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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA)

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS (CMPF)


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA (DETEC)

SINAIS E SISTEMAS

Capı́tulo 09 - Análise no Domı́nio do


Tempo de Sistemas de Tempo Discreto

Prof. Pedro Thiago Valério de Souza


UFERSA – Campus Pau dos Ferros
[email protected]
Conceitos Básicos
• Sistemas que são, simultaneamente, lineares e invariantes no tempo
(linear and time-invariant) apresentam um importante papel na
engenharia;
• Boa parte dos sistemas são LTI ou podem ser aproximados por tal;
• Existem várias ferramentas para a análise de sistemas LTI.

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Soma de Convolução
Determinando a saı́da de um sitema LTI de tempo discreto:
y[n] = T {x[n]}
Porém, é conhecido que:

∑︁
x[n] = x[k]𝛿[n − k]
k=−∞

Desta forma,
y[n] = T {x[n]}
( ∞ )
∑︁
= T x[k]𝛿[n − k]
k=−∞

∑︁
= T {x[k]𝛿[n − k]}
k=−∞

∑︁
= x[k]T {𝛿[n − k]}
k=−∞

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Soma de Convolução
Denominando h[n] = T {𝛿[n]} como a resposta ao impulso do sistema, e visto
que o sistema é invariante no tempo, então:

T {𝛿[n − k]} = h[n − k]

Desta forma,

∑︁
y[n] = x[k]h[n − k] = x[n] ∗ h[n]
k=−∞

Figura 1: Sistema Linear e Invariante no Tempo Discreto.

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Soma de Convolução
Propriedades da Convolução:
1 Comutativa:

∑︁
x[n] ∗ h[n] = h[n] ∗ x[n] = h[k]x[n − k]
k=−∞

2 Distributiva:
x1 [n] ∗ (x2 [n] + x3 [n]) = x1 [n] ∗ x2 [n] + x1 [n] ∗ x3 [n]
3 Associativa:
x1 [n] ∗ (x2 [n] ∗ x3 [n]) = (x1 [n] ∗ x2 [n]) ∗ x3 [n] = (x1 [n] ∗ x3 [n]) ∗ x2 [n]
4 Deslocamento: Sendo,
c[n] = x1 [n] ∗ x2 [n]
então,
x1 [n − N1 ] ∗ x2 [n] = c[n − N2 ]
ou, de forma genérica:
x1 [n − N1 ] ∗ x2 [n − N2 ] = c[n − N1 − N2 ]
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Soma de Convolução
Propriedades da Convolução:
5 Convolução com impulso:

x[n] ∗ 𝛿[n] = x[n]

Utilizando a propriedade do deslocamento,

x[n] ∗ 𝛿[n − N1 ] = x[n − N1 ]

6 Propriedade da Largura: Sendo x1 [n] e x2 [n] sinais com duração finita e


comprimento N1 e N2 , respectivamente, a convolução de x1 (t) e x2 (t) tem
comprimento N1 + N2 − 1.

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Soma de Convolução
Restrição de causalidade: Dado que,

∑︁
y[n] = x[k]h[n − k] = x[n] ∗ h[n]
k=−∞

• Se x[n] for causal, então x[k] = 0 para k < 0, desta forma a convolução
pode ser re-escrita como:

∑︁
y[n] = x[k]h[n − k]
k=0
• Se h[n] for causal, então h[n − k] = 0 para k > n. Portanto, a convolução
pode ser re-escrita como:
n
∑︁
y[n] = x[k]h[n − k]
k=−∞
• Se h[n] e x[n] ambas forem causais, então:
n
∑︁
y[n] = x[k]h[n − k]
k=0

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Soma de Convolução
Exemplo 9.1 Dado um sistema com resposta ao impulso dada por:

h[n] = (0,8) n u[n]

Determine a saı́da desse sistema (considerando as condições iniciais nulas)


quando a entrada é:
x[n] = (0,3) n u[n]

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Tabela 1 - Alguns pares de convolução.
No. x1 [n] x2 [n] x1 [n] ∗ x2 [n]
1 x[n] 𝛿[n − N] x[n − N]
1−𝛾 n+1
2 𝛾 n u[n] u[n] 1−𝛾 u[n]

3 u[n] u[n] (n + 1)u[n]


𝛾1n+1 −𝛾2n+1
4 𝛾1n u[n] 𝛾2n u[n] 𝛾1 −𝛾2 u[n] 𝛾1 ≠ 𝛾2
n(n+1)
5 u[n] nu[n] 2 u[n]

𝛾 (𝛾 n −1)+n(1−𝛾)
6 𝛾 n u[n] nu[n] (1−𝛾) 2
u[n]
1
7 nu[n] nu[n] 6 n(n − 1) (n + 1)u[n]

8 𝛾 n u[n] 𝛾 n u[n] (n + 1)𝛾 n u[n]

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Soma de Convolução
Exemplo 9.2 Um determinado sistema LTI de tempo discreto possui como
resposta ao impulso:

h[n] = [(−0,2) n + 4(0,8) n ]u[n]

Determine a saı́da desse sistema quando a entrada é x[n] = 4−n u[n].

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Soma de Convolução
Método Gráfico para Cálculo da Convolução:

∑︁
c[n] = x[m]g[n − m]
m=−∞

Obtenção da sequência g[n − m]:


• Refletir a sequência g[m], gerando g[−m];
• Deslocar a sequência g[−m] por n amostras, gerando g[n − m].
• Se n > 0, o deslocamento é para a direita;
• Se n < 0, o deslocamento é para esquerda.

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Soma de Convolução
Método Gráfico para Cálculo da Convolução:
1 Plote ambas as sequências, x[n] e g[n] em termos de m;
2 Escolha uma das sequências, por exemplo, g[m], e realize a reflexão
temporal, obtendo a sequência g[−m];
3 Realize o deslocamento da sequência g[−m] por n, obtendo a sequência
g[n − m];
4 Multiplique as duas sequências x[m] e g[n − m] ponto-a-ponto, e some
para todos os valores de m, obtendo assim y[n];
5 Incremente o ı́ndice n e repita os passos 3 e 4.

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Soma de Convolução
Exemplo 9.3 Dado um sistema com resposta ao impulso dada por:

h[n] = u[n] − u[n − N]

Determine a saı́da desse sistema (considerando as condições iniciais nulas)


quando a entrada é:
x[n] = 𝛼n u[n]
Utilize o método gráfico.

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Figura 2: Obtenção dos sinais x[k] e h[−k].

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Figura 3: Procedimento gráfico da convolução.

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Soma de Convolução
Método da Fita:
• Este algoritmo é conveniente quando as seqüências x[n] e g[n] são
pequenas;
• O algoritmo é basicamente o mesmo do procedimento gráfico.
• A única diferente é que ao invés de apresentar os dados em um gráfico,
nós os mostramos com uma sequência de números em uma fita.

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Propriedades dos Sistemas LTI
1 Comutatividade: x[n] ∗ h[n] = h[n] ∗ x[n]

Figura 4: Propriedade da comutatividade.

2 Associatividade: [x[n] ∗ h1 [n]] ∗ h2 [n] = x[n] ∗ [h1 [n] ∗ h2 [n]] = x[n] ∗ heq [n],
sendo heq [n] = h1 [n] ∗ h2 [n]

Figura 5: Associação em série de sistemas.

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Propriedades dos Sistemas LTI
3 Distributividade:
x[n] ∗ h1 [n] + x[n] ∗ h2 [n] = x[n] ∗ [h1 [n] + h2 [n]] = x[n] ∗ heq [n], sendo
heq [n] = h1 [n] + h2 [n].

Figura 6: Associação em paralelo de sistemas.

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Propriedades dos Sistemas LTI
4 Ordem dos sistemas em série: Não importa a ordem em que sistemas LTI
são ligados em série.

Figura 7: Ordem de sistemas LTI em série

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Propriedades dos Sistemas LTI
5 Dinâmico ou estático:
• Um sistema é dito estático caso y[n] em n = n0 depende apenas de x[n] em
n = n0 . Dinâmico, caso contrário.
• Um sistema LTI é dito estático caso sua resposta ao impulso for h[n] = k𝛿[n],
com k ∈ C. Caso contrário, ele é dito dinâmico.
6 Estabilidade:
• Um sistema é dito estável caso qualquer sinal de entrada que tenha
amplitude limitada, resulte em um sinal de saı́da com amplitude limitada.
• Um sistema LTI é dito estável caso a resposta ao impulso seja
absolutamente integrável:

∑︁
|h[n]| < ∞
n=−∞

• h[n] com duração finita;


• h[n] com duração infinita, mas que o valor diminua a medida que n → ±∞.

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Propriedades dos Sistemas LTI
7 Causalidade:
• Um sistema é dito causal caso a saı́da em qualquer instante de tempo
depende apenas da entrada nos instantes de tempo atual e passados.
• Um sistema LTI é dito causal caso a resposta ao impulso seja um sinal
causal:
h[n] = 0 n<0
8 Invertibilidade:
• Um sistema é dito invertı́vel caso exista um sistema inverso tal que, quando
colocado em cascata com o sistema original, desfaz o que o sistema original
faz.
• Um sistema LTI com resposta ao impulso h[n] é dito invertı́vel, caso haja um
sistema inverso com resposta ao impulso hi [n] tal que h[n] ∗ hi [n] = 𝛿[n].

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Propriedades dos Sistemas LTI
Exemplo 9.4 Discuta a estabilidade e causalidade dos seguintes sistemas
LTI.
(a) h[n] = 0,8n u[n]
(b) h[n] = 1,2n u[n]
(c) h[n] = 0,8n u[−n − 1]
(d) h[n] = 1,2n u[−n − 1]

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Propriedades dos Sistemas LTI
Exemplo 9.5 A Figura abaixo apresenta dois sistemas LTI associados em
cascata.

Figura 8: Associação em cascata de dois sistemas LTI.

Sendo,
h1 [n] = 𝛿[n − 3]
h2 [n] = 0,8n u[n]
Determine:
(a) A resposta ao impulso do sistema equivalente.
(b) A saı́da do sistema equivalente quando a entrada é x[n] = u[n].

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Equação de Diferenças
• Formas possı́veis:
• Forma atraso: relacionam a entrada x[n] e suas diferenças
(x[n − 1], x[n − 2], . . . ) com a saı́da y[n] e suas diferenças
(y[n − 1], y[n − 2], . . . ).
• Forma avanço: relacionam a entrada x[n] e seus avanços
(x[n + 1], x[n + 2], . . . ) com a saı́da y[n] e suas avanços (y[n + 1], y[n + 2], . . . ).
• Forma Geral (forma avanço):

y[n] + a1 y[n − 1] + a2 y[n − 2] + · · · + aN y[n − N]


= b0 x[n] + b1 x[n − 1] + b2 x[n − 2] + · · · + bM x[n − M]

É uma equação diferencial de ordem N.


• A forma avanço pode ser obtida substituindo-se n por n + max(N,M).

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Equação de Diferenças
Exemplo 9.6 Converta as seguintes equações de diferença:
(a) y[n] − 0,5y[n − 1] + 0,25y[n − 2] = x[n] para a forma avanço.
(b) y[n] − 0,7y[n − 1] = x[n] + x[n − 1] − 0,3x[n − 2] para a forma avanço.
(c) y[n + 2] − y[n + 1] + 0,24y[n] = x[n + 2] − 2x[n + 1] para forma atraso.

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Equação de Diferenças
Condição de Causalidade: Admtindo-se uma equação de diferenças na
forma avanço:

y[n + N] + c1 y[n + N − 1] + · · · + cN y[n]


= d0 x[n + M] + d1 y[n + M − 1] + · · · + dM x[n]

Isolando-se y[n + N]:

y[n + N] = d0 x[n + M] + d1 y[n + M − 1] + · · · + dM x[n] − (c1 y[n + N − 1] + · · · + cN y[n])

• Caso M > N, a saı́da em um instante n + N depende da entrada em n + M,


que é instante posterior. Portanto, o sistema é não causal.
• Caso M ≤ N, a saı́da em um instante n + N depende da entrada em n + M,
que é instante anterior (ou mesmo instante). Portanto, o sistema pode ser
causal.

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Equação de Diferenças
Exemplo 9.7 Determine se os seguintes sistemas podem ser causais ou são
necessariamente não causais.
(a) y[n + 2] − 0,1y[n + 1] + 0,4y[n] = x[n + 1] − 0,4x[n]
(b) y[n + 2] − 0,6y[n + 1] + 0,7y[n] = x[n + 3] − 0,4x[n + 1] − 0,3x[n]
(c) y[n − 1] − 0,325y[n − 2] − 1,4141y[n − 3] = x[n] − 0,7x[n − 1] − 0,1x[n − 2]

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Equação de Diferenças
Solução Recursiva (Iterativa) da Equação Diferença: Dado a forma atraso,
y[n] + a1 y[n − 1] + a2 y[n − 2] + · · · + aN y[n − N]
= b0 x[n] + b1 x[n − 1] + b2 x[n − 2] + · · · + bM x[n − M]
Isolando-se y[n]:
y[n] = b0 x[n] + b1 x[n − 1] + b2 x[n − 2] + · · · + bM x[n − M]
− a1 y[n − 1] − a2 y[n − 2] + · · · − aN y[n − N]
Admitindo-se a causalidade, a saı́da é calculada de forma recursiva (para
n > 0):
y[0] = b0 x[0] + b1 x[−1] + b2 x[−2] + · · · + bM x[−M]
− a1 y[−1] − a2 y[−2] + · · · − aN y[−N]

y[1] = b0 x[1] + b1 x[0] + b2 x[−1] + · · · + bM x[−M + 1]


− a1 y[0] − a2 y[−1] + · · · − aN y[−N + 1]
..
.
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Equação de Diferenças
Solução Recursiva (Iterativa) da Equação Diferença: Os valores
y[−1], y[−2], . . . y[−N] necessários para calcular y[0] são as condições iniciais.

Exemplo 9.8 Resolva interativamente as quatro primeiras amostras de

y[n] − 0,5y[n − 1] = x[n]

com condição inicial y[−1] = 16 e a entrada x[n] = n2 u[n].

Figura 9: Solução interativa de equação diferença.

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Equação de Diferenças
Exemplo 9.9 Resolva interativamente as quatro primeiras amostras de

y[n + 2] − y[n + 1] + 0,24y[n] = x[n + 2] − 2x[n + 1]

com condições iniciais y[−1] = 2 e y[−2] = 1 e a entrada x[n] = nu[n].

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Equação de Diferenças
Exemplo 9.10 Considere um sistema LTI descrito por uma equação de
diferenças de primeira ordem:

y[n] − ay[n − 1] = x[n]

Admitindo-se a causalidade e que o sistema está em repouso, obtenha a


resposta ao impulso desse sistema através de recursão e inferência.

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Equação de Diferenças
Exemplo 9.11 Considere um sistema LTI descrito por uma equação de
diferenças:
y[n] = x[n] − 0,3x[n − 1] + 0,7x[n − 2]
Admitindo-se a causalidade e que o sistema está em repouso, obtenha a
resposta ao impulso desse sistema.

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Equação de Diferenças
Tipos de Sistemas de Tempo Discreto:

y[n] + a1 y[n − 1] + a2 y[n − 2] + · · · + aN y[n − N]


= b0 x[n] + b1 x[n − 1] + b2 x[n − 2] + · · · + bM x[n − M]

• Caso I (N = 0): Sistema FIR. Neste caso, a saı́da depende apenas da


entrada atual e das entradas passsadas (admitindo-se causalidade).

y[n] = b0 x[n] + b1 x[n − 1] + b2 x[n − 2] + · · · + bM x[n − M]

A resposta ao impulso pode ser obtida substituindo-se x[n] = 𝛿[n]:

y[n] = b0 𝛿[n] + b1 𝛿[n − 1] + b2 𝛿[n − 2] + · · · + bM 𝛿[n − M]

Por consequência, a resposta ao impulso tem duração finita (Finite


Impulse Response - FIR), e o sistema sempre será estável.

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Equação de Diferenças
Tipos de Sistemas de Tempo Discreto:

y[n] + a1 y[n − 1] + a2 y[n − 2] + · · · + aN y[n − N]


= b0 x[n] + b1 x[n − 1] + b2 x[n − 2] + · · · + bM x[n − M]

• Caso II (N ≠ 0): Sistema IIR. Neste caso, a saı́da depende da entrada


atual e das entradas passsadas (admitindo-se causalidade), mas também
das saı́das passadas.

y[n] = b0 x[n] + b1 x[n − 1] + b2 x[n − 2] + · · · + bM x[n − M]


− a1 y[n − 1] − a2 y[n − 2] + · · · − aN y[n − N]

A resposta ao impulso pode ser obtida substituindo-se x[n] = 𝛿[n] e


resolvendo-se de forma recursiva:

y[n] = b0 𝛿[n] + b1 𝛿[n − 1] + b2 𝛿[n − 2] + · · · + bM 𝛿[n − M]


− a1 y[n − 1] − a2 y[n − 2] + · · · − aN y[n − N]

Por consequência, a resposta ao impulso tem duração infinta (Infinite


Impulse Response - IIR), e o sistema pode ser estável ou instável.
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Equação de Diferenças
Notação Operacional:
Ex[n] = x[n + 1]
E2 x[n] = x[n + 2]
..
.
EN x[n] = x[n − N]
E −1 x[n] = x[n − 1]
E −2 x[n] = x[n − 2]
Exemplos:
• y[n] − ay[n − 1] = x[n]
Colocando-se na notação avanço:

y[n + 1] − ay[n] = x[n + 1]

Ey[n] − ay[n] = Ex[n]


(E − a)y[n] = Ex[n]

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Equação de Diferenças
Notação Operacional:
Exemplos:
• y[n] + 14 y[n − 1] + 16
1
y[n − 2] = x[n]
Colocando-se na notação avanço:
1 1
y[n + 2] + y[n + 1] + y[n] = x[n + 2]
4 16
 
2 1 1
E + E+ = E2 x[n]
4 16
Desta forma, uma equação de diferenças na forma avanço:
y[n + N] + c1 y[n + N − 1] + · · · + cN y[n]
= d0 x[n + M] + d1 y[n + M − 1] + · · · + dM x[n]
pode ser representada como:
Q(E)y[n] = P(E)x[n]
tal que,
Q(E) = EN + c1 EN−1 + · · · + cN −1 E + cN
P(E) = d0 EN + d1 EN−1 + · · · + dN−1 E + dN
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Solução de Equação de Diferenças
• Iterativo;
• Método Clássico;
• Entrada Nula + Estado Nulo;
• Transformada Z.

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Método Clássico
No método clássico, a saı́da y[n] é calculada como:

y[n] = yn [n] + yf [n]

Sendo:
• yn [n] é a resposta natural (ou homegênea): saı́da do sistema quando a
entrada x[n] = 0;
• yf [n] é a resposta forçada (ou particular): saı́da do sistema levando em
consideração apenas os termos da entrada.

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Método Clássico
Resposta Natural:
Q(E)y[n] = P(E)x[n]
Q(E) = EN + c1 EN−1 + · · · + cN−1 E + cN
P(E) = d0 EN + d1 EN−1 + · · · + dN−1 E + dN
Dado que x[n] = 0:
Q(E)yn [n] = 0
• A combinação linear de yn [n] e seus avanços sucessivos é igual à zero;
• Deve-se escolher um sinal yn [n] tal que mantenha o mesmo formato
independente da operação de avanço;
• A exponencial yn [n] = 𝛾 n é a solução da equação homegênea, pois:

Ek [𝛾 n ] = 𝛾 n+k = 𝛾 k 𝛾 n
• Logo,
Q(E) (𝛾 n ) = 0
 
EN + c1 EN−1 + · · · + cN −1 E + cN 𝛾 n = 0

𝛾 N 𝛾 n + c1 𝛾 N−1 𝛾 n + · · · + cN 𝛾 n = 0
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Método Clássico
Resposta Natural:  
𝛾 N + c1 𝛾 N−1 + · · · + cN 𝛾 n = 0
• A solução não trivial será:

𝛾 N + c1 𝛾 N−1 + · · · + cN = 0
Q(𝛾) = 0
o qual chamamos de polinômio caracterı́stico.
• O polinômio caracterı́stico Q(𝛾) possui N raı́zes, e o formato da resposta
natural depende do formato das raı́zes;
• Raı́zes reais e diferentes: 𝛾 = {𝛾1 , 𝛾2 , . . . , 𝛾N }

yn [n] = A1 𝛾1n + A2 𝛾2n + · · · + AN 𝛾N


n

• Raı́zes reais e repetidas: Supondo uma raı́z em 𝛾 = 𝛾1 com multiplicidade r:


 
yn [n] = A1 + A2 n + A3 n2 + · · · + Ar nr−1 𝛾1n

• Raı́zes Complexas: Supondo raı́zes 𝛾 = {|𝛾|ej 𝜃 , |𝛾|e −j 𝜃 }.

yn [n] = A|𝛾| n cos (𝛽n + 𝜃)

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Método Clássico
Resposta Forçada (ou particular): Possui o mesmo formato da entrada.
Tabela 1 - Resposta Forçada.
No. Entrada x[n] Resposta Forçada yf [n]
1 K C0

2 n C1 n + C0

3 n2 C2 n2 + C1 n + C0

4 rn r ≠ 𝛾i (i = {1, 2, . . . , N}) Crn

5 rn r = 𝛾i Cnrn

6 cos(𝛽n + 𝜃) C cos(𝛽n + 𝜙)

7 rn cos(𝛽n + 𝜃) Crn cos(𝛽n + 𝜙)

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Método Clássico
Exemplo 9.12 Determine a solução da seguinte equação de diferenças:

y[n] − 0,9y[n − 1] = x[n]

Considerando que x[n] = u[n] e que y[−1] = 13 .

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Método Clássico
Exemplo 9.13 Determine a solução da seguinte equação de diferenças:

y[n + 2] − 0,6y[n + 1] − 0,16y[n] = 5x[n + 2]

Considerando que x[n] = 4−n u[n] e que y[−1] = 0 e y[−2] = 25


4 .

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Resposta ao Impulso
Sistemas LTIC (Linear, Time-Invariant and Causal) descritos por equações de
diferença:
• Todos os coeficientes são constantes → invariância no tempo;
• Todas as diferenças são elevados a um exponente de primeiro grau e não
aparecem multiplicadas por outras diferenças → lineariedade;
• Condições iniciais nulas (entrada nula → saı́da nula).
y[−1] = y[−2] = · · · = y[−N] = 0

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Resposta ao Impulso
Admtindo-se uma equação de diferenças na forma avanço:

y[n + N] + c1 y[n + N − 1] + · · · + cN y[n]


= d0 x[n + M] + d1 y[n + M − 1] + · · · + dM x[n]

Assumindo causalidade, N ≥ M. Para o pior caso, N = M:

y[n + N] + c1 y[n + N − 1] + · · · + cN y[n]


= d0 x[n + N] + d1 y[n + N − 1] + · · · + dN x[n]

(EN + c1 EN−1 + · · · + aN )y[n] = (d0 EN + d1 EN −1 + · · · + dN )y[n]


Q(E)y[n] = P(E)x[n]

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Resposta ao Impulso
Obtenção da resposta ao impulso:
• A resposta ao impulso possui termos apenas da resposta natural.
• Determinar recursivamente os valores de h[n] para n ≥ 0 e obter as
constantes.
Demonstra-se que:
• Se N = M:
dN
h[n] = 𝛿[n] + yn [n]u[n]
cN
• Se N > M:
h[n] = yn [n]u[n]

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Resposta ao Impulso
Exemplo 9.14 Determine a resposta ao impulso do sistema descrito pela
seguinte equação de diferenças:

y[n + 2] − 0,6y[n + 1] − 0,16y[n] = 5x[n + 2]

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Método da Entrada Nula e Estado Nulo
No caso,

Resposta total = resposta entrada nula + resposta estado nulo

y[n] = y0 [n] + y 𝜙 [n]


• A componente de entrada nula y0 [n] é a resposta do sistema quando a
entrada x[n] = 0 e, portanto, é resultado somente das condições internas
do sistema (tal como as energias armazenadas, as condições iniciais);
• A componente de estado nulo y 𝜙 [n] é a resposta do sistema a entrada
externa x[n] quando todas as condições iniciais são zero.

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Método da Entrada Nula e Estado Nulo
Resposta de Entrada Nula: Tem o mesmo formato da resposta natural,
porém as condições iniciais são aplicadas diretamente à resposta de entrada
nula.
Resposta de Estado Nulo: Calculado pela convolução:

y 𝜙 [n] = x[n] ∗ h[n]

Portanto é necessário determinar a resposta ao impulso do sistema.

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Método Clássico
Exemplo 9.15 Determine a solução da seguinte equação de diferenças:

y[n + 2] − 0,6y[n + 1] − 0,16y[n] = 5x[n + 2]

Considerando que x[n] = 4−n u[n] e que y[−1] = 0 e y[−2] = 25


4 . Utilize o
método da entrada nula e estado nulo.

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Análise de Estabilidade
• Estabilidade: qualquer sinal de entrada que tenha amplitude limitada,
resulte em um sinal de saı́da com amplitude limitada;
• Para um sistema LTI, a estabilidade é garantida caso:

∑︁
|h[n] | < ∞
n=−∞

ou seja,
• A resposta ao impulso tem duração finita ou;
• h[n] → 0 a medida que n → ±∞;
• A resposta ao impulso contém apenas termos da resposta natural, e
portando depende apenas do modos do sistema:
dN
h[n] = 𝛿[n] + yn [n]u[n]
cN
• Se a resposta natural de um sistema tende ao infinito, o sistema será
instável;
• Analise da resposta natural determina a estabilidade do sistema.
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Análise de Estabilidade
Formatos da Resposta Natural: Sendo o polinômio caracterı́stico Q(𝛾) com N
raı́zes,
• Raı́zes reais e diferentes: 𝛾 = {𝛾1 , 𝛾2 , . . . , 𝛾N }

yn [n] = A1 𝛾1n + A2 𝛾2n + · · · + AN 𝛾Nn

• Raı́zes reais e repetidas: Supondo uma raı́z em 𝛾 = 𝛾1 com multiplicidade


r:  
yn [n] = A1 + A2 n + A3 n2 + · · · + Ar nr−1 𝛾1n

• Raı́zes Complexas: Supondo raı́zes 𝛾 = {|𝛾|ej 𝜃 , |𝛾|e−j 𝜃 }.

yn [n] = A|𝛾| n cos (𝛽n + 𝜃)

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Análise de Estabilidade
Em resumo,
• Um sistema LTIC é assintoticamente estável se, e somente se, todas as
raı́zes caracterı́sticas estiverem dentro do cı́rculo unitário. As raı́zes
podem ser simples ou repetidas.
• Um sistema LTIC é instável se, e somente se, uma ou as duas condições
a seguir existirem: (i) ao menos uma raiz estiver fora do cı́rculo unitário;
(ii) existirem raı́zes repetidas no cı́rculo unitário.
• Um sistema LTIC é marginalmente estável se, e somente se, não
existirem raı́zes fora do cı́rculo unitário e existirem algumas raı́zes não
repetidas no cı́rculo unitário.

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Figura 10: Posição das raı́zes caracterı́sticas e estabilidade do sistema.

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Análise de Estabilidade
Exemplo 9.16 Determine se os seguintes sistemas descritos pelas seguintes
equações de diferença serão estáveis, instáveis ou marginalmente estáveis:
(a) y[n + 2] + 2,5y[n + 1] + y[n] = x[n + 1] − 2x[n]
(b) y[n] − y[n − 1] + 0,21y[n − 2] = 2x[n − 1] + 3x[n − 2]
(c) y[n + 3] + 2y[n + 2] + 32 y[n + 1] + 12 y[n] = x[n + 1]
(d) (E2 − E + 1) 2 y[n] = (3E + 1)x[n]

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Referências
1. B.P. Lathi - Sinais e Sistemas Lineares. 2ª Edição. Bookman, 2006;
2. A.V. Oppeheim, R.W.Schafer - Processamento em Tempo Discreto de
Sinais. 3ª Edição. Pearson, 2012.
3. A.V. Oppenheim, A.S. Willsky - Sinais e Sistemas. 2ª Edição. Pearson,
2010.

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