Dissertação Burnout
Dissertação Burnout
Dissertação Burnout
A Síndrome de Burnout
e a Gestão de Conflitos
A Síndrome de Burnout
e a Gestão de Conflitos
ii
Agradecimentos
Agradeço ao Senhor Professor Doutor António João Santos Nunes orientador desta dissertação
e à Senhora Professora Doutora Anabela Almeida, pela disponibilidade e paciência que sempre
tiveram.
Agradeço aos meus amigos de coração que os tenho como família para mim: Pedro, Liliana,
David, Amélia, João Luís, Cristina, Rui, Jorge, Mónica.
Agradeço aos meus colegas de emprego pelo apoio, incentivo, tolerância e preocupação desde
o início do Mestrado.
Agradeço aos meus colegas de grupo de trabalho durante o mestrado, Diogo, Rolanda, Inês e
especialmente David e Ana Filipa.
Agradeço à Inês Fonseca pela ajuda prestada no tratamento informático e estatístico dos
dados.
iii
Resumo
Palavras-chave:
Burnout na enfermagem, conflitos nas relações de trabalho na enfermagem
iv
Abstract
The burnout syndrome is characterized by splitting into three dimensions: emotional
exhaustion, depersonalization and personal accomplishment, which refer to a state of
dissatisfaction, emotional and physical fatigue, feelings of emptiness and personal failure,
felt when the initial expectations were not held, because the professional reality is very
different from what was initially conceived. It is a disease characteristic of professions based
on the aid relationship, typical of health professionals. One of the many consequences that
can come more common, are interpersonal conflicts.
This kind of conflict exists between two or more persons that are on opposite sides.
Rahim and Bonoma (1979) classified the posture or the style adopted by each individual,
allowing to manage conflicts: collaboration (high self-interest and high interest in others),
accommodation (low self-interest and high interest in others); domination (high self-interest
and low interest in others), avoidance (low self-interest and low interest in others) and
commitment (through interest by himself and by others).
This investigation had as sample, 272 nursing staff (171 nurses and 101 nurses),
performing functions in ULS Guarda. The data collection instruments used, were a
questionnaire of sociodemographic and professional data, the scale Maslach Burnout Inventory
(MBI) for estimating the rates of burnout, the scale Rahim Organizational Conflict Inventory-II
(ROCI-II) which allows ascertaining the management styles of conflicts more customary in the
sample was subsequently performed statistical analysis using SPSS version 19.
Among other findings are highlighted: higher rates of burnout among nursing
professionals who provide health care differentiated; highest levels in professional female
professionals than in the opposite sex. The type of conflict management more observed in the
initial phase of their career was the collaboration, followed by avoidance.
Key-words:
Burnout in nursing, Conflicts in labor relations in nursing
v
Índice
Introdução .......................................................................................................1
2 – Os Conflitos ............................................................................................... 11
3 - Metodologia ............................................................................................... 17
vi
3.7 – O instrumento de colheita de dados ............................................................ 23
Bibliografia .................................................................................................... 48
Anexos
vii
Lista de figuras
Figura nº1 - Modelo bidimensional explicativo dos estilos de gestão de conflitos de Rahim e
Bonoma ........................................................................................................ 13
viii
Lista de gráficos
ix
Lista de tabelas
x
Lista de acrónimos
xi
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Introdução
1
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
MBI-HSS que avalia o burnout nas suas várias dimensões, e a terceira constituída pela ROCI-II
que permite avaliar os tipos de gestão de conflitos mais usuais.
Com o fim de orientar a investigação formulou-se o seguinte objetivo geral:
“conhecer com profundidade os níveis de Burnout e a forma de gerir os Conflitos na classe de
Enfermagem da ULS da Guarda”, cuja concretização pode contribuir positivamente para a
melhoria do ambiente organizacional e para a melhoria dos serviços de saúde prestados aos
utentes.
Para se concretizar o objetivo geral subdividiu-se em objetivos específicos, sendo
eles:
- Averiguar em qual dos dois tipos de cuidados: CSP e CSD, os profissionais de
enfermagem possuem os níveis de burnout mais elevados;
- Identificar qual o sexo mais vulnerável à síndrome em estudo;
- Conhecer quais os estilos de gestão de conflitos mais utilizados;
- Identificar o nível de burnout predominante.
Para se cumprirem os objetivos formulados estruturou-se o trabalho em duas partes.
Na primeira parte encontra-se uma profunda pesquisa bibliográfica, para um
adequado enquadramento das temáticas em análise, a síndrome de burnout e os estilos de
gestão de conflitos. Na segunda parte apresenta-se o estudo empírico, onde inicialmente se
descreve a metodologia utilizada e os objetivos propostos, e posteriormente, se apresentam
os resultados obtidos, a respetiva discussão e as conclusões finais.
2
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
1 - Conceptualização da Síndrome de
Burnout
3
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Fonte: Groch, Olsen(1994) citados por Correia (1997:7), When Helping Starst to Hurt. A new book at
burnout among Psychoterapist
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Groch e Olsen (1994), citados por Correia (1997), como se pode ver através do
esquema acima representado na tabela nº1, explicam que o burnout se revela através de
manifestações: físicas (fadiga, insónias e alterações de peso), comportamentais (perda de
entusiasmo, afastamento dos colegas, atrasos no trabalho e alheamento), psicológicas
(diminuição da autoestima, diminuição de empenhamento, pessimismo, culpa e depressão) e
clínicas (hostilidade e cinismo face aos doentes).
Castro, Paredes e Vitória (2004) explicaram que quem padece desta síndrome, para
além de sentir-se cansado, desiludido, mal-humorado e até agressivo, converte-se de forma
progressiva em mau trabalhador, porque se entusiasmou a um propósito, a uma tarefa, a um
trabalho, no entanto com o passar do tempo, os seus esforços não foram recompensados tal
como esperava, conseguindo uma situação gravemente deteriorada em aspetos de tipo
pessoal, laboral e social.
Pinto e Chambel (2008), consideram que o estudo do burnout foi delimitado desde a
sua constituição, por uma linha de tensão entre duas tradições fundamentais, a da psicologia
clínica e da psicologia social e a das organizações, que contribuíram para o molde e definição
da síndrome em estudo. Considerando-se os grandes períodos de evolução do conceito de
burnout, os mesmos autores sugerem uma caracterização de cada um destes períodos como a
seguir se descreve.
Uma vez efetuada a sua introdução, nomeadamente por dois dos maiores pioneiros de
toda esta temática: Freudenberg (1974) e Maslach (1976), suscitou muito interesse por parte
da população em geral e, em particular dos profissionais afetados. Nesta fase ainda muito
precoce, descreveram-se os sintomas manifestados como consequência do burnout, que
Schaufeli e Enzmann (1998), citados por Pinto e Chambel (2008), categorizaram em cinco
grupos:
Sintomas afectivos: humor depressivo, perda de controlo emocional e irritabilidade;
Sintomas cognitivos: baixa-estima, difícil concentração e tomada de decisão;
Sintomas físicos: fadiga crónica, susceptibilidade a infeções virais e hipertensão;
Sintomas comportamentais: hiperatividade, propensão para acidentes, isolamento
social, redução de eficácia e produtividade profissional;
Sintomas motivacionais: desilusão, perda de motivação, entusiasmo e empenho.
5
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
6
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
O interesse inicial do burnout de acordo com Shirom (1989), ocorreu nas profissões de
ajuda, como enfermeiros, médicos, bombeiros, sendo que estas profissões encontram o
núcleo central do seu trabalho nas relações humanas, o que aumenta a tensão emocional
crónica e o esforço excessivo, devido ao contacto continuado e exaustivo com outras pessoas.
Num relatório publicado pela OMS (1999), comprova-se que nas diversas categorias
profissionais que prestam cuidados, o burnout apresenta níveis mais elevados na
enfermagem, isto, num estudo comparativo entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos,
estando intimamente relacionado com o excesso de carga de trabalho, o não reconhecimento
dos problemas existentes e os conflitos latentes.
Maslach (1993), citado por Parreira e Sousa (2000), e Martín et al. (1994), citado por
Queirós (2005), referem que os enfermeiros são comprovadamente um dos grupos
profissionais de maior risco, por ser também considerada uma profissão carregada de fortes
emoções, pelo confronto diário com situações de dor, sofrimento, morte, lidar com doentes
“difíceis”, bem como, por dar más notícias aos doentes ou à família.
É referido por Ribeiro (2009), que a enfermagem é o grupo profissional (de entre os
que integram o sector da saúde) com maior representatividade em Portugal, sendo
perfeitamente aceitável a ideia de se assumir como um pilar fundamental para a saúde em
geral da população. Será então natural concordar-se com Pinto, Santos e Saraiva (2009:33),
quando referem que “a síndrome de burnout é uma realidade atual dos enfermeiros
portugueses”, devido ao papel central que desempenham.
É de esperar que um enfermeiro esteja permanentemente preocupado com os outros,
revelando sentimentos de solidariedade, espírito de sacrifício, dedicação, entrega,
comunicação calorosa, sendo que ao mesmo tempo se tornam tão dependentes dos problemas
dos outros que não têm tempo para identificar e controlar os seus próprios problemas (Loff,
1996).
Existem muitos e diversos estudos que se debruçaram sobre o estudo do burnout nos
enfermeiros, Harris (1989), citado por Hillhouse e Adler (1996), refere que os enfermeiros
experienciam taxas elevadas de mortalidade, incluindo mortes por suicídio, doenças
relacionadas com stress, absentismo, internamentos em serviços psiquiátricos e doenças
físicas, comparativamente à população em geral.
Vives (1994), apresentou uma classificação dos fatores associados à origem da
síndrome de burnout na classe profissional dos enfermeiros, a saber:
- Ambientais: tipo de serviço e condições físicas; estado geral dos doentes e tipo de
cuidados a prestar; exigências de preparação e especialização;
- Relacionais: más relações com superiores, subordinados e colegas; ordens
contraditórias recebidas; limitação da autonomia pessoal; falta de informação médica;
7
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Tal como com a grande parte dos conceitos estudados pelas ciências sociais, não
existe apenas uma teoria que explique toda a temática envolvente ao burnout, mas sim uma
diversidade delas que se complementam. Na impossibilidade de aprofundar todos os modelos,
recorreu-se à sistematização elaborada por Pinto e Chambel (2008). Para cada abordagem,
apenas será caracterizado o modelo conceptual ou autor que mais contribuiu para clarificar
essa mesma abordagem.
Procura-se dar especial ênfase a variáveis e processos pessoais. O indivíduo que entra
em burnout, apresenta inicialmente uma autoimagem idealizada, com expectativas e
ambições pessoais elevadas, competente, dinâmico, inesgotável, tentando agir ativamente,
mas quando os resultados esperados não são alcançados (Pinto e Chambel, 2008), com o
passar do tempo entra num estado de frustração.
Edelwich e Brodsky (1980), referem as fontes dessa mesma frustração como sendo: a
ausência de critérios de eficácia profissional; o baixo salário independentemente do nível
educacional, de competência ou de responsabilidade assumida. O processo de burnout, neste
tipo de abordagem, é descrito em quatro fases de desilusão gradual (Edelwich e Brodsky,
1980):
8
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Cherniss (1995) diz que esta síndroma é resultado da experiência derivada do stress
laboral. Os componentes fulcrais deste modelo são as fontes de stress profissional (crise de
competência, perda de autonomia, dificuldades na relação com os doentes, dificuldades de
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Meyerson (1994) foi um dos autores que mais contribuiu para o desenvolvimento desta
abordagem. O seu princípio básico diz-nos que a síndrome, nesta abordagem, está
intimamente ligada ao ambiente social e cultural dominante, tanto na instituição de trabalho
em si, como na sociedade propriamente dita.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
2 – Os Conflitos
Segundo Gordon (1996) e Lewicki e Saunders (1999), citados por Pina e Cunha, Cabral-
Cardoso, Campos e Cunha, Rego (2007), os conflitos podem classificar-se em vários níveis:
Nível intrapessoal: ocorre quando duas ou mais opiniões opostas, ocorrem em um
único indivíduo, podendo haver um conflito interno no indivíduo, em que, ideias,
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Fonte: Moreira, Silva e Cunha (2003:44), Estilos de gestão de conflitos nas organizações: Uma
contribuição para a prática construtiva da resolução de conflitos
Figura nº1 - Modelo bidimensional explicativo dos estilos de gestão de conflitos de Rahim
e Bonoma
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
A escalada de um conflito
Fonte: Thomas (1992), adaptado por Pina e Cunha, Cabral-Cardoso, Campos e Cunha, Rego
(2007:987), Manual Comportamento Organizacional e Gestão.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
acordo com Pina e Cunha et al. (2007), algumas das inúmeras causas que podem levar a um
conflito são:
Postura agressiva – o estilo agressivo resulta em mais conflitos que o assertivo;
Favoritismo – um gestor favorece indevidamente alguns colaboradores, podendo
surgir conflitos entre os privilegiados e os que se sentem desfavorecidos;
Estilo de liderança – o conflito surge com mais facilidade quando as chefias são
autoritárias, inflexíveis e até mesmo inseguras.
Conflitos anteriores não resolvidos – os conflitos que são “colocados debaixo do
tapete”, podem sempre reemergir e com mais intensidade do que inicialmente;
Barreiras na comunicação – diferentes perceções de palavras, por incompetência
ou “falta de vontade” em ouvir;
Estereótipo – encarar de forma negativa um outro indivíduo, por pertencer a um
grupo diferente do seu (raça, etnia, cultura ou país);
Novas tecnologias – a incompreensão das novas tecnologias pode provocar
irritação.
Analisadas as causas, torna-se também necessário revelar as consequências do
conflito, quer sob uma visão positiva quer negativa.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
As instituições que prestam cuidados de saúde são espaços sociais conflituosos por
natureza, uma vez que a heterogeneidade das categorias profissionais, juntamente com a
distribuição de poder, tornam mais complexa a coordenação da atuação (Farias e Vaitsman,
2002).
Nos dias que correm, é situação impraticável os enfermeiros trabalharem sozinhos ou
isoladamente, assumindo grande importância o trabalho em equipa, permitindo assim a
contribuição de todos para a eficaz prestação de cuidados de saúde. Um bom trabalho de
equipa tem como consequência a maior satisfação dos elementos da equipa e a
disponibilização de elevados níveis de qualidade dos cuidados de saúde prestados, tendo em
vista o bem-estar do doente. Um dos fatores essenciais para o bom funcionamento de uma
equipa de enfermagem é a comunicação, sendo um fator constantemente utilizado, tanto na
relação destes profissionais com utentes/doentes e familiares, como na relação entre colegas
de trabalho.
Valentine (2001), assumiu tempos de mudança no paradigma de enfermagem, o que
levou estes profissionais a assumir novas funções e novos papéis, implicando que o
conhecimento de estratégias para gerir conflitos seja de vital importância. Morais (2002),
assegura que a comunicação assume um papel importante pois é um dos meios mais eficazes
para a mudança de atitudes, uma vez que é essencial à condução dos homens. Tanaka (2001),
ao pesquisar sobre a perceção dos enfermeiros chefes acerca do relacionamento interpessoal
na rotina de trabalho num hospital público, concluiu que esse relacionamento por vezes é
difícil tanto entre pares, como com outros profissionais da equipa multidisciplinar de saúde.
Concluiu ainda, que é frequente existir um clima de tensão na equipa de
enfermagem, uma vez que existe uma relação de dependência entre os mesmos.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
3 - Metodologia
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
O presente estudo foi efetuado com base numa amostra de 272 enfermeiros, a
desempenhar funções na ULS da Guarda. Inicialmente procedeu-se ao envio de um
requerimento (ver anexo 1), dirigido ao Presidente do Conselho de Administração da
organização, solicitando-se a sua autorização para a aplicação dos questionários nos vários
locais sob a sua responsabilidade e junto dos profissionais de enfermagem. Nesta carta eram
apresentados, de uma forma geral, o âmbito e os objetivos da investigação em curso, para
assim se poder enquadrar adequadamente a recolha de dados.
Alcançada a autorização formal junto dos órgãos de gestão das instituições,
contactaram-se vários chefes de enfermagem, com o objetivo de se estabelecer uma ponte
de ligação com os enfermeiros dos vários serviços, na tentativa de se obter o maior número
de respostas possíveis aos questionários.
A cada um foram apresentados o âmbito e os objetivos da investigação, assegurando-
se logicamente, o total anonimato de quem respondia e a confidencialidade dos dados
obtidos. Com os chefes que se mostraram disponíveis em participar, foi negociada a melhor
forma de recolha de dados.
Assim, em determinados serviços foi possível a presença numa reunião de serviço
onde foi efetuada a apresentação da investigação e foram distribuídos os questionários;
noutros casos, foram os próprios chefes que sugeriram a entrega à sua equipa, reunindo
posteriormente os questionários; noutras situações, foi indicada a melhor hora e o local onde
se poderiam encontrar os enfermeiros de vários serviços, para assim se poder dialogar
individualmente com cada um deles. Existiram ainda outras situações em que se esperou pela
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
O organismo de saúde que funcionou como campo de pesquisa foi a ULS da Guarda,
sendo esta uma organização de várias instituições que prestam Cuidados de Saúde Primários
(tais como Unidade de Saúde Familiar e Centros de Saúde) e Cuidados de Saúde
Diferenciados (tais como Hospitais), distribuídas por várias localidades do distrito da Guarda,
como sendo as cidades da Guarda, Seia, Gouveia, Celorico da Beira, Manteigas, Pinhel,
Sabugal e as vilas de Trancoso, Mêda, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e Fornos de
Algodres.
Considerando a questão de investigação que norteou todo o trabalho “quais os níveis
de Burnout e os estilos de Gestão de Conflitos que lhes estão associados, nos enfermeiros da
ULS da Guarda?”, formularam-se os objetivos a atingir com o desenrolar do presente trabalho.
O objetivo geral passa por “conhecer com profundidade os níveis de Burnout e a
forma de gerir os Conflitos na classe de Enfermagem da ULS da Guarda”, cuja concretização
pode contribuir positivamente para a melhoria do ambiente organizacional e para a melhoria
dos serviços de saúde prestados aos utentes.
O objetivo geral teve que ser decomposto em várias partes, ou objetivos específicos,
para dessa forma se analisar o burnout e os conflitos na ULS da Guarda em toda a sua
profundidade e que a seguir se indicam:
- Averiguar em qual dos dois tipos de cuidados: CSP e CSD, os profissionais de
enfermagem possuem os níveis de burnout mais elevados;
- Identificar qual o sexo mais vulnerável à síndrome de burnout;
- Conhecer quais os estilos de gestão de conflitos mais utilizados;
- Identificar o nível de burnout predominante.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
3.5 – Variáveis
3.6 - Hipóteses
De acordo com Fortin (1999), uma hipótese é considerada um enunciado das relações
previstas entre duas ou mais variáveis, sendo que passa também por ser uma predição
baseada na teoria ou numa porção desta (proposição). Torna-se assim pertinente num estudo
científico, a verificação das proposições de uma dada conjetura. As hipóteses são
consideradas como sendo a presumível resposta ao problema da investigação sugerindo assim
explicações para os factos. Gil (1991), refere também que as hipóteses para serem aceites ou
rejeitadas, têm de ser devidamente testadas.
A formulação de hipóteses teve como base de sustentação estudos anteriores, sobre
as dimensões do burnout implícitas na escala de Maslach (MBI) e sobre os estilos de gestão de
conflitos interpessoais.
Após esta breve abordagem acerca do conceito de hipótese, enumeram-se em seguida
as hipóteses do estudo.
H 1- A síndrome de burnout manifesta-se com níveis mais elevados nos cuidados
diferenciados.
H 2 - O estilo de gestão de conflito mais habitualmente adotado pelos enfermeiros é o
“compromisso”.
H 3 – Para os indivíduos entre os 21 e os 30 anos, o estilo de gestão de conflito mais
usual é “colaboração”.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Sendo que para determinar índices de burnout é necessário avaliar cada uma das suas
dimensões, Garcia, Cabeza e Fernandez (1998) citados por Abreu, Stoll, Ramos, Baumgardt,
Kristensen (2002), referem que em instituições prestadoras de cuidados de saúde
diferenciados, foi detetado um grau menor de realização pessoal, do que em instituições
prestadoras de cuidados de saúde diferenciados. Nunes (1990), referenciado por Gil e
Vairinhos (1997), realizou um estudo entre enfermeiros de hospitais e de centros de saúde,
concluindo que apresentavam um nível de burnout mais elevado os enfermeiros hospitalares,
mesmo tendo-se em conta que Rainho, Monteiro, Pereira e Queirós (2006), afirmavam que os
enfermeiros que trabalhavam em centros de saúde também apresentam índices de burnout
elevados.
Queirós (2005), defendeu que “os enfermeiros do bloco operatório apresentam níveis
de exaustão emocional mais elevados que os enfermeiros dos centros de saúde”. Gomes, Cruz
e Cabanelas (2009), elaboraram um estudo com 289 enfermeiros de centros de saúde e de
hospitais, evidenciando que os enfermeiros que trabalhavam por turnos (prestadores de CSD),
apresentavam maiores índices de despersonalização e menores índices de realização pessoal
que os seus colegas que trabalhavam no chamado horário normal, ou horário diurno.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
As conclusões de Farmer e Roth (1998), citados por Santos (2008), apontam para uma
maior frequência de estilos de gestão de conflitos que representam maior preocupação com
os proveitos dos outros, ou seja, os estilos colaboração ou acomodação, em oposição a estilos
que indicam uma menor preocupação, nomeadamente evitamento e competição.
Santos (2008:17), atesta que “colaboradores com predomínio do empenhamento
instrumental, ou seja, que permanecem na organização por necessidade, estarão mais
predispostos para escolherem estratégias de disputa (…), como forma de solucionar o
conflito”.
Franque (2006), numa amostra de enfermeiros nos Açores, constata que o estilo de
gestão de conflito mais adotado é colaboração.
Esta situação verifica-se frequentemente, pois o estilo de colaboração tende a ser a
forma de encarar a gestão de conflitos mais proveitosa, sendo que quando for possível uma
efetiva colaboração, esta é a forma mais viável para trabalhar (Weinstein, 2001).
Pode afirmar-se que níveis consideráveis de burnout se poderão traduzir numa
degradação das relações entre profissionais, o que poderá indicar que níveis de gestão de
conflitos mais competitivos e que traduzam uma menor preocupação para com os interesses
da outra parte envolvida no conflito, poderão ser adotados.
Leal (1996), conclui que as mulheres apresentam valores de exaustão emocional maior
que os homens, sendo que estes por sua vez apresentam valores de despersonalização maior
do que as mulheres. Já por sua vez, Silva, Loureiro e Peres (2008), obtiveram resultados
semelhantes, quando afirmam que os homens apresentaram sintomas mais acentuados na
dimensão despersonalização e as mulheres na dimensão exaustão emocional.
Existem estudos que mostram que na Beira Interior (Portugal), numa análise feita a 32
enfermeiros no Hospital Cova da Beira, elaborada por Pinto, Santos e Saraiva (2009), o “sexo
masculino possui maior exaustão emocional que o feminino. No que concerne à
despersonalização e à falta de realização pessoal, são as enfermeiras que têm valores mais
elevados comparativamente aos seus pares”.
Após a análise a estudos anteriores, parece ser regra geral que os elementos do sexo
feminino são mais propensos a desenvolver exaustão emocional, do que os elementos do sexo
masculino, tendo sido mais uma vez confirmado por Moreira, Magnano, Sakae e Magajewski
(2009). Forte (2009:16), recorre aos estudos elaborados por Correia (1999), Gil-Monte (2002)
e Marques-Teixeira (2002), onde explica que o facto de os estudos encontrarem diferenças
22
A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Sendo assim, o somatório total das questões que contribuem para a composição de
cada fator leva à obtenção dos seguintes valores mínimos e máximos:
- Exaustão emocional [0-54];
- Despersonalização [0-30];
- Realização pessoal [0-48].
Por fim, na quarta parte, são avaliados os cinco estilos de gestão de conflitos através
do modelo bidimensional de Rahim-Bonoma.
O questionário ROCI-II (Rahim Organizational Conflict Inventory - II), foi criado em
1983 por Afzalur Rahim, tendo-se baseado no modelo dos cinco estilos de gestão de conflitos,
preconizado por Rahim e Bonoma em 1979.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Os 28 itens do instrumento final foram selecionados tendo por base uma análise
fatorial de um questionário de 35 itens, ministrado a uma amostra de 1.219 sujeitos, Rahim
citado por Rahim e Magner (1995).
Desde então, foi utilizado em inúmeras investigações por vários autores, os quais
corroboram altos níveis de fidelidade, dando suporte à legitimidade de critério do
instrumento, tendo sido este um dos motivos que fez com que Moreira et al. (2003)
procurassem aplicá-lo na sociedade portuguesa. O instrumento foi adaptado do original
utilizado por Rahim, citado por Rahim e Magner (1995), traduzido para o português e posto à
prova num estudo com o título: “Análise empírica sobre os estilos de gestão do conflito
predominantes em contexto laboral”, da autoria de Moreira et al. (2003).
O instrumento (apresentado no anexo V) é constituído, então, por 28 itens, através
dos quais se pretende medir de que forma os indivíduos lidam com situações conflituais para
com os colegas. Recorreu-se a uma escala de Likert, para responder aos 28 itens, em que
cada item tem cinco opções de resposta, em que 1 corresponde a “Discordo Fortemente” e 5
a “Concordo Fortemente”, sendo que os valores superiores afiguram uma maior utilização de
um determinado estilo, quando os indivíduos estão perante um conflito interpessoal.
O Estilo:
Colaboração encontra-se em 7 questões, sendo elas a número 1, 4, 5, 12, 22, 23, 28.
Acomodação encontra-se em 6 questões, sendo elas a número 2, 10, 11, 13, 19, 24.
Dominação encontra-se em 5 questões, sendo elas a número 8, 9, 18, 21, 25.
Evitamento encontra-se em 6 questões, sendo elas a número 3, 6, 16, 17, 26, 27.
Compromisso encontra-se em 4 questões, sendo elas a número 7, 14, 15, 20.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
4 – Análise estatística
Colaboraram neste estudo 272 enfermeiros, dos quais 62,9% (n=171) são do género
feminino e os restantes 37,1% (n=101) do género masculino, conforme se pode constatar pela
observação do gráfico nº 1.
33,00 9,584 22 59
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
ESCALÃO
N %
ETÁRIO
21 - 30 107 39,3
31 - 40 79 29,0
40 - 50 56 20,6
Igual ou
30 11,0
superior a 51
ESTADO CIVIL N %
Solteiro 95 34,9
Divorciado 18 6,6
Viúvo 5 1,8
Através da análise do gráfico nº2, pode-se verificar que a maioria da amostra presta
cuidados de saúde diferenciados com 75,4% (n=205) e apenas 24,6 % (n=67) presta cuidados de
saúde primários.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
amostra com 49,3% e 39,0% dos enfermeiros, respetivamente, a referi-las como sentimentos
nunca vivenciados.
Por fim surge a realização pessoal (como se pode ver no anexo VIII). Nesta dimensão
também aumenta a frequência dos sentimentos à medida que aumenta a média, mas ao
contrário das dimensões anteriores, os resultados são mais positivos quanto maior for a
média, uma vez que traduz uma maior realização pessoal. Verificou-se o seguinte:
52,6 % da amostra diz ter a sensação de que, através do seu trabalho, tem uma
influência positiva nas pessoas, algumas vezes por semana.
Do mesmo modo, 41,2% dos enfermeiros referem que realizaram muitas coisas que
valeram a pena no seu trabalho (afirmação 19) e 38,6% referem conseguir facilmente
criar um ambiente descontraído com os seus doentes.
Por outro lado 29,8% dos inquiridos diz nunca resolver os problemas emocionais com
calma, o que poderá dar origem a alguns conflitos.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
Tabela nº9 - Estatísticas relativas às respostas ao MBI das três dimensões do burnout
Alto 80 29,4
Baixo 46 16,9
Alto 85 31,2
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A consistência interna dos Inventário MBI foi analisada com recurso ao coeficiente de
consistência interna Alfa de Cronbach. A análise fatorial com o cálculo do Alfa de Cronbach
aplicado ao teste conclui a boa consistência interna deste.
Para Rosa e Carlotto (2005), citando Correia (1996), sobre a análise factorial do
MBI, os valores do Alfa de Cronbach para a população portuguesa são de 0,82 para a exaustão
emocional, de 0,94 para a realização profissional e de 0,67 para a despersonalização. Assim e
de acordo com o preconizado foram avaliados os alfas para cada dimensão que compõe o MBI
e verificaram-se os seguintes resultados, apresentados na tabela nº 11.
Os valores encontrados para o questionário MBI, da amostra, variam entre um mínimo
de 0,631 e um máximo de 0,755.
Ao comparar com os valores indicados para a população portuguesa verificam-se
valores mais baixos, no entanto, e de acordo com Rosa e Carlotto (2005), o baixo valor
referente à despersonalização possui fidedignidade mais baixa em vários países, à excepção
da população norte americana, ou seja, a população com o idioma original da escala.
Embora se tratem de valores mais baixos, estes encontram-se enquadrados nos
valores observados para a população portuguesa.
Despersonalização 0,631 5
A cotação da escala seguinte é feita através do somatório dos itens de cada um dos 5
estilos, o que pode variar entre 1 e 35 para o estilo colaboração e evitamento, 1 e 30 para o
estilo acomodação, 1 e 25 para o estilo dominação e 1 e 20 para o estilo compromisso.
Por fim, a média mais elevada traduz a estratégia primária de gestão de conflitos e
a segunda maior média refere-se à estratégia secundária de gestão de conflitos do sujeito.
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A Síndrome de Burnout e a Gestão de Conflitos na Classe Profissional dos Enfermeiros
No estilo colaboração (como se pode ver no anexo IX), verifica-se que a moda das
sete afirmações se situa entre o concordo e o concordo fortemente, atingindo valores que
variam entre 46% (n=125) e 56,2% (n=153).
Nas respostas às sete afirmações deste estilo encontra-se por parte da maioria dos
enfermeiros o interesse em alcançar uma decisão conjunta, encontrar soluções que
beneficiem os dois e que o problema seja resolvido da melhor forma possível.
No estilo acomodação (como se pode ver no anexo X), a amostra tem uma opinião
distribuída um pouco por todos o itens, apresentando por isso percentagens bem mais baixas
do que no estilo anterior, sendo que 36,8% (n=100) e 34,2% (n=24) não demonstram satisfazer
as expectativas nem as necessidades do outro, respetivamente. Por outro lado, cerca de 33%
dos inquiridos, diz ser indiferente na realização de concessões e no acatar de sugestões dos
colegas, o que poderá ser elucidativo de uma fraca preocupação com os outros.
No estilo dominação (como se pode ver no anexo XI), a moda recai no item 4
(concordo), ou seja, os inquiridos têm uma opinião muito marcada no que diz respeito ao seu
domínio no local de trabalho. A maioria da amostra quer dominar, pois refere fazer
prevalecer as suas ideias, 55,5% (n=151), fazer todo o possível para ficar favorecido, 43,4%
(n=118) e impor o seu ponto de vista, 42,3% (n=115).
No evitamento (como se pode ver no anexo XII), a moda recai novamente no item 4
(concordo) na totalidade das afirmações. A maioria dos indivíduos 55,9% (n=152) tenta evitar
situações desagradáveis e 51,5% (n=140) confrontos com os colegas. Por outro lado e também
com percentagem elevada, 50% (n=136) refere evitar colocar-se numa situação difícil. Da
análise das respostas conclui-se que a maioria da amostra evidencia o desejo de se
afastar/evitar o conflito.
No estilo compromisso (como se pode ver no anexo XIII), volta a destacar-se a moda
no item 4 (concordo), excetuando-se a afirmação 7 em que a resposta modal foi a primeira
(discordo fortemente) para 40,1% dos inquiridos (n=109).
Estamos perante uma situação de cedência e facilitação na resolução dos problemas
que parece ter muita aderência por parte da amostra.
Os sujeitos obtêm os valores mais elevados no estilo colaboração com uma média de
29,74 (e um dp=2,99), seguido do evitamento com uma média de 23,71 (e um dp=3,14),
encontrando-se os valores mais baixos no estilo compromisso com 13,95 de média (e 1,95 de
dp). Esta breve análise da tabela 12 pode-se concluir que a estratégia primária de resolução
de conflitos a que os enfermeiros da amostra mais recorrem é a colaboração e, a secundária é
o evitamento.
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ESTILOS DE GESTÃO DE
Alfa de Cronbach Número de Itens
CONFLITOS
ACOMODAÇÃO 0,434 6
DOMINAÇÃO 0,587 5
EVITAMENTO 0,590 6
COMPROMISSO 0,187 4
COLABORAÇÃO 0,675 7
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* p ≤ 0,05
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Verificou-se que o estilo de gestão de conflito mais usado, pelos inquiridos com idade
compreendida entre 21 e 30 anos é o colaboração, pois é o que apresenta valor de média mais
elevado (29,97), seguido do evitamento com média 24,27, sendo que as diferenças apenas são
estatisticamente significativas para o estilo evitamento, p=0,018.
De acordo com os resultados obtidos relativamente ao valor de p, estes não
apresentam resultados estatísticos que permitam aceitar a hipótese formulada.
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Mann-Whitney
3614,000 3726,000 4219,000 3376,000 4184,000
U
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* p ≤ 0,05
Através da análise dos dados da tabela nº 19, verifica-se que os níveis de burnout do
sexo feminino apresentam valores maiores, nas três dimensões, que os do sexo masculino.
Apresentando um nível elevado apenas na dimensão despersonalização (12,63). Na
dimensão exaustão emocional o valor é médio (23,10) e na realização pessoal é baixo (44,39).
As diferenças estatísticas não são significativas em nenhuma das dimensões, ou seja, na
exaustão emocional p=0,139, na despersonalização p=0,261 e na realização pessoal p=0,989.
Embora o sexo feminino apresente valores de exaustão emocional, despersonalização
e realização pessoal superiores que o sexo oposto, os resultados não apresentam significado
estatístico, não se confirmando assim a hipótese formulada.
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trabalho e não obrigatoriamente uma crise com as pessoas no trabalho, ou seja, com os
doentes ou colegas de profissão (Maslach e Leiter, 1997). No entanto, nesta amostra e nesta
dimensão, as respostas dadas com maior frequência são as que manifestavam contacto direto
com pessoas, no sentido em que trabalhar e lidar com estas exige um esforço relativo.
Na dimensão despersonalização manifestam-se níveis elevados, o que pode ser
interpretado pelo facto de o enfermeiro ser constantemente afetado por sentimentos
conotados como sendo negativos, nomeadamente, dor, sofrimento e morte, o que é explicado
por Maslach e Jackson (1997), citados por Queirós (2005:68), “quando os doentes são tratados
de forma mais objetiva e distante, torna-se mais fácil aos profissionais cumprirem as suas
funções sem ficarem sujeitos a um forte sentimento e desconforto psicológico”. Esta situação
confirma-se através das respostas de maior frequência na amostra, sendo que os enfermeiros
referem que se sentem mais insensíveis, algumas vezes por mês, e que receiam que o seu
trabalho os torne emocionalmente mais duros, uma vez por semana.
Examinando a última dimensão do burnout, a amostra apresenta um nível médio. A
realização pessoal no trabalho aumenta consoante a idade do enfermeiro avança. No entanto,
o extremo dos profissionais com mais idade (36 anos de serviço), manifesta uma menor
realização pessoal quando comparadas com as categorias anteriores (18 anos carreira). Os
profissionais de enfermagem afirmam que sentem, várias vezes por semana, uma influência
positiva nas pessoas e que conseguiram realizar muitas coisas que valeram a pena.
Partindo para a análise que diz respeito à gestão de conflitos, é pertinente referir
que este conceito compreende vários níveis de conflito, mais concretamente: intrapessoal,
interpessoal, intra-grupal, inter-grupal, intra-organizacional e inter-organizacional, segundo
Gordon (1996), Lewicki e Saunders (1999), citados por Pina e Cunha et al. (2007). É
fundamental compreender o conflito, para a sua resolução assumir contornos proveitosos e
construtivos, não esquecendo logicamente a forma como este é visto e encarado,
condicionando as suas consequências quer construtivas quer destrutivas.
Constatou-se que a estratégia primária de resolução de conflitos a que os enfermeiros
da amostra mais recorrem é a colaboração.
De acordo com Farmer e Roth (1998), os comportamentos que refletem uma elevada
preocupação com os outros (colaboração e acomodação), são utilizados com mais frequência
do que os que manifestam uma baixa preocupação (evitamento e dominação) com a outra
parte. McIntyre (2007), sugere que as estratégias colaborativas (manifestadas por alta
preocupação com o outro), são consideradas como o modo mais construtivo de gerir o conflito
e são utilizadas com mais frequência, do que as que manifestam uma baixa preocupação com
a outra parte (evitamento e dominação).
É lógico que as estratégias colaborativas (alto interesse pela outra parte) são
consideradas como o modo mais construtivo de gestão do conflito, uma vez que é procurado o
benefício dos intervenientes na interação. Por sua vez, na situação oposta, o uso de estilos
em que é manifestado um baixo interesse pela outra parte, acaba por resultar em níveis de
baixa eficácia (Fischer, 1981), citado por Pina e Cunha et al. (2007).
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6 - Considerações finais
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Anexos
Anexo I – Pedido formal para aplicação dos questionários
Exmo. Senhor:
Presidente do Conselho de Administração da
Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E
Avd. Rainha D. Amélia
6300 Guarda
Assunto: Pedido de autorização para a realização de um estudo académico na Unidade Local de Saúde
da Guarda
Exmo. Sr.:
Eu, aluno do Mestrado da Universidade da Beira Interior da Covilhã, do Mestrado em Gestão de
Unidades de Saúde, venho por este meio apresentar formalmente o pedido de autorização, para que
possa realizar nas instalações da Unidade Local de Saúde da Guarda, um estudo sobre “A Influência da
Síndrome de Burnout na Gestão de Conflitos entre Enfermeiros”.
Este estudo (que dá pelo nome de dissertação), faz parte de uma das exigências propostas pela
universidade, para a conclusão do já referido Mestrado.
Trata-se de um estudo de investigação e não se destina de modo algum avaliar o
funcionamento interno da instituição, sendo que os dados recolhidos são confidenciais.
Para que possa concluir este trabalho, necessito de recolher informação de profissionais de
enfermagem a desempenhar funções em cuidados de saúde primários e diferenciados, em algumas
instituições da Unidade Local de Saúde da Guarda.
O que solicito concretamente, é a vossa colaboração para que possam ser seleccionados alguns
funcionários (enfermeiros), que irão responder a 3 questionários, um sobre dados Sócio-demográficos,
um sobre a Síndrome de Burnout e outro sobre a Gestão de Conflitos.
Anexo a este pedido, os questionários de dados sócio-demograficos, a “Escala MBI” e a “Escala
de Gestão de Conflitos”.
Sem outro assunto, subscrevo-me com elevada estima e consideração, agradecendo a atenção
dispensada.
________________________________________
IDADE (anos):
SEXO: Masculino
Feminino
Casado(a):
Divorciado(a):
Viúvo(a):
Primários
Cuidados Saúde
Diferenciados
As seguintes questões estão relacionadas com os sentimentos provocados pelo seu trabalho. Leia
atentamente cada afirmação e escolha com uma cruz a opção mais adequada ao que sente.
Uma
Algumas Algumas Uma vez Algumas
vez Todos
Nunca vezes por vezes por por vezes por
por os dias
ano mês semana semana
mês
1 – Sinto-me
emocionalmente vazio(a)
devido ao meu trabalho.
2 – Sinto-me no limite das
minhas forças no final de
um dia de trabalho.
3 – Sinto-me cansado (a),
quando me levanto de
manhã e tenho de
enfrentar mais um dia de
trabalho.
4 – Posso facilmente
compreender o que os
meus doentes sentem.
5 – Sinto que trato alguns
doentes de forma
impessoal, como se fossem
objectos.
6 – Trabalhar com pessoas
durante todo o dia exige-
me muito esforço
7 – Empenho-me
eficazmente nos problemas
dos meus doentes.
8 – Sinto-me ceder devido
ao meu trabalho.
9 – Tenho a sensação de,
através do meu trabalho,
ter uma influência positiva
nas pessoas.
10 – Tornei-me mais
insensível às pessoas desde
que tenho este trabalho.
11 – Receio que este
trabalho me torne
emocionalmente mais
duro.
12 – Sinto-me cheio (a) de
energia.
13 – Sinto-me frustrado(a)
pelo meu trabalho.
14 – Sinto que o meu
trabalho é demasiado
pesado.
15 – Não me preocupo
verdadeiramente com o
que acontece a alguns dos
meus doentes.
16 – Trabalhar em
contacto directo com o
público, é demasiado
“stressante”.
17 – Consigo facilmente
criar um ambiente
descontraído com os meus
doentes.
18 – Sinto-me
rejuvenescido(a) quando
consigo estabelecer uma
relação próxima com os
doentes no meu trabalho.
19 – Realizei muitas coisas
que valeram a pena neste
trabalho.
20 – Sinto que esgotei
todos os recursos.
21 – No meu trabalho,
resolvo os problemas
emocionais com muita
calma.
22 – Tenho a sensação de
que os meus doentes me
consideram responsável
por alguns dos seus
problemas.
Anexo V – Escala ROCI-II
ESCALA DE GESTÃO CONFLITOS
As situações que se seguem, dizem respeito a condutas que podem ser consideradas como modos
de agir, perante uma situação de conflito no seu local de trabalho, com os seus Colegas. Seleccione entre as
opções dispostas, aquela com que mais se identifica.
Discordo Concordo
Discordo Indiferente Concordo
fortemente fortemente
1 - Perante uma dificuldade de
trabalho com um colega, tento
analisar a situação com ele e
encontrar uma solução que seja
aceitável para ambos.
2 - Quando surgem problemas de
trabalho, tento satisfazer as
necessidades do outro colega.
3 - Em questões de trabalho com
outro colega, procuro evitar colocar-
me numa situação difícil e envolver
terceiros.
4 – Perante uma situação
problemática com um colega, tento
integrar as minhas ideias e as dele, de
modo a alcançar uma decisão
conjunta.
5 – Perante uma situação
problemática com um colega,
procuro encontrar com ele as
soluções que nos beneficiem a
ambos.
6 – Em geral, evito discutir
abertamente com outros colegas,
problemas de trabalho.
7 – Quando surgem divergências,
procuro encontrar caminhos e
soluções problemáticas.
8 – Quando surgem divergências,
procuro utilizar todos os meus
recursos ao meu alcance para que as
minhas ideias sejam aceites.
9 – Uso o meu prestígio profissional e
a autoridade conferida para
pressionar no sentido de o processo
avançar de forma que me seja
favorável.
10 – Geralmente actuo como desejam
os meus colegas.
11 – Usualmente acato os desejos dos
meus colegas.
12 – Perante uma situação
problemática com um colega, a
informação que troco com ele é
sempre verdadeira.
13 – Perante uma dificuldade de
trabalho com um colega, geralmente
faço-lhe concessões.
14 – Usualmente proponho um
caminho intermédio para romper
com os impasses.
15 – Perante problemas de trabalho
procuro conseguir acordos com os
meus colegas.
16 – Tento não mostrar desacordo
com um colega.
17 – Evito confrontos com um
colega.
18 – Uso os meus conhecimentos e
experiência profissional para que as
decisões me favoreçam.
19 – No trabalho, de um modo geral
acato as sugestões dos meus colegas.
20 – Ao procurar soluções para um
problema de trabalho com um
colega, por vezes tenho que ceder um
pouco para conseguir o mais
importante.
21 – Perante uma situação
problemática com um colega,
geralmente mostro-me firme para
procurar impor o meu ponto de vista.
22 – Perante um problema de
trabalho com um colega, procuro
colocar claramente os nossos
interesses para que o problema seja
resolvido da melhor forma possível.
23 – Colaboro com um colega para
chegar a soluções aceitáveis para
ambos.
24 – No trabalho, tento satisfazer as
expectativas dos meus colegas.
25 – Algumas vezes uso todos os
recursos ao meu alcance para ganhar
numa situação de concorrência com
um colega.
26 – Procuro não mostrar o meu
desacordo com um colega para evitar
problemas.
27 – Tento evitar situações
aborrecidas e desagradáveis com um
colega.
28 – Perante um problema de
trabalho com um colega, tento
analisar conjuntamente a situação
para conseguir uma compreensão
adequada do mesmo.
Anexo VI - Estatísticas relativas às respostas ao MBI na Dimensão Exaustão
Algumas Uma Algumas Uma vez Algumas
Todos
EXAUSTÃO Nunca vezes por vez por vezes por vezes por Total
os dias
ano mês por mês semana semana
N 134 36 23 32 31 15 1 272
P1
% 49,3 13,2 8,5 11,8 11,4 5,5 0,4 100
N 73 48 37 60 33 19 2 272
P2
% 26,8 17,6 13,6 22,1 12,1 7,0 0,7 100
N 44 63 52 61 26 22 4 272
P3
% 16,2 23,2 19,1 22,4 9,6 8,1 1,5 100
N 36 65 69 44 25 22 11 272
P6
% 13,2 23,9 25,4 16,2 9,2 8,1 4,0 100
N 92 50 43 28 38 16 5 272
P8
% 33,8 18,4 15,8 10,3 14,0 5,9 1,8 100
N 94 90 27 23 25 12 1 272
P13
% 34,6 33,1 9,9 8,5 9,2 4,4 0,4 100
N 73 95 24 39 27 13 1 272
P14
% 26,8 34,9 8,8 14,3 9,9 4,8 0,4 100
N 17 52 34 58 47 55 9 272
P16
% 6,2 19,1 12,5 21,3 17,3 20,2 3,3 100
N 106 62 39 36 18 11 0 272
P20
% 39,0 22,8 14,3 13,2 6,6 4,0 0,0 100
Anexo VII – Estatísticas relativas às respostas ao MBI da dimensão despersonalização
Uma Algumas
Algumas Algumas Uma Todos
vez vezes
DESPERSONALIZAÇÃO Nunca vezes vezes vez por os Total
por por
por ano por mês semana dias
mês semana
N 141 51 28 37 12 3 0 272
P5
% 51,8 18,8 10,3 13,6 4,4 1,1 0 100
N 49 51 38 51 44 35 4 272
P10
% 18,0 18,8 14,0 18,8 16,2 12,9 1,5 100
N 18 51 34 49 60 50 10 272
P11
% 6,6 18,8 12,5 18,0 22,1 18,4 3,7 100
N 77 90 22 43 27 11 2 272
P15
% 28,3 33,1 8,1 15,8 9,9 4,0 0,7 100
N 81 60 24 56 23 26 2 272
P22
% 29,8 22,1 8,8 20,6 8,5 9,6 0,7 100
Anexo VIII - Estatísticas relativas às respostas ao MBI da dimensão realização pessoal
Uma
Algumas Algumas Uma vez Algumas
REALIZAÇÃO vez Todos
Nunca vezes vezes por por vezes por Total
PESSOAL por os dias
por ano mês semana semana
mês
N 1 11 13 43 48 96 60 272
P4
% 0,4 4,0 4,8 15,8 17,6 35,3 22,1 100
N 2 9 6 40 62 94 59 272
P7
% 0,7 3,3 2,2 14,7 22,8 34,6 21,7 100
N 1 15 4 30 41 143 38 272
P9
% 0,4 5,5 1,5 11,0 15,1 52,6 14,0 100
N 3 17 29 90 62 53 18 272
P12
% 1,1 6,2 10,7 33,1 22,8 19,5 6,6 100
N 9 0 13 44 68 105 33 272
P17
% 3,3 0,0 4,9 16,2 25,0 38,6 12,1 100
N 1 8 10 46 65 101 41 272
P18
% 0,4 2,9 3,7 16,9 23,9 37,1 15,1 100
N 0 12 15 37 72 112 24 272
P19
% 0,0 4,4 5,5 13,6 26,5 41,2 8,8 100
N 81 60 24 56 23 26 2 272
P21
% 29,8 22,1 8,8 20,6 8,5 9,6 0,7 100
Anexo IX – Estatísticas relativas ao estilo de Gestão de Conflitos “Colaboração”
Discordo Concordo
Colaboração Discordo Indiferente Concordo Total
Fortemente Fortemente
N 0 4 25 118 125 272
P1
% 0,0 1,5 9,2 43,4 46,0 100
N 1 6 38 142 85 272
P4
% 0,4 2,2 14,0 52,2 31,2 100
N 0 3 36 153 80 272
P5
% 0,0 1,1 13,2 56,2 29,4 100
N 1 9 30 98 134 272
P22
% 0,4 3,3 11,0 36,0 49,3 100
N 0 9 37 140 86 272
P23
% 0,0 3,3 13,6 51,5 31,6 100
N 14 53 83 98 24 272
P9
% 5,1 19,5 30,5 36,0 8,8 100
N 9 25 76 118 44 272
P18
% 3,3 9,2 27,9 43,4 16,2 100
N 7 29 73 115 48 272
P21
% 2,6 10,7 26,8 42,3 17,6 100
N 21 51 75 79 46 272
P25
% 7,7 18,8 27,6 29,0 16,9 100
Anexo XII – Estatísticas relativas ao estilo de Gestão de Conflitos “Evitamento”
EVITAMENTO Discordo Fortemente Discordo Indiferente Concordo Concordo Fortemente Total
N 2 4 18 136 112 272
P3
% 0,7 1,5 6,6 50,0 41,2 100
N 17 27 18 125 85 272
P6
% 6,2 9,9 6,6 46,0 31,2 100
N 4 21 65 119 63 272
P16
% 1,5 7,7 23,9 43,8 23,2 100
N 0 10 31 140 91 272
P17
% 0,0 3,7 11,4 51,5 33,5 100
N 6 32 54 128 52 272
P26
% 2,2 11,8 19,9 47,1 19,1 100
N 6 13 33 152 68 272
P27
% 2,2 4,8 12,1 55,9 25,0 100
Anexo XIII – Estatísticas relativas ao estilo de Gestão de Conflitos “Compromisso”
Discordo Concordo
COMPROMISSO Discordo Indiferente Concordo Total
Fortemente Fortemente
N 109 67 56 27 13 272
P7
% 40,1 24,6 20,6 9,9 4,8 100
N 1 10 52 128 81 272
P14
% 0,4 3,7 19,1 47,1 29,8 100
N 1 3 43 141 84 272
P15
% 0,4 1,1 15,8 51,8 30,9 100
N 1 22 80 131 38 272
P20
% 0,4 8,1 29,4 48,2 14,0 100