Caderno Gasometria
Caderno Gasometria
Caderno Gasometria
O PROCEDIMENTO
QUANDO COLETAR
— Alterações respiratórias/ventilatórias (saturimetria)
— Alterações metabólicas
— Hipoperfusão (chocados)
— Alterações neurológicas agudas
— Pacientes graves em sua avaliação inicial
Gasometria arterial:
— Teste de Allen Negativo (avalia o fluxo sanguíneo para a mão)
— Alterações de pele
— Síndrome Raynaud
— Não existem contra-indicações absolutas.
VENOSA X ARTERIAL
— Valores diferentes: pO2 e SpO2
— Valores iguais: Bicarbonato, pCO2 (5mmHg maior na venosa) e o pH até
0,05 menor na venosa.
COLETA DO EXAME
Higiene do local com álcool 70%, palpar o pulso com as polpas digitais e
introduzir a agulha entre os dedos abertos, seguindo:
— Coleta na artéria radial: agulha de insulina, 45 graus
— Coleta na artéria femoral: 30x7, 90 graus
EXAME NORMAL
Gasometria Arterial Venosa
BE -2 a 2 mmol/L -2 a 2 mmol/L
DEFINIÇÃO
O potencial hidrogeniônico, conhecido como pH, expressa a concentração
de íons H+ em um meio. Sua escala varia entre 0 e 14, sendo que 7 equivale
ao pH neutro.
LOG
O pH é representado por uma escala logarítmica de curva negativa.
Logo, pH= -log. E o que isso significa?
pH SÉRICO
O pH sérico expressa da relação entre 2 variáveis que são produtos
orgânicos de origens distintas:
— HCO3: produto do metabolismo.
— pCO2: produto da respiração.
SISTEMAS DE ESTABILIDADE
SISTEMA TAMPÃO
RESPOSTAS COMPENSATÓRIAS
TRANSPORTE
Formas de transporte do oxigênio no sangue:
HEMÁCIAS
— Responsável pelo transporte da maior parte do O2
— O2 está ligado à hemoglobina dentro das hemácias
— SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO (SatO2) é a medida equivalente a essa forma
de transporte.
.
PLASMA
— Responsável pelo transporte da maior parte do O2
— O2 está dissolvido no plasma
— PRESSÃO PARCIAL DE OXIGÊNIO (PaO2) é a medida equivalente a essa
forma de transporte
DEFINIÇÕES
— HIPÓXIA: PaO2 no sangue arterial menor que 60 mmHg.
— HIPERÓXIA: PaO2 no sangue arterial maior que 120 a 150 mmHg.
— DESSATURAÇÃO: SatO2 menor que 90%, em pacientes no geral.
FÓRMULAS
CONTEÚDO ARTERIAL DE OXIGÊNIO
CaO2 (mL O2/dL) = (1.34 x Hb x SaO2) + (0.0031 x PaO2)
— Indica a quantidade total de oxigênio circulante no sistema arterial.
— O valor considerado normal é aproximadamente 20 mL O2/dL.
RELAÇÃO P/F
P/F = PaO2/FiO2
— Indica a relação entre Pressão Parcial de O2 (PaO2) e a Fração Inspirada
de O2 (FiO2) relativo ao oxigênio ofertado ao paciente via dispositivos.
— Fórmula mais utilizada na prática clínica.
— Valores de referência: valor ideal > 400, valor aceitável > 300.
— Em P/F abaixo de 300 temos uma IRpA do tipo hipoxêmica.
O2 SUPLEMENTAR
A oferta suplementar de oxigênio via dispositivos visa proporcionar uma
FiO2 acima daquela disponível em ar ambiente.
— Quando iniciar: saturação abaixo de 92% ou 90%*.
— Saturação alvo em uso de O2 suplementar: entre 90% e 96%*.
*Exceto em pacientes com DPOC, SAHOS e obesidade. Nesses casos tolera-
se uma saturação alvo mais baixa, entre 88% e 92%.
— Quanto parar: saturação acima de 96%**.
**Exceto em pacientes com cefaleia em salva, em crise falcêmica,
intoxicados por CO ou vítimas de trauma. Nesses casos o alvo é 100%.
PLASMA
— Maior quantidade
— Dissolvido no plasma
— paCO2
— Bicarbonato
CONTROLE DO CO2
VOLUME CORRENTE
— Toda a quantidade de ar que entra e sai do sistema pulmonar em cada
incursão respiratória
— AUMENTA: diminui CO2
— DIMINUI: aumenta CO2
— CONSTANTE: paCO2 constante
ACIDOSE x ALCALOSE
— CO2 alto — acidose respiratória
— CO2 baixo — alcalose respiratória
— Relação entre pCO2 e pH é inversamente proporcional
A MOLÉCULA
O bicarbonato (BIC) é representado pela molécula HCO3- e se trata de um
íon que compõe o sistema tampão do sangue, atuando como a base que
consome o H+ presente no meio.
TRANSPORTE
O bicarbonato é transportado dissolvido no plasma sanguíneo.
CONTROLE DA BIC
CONTROLE RENAL
A reabsorção do BIC é feita no túbulo contorcido proximal dos néfrons.
ACIDOSE/ALCALOSE
A BIC apresenta uma relação de proporcionalidade com o pH.
— BIC baixo = acidose metabólica
— BIC alto = alcalose metabólica
GLICÓLISE
Glicose
LACTATO
Piruvato
Ciclo de Krebs
36 ATP
Fosforilação Oxidativa CO2
H2O
METABOLISMO
Produção 20 mmol/kg/dia
Eliminação
Fígado
— Oxaloacetato
— Glicose (Ciclo de Cori)
Rins
— Normalmente não ocorre
— Somente quando ultrapassam os níveis normais em 5 mmol/L
Coração
— Mecanismos desconhecidos
HIPERLACTATEMIA
Causas
— Choque (ex.: hipoperfusão global)
— Isquemia tecidual regional (ex.: isquemia mesentérica, Sd.
compartimental)
— Drogas vasoativas
— Corticoesteroides
— Medicamentos (ex.: Propofol)
— Atividade muscular intensa
— Erro inato do metabolismo
ACIDOSE LÁTICA
Definição
— Acidemia: pH < 7,4
— Lactato aumentado: > 2mmol/L
Classificação
TIPO A: HIPOPERFUSÃO
— Hipoperfusão tecidual e/ou hipóxia
— Choque
— Parada Cardiorrespiratória
— Politrauma
— Grande queimado
— Isquemia mesentérica
— Síndrome Compartimental
— Crise convulsiva
TIPO B1 - DOENÇAS
— Neoplasia
— Sepse
— Insuficiência Hepática
— Deficiência de Tiamina
O QUE É?
O Base Excess (BE) é uma comparação entre a quantidade de bases que
deveríamos ter no corpo humano (Base Buffer) e a quantidade total de
bases presentes no sangue no momento do exame.
O EXAME
Ao comparar o Base Buffer e a quantidade total de bases do paciente, o BE
mostra se há um déficit, excesso ou equilíbrio entre os valores.
— BE negativo (-) indica sistema ácido.
— BE positivo (+) indica um sistema alcalótico.
DEFINIÇÃO
Porção de cargas negativas que não pode ser mensurada (ex.: albumina).
LEI DO EQUILÍBRIO
Ânions = Cátions
Cl + BIC + Ânion Não Mensuráveis = Na + K + Cátions Não Mensuráveis
Retira-se da equação o potássio (maior quantidade intracelular) e cations
não mensuráveis (valores muito baixos), dessa forma:
NA PRÁTICA
Deve ser calculado nos estados de ACIDOSE METABÓLICA, serve para
dividí-las em:
— Acidose metabólica hiperclorêmica
— Acidose metabólica com AG aumentado
Ex.: Cetoacidose diabética, acidose lática, acidose intoxicação por AAS ou
metanol.
COMPENSAÇÃO METABÓLICA
— A alteração inicial está na pCO2, logo a alteração compensatória
ocorrerá no bicarbonato.
— Há atuação importante da função renal
COMPENSAÇÃO RESPIRATÓRIA
— A alteração inicial está no bicarbonato, logo a alteração compensatória
ocorrerá na pCO2.
— Há atuação importante da função respiratória
ACIDOSE METABÓLICA
Espera-se uma resposta compensatória do sistema respiratório, com
redução do pCO2, acompanhando a redução do bicarbonato.
ALCALOSE METABÓLICA
Espera-se uma resposta compensatória do sistema respiratório, com
aumento do pCO2, acompanhando o aumento do bicarbonato.
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
Espera-se uma resposta compensatória do sistema renal, com aumento do
BIC, acompanhando o aumento do pCO2.
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
Espera-se uma resposta compensatória do sistema renal, com queda do
BIC, acompanhando a queda do pCO2.
PaO2
— > 80 mmHg
— Aceitável > 60 mmHg
Relaçao P/F
— > 400
— < ou igual a 300 — hipoxemia
pH
— Neutro: 7,4
— Abaixo de 7,4: Acidemia
— Acima de 7,4: Alcalemia
METABÓLICO X RESPIRATÓRIO
Metabólico
— pH e pCO2 no mesmo sentido
— Aumentou pH — aumentou pCO2
— Reduziu pH — reduziu pCO2
Bicarbonato
— BIC baixo: acidose metabólica
— BIC alto: alcalose metabólica
Respiratório
— pH e pCO2 em sentidos contrários
— Aumentou pH — reduziu pCO2
— Reduziu pH — aumentou pCO2
pCO2
— pCO2 alto: acidose respiratória
— pCO2 baixo: alcalose respiratória
COMPENSAÇÃO
Acidose Metabólica
pCo2 esp = BIC x 1,5 + 8
Alcalose Metabólica
pCO2 esp = BIC + 15
Acidose Respiratória
BIC aumenta 1 mEq/L a cada 10 mmHg de pCO2
Alcalose Respiratória
BIC reduz 1 mEq/L a cada 10 mmHg de pCO2 reduzidos