O Atendimento Infantil

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O ATENDIMENTO INFANTIL SOBRE O OLHAR DA


PSICOTERAPIA GESTALT

FRANCISCO JAIR ARAÚJO LIMA1


JOSIELMA DE MORAIS BORGES COSTA2
VALNILA DE SOUSA MESQUITA3
ELIS SALES MUNIZ LIMA4

INTRODUÇÃO

ANAIS do IX Seminário do Programa de Iniciação Científica da Faculdade Luciano Feijão. ISSN – 2358.5854.
O presente estudo tem como foco principal abordar sobre a psicoterapia com
crianças aos cuidados da gestalt-terapia. Sendo assim, de acordo com Santos et al. (2020)
o processo psicoterapêutico é sempre mediado por uma certa percepção da pessoa e do
mundo. Desta forma, a prática clínica do psicoterapeuta é ativamente baseada em sua
perspectiva de olhar único. E como todas as teorias que sustentam uma abordagem
terapêutica, a Gestalt, possui uma metodologia própria, desenhada para dar suporte a
todos os questionamentos do terapeuta. Ferramentas que podem ser usadas para entender
melhor os clientes, fornecendo mudanças e aprimoramentos necessários, para o
crescimento da pessoa.
Na perspectiva do método Gestalt terapia, o indivíduo é entendido como um ser
inter-relacionado, único e criativo com oportunidade e potencial inesgotáveis. É um
assunto que está sempre em movimento e procura realizar seu potencial. Portanto, é
considerada uma existência de curta duração em situação temporária, que está em
permanente construção, desde que constantemente se construindo, desconstruindo e

Sobral – CE, 9 e 10 de maio de 2023.


reconstruindo a cada momento, com base na relação que estabelece com o meio externo.
(SANTOS et al., 2020)
Neste contexto, Oliveira (2014) nos traz que em Gestalt, a criança precisa ser
acolhida, respeitada e aceita, mas isso de forma alguma envolve tolerância ou limitação.
As regras relativas ao espaço de tratamento devem ser seguidas, considerando o valor e o
significado que eles contêm em si mesmos, não apenas por meio da deliberação do
terapeuta. É importante enfatizar que o terapeuta não tentará influenciar a criança se ela

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Graduando. Psicologia. Faculdade luciano Feijão (FLF).E-mail:[email protected]
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Graduando. Pescologia. Faculdade luciano Feijão (FLF). E-mail:[email protected]
3
Graduando. Pescologia. Faculdade luciano Feijão (FLF). Email:[email protected]
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Mestra. Psicologia. Faculdade luciano Feijão (FLF). E-mail:[email protected]
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se recusar a entrar para o atendimento. O mesmo não deve também ficar fazendo
promessas ou agir como um "animador de festa" para tentar agradar, pois a decisão de
entrar na sala de atendimento deve ser da criança.
Diante disso, Santos et al. (2020) discorre que, o encontro entre terapeuta e cliente
ativa poderosas forças restaurativas que mobilizam a remoção de processos de contato
obstrutivos, correção de bloqueios e distúrbios emocionais que impedem o crescimento
individual. Por isso, é importante respeitar as expressões da criança, especialmente
quando ele se recusar a falar sobre os conflitos vividos em casa. OLIVEIRA (2014)
Visando compreender como acontece a psicoterapia com crianças na abordagem
Gestalt –terapia, esse trabalho justifica-se por um interesse dos discentes em aprender por
meio da teoria quais são as técnicas utilizadas na terapia. Neste sentido, temos como
objetivo, por meio de uma revisão de literatura, apresentar uma visão de alguns autores
de como acontece o processo psicoterapia infantil baseada na Gestalt Terapia (GT),
abordando assim os aspectos técnicos e fundamentais, e procedimentos básicos da clínica
com a criança.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada é uma revisão de literatura narrativa. Segundo Galdino et


al. (2016) uma revisão de literatura visa reunir conhecimento sobre um determinado tema,
além de sintetizar e resumir uma série de publicações científicas para fornecer aos leitores
uma compreensão atual do tema. Nesses termos narrativos, permite que um determinado
tópico seja descrito de uma perspectiva teórica ou contextual.
Desta forma, foram selecionados oito artigos e dois livros para ilustrar o trabalho,
assim foram analisados por meio de leitura completa afim de selecionar os que tinham
critérios e assuntos relevantes ao tema, assim os resultados são apresentados de forma
descritiva nos resultados e discussões deste trabalho.
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RESULTADO E DISCUSÃO

A psicoterapia infantil em Gestalt-Terapia inicia-se com o formação do vínculo


terapêutico com os pais. A posteriori, o vínculo terapêutico é constituido com a criança.
Esse vínculo é estabelecido com os individuos envolvidos no processo terapêutico,
levando em conta, que o trabalho psicoterápico com crianças em Gestalt-Terapia é
executado em totalidade, a partir de uma relação participativa entre o terapeuta, família e
criança (OLIVEIRA, 2014). Para que o vínculo terapêutico se concretize, é necessário
que se adote uma conduta dialógica marcada pela presentificação autêntica do terapeuta
na relação, pelo seu envolvimento, ou seja, pela sua habilidade de se colocar no lugar da
criança e de reconhecer sua potencialidade (JACOBS,1997). Esses aspectos favorecem o
desenvolvimento psicoterapêutico seja conduzido pelo pressuposto essencial da
aceitação, do respeito e da permissividade pela criança. (AGUIAR, 2014).
Por sua vez, é importante enfatizar os recursos lúdicos que são as facilidades do
terapeuta entar em contato com a criança. Por vezes, ele utilizará a brincadeira e a
linguagem lúdica como intervenção no processo terapêutico. Apesar de algumas crianças
optarem não incluí-lo em suas brincadeiras, sendo assim, o psicológo assume um lugar
de observador, percebe-se que muitas crianças precisa que o psicoterapeuta faça parte do
brincar.
Partindo desse pressuposto, a ludoterapia se fundamenta na hípotese de que a
brincadeira é o método da criança se manifestar (AXLINE,1972), pois, através do brincar,
ela é capaz de descobrir uma maneira de externar as suas emoções e sentimentos
(BARRETO; ROCHA, 2015). Desse modo, essa forma de terapia proporciona que a
criança desfrute de suas experiências terapêuticas com o brincar, pois, a autonomia de
divertir-se está atrelado as adversidade da criança (AXLINE,1972).
Assim, a autora descreve o seu método terapêutico como não diretiva, sendo
assim, a criança quem conduz a ludoterapia. A não diretividade possibilita que o sujeito
seja ele mesmo, permitindo-se, assim como também o psicoterapeuta identifique e
compreenda aquilo que a criança verbaliza mediante a reflexão. No lúdico, a criança
dispõe da possibilidade de evidenciar os seus medos, sentimentos, e perceber-se deles,
expressando-os, desafiando-os e sabendo contê-los ( VASCONCELOS; SOUZA, 2022).
Portanto, a utilização das ferramentas e técnicas psicoterapêuticas no atendimento
com crianças pode ser um percurso a ser percorrido para a efetivação do objetivo do
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processo terapêutico. Entende-se que o vínculo entre o cliente e o psicológo se dá através


de uma relação terapêutica eficiente e genuinamente transformadora. De tal forma que
não haja motivo capaz para que seja aplicadas ferramentas e técnicas, sem que apriori
exista o vínculo. No entanto, é importante enfatizar que não é a técnica que estabelece o
vínculo, porém é o vínculo que proporciona a técnica (LEPPAUS, 2021).

CONCLUSÃO

O trabalho possibilitou compreender como se dá a psicoterapia com crianças com


ênfase no olhar da Gestalt terapia e também perceber a importância da relação terapeuta
e paciente, quando há um vínculo e confiança na relação, há possibilidades de descobrir
novas potencialidades de lidar com determinadas demandas que a vida impõe. Outro fator
importante é a postura do terapeuta de aceitação, acolhimento, empatia, essa conduta de
validar o que a criança fala, facilita expor suas questões e consequentemente encontre
formas de lidar com as demandas.
Por fim, é necessário enfatizar que a Gestalt terapia utiliza recursos e técnicas que
proporciona a criança a externalizar seus sentimentos por meio do brincar e dos demais
recursos que a Gestalt terapia disponibiliza na condução do processo psicoterapêutico
com criança, visto que é uma fase de descobrimentos e mudanças, desse modo, a terapia
auxilia no desenvolvimento das potencialidades.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Luciana . Gestalt-terapia comcrianças: teoria e prática/Luciana Aguiar. - [2.ed rev. atual.] – São
Paulo: Summus, 2014.

AXLINE, V. M. (1972). Ludoterapia: a dinâmica interior da criança Belo Horizonte: Interlivros.

BARRETO, J. B. M., & Rocha, M. V. (2015). A Ludoterapia no Processo do Luto Infantil: Um Estudo de
Caso. Pesquisa em Psicologia-anais eletrônicos.

GALDINO, S. V. et al. Revisão narrativa sobre a gestão da informação e informática em saúde no SUS.
Revista Eletrônica Gestão & Saúde. n.º 1, Brasília, 2016. Disponível em:
https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/3570.

JACOBS, L. “O diálogo na teoria e na Gestalt-terapia”. HYCNER, R.; JACOBS, L. Relação e cura em


Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1997.

LEPPAUS, Raíza Meir Knust.Técnicas e ferramentas utilizadas por gestalt-terapeutas no atendimento de


crianças e adolescentes com transtorno mental. Revista Psicologia em Foco, Frederico Westphalen, v. 13,
n. 19, p. 76-93, dez. 2021.
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OLIVEIRA, Evelyn Denisse Felix de. Um panorama do processo psicoterapêutico infantil em Gestalt-
terapia. IGT na Rede, v. 11, n. 20, p. 01-15, 2014.

SANTOS, Manoel Antônio dos et al. Psicoterapia de abordagem gestáltica: um olhar reflexivo para o
modelo terapêutico. Psicologia Clínica, v. 32, n. 2, p. 357-386, 2020.
VASCONCELOS, A; Souza, S. Ludoterapia e alteridade: uma experiência de ludoterapia grupal à luz de
lévinas (2022).

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