Atividade Antimicrobiana e Anti-Inflamatória Da Anadenanthera Colubrina (Vell.) Brenan

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Research, Society and Development, v. 9, n.

1, e121911770, 2020
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1770
Atividade antimicrobiana e anti-inflamatória da Anadenanthera colubrina (Vell.)
Brenan
Antimicrobial and anti-inflammatory activity of Anadenanthera colubrina (Vell.)
Brenan
Actividad antimicrobiana y antiinflamatoria de Anadenanthera colubrina (Vell.)
Brenan

Recebido: 29/09/2019 | Revisado: 06/10/2019 | Aceito: 15/10/2019 | Publicado: 29/10/2019

Amélia Ruth Nascimento Lima


ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3565-5125
Centro Universitário Unifacisa, Brasil
E-mail: [email protected]
Raissa Gonçalves Macedo
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0677-4106
Centro Universitário Unifacisa, Brasil
E-mail: [email protected]
Gustavo Gomes Batista
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1096-735X
Centro Universitário Unifacisa, Brasil
E-mail: [email protected]
Gabriel Barbosa Câmara
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4964-0837
Centro Universitário Unifacisa, Brasil
E-mail: [email protected]
Rennaly de Freitas Lima
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4964-0837
Centro Universitário Unifacisa, Brasil
E-mail: [email protected]
Tharcia Kiara Beserra de Oliveira
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6352-7254
Centro Universitário Unifacisa, Brasil
E-mail: [email protected]

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Research, Society and Development, v. 9, n.1, e121911770, 2020
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1770
Resumo
O presente estudo teve como objetivo analisar a atividade antimicrobiana e anti-inflamatória
do extrato da A. colubrina (Vell.) Brenan através de um painel de atividades biológicas. O
extrato hidroalcoólico da A. colubrina foi obtido através de maceração, o qual rotaevaporado
e liofilizado. Foram realizados testes de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e
Concentração Fungicida Mínima (CFM) contra Candida albicans (ATCC 10231 e cepa
clínica), Candida tropicalis (ATCC 750) e Candida krusei (ATCC 6258), através da
microdiluição. A atividade anti-inflamatória foi verificada através do edema de pata induzido.
Diante dos testes realizados, o extrato da A. colubrina demonstrou forte atividade antifúngica
contra a C. albicans (ATCC 10231) e a C. krusei (CIM: 7,81 µg/mL e 31,25 µg/mL,
respectivamente). Para a cepa clínica da C. albicans e C. tropicalis a atividade antifúngica foi
considerada fraca (CIM: 500 µg/mL e >2000 µg/mL, respectivamente). Para os testes de
CFM, o extrato demonstrou atividade fungistática sobre as cepas C. albicans, (ATCC 10231 e
cepa clínica) e C. tropicalis (CFM: > 1000 µg/mL, > 2000 µg/mL, > 5000 µg/mL,
respectivamente), observando-se efeito fungicida apenas sobre a C. krusei (CFM: 31,25
µg/mL). Em relação à atividade anti-inflamatória, dentre as concentrações do extrato testadas,
aquela administrada na menor dosagem apresentou maior redução do edema de pata induzido.
De acordo com o exposto, é evidente o potencial anti-Candida da A. colubrina. É interessante
a realização de estudos que possam confirmar o potencial anti-inflamatório da planta em teste.
Palavras-chave: Plantas medicinais; Testes de sensibilidade microbiana; Inflamação;

Abstract
The present study aimed to analyze the antimicrobial and anti-inflammatory activity of A.
colubrina (Vell.) Brenan extract through a panel of biological activities. The hydroalcoholic
extract of A. colubrina was obtained by maceration, which was rotary evaporated and
lyophilized. Minimal Inhibitory Concentration (MIC) and Minimum Fungicidal
Concentration (CFM) tests were performed microdilution against Candida albicans (ATCC
10231 and clinical strain), Candida tropicalis (ATCC 750) and Candida krusei (ATCC 6258).
Anti-inflammatory activity was verified by induced paw edema. According to the tests
performed, A. colubrina extract showed strong antifungal activity against C. albicans (ATCC
10231) and C. krusei (MIC: 7.81 μg / mL and 31.25 μg / mL, respectively). For the clinical
strain of C. albicans and C. tropicalis, antifungal activity was considered weak (MIC: 500 μg /
mL and> 2000 μg / mL, respectively). For the CFM tests, the extract showed fungistatic
activity on C. albicans strains (ATCC 10231 and clinical strain) and C. tropicalis (CFM:>

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1000 μg / mL,> 2000 μg / mL,> 5000 μg / mL, respectively), with fungicidal effect on C.
krusei (CFM: 31.25 μg / mL). About the anti-inflammatory activity, among the concentrations
of the extract tested, the one administered at the lower dosage presented a greater reduction of
the induced paw edema. According to the above, the anti-Candida potential of A. colubrina. It
is interesting to carry out studies that can confirm the anti-inflammatory potential of the test
plant.
Keywords: Medicinal plants; Microbial sensitivity tests; Inflammation;

Resumen
Este estudio tuvo como objetivo analizar la actividad antimicrobiana y antiinflamatoria del
extracto de A. colubrina (Vell.) Brenan a través de un panel de actividades biológicas. El
extracto hidroalcohólico de A. colubrina se obtuvo por maceración, se evaporó por rotación y
se liofilizó. Las pruebas de concentración mínima inhibitoria (MIC) y concentración mínima
de fungicida (CFM) se realizaron contra Candida albicans (ATCC 10231 y cepa clínica),
Candida tropicalis (ATCC 750) y Candida krusei (ATCC 6258) mediante microdilución. La
actividad antiinflamatoria se verificó mediante edema de la pata inducido. Dadas las pruebas
realizadas, el extracto de A. colubrina mostró una fuerte actividad antifúngica contra C.
albicans (ATCC 10231) y C. krusei (MIC: 7,81 µg / ml y 31,25 µg / ml, respectivamente).
Para la cepa clínica de C. albicans y C. tropicalis, la actividad antifúngica se consideró débil
(MIC: 500 µg / ml y> 2000 µg / ml, respectivamente). Para las pruebas de CFM, el extracto
mostró actividad fungistática en C. albicans (ATCC 10231 y cepa clínica) y C. tropicalis
(CFM:> 1000 µg / ml,> 2000 µg / ml,> 5000 µg / ml, respectivamente), observando el efecto
fungicida solo en C. krusei (CFM: 31.25 µg / mL). Con respecto a la actividad
antiinflamatoria, entre las concentraciones del extracto analizado, el administrado en la dosis
más baja presentó una mayor reducción del edema inducido de la pata. En consecuencia, el
potencial anti-Candida de A. colubrina. Es interesante realizar estudios que puedan confirmar
el potencial antiinflamatorio de la planta bajo prueba.
Palabras clave: Plantas medicinales; pruebas de sensibilidad microbiana; inflamación;

1. Introdução

Fitoterápicos são medicamentos produzidos a partir de matéria-prima vegetal, com


propriedades profiláticas e/ou curativas, e necessitam assegurar qualidade, eficácia clínica e
segurança para uso e comercialização, comprovados por meio de levantamentos

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etnofarmacológicos e ensaios clínicos (Rodrigues, 2016). O desenvolvimento de pesquisas
acerca de plantas com propriedades farmacológicas vem ampliando-se e instigando cada dia
mais os pesquisadores na descoberta de novas características em plantas pouco estudadas,
buscando o desenvolvimento de novos fármacos (Simonetti et al., 2016).
Dentre as plantas medicinais utilizadas comumente no Brasil encontra-se a
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, pertencente à família Leguminosae, subfamília
Mimosideae, conhecida popularmente como angico, a qual ocorre em florestas estacionais,
distribuindo-se no nordeste do Brasil, na Caatinga e em florestas estacionais ao longo das
bacias do Paraguai e Paraná (Nepomuceno et al., 2007). Utiliza-se, popularmente, a casca do
caule como intervenção terapêutica de várias complicações do fígado, gonorreia, infecção dos
ovários, tratamento da bronquite e da angina e tratamento de inflamações em geral (Araújo,
2015; Araújo et al., 2015). Em relação ao potencial antifúngico, verifica-se importante ação
da Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, devido a presença de polifenóis, capazes de
inativar enzimas essenciais para o crescimento de fungos (Carvalho et al., 2011; Lima et al.,
2014). Gutierrez-Lugo et al. (2004) verificaram uma possível relação entre os compostos da
A. colubrina e os efeitos em doenças inflamatórias, justificando a sua utilização na medicina
tradicional para tratar problemas inflamatórios.
O presente estudo teve como objetivo analisar a atividade antimicrobiana e anti-
inflamatória do extrato da A. colubrina (Vell.) Brenan através de um painel de atividades
biológicas.

2. Metodologia

O presente estudo trata-se de uma que coleta de dados quantitativos ou numéricos por
meio do uso de medições de grandezas e obtém-se por meio da metrologia, números com suas
respectivas unidades. Estes métodos geram conjuntos ou massas de dados que podem ser
analisados por meio de técnicas matemáticas como é o caso das porcentagens, estatísticas e
probabilidades, métodos numéricos, métodos analíticos e geração de equações e/ou fórmulas
matemáticas aplicáveis a algum processo (Pereira., et al., 2018).

2.1 Material vegetal

A planta foi coletada na região do semiárido paraibano, na Serra de Bodocongó,


município de Queimadas (7o 22' 25" S, 35o 59' 32"W), na meso região da Borborema e

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micro-região do Cariri Oriental, no mês de setembro. O espécime testemunho da
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan encontra-se depositado na coleção do Herbário
Manuel de Arruda Câmara (ACAM) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus I,
Campina Grande, Paraíba (nº 667/ACAM).

2.2 Obtenção do extrato hidroalcoólico

A casca da A. colubrina (100g), seca e moída, foi imersa em álcool 80% (250 ml) por
48 horas, em temperatura ambiente. A mistura resultante foi filtrada e os resíduos imersos,
por mais duas vezes, em álcool 80%. As três fases líquidas finais foram concentradas em
rotaevaporador e, posteriormente, liofilizadas.

2.3 Cepas de microrganismos e atividade antimicrobiana

O teste de suscetibilidade foi realizado sobre cepas de diversas espécies de Candida


spp.: C. albicans (ATCC 10231), C. albicans (cepa clínica), C. tropicalis (ATCC 750) e C.
krusei (ATCC 6258). A atividade antimicrobiana do extrato hidroalcoólico da A. colubrina foi
identificada pela determinação das concentrações mínimas inibitória (CIM) e fungicida
(CFM), de acordo com as normas Clinical and Laboratory Standards Institute (Wayne, 2008).
O teste foi realizado em microplacas de 96 poços contendo 100 µL/poço do meio de cultura
específico (RPMI 1640 - Angus Buffers & Biochemicals, Niagara Falls, NY, USA). O extrato
foi diluído em álcool a 40% (8 mg/mL), transferido para o primeiro poço, e realizada
diluições seriadas para se obter concentrações entre 15,62 e 2000 µg/mL. Foi utilizada a
nistatina (Sigma-Aldrich®) para o controle de atividade antimicrobiana, o álcool 40% para
eliminar a possibilidade de ação do diluente e o microrganismo sem tratamento para controle
de crescimento do microrganismo. Os inóculos fúngicos (5,0x103 UFC/mL) foram
adicionados aos poços e as placas incubadas a 37°C por 24 horas. A CIM foi definida como a
menor concentração do extrato que inibiu crescimento microbiano visível, confirmado pela
mudança da coloração do meio RPMI 1640.
Para determinar a CFM, uma alíquota de 20 µL de cada poço, com concentrações
maiores que a CIM, foram subcultivadas em meio Agar Sabouraud Dextrose, e incubadas a
37°C por 48 horas. A CFM foi definida como a menor concentração que inibiu crescimento
visível no meio sólido utilizado.

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2.4 Atividade anti-inflamatória

Foram utilizados camundongos Swiss, machos, com pesos entre 35 a 40 g, mantidos


em câmaras com temperatura controlada (22 ± 2°C) em ciclos claro-escuro de 12 horas. A
atividade anti-inflamatória foi testada através do teste de edema de pata induzido por
carragenina. Os protocolos utilizados foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de
Animais do Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento - CEUA/CESED.
O experimento foi realizado utilizando-se dois grupos controle e três grupos
experimentais (06 camundongos por grupo): o extrato foi administrado nas concentrações de
100, 200 e 400mg/Kg; o grupo controle negativo foi o veículo diluente da A. colubrina (água
destilada) e o controle positivo a indometacina na dose de 10mg/kg, todos administrados por
via oral. O volume da pata traseira direita de todos os animais foi verificado antes de qualquer
tratamento, sendo a pata marcada em altura definida para garantir a regularidade da medida,
antes da administração das amostras (tempo 0h), através do uso de um pletismômetro (7140,
Ugo, Basile, Itália). Após aplicação de 0,1 mL de carragenina (1% p/v em solução salina), as
substâncias testadas foram administradas e as patas traseiras medidas nos períodos de 30 min,
1h, 2h e 3h. Os resultados foram calculados como porcentagem de inibição de edema de
acordo com a equação: % de inibição do edema= [(Vt - V0)controle - (Vt- V0)experimental/ (Vt - V0)
x 100, onde Vt é a média de volume para cada grupo e o V0 o volume médio para cada grupo
antes dos diferentes tratamentos.
Os resultados foram demonstrados através da média±erro padrão. Análise de variância
(ANOVA) seguida do teste de t-Student foi utilizada para medir o grau de significância (p <
0,05).

3. Resultado e Discussão

Os valores da CIM e CFM para o extrato hidroalcoólico da Anadenanthera colubrina


(Vell.) Brenan estão representados na Tabela 1. O presente estudo indica potencial atividade
antifúngica para o extrato hidroalcoólico da casca da A. colubrina, observando-se boa
atividade antimicrobiana sobre a cepa padrão da Candida albicans (CIM = 7,81 µg/mL) e
Candida krusei (CIM = 31,25 µg/mL), moderada atividade sobre a cepa clínica da Candida
albicans (CIM = 500 µg/mL), e inatividade sobre a Candida tropicalis (CIM > 2000 µg/mL)
(Holetz et al., 2002).

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TABELA 1. Concentrações Mínimas Inibitória e Fungicida do extrato hidroalcoólico
da Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan avaliado contra espécies de Candida spp.
A. colubrina

Microrganismos CIM CFM (µg/mL)

(µg/mL)

Candida albicans 7,81 > 1000

ATCC 10231

Candida albicans 500 > 2000

Cepa clínica

Candida tropicalis > 2000 > 2000

ATCC 750

Candida krusei 31,25 31,25

ATCC 6258

Fonte: Próprio Autor, 2019.

Para a maioria das cepas foi observada ação de caráter fungistático, indicando
potencial na inibição do crescimento fúngico, observando-se que apenas para a Candida
krusei foi observado um valor de CFM menor (31,25 µg/mL), indicando ação do extrato na
morte desta cepa, como é mostrado na tabela acima.
Considerando as limitações dos agentes antifúngicos comercialmente disponíveis para
o tratamento de doenças fúngicas, devido ao aumento da resistência fúngica, alto custo e
efeitos adversos, os produtos naturais consistem em importantes alternativas para o tratamento
destas doenças (Bakhshi et al., 2012). Observa-se que a A. colubrina apresenta forte potencial
antifúngico, capaz de inibir o crescimento celular e a formação de biofilme de Candida
albicans (Lima et al., 2014), verificando-se a potencialidade desta planta para o
desenvolvimento de novos fármacos, que possam ser mais efetivos contra as infecções
fúngicas e com menores efeitos tóxicos para o organismo humano.

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Barreto et al. (2016) relatou o potencial antimicrobiano da A. colubrina contra
bactérias, verificando que o extrato da casca do caule foi capaz de potencializar o efeito da
neomicina e amicacina contra a Staphylococcus aureus, importantes antibióticos utilizados
pela população, indicando que esta planta pode ser uma fonte de metabólitos secundários
ativos contra bactérias.
Apesar de ser amplamente utilizada pela população, poucos são os estudos publicados
que investigam o mecanismo de ação da A. colubrina sobre os microrganismos causadores de
patologias. Estudos relatam a presença de compostos importantes na casca do caule do angico
que podem justificar sua ampla utilização pela população, tais como taninos e polifenóis totais
(Pessoa et al., 2012; Lima et al., 2014). Melo et al. (2010) identificou potencial antioxidante
médio para a A. colubrina, podendo apresentar função retardativa na velocidade da oxidação
de radicais livres, agindo como substância importante na prevenção de diversas doenças.
Em relação à atividade anti-inflamatória investigada no presente estudo, os resultados
encontram-se expressos na Figura 1 e na Tabela 2.
FIGURA 1. Efeito da administração por via oral do extrato hidroalcoólico da Anadenanthera
colubrina (Vell.) Brenan sob o edema de pata induzido por carragenina.

Fonte: Próprio Autor, 2019.

Como pode ser demonstrado na figura 1, houve alterações durante a administração do


extrato a Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan com 100, 200 e 400 mg/Kg,

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respectivamente (30 min, e de 1 em 1 hora), e da indometacina, sendo 10 mg/Kg sobre o
edema de pata induzido por carragenina (1000µg/pata).
O grupo que recebeu a A. colubrina na concentração de 100 mg/Kg, dentre as
substâncias em teste, apresentou o comportamento mais expressivo na inibição do edema, não
havendo diferença estatisticamente significativa com o resultado apresentado pelo controle,
indometacina (p>0,05). Observa-se, porém diferença estatisticamente significativa da A.
colubrina (100 mg/Kg) e indometacina com as duas outras concentrações da A. colubrina
(p<0,05).
Observa-se que o pico de inibição para a concentração de 100 mg/Kg da A. colubrina
foi no período de 1 hora, inibindo a inflamação em 75%, enquanto que para a indometacina
ocorreu no tempo máximo, de 3 horas, com inibição DE 91%.

TABELA 2. Efeito do extrato hidroalcoólico da Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan


sobre o volume do edema de pata induzido por carragenina (n = 6).
Grupos experimentais Média ± E.P. Média % de Inibição

A. colubrina (100mg/Kg) 0,46±0,3* 61

A. colubrina (200mg/Kg) 0,78±0,4 35,25

A. colubrina (400mg/Kg) 0,71±0,6 43

Idometacina (10mg/Kg) 0,24±0,2* 80

Controle 1,22±0,4 -

Fonte: Próprio Autor, 2019.

Torna-se importante observar que a Idometacina como fármaco de referência, mostrou


resultado significativo após análise de variância (ANOVA) seguido do teste de t-Student (p <
0,05).
A inibição do edema de pata induzido por carragenina envolve mecanismos
relacionados com a produção de prostaglandinas, em especial PGE2α e PGF2α, apresentando
pico máximo entre 2 a 3 horas após a aplicação, sendo a atividade equivalente a um anti-
inflamatório não-esteroidal (Sartori et al., 2003).
Santos et al. (2013) avaliaram o potencial anti-inflamatório e antinociceptivo do
extrato aquoso da casca da A. colubrina em ratos e camundongos e verificaram consistência

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nos resultados, embasando o uso popular desta planta para tratamento de doenças
inflamatórias, sugerindo a presença de componentes ativos para o desenvolvimento de agentes
farmacológicos, embora o mecanismo de ação ainda precise ser elucidado. Damascena et al.
(2014), também avaliando o extrato aquoso da casca da A. colubrina, constataram efeitos
antinociceptivos orofaciais centrais e periféricos, evidenciando o potencial do extrato em
reduzir a propagação dos mediadores inflamatórios da dor.

4. Considerações Finais

De acordo com os resultados encontrados no presente estudo, confirma-se a ação da


indometacina como substância anti-inflamatória e sugere-se a necessidade de estudos mais
específicos para a comprovação da A. colubrina com esta finalidade, uma vez que a inibição
da inflamação ocorreu apenas para o extrato de menor concentração, com o pico após 1 hora
da aplicação da carragenina.
Estudos futuros para determinação do mecanismo de ação da A. colubrina como
antifúngico sobre microrganismos do gênero Candida também são importantes, a fim de,
futuramente, isolar o princípio ativo responsável pelo expressivo efeito antifúngico,
objetivando o desenvolvimento de fármacos e obtenção de futuras patentes.

Referências

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Research, Society and Development, v. 9, n.1, e121911770, 2020
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Porcentagem de contribuição de cada autor no manuscrito


Amélia Ruth Nascimento Lima – 16,67%
Raissa Gonçalves Macedo – 16,66%
Gustavo Gomes Batista – 16,66%
Gabriel Barbosa Câmara – 16,66 %
Rennaly de Freitas Lima – 16,66 %
Tharcia Kiara Beserra de Oliveira - 16,66%

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