Saúde Da Criança Concluido
Saúde Da Criança Concluido
Saúde Da Criança Concluido
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DA PROVINCIA DE LUANDA
INSTITUTO PRIVADO DE SAÚDE E POLTECNICO CB-RUSETH
LUANDA,2024
INTRODUÇÃO
O interesse da sociedade pelas crianças nem sempre esteve presente. Até o Século XVII,
a criança era vista como estorvo, desgraça, um fardo insuportável para a família. Os
cuidados dispensados ao bebê não eram uma tarefa
agradável aos pais. O índice de mortalidade infantil
era elevado, especialmente entre crianças que eram
afastadas de seus pais e cuidadas por amas de leite.
Outras causas de mortalidade eram a precariedade das
condições de higiene e a ausência de especialidade
médica direcionada à criança, surgida no século XIX.
Portanto a mudança de atitude em relação à criança
vem acontecendo ao longo de séculos. A valorização do
cuidado dispensado à criança pelo Estado, inicialmente,
se fez como investimento lucrativo para a nação e não pelo reconhecimento de sua cidadania.
Alguns séculos se passaram, comportamentos e pensamentos se modificaram e um novo olhar
foi lançado para as crianças. Essas alterações se expressaram na Declaração dos Direitos da
Criança em 1924, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
DIREITOS DA CRIANÇA
Os direitos da criança foram declarados na Assembléia Geral das Nações Unidas, em Genebra
(1924) e reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos
Humanos em 20 de Novembro de 1959.
A Assembléia Geral das Nações Unidas proclama esta
Declaração, a fim de que a criança tenha uma infância feliz e
possa gozar, os direitos e as liberdades aqui enunciados. Apela
aos pais, homens e mulheres como indivíduos, e às
organizações voluntárias, autoridades locais e os governos
para que reconheçam estes direitos e se empenhem pela
observância, de conformidade com os seguintes princípios,
resumidamente:
1. Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou
nacionalidade;
2. Direito à especial proteção para o seu desenvolvimento
físico, mental e social;
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3. Direito a um nome e uma nacionalidade;
4. Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequada para a criança e sua mãe;
5. Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente;
6. Direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade;
7. Direito à educação gratuita e ao lazer infantil;
8. Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes;
9. Direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho;
10. Direito a crescer, dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça
entre os povos. (UNICEF, 2004).
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NEURO-PSICO-MOTOR DA CRIANÇA
Crescimento: é o aumento físico do corpo pelo aumento do tamanho das células
(hipertrofia) ou do número de células
(hiperplasia). Pode ser medido em centímetros
ou em gramas.
Desenvolvimento: é o aumento da
capacidade do indivíduo em realizar funções,
ações e atitudes cada vez mais complexam.
Pode ser avaliada por testes de
motricidade, tonicidade, apreensão,
comportamento social, cultural e psicológico.
Período do Crescimento
Pré-natal:
- Embrionário – 1º trimestre
- Fetal precoce – 2º trimestre
- Fetal tardio - 3º trimestre
Pós-natal:
- Neonatal: 0 a 28 dias.
Infância:
- Lactentes - 29 dias a 2 anos
- Pré-escolar - 2 a 6 anos
- Escolar - 7 a 10 anos
Adolescencia:
- Pré-puberal (10 anos a 12 - 14 anos)
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- Puberal (12 - 14 anos a 14 - 16 anos)
- Pós-puberal (14 - 16 anos a 18 a 20 anos)
Fatores Que Interferem No Crescimento E Desenvolvimento Humano
a) Fatores genéticos: as características do indivíduo estão na dependência do genes herdados.
Gens anormais são capazes de alterar o rítmo do crescimento e desenvolvimento.
Sexo e raça também interferem no crescimento e desenvolvimento. Ex.: Nanismo e
gigantismo - distúrbios do crescimento.
b) Fatores ambientais: O meio ambiente, após o nascimento, pode variar tão amplamente
que as crianças apresentam variadas potencialidades para modificações. Processos mórbidos
podem influir no crescimento e desenvolvimento.
c) Fatores nutricionais: Cerca de 40% das calorias fornecidas à criança no 1º ano de vida são
destinadas ao crescimento. O mecanismo íntimo do crescimento é de ordem físico- química.
A nutrição inadequada ou a absorção inadequada dos alimentos tem como conseqüência a
parada do crescimento e perda de peso.
Desenvolvimento Normal De Uma Criança
Etapas do desenvolvimento
1 Mês
Roda a cabeça quando de bruços
Responde ao som mudando a atividade
Fixa os olhos em objetos brilhantes e os segue por curto espaço (fio de lã, estetoscópio)
Interessa-se pelo examinador (fixa os olhos por um momento no rosto do examinador e a
atividade diminui)
4 Meses/ 0 e 4meses
Deitado de costas, levanta a cabeça do berço.
Interessa-se por brinquedos. Segura um brinquedo ativamente. Segue objetos com os olhos
em 180º, horizontal e verticalmente. Murmura e dá risada.
Reconhece a mãe melhor do que outras pessoas.
12 Meses um ano e alguns meses
Anda apoiando com uma só mão.
Após demonstração, coloca um bloco em cima do outro.
Imita palavras. Usa duas palavras além de “mama” e “dada”. Aprende mais de uma palavra,
se usada repetidamente para um determinado objeto.
Alimenta-se sozinho, comendo com as mãos.
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18 Meses um ano e alguns meses
Anda bem, começa a correr. Sobe nos móveis.
Empilha 3 a 4 cubos.
Obedece a ordens simples sem gestos, como “dá prá mim”, “dá pra ele”, “vem cá”.
Vocabulário de 10 palavras.
2 Anos
Chuta bola sem ser ensinado.
Sobe e desce escadas sozinho (1 degrau de cada vez e não precisa das mãos).
Copia traços retos e circulares com lápis.
Frases de 2 palavras.
Identifica e diz o nome de objetos e pelo menos 4 partes do seu corpo.
Imita atividades domesticas (varrer, tirar pó, lavar).
4 Anos
Pula numa perna só. Fica em pé numa perna por 6 a 10 segundos.
Ao andar, pisa com o calcanhar e depois com os dedos.
Copia cruz e/ou quadrado.
Desenha um homem com 3 partes.
Sabe 3 cores.
Separa-se facilmente da mãe.
Os dados a seguir não valem para avaliar a idade mental, mas tão somente para o
acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor.
6 Anos
Dentição Mista
Dirige bicicleta. Copia um quadrado. Desenha um homem com 6 partes.
Define materiais de que são feitas determinadas coisas: portas, colher, por exemplo. Conhece
seu endereço
Dá e recebe recados.
9 Anos
Apresenta grande coordenação e habilidade motora
Apresenta mais independência em relação à família
Aprecia medir força física e habilidade com os outros
12 Anos
Maior sociabilidade
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Desenvolvimento físico acelerado
Grande energia mental
Brincando Com A Criança Hospitalizada
Os profissionais que cuidam de crianças devem se lembrar de que, quando estão
hospitalizadas, elas precisam brincar. O brinquedo, além de
ajudar a criança na adaptação hospitalar, ajuda- a exteriorizar
seus medos e ansiedades e a lidar com situações de estresse.
O brinquedo terapêutico é destinado a auxiliar a criança a
desenvolver sua capacidade de relacionar-se com a realidade
externa, estabelecer uma ponte entre o hospital e o ambiente
externo, e desenvolver um sentido de unidade dentro de si.
O brinquedo deverá ser o meio natural de expressão e
comunicação da criança pequena quanto a seus sentimentos, problemas, receios, ansiedades e
para com os adultos em volta dela. A criança se vale da brincadeira para alívio das tensões e
das experiências dolorosas.
A agressividade e a hostilidade, que não podem ser abertamente dirigidas contra pais e
irmãos, podem ser extravasadas fazendo as crianças sentirem-se renovadas, aliviando suas
tensões e dando-lhes forças para enfrentar novos problemas.
Todo material de recreação deve ficar guardado em local próprio (sala de recreação) e,
de preferência, ao alcance da criança. As necessidades profundas e individuais de brincar
precisam ser respeitadas e atendidas por quem lida mais seguido com elas.
A CRIANÇA HOSPITALIZADA
O hospital infantil tornou-se um complexo de equipes de
especialistas que trabalham para a melhoria de saúde da criança.
Profissional importante dessas equipes é o enfermeiro, que além
de prestar assistência direta, funciona como elo de ligação entre a
criança, o médico, os pais e outros profissionais envolvidos.
Aspecto Geral da Unidade Pediátrica
Numa unidade pediátrica, encontramos aspectos bem diferentes das unidades para internação
de adultos. Uma unidade pediátrica precisa ser “montada” de forma a atender às necessidades
próprias de cada fase da criança, tanto em material físico como humano. Estrutura de um
hospital infantil:
Material físico
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Sala de recepção e admissão (com ante-sala e instalações sanitárias para crianças e adultos).
Enfermarias com diversas capacidades, a serem utilizadas de acordo com os diversos grupos
etários e condições específicas (no máximo 8 leitos; no mínimo 4 leitos; quartos com 1 ou 2
leitos).
Refeitório e sala de recreação.
Copa anexa ao refeitório.
Sala de orientação sanitária aos pais e para reuniões.
Posto de enfermagem.
Banheiros.
Sala de utilidades e despejo.
Rouparia.
Unidade de isolamento.
Instalações sanitárias para funcionários.
Lactário.
Unidades de Internação
Para recém nascidos e lactentes: localizada o mais próximo possível do posto de enfermagem,
para facilitar a observação. Conterá berços de tamanhos e formas diferentes, dispostos de
forma a possibilitar boa circulação do pessoal e área de 3,5 a 4 m2 por berço.
As enfermarias de pré - escolares e escolares, para facilitar o trabalho de enfermagem,
deverão ter instalações sanitárias que incluam banheira, chuveiro, vasos sanitários e pias com
alturas diversas, na proporção de 1 para cada grupo de 15 a 20 crianças.
Banheiros
Cada enfermaria de 8 leitos para crianças menores de 2 anos deverá dispor de área para asseio
da criança, com o seguinte material:
Banheira esmaltada ou inoxidável.
Balcão com acolchoado.
Balança.
Prateleiras com material de uso durante o banho.
Coletor de roupa suja.
Rouparia
Local destinado ao controle centralizado de toda a roupa da unidade para lavagem,
desinfecção, reparos e manutenção.
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Os encarregados da rouparia terão estreita relação com o pessoal de enfermagem, com vistas
ao bom andamento do controle da roupa de toda a unidade. O pessoal de enfermagem é
responsável pela previsão de roupas para as crianças em cada turno, durante às 24 horas,
guardando-as em ordem no próprio setor, a fim de facilitar o trabalho.
Unidade de Isolamento
A cada unidade pediátrica deve corresponder uma área destinada ao isolamento de crianças
com suspeita ou diagnosticadas como portadoras de doenças infecciosas.
Material Humano
A assistência pediátrica necessita da ação de uma equipe multidisciplinar integrada, e nessa
equipe a enfermagem desempenha papel de importância fundamental. Esta enfermagem
apresenta particularidades que a diferencia das demais. Dela se exige uma excelente formação
profissional, competência técnica, excelente aptidão para educadora e profundo sentido social.
Requisitos do Pessoal de Enfermagem:
Saúde física e mental.
Gostar de trabalhar com criança.
Bom aspecto.
Boa aparência.
Alegre.
Poder de observação.
Delicadeza de gestos.
Grande senso de responsabilidade.
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
A rotina de medidas antropométricas em uma unidade pediátrica é
de relevante importância, pois fornece parâmetros para
avaliação do estado nutricional, condições de saúde, base
para cálculos da dieta, medicação, infusões intravenosas,
dentre outras.
Controle De Peso
O controle de peso serve de subsídio para avaliar o estado
nutricional e de saúde da criança, bem como base para
cálculos da dosagem medicamentosa e necessidades nutricionais.
Esse procedimento deve ser executado diariamente, de preferência pela manhã
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antes do desjejum ou da primeira mamada e sempre que necessário.
A criança deverá ser pesada sempre na mesma balança, e de preferência pela mesma pessoa, a
fim de não haver interferência de resultado e leitura. As balanças podem ser do tipo digital ou
de correr e todo o equipamento deverá ser zerado ou “tarado” antes de iniciar o
procedimento. Crianças de até 15Kg deverão ser pesadas em balança infantil e maiores em
balança antropométrica.
Material
Balança infantil ou antropométrica
Toalha de papel para proteção
Controle De Estatura
A estatura, medida fiel do crescimento da criança, é estável e regular. A medida da estatura
deve ser realizada com precisão, sendo que a alteração do posicionamento do corpo da
criança pode alterar o resultado obtido. Até mais ou menos dois anos, a criança é medida na
posição supina, utilizando-se régua antropométrica, que tem uma placa fixa no zero e um
cursor, e são necessárias duas pessoas para a execução do procedimento. Após essa
idade, a medida é realizada na posição vertical com régua antropométrica inserida na
balança.
Material
Régua antropométrica
Lençol para a proteção
Gráfico de controle
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CONTROLE DOS SINAIS VITAIS
Os sinais vitais refletem uma situação de momento das funções orgânicas, e a qualquer
desequilíbrio dessas funções, de origem física ou psíquica, imediatamente a alteração desses
parâmetros nos permite um pronto diagnóstico, garantindo rápida intervenção.
Esses dados são obtidos através do controle da temperatura, frequência respiratória,
frequência cardíaca, do pulso e da pressão arterial.
Temperatura
A temperatura corporal de um indivíduo pode variar conforme a temperatura ambiente,
atividade física, alteração emocional, ritmo circadiano (ao acordar, a
temperatura é mais baixa do que à noite), uso inadequado de roupas e
processos patológicos, dentre outros.
A temperatura da criança altera-se com mais rapidez do que a do
adulto, principalmente no primeiro ano de vida, devido a
imaturidade do sistema termorregulador, com a temperatura apresentando maior
variação conforme a temperatura ambiente. O controle da medida de temperatura pode ser
realizado por:
via oral,
retal
axilar.
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Durante a verificação da frequência respiratória é importante observar o ritmo, a
frequência, a profundidade, a simetria da expansibilidade pulmonar e possíveis ruídos
audíveis que podem resultar de obstrução das vias aéreas, alta (laringe, traqueia) ou baixa
(brônquios, bronquíolos ou alvéolos).
Os movimentos respiratórios podem ser definidos como:
- Rítmicos ou arrítmicos;
- Eupnéico (respiração normal) ou dispneico (dificuldade na respiração);
- Bradipnéico (frequência respiratória diminuída) ou taquipnéico (frequência
respiratória aumentada)
- Respiração profunda (boa expansibilidade pulmonar) ou respiração superficial (
pequena amplitude na expansibilidade pulmonar);
- Apnéia (ausência de movimentos respiratórios).
O fato de a respiração ser caracterizada por movimentos torácicos e abdominais permite o
controle da frequência respiratória, contando-se esses movimentos durante um minuto, a fim
de se constatar a existência de alguma arritmia. O controle deve ser realizado com a criança
calma.
Os valores normais da frequência respiratória para crianças em um minuto são:
- Prematuro – 50 rpm
- Lactentes – 30 – 40 rpm
- Um ano de idade – 25 – 30 rpm
- Pré-escolares – 20 a 25 rpm
- 10 anos de idade – mais ou menos 20 rpm
FREQUÊNCIA CARDIACA
A contração do ventrículo esquerdo bombeia sangue para a circulação arterial sistêmica,
fenômeno sentido como pulso, o qual é palpado a partir do batimento de uma artéria sobre
uma saliência óssea. O controle do pulso pode ser verificado através da palpação das artérias
radial, braquial, femoral, carotídea, temporal, pediosa ou poplítea.
A ausculta da contração do coração verificada na altura de seu ápice é denominada frequência
cardíaca (FC) ou pulso apical, e corresponde ao seu ponto máximo de
impulso.
A escolha da verificação do pulso ou da FC vai depender da idade da
criança. Em recém nascidos e lactentes, a verificação da FC é mais precisa,
em razão da dificuldade em se palpar a artéria radial, embora seja possível
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a palpação da artéria femoral, temporal ou pediosa.
Em crianças maiores é possível utilizar a técnica da verificação do pulso.
Ao se controlar o pulso deve-se verificar:
Frequência (número de batimentos por minuto);
Ritmo (tipos de batimentos);
Tamanho ou amplitude (volume de sangue circulante
na artéria após a contração do coração);
Tensão ou elasticidade (compressibilidade da parede
arterial)
Material
- Bandeja
- Estetoscópio
- Relógio com marcador de segundos
- Algodão embebido em álcool a 70%
Pressão Arterial
É a pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. Depende da força de contração do
coração, de quantidade de sangue circulante e da resistência das paredes dos vasos.
Cabe destacar, que no nosso meio o procedimento da medida de PA (pressão arterial),
apesar da sua relevância, é realizado somente em crianças com problemas específicos que
alteram a PA; as crianças em estado de alto risco e mesmo as que se encontram em unidades
de emergência ou de cuidados intensivos não tem sua PA verificada rotineiramente.
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Material
Bandeja
Estetoscópio
Aparelho de pressão (já selecionado o manguito adequado ao tamanho da criança)
Algodão embebido em álcool a 70%
HIGIENE E CUIDADOS GERAIS
Muitas atividades rotineiras de enfermagem – manutenção de acesso venoso, troca de fralda,
retirada de compressa, posicionamento da criança na cama. Os cuidados com a pele devem ir
além do banho diário e tornar-se parte de cada intervenção de enfermagem.
Manutenção da Saúde da Pele
A avaliação da pele é mais facilmente realizada durante o banho, porém com maior
frequência. A pele é examinada para quaisquer sinais iniciais de lesão, os fatores de risco
incluem: Desnutrição proteica, Edema, Perda sensorial, Anemia, Infecção
Banho
O banho tem como objetivo principal a limpeza da pele. Este procedimento possibilita à
enfermagem efetuar um melhor exame físico da criança, bem como auxiliar na sua
estimulação sensorial e afetiva.
Sempre que possível a mãe ou acompanhante deve participar dos cuidados de higiene de seu
filho. Cabe à enfermagem orientá-la e educá-la sobre cuidados e higiene corporal da criança.
Banho de aspersão (chuveiro)
É indicado para crianças de faixa etária pré- escolar, escolar e adolescente, que
consigam deambular, sem exceder sua capacidade em situações de dor. Caso a mãe ou
outro acompanhante esteja presente, é importante que participem, a fim de auxiliar a criança.
Antes de iniciar o procedimento, arrumar o leito.
Material
- Sabonete neutro líquido ou Xampu infantil
- Toalha de banho
- Roupas limpas
- Chinelo e pijama limpo e Cadeira de banho se necessário
Procedimento
1. Lavar as mãos(Prevenir infecção)
2. Preparar a bandeja com o material e levar até o local próximo a
banheira;
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3. Explicar para a criança e acompanhante o procedimento que será realizado;
4. Fechar portas e janelas do quarto ou as janelas do banheiro (Evitar correntes de ar no
ambiente);
5. Lavar as mãos (Prevenir infecção);
6. Colocar a criança sob o chuveiro sentada na cadeira ou no colo da mãe. Iniciar o banho
lavando o rosto, o cabelo e depois o corpo. Lavar o rosto apenas com água.
7. O cabelo deve ser lavado com xampu; adolescentes com cabelos longos, usar
condicionado;
8. Lavar a genitália sem passar sabonete direto nas mucosas. Nos meninos fazer retração do
prepúcio, quando isto for possível; na meninas, lavar entre os grandes e pequenos lábios no
sentido ânteroposterior. Fazer anotação no prontuário
Banho de imersão (banheira)
Este banho está indicado para lactentes e pré- escolares que estejam impossibilitados
de ir ao chuveiro.
Sua escolha dependerá do estado geral da criança. No caso de crianças em oxitenda ou capuz
de oxigênio, verificar a possibilidade de outro profissional segurar a fonte de oxigênio durante
o banho. Sempre que possível, estimular a mãe ou acompanhante a participar do
procedimento.
Enquanto se procede ao banho, providenciar a limpeza e troca de lençóis do berço.
Material
- Sabonete neutro líquido ou Xampu infantil
- Jarra com água morna; Toalha de banho
- Fralda descartável ou Fralda de pano
- Roupas limpas
- Banheira plástica
Procedimento
1. Lavar as mãos(Prevenir infecção)
2. Preparar a bandeja com o material e levar até o local próximo a banheira
3. Explicar para a criança e acompanhante o procedimento que será realizado
4. Fechar portas e janelas do quarto (Evitar correntes de ar no ambiente)
5. Lavar as mãos (Prevenir infecção)
6. Colocar em ordem sequencial a roupa e o material que vai ser usado (Evitar
resfriamento)
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7. Para encher a banheira, primeiro deve ser colocada a água fria e depois a quente, até
atingir a temperatura ideal (37,5ºC a 38,5ºC, variando um pouco conforme as estações do ano,
Verificar com um termômetro de banheira Quando não há um, a dica é colocar a parte inferior
do antebraço).
8. Não é preciso encher demais a banheira, O ideal é que haja água suficiente para o bebê flutuar
Uma boa medida é que o nível da água bata no umbigo da criança. Fazer anotação no
prontuário.
Banho no leito
É o banho da criança acamada. A técnica utilizada para o banho no leito em criança em
fase escolar e adolescente é semelhante ao do adulto, porém do lactente ao pré-escolar não
podemos utilizar a mesma técnica, pelas diferenças próprias entre a criança e o adulto.
As situações mais frequentes em pediatria, que requerem este procedimento, são: crianças em
oxigenoterapia, cirurgia recente, inconscientes, em tratamentos ortopédicos, com paralisia
cerebral.
Material
- 2 bacias com água morna
- l Sabonete neutroou Xampu e condicionador
-Luvas para banho ou chumaço de algodão
- 1 Toalha e Pijama limpo
- Fralda descartável e Lençóis limpos para troca do berço
Procedimento
1. Lavar as mãos(Prevenir infecção)
2. Preparar a bandeja com o material e levar até o local próximo a banheira
3. Explicar para a criança e acompanhante o procedimento que será realizado
4. Fechar portas e janelas do quarto (Evitar correntes de ar no ambiente)
5. Lavar as mãos (Prevenir infecção)
6. Abaixar as grades do berço e ficar ao lado da criança
7. Lavar o rosto da criança. Lavar com ajuda do algodão, somente com água, e secar.
8. Lavar o cabelo da criança
9. Lavar o corpo da criança, Molhar a luva ou algodão no sabonete e água, lavar as orelhas,
pescoço, braços, mãos, tórax e abdome, em seguida passar a luva somente com água limpa e
secar. Estar sempre atento para descobrir apenas a parte do corpo que está sendo lavada.
Lavar a luva ou trocar de algodão e passar no sabonete e na água, para lavar as pernas e pés.
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Em seguida com a ajuda da luva ou algodão limpos, passar água morna e secar. Limpar a
região genital, tracionando o prepúcio nos meninos quando possível, limpando a glande,
delicadamente, sem uso de sabonete. Nas meninas, limpar a região entre grandes e pequenos
lábios, no sentido anteroposterior. Com o auxílio da luva ou algodão, passar água morna e
secar. Lavar a luva ou trocar o algodão, passar no sabonete e na água para lavar as costas,
colocando a criança em decúbito lateral com a ajuda dos pais ou auxiliar. Com auxílio da
luva ou algodão limpos, passar água morna e secar. Manter nesta posição e limpar nádegas
e região anal com luva e algodão embebidos em água e sabonete. Com auxílio da luva
ou algodão limpos, passar água morna e secar. Retornar a criança à posição dorsal. Fazer
anotação no prontuário
Higiene oral
Nos lactentes sem dentes, deve ser realizada limpeza da gengiva, palato e
língua, uma vez ao dia, com auxílio de água filtrada e gaze. Nos lactentes com
dentes, pré-escolares e escolares até 8 anos, deverá ser feita escovação com
creme dental e escova de cerdas macias, por último, escovar a língua. Após a escovação, se
a criança conseguir fazer sozinha, pedir para bochechar com água limpa, desprezando a
espuma e secar a boca.
Material
Bandeja, Dois copos com água.
Um recipiente (cuba rim) para desprezar a água após a escovação
Toalha, Creme dental, Escova e Fio dental.
Troca de fralda
A criança hospitalizada necessita, a troca de fralda deve ser realizada após cada micção
e evacuação ou conforme necessidade de controle de diurese, pois além de oferecer
menos riscos de assadura, é mais confortável para a criança.
Procedimento
Para trocar a criança após a evacuação, é necessário lavar a região glútea com água e
sabonete com pH neutro. Nas meninas afastar os grandes lábios e limpar com movimentos
longitudinais únicos no sentido anteroposterior, e nos meninos retrair a glande
delicadamente, quando possível. Quando for somente urina, poderá fazer uma limpeza
somente com algodão e água morna.
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Quando houver controle de diurese, antes de iniciar cada troca, deve-se pesar a fralda limpa e,
após a troca, pesar a fralda suja (que foi retirada da criança) descontando o peso da fralda
limpa.
ALEITAMENTO NATURAL E ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA
Amamentar
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação
profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua
habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo
e emocional, e em sua saúde no longo prazo, além de ter implicações na saúde física e
psíquica da mãe de apoio, informação e interação as mães desejam, precisam ou esperam dele.
Tipos de Aleitamento Materno
É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento materno adotadas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no mundo inteiro.Assim, o aleitamento
materno costuma ser classificado em:
• Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto
da mama ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos.
• Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno,
água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas..
• Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno,
qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de
substituí-lo.
• Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros
tipos de leite, a titulo de exemplo os leites industrializados.
Prática Alimentar Esperada Para O Recém Nascido (RN) e do Lactente
O RN deve, preferencialmente, ser alimentado com leite humano durante os primeiros seis
meses de vida. A efetividade das mamadas é influenciada por:
Posição do bebê
Posição do mamilo na boca
Posição da mamadeira
Ambiente e atitude
O ambiente calmo e sem pressa é favorável para a mamada bem sucedida.
Todos os lactentes devem ser segurados e apoiados durante as mamadas. A cabeça e o dorso
devem ser apoiados. A enfermagem deve separar pelo menos meia hora para cada mamada.
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Alimentação Complementar Saudável
A definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve levar em
consideração a maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e as necessidades
nutricionais.
No início os alimentos devem ser amassados com o garfo, cozidos em pouca água, nunca
liquidificados ou peneirados.
Aos 6 meses
As frutas devem ser variadas para estimular o paladar e para que se forneça
maior variedade de vitaminas e sais minerais. Primeira refeição (almoço): papa de
cereais e tubérculos, sempre amassados. Utilizar leite, frutas e sucos nos
intervalos.
Aos 6 ou 7 meses
Segunda refeição (jantar) mesma papinha com acréscimo de proteínas (carne,
frango, peixe) Usar o mínimo de óleo no preparo. A criança estará fazendo
duas refeições ao dia e recebendo leite, frutas e sucos nos intervalos. Ocorre a
erupção dos incisivos inferiores. É importante que a criança receba alimentos pastosos para
começar a morder.
Aos 8, 9 meses
A dieta será a mesma, aumentando a consistência, de amassados para pedaços. A
época de erupção dos primeiros dentes do bebê coincide com a idade em que
a criança começa a sentar-se, tendo mais autonomia sobre seu corpo. Após a
erupção dos incisivos começa a modificação do tônus muscular, ou seja, toda a
musculatura da boca vai se fortalecendo e se desenvolvendo para a mastigação com a
modificação da dieta. A mastigação realizada pela primeira vez é involuntária, depois passa
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a ser voluntária e controlada, desenvolvendo-se com o estímulo. Toda a mastigação passa
por um aprendizado.
12 meses
A partir dos 12 meses e por volta dos 30 meses a alimentação da criança será
adaptada gradativamente com alimentos bem cozidos evoluindo até o
consumo de alimentos crus e será a mesma da família. Com 12 meses a
criança já deve receber, no mínimo, cinco refeições ao dia. Devemos
entender que:
O número de mamadas diminui à medida que o bebê cresce. As mamadas não devem ser
forçadas.
O médico prescreve a dieta no prontuário, mas cabe à:
o enfermagem a observação atenta e rigorosa da temperatura,
o consistência apropriada,
o período de validade e a
o administração correta da mesma.
Dificuldades da nutriz em oferecer o aleitamento materno
Apesar de a amamentação ser um processo natural do ser humano, é comum encontrar,
mães com dificuldades nesse processo, o que pode provoca o desmame precoce. Alguns
fatores favorecem o desmame precoce como:
o nível de escolaridade da mãe, trabalho materno, renda familiar, presença do pai,o
período pós-parto,
idade da mãe, influências culturais dos familiares e as condições habituais de vida.
Consequências Do Desmame Precoce
A falta de amamentação ou sua interrupção precoce em associação a introdução de outros
alimentos à criança antes do sexto mês de vida traz consequências importantes para a saúde
do bebê, como por exemplo o leite de vaca, podem ocasionar processos alérgicos, além do
que a exposição prematura a proteínas diferentes do leite materno estar associada ao aumento
do risco de diabetes tipo 1 e asma.
Dor Nos Mamilos/ Mamilos Machucados
É comum, nos primeiros dias após o parto, a mulher sentir dor
discreta ou mesmo moderada nos mamilos no começo das
mamadas, devido à forte sucção deles e da aréola. Essa dor
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pode ser considerada normal e não deve persistir além da primeira semana.
A causa mais comum de dor para amamentar se deve a lesões nos mamilos por
posicionamento e pega inadequados. Outras causas incluem
mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais na
criança, freio de língua excessivamente curto, sucção não
nutritiva prolongada, uso impróprio de bombas de extração de
leite.
Bebê No Processo Do Desmame
O desmame não é um evento, e sim um processo que faz parte da evolução da mulher como
mãe e do desenvolvimento da criança. Nessa lógica, o desmame deveria ocorrer naturalmente,
na medida em que a criança vai amadurecendo. No desmame natural, a criança se
autodesmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e
raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como, por
exemplo, em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se
altera, e o volume, que diminui).
As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame
pode desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e
sentimentos diversos como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e luto pela perda da
amamentação.
Cabe ao profissional de saúde ouvir a mãe e ajudá-la a tomar uma decisão, pesando os prós e
os contras. A decisão da mãe deve ser respeitada e apoiada.
Eructação
As eructações frequentes permitem ao lactente consumir a máxima quantidade
da mamada. Quando o lactente é segurado em posição ereta, as bolhas de ar se
elevam para a parte superior do estômago, atingindo uma passagem livre para a
saída do ar engolido. Deve-se fazer o lactente eructar na troca da mama e no
fim da mamada.Mesmo que a criança durma de barriga para cima, a cabeça
dela vai ficar de lado, e aí ela não corre o risco de engasgar se regurgitar.
Posições para eructação
Estas são as possíveis posições para arrotar. Logo após a mamada,
eleve o bebê. Não é necessário dar tapinhas nas costas do bebê. Caso ele
não arrote em 15 minutos, pode ser levado ao berço.
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Alimentação no Segundo Ano de Vida e Idade Pré-escolar
À medida que a criança passa pelo seu período de crescimento entre um e três anos de idade,
ela se torna mais seletiva e independente com relação ao alimento.
As refeições devem ser fracionadas no máximo em seis vezes ao dia.
Os horários devem ser respeitados, e o intervalo entre os horários,
no mínimo, de duas em duas horas.
Alimentação da Criança na Idade Escolar
A maior atividade e o crescimento mais acelerado aumentam a
exigência nutricional e, consequentemente, a ingestão alimentar. É uma fase de maior
socialização e de independência e maior aceitação de guloseimas.
Alimentação do Adolescente
Durante esse período, as necessidades nutricionais estão aumentadas de
tal modo que ás vezes é difícil satisfazê-las. A dieta deve ser rica em
alimentos que tenham uma boa concentração de vitaminas e minerais.
Dietas especiais
Proporcionar dietas especiais para crianças com doenças crônicas é um desafio. As
dietas variam de acordo com a patologia da criança. As mais comuns são:
Para insuficiência renal: Limitação de água, proteínas e sal.
Para diabetes: Limitação de carboidratos (açúcares).
Para diarréia: Diminuição de derivados (a mesma recomendação não se aplica ao leite
materno).
o Ingestão de sucos: limão, cenoura, Papinha de arroz ou canja.
Galactosemia: os bebês devem receber substitutos sem lactose, por exemplo, leite de soja.
Por sonda: é usado essa via quando a criança estar impossibilitada de receber alimentação
por via oral, podendo assim recebê-la por via gástrica ou enteral.
Definição: a nutrição enteral consiste na administração de vários tipos de terapêutica
nutricional, utilizando o trato gastrintestinal como via de entrada e introduzindo-se uma sonda
pela boca ou narina da criança, passando pela faringe e pelo esôfago, até o estômago.
- Nasogástrica: consiste na introdução da sonda pela cavidade nasal até o estômago, sendo a
via mais comum de ser utilizada. A ingestão de alimentos por meio de sonda que passa pelas
narinas, faringe e esôfago até o estômago. É contraindicada para crianças que apresentam
obstrução ou malformação do septo nasal e desconforto respiratório importante.
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- Orogástrica: consiste na introdução da sonda pela cavidade oral até o estômago. Esta via é
indicada, principalmente, quando o calibre da sonda é maior do que o usado para a faixa etária
e em caso de necessidade de manutenção das vias aéreas superiores livres e permeáveis.
- Nasoenteral: consiste na introdução da sonda pela cavidade nasal até o jejuno. Além da
administração de dietas enterais, esta via também é utilizada para obtenção de secreção
jejunal para estudo da microflora bacteriana, pesquisa de parasitas entéricos e/ou análises
bioquímicas e realização de biópsias de intestino delgado.
Indicações
De maneira geral, a nutrição enteral é recomendada para crianças que apresentam o trato
gastrintestinal total ou parcialmente íntegro, podendo estar associada a:
Alterações neurológicas ou coma; Diarreias crônicas; Insuficiência renal ou respiratória;
Prematuridade; Pós-operatório de cirurgia; Presença ou risco de desnutrição grave
Objetivo
Oferecer precocemente suporte nutricional à criança que esteja incapacitada de receber
alimentação por via oral, visando a manter seu estado nutricional, prevenindo assim
complicações posteriores. Essa conduta é de fundamental importância para auxiliar
qualquer terapêutica adotada para a recuperação do paciente.
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM PEDIATRIA
Introdução
A administração de medicamentos é o processo de preparo e introdução de fármaco no
organismo humano, visando a obtenção de um efeito terapêutico. Essa é uma das ações da
equipe de enfermagem que trabalha em pediatria, requerendo conhecimento sobre cálculo da
dose, ação farmacológica, dose terapêutica, efeitos colaterais e sinais de toxicidade de cada
um dos medicamentos prescritos às crianças.
Antes de preparar um medicamento é indispensável verificar o período de validade
determinado pelo fabricante, o aspecto e o rótulo do frasco do medicamento. E manter a
comunicação.
Vias de Administração
Via Oral: os medicamentos administrados por via oral podem ser apresentados
em forma de xarope, cápsula. Dependendo da idade e do desenvolvimento da
criança, as drágeas precisam ser esmagadas com o uso do almofariz,
adicionando-se água suficiente para sua dissolução.
Diluir num mínimo possível de solvente. Muito medicamento de uma vez, a
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criança pode cuspir e sufocar-se. Comprimidos devem ser amassados; Podem ser diluídos em
água, sucos;Não diluir em alimento.
Essa via é contraindicada:
Quando há recusa total da criança.
Dificuldade em deglutir.
Náuseas e vômitos persistentes.
Diarréia persistente ou infecciosa.
Estado de coma ou inconsciência
Material
- Medicamento preparado
- Gaze
Procedimento
Lavar as mãos
Colocar a prescrição bem próxima, verificando: nome da criança, fármaco, dose, horário, via
de administração da medicação prescrita.
RN e lactentes: colocá-los no colo e abrir a sua boca (comprimir a bochecha se
necessário), colocar a medicação sobre a língua e certificar-se da sua deglutição.
2 a 3 anos: estimular para tomar sozinha e dar reforço positivo.
4 anos e mais: explicar o procedimento com honestidade promovendo confiança na criança
Via Nasal
As instilações nasais visam ao tratamento de infecções das mucosas nasais,
facilitando a respiração.
É importante adequar o horário deste procedimento antes da alimentação
permitindo que a criança se alimente e durma tranqüila. Os frascos das
instilações nasais devem ser individualizados
Material
- Medicamento preparado em contagota ou seringa; Gaze
Procedimento
Aspirar as secreções das vias respiratórias ou limpá-las com a ajuda da criança (assoar o
nariz. Acomodar a criança/adolescente em decúbito dorsal e instilar cuidadosamente o
número de gotas prescritas, tendo o cuidado de não introduzir o conta-gotas nas narinas.
Caso a medicação esteja preparada em seringa, introduzir uma pequena parte na narina.
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Via Otológica
A medicação otológica é administrada gota a gota no conduto externo do ouvido.
Esta medicação é usada para alívio da dor, auxilio no tratamento de infecções
otológicas e limpeza do conduto auditivo.
Procedimento
Erguer o pavilhão da orelha e puxa-lo levemente para trás e para fora. Se necessário, usar
lâmpada auxiliar para visualizar bem o local. Manter a criança na mesma posição durante
dois a cinco minutos para obter o máximo efeito do fármaco. Se necessário, utilizar um coxim
para auxiliar no posicionamento da criança.
Via Oftálmica
É a colocação de medicamento nas conjuntivas oculares. Deve ser administrada somente sob
prescrição médica. As gotas oftálmicas são usadas para auxiliar o tratamento de
infecções oculares, alívio de dor, limpeza dos olhos e para exames oftalmológicos.
Material
- Medicamento preparado em contagota ou seringa; Gaze; Soro Fisiológico
Procedimento
Proceder à higiene ocular externa, com soro fisiológico, partindo do canto interno
para o externo do olho. Separar as pálpebras com o polegar e indicador e puxar a pálpebra
suavemente para baixo, expondo o saco ocular inferior
Instilar o medicamento no centro do saco ocular inferior, mantendo o contagotas numa
distância de dois a três centímetros do olho. Soltar a pálpebra inferior e fechar as pálpebras
para que o medicamento se distribua na superfície ocular
Via Retal
É a introdução de medicamentos no reto, através do ânus. É administrado sob forma de
supositório e enema.
Supositório: É uma medicação moldada de forma anatômica para ser inserida
no ânus. Este procedimento é realizado pelo auxiliar de enfermagem responsável
pela criança sob supervisão do enfermeiro.
Material
- Medicamento (Supositório); Gaze
Procedimentos
Deitar a criança em decúbito dorsal (se lactente) ou em decúbito lateral esquerdo com a
perna superior fletida: posição de Sims (criança maior) e afastar os glúteos com o
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auxílio de uma gaze.Segurar o supositório com uma gaze e introduzi-lo no ânus,
delicadamente. Aproximar com as mãos os glúteos para evitar a expulsão do supositório.
Enema: É a introdução de líquidos no reto com objetivo de limpeza do trajeto
intestinal para a realização de exames, cirurgias etc.
Material
- Conjunto descartável próprio para enema; Luvas de procedimento; Soro
fisiológico; Aquecedor de frascos (banho Maria); Comadre para crianças maiores
e acamadas; Pacote de gaze; Sonda retal com numeração própria para a idade da
criança
Procedimento
Deitar a criança em decúbito lateral esquerdo com a perna superior fletida (posição de Sims) e
afastar os glúteos com o auxílio de uma gaze. Lubrificar a extremidade da sonda retal com
uma gaze embebida em soro fisiológico. Segurar a sonda com uma gaze e introduzi-la no reto
de três a sete centímetros, conforme a idade da criança. Comprimir lentamente o frasco de
plástico, injetando a solução na ampola retal. Não forçar a entrada do líquido. Em geral, um
pequeno deslocamento da sonda restabelecerá um bom fluxo. Se possível, encaminhar a
criança ao banheiro. Observar cor, odor, volume, consistência, presença de muco, pus,
sangue e vermes.
Via Intradérmica
A injeção intradérmica é aplicada em uma área localizada entre a epiderme e o tecido
subcutâneo. Aqui é aplicada dosagem mínima( de 0,1 ml a 0,5 ml), usa-se agulha (13x3,8mm
ou 4,5mm). A fim de prevenir a absorção sistêmica, a penetração da agulha na pele não deve
ultrapassar 2mm e a substância injetada deve formar uma pequena pápula.
Os efeitos adversos da injeção intradérmica são
decorrentes da falha na administração do
medicamento ou vacina como aplicação profunda
(subcutânea), da dosagem incorreta com maior volume
que o necessário e da contaminação.
Material
- Medicamento prescrito; Seringa de insulina (1ml); Agulha 13x3,8mm ou 13x4,5mm
Procedimentos
Não fazer antissepsia com álcool a 70%.Firmar a pele com o polegar e o indicador e
introduzir a agulha com o bisel voltado para cima num ângulo de 15º (seringa paralela à
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pele). Fixar o canhão da agulha com o polegar, evitando que o bisel saia da posição. Injetar
lentamente o conteúdo, retirar o polegar do canhão e com firmeza retirar a agulha da pele.
Não friccionar o local e se necessário colocar um algodão seco.
Via Subcutânea
A injeção subcutânea é aplicada logo abaixo da superfície da pele. Esta via é utilizada
principalmente para drogas que precisam ser
lentamente absorvidas. Vacinas como, a tríplice viral e a
insulina têm indicação específica por esta via, pois
caso a medicação atinja o músculo, ela chegará rapidamente
à corrente sanguínea. A quantidade a ser injetada não deve
exceder 1 ml; caso a dose prescrita seja superior, esta deve
ser fracionada e aplicada em locais diferentes.
Os locais para aplicar a injeção são: a parede
abdominal (hipocôndrio direito e esquerdo), a face anterior e
externa da coxa, a face anterior e externa do braço, a região
glútea e a região dorsal, logo abaixo da cintura.
Material
- Medicamento prescrito; Seringa de insulina (1ml);Agulha 13x3,8mm; 13x4,5mm; 25X6mm;
Algodão e Álcool 70%.
Procedimento
Padronizar o local de aplicação. Realizar antissepsia do local com álcool 70% e esperar secar.
Segurar a pele do local escolhido entre o polegar e o indicador, fazendo uma prega e
introduzir a agulha hipodérmica (13x3,8mm ou 13x4,5mm) num
ângulo de 90º em relação à pele ou em 45º com agulha 25x6mm.
Soltar a pele e aspirar; se ao aspirar refluir sangue, tirar a agulha
e preparar novamente a medicação. Retirar rapidamente a agulha e
massagear levemente o local com algodão seco.
Via Intravenosa
É uma via de ação rápida, pois o medicamento passa pelo
processo de absorção, e por ser ministrada diretamente no plasma, sua
ação é imediata.
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Tipos de catéteres:
Escalpes Intravenosos Periféricos de curta permanência (Scalps): possui asas que
podem ser dobradas para cima, para facilitar a trodução na veia e a fixação. A
numeração é ímpar: 19, 21, 23, 25, 27. Sendo que o mais usado para adulto é o
n.º 21 e para crianças o n.º 25 e 27. Quanto maior a numeração menor é o
calibre da agulha
Cateteres Intravenosos Periféricos de longa permanência (Abocath® ou
Jelco): são mais dolorosos na punção, mas podem permanecer por
mais tempo na veia, pois a agulha é retirada, ficando o dispositivo de
polietileno. A numeração é par: 14, 16, 18, 20, 22, 24. Em pediatria
utilizamos mais os números 22 e 24
Via Intramuscular
A administração de medicamentos pela via intramuscular (IM) apresenta rápida absorção. O
músculo escolhido dependerá do peso da criança e do tipo de medicação, independentemente
de a criança estar ou não agitada, possibilitando que você veja o que está fazendo.
A escolha do músculo pode seguir a seguinte divisão:
Região vasto lateral da coxa: indicada para crianças menores de 3 anos de idade por
ter maior massa muscular e possuir poucos nervos e vasos
sanguíneos.
Volume: Lactente: 0,5 a 1,0 ml
Infante e pré-escolares: 2,0 ml
Escolares e Adolescentes: 3,0 ml
Região ventro glútea: indicada para crianças maiores de 3 anos de idade.
Volume: Lactente: 0,5 a 1,0 ml
Infante e pré-escolares: 2,0 ml
Escolares e Adolescentes: 3,0 m
Região dorso glútea: indicada apenas para crianças que andam há pelo
menos 2 anos e para pequenos volumes de medicação.
Volume: Lactente: 0,5 a 1,0 ml
Infante e pré-escolares: 2,0 ml
Escolares e Adolescentes: 3,0 m
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Região deltoideana: indicada a partir da adolescência e contraindicada para
crianças com pequeno desenvolvimento muscular.
Volume: Adolescentes: 3,0 ml
Tipo de agulha: O calibre e o tamanho da agulha selecionada devem ser de
acordo com a massa muscular: 30 x 7 ou 25 x 6, exceto vacinas e vitamina K
no recém nascido no qual utiliza-se a agulha 13 x 4,5.
Rodízio de local: Caso haja a necessidade de aplicar injeções com frequência,
o local deve ser avaliado em relação aos critérios já citados e o rodízio de locais deve ser
instituído para evitar fibrose muscular, intercorrência relatada em situações que o mesmo
músculo foi utilizado sem o intervalo mínimo de uma semana.
Material
- Seringa e agulha próprias para o procedimento; Medicamento (os) prescrito (s); Agulha para
aspiração; Álcool 70%; Algodão; e Luvas de procedimento
Procedimento
Escolher o local adequado para administração IM; Fazer antissepsia do local com
algodão embebido em álcool 70%; Distender a pele do local com os dedos indicador e
polegar, introduzir a agulha em movimento único; A agulha deve ser introduzida em
ângulo de 90º, exceto na região vasto lateral que deverá ser de 45º e com o bisel lateralizado;
Aspirar, tracionando o êmbolo da seringa. Infundir a medicação lentamente; Retirar a agulha
em movimento único e rápido.
INALOTERAPIA
O termo inaloterapia (terapia por inalação) é um procedimentos que visa melhorar a
ventilação e são empregados na prevenção e no tratamento das disfunções
pulmonares.
Oxigenoterapia
A oxigenoterapia é o método que visa a corrigir e/ou atenuar deficiências de
O2 ou hipóxia. Entre as causas da hipóxia encontram-se as enfermidades
cardíacas, anemia, choque, parada cardiorrespiratória, acúmulo de secreções
nas vias aéreas.O paciente em hipóxia apresenta os seguintes sinais e
sintomas: Aumento da frequência respiratória; Batimentos de asa de nariz (BAN); Angústia
respiratória; Prostração.
A oxigenoterapia é empregada através de dispositivos específicos tais como: Cateter
nasal; Máscara; Incubadora
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VACINAS
BCG: Protege da Tuberculose, uma doença causada por bactéria e muito contagiosa.
Afecta principalmente os pulmões, mas pode afectar os intestinos, ossos, articulações e
outros tecidos do corpo. A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de
tosse, espirro ou fala.
A vacina BCG deve ser administrada logo após o nascimento, ainda na maternidade ou até
antes da criança completar um ano de idade.
PóLIO: Protege contra a Pólio, doença causada por um vírus que afecta o sistema nervoso
deixando a pessoa aleijada e pode levar à morte.
A vacina contra a Poliomielite ou Pólio deve ser administrada em quatro doses: ao nascer, aos
2, 4, e 6 meses. Cada dose corresponde a 2 gotas. A dose única de Pólio Inativada, deve ser
administrada aos 4 meses.Crianças menores de 5 anos de idade devem apanhar a vacina
contra a Pólio.Durante as campanhas de vacinação, toda criança com idade menor que 5 anos,
mesmo se já tenha sido vacinada, deve apanhar a vacina.
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HEPATITE B: Protege contra a Hepatite B, doença causada por um vírus e muito
contagiosa. É a principal causa de icterícia, doença do fígado, cirrose e cancro de fígado. A
vacina hepatite B deve ser administrada até 7 dias após a data de nascimento.
PENTAVALENTE: Previne Difteria, tétano, tosse Convulsa, haemophilus influenza B e
hepatite B.
o A Difiteria é causada por uma substância tóxica que atinge as amígdalas e a faringe.
Pode acontecer obstrução total da garganta e levar à morte. É trasmitida através de
tosse, ou espirro de uma pessoa para outra.
o tétano é uma infecção causada por uma substância tóxica produzida pelo bacilo
tetânico, que entra no organismo através de ferimentos na pele ou pelo resto do cordão
umbilical após ser cortado com tesoura ou outro objeto sujo. Atinge o sistema nervoso
e pode levar à morte.
o tosse Convulsa é uma doença infecciosa que atinge o aparelho respiratório. É
transmitida por tosse, espirro ou fala de uma pessoa para a outra. Em crianças com
menos de seis meses apresenta-se de forma mais grave e pode levar à morte.
o haemophilus infleuenzae do tipo B é uma bactéria que causa um tipo de meningite,
sinusite e pneumonia.
o hepatite B é causada por um vírus, muito contagiosa. É a principal causa de icterícia,
doença hepática fulminante, cirrose e cancro de fígado.A Vacina Pentavalente, deve
ser administrada: aos 2, aos 4 e aos 6 meses.
PNEUMOCOCO OU PNEUMO :Protege contra uma bactéria que causa formas graves de
infecções como a pneumonia, meningite, infecções do ouvido e bronquite. A vacina Pneumo
deve ser administrada em 3 doses em criança com idade de 2, 4 e 6 meses.
ROTAVíRUS: Protege contra uma doença causada por um vírus que provoca inflamação do
estómago e da parede do intestino causando diarréia grave, acompanhada de febre e vómitos
que levam rapidamente à desidratação.A diarréia por Rotavírus é muito contagiosa e atinge de
forma mais grave crianças de até 2 anos de idade.
O Rotavírus não é a única causa de diarréia, mas é uma das mais graves. A criança elimina
muita água do corpo pelas fezes e fica desidratada rapidamente.
A Vacina Rotavírus deve ser administrada à criança, em duas doses:
a primeira dos 2 meses a menores de 4 meses de idade.
a segunda dos 4 meses a menores de 7 meses de idade.
Se uma criança estiver atrasada para vacinação:
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• ela não pode iniciar a vacinação contra o rotavírus depois de 4 meses de idade.
• A segunda dose não pode ser administrada depois de 7 meses de idade
SARAMPO E RUBÉOLA: O Sarampo é uma doença altamente infecciosa e contagiosa. É
transmitida às pessoas que não foram vacinadas através de gotículas que saem da boca quando
se fala, tosse ou espirra. O Sarampo é uma doença grave. Em mulheres grávidas, pode
provocar aborto ou parto prematuro.
A Rubéola: é uma doença grave que também é transmitida facilmente a outras pessoas. Tem
maior impacto quando identificado numa mulher grávida porque o bebé em formação
infectado poderá nascer com malformações sendo as mais frequentes a surdez, a cegueira
(cataratas) ou malformações do coração. O bebé pode transmitir a doença a outras grávidas
até um ano depois da nascença.
A Rubéola manifesta-se com febre e borbulhas na pele, principalmente na cara e descem até
aos pés. As complicações são mais frequentes nos adultos e na mulher grávida, a infecção do
bebé é a complicação mais grave porque pode levar a uma doença chamada “Síndrome de
Rubéola Congénita”.
A única forma de evitar o Sarampo e a Rubéola é através da vacinação. A vacina dupla
Sarampo Rubéola será administrada à criança aos 9 e 15 meses de idade.
FEBRE AMARELAA Febre amarela é uma febre hemorrágica causada por um vírus. O
vírus é transmitido de pessoa para pessoa pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. A
vacina contra a Febre amarela é administrada à criança em dose única aos 9 meses de idade.
Vitamina A: Ajuda a criar defesas no organismo; Reduz a gravidade das infecções; Reduz as
complicações e mortalidade por sarampo, e também por diarreia e malária; Previne a principal
causa de cegueira infantil.
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REFERÊNCIAS
BIRCH, L. L. Development of food acceptance patterns in the first years of life. The Proceedings
of the Nutrition Society, v. 57, n. 4, p. 617-624, 1998.
BIRCH, L. L.; MARLIN, D. W.; ROTTER, J. Eating as the means activity in a contingency:
effects on young children1s food preferences. Child Development, v. 55, n. 2, p. 532-539, 1984.
BORTOLINI, G. A. et al. Consumo precoce de leite de vaca entre crianças brasileiras: resultados
de uma pesquisa nacional. J. Pediatr., 2013.
LEIFER, G. Princípios e técnicas em enfermagem pediátrica. 4.ed.; São Paulo, Santos Editora,
s.d.
MINISTÉRIO DA SAÚDE - OPAS. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos. Série A.
Normas e Manuais Técnicos, n. 107, Brasília, 2002.
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