Literatura Portuguesa 1
Profa. Dra. Denise Noronha
Discente: Gelma de Souza Lima
Fichamento de conteúdo
MASSAUD, Moisés. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2013. p. 72 a
p. 81.
O Autor inicia apresentando informações relevantes sobre a vida do escritor mais
famoso do período do Classicismo: Camões, a especulação da data e o local de
seu nascimento, e um pouco de sua vida, das suas origens, do acesso que ele
tinha a vida palaciana e até mesmo dos amores que ele despertou durante sua
juventude. Cita então uma data importante o ano de 1556 que o escritor teria
escrito parte do poema épico Os Lusíadas, que o coloca em uma situação
complicada, o salvando a nado o escrito e perdendo a sua companheira,
Dinamene. Esta obra embora o coloque de volta na glória de Portugal não o tira
da miséria, sendo seu fim trágico e injusto a qualquer ser humano. Exploramos
agora os estilos de escrita de Camões, transitando entre a medida velha e nova,
a sonetos, canções, elegias, églogas etc., percorrendo o lirismo tradicional, o
popularismo ingênuo, as cantigas de amigo, que revelavam tanto suas
experiências pessoais como seu singularismo poético. Moisés utiliza-se de
trechos da obra de Camões para comentar e explicar a grande genialidade do
escritor, começando pela citação de um soneto com a representação da vida
diária e de uma mulher do povo. O autor comenta após isso que Camões
transitava entre a poesia tradicional para a clássica, sendo o clássico antes
mesmo de existir o classicismo. Escrevendo em suas obras tormentos e
sensações humanas, tais como, a memória, razão e sensibilidade, percorrendo
o mundo sombrio do ‘eu’, e até mesmo do sofrimento individual do poeta,
transparecendo a imagem do eu e do questionamento do ser e não ser que
seriam futuramente eternizados na voz de Hamlet. Após isso o autor analisa a
abordagem de Camões em retratar a mulher e o ideal de beleza universal,
partindo de uma concepção racionalista e platônica. O poeta buscaria conceituar
o amor através de figuras de linguagem como: antíteses e paradoxos, sofrendo
pelo inalcançável de um amor racionalista. O soneto Dinamene, é utilizado, para
comprovar a dicotomia interna entre a contraditória esperança da morte e da
ausência da mulher. No livro vemos agora a análise da grande epopeia escrita
por Luís de Camões, essa escrita em 1572, que através da narrativa da viagem
de Vasco da Gama as índias, representando ainda os feitos heroicos do povo
português, a organização da obra se dá em 10 cantos, 1202 estrofes, totalizando
8816 versos, que se dividem em: introdução, invocação, oferecimento e epílogo.
A história em si acontece já quando os navegantes estão em alto mar, mas a o
tempo não progride de forma linear nem mesmo se limita um único plano de
personagens, já que se intercala entre os homens e as figuras mitológicas.
Segundo Moisés a obra representa o espírito trazido pela Renascença, trazendo
não Vasco da Gama como herói, mas sim os navegantes e Portugal em uma só
unidade heroica. Por fim, a próxima abordagem é construída em cima do caráter
sobrenatural que Camões dá obra, sendo por justificativa a necessidade de
reforçar a força dramática da obra, como se ele tivesse sido levado a colocar
mais atenção no que estava na margem do eixo central da obra, adotando então
episódios como: Inês de castro, Gigante Adamastor etc. esses episódios revelam
e resgatam também particularidades do povo português e da sua história, a obra
é marcada por contradições e dualidades características de obras renascentista.
Ainda a obra não é apenas palco dos personagens ou da história de Portugal,
temos também a presença de Camões, diluída e dramática segundo Moisés, e
que revela também achismos e vivencias do próprio escritor colocados na obra,
que majestosamente ultrapassou o tempo se consagrado uma obra de
reconhecimento e importância universal.
Fichamento de conteúdo
RODRIGUES, Antonio Medina. Soneto de Camões: Roteiro de leitura. São
Paulo: Editora Ática S.A, 1993. p.5 a p.25.
Antônio Medina Rodrigues inicia o livro citando que Camões não foi apenas o
poeta que celebrou os Lusíadas, mas foi também um grande poeta lírico que
escreveu em sonetos cantando o amor e as contradições de existência. Suas
poesias também falavam do amor e dos desajustes da vida ligados a esse
sentimento. O grande poeta influenciou a história da poesia da língua portuguesa
até os dias atuais. No Brasil, expressou-se nos sonetos amorosos de Vinicius de
Moraes. Já em relação aspectos históricos e culturais, vemos brevemente os
pontos mais importantes que marcavam esse período, tais como: a censura da
igreja, destaque de Platão e Aristóteles, avanços nos estudos aristotélicos.
Saltemos agora, exclusivamente, para a Vida e obra de Luís Vaz de Camões,
teria ele nascido em Lisboa, em 1524 ou 1525, era pobre, mas vinha de família
fidalga e muito viajou na sua juventude a publicação de Lusíadas teria ocorrido
em 1572, o que lhe conferiu uma ajuda financeira, mas não o tiraria da miséria,
seus poemas em maioria das vezes produzidos com temas da dor amorosa, de
envolvimentos amorosos que o poeta tivera em seu passado. Agora em relação
aos temas do soneto camoniano, Camões expressava suas vivências, os
transtornos, as dores de navegantes, amante e pátria. Mas que se consagrou-
se grande poeta não apenas pelas suas abordagens, mas pelas suas técnicas,
vocabulário etc. Camões demostra em seus sonetos sensibilidade e o amor,
expressos no caso de amor, da saudade, dor, de vários sentimentos e âmbitos
da natureza humana.