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CHRISTIAN VALCIR KNIPHOFF DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DO PET (POLITEREFTALATO DE ETILA)


RECICLADO E EXTRUSADO COMO SUBSTITUTO
DE ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO EM LAJES

CASCAVEL
PARANÁ – BRASIL
MARÇO – 2024
CHRISTIAN VALCIR KNIPHOFF DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DO PET (POLITEREFTALATO DE ETILA)


RECICLADO E EXTRUSADO COMO SUBSTITUTO
DE ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO EM LAJES

Tese apresentada à Universidade


Estadual do Oeste do Paraná́ , como parte
das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Energia na
Agricultura, para obtenção do título de
Doutor.

Orientadora: Profa. Dra. Maritane Prior.

CASCAVEL
PARANÁ – BRASIL
MARÇO – 2024

i
ii
iii
Dedicatória

Dedico este a trabalho a toda comunidade científica que me fundamentou


e de maneira póstuma a meus amigos engenheiros
Marcelo Freiberger e Jair Kurmann.

iv
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Dione e Miguel pelos ensinamentos da vida que me


provocaram sempre a inquietação e a busca pelo conhecimento, minhas queridas
irmãs Karen e Suzana, que sempre foram motivo de orgulho e fonte de inspiração.
À minha amada esposa Gislayne que sempre pude contar como auxiliadora e
como suporte emocional.
Aos meus inestimáveis filhos Maria e Joaquim que me são um porto seguro e
estão sempre em meus pensamentos quando necessito de motivação.
Ao auxílio de todos que contribuíram à realização deste trabalho, minha
querida professora e orientadora Maritane Prior por acreditar na minha tese e me
auxiliar nessa jornada.
Aos meus colegas da UNIVEL, professores, coordenadores e laboratoristas
que sempre nos animam e motivam para continuar.
A todos meus alunos que sempre me surpreendem e me motivam a sempre
buscar mais conhecimento para poder compartilhar.
A todos os meus justos irmãos que fiz no último ano, em especial Fulvio e
Anzolin, por serem fonte alento nos momentos mais difíceis.
A Deus que me proveu capacidades e sanidade necessárias para obtenção
deste.

v
LISTA DE SIGLAS

ABC Associação Brasileira de Concreto


ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
PEAD Polietileno de Alta Densidade
PEBD Polietileno de Baixa Densidade
PELBD Polietileno Linear de Baixa Densidade
PET Politereftalato de etila
PP Polipropileno
PS Poliestireno
PVC Policloreto de Vinila
UNIOESTE Universidade Estadual do Oeste do Paraná

vi
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Minipainel treliçado. ................................................................................... 22


Figura 2: Sistema de minipainel com enchimento e engaste em viga e armadura de
distribuição. ................................................................................................................ 22
Figura 3: Influência do comprimento da laje na flecha.............................................. 25
Figura 4: Detalhe de um lote padrão dos corpos de prova prismáticos e dos
cilíndricos retirados em cada batelada. ..................................................................... 38
Figura 5: Moldes de madeira para concretagem dos corpos prismáticos com altura
de capa. ..................................................................................................................... 40
Figura 6: Corpo de prova prismático no formato de capa de laje para teste de
eficácia em armaduras de distribuição. ..................................................................... 42
Figura 7: Análise de resistência à tração do PET ..................................................... 51
Figura 8: Detalhe das pinças na análise do PET. ..................................................... 52
Figura 9: Rompimento da amostra de Aço 3,4mm CA-50 ........................................ 53
Figura 10: Gráfico de tensão-deformação de amostras de Polietileno Tereftalato
(PET) .......................................................................................................................... 54
Figura 11: Gráfico de tensão-deformação de amostras de Polietileno Tereftalato
(PET) .......................................................................................................................... 55
Figura 12: Rugosidade do AÇO e do PET. ............................................................... 57
Figura 13: Medida da distância de ocorrência do rompimento a partir da lateral do
corpo de prova ........................................................................................................... 63
Figura 14: Gráfico de evolução de carga dos tratamentos com a inserção de apenas
uma barra de PET no concreto. ................................................................................. 67
Figura 15 - Efeito do carregamento do Lote 6 .......................................................... 67
Figura 16: Gráfico do comportamento das médias dos lotes com aço. .................... 68
Figura 17: Gráfico da capacidade de carga das barras de PET comparadas as com
barras de aço. ............................................................................................................ 70

vii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Amostras Utilizadas por Ordem de Execução........................................... 37


Tabela 2: Amostras Utilizadas por Ordem de Execução........................................... 42
Tabela 3: Valores obtidos com o cálculo da média aritmética de todas as amostras
das medições feitas no laboratório, trata-se de um resumo de todos os dados da
tese. ........................................................................................................................... 46
Tabela 4: Resumo da análise comparativa das propriedades mecânicas de amostras
de aço. ....................................................................................................................... 56
Tabela 5: Resumo do consumo energético e as emissões de em Kg de CO2
correspondente a produção por Kg de material......................................................... 61
Tabela 6: Dados correspondentes a primeira batelada de testes. ............................ 62
Tabela 7: Diferença percentual entre as resistências à flexão do corpo de prova com
adição de PET, AÇO ou TELA e seu respectivo testemunho.................................... 65
Tabela 8: Compilação das médias dos rompimentos das amostras, testemunhos e
corpos de prova cilíndricos a tração e compressão respectivamente, seguido pela
razão de ambas e a diferença. .................................................................................. 66
Tabela 9: Resumo das diferenças entre resistência observada nos lotes testados e
os valores referenciais. .............................................................................................. 69

viii
OLIVEIRA, Christian Valcir Kniphoff de. Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
setembro, 2023. A utilização do PET reciclado e extrusado como substituto de
armadura de distribuição em lajes. Maritane Prior.

RESUMO

Este estudo investigou o uso do Politereftalato de Etila (PET) reciclado e extrusado


como alternativa ao aço CA-50 em armaduras de distribuição para lajes de concreto
armado, visando promover práticas sustentáveis e eficientes na construção civil.
Utilizando uma metodologia comparativa inovadora com moldes prismáticos para
avaliar propriedades mecânicas, analisou-se 49 corpos de prova, revelando que o
PET demanda significativamente menos energia para sua produção, com uma
redução de 95,5% em relação ao aço, equivalendo a apenas 0,72 MJ/Kg. Os
resultados destacam a eficácia máxima alcançada com a implementação de duas
barras de PET a cada 15 cm, contrapondo a ideia de que maior quantidade de barras
resulta em maior resistência, e sublinham a importância de considerar fatores como
módulo de elasticidade e variações de temperatura para a aplicação prática. Conclui-
se que o PET reciclado se apresenta como uma alternativa promissora ao aço nas
armaduras de distribuição, alinhando-se aos objetivos de eficiência energética e
sustentabilidade no setor.

Palavras-Chave: Construção civil, eficiência energética, concreto armado,


sustentabilidade.

ix
OLIVEIRA, Christian Valcir Kniphoff de. State University of Western Paraná,
September, 2022. The use of recycled and extruded PET as a replacement for
distribution reinforcement in slabs. Advisor. Prof. Dra. Maritane Prior.

ABSTRACT

This study investigates the use of recycled and extruded Polyethylene Terephthalate
(PET) as an alternative to CA-50 steel in distribution armatures for reinforced concrete
slabs, aiming to promote sustainable and efficient practices in the construction
industry. Employing an innovative comparative methodology with prismatic molds to
evaluate mechanical properties, 49 test specimens were analyzed, revealing that PET
significantly reduces energy consumption for its production, with a decrease of 95.5%
compared to steel, amounting to only 0.72 MJ/Kg. The results highlight the optimal
efficiency achieved by implementing two PET bars every 15 cm, countering the notion
that a greater number of bars results in increased strength, and underline the
importance of considering factors such as modulus of elasticity and temperature
variations for practical application. It concludes that recycled PET presents itself as a
promising alternative to steel in distribution armatures, aligning with the goals of energy
efficiency and sustainability in the sector.

Keywords: Civil construction, energy efficiency, reinforced concrete, sustainability.

x
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 Hipóteses ............................................................................................................ 14
1.2 Objetivo geral ..................................................................................................... 14
1.3 Objetivos específicos ........................................................................................ 14
1.4 Justificativa ........................................................................................................ 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 17


2.1 A Indústria da Construção ................................................................................ 17
2.2 Materiais Empregados na Construção Civil .................................................... 18
2.3 Concreto Armado ............................................................................................... 19
2.4 Lajes de Concreto Armado ............................................................................... 20
2.4.1 Esbeltez das lajes ............................................................................................. 24
2.5 Balanço Energético ........................................................................................... 26
2.6 Aço Utilizado como Armadura em Concreto Armado .................................... 28
2.7 Politereftalato de Etila - PET ............................................................................. 29

3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 32


3.1 Caracterizações ................................................................................................. 32
3.1.1 Resistência à tração ......................................................................................... 32
3.1.2 Rugosidade ....................................................................................................... 33
3.2 Demanda energética .......................................................................................... 33
3.3 Ensaio Resistência Mecânica ........................................................................... 35
3.3.1 Concreto e agregados ...................................................................................... 35
3.3.2 Amostras ........................................................................................................... 37
3.3.3 Ensaio de resistência à flexão .......................................................................... 41
3.3.4 Relação da resistência útil x área do fuste da barra ......................................... 43

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 45


4.1 Resistência à tração .......................................................................................... 50
4.2 Rugosidade ........................................................................................................ 57
4.3 Demanda energética .......................................................................................... 58
4.3.1 Aço utilizado como armadura em concreto armado ......................................... 59

xi
4.3.2 Politereftalato de etila ....................................................................................... 60
4.3.3 Emissão de CO2 e Consumo energético PET/AÇO ......................................... 60
4.4 Análise de rompimento à flexão ....................................................................... 61
4.4.1 Tratamento dos dados ...................................................................................... 64
4.4.2 Relação da resistência útil x área do fuste da barra ......................................... 68

5 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 72

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 74

xii
13

1 INTRODUÇÃO

Em um cenário de avanços tecnológicos, com a inserção de novos materiais


e a constante busca por sustentabilidade das ações do homem moderno, que tem
buscado minimizar os impactos e danos que foram e ainda são causados à natureza.
Assim, no setor de construção, um dos maiores setores do PIB brasileiro, que
consomem recursos naturais e também produz uma grande quantidade de materiais
para descarte é importante novas técnicas e tecnologias para diminuir os custos em
um canteiro, gerando sustentabilidade e qualidade para todos os setores envolvidos.
Assim, nas últimas décadas, o setor da construção civil tem experimentado
avanços significativos, ao mesmo tempo em que enfrenta desafios como a escassez
de mão de obra qualificada, limitações financeiras, e a necessidade de uma maior
industrialização. Estudos, como os de Pereira (2013) e Barbosa (2018), discutem o
papel das tecnologias digitais e das práticas sustentáveis em enfrentar esses desafios
para melhorar a eficiência e a produtividade do setor. Problemas como o alto índice
de desperdício de materiais, evidenciado por Yazigi (2021) e as perdas financeiras
devidas a retrabalhos, sublinham a importância de um planejamento mais eficaz e da
adoção de métodos construtivos inovadores.
A construção civil contribui de maneira significativa para a economia brasileira,
com um impacto notável no PIB e no emprego. O setor se caracteriza pela sua
constante evolução, buscando responder às demandas de mercado e às
necessidades sociais com novos métodos construtivos, gerenciamento de obras, e
materiais. As inovações incluem a utilização de materiais sustentáveis e técnicas
construtivas como wood frame e steel frame, ICF, e BIM, mencionadas por Kibert
(2016) e Luca (2018).
Apesar da prevalência do concreto armado, a pesquisa contínua por
melhorias na sua composição e pela exploração de novos materiais é uma área de
interesse. A aplicação de técnicas avançadas na construção de túneis, demonstrada
por Monteiro (2020) ressalta a busca por aprimoramentos em materiais e métodos,
com foco particular em aspectos sustentáveis.
A educação em engenharia da construção civil abrange uma variedade de
áreas, incluindo materiais e técnicas construtivas, promovendo uma visão abrangente
e diversificada necessária para enfrentar desafios complexos da indústria. A tendência
de utilizar materiais reciclados, como a incorporação de PET no concreto, destacada
14

por Rodrigues (2022) e Costa (2012), reflete um interesse crescente em práticas mais
sustentáveis, que não apenas mitigam impactos ambientais, mas também oferecem
melhorias nas propriedades do concreto.
Assim, a construção civil é marcada por uma trajetória de desenvolvimento
contínuo, enfrentando desafios com inovação e adaptabilidade. A busca por
sustentabilidade, aprimoramento de métodos construtivos e uma educação voltada
para a interdisciplinaridade são vistas como respostas a desafios presentes e futuros,
apontando para um direcionamento do setor em busca de eficiência e
responsabilidade ambiental.

1.1 Hipóteses

Este estudo explora a possibilidade de utilizar o PET (Politereftalato de Etila)


extrusado como uma alternativa ao aço CA-50 em armaduras de concreto armado. A
pesquisa investiga se o PET, com seu processo de produção que consome menos
energia, poderia reduzir o consumo energético e produção de CO2 geral, ao mesmo
tempo em que satisfaz parcialmente as exigências de resistência estrutural para uso
em armaduras de distribuição de lajes pré-fabricadas de concreto armado.

1.2 Objetivo geral

Avaliar a viabilidade técnica e ambiental do uso de Politereftalato de etileno


(PET) reciclado, processado por meio de extrusão, como material de armadura de
distribuição em lajes treliçadas. Concentra-se no desenvolvimento e na otimização de
métodos para a integração de PET reciclado em estruturas de concreto,
especificamente como armadura de distribuição, analisando as propriedades
mecânicas, a durabilidade e o impacto ambiental dessa substituição em comparação
com materiais convencionais.

1.3 Objetivos específicos

a) Realizar uma análise comparativa dos balanços energéticos associados à


produção e utilização do aço e do PET reciclado;
15

b) Conduzir testes de resistência à tração para determinar a resistência à


tração do PET reciclado, avaliando sua adequação para o uso como armadura em
lajes treliças;
c) Investigar como o PET reciclado interage com o concreto.

1.4 Justificativa

A evolução na construção civil é impulsionada por fatores econômicos e pela


necessidade de soluções que atendam critérios de viabilidade ambiental e técnica.
Entre os materiais considerados para uso neste setor, o PET, caracterizado por sua
capacidade de reciclagem, destaca-se. Apesar de sua natureza reciclável, sua
disposição como resíduo sólido urbano (RSU) apresenta desafios ambientais devido
à sua durabilidade e potencial poluente (ROMÃO, 2009). A participação de polímeros
no RSU vem crescendo, atingindo cerca de 20% em massa em 2005, com o PET
sendo um dos principais polímeros produzidos no Brasil, juntamente com PEAD
(Polietileno de Alta Densidade), PEBD (Polietileno de Baixa Densidade), PELBD
(Polietileno Linear de Baixa Densidade), PP (Polipropileno), PVC (Policloreto de
Vinila), PS (Poliestireno). Destes, 71% são utilizados na indústria de embalagens,
apresentando uma taxa de reciclagem em torno de 70%. No entanto, existe uma
porção desses materiais que não é reciclada, representando um potencial de
contaminação ambiental (PLASTIVIDA, 2022).
A busca por materiais alternativos ao aço para aumentar a durabilidade e a
sustentabilidade das estruturas de concreto identifica o PET como uma opção a ser
considerada. O PET, utilizado amplamente em embalagens, compartilha propriedades
mecânicas adequadas para essa aplicação, sugerindo a possibilidade de seu ciclo de
vida acompanhar o do concreto armado, dada sua inércia e potencial de reciclagem
(BENTO, 2016).
Outros polímeros podem oferecer propriedades tecnicamente favoráveis, mas
alguns, como o PEAD utilizado em embalagens de agrotóxicos, podem acarretar
impactos ambientais maiores (CARDOSO, 2022). Embora o aço seja tradicionalmente
empregado como reforço no concreto, sua utilização em ambientes corrosivos
demanda precauções adicionais para protegê-lo de deteriorações químicas ou
ambientais, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014). Ademais, a produção de aço
16

contribui para as emissões de CO2, refletindo na pegada de carbono associada à


construção civil.
Considerando tais aspectos, a avaliação da aderência do PET ao concreto e
sua resistência à tração, em comparação com o aço, torna-se relevante, visando
compreender os impactos de sua substituição não apenas no aspecto ambiental, mas
também sob perspectivas econômicas e técnicas.
17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A Indústria da Construção

Ao longo dos últimos séculos, a ênfase na habitabilidade das edificações


induziu a implementação de inovações que melhoraram as condições de moradia em
diversos biomas. Nos tempos atuais, questões relativas ao conforto térmico e acústico
figuram entre as principais preocupações de engenheiros e arquitetos. No Brasil, a
revisão da norma regulamentadora NBR 15575 (ABNT, 2021) definiu padrões
mínimos para o desempenho térmico, acústico, lumínico, entre outros aspectos, em
edificações habitacionais, evidenciando a necessidade de atenção dos profissionais
da construção às diretrizes para assegurar a adequação habitacional (ABNT, 2021).
As edificações contemporâneas, em comparação às estruturas do início do
século passado, revelam um avanço notável, proporcionando comodidades e
facilidades antes inéditas. A percepção de superioridade das habitações atuais,
frequentemente mencionada por gerações anteriores, reflete a evolução da
infraestrutura e da aplicação tecnológica. Entretanto, o desenvolvimento dos materiais
de construção não avançou no mesmo ritmo, sendo a combinação de concreto e aço
um dos principais progressos do último século (SCHWIZER, 1997; VAZ, 2002;
MELLO, 2009).
Na concepção de estruturas de concreto armado, a segurança e a
durabilidade são aspectos fundamentais a serem considerados. Normativas técnicas
como a NBR 6118 - "Projeto de estruturas de concreto - Procedimento", especificam
os requisitos mínimos de segurança que devem ser observados, refletindo o processo
contínuo de atualização da engenharia para incorporar avanços tecnológicos e
conhecimentos científicos (ABNT, 2014).
A profissionalização no setor da construção civil, envolvendo tanto os
profissionais quanto o meio acadêmico e as empresas, é essencial para fomentar a
inovação e o aprimoramento. Esse processo é imperativo para garantir a integridade
e a segurança das estruturas construídas, contribuindo assim para a satisfação dos
usuários.
18

2.2 Materiais Empregados na Construção Civil

A indústria da construção civil é notória pela diversidade de insumos


empregados, com milhares de materiais distintos utilizados em um único projeto,
conforme apontado pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (2022). Cada um desses materiais contribui para as emissões de
CO2, destacando a importância de compreender seus balanços energéticos para uma
seleção consciente visando a sustentabilidade ambiental (COSTA, 2012). Mesmo
diante de desafios como a pandemia e conflitos internacionais, a construção civil
manteve-se em expansão, embora esses fatores tenham influenciado no aumento de
preços dos insumos que registraram uma média de variação de 16,63% no ano de
2021 (CBIC, 2022).
A construção tradicional brasileira tem uma longa história com o uso de tijolos
cerâmicos, material que predomina desde a construção dos primeiros colégios
jesuítas há mais de 400 anos. A preferência pelos tijolos cerâmicos no mercado
nacional é favorecida pela geologia do país, que facilita a exploração de argila,
tornando este material uma opção econômica em relação a outras técnicas
construtivas (POLETTI, 2011).
Além dos materiais tradicionais como tijolos cerâmicos, a construção civil
contemporânea emprega uma vasta gama de materiais, incluindo o concreto,
materiais cerâmicos e metais. O concreto, em particular, é um compósito formado pela
união de cimento, água, areia e pedra, destacando-se pela sua versatilidade e
resistência (YAZIGI, 2021). A utilização da madeira, embora tenha se reduzido
significativamente em certas aplicações estruturais, ainda encontra espaço em
componentes específicos da construção, como na estrutura de coberturas e em
elementos como portas e janelas, além de seu uso em formas para concreto e
suportes para andaimes (ZENID, 2011; BATISTA, 2022).
Esse panorama dos materiais de construção reflete uma evolução constante
no setor, levando em conta que a escolha de insumos não se limita apenas a aspectos
econômicos ou de disponibilidade, mas também incorpora considerações sobre
sustentabilidade e impacto ambiental. A diversificação de materiais utilizados na
construção civil moderna, como o concreto, aço e PET, além dos tradicionais
cerâmicos e metálicos, exemplifica a complexidade e a importância de uma
abordagem integrada no planejamento e execução de projetos de construção.
19

2.3 Concreto Armado

A inventividade construtiva do homem desenvolveu um material sob o nome


de concreto que após endurecido adquire resistência semelhante das rochas naturais
e, quando em estado fresco, é um composto plástico que permite ser modelado nas
mais variadas formas e tamanhos (LIMA, 2014).
Segundo ressaltam Nilson et al. (2010), o concreto é um excelente material
que pode ser usado em elementos estruturais como os pilares em razão de sua alta
resistência a compressão. No entanto, a sua baixa resistência à tração e fragilidade
se configuram como características que limitam seu uso de forma isolada em
elementos que são submetidos parcialmente ou totalmente ao tracionamento, como
exemplo em vigas, lajes, tirantes e outros elementos fletidos.
O cimento Portland, componente essencial do concreto, viabiliza a criação de
estruturas arquitetônicas diversificadas, desde a fundação até o acabamento. Joseph
Aspdin patenteou esse material em 1824, na ilha de Portland, Inglaterra, após
aperfeiçoar a mistura de calcário e argila, cuja calcinação e subsequente moagem,
acrescida de aditivos específicos, formam a base do cimento moderno (BATTAGIN,
2009).
Ravara (2008) enfatiza que o desenvolvimento da indústria cimenteira foi
fundamental para que o uso de concreto armado nas construções fosse propagado.
Bons resultados relacionados à qualidade e à homogeneidade das misturas de
cimento na Europa (Suíça) gerou incentivo à criação de normativas e diretrizes
destinadas às construções que utilizassem o concreto como material.
Entende-se que a importância do concreto armado, que se configura como
um dos pilares da construção civil, derivando sua eficácia de uma combinação
calculada de cimento, água, agregados e aço. A normatização deste compósito pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desde a primeira NBR, a NB-
1/1940, demonstra a constante busca pela padronização e otimização das práticas
construtivas, conforme orientações da Associação Brasileira de Concreto (ABC) e da
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) (VILELA, 2018).
A trajetória do consumo de cimento no Brasil espelha a expansão econômica
do setor construtivo. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC,
2022) indicam um salto para 60 milhões de toneladas em 2020, aproximadamente 290
kg por habitante, em contraste com os 34 kg por habitante em 1950. Este aumento
20

reflete o desenvolvimento infraestrutural e urbano no país, posicionando o cimento


como um recurso fundamental na construção civil (ANGELOTTI, 2009; CBIC, 2022).
A introdução do aço no concreto, formando o concreto armado, marca uma
evolução significativa em termos de resistência estrutural. A interação entre o aço e o
concreto permite uma distribuição equilibrada das forças de tração e compressão,
otimizando a capacidade de suporte das estruturas. Historicamente, a manipulação
de metais e a criação de ligas como o latão e o bronze representaram avanços
tecnológicos fundamentais, habilitando o desenvolvimento de ferramentas, armas e
estruturas duradouras (NAVARRO, 2006).
O aprimoramento das propriedades do concreto armado não se limita à sua
composição básica, mas estende ao uso de aditivos químicos que melhoram
características como trabalhabilidade, tempo de cura e durabilidade. Contudo,
modificações na formulação exigem atenção ao impacto ambiental potencial,
ressaltando a necessidade de práticas de construção que aliem eficiência e
responsabilidade ecológica (BORGES, 2014).
Nesse contexto, a interação entre o aço e o concreto se revela como um
aspecto técnico de relevância. A colaboração entre esses materiais não apenas
amplia as possibilidades construtivas, mas também incorpora uma dimensão de
sustentabilidade ao permitir o design de estruturas que maximizam o uso eficiente dos
recursos. A adequação às normativas técnicas vigentes, particularmente a NBR 6118
(ABNT, 2014) assegura a conformidade das práticas de engenharia às expectativas
de segurança, funcionalidade e impacto ambiental mínimo.
Portanto, a consolidação do concreto armado como material de escolha na
construção civil é resultado de um processo evolutivo que integra inovações materiais,
técnicas construtivas avançadas e um compromisso contínuo com a qualidade e a
sustentabilidade. A colaboração entre a ciência dos materiais, a engenharia estrutural
e as políticas de normatização contribuem de maneira significativa para o avanço do
setor construtivo, atendendo às demandas contemporâneas por estruturas seguras,
eficientes e ambientalmente responsáveis.

2.4 Lajes de Concreto Armado

Em uma edificação, é necessário que, entre os pavimentos, exista a laje, pois


esta irá realizar a interface entre estes, bem como pode ser suporte para contra pisos
21

ou ainda funcionar como teto, sendo apoiada em vigas e assim é realizado a


distribuição ideal da carga da construção (FERNANDES, 2022).
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), no item 14.4.2.1, lajes são
definidas como placas, consideradas elementos de superfície plana que são sujeitas
às ações normais a seu plano.
De acordo com Bastos (2006), as lajes são os elementos planos que são
fundamentais para receber a maior parte das ações que são aplicadas numa
construção, desta maneira, essas ações são usualmente perpendiculares ao plano da
laje podendo ser divididas como ações distribuídas na área que são distribuídas
linearmente ou ainda com forças concentradas. Assim, as ações normalmente são
direcionadas para as vigas de apoio nas bordas da laje, no entanto, podem, de
maneira eventual, ser também transmitidas diretamente aos pilares.
As lajes são elementos fundamentais na construção civil e sua escolha pode
influenciar diretamente na segurança e eficiência da edificação. Para a escolha
adequada, é necessário levar em consideração diversos fatores, como a carga que a
laje irá suportar, a dimensão do vão, a geometria da laje e as condições de execução
(MAGNANI et al., 2019).
Além disso, é importante destacar que as lajes pré-fabricadas apresentam
inúmeras vantagens em relação às moldadas in loco, como a rapidez na execução,
economia de material e mão de obra, além da precisão dimensional e uniformidade
das peças (GUIMARÃES, 2021).
A escolha da forma de execução das lajes deve levar em conta também o tipo
de edificação em que serão utilizadas, pois as lajes pré-fabricadas são mais
adequadas para edifícios com múltiplos pavimentos, enquanto as lajes moldadas in
loco são mais indicadas para edificações térreas (OLIVEIRA, 2001).
Para garantir a qualidade e segurança das lajes pré-fabricadas, é fundamental
que sejam seguidas as normas técnicas estabelecidas pela ABNT, como a NBR 14862
(ABNT, 2002a), que define os requisitos e métodos de ensaio para as vigotas
treliçadas utilizadas na fabricação de lajes pré-fabricadas, e a NBR 14859-1 e NBR
14859-2, que estabelecem os requisitos e procedimentos para a execução e
montagem dessas lajes (ABNT, 2002b).
Segundo ressaltam Souza e Rodrigues (2008), as treliças são estruturas
lineares formadas por barras retas que formam painéis triangulares quando são
unidos, essa união acontece por tração ou compressão. As treliças são chamadas de:
22

Corda, esse elemento é o conjunto de barras que limitam a treliça, superior e inferior;
Montante: barra vertical em uma treliça; Diagonal em que a barra coincide com a
diagonal de um painel; Painel: trecho entre dois alinhamentos consecutivos de
montantes (Figuras 1 e 2); e treliça Nó: em que o ponto de união está entre as
extremidades das barras.

Figura 1: Minipainel treliçado.


Fonte: Lajes Hertel (2022).

Figura 2: Sistema de minipainel com enchimento e engaste em viga e armadura de


distribuição.
Fonte: Lajes Hertel (2022).

De acordo com Botelho (2018), as lajes são elementos horizontais que


suportam as cargas das ocupações e transferem para as vigas e, posteriormente, para
os pilares. A execução das lajes pré-fabricadas é realizada através da colocação de
minipainéis treliçados, também conhecidos como vigotas, que são formados por uma
placa de concreto que pode envolver a armadura total ou parcialmente, conforme
23

definido pelas normas técnicas NBR 14862 (ABNT, 2002a), NBR 14859-1 e NBR
14859-2 (ABNT, 2002b).
Para preencher o espaço entre as vigotas, são utilizados materiais como a
lajota cerâmica e o EPS (poliestireno expansível). Segundo Castro (2023), esses
materiais não possuem função estrutural, mas apenas ocupam o espaço que seria
preenchido pelo concreto, proporcionando economia e reduzindo o peso final da
estrutura. A escolha do material de enchimento deve ser feita com base nas
características da edificação e nas necessidades específicas de cada projeto.
Além disso, é fundamental que a instalação dos painéis e o preenchimento
entre as vigotas sejam acompanhados por um profissional qualificado. A adoção de
boas práticas na execução da obra e a utilização de materiais de qualidade garantem
a segurança e a durabilidade da estrutura (BRANDÃO, 1999).
A montagem e execução de lajes de painel treliçado, embora possam parecer
complexas, são atividades amplamente difundidas entre os trabalhadores da
construção civil no Brasil. Com a prática adquirida ao longo do tempo, essa execução
se tornou habitual nos canteiros de obras, o que contribui para a agilidade e eficiência
na construção de estruturas. De acordo com um estudo realizado por Mendes et al.
(2014), a utilização desses painéis tem se tornado cada vez mais comum, devido aos
benefícios como economia de materiais, redução do tempo de execução e melhor
distribuição de cargas, o que reflete na familiaridade dos trabalhadores com a técnica,
tornando-a uma prática bem estabelecida no setor.
Entretanto, é importante destacar que a utilização de lajes pré-fabricadas
requer atenção e cuidados especiais durante a execução da obra. A colocação dos
painéis e o preenchimento entre as vigotas devem ser acompanhados de perto por
um profissional qualificado, a fim de garantir a segurança e a durabilidade da estrutura.
Além disso, é necessário que sejam seguidas as normas técnicas vigentes, como a
NBR 14859-1 e NBR 14859-2 (ABNT, 2002b), que definem os requisitos e
procedimentos para a execução de lajes alveolares protendidas, e a NBR 14862
(ABNT, 2002a) que estabelece as especificações e métodos de ensaio para
elementos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural.
É importante ressaltar que a utilização de lajes pré-fabricadas pode trazer
muitas vantagens em relação às lajes moldadas in loco, mas sua utilização deve ser
avaliada caso a caso, de acordo com as necessidades e características de cada
projeto (BENDER, 2022).
24

A armadura de distribuição é uma importante parte da estrutura de uma laje


de concreto armado, pois é responsável por distribuir as cargas da laje nas vigotas e
nas demais estruturas que fazem parte do sistema. Como explica El Debs (2000), a
função da armadura de distribuição é de distribuir os esforços da laje nas vigotas
levando as solicitações para os elementos que realmente têm a função de suportá-
los.
Além disso, a armadura de distribuição também é fundamental para garantir
a estabilidade da laje. Isso ocorre porque, em algumas situações, as vigotas de
concreto armado não são capazes de suportar sozinhas as cargas da laje,
principalmente quando a largura do enchimento é maior que 30 cm. Nesses casos, a
armadura de distribuição é responsável por transmitir as cargas para outras partes da
edificação, como as vigas e os pilares, evitando assim que a laje sofra deformações
excessivas e até mesmo colapso (OLIVEIRA, 2016).
Dessa forma, a armadura de distribuição deve ser dimensionada de forma
adequada para garantir a segurança e a durabilidade da estrutura. Para isso, é
importante considerar diversos fatores, como as dimensões da laje, as cargas que
serão aplicadas, as características dos materiais utilizados e as normas técnicas
vigentes. Entre as normas importantes que especificam o assunto estão a NBR 6118
(ABNT, 2014), que trata do projeto de estruturas de concreto armado, e a NBR 14859
(ABNT, 2002b), que estabelece os requisitos para o dimensionamento e a execução
de lajes nervuradas (BOCCHI, 1995).

2.4.1 Esbeltez das lajes

Ao calcular uma laje, um dos aspectos importantes a ser considerado é a


deformação que em alguma escala ocorrerá, mas não pode exceder certos limites.
Essa deformação é referida pelas normas como flecha, conforme apresentado na
Figura 3 (ABNT, 2014).
25

Figura 3: Influência do comprimento da laje na flecha.


Fonte: ALTOQI (2022).

A análise das deformações em uma laje é um aspecto crucial ao projetar


estruturas de concreto. De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) que trata do projeto
de estruturas de concreto, a flecha limite admissível em uma laje deve ser a 1/250 do
vão efetivo da estrutura, ou seja, a distância entre os apoios da laje. Além disso, a
norma determina que a flecha máxima não deve exceder 1/500 do vão efetivo (ABNT,
2014).
Desta forma, na NBR 6118 (ABNT, 2014), as flechas máximas, também
chamadas de deslocamentos limites, são definidas no item 13.3, que são valores
práticos usados para verificar em serviço o estado limite de deformações excessivas
da estrutura, e são classificados em quatro grupos básicos e descritos a seguir:
a) “aceitabilidade sensorial: em que o limite é caracterizado por vibrações
indesejáveis ou efeito visual desagradável. Desta forma, a limitação da flecha serve
para prevenção dessas vibrações, e quando há situações especiais de utilização, é
preciso realizar como estabelecido na Seção 23;
b) efeitos específicos: em que os deslocamentos podem impedir a utilização
adequada da construção;
c) efeitos em elementos não estruturais: quando os deslocamentos estruturais
podem desencadear o mau funcionamento de elementos que, mesmo não fazendo
parte da estrutura, estão a ela ligados;
26

d) efeitos em elementos estruturais: são aqueles deslocamentos que podem


afetar o comportamento do elemento estrutural, que provocaria o afastamento em
relação às hipóteses de cálculo adotadas. Desta forma, se os deslocamentos forem
relevantes para o elemento considerado, devem ser considerados os seus efeitos
sobre as tensões ou sobre a estabilidade da estrutura, de forma a incorporá-las ao
modelo estrutural adotado”.
O controle das deformações em uma laje é fundamental para garantir a
segurança e a durabilidade da estrutura ao longo do tempo. De acordo com a NBR
6118 (ABNT, 2014), a limitação da flecha é essencial para evitar problemas como
fissuras e deslocamentos excessivos que podem comprometer a integridade da laje e
causar desconforto aos usuários da edificação.
Para realizar o cálculo da flecha em uma laje, é necessário considerar a
geometria da estrutura, as características dos materiais utilizados, as cargas aplicadas
e, especialmente, a utilização das cargas preconizadas pela NBR 6120 (ABNT, 2019).
Além das normas, a análise e o controle das deformações em lajes são aspectos
cruciais do projeto e dimensionamento de estruturas de concreto.
Para garantir o controle das deformações em lajes de concreto, o emprego
adequado da armadura de distribuição é de suma importância. Composta por barras
de aço dispostas em uma malha posicionada próxima à face superior da laje, a
armadura de distribuição desempenha um papel essencial na redistribuição das
cargas, minimizando a ocorrência de flechas excessivas. Sua utilização aumenta a
rigidez da laje e contribui para uma distribuição mais eficiente das cargas atuantes,
evitando concentrações pontuais de tensões.

2.5 Balanço Energético

A matriz energética brasileira é amplamente reconhecida por sua


sustentabilidade e inovação, caracterizando-se pela predominância de fontes
renováveis. Aproximadamente 80% da energia gerada no Brasil provém de fontes
renováveis, uma proporção significativamente superior à de muitos outros países.
Especificamente, a energia hidroelétrica representa cerca de 60% da geração total,
evidenciando o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a necessidade de um
uso eficiente dos recursos energéticos (EPE, 2022).
27

Além da hidroeletricidade, o Brasil tem investido em outras fontes de energia


renovável, como eólica, solar e biomassa, diversificando sua matriz energética e
minimizando a dependência de combustíveis fósseis. Esses esforços reforçam a
posição de liderança do país no cenário global de energias renováveis (REN21, 2021).
A crescente conscientização sobre os impactos ambientais da produção de
energia tem levado à reavaliação dos processos produtivos em diversos setores,
incluindo a construção civil. A escolha de materiais e métodos construtivos agora leva
em consideração o consumo energético e as emissões de gases de efeito estufa, além
dos custos e eficiência (TAVARES; BRAGANÇA, 2016).
Um equívoco comum é a percepção de que métodos construtivos que não
geram resíduos no canteiro de obras são inerentemente mais sustentáveis. No
entanto, uma análise holística, que considere todas as fases do ciclo de vida do
material ou produto, é essencial. O balanço energético que abrange todo o consumo
de energia, desde a produção até o transporte de um produto, é um indicador
fundamental da sua pegada ambiental.
Neste contexto, os estudos de Tavares e Bragança (2016) destacam a
importância de considerar a demanda energética dos produtos na avaliação de sua
sustentabilidade. A conversão do consumo energético em Mega Joules (MJ) permite
uma comparação padronizada entre diferentes materiais e processos, facilitando a
identificação de alternativas mais eficientes e menos poluentes.
Os índices analisados no balanço energético de um produto são convertidos
em MJ (Mega Joule), unidade de energia definida pelo britânico James Prescott Joule
que representa a energia necessária para mover a massa de 1kg em uma distância
de 1 metro considerando uma aceleração de 1 m/s2 (BARROW, 1982). Apesar de ser
a unidade padrão do sistema internacional existe uma equivalência com outras
unidades energéticas, mais comuns e utilizadas para aferição de consumo energético.
Alguns exemplos (RESNIK, HALLIDAY, 2004), (CASTELLANELLI, 2008):

1 caloria (cal) = 4,186 Joules (J);


1 kWh (Quilowatt-hora) = 3,6.10^6 MJ (Mega Joules);
1 kg (Quilograma) de Diesel ≈ 40 MJ (Mega Joule).
28

2.6 Aço Utilizado como Armadura em Concreto Armado

A produção de vergalhão de aço está associada a um elevado consumo de


energia e à geração de significativas emissões de CO2, refletindo os desafios
ambientais enfrentados pela indústria siderúrgica. A análise das fontes energéticas
empregadas nesse setor indica uma predominância de recursos não renováveis,
como coque de carvão mineral, óleo combustível e gás natural (TAVARES;
BRAGANÇA, 2021).
A matriz energética na siderurgia, marcada pela utilização de diversas fontes
energéticas, evidencia a complexidade da transição para práticas mais sustentáveis.
O carvão vegetal, proveniente de áreas reflorestadas, representa uma das alternativas
renováveis já em uso, demonstrando o potencial para a diversificação da matriz
energética (EPE, 2021).
O consumo energético específico e as emissões de CO2 associadas à
produção de vergalhão de aço são indicadores importantes para a avaliação dos
impactos ambientais da atividade siderúrgica. A necessidade de otimização dos
processos e de adoção de tecnologias com menor impacto ambiental é evidenciada
pela análise desses indicadores (CLETO, 2022).
A reciclagem de aço é uma prática reconhecida por sua contribuição à
redução da demanda por matérias-primas virgens e à diminuição das emissões de
CO2. Esse processo enfatiza a importância de incorporar estratégias de economia
circular na produção siderúrgica (XAVIER; LOPES, 2020).
A implementação de tecnologias eficientes e o uso de fontes de energia
renovável são apontados como estratégias para a mitigação dos impactos ambientais
associados à produção de aço. Estas ações visam não apenas à redução dos desafios
energéticos, mas também ao alinhamento da indústria siderúrgica com objetivos de
desenvolvimento sustentável (SILVA; SERRA, 2021).
A revisão dos estudos indica a importância da adoção de práticas sustentáveis
na indústria do aço, envolvendo inovações tecnológicas e a transição para fontes de
energia menos impactantes ao meio ambiente. Políticas públicas e incentivos voltados
para a sustentabilidade são fundamentais para promover mudanças efetivas na
produção de vergalhão de aço, contribuindo para os esforços de mitigação das
mudanças climáticas e conservação dos recursos naturais.
29

2.7 Politereftalato de Etila - PET

Segundo salientam Lucas e Moraes (2014), a sigla PET é designada para o


Polietileno Tereftalato, poliéster ou polímero termoplástico, descrito como uma
espécie de plástico de extrema resistência e 100% reciclável, que possui composição
química, no entanto, não produz nenhum produto tóxico, formada apenas de carbono,
hidrogênio e oxigênio.
Considerado um material de fácil aquisição pelas diferentes classes sociais o
PET é um termoplástico, um material maleável, que pode ser reutilizado 100% desde
a tampa até a parte terminal da garrafa, o que demonstra ser um material sustentável
e aliado dos grandes projetos socioambientais (SOUSA et al., 2012).
O PET é o plástico com maior uso na indústria, pois é usado na fabricação de
frascos e embalagens para refrigerantes, águas, sucos, óleos usados na alimentação,
cosméticos, medicamentos e outros tipos de embalagens.
A grande utilização de plásticos tem ligação com suas propriedades, as quais
são necessárias e importantes para a indústria como um todo, assim como em razão
de sua durabilidade, resistência, baixo peso, modelagem fácil, custo de fabricação
baixo. Assim, de forma progressiva, o plástico foi se tornando fundamental em
diferentes setores, seja alimentação, bebidas, agricultura, têxtil e vestuário,
construção civil, perfumaria e eletrônicos (FUNDAÇÃO HEINRICH BÖL, 2020).
O PET é um polímero termoplástico que é produzido industrialmente por duas
vias: Pela via de esterificação direta do ácido tereftálico (TPA) com o etileno glicol
(EG); e também pela transesterificação do dimetil tereftalato (DMT) com o etileno glicol
(WANDERSON; SPINACÉ; PAOLI, 2009).
De acordo com Manrich (2005), o polímero é qualquer material orgânico ou
inorgânico, seja natural ou sintético, com um alto peso molecular e diferentes
estruturas repetitivas (monômeros) que se ligam entre si por meio de ligações
primárias e estáveis. No caso dos plásticos, estes são polímeros orgânicos sintéticos
ou ainda derivados de compostos orgânicos que tem moldagem das mais diversas
formas quando dispostos a condições de calor e pressão.
Dependendo do objetivo de quem classifica, os polímeros podem ser
classificados mais comumente como: do seu ponto de partida de estrutura química;
da sua metodologia de preparação; ou também de suas características tecnológicas
e, por fim, do seu comportamento mecânico (MANRICH, 2005).
30

Com o constante avanço tecnológico, novas aplicações são feitas para o PET
reciclado, pois com a substituição dos materiais convencionais pelos materiais
alternativos que são habitualmente utilizados na engenharia e que trazem como
benefícios, além da implementação de novas tecnologias, a preservação dos recursos
naturais. Muitas vezes, esses materiais alternativos apresentam semelhanças ou até
mesmo são superiores em suas características.
A transformação do Politereftalato de etila (PET) se distingue por sua
eficiência energética quando comparada a outros materiais poliméricos. Murta (2016)
destaca que o processo de transformação do PET, sendo de natureza física e não
química, contribui significativamente para esta eficiência. Tal característica é de
grande relevância frente aos desafios contemporâneos de sustentabilidade e redução
do consumo energético.
Santos (2021) examina o processo de extrusão, essencial na produção do
PET, que envolve a transição do material de sólido para líquido e sua subsequente
moldagem. Este processo resulta na formação de um produto intermediário que, após
ser cortado, transforma-se em pellets, prontos para uso nas indústrias de sopro e
injeção. Esta descrição sublinha a eficácia do processo produtivo do PET.
O PET é um polímero semicristalino e ligeiramente polar, ou seja, os
poliésteres termoplásticos demonstram ótima resistência química, em especial
quando entram em contato com hidrocarbonetos alifáticos, álcoois, detergente,
gasolina, ácidos minerais, graxas e óleos. No quadro 1, apresenta-se um resumo do
comportamento do PET diante dos principais produtos químicos (SIMIELLI; SANTOS,
2010).

Quadro 1 - Resistência do PET aos principais produtos químicos.


Resistência do PET
Agente Químico
23 °C 60 °C
Acetona Ótima e regular -
Ácido Acético (10%) Ótima Ótima e regular
Ácido sulfúrico (10%) Ótima -
Água Ótima Regular
Amônia (10%) Ótima -
Benzeno Ótima -
Cetona Regular Pobre
Etanol Ótima -
Etilenoglicol Ótima Ótima e regular
Gasolina Ótima Ótima e regular
Glicerol Ótima -
Graxas lubrificantes Ótima Ótima
31

Hidróxido de sódio (10%) Pobre -


Metanol Ótima Ótima e regular
Óleo de usinagem Ótima Ótima
Óleo hidráulico Ótima Ótima
Fonte: Simielli e Santos (2010).

As investigações realizadas por Faria (2011), em empresas de reciclagem do


PET, iluminam as práticas operacionais, apontando para a relevância da eficiência em
cada etapa produtiva. Tais estudos indicam a importância da otimização contínua para
sustentar a viabilidade ambiental e econômica da produção do PET.
A crescente demanda por PET impulsiona a necessidade de investimentos
em tecnologias que não apenas aumentem a eficiência produtiva, mas também
minimizem impactos ambientais, incluindo a redução de emissões de gases de efeito
estufa. Estas inovações tecnológicas são vistas como fundamentais para alinhar a
produção de PET às metas de desenvolvimento sustentável.
A economia circular, com foco na reciclagem e reutilização do PET, é
identificada como estratégica para diminuir o impacto ambiental. Práticas que
reduzem a dependência de novas matérias-primas e diminuem a pegada de carbono,
são essenciais para a sustentabilidade do setor, conforme discutido por Faria (2011).
O estudo desenvolvido por Oliveira et al. (2024), tem o objetivo de avaliar a
utilização de PET (Politereftalato de Etila) extrusado como alternativa ao tradicional
aço CA-50 em armaduras de concreto armado. Os resultados obtidos nos 49 corpos
de prova analisados indicaram notável redução no consumo energético com o uso do
PET, o que demandou 0,72 MJ/Kg, uma diminuição de 95,5% quando comparado ao
aço. Os autores observaram ainda que o PET se apresentou como alternativa
promissora ao aço, estando alinhado com os objetivos de eficiência energética e
sustentabilidade na construção civil atual.
A literatura enfatiza a necessidade de melhorias nas práticas e processos
produtivos da indústria do PET. A adoção de padrões de sustentabilidade e a
implementação de práticas ambientalmente responsáveis são indispensáveis para
minimizar o consumo energético e promover a responsabilidade ambiental dentro da
indústria do PET.
32

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Concreto e Materiais do Centro


Tecnológico do Centro Universitário UNIVEL, situado na cidade de Cascavel, Oeste
do Estado do Paraná.

3.1 Caracterizações

Na engenharia de materiais aplicada à construção civil, exploramos duas


propriedades relevantes: a resistência à tração e a rugosidade. A resistência à tração
ajuda a compreender o comportamento dos materiais quando submetidos a forças de
estiramento, enquanto a rugosidade afeta a interação entre materiais, como a adesão
entre concreto e reforços.
A comparação entre o aço, comumente utilizado em estruturas, e o PET
reciclado permite examinar as potencialidades de materiais sustentáveis. Este
segmento do artigo visa detalhar como o PET reciclado pode representar uma
alternativa ao uso do aço, focalizando em suas propriedades mecânicas e na
capacidade de aderência com o concreto, que são elementos importantes para a
funcionalidade e longevidade das estruturas de concreto armado.

3.1.1 Resistência à tração

Utilizando a prensa "EDUTEC Máquina para Teste Universal Controlada por


Computador modelo WAW-100 / CD-Y1513", com precisão de 1%, conduziu-se testes
em cinco amostras de 10cm tanto de PET quanto de aço. O objetivo era obter uma
medição precisa da capacidade de tração destes materiais.
A metodologia adotada incluiu o uso de pinças de 0,7mm para o PET e de 4-
9mm para o aço, garantindo que o ponto de falha ocorresse intrinsicamente no
material, e não na interface com as pinças. Esta precaução técnica assegura a
confiabilidade dos resultados obtidos sobre a resistência à tração.
Para a realização dos testes de resistência a tração, foram utilizados os
laboratórios do Centro Tecnológico do Centro Universitário UNIVEL – campus
Cascavel.
33

3.1.2 Rugosidade

Foram utilizadas amostras de barras de aço conforme especificações da NBR


14859 (ABNT, 2002b), e amostras de PET reciclado. A escolha destes materiais
baseou-se em seu uso prevalente na indústria da construção civil e na proposta de
investigar alternativas mais sustentáveis ao aço.
A rugosidade superficial das amostras de aço e PET foi medida utilizando um
rugosímetro digital, marca BEIJING DRAGON ELECTRONICS CO., modelo DR230.
Este equipamento foi escolhido por sua capacidade de fornecer leituras precisas da
rugosidade superficial, essenciais para a análise comparativa.
As amostras de aço e PET foram preparadas conforme padrões industriais,
mantendo dimensões uniformes para garantir a precisão das medições. Cada amostra
foi medida em múltiplos pontos para assegurar a consistência dos dados. A medição
concentrou-se em quantificar as distâncias entre as ranhuras e a rugosidade geral das
superfícies, seguindo um protocolo estabelecido para minimizar variações e garantir
a reprodutibilidade das leituras.
Os dados de rugosidade foram analisados e comparados para avaliar a
aderência potencial ao concreto das amostras testadas. A análise incluiu a
consideração das especificações da NBR 14859 (ABNT, 2002b) sobre a importância
da superfície nervurada das barras de aço para a aderência ao concreto. Além disso,
investigou-se como as características de superfície do PET reciclado poderiam ser
otimizadas para melhorar sua aderência, considerando as limitações do processo de
fabricação desse material.
O estudo apoiou-se em revisões bibliográficas de trabalhos anteriores, como
o de Ferreira (2020) sobre o uso de PET reciclado em impressoras 3D e a pesquisa
de Peña (2024), que investigou as propriedades superficiais de diversos materiais em
relação à sua interação com o concreto. Essas referências forneceram um pano de
fundo para entender as implicações da rugosidade na aderência material-concreto e
orientaram a análise dos dados coletados.

3.2 Demanda energética

Este estudo visou quantificar e comparar o balanço energético e as emissões


atmosféricas associadas à produção e ao transporte de aço e PET reciclado,
34

enfatizando a matriz energética brasileira de predominância renovável. A análise


engloba as etapas de produção, armazenamento, e transporte, incluindo a avaliação
do ciclo de vida completo dos materiais, desde a extração das matérias-primas até a
disposição final.
Utilizando o software SimaPro 9.5.0.2, focou-se na análise de ciclo de vida
(ACV) para calcular as emissões atmosféricas e o consumo energético de aço e PET
reciclado. Os dados de emissões de CO2 eq, CH4 eq, e N2O eq foram coletados para
investigar os impactos ambientais ao longo de suas fases de vida. Além de consultar
diversos artigos que tratavam de um ou de ambos os materiais. Esta metodologia
facilitou a comparação direta entre os materiais, refletindo questões de
sustentabilidade e eficiência energética no setor da construção civil.
Informações adicionais foram obtidas por meio de conversões energéticas
padrão e de revisão de literatura acadêmica e relatórios técnicos (BARROW, 1982;
RESNIK, HALLIDAY, 2004; CASTELLANELLI, 2008; EPE, 2022; CLETO, 2022),
essenciais para o cálculo do consumo energético em Mega Joules (MJ) por
quilograma de material e análise das emissões diretas e indiretas nas etapas de
produção e transporte.
No caso do aço, a análise abordou o consumo energético associado à sua
produção, destacando o uso de diferentes fontes energéticas. Informações sobre
consumo específico de energia e emissões de CO2 por quilograma de aço produzido
foram detalhadas, considerando a importância da reciclagem para a redução da
demanda por matéria-prima e diminuição das emissões.
Para o PET, foi examinado o processo de transformação, enfatizando a
produção e reciclagem do material. Foram analisadas as etapas de extrusão e corte,
com base em dados existentes para quantificar o consumo energético e emissões de
CO2. A reciclagem do PET recebeu atenção especial pela sua capacidade de reduzir
o consumo energético e as emissões.
Os dados sobre emissões atmosféricas e consumo energético foram
integrados para comparar os materiais segundo critérios de eficiência energética e
impacto ambiental. Esta comparação forneceu informações para discutir a viabilidade
ambiental do uso de aço e PET reciclado na construção civil, considerando o cenário
energético brasileiro e as estratégias para mitigar impactos ambientais.
35

3.3 Ensaio Resistência Mecânica

3.3.1 Concreto e agregados

No desenvolvimento da composição do concreto para a presente pesquisa,


adotou-se um traço de 3:2:1, correspondendo, respectivamente, a agregado graúdo,
agregado miúdo e cimento Portland. Esta proporção foi estrategicamente escolhida
para alcançar um equilíbrio ótimo em termos de resistência, durabilidade e
trabalhabilidade do concreto. O cimento Portland, identificado pelo menor valor no
traço, é fundamental para a coesão e resistência do material, como descrito por Mehta
e Monteiro (2013) em "Concreto: Microestrutura, Propriedades e Materiais".
Os agregados, que compõem a maior parte do volume do concreto, foram
selecionados conforme as especificações da norma NBR 7211 (ABNT, 2022). O
agregado miúdo, geralmente areia, possui granulometria entre 0,075 mm e 4,8 mm,
enquanto o agregado graúdo, composto por pedras britadas ou seixos rolados, varia
entre 4,8 mm e 50 mm. A conformidade com esses parâmetros granulométricos é
crucial, conforme Neville (2011) aponta em "Propriedades do Concreto", para
assegurar a homogeneidade e qualidade do concreto, influenciando diretamente suas
propriedades mecânicas e durabilidade.
A relação água-cimento de 0,65 foi definida com base em critérios de
hidratação eficiente do cimento e manutenção da integridade estrutural do concreto.
A importância desta proporção é destacada por Aïtcin (2000) em "High-Performance
Concrete", enfatizando que uma relação a/c equilibrada é essencial para a otimização
das propriedades mecânicas e da durabilidade do concreto.
Ademais, a incorporação de um aditivo plastificante na proporção de 2% em
relação à massa do cimento segue as recomendações do fabricante, visando
aprimorar a trabalhabilidade do concreto. A eficácia dessa adição em melhorar a
manipulação e aplicação do concreto, sem aumentar o conteúdo de água, é
corroborada por Ramachandran (1995) em "Concrete Admixtures Handbook".
Assim, a seleção deste traço específico, em conformidade com as diretrizes
da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e as normas técnicas
estabelecidas pela NBR 7211 (ABNT, 2022), é fundamental para atender às
exigências estruturais e de durabilidade para a aplicação específica do concreto. Este
processo, conforme discutido por Falkner (2007) em "Technology and Applications of
36

Autonomous Underwater Vehicles", assegura a qualidade e a conformidade do


material com os padrões estabelecidos no campo da engenharia civil.
Os corpos de prova foram executados em cada batelada com a mesma
dosagem de concreto. O agregado miúdo ou (areia) foi adquirida em uma única
compra de um único fornecedor. Antes de ser utilizada, ambas as amostras foram
submetidas ao processo de secagem, conforme preconiza a NBR NM 46 (ABNT,
2003a).
Quanto aos materiais, tanto areia quanto pedra foram caracterizados de
acordo com as especificações da NBR NM 248 (ABNT, 2003b). Essa norma
estabelece o método para determinar a composição granulométrica de agregados
miúdos e graúdos, sendo aplicada para avaliar a distribuição dos tamanhos das
partículas presentes nos agregados.
O agregado miúdo foi obtido da mesma fonte e adquirido em uma única
compra para evitar diferenças entre lotes. Essa prática é recomendada para garantir
a consistência dos resultados e está em linha com os procedimentos padrão
estabelecidos em literatura relevante. Conforme preconizado pela norma já citada,
realizou-se o ensaio de granulometria com cinco amostras, de acordo com os
procedimentos normativos.
Foi realizada a secagem dos materiais utilizados em estufa segundo a norma
NBR NM 27 (ABNT, 2001), a qual prevê que, para o procedimento ser realizado,
precisa estar num intervalo de temperatura entre 105±5°C por 24 horas.
O concreto dosado para moldar estes corpos de prova foi (aglomerante
(cimento): agregado miúdo (areias de rio lavada): agregado graúdo (brita 1))
(1,5:3,9:4,6) em massa, com uma relação água/cimento de 0,75. O aglomerante
utilizado foi o cimento Portland CP II F-32. Para este trabalho, foi considerado um
concreto executado para grau de agressividade I, de acordo com a NBR 12655
(ABNT, 2005). Além disso, foi adicionado um aditivo superplastificante, na proporção
de 3% em relação à massa do aglomerante segundo recomenda o fabricante.
Como o fator água/cimento é fundamental para a resistência final do concreto,
todos os agregados, tanto areia de rio lavada e brita 1, foram submetidos ao processo
de secagem em estufa, sendo mantidos por 24h a uma temperatura de 1050C (±50C);
garantido assim as mesmas condições para todas as amostras.
Para a determinação da porcentagem de utilização do aditivo, levou-se em
consideração o peso do aglomerante, sendo que, no caso deste trabalho, o cimento
37

utilizado foi o CP II F-32. A escolha desse cimento específico levou em conta suas
características e adequação às exigências do projeto.
Essa combinação de traço de concreto, relação água/cimento, aditivo
superplastificante e tipo de cimento utilizado foi selecionada com o objetivo de obter
um concreto com propriedades adequadas, garantindo resistência, trabalhabilidade e
desempenho de acordo com as necessidades do projeto em questão.

3.3.2 Amostras

Seguindo o que recomenda a NBR 5738 (ABNT, 2015) sobre a moldagem e


cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, foram realizados 75
corpos de prova (Tabela 1), incluindo amostras cilíndricas e prismáticas, apresentadas
na Figura 4. Em cada batelada, foram feitos 5 (cinco) moldes prismáticos da análise
proposta, totalizando 5 corpos de prova. Além disso, foram executadas mais 2 (dois)
testemunhos. As bateladas foram definidas a fim de comparar as propriedades
mecânicas do PET frente ao aço na utilização como armadura de distribuição. Para
esta pesquisa, foram realizadas e nomeadas as bateladas com as seguintes
configurações:

Tabela 1: Amostras Utilizadas por Ordem de Execução.


Lote Amostras Barras/Tela (mm) Testemunhos CP Prismático
LOTE 01 5 amostras 2 barras de pet 3,04 mm 2 3

LOTE 02 5 amostras 2 barras de aço 3,33 mm CA-50 2 3

LOTE 03 5 amostras 3 barras de pet 3,04 mm 2 3

LOTE 04 5 amostras 3 barras de aço 3,4 mm CA-50 2 3

LOTE 05 5 amostras TELA 10x10 cm 3,4 mm CA-50 2 5

LOTE 06 5 amostras 1 barra de pet 3,04 mm 2 6

LOTE 07 5 amostras 1 AÇO CA 50 3,4mm 2 3


Fonte: O autor (2024).
38

Figura 4: Detalhe de um lote padrão dos corpos de prova prismáticos e dos


cilíndricos retirados em cada batelada.
Fonte: O autor (2024).

Os corpos de prova cilíndricos foram considerados resistentes em 3 testes


entre as bateladas. Para o ensaio de resistência da compressão não foi objetivada
apenas a flexão, visto que buscou-se avaliar o efeito da resistência da compressão.
Entretanto, é necessário saber a resistência à compressão de cada amostra para se
balizar sobre o quão resistente é o concreto e seu efeito na flexão. Desta forma,
calcula-se apenas a diferença ganha com o material utilizado como material de
armadura de distribuição. Foi respeitado o mesmo traço e mesmas condições para as
amostras, entretanto, para cada corpo de prova prismático foi feito o abatimento do
concreto a fim de conferir o slump, segundo o que preconiza a NBR 16889 (ABNT,
2020): “Concreto – Determinação do abatimento do tronco de cone”. Outra
caracterização do concreto foi a resistência à compressão do mesmo, através da NBR
5738 (ABNT, 2015): “Modelagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos
de concreto”.
39

3.3.2.1 Corpo de prova

Como já exposto na revisão, as normas não possuem um método para


dimensionamento de armadura de distribuição, existe apenas uma relação entre a
área de aço da armadura positiva e a área da armadura de distribuição.
Objetivou-se com a metodologia exposta a seguir, determinar a quantidade
de barras do material que é suficiente para atender a quantidade mínima estabelecida
em norma e o atendimento de resistência à solicitação de tração que este material
seria submetido a fim de ter o mesmo efeito de resistência garantido pela área de aço.
Para tanto uma metodologia precisou ser desenvolvida, como a função da
armadura de distribuição é garantir que a carga que é exercida sobre o enchimento
seja direcionada às vigotas, objetivou-se um teste prático para determinar que a
resistência à tração obtida pelo corpo de prova com aço seja equivalente ao obtido
com o preposto material, aqui denominado PET.
O ensaio sobre a tração seguiu a NBR 12142 (ABNT, 2010): “Determinação
da resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos” e a NBR 5738
(ABNT, 2015): “Modelagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de
concreto”.
Os moldes prismáticos possuem dimensão de 0,15x0,15x0,5m, entretanto
como objetivou-se encontrar a reação do aço e do pet apenas com a capa da laje, o
corpo de prova prismático não foi preenchido na altura de 0,15m, sendo posicionada
a armadura e o PET com cobrimento de 0,025m e a camada de concreto foi de 0,05m,
conforme Figura 5.
40

Figura 5: Moldes de madeira para concretagem dos corpos prismáticos com altura
de capa.
Fonte: O autor (2024).

Para evitar que o concreto deslocasse o aço e o PET para o fundo da forma,
foram feitas aberturas e as barras fixadas nas laterais, permitindo que o concreto fosse
depositado sem comprometer o posicionamento das barras.
A metodologia adotada neste estudo não está normatizada na forma como foi
executada, portanto, pode ser considerada inovadora, baseou-se nas normas
aplicáveis à determinação da flexão em vigas. No entanto, é importante destacar que
o comportamento da capa da laje, neste contexto, é relevante principalmente para a
análise da distribuição de cargas. Esta análise é essencial, pois representa a primeira
interação da estrutura com o carregamento, contribuindo para a distribuição efetiva da
carga acidental nas treliças. Esta abordagem está alinhada com os princípios
estabelecidos na NBR 6120 (ABNT, 2019), que trata das "Cargas para o Cálculo de
Estruturas de Edificações".
41

Ao todo foram solicitados 49 corpos de prova prismáticos com as


configurações supra citadas, os resultados da tração máxima suportada foi o resultado
principal a ser obtido, porém, a análise permitiu a obtenção de outros fatores que
exercem influência na resistência final, como Slump, Dimensão, Massa, local em que
aconteceu a ruptura e a Idade de rompimento. Todos estes dados foram anotados
para cada amostra.

3.3.3 Ensaio de resistência à flexão

Para o ensaio de resistência à flexão, utilizou-se a Prensa Servo controlada


CBR Owntec. A barra de aço utilizada possuía resistência conhecida e tabelada. Os
resultados obtidos foram comparados com os valores estabelecidos pela norma NBR
12142 (ABNT, 2010). A resistência à tração foi analisada diretamente nos materiais
isolados, PET e Aço, que foram submetidos à tração na prensa.
A flexão do conjunto foi analisada na prensa de concreto, seguindo as
recomendações da norma NBR 12142 (ABNT, 2010), que trata da determinação da
resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos, e da norma NBR 5738
(ABNT, 2015), que trata da modelagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou
prismáticos de concreto. No entanto, o corpo de prova precisou ser adaptado. De
acordo com as normas, esse teste deve ser realizado com um corpo de prova nas
dimensões de 0,15x0,15x0,50m.
Assim, para analisar o comportamento desejado, que é o de uma capa de laje,
o corpo de prova prismático foi concretado até a altura de 5cm. Portanto, o corpo de
prova final ficou com as dimensões de 0,05x0,15x0,50m, conforme apresentado na
Figura 6.
42

Figura 6: Corpo de prova prismático no formato de capa de laje para teste de


eficácia em armaduras de distribuição.
Fonte: O autor (2024).

Seguindo o que recomenda a NBR 5738 (ABNT, 2015) que trata da moldagem
e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, foi realizado um total
de 75 corpos de prova (Tabela 2), incluindo amostras cilíndricas e prismáticas,
apresentadas na Figura 6.

Tabela 2: Amostras Utilizadas por Ordem de Execução.


Lote Amostras Barras/Tela (mm) Testemunhos CP Prismático
LOTE 01 5 amostras 2 barras de pet 3,04 mm 2 3
2 barras de aço 3,33 mm
LOTE 02 5 amostras 2 3
CA-50
LOTE 03 5 amostras 3 barras de pet 3,04 mm 2 3
3 barras de aço 3,4 mm
LOTE 04 5 amostras 2 3
CA-50
TELA 10x10 cm 3,4 mm
LOTE 05 5 amostras 2 5
CA-50
LOTE 06 5 amostras 1 barra de pet 3,04 mm 2 6
LOTE 07 5 amostras 1 AÇO CA 50 3,4mm 2 3
Fonte: O autor (2024).

Em cada batelada, foram feitos 5 (cinco) moldes prismáticos da análise


proposta, totalizando 5 corpos de prova. Além disso, foram executadas mais 2 (dois)
testemunhos. As bateladas foram definidas a fim de comparar as propriedades
mecânicas do PET frente ao aço na utilização como armadura de distribuição. Para
43

esta pesquisa, foram realizadas e nomeadas as bateladas com as seguintes


configurações, como mostra a Figura 4, a qual detalha um lote padrão dos corpos de
prova prismáticos e dos cilíndricos retirados em cada batelada.
Os corpos de prova cilíndricos foram consistentes com valores semelhantes
em todas as bateladas. Em uma das bateladas, foram retirados 6 corpos de prova,
onde 3 serviram para o mesmo propósito dos demais, enquanto os outros 3 foram
utilizados para a análise de absorção de água.
A resistência à compressão não foi objetivada apenas à flexão, tendo em vista
o efeito que se buscou avaliar. Entretanto, é fundamental saber a resistência à
compressão de cada amostra para se balizar e determinar quão resistente é o
concreto e seu efeito na flexão, em seguida, calcula-se apenas a diferença ganha com
o material utilizado como material de armadura de distribuição. Foi respeitado o
mesmo traço e mesmas condições para as amostras, entretanto, para cada corpo de
prova prismático foi feito o abatimento do concreto a fim de conferir o slump, segundo
o que preconiza a NBR 16889 (ABNT, 2020): “Concreto – Determinação do
abatimento do tronco de cone”. Outra caracterização do concreto foi a resistência à
compressão do mesmo, por meio das orientações da NBR 5738 (ABNT, 2015):
“Modelagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de concreto”.

3.3.4 Relação da resistência útil x área do fuste da barra

O objetivo desta análise foi avaliar a eficácia das barras de polietileno


tereftalato (PET) em comparação com as tradicionais barras de aço quando utilizadas
como reforço em compósitos de concreto. Especificamente, buscou-se entender como
a área de superfície dessas barras afeta a transferência de carga e a resistência
mecânica do concreto reforçado.
A área da superfície de cada “cilindro”, considerando que a barra de aço e
PET geometricamente é cilíndrica, é essencial para a avaliação da eficiência de
transferência de carga, por isso, foi calculada com base na geometria dos cilindros,
utilizando as fórmulas padrão para a área de superfície de cilindros. A área útil do
fuste das barras foi determinada como uma variável crítica na análise da eficácia do
reforço.
Os resultados foram comparados com os de testemunhos de concreto padrão
para avaliar o impacto do tipo de barra de reforço na resistência do compósito. A
44

diferença na resistência entre os lotes testados e os testemunhos foi ajustada pela


área útil do fuste para normalizar os resultados, permitindo uma comparação justa da
eficiência estrutural em termos de Megapascal (MPa).
A análise focou na comparação da eficácia das barras de PET e aço, com
base na resistência mecânica e na eficiência de transferência de carga, ajustadas pela
área de contato. A análise incluiu a avaliação da não linearidade entre a quantidade
de reforço e a resistência alcançada, considerando fatores como distribuição,
orientação e aderência das barras no compósito de concreto reforçado.
Os dados fornecidos indicam que, devido à diversidade de fontes de materiais
utilizadas no processo de extrusão, o Politereftalato de etileno (PET) reciclado
utilizado neste estudo apresentou variações nas suas composições químicas entre os
lotes. Apesar dessas variações serem uma consequência natural do processo de
reciclagem, foi confirmado que todas as amostras mantiveram propriedades dentro de
um espectro aceitável para os objetivos desta pesquisa.
Este PET reciclado é um polímero de engenharia, obtido por meio de
reciclagem e subsequente extrusão, caracterizado como termoplástico com
organização molecular semicristalina. A densidade do material foi registrada em 1,36
g/cm³ e as amostras exibiram uma taxa de contração volumétrica variando entre 0,2%
e 2,0%. As temperaturas críticas, como a de transição vítrea e de fusão, foram
consistentemente medidas em 70 °C e 260 °C, respectivamente.
Para garantir a qualidade do processamento e das propriedades finais do
produto, o material passou por um rigoroso processo de secagem, recomendado entre
160 e 180 °C por 3 a 5 horas. Esse procedimento é essencial para reduzir a presença
de umidade, que pode prejudicar a estabilidade e as propriedades mecânicas do PET
durante a moldagem e o uso subsequente em aplicações de embalagem, nas quais é
exigida resistência térmica e mecânica.
45

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo tem como finalidade apresentar os dados obtidos com as


análises realizadas e seus respectivos resultados.
Explorando a caracterização de materiais fundamentais na engenharia civil,
este texto se debruça sobre as propriedades de resistência à tração e rugosidade
superficial do aço e do Politereftalato de Etila (PET) reciclado. A análise da resistência
à tração ajuda a determinar a capacidade dos materiais em resistir a forças de tração
antes da falha, enquanto a rugosidade superficial é um fator que influencia
diretamente na aderência entre materiais, constituindo-se como um aspecto
importante para aplicações como o concreto armado. Por meio de testes precisos, o
desempenho do aço, tradicionalmente utilizado na armadura de concreto armado, é
comparado com alternativas sustentáveis, como o PET reciclado. A análise
comparativa visa entender as potencialidades e limitações de cada material,
procurando harmonizar as exigências estruturais com as preocupações ambientais.
Ao avaliar o comportamento dos materiais sob cargas e sua interação com o concreto,
contribuímos para a discussão sobre a viabilidade de utilizar materiais reciclados em
projetos de engenharia, abrindo caminho para investigações futuras e o
desenvolvimento de métodos construtivos mais sustentáveis.
A fim de apresentar de forma organizada os dados obtidos, todos os valores
foram compilados na Tabela 3. Cabe ressaltar que esses valores foram calculados a
partir da média simples dos dados coletados durante a pesquisa.
Com base nos dados obtidos, fica evidente que todas as amostras, quando
comparadas com o testemunho, apresentaram ganho significativo em resistência.
Essa melhoria na tensão revela um cenário promissor para a utilização do PET como
material estrutural.
Ao considerar um cálculo estrutural, tem-se uma barra de 3,4mm a cada 5cm,
atuando como uma laje de distribuição sob um carregamento adequado para mais da
metade das ocupações preconizadas na NBR 6120 (ABNT, 2019). Entretanto,
conforme avaliado na resistência à tração simples, o PET na espessura utilizada
alcançou apenas 10kN, enquanto o aço atingiu 500kN, conforme as figuras 10 e 11.
46

Tabela 3: Valores obtidos com o cálculo da média aritmética de todas as amostras


das medições feitas no laboratório, trata-se de um resumo de todos os dados da tese.
SLUMP LARGURA COMPRIME MASSA FLEXÃO D1 D2 D3 D4
BARRA A1 (cm) A2 (cm)
(cm) (cm) NTO (cm) (kg) (kN) (cm) (cm) (cm) (cm)

2 PET 16,5 5,2 5,3 15,0 49,8 9,2 220,3 23,3 0,0

TESTEMUNHO 16,5 5,0 4,9 15,0 50,2 8,9 186,9 22,2 0,0
2 AÇO CA 50
16,8 5,1 5,1 15,0 50,1 9,2 355,3 19,3 26,6
3,4mm

TESTEMUNHO 16,8 5,1 5,3 15,0 50,5 9,2 202,1 23,2 0,0

3 PET 17,0 5,2 5,1 15,0 50,2 9,1 178,5 24,2 0,0

TESTEMUNHO 17,0 5,1 5,1 15,0 50,5 9,1 162,0 17,1 0,0
3 AÇO CA 50
17,0 4,9 5,1 15,0 49,8 9,0 362,8 17,2 32,3
3,4mm

TESTEMUNHO 17,0 4,8 4,9 15,0 50,3 8,6 177,9 18,6 0,0
TELA 10X10
18,0 5,1 5,2 15,0 49,9 9,3 352,9 14,4 19,2 27,3 30,1
3,4mm

TESTEMUNHO 18,0 5,1 4,9 15,0 50,3 8,7 162,0 23,0

1 PET 12,0 5,1 5,2 15,0 50,1 9,3 285,3 21,2

TESTEMUNHO 12,0 5,1 5,1 15,0 50,4 9,1 259,7 20,0


1 AÇO CA 50
17,0 5,0 4,9 15,0 50,1 9,0 454,1 19,3 31,5
3,4mm

TESTEMUNHO 17,0 4,9 5,1 15,0 50,4 9,0 246,8 25,0

**Notas: A1 e A2: Altura do molde prismático medida em cm.


D1; D2; D3 e D4: Amostras onde ocorreu o rompimento do corpo de prova em 1, 2, 3 e 4
lugares respectivamente.
Fonte: O autor (2024).

Essa constatação é de suma importância, pois evidencia a viabilidade técnica


do PET como substituto parcial do aço na armadura de distribuição. O fato de o PET
ter apresentado um desempenho satisfatório em relação à resistência, aliado ao seu
peso mais leve e facilidade de manuseio, ressalta suas vantagens como material
estrutural na construção civil.
Esses resultados abrem perspectivas promissoras para a construção de
estruturas mais sustentáveis e eficientes. A possibilidade de utilizar o PET como uma
alternativa ao aço em parte da estrutura pode representar uma significativa redução
na demanda por recursos naturais não renováveis, contribuindo para uma abordagem
mais eco-friendly na indústria da construção.
Contudo, é crucial destacar que, para consolidar o PET como uma opção
efetiva, mais estudos e testes devem ser conduzidos, a fim de aprimorar suas
características e confirmar sua eficácia em diferentes cenários e demandas
estruturais. Com a continuidade da pesquisa e investimentos em inovação, o PET
47

pode se tornar uma peça-chave na construção de um futuro mais sustentável e


responsável ambientalmente.
É evidente que a necessidade de ajustar a espessura do produto se torna
aparente. Embora o PET tenha apresentado aumento significativo na resistência,
superior a 30% no LOTE 01, em comparação com o seu testemunho, conforme
demonstrado na tabela 6 e corroborado pelas análises da seção transversal, é preciso
considerar o aprimoramento dessa característica para garantir seu desempenho ideal.
Ainda que os resultados preliminares indiquem um progresso positivo na
resistência do PET como material estrutural, é importante ressaltar que o processo de
aperfeiçoamento deve ser contínuo. A otimização da espessura é um fator crítico para
alcançar o equilíbrio entre a resistência mecânica e as necessidades estruturais das
construções.
Nesse sentido, estudos adicionais são essenciais para compreender a relação
entre a espessura do PET e sua resistência, considerando diferentes condições e
demandas estruturais. A busca por uma proporção ideal é fundamental para que o
PET se consolide como uma alternativa confiável e eficiente em relação ao uso do
aço como armadura de distribuição no concreto.
Vale destacar também que o PET apresenta um fator importante a ser
considerado sob o aspecto executivo. Sendo mais leve e de manuseio mais fácil, pode
ser transportado em rolo e não demanda nenhuma ferramenta diferente das já
disponíveis em qualquer obra. Essas características tornam o PET um virtual
substituto do aço para a utilização na armadura de distribuição, desde que este seja
desenvolvido em espessura maior e sua resistência alcance a mesma do aço.
A praticidade executiva do PET é um aspecto que não pode ser negligenciado.
Sua leveza contribui para reduzir o esforço físico necessário durante o manuseio,
proporcionando maior conforto aos trabalhadores da construção civil. Além disso, o
transporte em rolos facilita a logística de distribuição, agilizando o processo
construtivo e diminuindo o tempo de execução das obras.
A ausência da necessidade de ferramentas específicas para trabalhar com o
PET é um fator decisivo para sua viabilidade como substituto do aço. A disponibilidade
de equipamentos padrão em qualquer obra permite uma transição mais suave para a
adoção do PET como elemento estrutural.
No entanto, é fundamental que pesquisas adicionais sejam conduzidas para
desenvolver o PET com uma espessura maior e garantir que sua resistência atenda
48

aos requisitos exigidos no contexto da armadura de distribuição. Ao atingir esse


objetivo, o PET pode se consolidar como uma alternativa sólida e sustentável,
impulsionando o setor da construção civil em direção a práticas mais eco-friendly e
eficientes.
No contexto do desenvolvimento sustentável na indústria da construção civil,
a resistência química do PET à corrosão destaca-se como um fator crucial. Este
atributo torna o PET reciclado uma alternativa viável para utilização em concretos que
incorporam agregados reciclados, especialmente em situações em que a procedência
desses materiais pode não ser plenamente garantida. Frigione (2010) em seu estudo
"Recycling of PET bottles as fine aggregate in concrete" demonstra que o uso de PET
reciclado como agregado não só preserva as propriedades mecânicas e a
durabilidade do concreto, mas também oferece resistência química melhorada. Essa
combinação de propriedades posiciona o PET reciclado como uma solução
promissora para aplicações estruturais na construção civil, alinhando-se com os
objetivos de sustentabilidade e inovação no setor.
Portanto, a utilização do PET como auxiliar na armadura de distribuição em
concretos com agregados reciclados pode contribuir para a construção de estruturas
mais eco-friendly, promovendo a reutilização de materiais e diminuindo o impacto
ambiental do setor da construção civil. Sua resistência química e a possibilidade de
ser incorporado a processos construtivos já existentes fazem do PET um candidato
promissor para aprimorar a sustentabilidade e eficiência no campo da engenharia civil.
Quanto as caracterizações dos materiais, tanto rugosidade quanto resistência
à tração foram desenvolvidas. A análise da rugosidade foi feita em 5 amostras
distintas de ambos os materiais, foram adotadas duas medições por amostra. A
rugosidade média do aço foi de 11,003µm já a do PET foi de 8,115µm; a unidade de
medida µm é 10-6 metros. Portanto, a variação entre as rugosidades médias foi na
ordem de 73%, não foi possível realizar a medição da ranhura do aço uma vez que a
limitação do micrometro impedia tal análise.
Ao analisar a eficácia do PET reciclado como substituto do aço em aplicações
estruturais, observa-se que a resistência alcançada em relação à área útil apresenta
resultados promissores. No estudo realizado, o LOTE 06, utilizando PET, alcançou
resistência de 3,93 MPa, enquanto o LOTE 07, com aço, resultou em resistência de
5,21 MPa. Notavelmente, o PET atingiu 75% da resistência do aço, ocupando 81% de
sua área. Este dado indica que a substituição do aço pelo PET, do ponto de vista
49

técnico, não é apenas viável, mas também eficiente em termos de desempenho


estrutural.
Esta conclusão encontra respaldo em estudos recentes na literatura científica.
Frigione (2010) demonstrou que o PET reciclado, quando usado como agregado em
concreto, mantém propriedades mecânicas adequadas, além de oferecer resistência
química melhorada. Além disso, Silva, Brito e Dhir (2015) reforçaram a viabilidade do
PET reciclado em concreto, destacando sua sustentabilidade e desempenho
satisfatório, particularmente em termos de resistência à compressão e absorção de
água. Esses estudos corroboram a análise apresentada, sustentando a potencialidade
do PET como uma alternativa técnica viável ao aço em certas aplicações estruturais.
A análise comparativa do desempenho energético entre o aço e o polietileno
tereftalato (PET) revela uma diferença notável em termos de eficiência energética
relativa à resistência mecânica. Especificamente, o aço registra um consumo
energético de 16,06 Megajoules por quilograma (MJ/kg) e uma resistência mecânica
de 5,21 Megapascals (MPa), resultando numa eficiência de apenas 0,33 MPa por
MJ/kg. Em contraste, o PET demonstra um perfil energético significativamente mais
favorável com um consumo de 0,72 MJ/kg e uma resistência de 3,93 MPa, o que
equivale a uma eficiência de 5,46 MPa por MJ/kg. Esta avaliação quantitativa indica
que o PET é aproximadamente 16 vezes mais eficiente em termos de resistência por
unidade de energia consumida em comparação ao aço.
Esta superioridade do PET é corroborada por literatura acadêmica que
examina a energia incorporada e a eficiência energética dos materiais de construção.
O trabalho de Ashby (2005) em "Materials and the Environment: Eco-informed Material
Choice" destaca a importância de uma escolha material consciente baseada na
eficiência energética, abordando a correlação entre a energia incorporada nos
materiais e suas propriedades mecânicas. Ashby enfatiza que o baixo consumo
energético do PET, combinado com uma resistência mecânica comparativamente
alta, oferece uma vantagem substancial na seleção de materiais com menor impacto
ambiental.
Adicionalmente, Thompson et al. (2009) em "The Plastics Paradox: Life-Cycle
Analysis and the Environmental Impacts of Plastics" argumentam pela necessidade
de uma avaliação holística que transcenda a mera eficiência energética na produção
e inclua análises de ciclo de vida completo. Estas análises devem considerar todas as
fases, desde a produção até a reciclagem e o descarte, para avaliar verdadeiramente
50

a sustentabilidade de materiais como o PET. Essa abordagem é crucial para entender


não apenas o desempenho energético dos materiais, mas também seus impactos
ambientais ao longo de todo o ciclo de vida, facilitando assim uma escolha mais
informada e responsável no contexto da construção civil.
Portanto, os dados sobre o desempenho do PET em comparação ao aço,
suportados por uma metodologia de análise de ciclo de vida abrangente, evidenciam
uma clara vantagem energética do PET, reforçando seu papel potencial como um
material mais sustentável na indústria da construção.

4.1 Resistência à tração

A principal função do aço no concreto armado é absorver as forças de tração,


uma necessidade estrutural crítica em construções civis. Neste contexto, a análise
comparativa da resistência à tração entre o aço e o PET reciclado torna-se essencial
para avaliar a viabilidade de ambos os materiais em aplicações de concreto armado.
Utilizando a prensa "EDUTEC Máquina para Teste Universal Controlada por
Computador modelo WAW-100 / CD-Y1513", com precisão de 1%, conduziram-se
testes em cinco amostras de 10cm de comprimento tanto de PET quanto de aço. O
objetivo era obter uma medição precisa da capacidade de tração destes materiais.
A metodologia adotada incluiu o uso de pinças de 0,7mm para o PET e de 4-
9mm para o aço, garantindo que o ponto de falha ocorresse intrinsicamente no
material, e não na interface com as pinças. Esta precaução técnica assegura a
confiabilidade dos resultados de resistência à tração obtidos.
Os testes revelaram que o fenômeno de rompimento devido à tração resulta
em empescoçamento, destacando a significância desse comportamento nas análises
de resistência dos materiais. Em um estudo conduzido por Pereira (2019), uma barra
de aço carbono CA – 60, com diâmetro de 3,4mm, foi submetida a um ensaio de tração
uniaxial, durante o teste, observou-se uma curva tensão-deformação curvilínea após
o ponto de escoamento, indicando a ocorrência de deformação plástica progressiva.
Em estágio avançado do teste, notou-se um empescoçamento marcado por um
estreitamento localizado na região da barra (Figura 7), um indicativo claro da
resistência à tração do aço.
51

Figura 7: Análise de resistência à tração do PET


Fonte: O autor (2024).

Comparativamente, a investigação sobre PET, relatada por Gonçalves et al.


(2013), destaca o potencial do uso de materiais reciclados como o PET em
componentes estruturais. Embora apresente uma resistência à tração inferior à do
aço, o estudo aponta para as possíveis aplicações do PET quando sujeito a cargas
menos exigentes. Especialmente relevante é a análise das blendas PET/PEAD que,
com a adição de compatibilizantes, demonstraram melhorias em suas propriedades
mecânicas, aproximando-se dos valores de tensão máxima e módulo de elasticidade
típicos do aço (Figura 8).
52

Figura 8: Detalhe das pinças na análise do PET.


Fonte: O autor (2024).

Na Figura 9, é possível visualizar o rompimento em uma estricção promovida


pela tração. O rompimento de barras metálicas submetidas à tração é um fenômeno
significativo em diversas áreas da engenharia e materiais. Neste estudo, analisamos
o comportamento de uma barra metálica de aço carbono CA – 60 de 3,4mm durante
um ensaio de tração uniaxial. Observou-se que, após o ponto de escoamento, a curva
tensão-deformação apresentou comportamento curvilíneo, indicativo de deformação
plástica progressiva. Em um estágio avançado do ensaio, a barra apresentou
estricção, caracterizado por um estreitamento localizado na região.
53

Figura 9: Rompimento da amostra de Aço 3,4mm CA-50


Fonte: O autor (2024).

Este estudo destaca a complexidade da escolha de materiais para aplicações


estruturais, sobretudo quando se considera a incorporação de alternativas
sustentáveis como o PET reciclado. Os resultados obtidos na análise da resistência à
tração de aço e PET ilustram a diversidade de comportamentos mecânicos entre
materiais tradicionais e reciclados, evidenciando a importância de considerar não
apenas as propriedades mecânicas, mas também o contexto de aplicação e as
demandas específicas de cada projeto de construção.
A partir das evidências apresentadas, fica claro que o aço continua a ser um
material de escolha para aplicações que exigem alta resistência à tração e
durabilidade. No entanto, os estudos de Gonçalves et al. (2013) sobre o PET reciclado
abrem caminho para a exploração de materiais alternativos em situações em que as
cargas estruturais permitem. O desafio reside em equilibrar a necessidade de
performance estrutural com as crescentes demandas por práticas de construção mais
sustentáveis.
54

Em estudos para caracterizar as propriedades mecânicas de polímeros frente


a metais, ensaios de tração são um método padrão de avaliação. A Figura 10 exibe o
gráfico tensão-deformação de amostras de Polietileno Tereftalato (PET). Enquanto a
Figura 11 é o gráfico correlato do AÇO, com uma linha representando a média de
comportamento dessas amostras. As Figura 10 e 11 indicam aumento próximo ao
linear da tensão com a deformação até atingir um pico, após o qual ocorre redução,
sugerindo o início de falha nas amostras. As amostras de PET mostraram tensão
máxima muito inferior àquela das amostras de aço, com base nos dados de carga e
tensão da tabela fornecida.

12

11

10

8
TENSÃO (MPa)

0
0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

650

700

750

800

850

900

950

DEFORMAÇÃO (%)

Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5 Média

Figura 10: Gráfico de tensão-deformação de amostras de Polietileno Tereftalato


(PET)
Fonte: O autor (2024).

As amostras de aço suportaram tensões na ordem de 400 a 500 MPa, ao


passo que as amostras de PET não ultrapassaram 12 MPa. Além disso, a deformação
percentual nas amostras de PET foi significativamente maior, excedendo 800% em
55

alguns casos, em contraste com as amostras de aço, que apresentaram deformação


máxima entre 20 e 27%. Os valores de deslocamento em milímetros também
ressaltam a maior ductilidade do PET em comparação com o aço.
Estes dados sobre tensão, deslocamento e deformação das amostras de PET
e aço permitem a observação das capacidades e limitações de cada material. O aço,
com alta resistência e baixa deformação, é adequado para aplicações que exigem
durabilidade e menor propensão à deformação. O PET, com sua alta capacidade de
deformação, é apropriado para situações que demandam flexibilidade e resistência à
fadiga. A seleção de materiais para aplicações de engenharia, portanto, depende de
uma compreensão clara das propriedades mecânicas e dos requisitos específicos de
desempenho.

550
500
450
400
350
TENSÃO (MPa)

300
250
200
150
100
50
0
0

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

DEFORMAÇÃO (%)

Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Média

Figura 11: Gráfico de tensão-deformação de amostras de Polietileno Tereftalato


(PET)
Fonte: O autor (2024).

Na Tabela 4, é apresentado um resumo da análise comparativa das


propriedades mecânicas de amostras de aço utilizadas neste estudo.
56

Tabela 4: Resumo da análise comparativa das propriedades mecânicas de amostras


de aço.
AÇO 01 AÇO 02 AÇO 03 PET 01 PET 02 PET 03 PET 04 PET 05
Carga (kN) 16,435 16,595 13,64 0,08 0,09 0,09 0,085 0,085
Tensão (MPa) 495,328 500,151 411,091 9,828 11,335 11,194 10,572 10,572
Desloc. (mm) 11,986 13,333 11,591 447,019 392,081 303,273 217,283 406,594
Deformação
(%) 23,952 26,646 23,152 893,906 783,986 606,19 434,072 812,69
Fonte: O autor (2024).

A análise comparativa das propriedades mecânicas de amostras de aço (AÇO


01, AÇO 02 e AÇO 03) e polietileno tereftalato (PET) (PET 01 a PET 05), submetidas
a ensaios de carga, revela distinções significativas no comportamento destes
materiais. Os resultados indicam que as amostras de aço apresentam uma
capacidade de carga superior, refletindo maior resistência mecânica em comparação
às amostras de PET. Esta observação é corroborada pelos valores de tensão que,
para o aço, situam-se em um patamar elevado, evidenciando sua robustez estrutural.
No que se refere ao deslocamento e à deformação, constata-se que as
amostras de aço exibem um comportamento menos propenso à deformação
significativa sob cargas elevadas, uma característica desejável para aplicações
estruturais onde a integridade dimensional é crítica. Em contraste, as amostras de
PET demonstram uma elevada capacidade de deformação, mesmo sob cargas
relativamente baixas. Este comportamento sugere uma flexibilidade notável do
material que pode ser vantajosa em aplicações que requerem absorção de energia ou
flexibilidade.
A análise destes dados permite inferir sobre a aplicabilidade de cada material
em contextos específicos de engenharia. Enquanto o aço é preferencial para
estruturas que demandam alta resistência e durabilidade, o PET pode ser considerado
para aplicações que beneficiam de sua capacidade de deformação elevada e
resistência à fadiga. Este estudo destaca, portanto, a importância de uma seleção
criteriosa de materiais, baseada em uma compreensão detalhada de suas
propriedades mecânicas, para o sucesso de projetos de engenharia.
Embora este capítulo não conclua definitivamente a questão da substituição
do aço por materiais reciclados como o PET, ele lança uma base para futuras
investigações. O aprofundamento no entendimento das propriedades mecânicas e do
comportamento sob cargas de diferentes materiais é crucial para a inovação na
57

engenharia civil. Assim, a exploração continuada das potencialidades do PET


reciclado, ao lado do desenvolvimento de novas tecnologias de materiais, poderá levar
a soluções construtivas que harmonizem resistência, economia e sustentabilidade.

4.2 Rugosidade

A rugosidade superficial é um parâmetro relevante na avaliação de materiais


em engenharia, particularmente em situações que demandam interações físicas
específicas entre materiais, como na adesão das barras de aço ao concreto armado.
Este estudo foca na capacidade de adesão ao concreto de materiais alternativos,
como o PET reciclado. Segundo a NBR 14859 (ABNT, 2002b), a superfície nervurada
das barras de aço tem um papel na aderência ao concreto, facilitando a transferência
de esforços. Por outro lado, materiais poliméricos reciclados, como o PET, possuem
superfícies mais lisas devido a limitações no processo de fabricação, o que pode
influenciar a sua capacidade de adesão.

Figura 12: Rugosidade do AÇO e do PET.


Fonte: O autor (2024).

Utilizando um rugosímetro digital BEIJING DRAGON ELECTRONICS CO.,


modelo DR230, a rugosidade das amostras de aço e PET foi medida (Figura 12). Os
resultados mostraram rugosidade de 11,174µm para o aço e 8,641µm para o PET.
Embora os valores sejam relativamente próximos, as diferenças podem ter
implicações na adesão ao concreto, considerando a função das superfícies
58

nervuradas para as barras de aço conforme especificado pela NBR 14859 (ABNT,
2002b).
Este trabalho também revisou estudos anteriores relevantes, como a
investigação de Ferreira (2020) sobre o uso de PET reciclado para filamentos de
impressoras 3D FDM e o estudo de Peña (2024) que explorou o impacto das
propriedades superficiais de diferentes materiais na sua interação com o concreto.
Essas pesquisas destacam a importância da rugosidade na adesão ao concreto e
apontam para a possibilidade de ajustar a superfície de materiais reciclados para
melhorar essa característica.
Em conclusão, apesar das diferenças observadas na rugosidade entre o aço
e o PET, o estudo indica a existência de um potencial para ajustar a rugosidade de
materiais reciclados, como o PET, visando a sua aplicação em situações estruturais.
Isso sugere a possibilidade de desenvolver abordagens construtivas que integrem a
vantagem ambiental dos materiais reciclados com os requisitos técnicos para
aplicações em concreto armado.

4.3 Demanda energética

Neste capítulo, é apresentada a comparação entre o aço, tradicionalmente


utilizado como armadura em concreto armado, e o Politereftalato de Etila (PET),
destacando suas implicações em termos de consumo energético e emissão de CO2.
A produção de aço é notável pelo seu intensivo consumo de uma variedade de fontes
energéticas, incluindo combustíveis fósseis e eletricidade, contribuindo
significativamente para as emissões de CO2. Em contraste, o PET, um polímero
termoplástico amplamente reconhecido por sua resistência mecânica e química,
apresenta um processo de transformação caracterizado por maior eficiência
energética. A análise subsequente integra essas discussões ao contexto mais amplo
das emissões de CO2 e do consumo energético associado à produção de ambos os
materiais. Mediante a avaliação comparativa, o estudo visa destacar diferenças
significativas em sustentabilidade e eficiência energética entre o aço e o PET,
enfatizando o potencial do PET como alternativa mais ecológica em aplicações
específicas dentro da indústria da construção civil.
59

4.3.1 Aço utilizado como armadura em concreto armado

A fabricação de vergalhões de aço implica um consumo energético intenso,


envolvendo fontes como óleo combustível, gás natural, coque de carvão mineral,
eletricidade, e carvão vegetal. Tavares e Bragança (2021) detalham a composição
das fontes energéticas na produção de aço: 1% proveniente de óleo combustível, 6%
de gás natural, 45% de coque de carvão mineral, 10% de eletricidade, 19% de carvão
vegetal, e 19% de outras fontes. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE,
2021), 46% das fontes energéticas na siderurgia brasileira são renováveis, porém,
uma análise mostra que 57,4% da energia utilizada origina-se de fontes não
renováveis. Importante destacar que o carvão vegetal utilizado na siderurgia provém
de áreas de reflorestamento, contribuindo para que, em cenário otimista, até 60% da
energia usada possa ser classificada como não renovável.
Cleto (2022) quantifica a energia necessária para fabricar 1kg de vergalhão
de aço em aproximadamente 16,05 MJ, com 33% dessa energia derivada de fontes
renováveis, alinhando-se aos dados de Tavares e Bragança (2021). Este processo
resulta na emissão de 1,061kg de CO2 por kg de aço produzido, destacando o desafio
ambiental associado ao alto consumo energético e às substanciais emissões de CO2
na produção de vergalhões de aço.
A indústria siderúrgica tem explorado alternativas para minimizar seu impacto
ambiental, considerando a implementação de fontes energéticas renováveis e o
desenvolvimento de tecnologias limpas e eficientes. A reciclagem de sucata e
resíduos do processo produtivo surge como uma estratégia de economia circular,
potencializando a redução da demanda por matéria-prima virgem e diminuindo as
emissões de CO2.
Além disso, a instituição de certificações que validem a sustentabilidade dos
processos e produtos siderúrgicos promove a transparência e incentiva a adoção de
práticas industriais responsáveis. A conformidade com normas como a NBR ISO
14001, referente aos sistemas de gestão ambiental, fortalece a posição da indústria
siderúrgica em direção a uma produção mais sustentável.
60

4.3.2 Politereftalato de etila

De acordo com a ABIPET (2015), o PET é um polímero termoplástico com


resistência que é utilizado para fabricação de garrafas, esse material apresenta alta
resistência mecânica e química, o que suporta o contato com diversos agentes
agressivos, assim como pode ser reciclado 100% após o uso.
O processo de transformação do Polietileno Tereftalato (PET) se destaca pela
sua eficiência energética quando comparado a outros materiais, consolidando sua
posição como uma alternativa sustentável para uma variedade de aplicações
(MURTA, 2016). Santos (2021) ressalta que a transformação do PET ocorre por meio
de um processo físico, em vez de químico, contribuindo significativamente para a
redução do consumo energético. Durante a produção do PET, a etapa de extrusão é
fundamental, consistindo no aquecimento e compressão do material, que muda de
sólido para líquido. Posteriormente, este é moldado em uma estrutura chamada
"canhão", que o direciona a uma matriz para formar um produto intermediário
conhecido como "macarrão". Esse produto é então processado por um conjunto de
facas, que o cortam em pequenos fragmentos ou pellets, utilizados nas indústrias de
sopro e injeção.
Um estudo realizado por Faria (2011), que investigou sete empresas de
reciclagem, ofereceu informações relevantes sobre o consumo energético no
processo de produção do PET. Este estudo categorizou as etapas de produção em
extrusão e corte, observando que o consumo energético médio para produzir 1kg de
PET é de 0,7 kW, com um desvio padrão de 0,5 kW/kg. A extrusão foi responsável
por 0,2 kW do consumo energético, enquanto o corte representou 0,3 kW.
Santos (2021) fornece uma estimativa específica para o consumo energético
na etapa de extrusão, crucial para a obtenção do "macarrão" intermediário, indicando
que a produção de 1kg de PET nessa fase consome aproximadamente 0,72 MJ/kg.

4.3.3 Emissão de CO2 e Consumo energético PET/AÇO

Integrando a análise de emissão de CO2 ao consumo energético na produção


de PET e aço, este estudo destaca diferenças significativas em termos de
sustentabilidade e eficiência energética. A produção de aço, de acordo com Cleto
(2022), demanda aproximadamente 16,05 MJ por quilograma, resultando em uma
61

emissão de 1,061kg de CO2, refletindo o alto impacto ambiental associado ao seu


processo produtivo. Por outro lado, a transformação do PET requer substancialmente
menos energia, aproximadamente 0,72 MJ por quilograma (SANTOS, 2021),
sugerindo uma pegada de carbono inferior.
A emissão de CO2 para a produção de 1kg de PET pode ser estimada
utilizando o valor de 0,72 MJ/kg e a conversão fornecida pela calculadora do IDESAM,
que considera a matriz energética específica e sua relação com as emissões de gases
de efeito estufa. Assumindo que cada MJ de energia consumida na produção de PET
corresponda, em média, à emissão de 0,085kg de CO2, com base em dados gerais
sobre emissões de energia elétrica no Brasil, conforme Akatu (2024) e Faria (2011),
o cálculo resulta em uma emissão estimada de aproximadamente 0,0612kg de CO2
para a produção de 1kg de PET.
A Tabela 5 resume o consumo energético e as correspondentes emissões de
CO2 para a produção de 1kg de cada material, fornecendo uma base comparativa
clara entre o PET e o aço.

Tabela 5: Resumo do consumo energético e as emissões de em Kg de CO2


correspondente a produção por Kg de material.
CONSUMO CONSUMO EMISSÃO DE
MATERIAL ENERGÉTICO ENERGÉTICO CO2
(MJ/Kg) (kWh/Kg) (Kg CO2/Kg)
PET 0,72 0,20 10%
AÇO 16,05 4,46 223%
Fonte: O autor (2024).

Esta comparação evidencia o PET como uma alternativa mais sustentável em


termos de eficiência energética e emissões de CO2, reforçando a importância de
considerar o ciclo de vida dos materiais na avaliação do impacto ambiental de
produtos e processos industriais.

4.4 Análise de rompimento à flexão

Para o ensaio de resistência à flexão, utilizou-se a Prensa Servo controlada


CBR Owntec. A barra de aço utilizada possuía resistência conhecida e tabelada, e os
resultados obtidos foram comparados com os valores estabelecidos pela norma NBR
62

12142 (ABNT, 2010). A resistência à tração foi analisada diretamente nos materiais
isolados, PET e Aço, que foram submetidos à tração na prensa. Esse processo
resultou em um gráfico conhecido como Tensão x Deformação, no qual os regimes de
deformação dos materiais eram classificados como elásticos e plásticos. Beer et al.
(2011) explicam que, no regime elástico, o material apresenta uma resposta linear ao
carregamento, e a deformação é completamente reversível após a remoção da carga,
enquanto, no regime plástico, a deformação é permanente e não totalmente
recuperável.
Os dados da primeira batelada podem ser observados na Tabela 6.

Tabela 6: Dados correspondentes a primeira batelada de testes.


CARGA
LOTE SLUMP A1 A2 LARG. COMP. (kN) D1 D2 D3 D4
BCP01 2 PET 16,5 5 6 15 50,5 252,8 16 0 0 0
BCP02 2 PET 16,5 5,2 5,2 15 49,5 223,4 28,9 0 0 0
BCP03 2 PET 16,5 5,1 5 15 50,5 212,1 23,3 0 0 0
BCP04 2 16,5 5,2 5,2 15 49,5 226,3 19,7 0 0 0
BCP05 2 16,5 5,3 5,1 15 49 187,1 28,6 0 0 0
BCP06 TEST. 16,5 4,9 184,4 20,5
BCP07 TEST. 16,5 5 189,3 23,9
NÃO SE
CCP01 APLICA 16,5 NÃO SE APLICA 95,63 NÃO SE APLICA
**Legenda: Test. Testemunho; Larg. Largura; Comp. Comprimento.
Fonte: O autor (2024).

Os dados tabulados representam os resultados experimentais obtidos no


estudo dos corpos de prova prismáticos. "Lote" se refere à identificação atribuída a
cada conjunto de amostras. "Slump" indica a medida de abatimento do concreto no
estado fresco, em centímetros, que é um indicador da trabalhabilidade do concreto.
As variáveis A1 e A2 indicam as alturas medidas dos corpos de prova, com o objetivo
de manter a altura padronizada em 5 centímetros. A "Largura" e o "Comprimento" dos
corpos de prova devem ser consistentemente 15cm e 50cm, respectivamente,
seguindo os parâmetros estabelecidos pela norma para corpos de prova prismáticos.
A variável “carga (kN)" mostra a resistência máxima que cada corpo de prova
suportou antes do rompimento, expressa em quilonewtons (kN). As colunas D1, D2,
D3 e D4 registram as distâncias, em centímetros, do ponto de ruptura até a lateral do
corpo de prova. A presença de valores zero indica que não houve ruptura adicional
nesses pontos específicos.
63

Neste conjunto de dados, algumas amostras foram reforçadas com PET,


identificadas nos lotes BCP01 a BCP03, enquanto outras amostras, como BCP06 e
BCP07, serviram como testemunhos, ou seja, amostras de referência sem reforço. O
lote CCP01 é distinto pois não se aplica a variável "Slump" ou outras medidas, sendo
um caso especial dentro da série de testes realizada. A tabela fornece uma visão
comparativa da resistência e do comportamento sob carga de diferentes composições
de concreto, fundamentais para análises subsequentes de desempenho estrutural.
As medidas D1, D2, D3 e D4 são as medidas da superfície lisa dos corpos de
prova prismáticos, identificando onde ocorreu o rompimento como apresentado na
Figura 13.

Figura 13: Medida da distância de ocorrência do rompimento a partir da lateral do


corpo de prova
Fonte: O autor (2024).

Os testemunhos romperam a 21,1 (cm) em média da lateral da amostra.


As amostras com PET romperam em apenas um local, em média a 23 cm da
lateral. Já as amostras com aço foram separadas pois a tela rompeu em 4 locais,
enquanto as amostras com 3, 2 e 1 barra romperam em média em apenas 2 locais,
os aços romperam a 18,6 e 28 cm. Já a tela, que foi separada das amostras de aço
rompeu em 4 locais que na média ficaram distantes da lateral da amostra na face lisa
de 14, 19, 27 e 30 cm.
A avaliação da fratura em corpos de prova prismáticos é um passo crucial
para entender o comportamento dos materiais sob carga, especialmente no campo da
engenharia civil, pois esses parâmetros impactam diretamente a segurança e a
64

durabilidade das estruturas de concreto. No presente estudo, a análise foi focada em


localizar e quantificar o rompimento nos corpos de prova de concreto reforçado com
diferentes materiais, como PET e aço, cada um apresentando um padrão de fratura
característico.
As superfícies lisas dos corpos de prova foram meticulosamente examinadas
para determinar os pontos de ruptura, registrados como medidas D1, D2, D3 e D4,
conforme ilustrado na figura que acompanha este texto. Os resultados mostraram que
os testemunhos apresentaram rompimento médio a 21,1cm da lateral, evidenciando
um comportamento relativamente uniforme entre as amostras analisadas.
De maneira particular, as amostras contendo PET exibiram ruptura em um
ponto único, com uma distância média da lateral de 23cm, sugerindo um ponto de
fragilidade singular ao longo do corpo de prova. Em contraste, as amostras reforçadas
com aço exibiram um padrão de ruptura mais complexo. Enquanto as amostras com
telas de aço fraturaram em quatro pontos distintos – com as rupturas ocorrendo, em
média, a 14, 19, 27 e 30cm das laterais –, as amostras com 3, 2 e 1 barra de aço
tenderam a fraturar em apenas dois locais. Essas últimas rupturas foram observadas,
em média, a 18,6 e 28cm da lateral.

4.4.1 Tratamento dos dados

A flexão do conjunto foi analisada na prensa de concreto, seguindo as


preconizações da norma NBR 12142 (ABNT, 2010), que trata da determinação da
resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos, e da norma NBR 5738
(ABNT, 2015), que trata da modelagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou
prismáticos de concreto.
Como já exposto na revisão, as normas não possuem um método para
dimensionamento de armadura de distribuição, existe apenas uma relação entre a
área de aço da armadura positiva e a área da armadura de distribuição.
Para tanto, uma metodologia precisou ser desenvolvida. Como a função da
armadura de distribuição é garantir que a carga que é exercida sobre o enchimento
seja direcionada às vigotas, objetivou-se um teste prático para determinar que a
resistência à tração obtida pelo corpo de prova com aço seja equivalente ao obtido
com o preposto material, aqui denominado PET.
65

Na Tabela 7, é possível observar a diferença percentual entre as resistências


para a flexão do corpo de prova com adição de PET, aço ou tela estudados.

Tabela 7: Diferença percentual entre as resistências à flexão do corpo de prova com


adição de PET, AÇO ou TELA e seu respectivo testemunho.
FLEXÃO FLEXÃO DA AMOSTRA /
LOTE BARRA
(kN) TESTEMUNHO
2 PET 220,3
LOTE 01 18%
TESTEMUNHO 186,9
2 AÇO CA 50 3,4mm 355,3
LOTE 02 76%
TESTEMUNHO 202,1
3 PET 178,5
LOTE 03 10%
TESTEMUNHO 162,0
3 AÇO CA 50 3,4mm 362,8
LOTE 04 104%
TESTEMUNHO 177,9
TELA 10X10 3,4mm 352,9
LOTE 05 118%
TESTEMUNHO 162,0
1 PET 285,3
LOTE 06 10%
TESTEMUNHO 259,7
1 AÇO CA 50 3,4mm 454,1
LOTE 07 84%
TESTEMUNHO 246,8
Fonte: O autor (2024).

É perceptível, nessa análise inicial, que existe uma discrepância entre os


lotes, ainda se faz necessária a correção com a resistência a compressão, mas já é
possível evidenciar que a resistência com a “TELA 10x10 3,4mm” obteve a maior
diferença com um ganho de resistência final na ordem de 118% em relação a seu
respectivo testemunho, seguido do LOTE 4 com três barras de aço com 104%, dentre
as amostras com PET, a que melhor resultou positivamente foi o LOTE 1 com 18% da
resistência de seu testemunho, logo, desta análise inicial, podemos supor que, com
PET, o ideal é ter 2 para um intervalo de 15cm.
Portanto, o tratamento se deu a partir de uma relação direta entre a média de
resistência à tração dos corpos de prova cilíndricos e a resistência com a tração obtida
pelos corpos de prova prismáticos balizando todas as amostras para que a resistência
respectiva à compressão fosse ponderada em cada análise e essa influência mitigada.
Demonstra-se na coluna da Flexão (Amostra / Testemunho) a diferença percentual
entre a resistência a Flexão evidenciando a influência que o material, seja PET, AÇO
ou TELA exerceu sobre a resistência final do corpo de prova. Esse cálculo foi
compilado na Tabela 8.
66

Tabela 8: Compilação das médias dos rompimentos das amostras, testemunhos e


corpos de prova cilíndricos a tração e compressão respectivamente, seguido pela
razão de ambas e a diferença.
COMPRESÃO FLEXÃO / TESTEMUNHO
LOTE BARRA
(kN) COMPRESSÃO - AMOSTRA
LOTE 01 2 PET 97,88 225% 34%

TESTEMUNHO 97,88 191%

LOTE 02 2 AÇO CA 50 3,4mm 91,50 388% 167%

TESTEMUNHO 91,50 221%


LOTE 03 3 PET 90,53 197% 18%

TESTEMUNHO 90,53 179%

LOTE 04 3 AÇO CA 50 3,4mm 81,27 446% 228%

TESTEMUNHO 81,27 219%

LOTE 05 TELA 10X10 3,4mm 69,97 504% 273%


TESTEMUNHO 69,97 232%

LOTE 06 1 PET 119,30 239% 22%

TESTEMUNHO 119,30 218%

LOTE 07 1 AÇO CA 50 3,4mm 140,43 323% 148%


TESTEMUNHO 140,43 176%
Fonte: O autor (2024).

Os dados referentes aos carregamentos do Lote 6, caracterizados pela


inserção de apenas uma barra de PET no concreto, foram resumidos na Tabela 8.
As cinco amostras apresentaram comportamentos similares, e a média
desses comportamentos foi calculada e ilustrada no gráfico representado na Figura
14.
67

350

300

250

200
CARGA (KN)

150

100

50

0
1
6
11
16
21
26
31
36
41
46
51
56
61
66
71
76
81
86
91
96
101
106
111
116
121
126
131
136
141
146
151
-50
TEMPO (S)

BCP36 BCP37 BCP38 BCP39 BCP40 MÉDIA

Figura 14: Gráfico de evolução de carga dos tratamentos com a inserção de apenas
uma barra de PET no concreto.
Fonte: O autor (2024).

Os dados referentes aos carregamentos do Lote 6, caracterizados pela


inserção de apenas uma barra de PET no concreto, foram resumidos na Figura 15.
As cinco amostras apresentaram comportamentos similares, e a média desses
comportamentos foi calculada e ilustrada no gráfico a seguir.

1 PET 2 PET 3 PET MÉDIA

300

250

200
CARGA (KN)

150

100

50

0
1
5
9
13
17
21
25
29
33
37
41
45
49
53
57
61
65
69
73
77
81
85
89
93
97
101
105
109
113

TEMPO (S)

Figura 15 - Efeito do carregamento do Lote 6


Fonte: O autor (2024).
68

A figura 16 estabelece uma comparação entre todas as amostras de PET ao


apresentar um gráfico que incorpora a média das medições de cada um dos três lotes.
Isso significa que as médias para as amostras 1 PET, 2 PET e 3 PET foram calculadas
inicialmente. Em seguida, procedeu-se ao cálculo da média dessas médias, com o
objetivo de analisar o comportamento geral das amostras.

450

400

350

300

250
CARGA (KN)

200

150

100

50

0
1
32
63
94
125
156
187
218
249
280
311
342
373
404
435
466
497
528
559
590
621
652
683
714
745
776
807
838
869
900
931
962
993
-50
TEMPO (S)

1 AÇO 2 AÇO 3 AÇO TELA MÉDIA

Figura 16: Gráfico do comportamento das médias dos lotes com aço.
Fonte: O autor (2024).

A Figura 15 ilustra o comportamento da média das médias de todos os lotes


contendo aço. A característica serrilhada do gráfico sugere uma possível acomodação
do material durante os experimentos, notadamente no lote 07 (1 aço), que continha 1
unidade de aço. Para atenuar este efeito, recomenda-se para estudos futuros o
emprego de um capeamento nas amostras. Esse procedimento é sugerido porque a
exposição dos agregados graúdos na superfície contribuiu para os observados picos
de tensão antes da ruptura.

4.4.2 Relação da resistência útil x área do fuste da barra

Para compreender a eficácia da utilização de barras de PET em comparação


com as tradicionais barras de aço quando integradas ao concreto, foi fundamental
69

analisar a interação entre esses materiais e o concreto. Para tal, calculou-se a área
da superfície dos cilindros ou barras, dado que essa área útil do fuste é diretamente
proporcional à eficiência da transferência de carga entre o material da barra e o
concreto circundante.
O cálculo da área da superfície foi baseado na geometria dos cilindros
utilizados, considerando suas dimensões específicas. Em seguida, avaliou-se a
resistência dos lotes de cilindros reforçados com barras de PET e aço, comparando-
os com valores de referência obtidos de testemunhos padrão de concreto, permitindo
assim quantificar o incremento ou decremento (diminuição) na resistência devido ao
uso dos diferentes materiais.
A diferença entre a resistência observada nos lotes testados e a resistência
dos testemunhos (valor referencial) foi calculada para determinar o impacto real da
inserção de cada tipo de barra no concreto. A partir dessas diferenças, ajustou-se o
resultado pela área útil do fuste para normalizar os dados, resultando na eficiência
estrutural expressa em Megapascal (MPa). Este ajuste é crucial, pois leva em conta
a variação na área de contato entre as barras e o concreto, oferecendo uma
comparação mais precisa entre os diferentes materiais.

Tabela 9: Resumo das diferenças entre resistência observada nos lotes testados e os
valores referenciais.
Área útil
Resistência Testemunho (Resis)-(Teste) ((Resis)-(Test))
Lote do fuste
(kN) (kN) (kN) Área útil (Mpa)
(m2)
LOTE 01 4,78E-03 220,340 186,850 33,490 0,007
LOTE 02 5,23E-03 355,278 202,100 153,178 0,029
LOTE 03 4,78E-03 178,520 161,995 16,525 0,003
LOTE 04 5,23E-03 362,836 177,900 184,936 0,035
LOTE 05 5,23E-03 352,856 162,000 190,856 0,036
LOTE 06 4,78E-03 285,318 259,650 25,668 0,005
LOTE 07 5,23E-03 454,056 246,790 207,266 0,040
Fonte: O autor (2024).

A análise revelou variações notáveis na eficiência estrutural entre os


diferentes lotes, indicando que o tipo de barra empregada influencia diretamente a
interação com o concreto. Esta observação é sustentada pelos cálculos que
quantificam o impacto da substituição de barras de aço por alternativas de PET, com
70

foco específico na resistência mecânica e na sustentabilidade. Ao ajustar a diferença


na resistência observada pelo tamanho da área de contato (área útil do fuste), foi
possível normalizar os resultados para uma comparação justa, destacando a
relevância de considerar a eficácia estrutural em função da área de superfície.
A seguir, é apresentado um gráfico que demonstra a eficiência comparativa
da interação entre barras de PET e barras de aço quando embebidas em concreto. A
eficiência é medida em termos de resistência oferecida pelas barras ao material
compósito. Essa métrica é essencial para avaliar a capacidade de diferentes materiais
de reforço em transferir tensões e absorver cargas dentro do contexto estrutural. A
análise se concentra tanto no comportamento individual das barras de PET e aço
quanto na influência do aumento quantitativo desses reforços na resistência global.
Como ilustrado no gráfico da Figura 17, a capacidade de carga das barras de
PET, em comparação com as barras de aço, é substancialmente menor, indicando
uma interação menos eficiente com o concreto.

0,045

0,04

0,035

0,03

0,025

0,02

0,015

0,01

0,005

0
3 PET 1 PET 2 PET 2 AÇO CA 3 AÇO CA TELA 10X10 1 AÇO CA
50 3,4MM 50 3,4MM 3,4MM 50 3,4MM

Figura 17: Gráfico da capacidade de carga das barras de PET comparadas as com
barras de aço.
Fonte: O autor (2024).

Em termos percentuais, a contribuição à resistência das barras de PET é uma


fração daquela proporcionada pelas barras de aço. Além disso, a quantidade de
barras de reforço parece não ser um fator linearmente proporcional à resistência
alcançada, o que ressalta a complexidade dos mecanismos de transferência de carga
em compósitos reforçados. Tal observação corrobora com a literatura existente, que
71

relata a não linearidade entre quantidade de reforço e incremento de resistência,


sugerindo a importância de outros fatores como a distribuição, orientação e aderência
das barras no contexto do compósito de concreto reforçado.
72

5 CONCLUSÕES

A construção civil é um dos pilares do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil,


com o concreto armado sendo um componente-chave, representando uma parcela
significativa dos custos de material e mão de obra neste setor. Reconhecendo a
influência substancial que mudanças nas práticas construtivas podem ter, tanto do
ponto de vista econômico quanto ambiental, a inovação em técnicas construtivas e o
aprimoramento de métodos já estabelecidos emergem como caminhos vitais para a
evolução sustentável do setor. Neste cenário, a investigação sobre o potencial do PET
(Politereftalato de Etila) reciclado e extrusado abre novas perspectivas para a
indústria, propondo uma alternativa sustentável à tradicional armadura de aço em lajes
de concreto armado.
Este estudo explorou a viabilidade técnica e ambiental do uso de PET
reciclado como substituto de armadura de distribuição em lajes, trazendo à luz uma
diminuição significativa no consumo energético necessário para sua produção quando
comparado ao aço CA-50. A descoberta de que o PET reciclado requer apenas 0.72
MJ/Kg, uma redução de 95.5% em relação ao aço, não apenas sublinha a sua
eficiência energética superior, mas também sugere o PET como uma alternativa viável
e mais sustentável, para determinadas aplicações na construção civil. Essa transição
para materiais mais ecológicos é essencial à medida que buscamos métodos
construtivos que harmonizem avanços tecnológicos com responsabilidade ambiental.
Além da eficiência energética, os testes mecânicos revelaram detalhes
cruciais sobre a utilização ótima do PET reciclado, mostrando que a eficácia deste
material na resistência à tração não é estritamente proporcional ao número de barras
utilizadas, destacando um ponto ótimo com duas barras a cada 15 cm. Esse achado
não apenas contribui para a compreensão técnica necessária para a implementação
prática do PET em estruturas de concreto armado, mas também indica a necessidade
de uma abordagem adaptativa ao integrar novos materiais na construção,
considerando variáveis como o módulo de elasticidade e variações de temperatura.
Portanto, a economia de energia significativa associada ao PET reciclado,
alinhada com a necessidade de práticas de construção mais sustentáveis, enfatiza a
contribuição crucial deste estudo ao avanço de materiais alternativos no setor da
construção civil. A busca por otimizar as propriedades mecânicas do PET extrusado
e avaliar seu desempenho a longo prazo ressalta um caminho promissor para a
73

inovação. Espera-se que as descobertas deste estudo encorajem a indústria da


construção civil a reavaliar e inovar no uso de materiais, promovendo a adoção de
técnicas que reduzam o consumo energético e reforcem o compromisso com a
sustentabilidade.
Dessa forma, o presente trabalho não apenas apresenta uma alternativa
sustentável que pode reduzir a dependência de recursos finitos e promover a
reciclagem de resíduos plásticos, mas também serve como um estímulo para a
adoção de práticas de construção mais ecológicas. A proposição de utilizar PET
reciclado na construção civil, como evidenciado neste estudo, representa um passo
na direção de mudanças viáveis e sustentáveis, marcando um avanço em um setor
tradicionalmente conservador em suas práticas.
74

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