Historia e Geografia EB3 9ano

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Resumo da Disciplina

História e Geografia

9˚ Ano
Período I e II

2021
Titulo
Resumo da Disciplina História e Geografia 9˚ Ano Período I e II

Coordenação
Unidade do Currículo Nacional
Pedro Ribeiro Gonçalves (Coordenador)
Edia Celicia Elizita Monteiro (Chefe do Departamento do Currículo da EPEEBER)
Ivo Rosa Zacarias dos Reis Soares (Chefe do Departamento do Currículo do ES)

Colaboração
Direção-Geral da Educação Pré-Escolar, do Ensino Básico e do Ensino Recorrente
Apolinário Serpa Rosa (Diretor Geral da EPEEBER)

Direção Nacional do Ensino Básico


Engrácia Maria Cabral (Diretora) Tomás Pereira (Chefe do Departamento)

Direção Geral do Ensino Secundário


Deolindo da Cruz (Diretor Geral do Ensino Secundário)

Direção Nacional do Ensino Secundário Geral


Rosa Soares (Diretora) Benjamin G. C. Fernandes (Chefe do Departamento)

Direção Nacional do Ensino Secundário Técnico-Vocacional


João Maupelu (Diretor) João Bosco Conceição (Chefe do Departamento)

Projeto Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE)


Antonieta de Sousa De Jesus (Coordenadora Timorense)

Impressão e Acabamento
Unidade do Centro de Impressão

Ministério da Educação Juventude e Desporto


2021
Resumo da Disciplina

História e Geografia

9˚ Ano
Período I e II

2021
HISTÓRIA E GEOGRAFIA
9. º ano
Sumário: p1

As origens da 1.ª Guerra Mundial

Motivos da Supremacia Económica Europeia:

• No final do século XIX, a Europa tinha cerca de metade da produção


industrial do mundo (os principais países industrializados a nível mundial
eram: Inglaterra, França e Alemanha);
• Os capitais investidos eram maioritariamente europeus;

• Grandes portos comerciais e comércio muito desenvolvido (A Europa


controlava o comércio a nível mundial, e era responsável por 62% das
trocas internacionais; detinha 83% da frota mercantil e aqui se situavam
os portos mais importantes).

Motivos que levaram ao colonialismo e imperialismo dos países europeus em


África:

• Necessidade de matérias-primas para abastecer as indústrias


europeias em crescimento;
• Encontrar novos mercados para escoar os produtos;
• Ideia da superioridade e missão civilizadora dos europeus - racismo;
• A possibilidade de através da ocupação de novos territórios criar
melhores condições de vida para a população europeia em crescimento.

A partilha de África: O continente africano foi assim partilhado pelas


potências europeias, em que as principais eram: Inglaterra; França;
Alemanha.

CONCEITOS

Imperialismo - Forma de dominação política e/ou económica de nações


mais fracas por nações mais fortes, podendo não implicar ocupação
territorial.

Nacionalismo - É uma ideologia que defende a superioridade nacional,


exaltando a cultura, a língua e o património de cada nação. Quando
exacerbado, o nacionalismo pode ser também uma forma de racismo
pois sustenta a superioridade da raça sobre a das outras nações.
Colonialismo - Forma de ocupação territorial com domínio político,
económico e financeiro, militar e cultural exercido por um país sobre
populações de territórios menos desenvolvidos.

Racismo - é a crença de que uma raça, etnia ou certas características físicas


sejam superiores a outras. O racismo pode-se manifestar tanto a nível
individual, como a nível institucional, através de políticas como a
escravidão, o colonialismo, o imperialismo, entre outros.
UNIDADE TEMÁTICA A – A 1.ª GUERRA MUNDIAL.

A Conferência de Berlim: De forma a evitar conflitos entre os países europeus


- 2 - 1884 e 1885, onde os países europeus
realizou-se a conferência de Berlim,1 entre
acordaram repartir a África entre si segundo o “princípio da ocupação
efetiva”.
individual, como a nível institucional, através de políticas como a
escravidão, o colonialismo, o imperialismo, entre outros.

A Conferência de Berlim: De forma a evitar conflitos entre os países europeus


realizou-se a conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, onde os países europeus
acordaram repartir a África entre si segundo o “princípio da ocupação
efetiva”.

Principais causas que provocaram a Primeira Guerra Mundial:


• A partilha das terras da África e Ásia gerou muitos desentendimentos
entre as nações europeias:

- A Alemanha disputava a supremacia com a Grã-Bretanha e


com a França;
- A Grã-Bretanha, França e Alemanha disputavam territórios
tramarinos;
- A França queria recuperar a Alsácia e a Lorena, territórios que
tinha perdido para a Alemanha;
- O império Austro-húngaro queria expandir-se;

- A Itália pretendia adquirir novos territórios.


• Vivia-se uma paz armada, as nações europeias passaram a investir
fortemente na fabricação de armamentos.

• A concorrência económica entre os países europeus estimulou a disputa por


mercados consumidores e matéria.
• Um sistema de alianças, que aumentou as tensões.

• Em 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando e a sua mulher


são assassinados em Sarajevo, não sendo propriamente uma causa foi o
pretexto para o início
UNIDADE TEMÁTICA A – Ada
1.ª guerra.
GUERRA MUNDIAL.
3

Política de Alianças:

Tríplice Aliança: Aliança militar que reúne a Alemanha, a Áustria-Hungria e


a Itália, a partir de 1882, com o objetivo de travar o expansionismo
francês na Europa.

Tríplice Entente: Aliança militar que tem por base a Entente Cordiale,
formada em 1904 pelo Reino Unido e pela França para opor-se ao
expansionismo germânico. Em 1907, com a adesão da Rússia,
transforma-se na Tríplice Entente. Durante a guerra, outras 24 nações
juntam-se à Entente, (incluindo Portugal) formando uma ampla aliança
chamada de Aliados.

As fases do primeiro conflito à escala mundial


-3-
As fases da Guerra:

1.ª Fase “Guerra de Movimentos”: Verão e Outono de 1914, caracterizou- se


juntam-se à Entente, (incluindo Portugal) formando uma ampla aliança
chamada de Aliados.

As fases do primeiro conflito à escala mundial

As fases da Guerra:

1.ª Fase “Guerra de Movimentos”: Verão e Outono de 1914, caracterizou- se


por movimentos rápidos e bruscos. A maioria dos países em guerra
acreditava que a guerra seria breve, ideia que se desvaneceu com
rapidez.
2.ª Fase “Guerra de trincheiras ou de posições”: Entre 1915 e 1917 com os
novos avanços no armamento, a guerra chegou a um impasse onde os
soldados eram obrigados a protegerem-se em trincheiras, grandes
linhas escavadas no solo, onde não havia avanços nem recuos.
3.ª Fase “Retorno à Guerra de Movimentos”: Com a saída da Rússia da
guerra e a entrada dos EUA em 1917, o conflito foi resolvido sendo os
impérios centrais destruídos e os aliados vencedores.

As frentes da Guerra:

• Frente Ocidental: do Mar do Norte até à Suíça.


• Frente Oriental: do Mar Adriático ao Império Otomano (atual Turquia).
• Frente Leste: que se estendia do Mar báltico até ao Mar Negro.

Intervenção dos Estados Unidos e vitória dos Aliados:

- Em 1917 os EUA entraram na guerra com um grande arsenal e grande


número de soldados;

- A Rússia (após o triunfo da revolução comunista) retirou-se da guerra


assinando o Tratado de Brest-Litovsk;
- No começo de 1918 as tropas alemãs ficaram isoladas e sem condições de
sustentar o combate;
- No dia 11 de Novembro de 1918 a Alemanha assina um acordo de paz
(armistício) que pôs fim à guerra.

A Ásia-Pacífico durante a 1.ª Guerra Mundial

O Cerco de Tsingtao:

Na Primeira Guerra Mundial verificou-se uma série de conquistas das


colónias alemãs no Oceano Pacífico e na China. A ação militar mais
significativa foi o Cerco de Tsingtao (atualmente Qingdao, China), entre 3 de
agosto de 1914 e 5 de janeiro de 1919,6 mas outras ações também foram
significativas,
UNIDADE TEMÁTICAcomoA em Bita
– A 1.ª Paka MUNDIAL.
GUERRA e Toma na Nova Guiné Alemã. Todos os
outros territórios alemães e austro-húngaros na Ásia e no Pacífico caíram sem
derramamento de sangue. A guerra naval era comum; todas as potências

-4-
coloniais possuíam esquadras navais estacionadas nos Oceanos Índico e
Pacífico. Essas frotas eram operadas através do apoio às invasões dos
territórios alemães detidos, destruindo assim a Esquadra Naval Alemã da Ásia
Oriental.

Restauração Manchu:

O governo alemão foi acusado de estar por trás do golpe monárquico de


Zhang Xun na China para evitar que a fação pró-guerra de Duan Qirui
apoiasse os Aliados. Depois de o golpe fracassar, em julho de 1917, Duan usou
o incidente como um pretexto para declarar guerra à Alemanha. As
concessões alemãs e austro-húngaras em Tianjin e Hankou foram ocupadas e
os cidadãos que ajudaram os Impérios Centrais foram detidos. Uma trama
ainda mais grave foi o financiamento da Alemanha para o Movimento de
Proteção Constitucional, que geograficamente dividiu a China em dois
governos rivais por mais de 11 anos.

O Tratado de Versalhes e a Sociedade das Nações

O fim da guerra e a conferência da Paz:

Terminada a Guerra os países aliados reuniram-se em Paris na conferência


da Paz (1919). Os objetivos desta conferência foram:
- Reconhecimento do direito dos povos à autonomia;
- Criação de um organismo para a defesa da paz – Sociedade das nações.
- Assinado o Tratado de Versalhes, que estabeleceu as condições da Paz.

Tratado de Versalhes:
Este tratado impôs aos à Alemanha as seguintes condições:
- Restituir a Alsácia e a Lorena à França;
- Ceder as suas colónias aos países vencedores;
- Pagar aos vencedores pesadas indemnizações;
- Reduzir seu poder bélico, ficando proibida de possuir força aérea e de
fabricar armas;
- Redução do exército a menos de 100 mil homens.

A Sociedade das Nações:


Criada na conferência de paz, com sede em Genebra, dela faziam parte
32 países vencedores e 13 neutrais, propunha-se a:
- Assegurar a paz (resolvendo conflitos através do diálogo e diplomacia);
- Promover a cooperação económica.

-5-
8
UNIDADE TEMÁTICA A – A 1.ª GUERRA MUNDIAL.
2º Período
TEMA 2 – O Mundo e Timor-Leste do Segundo Pós-Guerra aos desafios do Mundo
Atual, Tema A - Do Pós-2ª Guerra Mundial ao Nosso Tempo
1. As transformações do Mundo no Pós-guerra: a emergência de duas Superpotências
Terminada a 2ª guerra mundial (1939-1945), na sequência dos acordos de paz
(Conferência de Yalta, na Crimeia e Potsdam na Alemanha, em 1945) surge um novo
quadro geopolítico, o mundo bipolar (1947-1991): um mundo dividido em torno de 2 pólos:
EUA, o modelo capitalista e a URSS, o modelo comunista.

Os factos que marcaram o aparecimento da bipolarização foram:


o o Plano Marshall, um plano americano de ajuda económica à Europa, anunciado pelo
Secretário de Estado George Marshall, em junho de 1947, para travar o avanço para
ocidente da influência soviética. Para coordenar a implementação do programa foi criada
a Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE)
o a doutrina Jdanov, em setembro de 1947, desenvolve a teoria de que o mundo está
dividido em duas partes: o mundo imperialista e antidemocrático, liderado pelos Estados
Unidos; o mundo democrático, antifascista e anti-imperialista, o mundo socialista,
liderado pela URSS.
o o Plano Molotov, em janeiro de 1949, Moscovo cria um plano de ajuda económica para os
países do Leste da Europa - o COMECON (Conselho de Assistência Económica Mútua).

Assim, a Europa passa a estar dividida nos países abrangidos pelo Plano Marshall (OECE) e
nos países do COMECON. Esta divisão vai ser alargada aos países fora da Europa e dá
origem ao mundo bipolar.
Os EUA defendiam, em termos políticos a uma democracia liberal e na economia, o
modelo capitalista assente na propriedade privada
A URSS defendia, em termos políticos, a democracia popular ou ditadura do
proletariado e na economia a planificação e a coletivização da propriedade.

Para se fortaleceram cada uma da superpotência criou alianças militares estratégicas:


• Nato/OTAN, 1949, Organização do Tratado do Atlântico Norte-países localizados
perto do Atlântico Norte (EUA, Canadá, democracias da Europa do Norte e
Ocidental) sob a liderança dos EUA
• Pacto de Varsóvia (1955), organização militar que integrava a URSS e os seus
Estados satélites, em 1955, sob a liderança da URSS.

Exercícios:
A B

1-6-
1. Quais são as superpotências A e B representadas na imagem?
2. Ordena cronologicamente os seguintes acontecimentos à bipolarização:
A- Plano Molotv
1. Quais são as superpotências A e B representadas na imagem?
2. Ordena cronologicamente os seguintes acontecimentos à bipolarização:
A- Plano Molotv
B- 2ª Guerra Mundial
C- NATO
D- Doutrina Iadnov
E- Pacto de Varsóvia F- Plano Marshall
3. Associa a informação da coluna A com os conceitos da coluna B. Sobra um
conceito na coluna B
Coluna A Coluna B
A. O mundo composto pelos países que defendiam COMECON
R a democracia liberal e a propriedade privada. 1. Pacto De Varsóvia
eB. Aliança militar liderada pelos EUA.
2. Bipolarização
s 3. Mundo Capitalista
pC. O mundo dividido em torno de 2 polos políticos 4. Mundo Comunista
o e económicos. 5. NATO
sD. O mundo composto pelos países que defendiam
t a democracia popular e a coletivização da
a propriedade.
:E. Aliança militar liderada pela URSS.

O tempo da guerra fria


Esta bipolarização criou um clima de hostilidade entre os EUA e a URSS, que se estendeu a
outras partes do mundo em resultados das alianças militares. Este clima de tensão
internacional que decorreu entre 1947 e 1991 designamos por Guerra Fria, embora a URSS e os
EUA nunca entraram diretamente em guerra.
Esta Guerra Fria deu origem a uma corrida aos armamentos, como por exemplo, o
desenvolvimento de armas atómicas:
o 1949, URSS desenvolveu a bomba atómica
o 1955, os EUA criam a bomba de hidrogénio – Terror nuclear – o poder nuclear
acabou por ser a grande força dissuasora de um novo conflito mundial que,
esteve iminente por várias vezes.
A Guerra Fria foi marcada pela intervenção das superpotências nos conflitos localizados
e/ou apoio da descolonização:
1. O Bloqueio de Berlim, que se prolongou de junho de 1948 a maio de 1949. No
final do conflito a Alemanha em dois Estados: a República Federal Alemã (RFA) e
a República Democrática Alemã (RDA). 2
2
2. A Guerra da Coreia, 1950-53, que terminou com a divisão da península da Coreia
em dois Estados, a partir do paralelo 38° Norte: a República Democrática da
Coreia, a sul, aliada dos EUA e a República Popular da Coreia, a norte, de
Governo comunista, apoiada pela URSS.
3. A Guerra da Indochina (1946 e 1954) com a independência de Laos, Camboja e
Vietname do domínio Francês. O Vietname ficou divido em dois pelo paralelo 17,
com a dominação comunista a norte (regime comunista de Ho Chi Minh) e um
regime pró-ocidental a sul, apoiado pelos Estados Unidos.
4. Em 1959, no contexto da Guerra Fria e da Corrida aos Armamentos, ocorreu a
Revolução Cubana, movimento liderado por Fidel Castro e Che Guevara que
depôs o então presidente Fulgêncio Batista, apoiado pelos EUA e que instaurou
um regime e inspiração comunista em Cuba.
5. Em 13 de agoste de 1961 deu-se a construção do Muro de Berlim pela República
Democrática Alemã durante a Guerra- Fria,
7 - que circundava toda a Berlim
Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este
muro foi derrubado em 9 de novembro de 1989.
4. Em 1959, no contexto da Guerra Fria e da Corrida aos Armamentos, ocorreu a
Revolução Cubana, movimento liderado por Fidel Castro e Che Guevara que
depôs o então presidente Fulgêncio Batista, apoiado pelos EUA e que instaurou
um regime e inspiração comunista em Cuba.
5. Em 13 de agoste de 1961 deu-se a construção do Muro de Berlim pela República
Democrática Alemã durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim
Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este
muro foi derrubado em 9 de novembro de 1989.
6. Crise do Mísseis, ocorrida em outubro de 1962 - um confronto de 13 dias entre os
Estados Unidos e a União Soviética relacionado com a implantação de mísseis
balísticos soviéticos em Cuba, como resposta soviética à pressão americana na
Europa.
7. A Guerra do Vietname (7 de fevereiro e 1965 – a 30 de abril de 1975) - conflito que opôs
o Norte do Vietname (o regime comunista de Ho Chi-Minh , apoiado pela URSS) e o
Vietname do Sul (capitalista apoiado pelo EUA) e terminou com a união do Vietname por
Ho Chi-Minh
8. A Guerra do Afeganistão (1979 - 1989) – desenvolveu-se na sequência do golpe de Estado
liderado por Muhammed Tarik e Hafizullah Amin, adeptos de um regime socialista
marxista e que teve a oposição dos grupos rebeldes islâmicos, mujahidins, apoiados
pelos EUA.

O início da era espacial.


O clima de Guerra Fria entre os dois blocos levou ao desenvolvimento de projetos de conquista
do espaço interplanetários através do lançamento de satélites artificiais com potencialidades
de exploração para fins militares, entre outros de caracter científico.
• 4 de outubro de 1957, a URSS envia o primeiro satélite artificial para o espaço
(Sputnik I) e assim começa a era espacial.
• 3 de novembro de 1957 URSS envia o Sputnik II, coloca o primeiro ser vivo no
espaço, a cadela Laica
• 15 de maio de 1958, a Sputnik III, lançou um laboratório espacial de estudo do
campo magnético e do cinturão radiativo da Terra
• 31 de janeiro de 1958, os EUA enviam o Explorer I, o seu primeiro satélite artificial
no espaço
• 12 de abril de 1961, os soviéticos colocam o Vostok I em órbita, levando Yuri
Gagarin, o primeiro homem no espaço.
• 16 de junho de 1963, Valentina Tereshkova deu 48 voltas em torno da Terra a bordo
da nave soviética Vostok VI.
• 20 de julho de 1969, a missão Apollo 11, ao serviço dos EUA conseguem colocar 3o
primeiro homem na lua, em 1969.
3

Exercícios
Responde as seguintes perguntas

1. O que foi a Guerra Fria? Qual foi a sua duração?


2. Qual foi o acontecimento que deu origem à Guerra Fria?
3. O que aconteceu em Cuba em 1959?
4. Indica um conflito da Guerra Fria relacionado com a independência de uma
colónia no Sudeste Asiático.

A formação da Comunidade Económica Europeia


A formação de uma comunidade económica europeia surgiu como uma resposta da
Europa ocidental ao poder dominador dos EUA, sem aderir ao projeto comunista e

-8-
como uma forma de substituir as rivalidades económicas entre os países europeus pela
cooperação económica entre os Estados.
As bases constitutivas da Comunidade Económica Europeia foram consagradas nos
seguintes tratados:
• O Tratado de Paris, que instituiu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
(CECA), em 18 de abril de 1951, constituída por seis países a Bélgica, a
Alemanha, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos para organizar
a livre circulação do carvão e do aço e o livre acesso às fontes de produção.
• Os Tratados de Roma, que instituíram a Comunidade Económica Europeia
(CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM), em 25 de
março de 1957.
O mundo bipolarizado desapareceu em 1991 e a Europa continuou a crescer em termos
económicos e políticos. Entre 1981 e 2014 vários países europeus aderiram à
Comunidade Economia Europeia/ União Europeia, que passou de 6 países em 1957 para
28, em 2014. Portugal entrou neste mercado em 1 de janeiro de 1986.
Exercícios:
1. Qual foi o tratado fundador da CEE?
2. Diz um dos objetivos da fundação da comunidade económica europeia?

2. Da expansão do modelo leninista à sua crise


A URSS expandiu também a sua influência e o seu modelo político e económico na
Ásia, África e América Central:
- A República Popular da China, em 1949, seguindo o modelo soviético. Em 1961, a
China constituía-se como uma alternativa à URSS na expansão do ideal comunista
no Sudoeste Asiático, no apoio aos movimentos de libertação, com a “Revolução
Cultural", assente ensinamentos de Mao Tsé Tung, divulgados no Livro Vermelho,
publicado em 1964, que instituiu o maoísmo.
- Os movimentos de luta pela autodeterminação, como o caso da MPLA, em Angola.
- Em Cuba, o regime de Fidel Castro participou na implementação de um governo
revolucionário socialista, apoiado na URSS.
3. Descolonização e emergência do Terceiro Mundo
• A carta fundadora da ONU refere que todos os povos/nações tinham direito à
autodeterminação e a ser independentes se assim o quisessem.
• Com a guerra, povos colonizados começaram a ter consciência da injustiça da
dominação estrangeira.
• Durante a Guerra Fria a URSS e EUA apoiaram os povos a lutar pela sua
independência para alargar a sua esfera de influência e espalhar o seu modelo
político e económico.
• Os novos Estados independentes apoiaram a ONU a condenar o colonialismo – a
resolução 1514, da ONU confirma a consagração do direito à autodeterminação dos
povos e condenação das ações armadas levadas a cabo pelas potências
administrantes, no sentido de a impedir.
• As vagas de descolonização
1ª vaga – entre 1945-1959 2ª vaga entre 1960 e 1980

• Médio Oriente tornaram-se • África: só em 1960 surgem 18 novos


independentes a Síria, o Líbano, a Estados Africanos, como consequência da
Jordânia e a Palestina. Resolução 1514.
• Ásia: India que se dividiu em dois - 9• - Portugal foi dos últimos países europeus a5
Estados, a União Indiana, 5 fazer a descolonização em 1975.
maioritariamente hindu, e o Paquistão, de
maioria muçulmana;
resolução 1514, da ONU confirma a consagração do direito à autodeterminação dos
povos e condenação das ações armadas levadas a cabo pelas potências
administrantes, no sentido de a impedir.
• As vagas de descolonização
1ª vaga – entre 1945-1959 2ª vaga entre 1960 e 1980

• Médio Oriente tornaram-se • África: só em 1960 surgem 18 novos


independentes a Síria, o Líbano, a Estados Africanos, como consequência da
Jordânia e a Palestina. Resolução 1514.
• Ásia: India que se dividiu em dois • Portugal foi dos últimos países europeus a
Estados, a União Indiana, fazer a descolonização em 1975.
maioritariamente hindu, e o Paquistão, de
maioria muçulmana;
Ceilão, Birmânia e Malásia; Indonésia,
Indochina, Vietname, Laos e Camboja.

• Norte de África: Líbia, Marrocos, Tunísia,


Argélia,

4. A emergência dos primeiros estados asiáticos


• O fim dos impérios coloniais europeus em Africa e na Ásia e afirmação dos novos
Estado da Ásia- Pacífico e África são a grande alteração no mapa geopolítico
nestas áreas.
• Entre 1946 e 1976, foram constituídos cerca de 70 novos países, espalhados pela
Ásia e pela África, que tinham em comum: o mesmo passado de domínio
colonial e o mesmo atraso na economia. Formavam os países do Terceiro
Mundo.
• Em 1955, na conferência em Bandung, na Indonésia, formam o Movimento dos
Não Alinhados - o movimento dos países que afirmavam a sua neutralidade6
face a URSS e aos EUA. 6

O caso da Indonésia
• A 17 de agosto de 1945, os líderes nacionalistas Sukarno e Hatta proclamaram a
independência da Indonésia da Holanda com base no princípio da autodeterminação
das nações.
• Sob pressão das Nações Unidas, a Holanda entregou a soberania de seus territórios
à República dos Estados Unidos da Indonésia a 22 de dezembro de 1949.
• Em março de 1966, Sukarno foi forçado a transferir o poder aos comandantes
militares, liderados pelo general Suharto, que governou o país por 32 anos,
até maio de 1998.

As tensões no Médio Oriente e o confronto de culturas


O Terceiro Mundo
• Podemos considerar, grosso modo, que o Terceiro Mundo se localiza no Hemisfério
Sul e coincide com as antigas zonas coloniais.
• As economias do Terceiro Mundo são muito heterogéneas, mas todas elas
apresentam várias características comuns: uma agricultura de baixa produtividade;
fraco desenvolvimento da indústria; o peso excessivo do comércio e dos serviços e
as altas taxas de desemprego e subemprego; só uma percentagem reduzida da
população tem acesso ao ensino, sobretudo ao ensino superior.
• Nos anos 70, a problemática do subdesenvolvimento passou a ser preocupação do
Movimento dos Não Alinhados, mas em 1973, na Conferência de Argel, o movimento
parece claramente fragilizado. - 10 -
7
7
O Estado de Israel
apresentam várias características comuns: uma agricultura de baixa produtividade;
fraco desenvolvimento da indústria; o peso excessivo do comércio e dos serviços e
as altas taxas de desemprego e subemprego; só uma percentagem reduzida da
população tem acesso ao ensino, sobretudo ao ensino superior.
• Nos anos 70, a problemática do subdesenvolvimento passou a ser preocupação do
Movimento dos Não Alinhados, mas em 1973, na Conferência de Argel, o movimento
parece claramente fragilizado.

O Estado de Israel
• O Estado de Israel foi criado na Palestina em 14 de maio de 1948, numa resolução
aprovada um ano antes na ONU, com o reconhecimento imediato dos Estados
Unidos e da União Soviética), apesar da oposição armada feita pelos países
islâmicos vizinhos.
• As relações entre os israelitas e os países árabes foi marcado por vários conflitos: a
crise do Suez, em 1956, a Guerra dos Seis Dias, em 1967 e a Guerra do Yom
Kippur, em 1973.

Exercícios

No dia 8 de junho de 1946, o presidente da Indonésia, Sukarno, incitava o povo a


resistir contra os holandeses, que tentavam reconquistar sua antiga colónia:
"Para Sukarno, a independência significava formar uma nação. Ele não se
restringiu à luta armada e tentou fazer alianças com outros países
colonizados. Lutou e teve sucesso a nível político; conseguiu unificar as
visões políticas de muitas correntes divergentes, mas nunca aderiu ao
militarismo. E esse foi seu grande problema. No final, foi deposto por um
general."
jornalista Hendra Pasuhuk

1. Em que vaga de descolonização se integra a independência da Indonésia? E


de Timor-Leste?
2. O que queria dizer Sukarno com a frase “a independência significava formar
uma nação”? (linha 3 do texto)

3. Como se chama a aliança que a Indonésia criou com os outros países, em


1955?

Tema B - Timor-Leste entre o pós-2ª Guerra Mundial e o 25 de Abril de 1974


1. Desenvolvimento político

• Em 1945, deu-se o armistício com a rendição das forças japonesas que abandonam
o território de Timor Português e a Administração Portuguesa foi restaurada no
Timor Português. Enquanto a Indonésia seguia o caminho da independência da
Holanda.
• Com a revisão da Constituição de 1951, Portugal alterava o estatuto jurídico dos
territórios ultramarinos, que deixavam de ser designados de colónias para
8
passarem a ser consideradas Províncias Ultramarinas.
• 8
Com esta alteração Portugal considerava não se aplicar o princípio da
autodeterminação das colónias como o exigia a comunidade internacional,
sobretudo a partir de 1955, quando Portugal integrou a ONU.
• Em 15 de dezembro de 1960, pela resolução 1542 a ONU reafirmava o estatuto de
colónia de Timor, incluído nos territórios não autónomos sob administração
portuguesa.
• Vários fatores explicam a falta de resistência timorense: a inexistência de uma
- 11 -
elite intelectual timorense, a falta de quadros e de um verdadeiro sentimento
nacionalista e as relações autoridades portuguesas e os liurais
sobretudo a partir de 1955, quando Portugal integrou a ONU.
• Em 15 de dezembro de 1960, pela resolução 1542 a ONU reafirmava o estatuto de
colónia de Timor, incluído nos territórios não autónomos sob administração
portuguesa.
• Vários fatores explicam a falta de resistência timorense: a inexistência de uma
elite intelectual timorense, a falta de quadros e de um verdadeiro sentimento
nacionalista e as relações autoridades portuguesas e os liurais

1.1 A revolta anticolonialista de Viqueque de 1959.

o Em 1959, surgiu uma revolta contra os militares e as autoridades portuguesas,


em Timor Leste, principalmente nas localidades de Uato-Lari, Uato-Carbau
(distrito de Viqueque), Baucau e Díli, com a participação de indonésios, contra a
sobrecarga de impostos e serviços de Portugal.
o Uma fuga de informação fez com que, antes dessa data, o exército e a polícia
portuguesa impedissem a revolta. Os rebeldes timorenses foram exilados para
Angola, Moçambique e Portugal. Nove dos quatorze exilados indonésios que
estavam em Timor-Leste durante a rebelião foram devolvidos à Indonésia em
meados da década de 1960, um deles foi morto a tiros durante a rebelião e os
quatro restantes foram deportados para Lisboa.
o Em Timor-Leste, depois destes acontecimentos a segurança foi reforçada com a
abertura de uma filial da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), com
um aumento das atividades militares e de vigilância de forma a evitar as
atividades por elementos subversivos contra o regime de Salazar.
o A rebelião de Viqueque de 1959 inspirou os movimentos anticolonialistas do
pós25 de abril de 1974 por razões políticas, para justificar a integração de
TimorLeste na Indonésia, no caso do APODETI, ou para acentuar o seu carácter
nacionalista, no caso da FRETILIN.

1.2 Administração e desenvolvimento socioeconómico


• Entre 1945 a 1959, os portugueses gastaram a maior parte dos fundos alocados
na reconstrução da capital, e o restante foi dividido entre o desenvolvimento
do interior e o setor agrícola, mas com poucos progressos materiais
• Em 1952, também foram canalizados fundos para o primeiro liceu (ensino
médio), que foi criado em Díli, e quatro anos depois para uma escola
profissional.

1.3 Relação com outros países vizinhos


• A Indonésia era país fundador do Movimento dos Não Alinhados, alinhava pelo
Bloco Ocidental reforçou as relações com os países anticomunistas do Sudeste9
9
Asiático, entre eles a Tailândia, Malásia, Singapura e Filipinas.
• Em 1967, reuniu estes quatro países do Sudeste Asiático e formou a Associação
das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) com o objetivo de combater o
alastramento do comunismo na região, em especial a partir do Vietname do
Norte e da República Popular da China.
• Muitos Estados ocidentais e os seus aliados asiáticos partilhavam do ponto de
vista de Suharto, segundo o qual o Timor Português devia ser absorvido pela
Indonésia, porque partilhavam os seus pressupostos estratégicos e os quadros
mentais anticomunistas a eles subjacentes.
• A política australiana relativamente ao Timor Português baseava-se no desejo
de reforço das relações com a Indonésia.
• Contudo, até 1975 a Indonésia nunca reivindicou, oficialmente, o direito a
incorporar o território de Timor Português.

2. Formação da elite social timorense - 12 -


• A partir da década de 60, uma incipiente elite timorense floresceu nos
principais centros urbanos.
de reforço das relações com a Indonésia.
• Contudo, até 1975 a Indonésia nunca reivindicou, oficialmente, o direito a
incorporar o território de Timor Português.

2. Formação da elite social timorense


• A partir da década de 60, uma incipiente elite timorense floresceu nos
principais centros urbanos.
• O acesso aos estudos desta minoria começou a fomentar a reflexão crítica
sobre um regime colonial cujas características definidoras eram o
subdesenvolvimento económico, a corrupção, a elevada taxa de desemprego, a
discriminação racial e a brutalidade.
• A partir de 1970, os membros de uma geração de jovens educados criaram um
grupo de discussão anticolonial, do qual faziam parte Mari Alkatiri, José
RamosHorta, Nicolau Lobato, Justino Mota e Francisco Borja da Costa.
• A revista Seara, publicada pela diocese de Díli, transformou-se numa
importante tribuna para os seus pontos de vista, depois de o padre Martinho da
Costa Lopes ter assumido a responsabilidade editorial em setembro de 1972.
Mari Alkatiri, José Ramos-Horta, Nicolau Lobato, Abílio Araújo e Francisco
Xavier do Amaral escreveram artigos sobre questões sociais.
• Nesta elite sociocultural timorense desenvolve-se uma crescente consciência
política e florescem as aspirações independentistas, fruto do contacto com
realidade internacional, da afirmação dos movimentos de luta contra a
dominação colonial portuguesa em Angola e Moçambique.

10
Exercícios 10
1. Diz o significado de “Timor-português”.
2. O que aconteceu em Viqueque no ano de 1959.

Tema C - Timor-Leste do 25 de Abril de 1974 à restauração da independência de


20 de maio de 2002

1. A Revolução dos Cravos e os acontecimentos em Timor


1.1 O Movimento das Forças Armadas e a eclosão da revolução
• O Movimento das Forças Armadas (MFA) foi responsável pelo golpe militar de 25 de Abril
de 1974, que acabou com o regime do Estado Novo ou a ditadura de Salazar em Portugal.

1.2 O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo de descolonização


• Após a revolução, a ONU apelou que Portugal libertasse as colónias, situação que
era apoda pela maioria dos partidos do novo regime português.
• Por essa razão, o Estado reconhece a independência das colónias e iniciam-se
negociações nesse sentido com o PAIGC na Guiné e Cabo Verde, com a UNITA em
Angola e com o FRELIMO em Moçambique.
• Após a revolução de 25 de Abril de 1974, Timor Leste viu a sua situação caminhar
em direção à mudança com o reconhecimento do direito à autodeterminação e
iniciaram-se a formação de partidos políticos
2. Formação dos primeiros partidos políticos
• O Governo Português autorizou, então, a criação de partidos políticos, surgindo assim
três organizações partidárias em Timor Leste:
- UDT (União Democrática Timorense), que preconizava “a integração de Timor
numa comunidade de língua portuguesa”;
- ASDT (Associação Social-Democrata Timorense) depois transformada em FRETILIN
- 13Independente),
(Frente Revolucionária de Timor-Leste - defendia o direito à
independência;
- APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), propunha a “integração
com autonomia na comunidade Indonésia”.
• O Governo Português autorizou, então, a criação de partidos políticos, surgindo assim
três organizações partidárias em Timor Leste:
- UDT (União Democrática Timorense), que preconizava “a integração de Timor
numa comunidade de língua portuguesa”;
- ASDT (Associação Social-Democrata Timorense) depois transformada em FRETILIN
(Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente), defendia o direito à
independência;
- APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), propunha a “integração
com autonomia na comunidade Indonésia”.
- KOTA (Klibur Oan Timor Assuwin/(Confederação dos Reinos de Timor) e o Partido
Trabalhista, partidos não reconhecidos pelas autoridades portuguesas

3. Da Coligação ao Golpe e Contra- Golpe e a posição do Governo da Província


• Os motores da política local foram os 3 primeiros partidos que o então governador
Lemos Pires procurou associar numa coligação que garantisse a transição pacífica.
No entanto, desde janeiro de 1975, e da realização de eleições para a
administração regional do Conselho de Lautém que ficou claro o reduzido apoio da
APODETI.
• No dia 21 de janeiro de 1975, com o incentivo e apoio do governador, a Fretilin e a
UDT formaram uma coligação. Os dois partidos uniram-se com base no seu empenho
relativamente à independência total, na rejeição da Apodeti e da integração na
Indonésia.
• No entanto, as divergências entre os três elementos iam-se agravando devido aos
conflitos em que frequentemente se envolviam. Em 11 de agosto a UDT tentou
apoderar-se do poder através de um golpe de Estado a que a Fretilin reagiu com um
contragolpe, com a denominada insurreição Geral Armada, em 20 de agosto de
1975, tendo chegado a envolver-se militarmente com o exército português.
• Na sequência destes acontecimentos o governador português Lemos Pires, sem
apoios militares para reforçar a autoridade para repor a ordem e sem orientações
precisas de Lisboa, abandonou a capital e refugiou-se em Ataúro.
• A 28 de novembro de 1975, dá-se a Proclamação unilateral da Independência de
Timor-Leste pela Fretilin e pelo primeiro Presidente da República, Xavier do
Amaral, assumindo o cargo de Primeiro-Ministro Nicolau Lobato, que viria a ser o
primeiro líder da Resistência Armada.

4. Declaração da Integração de Timor na República da Indonésia


• Após a declaração unilateral da independência pela FRETILIN, a UDT e a APODETI,
assinaram a “Declaração de Balibó “(30 de novembro de 1975) pedindo a
intervenção da Indonésia, que lançou uma invasão em larga escala a 7 de dezembro
de 1975.
• Esta declaração é fortemente contestada por vários líderes timorenses, incluindo os
signatários que dizem terem sido coagidos.
• O governador Lemos Pires saiu definitivamente do território a 8 e dezembro de
1975. A Indonésia justificava a invasão com a proteção dos seus interesses face à
ameaça da implantação do comunismo nas suas fronteiras.
• Em resposta à invasão de Timor Português levada a efeito a 7 de dezembro pela
Indonésia, no dia 12 de dezembro a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução
3485, que exigia a retirada das tropas indonésias.

5. Política de Integração 12
12
• No dia 17 de dezembro, a Indonésia dava posse ao Governo Provisório de Timor
Leste (Pemerintah Sementara Timor Timur, PSTT), cujo presidente era Arnaldo
dos Reis Araújo, presidente da Apodeti, e vice-presidente Francisco Lopes da
Cruz, presidente da UDT.
• Além de execuções arbitrárias de- 14 civis,
- durante os primeiros dias da invasão
ocorreram vários assassínios em massa de civis, comunidade chinesa e familiares a
Fretilin e o jornalista australiano Roger East.
• No dia 31 de maio de 1976, a Indonésia procurou legitimar a sua ocupação de
• No dia 17 de dezembro, a Indonésia dava posse ao Governo Provisório de Timor
Leste (Pemerintah Sementara Timor Timur, PSTT), cujo presidente era Arnaldo
dos Reis Araújo, presidente da Apodeti, e vice-presidente Francisco Lopes da
Cruz, presidente da UDT.
• Além de execuções arbitrárias de civis, durante os primeiros dias da invasão
ocorreram vários assassínios em massa de civis, comunidade chinesa e familiares a
Fretilin e o jornalista australiano Roger East.
• No dia 31 de maio de 1976, a Indonésia procurou legitimar a sua ocupação de
TimorLeste numa curta cerimónia em Díli, a que chamou “Ato de Integração.”
• Para dar à ocupação um carácter irreversível, desenvolveu-se uma política de
descaracterização do território, quer no plano cultural (proibição do ensino do
português e islamização), quer no plano demográfico (javanização), quer ainda no
plano político (integração de Timor na Indonésia como sua 27ª província).
• As instituições do Estado, como o governo provincial, o parlamento regional e os
departamentos de serviço público, foram criados com um quadro de funcionários
que conferiu à Indonésia capacidade para pôr em prática os seus programas
nacionaisde desenvolvimento com a construção de estradas e edifícios da
administração e escolas.
• O Governo pró-indonésio, instalado realizou uma violenta censura à imprensa e
restringiu o acesso de observadores internacionais ao território até a queda de
Suharto em 1998.

6. Invasão e ocupação militar indonésia


• A resistência encontrada pelas Forças Especiais durante as suas incursões de
agosto e setembro levou à criação do Comando da Força de Intervenção Conjunta
da Operação Seroja, em outubro de 1976. Com esta ação os militares indonésios
controlavam os corredores ao longo das estradas principais: de Norte para Sul,
de Díli até Ainaro e Betano; de Baucau a Viqueque; de Manatuto a Laclubar, e de
Lautém a Tutuala.
• Entre 1977 e 1979, deu-se a operação militar “Cerco e aniquilamento”, as etapas
finais da Operasi Seroja, causando a destruição das fontes de géneros alimentícios
no interior e um elevado número de mortos entre os civis, devido aos ataques
diretos e à fome resultante da destruição das bases e fontes de abastecimento de
géneros da Fretilin.
• As ABRI (Forças Armadas Indonésias) lançaram a Operação Skylight, destinada a
forçar a rendição dos principais líderes da Fretilin e, com eles, da restante
população civil. O Monte Matebian, a Leste, e partes de Ermera e de Suai, a
Oeste, foram os cenários dos mais intensos bombardeamentos aéreos.
• Os principais líderes da Fretilin foram capturados, renderam-se ou foram
assassinados, deixando a resistência armada na desordem.
• A última grande operação, foi o cerco da montanha de Cablaque, em Outubro de
1990 com o qual as forças indonésias esperavam apanhar Xanana Gusmão,
deramlhe o nome de «Tuntas (Limpeza Geral). Apesar da fuga do líder da
Resistência, esta ofensiva provocou um forte abalo, devido ao número de
guerrilheiros mortos e às mais cruéis represálias sobre a população civil de Ainaro.
• Aproximadamente 1/3 da população do país, mais de 250 mil pessoas, morreram
na guerra. 13
13
7. Resistência timorense
• A resistência timorense assumiu diversas formas: armada, diplomática e estudantil.
• A resistência armada à ocupação indonésia foi liderada pelas FALINTIL, Forças
Armadas de Libertação de Timor Leste, comandadas por Nicolau Lobato até à sua
morte em combate, a 31 de dezembro de 1978, na sequência da operação militar
Indonésia, “Cerco e aniquilamento”.
• Os três membros sobreviventes do Comité Central da Fretilin no Leste, Xanana
Gusmão, Txay e Mau Hunu, reuniram-se- 15 -em março de 1981, numa “Conferência de
Reorganização Nacional” em Maubai, Lacluta, criando a estrutura política e militar
e a liderança da Resistência foram reorganizadas, sendo formado o Conselho
Revolucionário de Resistência Nacional (CRRN) .
• A resistência armada à ocupação indonésia foi liderada pelas FALINTIL, Forças
Armadas de Libertação de Timor Leste, comandadas por Nicolau Lobato até à sua
morte em combate, a 31 de dezembro de 1978, na sequência da operação militar
Indonésia, “Cerco e aniquilamento”.
• Os três membros sobreviventes do Comité Central da Fretilin no Leste, Xanana
Gusmão, Txay e Mau Hunu, reuniram-se em março de 1981, numa “Conferência de
Reorganização Nacional” em Maubai, Lacluta, criando a estrutura política e militar
e a liderança da Resistência foram reorganizadas, sendo formado o Conselho
Revolucionário de Resistência Nacional (CRRN) .
• Líderes da resistência: Nicolau Lobato, Xanana Gusmão, Mau Hunu, Nino Konis
Santana e Taur Matan Ruak
• A resistência diplomática, designadamente o trabalho de lobby a nível
internacional, ao longo da década de 1980, como foi o caso de José Ramos Horta,
José Luís Guterres e Mário Alkatiri e o bispo D. Ximenes Belo
• Os Movimentos estudantis de resistência clandestina: como a OJECTIL (Organização
de Juventude Católica de Timor-Leste), formada por ativistas estudantis baseados
no Externato de São José, surgiu em 1986.

8.Reação internacional
• A nível internacional foi crescendo a solidariedade com a luta do povo timorense.
Os momentos mais significativos deste apoio forma a posição da ONU, a pressão de
Portugal, a mudança de orientação da política externa australiana e os movimentos
de solidariedade internacional
• A ONU teve um papel preponderante em todo o processo de luta pela intendência
de Timor-Leste com a aprovação da Resolução 3485, no dia 12 de dezembro de
1975, a condenar da invasão de território pela Indonésia, e a exigir a retirada das
tropas indonésias do Timor Português. Em 1994, a ONU proibiu a venda de armas
ligeiras à Indonésia. 14
• Portugal manteve a sua responsabilidade
14 moral, acompanhou e lutou ao lado dos
timorenses até a independência de Timor-Leste, incluindo na Constituição
Portuguesa a obrigação de garantir o direito à autodeterminação de Timor-Leste.
(artº386);o momento mais visível, foi a missão “Paz em Timor”, levada a cabo pelo
navio Lusitânia Expresso; em 1992, conseguiu convencer os seus aliados entre os
estados-membro da União Europeia a apoiar independência de Timor-Leste e
aprovar um voto de condenação da violação dos Direitos Humanos em Timor-Leste.
• A Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) concertou políticas e
esforços na luta para a libertação de Timor-Leste e a afirmação da Independência
do País: em 1996, os Chefes de Estado e de Governo da CPLP receberam uma
delegação da Comissão Coordenadora da Frente Diplomática da Resistência
Timorense e em 1998, Timor-Leste foi formalmente admitido com o estatuto de
observador convidado.
• A Austrália teve um posição que variou em função do contexto político: condenou a
invasão indonésia de Timor-Leste, mas aceitou a anexação em 1978.
• Movimentos de Solidariedade Internacional como a ação no Hotel Marriott,
Inglaterra, durante uma manifestação contra a venda de aviões de caça-
bombardeiros (Hawks) à Indonésia e o genocídio em Timor-Leste; a solidarização
dos estudantes indonésios à causa timorense.

9. Momentos chave na internacionalização do conflito


• Para a internacionalização do conflito contribuíram três acontecimentos cruciais: o
Massacre de Santa Cruz, a captura de Xanana Gusmão e a outorga do Prémio Nobel
da Paz ao bispo D. Carlos Ximenes Belo e a José Ramos-Horta.
• O massacre de jovens timorenses pelos soldados indonésios no cemitério de Santa
Cruz, a 12 de novembro de 1991, filmado por um repórter americano, Max Stahll
- 16 -
e posto a circular pelo mundo com a ajuda da jovem holandesa Sashia
Kowsernberg.
• Em 1992, a captura de Xanana Gusmão, líder da resistência serviu para dar
visibilidade à violação dos direitos humanos em Timor-Leste.
• Atribuição do prémio Nobel da paz Ramos-Horta e ao bispo de Díli D. Ximenes
Belo em 1996, Timor-Leste teve um impacto internacional significativo.

10. A busca de uma solução política


• A resistência ampliou as medidas diplomáticas baseadas no desejo incondicional de
dialogar com a Indonésia. O Plano de Paz do Conselho Nacional da Resistência
Maubere (CNRM) foi lançado em 1993 para impulsionar esse esforço. Xanana
Gusmão é cada vez mais aceite pela comunidade internacional como uma figura
importante na busca de uma solução pacífica.
• Em 1997, o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, optou por uma abordagem mais
ativa, com o objetivo de finalizar o processo tripartido para Timor-Leste, que
envolvia o Secretariado da ONU, a Indonésia e Portugal.

11. A queda do regime de Suharto e a reforma na Indonésia.

• Decisivo para resistência timorense foi o agravamento da crise financeira e


económica dos países asiáticos que afetou a Indonésia. A contestação levou à
queda de Suharto, sucedendo-lhe B. J. Habibie, que abre as vias ao diálogo
• Paralelamente, dá-se a eleição de Kofi Annan como Secretário-Geral da ONU, em
janeiro de 1997, que trouxe uma nova abordagem para resolver o problema de
Timor-Leste.
• O consenso de 5 de maio de 1999, em Nova Iorque, permitiu a realização do
referendo de 30 de agosto, que tornou irreversível o processo de independência –
o Acordo de 5 de maio A 5 de Maio de 1999 estabeleceu o referendo modalidades
da consulta ao povo de Timor-Leste O primeiro acordo foi assinado pelos Ministros
dos Negócios estrangeiros da Indonésia e de Portugal e testemunhado pelo
Secretário Geral das Nações Unidas, e os últimos pelas três partes.

12. O Referendo/Consulta Popular de 30 de agosto de 1999 e suas consequências


• No dia 11 de junho de 1999 pela Resolução 1246,a ONU aprovou o
estabelecimento da United Nation Mission in East Timor (UNAMET) com o
propósito de organizar e conduzir o processo de consulta popular.
• No dia 30 de agosto de 1999 pelo menos 95% dos timorenses recenseados
votaram – mais ou menos 430.000 votantes.
• No dia 3 de setembro de 1999, o Secretário-Geral das Nações Unidas anunciou
os resultados finais da consulta popular em Timor-Leste: 94.338 (21,5%)
votaram a favor com 78,5% do povo timorense a rejeitar a autonomia especial
proposta pela Indonésia, escolhendo, assim, a independência formal.
• O anúncio oficial dos resultados do referendo foi feito por Ian Martin, no dia
4 de setembro em Timor-Leste, devido à diferença horária, na sala de
conferências do Hotel Makhota (Hotel Timor). Os números eram claros:
quase 80% dos timorenses queria ser independente.
• À medida que a data do referendo se aproximava aumento da violência. Os
milicianos aterrorizavam e massacravam civis; incendiavam casas, deportavam
grande número de pessoas para Timor ocidental e obrigavam pessoas a fugir
para as montanhas.

- 17 - 16
16
• Governo indonésio reconhece autodeterminação do povo timorense, mas setores
radicais (defensores da integração) organizam-se em milícias armadas. Com
apoio marginal de algumas autoridades indonésias espalham o terror,
procurando evitar a vitória dos independentistas – setembro negro.
• A 19 de outubro de 1999, o Parlamento da Indonésia anulou o decreto da
anexação de Timor-Leste como 27 província da Indonésia.

13. Período de transição

• A ONU teve um papel preponderante na pacificação e implementação do Estado


Timorense com as missões aprovadas para Timor-leste.
• Autorizou o estabelecimento de uma força militar internacional, a INTERFET,
sob comando australiano, para restaurar a paz e a segurança em Timor-Leste,
para proteger e apoiar a UNAMET no desempenho das suas funções e, dentro das
suas capacidades, para facilitar as missões de apoio humanitário. Estas forças
chegaram a Timor-Leste a 20 de setembro de 1999.
• Em 25 de outubro, nova resolução da ONU mandatou o estabelecimento da
autoridade de transição, a United Nations Transitional Administration of East
Timor (UNTAET), com a missão de assegurar e consolidar as instituições
internas, designadamente, as leis, a constituição, consolidar a instituição
policial, e todas as instituições públicas do estado da República Democrática de
Timor-Leste. A UNTAET foi liderada pelo brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
• A UNTAET exerceu dois mandatos: o I Governo de 12 de julho de 2000 a 30 de
setembro de 2001. O II Governo de Transição de 2001 à declaração de
independência de Timor-Leste em 2002.
• Os governos transitórios tiveram como Administrador Sérgio Vieira de Mello (UN)
e Mari Alkatiri como Ministro da Economia no I Governo Transitório de
Timor-Leste, e Ministro Principal e Ministro da Economia e Desenvolvimento no
II Governo Transitório de Timor-Leste de 2001 a 2002.

14. Regresso a Timor dos principais líderes na diáspora


• Os refugiados timorenses começaram a regressar de Timor Ocidental nos últimos
meses de 1999, com a ajuda do ACNUR, da OIM e das ONG internacionais.
• Outras pessoas, algumas exiladas desde 1975,noutras regiões da Indonésia, em
Portugal, na Austrália e noutras partes do mundo, os que haviam sido
recentemente deslocados e os que foram libertados de prisões indonésias
regressaram, entre eles os líderes timorenses da resistência armada e
diplomática.

15. Primeiras eleições presidenciais, Assembleia Constituinte e Constituição


• As eleições para a Assembleia Constituinte e as eleições presidenciais foram
regulamentada pela UNTAET. As primeiras tiveram lugar 30 de agosto de 2001,
com uma taxa de participação de cerca de 91%3.
• A Assembleia Constituinte iniciou os seus trabalhos em 15 de Setembro de 2001
e terminou a 22 de Março de 2002, com a aprovação e assinatura do texto final
da Constituição da República Democrática de Timor-Leste. Esta assembleia
transformou-se posteriormente no primeiro Parlamento Nacional e as eleições
legislativas seguintes tiveram lugar em 2007.
• As eleições Presidenciais decorreram no dia 12 de abril, tendo concorrido
Kay Rala Xanana Gusmão e Francisco Xavier do Amaral. Xanana Gusmão venceu,
com um total de 82,69%, tendo-se tornado o primeiro Presidente eleito de
Timor-Leste. A taxa de participação foi de aproximadamente 86%.
• A Constituição deTimor-Leste entrou em vigor em 20 de maio de 2002. A lei
- 18 -
fundamental da nação institui uma República semipresidencialista. O Chefe 17
17
de Estado é o Presidente da República, que é eleito por sufrágio direto e
universal para um mandato de 5 anos. O Presidente da República é o
com um total de 82,69%, tendo-se tornado o primeiro Presidente eleito de
Timor-Leste. A taxa de participação foi de aproximadamente 86%.
• A Constituição deTimor-Leste entrou em vigor em 20 de maio de 2002. A lei
fundamental da nação institui uma República semipresidencialista. O Chefe
de Estado é o Presidente da República, que é eleito por sufrágio direto e
universal para um mandato de 5 anos. O Presidente da República é o
garante da Constituição, da unidade do Estado e do regular funcionamento
das instituições democráticas, cabendo-lhe promulgar os diplomas legislativos
aprovados pelo Governo ou pelo Parlamento Nacional e podendo exercer o
direito de veto sobre os mesmos".
16. A Restauração da Independência de 20 de maio de 2002
• O I Governo constitucional de Timor-Leste formou-se após a declaração da
restauração da independência de Timor-Leste a 20 de maio de 2002. O
primeiro Ministro Marí Alkatiri governou até o 26 de junho de 2006.
• O Parlamento Nacional, eleito através de sufrágio universal, livre, direto,
igualitário, secreto e pessoal, é o órgão de soberania da República Democrática de
Timor-Leste que representa todos os cidadãos timorenses e é investido dos poderes
legislativo, de fiscalização e de decisão política.
• Francisco Guterres Lu„olo foi o primeiro presidente do Parlamento Nacional de
Timor-Leste. Foi ele quem leu a restauração da independência, a 20 de maio de
2002.

Exercício

1. Qual é o acontecimento a que se refere o documento? Em que data?


2. Quanto tempo durou a ocupação indonésia de Timor-Leste?
3. Como se chama ao movimento militar e civil que lutou pela
Independência de Timor-Leste?
4. Identifica acontecimentos da história de Timor-Leste nos anos de 1975,
1991, 1999 e 2002. Um por cada ano.

18
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