República, a
Assembleia da República aprovou a Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de
Administração Financeira do Estado, doravante designado por SISTAFE, tendo sido
regulamentado pelo Decreto nº 23/2004, de 20 de Agosto, onde estão contidas as principais
normas de gestão orçamental, financeira, patrimonial, contabilística e de controlo interno do
Estado.

Em 2020, por forma a responder aos desafios actuais das Finanças Publicas, a Lei do
SISTAFE beneficiou da sua primeira reforma por forma a torná-la mais abrangente e eficaz no
controlo do erário público, tendo sido aprovada pela Assembleia da República e submetida ao
Presidente da República que promulgou e mandou publicar a nova Lei, nº 14/2020, de 23 de
Dezembro.

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A nova Lei do SISTAFE contém 91 artigos com aspectos revistos e introduzidos. O destaque
nas mudanças introduzidas vai mais pela reforma constitucional e o novo pacote legislativo da
descentralização. Com estas reformas, o SISTAFE passa a ser um sistema de gestão aplicável
para as Finanças Públicas nas autarquias, governos provinciais e secretarias de Estado. Nesta
revisão destaca-se a introdução do Subsistema de Planificação e Orçamentação (SPO), em
substituição do Subsistema do Orçamento do Estado que, segundo se pretende, “visa definir o
ciclo de planificação, os seus instrumentos e a responsabilidade pela sua elaboração e
aprovação”.

Com a entrada em vigor da Lei nº 14/2020, de 23 de Dezembro, o SISTAFE passa a ter seis
subsistemas, nomeadamente, o Subsistema de Planificação e Orçamento; Contabilidade
Pública; Tesouro Público; Património do Estado; Monitoria e Avaliação; e Auditoria Interna.
Conta igualmente com a introdução do artigo sobre infracções financeiras, fraudes e sanções
e, estabelece um regime de responsabilização e as respectivas medidas sancionatórias para os
Funcionários e Agentes do Estado que não cumprirem com as normas e procedimentos
estabelecidos.

Em 2021, o SISTAFE foi alvo de uma atualização através do Decreto n.º 26/2021, de 22 de
abril, que regulamentou a execução do sistema, introduzindo melhorias no funcionamento do
sistema e ajustando-o às novas exigências de governança e gestão financeira do Estado.

2.1. Princípios do SISTAFE

Os princípios que regem o SISTAFE estão definidos na Lei n.º 9/2002 e no Decreto n.º
26/2021. Esses princípios são fundamentais para garantir que o sistema financeiro do Estado
funcione de forma integrada, eficiente e transparente. Entre os principais princípios
encontram-se:

a) Princípio da Unidade

O princípio da unidade estabelece que todas as receitas e despesas do Estado devem ser
administradas sob um único sistema integrado. Este princípio é essencial para garantir que
todos os recursos públicos estejam sujeitos às mesmas regras e processos. O Artigo 3 da Lei
do SISTAFE afirma que todas as operações financeiras do Estado devem ser centralizadas
num único sistema.

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b) Princípio da Universalidade

Este princípio assegura que todas as receitas e despesas do Estado devem ser incluídas no
orçamento. O Artigo 4 da Lei do SISTAFE determina que todas as fontes de receitas públicas
devem ser contabilizadas e que todas as despesas previstas pelo Estado devem ser autorizadas
pelo orçamento anual.

c) Princípio da Transparência

A transparência é um dos princípios mais importantes para assegurar a boa governação e a


prestação de contas no uso dos recursos públicos. O Artigo 5 da Lei do SISTAFE obriga o
Estado a gerir as suas finanças de forma clara e acessível ao público, garantindo que os
cidadãos possam acompanhar como os recursos são utilizados.

d) Princípio da Legalidade

Este princípio estabelece que todas as operações financeiras devem ser feitas de acordo com a
lei. De acordo com o Artigo 6, nenhuma despesa ou receita pode ser realizada sem uma base
legal prévia, o que garante que todos os atos financeiros do Estado sejam feitos com base em
normas previamente estabelecidas.

2.2. Estrutura do SISTAFE

O SISTAFE é composto por uma série de subsistemas que, juntos, formam a espinha dorsal da
administração financeira do Estado. Cada um destes subsistemas tem uma função específica e
contribui para a gestão integrada dos recursos públicos. Os principais componentes do
SISTAFE são:

a) Planeamento e Orçamentação

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O processo de planeamento e orçamentação é a base para a administração financeira do
Estado. De acordo com o Artigo 8 da Lei do SISTAFE, o governo deve elaborar anualmente o
Orçamento do Estado, que inclui todas as previsões de receitas e despesas. Este orçamento é
aprovado pela Assembleia da República e supervisionado pelos órgãos de controlo.

b) Execução Orçamental

A execução orçamental refere-se ao processo de realização das despesas e arrecadação de


receitas conforme o orçamento aprovado. O Artigo 14 da Lei do SISTAFE regula a forma
como o governo deve proceder para executar o orçamento, assegurando que as despesas sejam
realizadas dentro dos limites autorizados e de forma eficiente.

c) Controlo Interno e Auditoria

O controlo interno e a auditoria são mecanismos cruciais para assegurar que os recursos do
Estado sejam utilizados de forma correta e transparente. O Artigo 21 da Lei do SISTAFE
prevê a criação de sistemas de controlo interno dentro das entidades públicas para monitorizar
a execução das despesas e garantir que as mesmas estejam em conformidade com as normas
estabelecidas.

d) Contabilidade Pública

O Artigo 16 da Lei do SISTAFE determina que a contabilidade pública deve ser feita de
forma centralizada e seguindo as normas estabelecidas para garantir a uniformidade no
tratamento dos dados financeiros do Estado. Este subsistema é responsável por registar todas
as transações financeiras, garantindo a exatidão e transparência dos dados.

e) Património do Estado

A gestão do património do Estado, incluída no SISTAFE, envolve o controlo e a


contabilização de todos os ativos públicos. O sistema assegura que o património do Estado
seja gerido de forma eficiente e que o seu valor seja corretamente refletido na contabilidade
pública.

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2.3. Órgãos Responsáveis pela Implementação do SISTAFE

A implementação e supervisão do SISTAFE estão a cargo de vários órgãos do governo, cada


um com funções específicas. Os principais órgãos responsáveis são:

a) Ministério da Economia e Finanças

O Ministério da Economia e Finanças é o órgão central responsável pela supervisão da


execução do SISTAFE. De acordo com o Artigo 7 da Lei do SISTAFE, o ministério tem a
função de coordenar a elaboração do orçamento e assegurar que todas as operações
financeiras do Estado estejam em conformidade com a legislação.

b) Direção Nacional do Orçamento

A Direção Nacional do Orçamento é o órgão responsável pela elaboração do orçamento do


Estado e pela supervisão da sua execução. Este órgão trabalha diretamente com as outras
instituições públicas para garantir que os recursos financeiros sejam adequadamente
distribuídos e utilizados.

c) Tribunal Administrativo

O Tribunal Administrativo desempenha um papel crucial no controlo externo das finanças


públicas. Segundo o Artigo 29 da Lei do SISTAFE, este órgão tem a responsabilidade de
fiscalizar a legalidade das despesas públicas e de julgar as contas dos gestores financeiros do
Estado.

d) Unidade de Gestão Executiva

A Unidade de Gestão Executiva é responsável pela implementação das reformas financeiras


relacionadas ao SISTAFE. Este órgão coordena a modernização e a melhoria contínua dos

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processos financeiros do Estado, assegurando que o sistema seja atualizado conforme as
necessidades.

3.0. Conclusão

O SISTAFE é um sistema robusto e essencial para a administração financeira do Estado de


Moçambique, garantindo a gestão eficiente, transparente e responsável dos recursos públicos.
Através dos seus princípios orientadores, estrutura integrada e órgãos de controlo, o SISTAFE
assegura que as finanças públicas sejam geridas de forma eficaz e em conformidade com a lei.
A contínua atualização e adaptação do sistema são cruciais para responder aos desafios da
governança moderna e para assegurar a boa utilização dos recursos públicos.

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4.0. Referências Bibliográficas

Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro – SISTAFE.


Decreto n.º 26/2021, de 22 de Abril – Regula a Execução do SISTAFE.
Constituição da República de Moçambique (versão atualizada de 2018).

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