Trabalho Completo Redes - Julianne Viana, Cleisson Rocha e Maria Vitória Soares
Trabalho Completo Redes - Julianne Viana, Cleisson Rocha e Maria Vitória Soares
Trabalho Completo Redes - Julianne Viana, Cleisson Rocha e Maria Vitória Soares
RESUMO
Trabalhar aspectos da inclusão nas escolas, tornando o ensino mais significativo, ao encontro
de uma sociedade mais democrática e mais justa, exige que as práticas pedagógicas sejam
repensadas a partir das demandas trazidas pelos alunos. Assim sendo, este trabalho tem como
temática uma análise relacionada às práticas inclusivas. Para tanto, a análise se deu a partir das
propostas pedagógicas de profissionais da educação que atuam numa escola pública do
município de Maricá/RJ, por meio de uma proposta de pesquisa-ação, um trabalho colaborativo
entre mediadora, professores e orientadora educacional – pesquisadora. O objetivo deste estudo
versa sobre metodologias ativas para o desenvolvimento do alfaletramento de uma aluna com
deficiência intelectual. Os resultados indicaram a necessidade da observação e da interlocução
entre os profissionais que atuaram com o sujeito desse estudo, para a inserção e personalização
de recursos pedagógicos, condições materiais e diferentes níveis de suportes, os quais podem ser
utilizados em sala de aula, de acordo com o que é observado e trazido pelo aluno, colaborando
com práticas significativas e auxiliando no seu processo de ensino-aprendizagem.
INTRODUÇÃO
1
Grupo de Pesquisa Alfaletramento para pessoas com deficiência intelectual sob o viés do Plano
Educacional Individualizado - PEI.
2
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro -
ProPed/UERJ, [email protected]
3
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro -
ProPed/UERJ, [email protected]
4
Graduada pelo Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ,
[email protected]
5
Professora orientadora: doutora em Educação pela UERJ, Faculdade de Educação - UERJ, Departamento
de Educação Inclusiva e Continuada, [email protected]
Desde a Constituição Federal de 1988, a educação deve ser oferecida por todas
as instituições escolares brasileiras, no âmbito público e privado, abrangendo os mais
diversos níveis de ensino (Brasil, 1988). Pensando num projeto consistente de formação
humana, os últimos 30 anos foram testemunhas da resistência de grupos representativos
e o surgimento de um arcabouço legal mais próximo das adequadas necessidades dos
indivíduos mais vulneráveis. A partir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994),
uma perspectiva de acolhimento da diversidade entra em pauta, jogando luz para a
necessidade da igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, o que,
por sua vez, diz respeito a serviços e recursos educacionais específicos. Recursos esses,
organizados institucionalmente para apoiar e garantir que a educação escolar promova o
desenvolvimento das potencialidades de todos os educandos.
Além disso, quando pensamos na sala de aula, o que vem à mente, em geral, é
um espaço composto por professores e alunos que utilizam mesas, cadeiras e um quadro
para a aprendizagem. As aulas são expositivas, forma padronizada de ensinar para
classes compostas por sujeitos heterogêneos. Contudo, a possibilidade de se construir
um espaço pedagógico capaz de abraçar as demandas do educando, nem sempre
apresenta-se enquanto um trabalho fácil e exige que as práticas docentes sejam
repensadas para atender um público cada vez mais plural em sala de aula. Neste sentido,
estudos, em geral, mostram precariedade da formação e de informação sobre a temática
inclusiva, principalmente, no Ensino Fundamental II das escolas públicas,
evidenciando-se um campo aberto para a investigação, visto que tanto as políticas
públicas, quanto a produção de conhecimento são recentes nessa área.
METODOLOGIA
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Nome fictício.
Inicialmente, Ana passou pelas atividades de sondagem/diagnóstica para que os
professores pudessem preparar o Plano Educacional Individualizado (PEI) de acordo
com as características da estudante, a qual estava em processo de aquisição da leitura e
da escrita. A mediadora demonstrou grande preocupação com as atividades propostas
pelos professores que, em geral, mesmo com a construção do PEI, evidenciavam
expressiva dificuldade nesse trabalho.
Notou-se então, que apesar da existência do PEI, este não era protagonizado pela
aluna. Sendo Ana uma jovem aluna sem domínio na leitura e na escrita, os docentes
acabavam propondo tarefas infantilizadas, acreditando que atividades idênticas às
elaboradas para crianças do ensino fundamental I eram um caminho viável para a
educanda. Consequentemente, Ana demonstrava pouco interesse nas aulas propostas. A
partir dessa dificuldade, a professora de Português procurou a mediadora e a orientadora
educacional e pedagógica para que juntas, em um estudo de caso, pudessem encontrar
práticas mais atraentes e significativas, condizentes com a idade da discente.
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Envolve os procedimentos e estratégias (meta)cognitivas de análise e avaliação consciente, durante os
processos de leitura e de produção de textos (orais, escritos e multissemióticos), das materialidades dos
textos, responsáveis por seus efeitos de sentido, seja no que se refere às formas de composição dos textos,
determinadas pelos gêneros (orais, escritos e multissemióticos) e pela situação de produção, seja no que
se refere aos estilos adotados nos textos, com forte impacto nos efeitos de sentido. (BRASIL, 2017, p.82)
Figura 2 - Modelo de diagrama que apresenta as etapas da pesquisa-ação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto de escola pública para todos, assim como a educação voltada para a
reflexão sobre as diferenças e preconceitos existentes, propicia melhorias diretas na vida
de todos os educandos, principalmente para aqueles que as possuem. A temática
elencada, a respeito do alfaletramento de uma aluna com deficiência intelectual,
possibilitou o entendimento de que o planejamento pedagógico deve ser capaz de
promover o diálogo, articulando os saberes da leitura e da escrita com as práticas
sócio-culturais já construídas pelos sujeitos, compreendendo o alfaletramento como
direito fundamental na construção da cidadania.
REFERÊNCIAS
SOARES, M. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo:
Contexto, 2020.