Universide Federal de Minas Gerais Curso de Especialização de Atenção Básica Da Saúde Da Família
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Banca Examinadora
Profº: Prof. Dr. Marco Túlio Freitas Ribeiro (Orientador)
Aos meus Pais e minhas irmãs que estiveram sempre ao meu lado nesta
caminhada.
À minha namorada Thaíza que com tanta sabedoria e amor soube compreender
meus momentos difíceis com sua sensatez. Obrigado pelo apoio.
Aos meus familiares e amigos que, contribuíram para a realização deste sonho.
Muito obrigado!
RESUMO
A queilite actínica é uma reação inflamatória que ocorre nos lábios devido à
exposição crônica e em excesso aos raios ultra violetas, presentes na radiação
solar. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão narrativa de literatura
sobre queilite actínica abordando seus aspectos clínicos, tratamento e medidas
preventivas. As bases de dados utilizadas foram Scielo, Bireme e Medline, além
de livros da área de patologia bucal e estomatologia. Os resultados encontrados
apontam que as pessoas mais velhas e com a pele mais clara tendem a ser
predisponentes a esta doença. Clinicamente se apresenta com a atrofia do
vermelhão do lábio inferior, descamação e aspereza. Quando não tratada a
tempo, a lesão se torna ulcerativa, determinando assim a transformação em
malignidade da doença. O diagnóstico é realizado através de exames clínicos
minuciosos e exames histopatológicos, apesar de haver controvérsias quanto ao
pedido do exame histopatológico. O tratamento de escolha é primordialmente
preventivo, evitando a exposição aos fatores de risco, fazendo uso de protetores
solares, bonés e chapéus. Conclui-se que medidas preventivas são a principal
estratégia na prevenção da queilite actínica, e uma vez instalada esta alteração,
são necessárias medidas que evitem sua transformação em carcinoma
espinocelular, objetivando a melhora da estética do paciente excluindo o
incômodo que os sinais clínicos causam.
2 OBJETIVO......................................................................................................... 12
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 13
5 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 25
6 CONCLUSÃO.................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 28
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVO
3 METODOLOGIA
4 REVISÃO DE LITERATURA
ambientais do tipo exposição à luz solar, residência rural, uso de cachimbo, tipo
de ocupação, situação sócio-econômico, infecção viral e fatores endógenos. A
exposição solar tem um papel importante como fator de risco. A carcinogênese
deve ser resultado de vários fatores de risco, endógenos e exógenos
independentemente, antagonicamente ou sinergicamente para produzir a
displasia epitelial. Como resultado de longa e repetida exposição destes riscos,
essas lesões eventualmente progridem para o CE. Acredita-se que o efeito
prolongado e cumulativo da exposição a radiação U.V., tem um papel em conjunto
com outros fatores climáticos como pó, clima seco e frio, causando ressecamento
dos lábios e outros fatores cocarcinogênicos. A maioria dos estudos
epidemiológicos tem associado o risco do câncer de lábio e o período de tempo
em atividades expostas ao sol, particularmente trabalhadores que têm atividades
ao ar livre e também correlacionam a ação sinérgica entre ocupação exposta ao
sol e fumo como um importante fator de risco (VISSHER & VAN DER WALL,
1998).
Muitos casos de câncer oral são precedidos por alterações pré-malignas
reconhecidas, e a maioria é importante pela presença de displasia epitelial oral. O
diagnóstico precoce e tratamento adequado da displasia epitelial podem prevenir
consideravelmente a morbidade e mortalidade dos pacientes. A avaliação
histopatológica confiável é um pré-requisito necessário para avaliação do pré
câncer oral (BROTHWEL et al., 2002).
O câncer oral é representado por aproximadamente 3% de todas as
malignidades que ocorrem no corpo, no entanto, em algumas partes do mundo
esta porcentagem é maior (ÁXELL et al.,1986).
Antes de se tornarem uma neoplasia, a maioria das lesões malignas da
boca sofrem alterações clínicas com transformações displásicas que podem levar
anos antes de ocorrer a invasão da lâmina própria, passando por estágios
carcinogênicos de iniciação e promoção durante muito tempo (WRIGHT, 1994).
Visscher & Van der Wall (1998), afirmaram que não podemos nos limitar
somente a um fator de risco, mas sim avaliar a relação de interação de todos os
fatores considerados de risco.
4.3 Diagnóstico
4.4 Tratamento
estrato córneo, pela absorção da radiação danosa; químicos que funcionam pela
dispersão e reflexão dos U.V.R. e da radiação visível e combinação de protetores
solares contendo dois ou mais agentes absorventes de U.V.R. e agentes
dispersores como óxido de zinco e dióxido de titânio.
Lundeen et al. (1985), observaram que a identificação do alto risco do
indivíduo é baseada no sexo, padrão de comportamento, aparência clínica do
lábio e tipo de pele. O clínico deveria conscientizar os pacientes sobre o alto risco
do CEC e recorrente herpes labial, indicando o uso de agentes bloqueadores com
fator de proteção de no mínimo FPS 15 e ainda têm a capacidade de identificar
indivíduos de alto risco de alteração displásica solar no lábio devendo orientá-lo
ao uso de protetor, resultando na contribuição de saúde e prevenção. Os autores
afirmaram ainda que a melhor formulação de protetor apresenta combinação de
PABA ou éster de PABA juntamente com benzofenona.
O tratamento deve se iniciar com a proteção dos lábios contra os raios
solares. Isto pode ser através de chapéus, hidratantes e cremes labiais, batom à
base de ácido para-aminobenzóico 5%. Pode ser usado o fluorouracil-creme a 5%
como curativo. Para que se realize tratamento cirúrgico as indicações necessitam
ser bem precisas (MARCUCCI, 1997).
Quando o quadro está evoluído, pode se realizar um tratamento de
quimioterapia local com ácido tricloroacético; fluorouracil creme 5%;
vermelhectomia; laser de CO2 (CRIVELLO, 2005).
Algumas medidas simples podem auxiliar na melhora dos sintomas, como
usar protetores solares, hidratante e tretinoína tópica. Para curar, prefere-se que
faça a destruição ou remoção do epitélio que está danificado. O 5-Fluorouracil
além de causar poucos danos traz resultados em poucas semanas. Da mesma
forma são os resultados da criocirurgia, porém deixa cicatriz. Há também o uso do
“peeling” químico, mas seu índice de sucesso é o menor comparado às outras
técnicas. Quando a área da queilite actínica é pequena, pode ser feita uma
eletrocirurgia. A remoção do vermelhão do lábio, conhecida como vemelhectomia,
apesar de apresentar altos danos também é realizado com muito sucesso. Ainda
há o uso de laser de CO2, que remove o vermelhão dos lábios com menos danos
que a vermelhectomia (DUFRESNE & CURLIN, 1997).
Por fim, o tratamento tem como importância prevenir o desenvolvimento da
24
5 DISCUSSÃO
uma exposição solar por muito tempo (CORSO et al., 2006; SILVA et al., 2006).
Eles também afirmam que o tempo de exposição do sol é importante para o
aparecimento e severidade das lesões. Main e Pavone (1994) abordam ainda que
a doença atinge preferivelmente homens de pele branca, adultos, com mais de 40
anos. A pele negra possui mais melanina, o que serve como fator de proteção
diante os raios UV.
Wright (1994) conclui que que o diagnóstico de malignidade é feito
baseado na avaliação microscópica do grau de displasia epitelial, através do
exame de biópsia. Fu & Cockerell (2003) ainda asseguram que o diagnóstico da
QA se baseia em características clínicas, mas que a biópsia é indispensável para
excluir envolvimentos profundos, ainda mais quando a lesão é ampla, prurítica,
sangrante, eritematosa, e geralmente endurecida.
O tratamento de queilite actínica deve ter início com a proteção dos lábios
contra raios UV através de cremes labiais, hidratantes, batom à base de ácido
para-aminobenzóico 5% (MARCUCCI, 1997; DUFRESNE & CURLIN, 1997). O
tratamento do pré-câncer oral é amplamente baseado na gradação histológica de
displasia epitelial e as características clínicas devem complementar a decisão
terapêutica (PINDBORG et al., 1997).
A prevenção deve ser realizada através de protetor solar labial, chapéus de
abas largas, evitando o contato com raios solares (JUCHEN et al., 1998;
TEREZHALMY & NAYLOR, 1993). O tratamento tem como importância prevenir o
desenvolvimento da queilite actínica em carcinoma espinocelular, melhorar a
estética do paciente e excluir o incômodo que os sinais clínicos causam (PENNINI
et al., 2000).
27
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AWDE, J. D.; KOGON, S. L.; MORIN, R. J. Lip cancer: a review. J Can Dent
Assoc, v. 62, n. 8, p. 634-6, Aug. 1996.
BENTLEY, J.M., BARANKIN B., LAUZON G.J. Paying more than lip service to lip
lesions. Can Fam Physician. 2003;49:1111-6. 2003.
BRUZZONE, R.; VANZULLI, S. L.; MEISS, R.P. Queilitis actinica cronica: caso
clinico. Circulo Argentino de Odontologia, v. 25, n. 178, p. 25-7, 1996.
JUCHEN, P.P. et. al. Riscos à saúde da radiação ultra violeta. Rev. Soc. Bras.
Cirurgia Plást., v.13, n.2, 1998.
MAIN JH, PAVONE M. Actinic cheilitis and carcinoma of the lip. J Can Dent
Assoc. 1994;60:113-6.
VISSCHER, J. G.; VAN DER WALL, I. Etiology of cancer of the lip: a review. Int J
Oral Maxillofac Surg, v. 27, n. 3,p. 199-203, June 1998.