Ana Poles 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE MÚSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM MÚSICA

ANA VALERIA POLES DE OLIVEIRA

FALANDO BAIXO – POR TODA MINHA VIDA:

UMA TRAJETÓRIA COM O CONTRABAIXO NA FORMAÇÃO DE


MULTIPLICADORES E NA CARREIRA MUSICAL

Salvador
2016
ANA VALERIA POLES DE OLIVEIRA

FALANDO BAIXO – POR TODA MINHA VIDA:

UMA TRAJETÓRIA COM O CONTRABAIXO NA FORMAÇÃO DE


MULTIPLICADORES E NA CARREIRA MUSICAL

Trabalho de Conclusão Final apresentado


ao Programa de Pós-graduação
Profissional da Escola de Música da
Universidade Federal da Bahia como
requisito para obtenção do grau de
Mestre.

Área: Criação Musical – Interpretação

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Alves


Casado

Salvador
2016
FICHA CATALOGRÁFICA

O48 Oliveira, Ana Valeria Poles de


Falando baixo – por toda minha vida: uma trajetória com o contrabaixo
na formação de multiplicadores e na carreira musical/Ana Valeria Poles de
Oliveira. -- Salvador, 2016.
158 f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

Trabalho de Conclusão Final (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação


Profissional da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, 2016.

1. Música – Interpretação. 2. Contrabaixo. 3. Memorial. I. Título.

CDD 781.46
Agradecimentos

À minha família: meu marido Sérgio de Oliveira, também contrabaixista, e aos


nossos filhos Bruno e Pedro, pelo incentivo e paciência.

Aos meus pais, Sebastião e Bernadete, por terem me proporcionado o ensino


de música no Conservatório de Tatuí.

À minha querida e sempre saudosa avó Astrogilda (in memoriam), por, em


uma ação conjunta com meu pai, ter me presenteado meu primeiro contrabaixo.

Aos meus queridos irmãos Maria Cristina, Marcelo e Luciana, pelo excelente
ambiente em que vivemos juntos, dentro do nosso núcleo familiar.

Às queridas tia Ivone e prima Fernanda, pela escuta e preciosíssimas


revisões.

À Fundação OSESP, por todo incentivo e apoio oferecido a nossa turma de


mestrandos de 2015.

A Rogério Zaghi, diretor dos projetos educacionais da Fundação OSESP, por


toda ajuda e interlocução entre OSESP e UFBA.

Aos queridos colegas da OSESP, “companheiros de aventura”: Adriana Holtz,


Eduardo Minczuk, Francisco Formiga, Joel Gisiger e Sergio Burgani, pela paciência
com minhas inseguranças e neuroses.

A todos os queridos colegas mestrandos da turma de 2015, especialmente


Almir Medeiros, Angélica Alves Pereira Areias, Jordelei dos Santos, Josely
Saldanha, Orlando Afanador, Paulo Novais de Almeida, Priscila Plata Rato e Thaís
Cristina da Fonseca Mendes, pela atmosfera de coleguismo e solicitude.

A Juracy Cardoso, por sua solicitude e sempre me “socorrer” com seu


contrabaixo.

Aos queridos da OSESP: Ney Vasconcelos, pela ajuda nas revisões; Bráulio
Marques Lima, pela escuta e sugestões; Maria Luísa Cameron, pela escuta;
Alexandre Rosa, pela consultoria e sugestões; Almir Amarante, por sua ajuda;
Jefferson Collacico e Cláudio Torezan, por belíssimas fotos.
A todos os queridos colegas da “Estadual” e da OSESP, por fazerem parte
desta história.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Alexandre Casado, e ao Prof. Dr. Lucas Robatto,
pela solicitude nas minhas mais diversas dúvidas.

Aos professores doutores Beatriz Alessio, Diana Santiago, Paulo Costa Lima,
Pedro Amorim, Pedro Robatto e Suzana Kato.

A Breno Ampáro, por toda ajuda desde os primeiros passos neste processo
todo.

A Maria Cláudia Ribeiro, pela ajuda na edição musical do “Sistema de


arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo”.

A Robert Suetholz, por sempre me socorrer com a língua inglesa.

A Cornelia Rosenthal, pelas indicações e sugestões.

Aos editores Bruno D'Abruzzo e Roberto Votta, da Editora Tipografia Musical,


por terem acreditado no meu trabalho e publicado o Sistema de arcadas e golpes de
arco em escalas e arpejos para contrabaixo.

Aos compositores Pedro Cameron, Osvaldo Lacerda (in memoriam), Astrid


Spitznagel, por suas lindas composições dedicadas a mim, ajudando não somente a
incrementar o repertório do meu instrumento, mas também a compor a trilha sonora
da minha vida.

Um agradecimento especial ao compositor Amaral Vieira, que, apesar de ter


dedicado seu “Quinteto Fronteiras” ao Quinteto D'Elas, me escreveu dizendo que
compôs a parte do contrabaixo pensando em mim.

Ao querido amigo Adail Fernandes, por todos os belíssimos arranjos que fez e
dedicou ao Quinteto D'Elas, mas principalmente pelo seu “Por toda minha vida”, meu
eterno muito obrigada.

A todas as pessoas aqui citadas neste Memorial, por terem contribuído com o
enredo desta história.
“Não sei se a vida é curta ou longa demais para
nós, mas sei que nada do que vivemos tem
sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.”
(Cora Coralina)
RESUMO

O presente trabalho é resultado dos meus estudos dentro do Programa de


Pós-Graduação em Música na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Consiste em um Memorial retroativo à minha carreira com o contrabaixo, que


denominei Falando Baixo – Por toda minha vida.

São experiências vivenciadas que revelam, mas não esgotam, diversos


episódios sobre minha trajetória na música, com meu contrabaixo, até os dias
atuais.

Estão sendo expostos de forma descritiva e iconográfica, numa referência


autobiográfica.

Contém ainda o artigo "O conceito de 'Musizieren' (fazer música) de Ludwig


Streicher", publicado em agosto de 2015 pela Revista Eletrônica Intervalo, do
Conservatório de Tatuí. O Produto Profissional Final, que chamei "Sistema de
arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo", publicado em
junho de 2016 pela Editora Tipografia Musical, não se encontra neste volume por se
tratar de produto comercial. Contém ainda os relatórios das Práticas
Supervisionadas.

Palavras-chave: PPGPROM – contrabaixo – memorial – produto profissional final –


artigo.
ABSTRACT

This work is the result of my studies in the Graduate Program in Music at the
Federal University of Bahia (UFBA).

It consists of a retrospective Memorial of my career with the double bass,


called Speaking Low – All my life.

They are life experiences that reveal, but do not exhaust, several episodes of
my trajectory in music, together with my double bass, up to the present day.

Exposed in descriptive and iconographic form in autobiographical reference, it


also contains the article “The concept of ‘Musizieren’ (to make music) by Ludwig
Streicher”, published in August 2015 by Electronic Magazine Interval from the
Conservatory of Tatuí; the Final Professional Product, which I named System of
bowing and bow strokes on scales and arpeggios for double bass, published in June
2016 by Editora Tipografia Musical, is not included in this volume as it is a
commercial product. It also contains reports of Supervised Practice.

Keywords: PPGPROM – double bass – Memorial – Final Professional Product –


Article.
SUMÁRIO

1. MEMORIAL ........................................................................................................... 15

1.1 PRÓLOGO .......................................................................................................... 16

1.2 CAPÍTULO I – TATUÍ – ONDE TUDO COMEÇOU ............................................. 18


1.2.1 Uma ode ao Conservatório de Tatuí .......................................................... 23

1.3 CAPÍTULO II – VIENA ......................................................................................... 25


1.3.1 Professor Ludwig Streicher ....................................................................... 25
1.3.2 Bad Ischl ...................................................................................................... 28
1.3.3 Estudos na Hochschule.............................................................................. 29
1.3.4 Diplomprüfung mit Auszeichnung (diploma com louvor) ....................... 32

1.4 CAPÍTULO III – DE VOLTA AO BRASIL ............................................................. 36


1.4.1 Kontraquarteto ............................................................................................ 36
1.4.2 Quinteto D'Elas............................................................................................ 38
1.4.3 Dois do Contra ............................................................................................ 41
1.4.4 Octobass ...................................................................................................... 42
1.4.5 Duo Contrabaixo e Piano............................................................................ 43
1.4.6 CD “Por toda minha vida” .......................................................................... 45

1.5 CAPÍTULO IV – NA ORQUESTRA...................................................................... 46


1.5.1 Projeto 75 – Orquestra Infanto-juvenil do Conservatório de Tatuí ......... 46
1.5.2 Orquestra Jovem Austríaca ....................................................................... 47

1.6 CAPÍTULO V – OSESP ....................................................................................... 48


1.6.1 Reestruturação da OSESP ......................................................................... 49
1.6.2 Audições internas ....................................................................................... 49
1.6.3 Sala São Paulo ............................................................................................ 51
1.6.4 Nem tudo são flores .................................................................................... 52
1.6.5 Turnês da OSESP ........................................................................................ 52
1.6.6 Fundação OSESP ........................................................................................ 61

1.7 CAPÍTULO VI – O “ENSINAR” ............................................................................ 62


1.7.1 Guri Santa Marcelina................................................................................... 62
1.7.2 Academia de Música da OSESP ................................................................ 63
1.7.3 Festivais de música .................................................................................... 64
1.7.4 Encontro de Cordas .................................................................................... 65

1.8 CAPÍTULO VII – SOLISTA – PARCEIROS MUSICAIS ....................................... 67


1.8.1 Solista com orquestra................................................................................. 67
1.8.2 Parceiros musicais – duos com piano ...................................................... 68
1.8.3 Com contrabaixo, na música de câmara ................................................... 69
1.8.4 Com instrumentos diversos ....................................................................... 69

1.9 CAPÍTULO VIII – PRÊMIOS ESPECIAIS E HOMENAGEM ................................ 71

1.10 CAPÍTULO IX – MEU CONTRABAIXO ............................................................. 73

1.11 CAPÍTULO X – EM BANCAS DE CONCURSOS .............................................. 76

1.12 CAPÍTULO XI – MESTRADO PROFISSIONAL EM MÚSICA – UFBA .............. 77


1.12.1 Processo seletivo ...................................................................................... 78
1.12.2 O curso....................................................................................................... 78
1.12.3 O artigo e a escolha do tema ................................................................... 79
1.12.4 Memorial “Falando Baixo – Por toda minha vida” ................................. 80
1.12.5 Produto Profissional Final........................................................................ 80

1.13 CAPÍTULO XII – DIA A DIA NO MESTRADO ................................................... 84


1.13.1 Primeiro Semestre – 2015.1...................................................................... 84
1.13.2 Segundo Semestre – 2015.2 ..................................................................... 85
1.13.3 Terceiro Semestre – 2016.1 ...................................................................... 87

1.14 EPÍLOGO .......................................................................................................... 90

2 ARTIGO ACADÊMICO .......................................................................................... 91

2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 92

2.2 LUDWIG STREICHER ........................................................................................ 95

2.3 A ESCOLA DE STREICHER ............................................................................... 98

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 104

ANEXO A – RELATÓRIO DA DISCIPLINA OFICINA DE PRÁTICA TÉCNICO-


INTERPRETATIVA 2015.1 ..................................................................................... 108

ANEXO A – RELATÓRIO DA DISCIPLINA OFICINA DE PRÁTICA TÉCNICO-


INTERPRETATIVA 2015.2 ..................................................................................... 111

ANEXO A – RELATÓRIO DA DISCIPLINA OFICINA TÉCNICO-INTERPRETATIVA


2016.1 ..................................................................................................................... 115

ANEXO B – RELATÓRIO DA DISCIPLINA MUS D49 – PRÁTICA ORQUESTRAL


2015.1 ..................................................................................................................... 118
ANEXO B – RELATÓRIO DA DISCIPLINA MUS D49 – PRÁTICA ORQUESTRAL
2015.2 ..................................................................................................................... 124

ANEXO B – RELATÓRIO DA DISCIPLINA MUS D49 – PRÁTICA ORQUESTRAL


2016.1 ..................................................................................................................... 129

ANEXO C – RELATÓRIO DA DISCIPLINA PRÁTICA CAMERÍSTICA 2015.1 ..... 134

ANEXO C – RELATÓRIO DA DISCIPLINA PRÁTICA CAMERÍSTICA 2015.2 ..... 137

ANEXO D – RELATÓRIO DAS PRÁTICAS SUPERVISIONADAS – PRÁTICA


DOCENTE EM ENSINO INDIVIDUAL INSTRUMENTAL/VOCAL 2015.1 .............. 140

ANEXO D – RELATÓRIO DAS PRÁTICAS SUPERVISIONADAS – PRÁTICA


DOCENTE EM ENSINO INDIVIDUAL INSTRUMENTAL/VOCAL 2015.2 .............. 149
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – TENDO AULA DE CONTRABAIXO COM O PROF. NIKOLAY


SCHEVITSCHENKO (1979) ...................................................................................... 18

FIGURA 2 – COM SR. JOÃO DEL FIOL NO “MUSEU” (1982) ................................. 20

FIGURA 3 – CONCERTO DE FORMATURA NO CONSERVATÓRIO DE TATUÍ


(22/11/1981) .............................................................................................................. 21

FIGURA 4 – COM LOU BRUNO E COM O SECRETÁRIO DA CULTURA CUNHA


BUENO (1981) .......................................................................................................... 22

FIGURA 5 – PROF. STREICHER E EU (1984) ......................................................... 27

FIGURA 6 – FRANZ LEHÁR ORCHESTER (1985) .................................................. 29

FIGURA 7 – PROF. MAZKU (1985) .......................................................................... 29

FIGURA 8 – KONZERTABEND ................................................................................ 30

FIGURA 9 – BENEFIZKONZERT .............................................................................. 31

FIGURA 10 – ASTRID E OS FORMANDOS (1988) .................................................. 34

FIGURA 11 – DIPLOMPRÜFUNG ............................................................................ 34

FIGURA 12 – KONTRAQUARTETO ......................................................................... 37

FIGURA 13 – COM PAQUITO D’RIVERA (1998) ..................................................... 39

FIGURA 14 – CDS DO QUINTETO D’ELAS ............................................................. 40

FIGURA 15 – COM PEDRO POLES (2015).............................................................. 42

FIGURA 16 – COM LAÍS KAUFMANN (1979) .......................................................... 43

FIGURA 17 – COM DANA RADU (2015) .................................................................. 44

FIGURA 18 – CD “POR TODA MINHA VIDA” ........................................................... 45


FIGURA 19 – SALA SÃO PAULO ............................................................................. 51

FIGURA 20 – TURNÊS OSESP ................................................................................ 54

FIGURA 21 – WÜRDIGUNGSPREIS ........................................................................ 71

FIGURA 22 – PRÊMIO CARLOS GOMES ................................................................ 71

FIGURA 23 – TÍTULO DE CIDADÃ EMÉRITA DE TATUÍ......................................... 72

FIGURA 24 – HOMENAGEM DO CONSERVATÓRIO DE TATUÍ ............................ 72

FIGURA 25 – CONTRABAIXO SOLO E CONTRABAIXO DE ORQUESTRA DA


OSESP ...................................................................................................................... 75

FIGURA 26 – “FOLHINHA DA VALERIA” ................................................................. 81

FIGURA 27 – “SISTEMA DE ARCADAS E GOLPES DE ARCO EM ESCALAS E


ARPEJOS PARA CONTRABAIXO” ........................................................................... 83

FIGURA 28 – QUINTETO COM OS PROFESSORES .............................................. 86

FIGURA 29 – QUINTETO COM AS MESTRANDAS ................................................ 87

FIGURA 30 – TURMA DE MESTRANDOS DE 2015 ................................................ 89

FIGURA 31 – POSIÇÃO DA MÃO ESQUERDA ....................................................... 93

FIGURA 32 – EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE POSIÇÃO .................................... 101

FIGURA 33 – TROCA DOS DEDOS NA PRIMEIRA MEIA POSIÇÃO .................... 102


1. MEMORIAL
16

1.1 PRÓLOGO

Uma das obrigações do Mestrado Profissional no curso de Pós-graduação em


Música na UFBA é escrever um Memorial.

Poderia ser um diário de campo do processo do mestrado, ou, como meu


orientador, o Prof. Dr. Alexandre Casado, me aconselhou a fazer, um “livro de
memórias” autobiográfico.

A pergunta é:

Por que um Memorial retroativo da minha carreira, como se fosse um


pequeno “livro de memórias”?

Completei 40 anos de contrabaixo no ano de 2015 e tenho muitos colegas de


profissão que já fizeram 40 anos de carreira.

Hoje em dia, com o avanço da luteria, é mais comum a construção de


contrabaixos menores para que o ensino desse instrumento comece ainda quando
se é criança, mas à época em que comecei não era assim.

Aos 12 anos de idade, quando iniciei no contrabaixo, já tinha estatura


suficiente para um instrumento de tamanho 3/4. À época, o comum era se iniciar no
contrabaixo ao se atingir a adolescência.

Toda esta história, contada aqui neste Memorial, vivida nesses 40 anos de
contrabaixo, na música, serviu e ainda serve de bagagem para minha atuação
profissional, tanto como instrumentista, como, principalmente, em minhas atividades
pedagógicas.

O Mestrado Profissional em Música na UFBA me possibilitou esse “mergulho”


em minhas memórias com o contrabaixo.

Como Max Geringer diz, com muita sabedoria: “a crise é para todos, mas a
oportunidade é para cada um”. Assim, pude ver esta oportunidade, com o mestrado
profissional, de poder ter um novo olhar sobre meu instrumento e, quem sabe,
compartilhar isso em minhas atividades como profissional.

Escrever este Memorial foi um processo de reflexão, de introspecção, de


lembranças boas (e outras nem tanto), de recordações ao me lembrar de tanta gente
17

que já passou por essa minha história de vida, na música, e que me ajudou moldar o
que sou. Muitas ainda fazem parte dela, são meus irmãos da música, caminhamos
juntos na mesma estrada. Outras já se foram e deixaram rastros de boas
lembranças; outras inclusive de muitas saudades.

Principalmente, trata-se de um momento de agradecimento por tudo e,


sobretudo, à Música!

Por isso acho que vale a pena, sim, contar essa história, que gostaria de
denominá-la ”Falando Baixo – Por toda minha vida”.

Não tenho a pretensão de achar que ela seja assim tão imprescindível de ser
contada, mas acredito que possa talvez servir de inspiração para futuras gerações
de amantes do instrumento.
18

1.2 CAPÍTULO I – TATUÍ – ONDE TUDO COMEÇOU

Iniciei meus estudos de contrabaixo aos 12 anos, no Conservatório de Tatuí,


embora tenha começado muito antes, aos 8 anos na Iniciação Musical e depois ao
piano, com a Profa. Hebe Vilaça.

Não posso falar do meu início no contrabaixo sem mencionar o querido Prof.
José Coelho de Almeida, então diretor da escola (de 1968 a 1983), que promoveu
uma ampla campanha junto aos professores dos instrumentos mais procurados à
época – piano, flauta e violão –, para que eles conclamassem seus alunos mais
jovens a aprender um instrumento de orquestra, visando a uma futura
profissionalização, e pudessem assim exercitar esse aprendizado coletivamente
numa orquestra infanto-juvenil – o então “Projeto 75”.

Foi assim que fui aprender contrabaixo com o Prof. Nikolay Schevitschenko,
um ucraniano que era 1º Contrabaixista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal
de São Paulo e que vinha a Tatuí duas vezes por semana. Era um professor
bastante exigente. Muitas vezes eu ia embora para casa quando o ouvia com a voz
alterada dando aula para algum aluno.

Figura 1 – Tendo aula de contrabaixo com o Prof. Nikolay Schevitschenko (1979)


19

Prof. Coelho foi pessoalmente pedir permissão para que meus pais me
deixassem participar do Festival de Inverno de Campos do Jordão, no ano de 1976,
assumindo responsabilidade por mim, afinal eu só tinha 13 anos de idade e era meu
primeiro Festival.

Nessa edição, o Festival não tinha professor de contrabaixo, por isso eu


assistia a todas as aulas de violoncelo dos professores Antônio Lauro Del Claro e
Peter Daulsberg.

Como eu era muito principiante no instrumento, absolutamente inexperiente


para executar obras como a Sinfonia n. 1 de Beethoven, a Abertura 1812, de
Tchaikovisky, entre outras, o querido e saudoso Maestro Eleazar de Carvalho
chegou a solfejar a parte de contrabaixo para mim. Alguns trechos eu tinha que tocar
uma oitava abaixo, pois quando fui para esse meu primeiro Festival só conseguia
chegar até a 4ª posição no instrumento. Mas aprendi muito.

Eu fazia parte dos conjuntos do Conservatório: Orquestra Infanto-Juvenil,


Banda Sinfônica e também Orquestra Sinfônica.

Em 1977 fui solista pela primeira vez, tocando o Concertino “Atirei um pau no
gato”, de Ernst Mahle, com a Orquestra Infanto-Juvenil do Conservatório.

Participei de alguns concursos:

 “Concurso Crianças tocam para crianças”, promovido pela Proarte do Rio


de Janeiro, que me possibilitou tocar como solista da Orquestra Armorial do
Recife, sob a regência do Maestro Henrique Gregóri, e da Orquestra
Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência do Maestro Eleazar de
Carvalho, e em recital de contrabaixo e piano na Proarte e na Rádio MEC
do Rio de Janeiro.
 “Concurso Jovens Instrumentistas”, de Piracicaba, nos anos de 1979 e
1981, em que obtive segundo e primeiro lugar, respectivamente, quando
fui solista com a Orquestra de Piracicaba, sob a regência do compositor
Ernst Mahle.
 “Concurso Jovens Solistas da OSESP”, que me possibilitou tocar o
Concerto Opus 3 em fá# menor, de Sergei Koussevitzky, sob a regência
do Maestro Arlindo Teixeira.
 “II Prêmio Eldorado de Música”, de 1987.
20

Não posso deixar de mencionar o nome do querido e saudoso Sr. João Del
Fiol, que sempre foi a “alma” do Museu – hoje em dia Casa de Cultura – de Tatuí,
onde à época funcionava o ensino dos instrumentos de cordas do Conservatório.
Era no subsolo, que havia sido uma delegacia (com grades e tudo o mais), então
desativada, que aconteciam as aulas de contrabaixo.

Sr. Joãozinho Del Fiol (carinhosamente assim chamado) era um autodidata


do violino e do violoncelo. Teve uma grande influência na criação do Conservatório
de Tatuí. Era também quem cuidava dos instrumentos de cordas, um entusiasta
mesmo para todos nós que estávamos ali para aprender.

Figura 2 – Com Sr. João Del Fiol no “Museu” (1982)

Tenho que mencionar, desta vez no meu instrumento, Paulo Pugliesi, que
tinha um som “doce” no contrabaixo, era o spalla dos contrabaixos da Orquestra
Sinfônica de Campinas e também aluno do Prof. Nikolay. Quando eu o vi tocando o
baixo contínuo do Agnus Dei do Gloria de Vivaldi (foi um dos primeiros concertos de
que participei com a Orquestra Sinfônica do Conservatório – na época ainda no
Clube Alvorada de Tatuí, pois o Teatro Procópio Ferreira estava em obras), fiquei
absolutamente encantada com seu som. Foi a pessoa que me mostrou um LP de
Ludwig Streicher e na mesma hora eu soube que queria continuar meus estudos
com ele em Viena.
21

Outras pessoas que também me incentivavam muito foram Antônio Tomazini


– contrabaixista, juntamente com Paulo Pugliesi, da Orquestra Sinfônica de
Campinas – e a contrabaixista, também aluna do Prof. Nikolay, Ana Maria
Chioquete, que logo ingressou no naipe de contrabaixos da mesma orquestra.

E, claro, o querido e saudoso Pedro Fonseca, meu colega de estante na


Banda e na Orquestra Sinfônica do Conservatório. Aprendi muito com ele também.

É preciso citar outros queridos colegas que vieram depois: Sergio de Oliveira
– meu amigo e posteriormente meu primeiro namorado. Depois dos estudos fora (eu
em Viena e ele em Berlin), nos casamos e hoje temos dois filhos: Bruno e Pedro.
Flaviana Cunto Araújo – minha querida amiga de longa data –, hoje em dia
contrabaixista da Orquestra Sinfônica de Campinas, e o querido amigo Adail
Fernandes – excelente arranjador, que no final do nosso estudo diário vinha com
lindos arranjos para trio e quarteto de contrabaixos.

Vivíamos um excelente ambiente, em que o convívio humano e musical era


sempre um incremento a mais no nosso aprendizado.

Minha formatura no Conservatório de Tatuí foi no dia 22 de novembro de


1981, dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. Toquei como solista o Concerto
op. 3 em fá# menor, de Sergei Koussevitsky, sob a regência do maestro Jamil Maluf,
recém chegado de seus estudos na Alemanha. Com a Orquestra do Conservatório
de Tatuí esse concerto foi reapresentado três vezes: em Tatuí, Sorocaba e
Itapetininga; depois, sob a regência do mesmo maestro, mas com a Orquestra
Sinfônica Jovem Municipal, mais três vezes: no Theatro Municipal de São Paulo, no
Teatro Paulo Eiró e no Clube Paineiras do Morumby.

Figura 3 – Concerto de Formatura no Conservatório de Tatuí (22/11/1981)


22

Participei de seis festivais seguidos de Campos do Jordão (1976 a 1981),


sendo que no ano de 1981 o então professor de contrabaixo, Lou Bruno (um norte-
americano, ex-aluno de Ludwig Streicher), organizou um abaixo assinado junto aos
professores visando a uma bolsa de estudos para eu estudar na Hochschule für
Musik und darstellende Kunst in Wien (Escola Superior de Música e Artes Cênicas
de Viena), sem eu saber de absolutamente nada.

No último encontro dos professores com o então Secretário da Cultura, Cunha


Bueno, Lou Bruno chamou a imprensa para entregar esse abaixo-assinado, fazendo
assim com que eu ganhasse essa bolsa para estudar em Viena com o lendário
contrabaixista Ludwig Streicher.

Foi assim que em 1982 fui de Tatuí para Viena.

Figura 4 – Com Lou Bruno e com o Secretário da Cultura Cunha Bueno (1981)
23

1.2.1 Uma ode ao Conservatório de Tatuí1

Quando a Elen Pires me convidou para voltar ao Encontro Internacional de Cordas


no Conservatório, me senti novamente homenageada. Por que “novamente”?

Claro, com a primeira edição da Revista Ensaio desse ano me senti honestamente
muito honrada e lisonjeada quando me vi, por volta dos meus 16-17 anos, estampando a
capa da revista, e também por se tratar de um ano de celebração dos 60 anos da escola.

Enfim, há motivos de sobra para me sentir muito orgulhosa, sim, agora voltando ao
Conservatório para mais esse Encontro, com mais um desafio ao me apresentar num recital,
seguido de master class.

Meu querido e saudoso professor Ludwig Streicher sempre me dizia lá em Viena que
o “público mais difícil para quem se apresentar seriam os colegas de trabalho e os alunos” –
no que ele estava coberto de razão. Se apresentar-se em público é sempre um desafio, para
esse público específico, ainda mais.

Voltar ao Conservatório significa sempre voltar às origens, relembrar um tempo que


(infelizmente) não volta mais. São muitas lembranças: desde a Iniciação Infantil com D.
Flora, depois as aulas de piano com D. Hebe, conjuntamente às aulas teóricas – teoria e
solfejo com D. Cidinha, canto orfeônico com D. Odete, folclore com D. Stella, harmonia com
o Prof. Neves, análise musical e história da música com o Prof. Achili Picchi (antes com D.
Yolanda Rigonelli), coral com a Sueli.

Meu Deus, quantas boas lembranças! Sem contar, é claro, as aulas de contrabaixo
com o querido, saudoso e sempre muito exigente Prof. Nikolay, as aulas de música de
câmara com a Laís Kaufmann, a Orquestra Infanto-Juvenil com o Pereira e o Pedro
Cameron, a Orquestra Sinfônica com Jamil Maluf e, claro, a Banda Sinfônica com o sempre
querido Prof. Coelho – que também era o diretor da escola na minha época –, a figura do
“Seu” Joãozinho Del Fiol, a “alma” do Museu – na época o departamento das cordas do
Conservatório funcionava ali.

Uma verdadeira “ode” a esses maravilhosos mestres/professores!

Só tenho muito a agradecer, muito!

1
Texto publicado no último número da Revista Ensaio do Conservatório de Tatuí, p. 13, edição de
novembro/dezembro 2014.
24

Aos funcionários também, é claro. Muita gente querida: o “Seu Zé Ermelindo” –


quase ninguém conseguia entender o que ele dizia, haja visto o “dialeto tatuiano” muito
peculiar dele –, D. Yolanda, Jacira, “Seu” Tonico, D. Leontina e muitos outros queridos.

E isso tudo, claro, para ficarmos somente no âmbito do aprendizado da música, pois,
quanto ao aprendizado da vida, a lista é enorme, afinal, as amizades e as relações
interpessoais a tornam infinita. Pessoas que ficarão para sempre na minha memória afetiva,
com as quais consegui delinear minha personalidade e trajetória enquanto ser humano, uma
lista imensa mesmo, cuja enumeração aqui cria o risco de se cometer a injustiça de deixar
alguém querido de fora.

Depois de voltar dos meus estudos em Viena, pude exercer o cargo de professora de
contrabaixo na escola.

Daí ter conseguido passar para frente o que aprendi, ter deixado uma sementinha
em cada um que tenha passado por minhas mãos.

Uns seguiram em frente – motivo de muito orgulho para mim vê-los hoje em dia
seguindo com a “escola”, dando continuidade a uma verdadeira “dinastia do ensino de
contrabaixo”. Outros tantos terão, assim como eu, muita história para contar,
independentemente do caminho que escolheram para suas vidas.

Motivo de muito orgulho, sim.

E isso é o Conservatório de Tatuí!

Vida longa ao Conservatório!

Que passem ainda muitas e muitas gerações por aí e que elas tenham também
muita história para contar!

Tatuí, setembro 2014


25

1.3 CAPÍTULO II – VIENA

Fui para Viena em julho de 1982, sem meu instrumento, ou seja, fui um pouco
antes da minha Aufnahmeprüfung (prova de admissão) na Hochschule (Escola
Superior), na esperança de conseguir um contrabaixo para mim. O
Aufnahmeprüfung, na Hochschule für Musik und darstellende Kunst (Escola Superior
de Música e Artes Cênicas, hoje “Universität für Musik”, Universidade de Música), foi
em setembro desse ano.

Consegui um contrabaixo emprestado por 6 anos, duração de todo o meu


curso, com um aluno de um assistente do Prof. Streicher – August Trabitsch –, hoje
um dos meus grandes amigos, apesar da distância física. Ele me levou para meu
primeiro festival na Áustria – em Sankt Veit an der Glan, na Caríntia, sul da Áustria,
onde vi neve pela primeira vez.

1.3.1 Professor Ludwig Streicher

Fui selecionada para classe do Prof. Ludwig Streicher, uma verdadeira lenda
viva do seu tempo. Na verdade, era com ele mesmo que sempre quis estudar.
Àquela época, Streicher tinha três assistentes: Josef Pitzek, Milan Sagat e Wolfgang
Harrer.

Tive que trocar todo o meu jeito de tocar, começando da corda solta (sem o
posicionamento de nenhum dedo da mão esquerda) com a nova técnica de arco,
que era o “modelo alemão”. O Prof. Streicher, porém, tinha uma “escola própria”,
advinda da escola austríaca de Franz Simadl (vide artigo “O conceito de 'Musizieren'
– fazer música – de Ludwig Streicher”).2

A primeira aula com essa “lenda viva” foi também o primeiro dia do ano letivo
de 1982, ou seja, estavam presentes todos os alunos da classe.

Prof. Streicher iria fazer a divisão dos alunos da semana – ele dava aulas de
segunda a quinta, das 14 às 18horas, e eu estava agendada logo para o primeiro dia

2
Revista Eletrônica Intervalo, v. 1, n. 001/2015, p. 15-22, disponível em:
<http://www.conservatoeriodetatui.org.br>.
26

e primeiro horário. Por essa razão, todos os outros alunos estavam presentes em
minha aula.

É preciso dizer que as portas da sala de aula do Prof. Streicher sempre


estiveram abertas para quem quisesse assistir e no prédio onde eu tinha as aulas,
na Seilerstätte, no 1º Distrito de Viena, não havia “catracas” – as aulas eram no 4º
andar do prédio.

Prof. Streicher me chamou para a aula, me disse que tinha ficado


impressionado com minha prova (o “Aufnahmeprüfung”), que eu tocava muito bem
etc., mas que não teria “espaço” para “crescer” nesse “tocar” com aquela escola que
eu adotava. E aí me perguntou se eu estaria disposta a “trocar” de escola. No que
eu imediatamente lhe disse que estava ali justamente para isso: para ter aulas com
ele e seguir seus ensinamentos.

Começamos literalmente do “zero”! Da corda solta! Ele inclusive “colocou”


novamente o contrabaixo em minhas mãos, pois eu não conseguia tocar em pé –
somente sentada num banquinho de contrabaixo.

Fui logo perguntando se eu poderia ter um banquinho para mim e ele


perguntou a um por um dos alunos ali presentes se eles tocavam sentados. A
resposta era sempre negativa, então ele virou para mim e disse: “Aqui ninguém toca
sentado!” Ao que eu lhe respondi: “Então não vou conseguir tocar!” Eu era
literalmente dependente do banquinho, o que me dificultava imensamente o
deslocamento com o instrumento, que já não é simples.

Ele me mostrou a forma como fazia: apoiava o pé esquerdo na lateral do


instrumento, assim, juntamente com o apoio no lado esquerdo do corpo, o baixo fica
praticamente “sozinho” em pé, ou seja, sem que se precise segurá-lo com as mãos.3

Era justamente este o meu problema: para eu conseguir ficar em pé, eu não
conseguia ficar sem “segurar” o instrumento, com as mãos tensas para não o deixar
cair, fazendo pressão demais tanto com dedos que ficam em cima no espelho,
quanto com o polegar que fica atrás do braço do contrabaixo, e isso me
impossibilitava o relaxamento necessário para as trocas de posições com a mão
esquerda.

3
Vide Ludwig Streicher, Mein Musizieren auf dem Kontrabass, volume I, “Minha maneira de se fazer
música no contrabaixo” (tradução da autora).
27

O uso do pé esquerdo na escola dele funcionava como se fosse a “espaleira”


do violino. E a “escola” do Prof. Streicher usa os dedos da mão esquerda de forma
inteligente, como uma “alavanca”.

Hoje em dia, não uso mais o apoio do pé (assim como existem violinistas que
tocam sem “espaleiras”).

Fizemos nossa primeira aula, apenas corda solta. Ele me pediu para que eu
voltasse na quarta-feira (minha aula era às segundas), para “controle” – verificar se
eu estava “segurando” o arco corretamente. Na segunda-feira subsequente, cheguei
para a aula com a lição: corda solta! E Prof. Streicher sentou-se ao piano. Nossa
sala tinha um piano de cauda, que era usado para as aulas com correpetição – às
segundas e terças com Astrid Spitznagel (pianista do Prof. Streicher) e às quartas e
quintas com Nanako Tanaka-Pohl –, mas Prof. Streicher costumava tocar as
escalas, que eram sempre a primeira coisa a ser tocada quando se tratava de uma
aula sem piano, mas naquela segunda aula ele se sentou ao piano e “atacou” um
acorde de lá maior e me disse: “lá maior três
oitavas!” Fiquei desesperada! Tinha
estudado somente corda solta... e lhe disse:
“O senhor me disse que era somente corda
solta” – no que ele imediatamente
respondeu: “Isso foi semana passada!”...

Enfim, esse era Prof. Streicher: tinha


uma energia e vitalidade (estava com 62
anos quando fui para Viena) absolutamente
invejáveis. Sempre foi um professor
extremamente exigente, mas também
acolhedor, se importando com cada um
individualmente.

Figura 5 – Prof. Streicher e eu (1984)


28

1.3.2 Bad Ischl

Quando me vi sem bolsa de estudos – pois em novembro de 1982, por


ocasião das eleições no Brasil, o governo cortou minha bolsa –, Prof. Streicher me
ajudou a procurar algum trabalho com música, com remuneração em forma de
cachê, para eu garantir minha subsistência em Viena.

Ele me indicou para ingressar na Orquestra Franz Lehár, uma orquestra de


valsas e operetas, e pude trabalhar cinco verões seguidos em Bad Ischl, uma cidade
imperial da Alta Áustria, na região dos Lagos, belíssima – o Salzkammergut.

Morei lá por cinco verões.

No verão há o Franz Lehár Festival, um festival de opereta, e também uma


Kurorchester (orquestra para estância de águas termais).

Aprendi muito com esse trabalho, pois eram dois concertos por dia, com
repertório diferente a cada concerto, leitura à primeira vista e sem maestro, só com
Stehgeiger, que era o spalla da orquestra que ficava em pé e “regia/tocava” – era
somente eu de contrabaixo nessa orquestra. Aos domingos, a orquestra ganhava
mais integrantes – mais um contrabaixo comigo – e os concertos eram com maestro,
o “lendário” Prof. Eduard Mazcu. Às noites ocorriam as apresentações de opereta,
no Festival de Opereta Franz Lehár. Para mim foi um excelente aprendizado!
Aprendi a apreciar ópera por meio da opereta – hoje em dia, meu gênero predileto!

Eu tinha que, juntamente com a percussão, “segurar o tempo” da orquestra.


Lá pude me apresentar também como solista, nos concertos extraordinários de
domingo.

A Franz Lehár Orchester funcionava também durante o ano, com Opereta


Itinerante na Baixa Áustria. Era um cachê que ajudava a me manter em Viena.
29

Figura 6 – Franz Lehár Orchester (1985)

Figura 7 – Prof. Mazku (1985)

1.3.3 Estudos na Hochschule

Prof. Streicher me indicou também para a “Erstes Österreichisches


Frauenkammer Orchester” (Primeira Orquestra de Câmara Feminina da Áustria). Foi
minha primeira audição para orquestra – Probespiel, uma experiência muito
importante na vida de um instrumentista. Conquistei o posto de primeiro contrabaixo
nessa orquestra. Com essa orquestra, fomos a Paris, na Sala Pleyel, tocar As Seis
Sonatas de Rossini para Cordas, e a várias cidades austríacas, além de realizarmos
uma série de concertos na Mozartsaal da Konzerthaus de Viena.
30

Fazia parte também da Pro-Arte Orchester, que era uma orquestra laboratório
para a classe de regência da “Hochschule für Musik”. Havia somente dois
contrabaixos com repertório sinfônico – também um excelente aprendizado. Era um
trabalho remunerado em forma de cachê.

Integrava também a “Neue Wiener Solisten” (Novos Solistas de Viena), uma


pequena orquestra de câmara, em que eu era o único contrabaixo. Com essa
orquestra, fiz uma turnê para Portugal e Espanha.

Fiz parte, também, da “Wiener Sinfonisches Kammerorchester” (Orquestra


Sinfônica de Câmara de Viena) e tive a oportunidade de tocar como solista o
Concerto de Dittersdorf em mi maior para contrabaixo e orquestra, na Marmorsaal do
Palais Schwarzenberg (Sala de mármore do Palacete Schwarzenberg), em Viena.

Figura 8 – Konzertabend

Sempre fazia “cachês” com o “Damenkapelle” – conjunto de mulheres para


valsas e músicas vienenses. Com elas, fiz uma pequena turnê para a Itália.
31

Prof. Streicher me indicou também para um Concerto Beneficente no Palais


Auesperg (Palacete Auesperg), em Viena, para tocar o Concertpiece de Stein (uma
das faixas do meu CD “Por toda minha vida”) com o pianista Norman Schetler, que
havia sido pianista de Streicher. Ou seja, uma honra para mim.

Num outro concerto beneficente a que Prof. Streicher me indicou, pude tocar
a Ária “Per questa bella mano”, de Mozart – ária composta para o personagem
Sarastro da Flauta Mágica, uma das obras mais difíceis do repertório de contrabaixo.
Pude tocar uma Sonata para contrabaixo e piano de Rudolf Jettel – por indicação do
Prof. Streicher para um outro concerto beneficente.

Figura 9 – Benefizkonzert

Fui convidada também para me apresentar em audição (Probespiel) para a


Orquestra Mozarteum de Salzburg, o que me permitiu fazer alguns cachês lá
também – uma experiência enriquecedora, pois foi a primeira vez que recebi cachê
numa orquestra profissional, ou seja, não uma “orquestra de temporada”.
32

Meu primeiro ensaio foi um choque para mim: eu não me ouvia nos “ff”
(fortíssimo) e me ouvia nos “pp” (pianíssimo). Mas foi um choque bom, pois vi que
tinha que fazer dinâmica corretamente!

Consegui uma bolsa de estudos do governo austríaco, quando passei do nível


básico para o nível superior no meu curso de Konzertfach (diploma de concertista)
dentro da Hochschule. Essa bolsa só era concedida se fossem alcançadas notas
máximas durante o curso. Obtive a renovação dessa bolsa por mais um ano – uma
exceção do governo austríaco.

Depois Prof. Streicher conseguiu uma bolsa de estudos para mim junto à
Fundação Alban Berg de Viena por um ano. Foi essencial para a continuidade de
meus estudos durante os seis anos que permaneci em Viena.

Durante meus estudos na Hochschule, tínhamos as matérias


complementares, que eram divididas em teóricas e práticas, com excelentes
professores em todas elas.

No meu último ano na Hochschule, tive a oportunidade de ser spalla dos


contrabaixos na Orquestra da escola. A última produção que pude tocar foi na
Großer Saal (grande sala) do Musikverein, sob a batuta do Maestro Cláudio Abbado.

Tive a honra de ter sido convidada por meus queridos amigos Herbert Mayr
(hoje em dia, 1º Contrabaixo da Filarmônica de Viena e da Ópera Estatal), Ernst
Weissensteiner (1º Contrabaixo da Sinfônica de Viena e também Professor da
Universidade de Graz) e August Trabitsch (Professor de contrabaixo da Wiener
Musikschule, Escola de Música de Viena) para participar de quatro concertos com o
“Wiener Kontrabass Quartett” (Quarteto de contrabaixos de Viena): um concerto em
Viena, na Universidade, e outros três numa pequena turnê pelo sul da Áustria e
Alemanha.

1.3.4 Diplomprüfung mit Auszeichnung (diploma com louvor)

A prova final da Hochschule consistia em duas partes. Primeiro, a prova


interna, na qual deveríamos preparar uma lista de peças: do período barroco, do
período clássico, uma sonata, uma peça do período romântico e outra do período
33

contemporâneo, uma peça virtuosística; quatro excertos orquestrais – dois


sinfônicos e dois operísticos. A banca se concedia o direito de ouvir o que quisesse,
ou seja, tínhamos que preparar tudo (e era um programa extenso!), mas com a
banca talvez fosse pouco tempo de música.

Durante os ensaios com Astrid Spitznagel, pianista do Prof. Streicher e


professora correpetidora da Hochschule (uma de minhas grandes amizades), ela me
disse, quando ensaiávamos a Concertpiece de Stein – composta de introdução do
piano, cadência do contrabaixo, tema e três variações, segundo e terceiro
movimentos, ou seja, uma peça relativamente longa: “A banca não vai ouvir tudo”
(ela já estava acostumada a inúmeras provas – Diplomprüfung) e ensaiamos até o
final da terceira variação. Porém, na prova a banca quis ouvir tudo! Claro que fiquei
“desesperada”, pois não havíamos ensaiado a peça toda! Estudado, eu havia, com
certeza, e claro que Astrid “tirou de letra”.

A banca aprovou a prova e recomendou para a segunda etapa: Öffentliche


Diplomprüfung (a prova aberta ao público).

Como “treino”, os três alunos de Streicher que iriam fazer a prova naquele
semestre – Shiang, um colega de Taiwan, August Trabitsch e eu – nos
apresentamos em Horn, na Baixa Áustria, cidade natal da Astrid e também do Prof.
Paul Angerer (meu professor de prática de música contemporânea). Cada um de
nós, formandos, tocava a peça que iria tocar na prova – no meu caso era o Concerto
em si menor de Giovanni Bottesini – e no final tocávamos todos juntos o
“Dorfmusikanten”, de Adolf Misèk, para trio de contrabaixos.

Foi um sucesso! Astrid e o Prof. Angerer tocaram conosco, com instrumentos


de percussão, “de época”, pois o Prof. Angerer tinha também um conjunto de música
historicamente informada e levou esses instrumentos para “incrementar” a
apresentação, ao final do recital.

Uma experiência única também!


34

Figura 10 – Astrid e os formandos (1988)

Figura 11 – Diplomprüfung

Essa prova aconteceu no final de


maio de 1988, com a sala cheia!
Conquistei a prova com distinção
unânime (Einstimmige Auszeichnung) e
posteriormente obtive o Würdigungspreis
(prêmio de honra ao mérito), concedido
pelo Ministério Austríaco – uma honraria
para mim, pois não era fácil conquistar
esse prêmio, só o fazia quem tinha obtido
o Einstimmige Auszeichnung.

Tenho que mencionar que esses


seis anos de aprendizado nessa
instituição e com essa “lenda do
contrabaixo”, que foi meu querido e
sempre saudoso Professor Streicher,
foram absolutamente inesquecíveis para mim. Até hoje, mesmo depois de ter
voltado há quase 30 anos, essas lembranças estão muito presentes em mim.
35

Revivo seus ensinamentos a cada vez que vejo sua “escola de contrabaixo”
refletida em meus alunos, ou mesmo quando estou às voltas com seus cadernos do
Mein Musizieren auf dem Kontrabass.

Mas foram as experiências de vida num país distante, sem a família por perto,
com uma cultura totalmente diferente da nossa, enfim, isso sim foi de fato a grande
contribuição para “moldar” o que sou hoje.

Sempre que posso, volto a Viena. Deixei amigos verdadeiramente sinceros lá,
amigos para uma vida toda.

Em junho de 1988, voltei ao Brasil.


36

1.4 CAPÍTULO III – DE VOLTA AO BRASIL

Em junho de 1988, voltei ao Brasil. Na cidade de São Paulo, assumi o cargo


de contrabaixista da Orquestra Sinfônica do Estado, à época carinhosamente
chamada de “Estadual”.

Eu havia prestado e sido aprovada em um concurso da Secretaria de Estado


da Cultura, com edital e todas as formalidades de uma prova de orquestra, antes de
ir estudar em Viena, no final do ano de 1981 (fui para Viena em julho de 1982).
Assumi o cargo, quando voltei, por recomendação do maestro Eleazar de Carvalho,
então maestro titular da orquestra. Fui contratada pela Fundação Padre Anchieta no
final de junho de 1988.

Abrimos o Festival de Inverno de Campos do Jordão daquele ano com a Nona


de Beethoven e permaneci lá como parte do corpo docente.

Ao término do festival, fixei residência em São Paulo.

Primeiro, gostaria de enumerar os conjuntos que (co)idealizei.

1.4.1 Kontraquarteto

Idealizei, juntamente com o contrabaixista Sergio de Oliveira, o


Kontraquarteto – quarteto de contrabaixos, conjunto que durou aproximadamente
quatro anos.

A ideia de formar um quarteto de contrabaixos veio da experiência que


tínhamos tido ainda em Tatuí enquanto alunos de um mesmo professor, o saudoso
Prof. Nikolay Schevitschenko.

Experimentávamos os arranjos para contrabaixos a quatro vozes que nosso


amigo Adail Fernandes fazia e nos trazia ao final de um dia de estudos. E depois
também a experiência vivida em Viena com o “Wiener Kontrabass Quartett”.

A formação original do Kontraquarteto era: Sergio de Oliveira, Max Ebert


Filho, Sávio della Corte e eu. Tivemos depois, nos lugares do Sávio e do Max, as
37

participações de Almir Amarante e de Ney Vasconcelos, ambos meus colegas e


amigos do naipe da OSESP.

Fizemos várias apresentações, gravações de rádio e televisão.

Maurício Kubrusly chegou a fazer uma matéria conosco para o Jornal da


Globo, ocasião em que pudemos tocar um trecho do Quarteto de Bernhard Alt e
divulgar um pouco o instrumento contrabaixo numa rede de televisão de grande
alcance.

Temos duas lindas críticas de jornal: da Folha de São Paulo e do antigo


Jornal da Tarde.

Tínhamos uma preocupação de executar peças originais e também arranjos


para a formação de quarteto de contrabaixos.

Esse conjunto foi também a origem de um espetáculo que fizemos algumas


vezes com a participação do ator Sergio Mamberti, ”Contrabass in concert”, que era
composto de oito contrabaixos – a maior parte integrantes do naipe da “Estadual” e
mais tarde do ”Octobass”.

Nesse espetáculo “Contrabass in Concert”, intercalávamos trechos musicais


com textos do monólogo de Partick Süsskind “O contrabaixo”, recitados pelo ator
Sergio Mamberti.

Figura 12 – Kontraquarteto
38

1.4.2 Quinteto D'Elas

O Quinteto “A Truta”, de Franz Schubert, para piano, violino, viola, violoncelo


e contrabaixo, é uma das peças estandartes do repertório camerístico com
contrabaixo e, como já não tínhamos mais o Kontraquarteto, ainda sentia a
necessidade da prática de música de câmara.

Assim nasceu o Quinteto D'Elas, com as integrantes: Helena Scheffel, piano;


Betina Stegmann, violino; Adriana Schincariol, viola; Marialbi Trisólio, cello; e eu no
contrabaixo.

Fizemos um trabalho de pesquisa de repertório para essa formação e entre


alguns quintetos encontramos os dois belíssimos compostos por Louise Farrenc
(1804-1873, em Paris).

Foi assim que nasceu a ideia do nosso 1º CD, “Louise Farrenc by Quinteto
D'Elas”, lançado pelo Selo Paulus em 1998, com uma belíssima tela de Gisela
Eichbaum na capa.

Gisela nos cedia seu apartamento para os ensaios do Quinteto e quando me


deparei com essa tela, num de nossos primeiros ensaios, imediatamente disse às
meninas: “esta será a capa do nosso 1º CD” – isso soou como uma profecia, mas na
verdade assim foi!

Tivemos o privilégio de nos apresentar numa série de música de câmara –


“Music of the Americas”, do Chamber Music International & Americas Society – pelos
Estados Unidos. Foram quatro concertos dessa série: dois em NY, com lançamento
do nosso 1º CD num deles, com a presença de Paquito D'Rivera (com arranjo de
Adail Fernandes da obra “Wapango”), um no BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) e outro no Bard College. Essa nossa viagem a NY nos rendeu um
convite para voltarmos no ano seguinte para o Brazilian Day, um evento organizado
por Nelson Motta em que tocamos para uma plateia de oito mil pessoas no Lincoln
Center, e também duas matérias na mídia americana: uma na Globo News e outra
na TV Bloomberg.
39

Figura 13 – Com Paquito D’Rivera (1998)

Nosso repertório foi sendo incrementado, tanto com peças originalmente


escritas para essa formação como também com arranjos.

Depois dessa pesquisa, gravamos nosso 2º CD, com obras originais: o CD


“Quinteto D'Elas volume II”, no ano de 2000, também lançado pela Paulus, com
obras de Johann Ladislaw Dussek (1760, República Tcheca; 1812, França),
Ferdinand Ries (1784-1838, Alemanha) e Johann Nepomuk Hummel (1778,
Eslováquia; 1837, Alemanha).

Para a capa desse 2º CD, o artista plástico Martins de Porangaba pintou uma
belíssima tela, que hoje em dia está na parede da minha sala. À época eu dizia que
o Quinteto D’Elas poderia um dia não existir mais, mas essa tela permaneceria “para
sempre”... E assim foi também!

O 3º CD, em parceria com a cantora Tuca Fernandes, com canções de Arrigo


Barnabé, no início dos anos 2000, é o “Luar – Canções de Arrigo Barnabé com Tuca
Fernandes e Quinteto D'Elas”. Nele há também uma canção somente instrumental, a
faixa “Canção sem palavras”.
40

Figura 14 – CDs do Quinteto D’Elas

O trabalho com o D'Elas foi muito gratificante para o grupo como um todo.
Fizemos muitas apresentações nas diferentes séries de câmara. Ganhamos o
Prêmio Carlos Gomes na categoria Conjunto de Câmara no ano de 1998.

Tivemos uma encomenda do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de


Janeiro ao compositor Amaral Vieira e pudemos estrear o Quinteto Fronteiras em
uma série que homenageava compositoras mulheres. O próprio Quinteto Fronteiras
do Amaral Vieira teve como inspiração canções de Alma Mahler (1879, Viena; 1964,
Nova Iorque).

Alguns outros compositores e arranjadores escreveram para o D'Elas, como


os queridos Edmundo Villani-Cortes, Ney Vasconcelos, Marcelo Ramos, Adail
Fernandes.
41

O D'Elas teve uma duração de aproximadamente 10 anos.

Infelizmente não pudemos seguir adiante com o Quinteto por diversas razões
pessoais, mas o grupo deixou um legado, tanto nos três CDs, como também no que
se refere ao incremento de composições e arranjos para essa formação, além de
belíssimas telas do artista plástico Martins de Porangaba tendo o D’Elas como
inspiração.

1.4.3 Dois do Contra

Formei esse duo com o músico Itamar Collaço (baixo elétrico) em meados da
década de 1990.

Ele nasceu porque nos encontrávamos na antiga Universidade Livre de


Música (ULM), onde éramos docentes – ele na classe de baixo elétrico e eu na de
contrabaixo. A ULM funcionava à época na Oficina Três Rios, no Bom Retiro, em
São Paulo.

Itamar sempre foi um admirador da escola de contrabaixo acústico, por isso


desenvolvemos um repertório interessante que mesclava o popular e o erudito, um
pouco “crossover” também. Itamar chegou a compor uma peça denominada “Linha
Encantada”, que, segundo o músico saxofonista Roberto Sion, buscou uma definição
poética, a linha que não é nem popular, nem erudita: a “linha encantada”.

Itamar foi um dos maiores responsáveis pela gravação do meu primeiro


trabalho solo, produtor do CD “Por toda minha vida”, lançado pelo Selo Clássicos,
em 2009.

O “Dois do Contra” também não existe mais, mas posso “revivê-lo” com meu
filho mais novo, Pedro, baixista elétrico. Já nos apresentamos em meu recital
”Falando Baixo – 40 anos de contrabaixo”, no dia 31/05/2015, no Sesi da avenida
Paulista, em São Paulo, assim como em outras ocasiões. Particularmente acho
muito rica essa mistura de timbres dos dois contrabaixos, o elétrico e acústico, uma
mistura que merece ser explorada.
42

Figura 15 – Com Pedro Poles (2015)

Foto: Yuri Pires Tavares

1.4.4 Octobass

Como já disse anteriormente, o “Octobass” nasceu de uma ideia já acontecida


juntamente com o “Kontraquarteto” e o “Contrabass in Concert”.

Foi um trabalho que também foi amadurecido por meio das atividades com
alunos, contando sempre com arranjos arrojados de alguns deles, como Daniel
Camargo, mas também de Almir Amarante, Ney Vasconcelos, Adail Fernandes.

Pudemos nos apresentar numa das edições do Festival Música nas


Montanhas de Poços de Caldas e também na Praça Vitor Civita, em São Paulo, em
2009.

Essa apresentação rendeu mais de 50 mil visualizações no Youtube.4

Esse tipo de formação de câmara entre contrabaixos foi a forma que encontrei
(encontro, na verdade) para satisfazer a necessidade da prática da música de
câmara. É uma forma também de incentivar o “gosto” pela música em conjunto

4
Disponível em: <https://m.youtube.com/watch?v=Pz6N4qzLLf0>.
43

(câmara) entre os alunos, sempre tocando com eles. Trabalhamos não só a música
de concerto, mas também o gênero “rock and roll”.5

O “Octobass” também não “existe” mais (por inúmeras razões), mas esse
trabalho de “conjunto de contrabaixo” tem sua continuidade a cada festival ou master
class que sou chamada a ministrar, afinal, o instrumento contrabaixo é
essencialmente acompanhador, portanto é de fundamental importância que se
desenvolva nos alunos esse espírito de coletividade, tão importante num naipe de
contrabaixos numa orquestra, por exemplo.

1.4.5 Duo Contrabaixo e Piano

Esse é um trabalho que teve início com as aulas de música de câmara no


Conservatório de Tatuí, com a saudosa Profa. Laís Kaufmann.

Foi com ela meu primeiro recital, quando me apresentei no Concurso


“Crianças tocam para crianças”, no Rio de Janeiro, ainda em 1978.

Figura 16 – Com Laís Kaufmann (1979)

5
O interesse de muitos dos alunos que vêm para o contrabaixo, na verdade, é no baixo elétrico e
trazê-los para o universo do acústico é a maneira que encontro de aproximá-los desse universo, ou
seja, com a “linguagem” que gostariam de tocar no baixo elétrico sendo “transportada” para o
contrabaixo.
44

Em Viena esse trabalho de música de câmara foi feito com a pianista do meu
saudoso professor Ludwig Streicher, Astrid Spitznagel.

Toquei num recital beneficente no Palais Auesperg (Palacete Auesperg) com


o pianista Norman Shetler, com quem Streicher gravou um dos seus belíssimos LPs,
com obras de Giovanni Bottesini.

Ainda em Viena toquei também com o pianista brasileiro radicado na Áustria,


Reginaldo Mordenti – havíamos tocado juntos num Festival de Inverno de Campos
do Jordão o Quinteto “A Truta”, de F. Schubert, antes de ir para Viena.

Toquei também com Clarissa Costa “A Truta”, como matéria prática de


música de câmara da Hochschule em Viena.

Figura 17 – Com Dana Radu (2015)

De volta ao Brasil, continuei o


trabalho com Laís Kaufmann, depois
com Helena Scheffel (pianista do
Quinteto D'Elas), Maria Elisa Risarto e
Marina Brandão. Agora o “Duo
Contrabaixo e Piano” é formado com a
pianista romena Dana Radu, pianista da
Fundação OSESP, com quem gravei
meu primeiro trabalho solo, o CD “Por
toda minha vida”, lançado pelo Selo
Clássicos, em 2009, e participei de
diversos recitais.
45

1.4.6 CD “Por toda minha vida”

É meu primeiro trabalho solo, gravado em 2009, lançado pelo Selo Clássicos.

Era um desejo meu gravar peças originais para contrabaixo que não tivessem
sido registradas anteriormente.

Arquei com os custos desse CD, porém tive ajuda e incentivo de muita gente,
desde o produtor e técnico de som – o músico Itamar Collaço, que sempre me
incentivou a gravar e não me cobrou por esse serviço –, passando pela direção da
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), que me autorizou a gravar
no palco da Sala São Paulo, nos únicos três dias livres da Sala naquele ano – os
três dias antes do Carnaval.

Tive a colaboração de queridos amigos para escrever sobre as diferentes


faixas do CD no encarte do mesmo – era uma forma de homenageá-los também.

O CD teve uma repercussão muito gratificante, com críticas favoráveis nos


meios especializados e manifestações por meio de e-mails. Dentre as muitas
manifestações, uma me marcou em especial, pois veio de um escritor que admiro
por demais, Rubem Alves. Ele disse em uma mensagem para mim que “o som do
contrabaixo sai das funduras da alma”, e, sinceramente, não conheço uma definição
mais poética para o “contrabaixo”.

Figura 18 – CD “Por toda minha vida”


46

1.5 CAPÍTULO IV – NA ORQUESTRA

Um dos maiores prazeres que encontro com o contrabaixo é o de tocar numa


orquestra. Sempre aprendi que o contrabaixo é um instrumento de
acompanhamento.

Acho absolutamente impagável a experiência que temos, quando estamos


fazendo parte da “recriação de uma obra”, ao tocarmos uma Sinfonia de Beethoven,
por exemplo. Ou mesmo um baixo contínuo de Bach.

Mas não para por aí. A lista é infinita e “o céu é o limite” para o prazer em se
tocar numa orquestra, seja ela de câmara ou sinfônica.

Claro que, também, nesse universo, “nem tudo são flores”, afinal, esse
ambiente é composto por seres humanos, mas o prazer da Música compensa todo o
resto. Pelo menos sempre foi assim comigo.

O ditado “Fazer o que você gosta é liberdade. Gostar do que você faz é
felicidade” é muito sábio e acho que, mesmo antes de conhecê-lo, sempre encarei o
contrabaixo dessa forma e procuro transmitir isso aos meus alunos.

1.5.1 Projeto 75 – Orquestra Infanto-juvenil do Conservatório de Tatuí

Tudo começou, no meu início lá em Tatuí, com o “Projeto 75 – Orquestra


Infanto-Juvenil”.

Logo em seguida ingressei na Banda Sinfônica (daí meu laço afetivo com
bandas) e depois na Orquestra Sinfônica do Conservatório.

Fiquei absolutamente encantada com esse universo da música em conjunto,


afinal meus estudos eram entre quatro paredes (com o piano). Claro que tinha que
continuar meus estudos entre quatro paredes com o contrabaixo também, mas a
possibilidade da música em conjunto, esta é fascinante sim!
47

1.5.2 Orquestra Jovem Austríaca

A Orquestra Jovem Austríaca foi a primeira orquestra na Áustria da qual


participei. Meu amigo August Trabitsch me levou para um festival de
aproximadamente 10 dias no Sul da Áustria – Sankt Veit an der Glan, no estado da
Caríntia –, meu primeiro inverno na Europa. Foi onde vi neve pela primeira vez
também – uma experiência única, com certeza, para uma jovem vinda de Tatuí.

Era como um festival de inverno, em que tínhamos os ensaios da orquestra,


aulas de instrumento, ensaios de naipe e apresentações como resultado desse
trabalho.

O programa foi só Brahms: Abertura Trágica, Concerto Duplo para violino e


violoncelo, com os irmãos Hagen (Lukas e Clemens) e a Sinfonia n. 3. Tivemos
concertos em Salzburg e Graz também.

As orquestras na Áustria das quais participei foram:

Erstes Österreichisches Frauenkammerorchester (Primeira Orquestra de


Câmara Feminina da Áustria), Proarte Orchester, Neue Wiener Solisten (Novos
Solistas de Viena), Wiener Symphonisches Kammerorchester (Orquestra Sinfônica
de Câmara de Viena), Franz Lehár Orchester, Orchester Mozarteum Salzburg, e,
claro, a Hochschule Orchester (Orquestra da Escola Superior).

O trabalho numa orquestra sinfônica sempre foi (e ainda é) fonte de prazer


para mim, independentemente das condições da mesma.
48

1.6 CAPÍTULO V – OSESP

“Estadual” era como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo era


chamada antes de sua reestruturação em 1997. Depois disso, passou a ser
chamada de OSESP.

Como disse anteriormente, minha carteira profissional foi assinada em junho


de 1988, quando fui contratada pela Fundação Padre Anchieta para ser
contrabaixista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP).

O querido e saudoso maestro Eleazar de Carvalho era o maestro titular da


orquestra e ocupou esse cargo até seu falecimento, em 12/09/1996.

Quando fui admitida, ela já não tinha tanto prestígio como nos áureos tempos
da década de 1970 e início dos anos 1980. Nunca teve sua própria sala de
concertos e já não tinha mais suas séries de concertos no Teatro de Cultura
Artística.

Ensaiávamos no Cine Copan, Faculdade de Direito do Largo São Francisco,


Teatro do Colégio Caetano de Campos e, por fim, no Memorial da América Latina. O
desprestígio era tal que chegamos inclusive a ensaiar no restaurante do Memorial.

Maestro Eleazar já estava doente. O então Secretário da Cultura do Estado,


Marcos Mendonça, havia procurado o maestro John Neschling na Suíça pouco antes
do falecimento do maestro Eleazar.

No velório do Maestro, que aconteceu no palco do Theatro Municipal de São


Paulo, com a orquestra se apresentando ali, o então Governador do Estado, Mário
Covas, atendendo ao pedido, envolto em muita comoção, do querido colega Gilberto
Siqueira, primeiro trompetista, dizendo a todos ali que aquela era uma orquestra
“sem teto”, prometeu uma “casa” para a orquestra. Já estava nos planos do Governo
do Estado a transformação da antiga estação Júlio Prestes em uma sala de
concertos.

Foi feita então uma lista tríplice na orquestra para a sucessão do maestro
Eleazar.

Maestro John Neschling era o segundo colocado dessa lista, mas seu nome
veio ao encontro do desejo do Secretário da Cultura, Marcos Mendonça.
49

E assim se iniciou o processo de reestruturação da orquestra.

1.6.1 Reestruturação da OSESP

Tínhamos chegado ao “fundo do poço” com a “antiga” orquestra, que


culminou com a morte do Maestro Eleazar, sem prestígio, sem lugar para ensaiar, ou
seja, tudo de forma improvisada.

Durante a transição, logo após a morte do Maestro, formou-se um pequeno


grupo de músicos na orquestra que eram os responsáveis pelas negociações entre o
Maestro Neschling, a Secretaria da Cultura e a orquestra, pois a Secretaria da
Cultura não iria melhorar as condições da orquestra sem uma contrapartida da
mesma, no caso, novas audições. Após as muitas negociações, chegou-se ao
consenso primeiro sobre audições internas e, posteriormente, audições gerais, se
fosse o caso.

Foi dada escolha aos músicos entre tentar fazer parte da nova estrutura,
mediante audições frente a uma banca internacional e, depois de se desligar da
Fundação Padre Anchieta, na qual éramos contratados pelo regime das leis de
trabalho CLT, e ser aprovado nas audições, assinar um contrato de trabalho sem
vínculo empregatício, porém com uma melhor remuneração, ou ficar na antiga
estrutura, continuar fazendo parte da folha de pagamento da Fundação Padre
Anchieta.

Foi com esses músicos que não quiseram passar pelas audições internas, por
diversas razões, que se formou a Orquestra da Rádio e Televisão Cultura.

Todo o naipe de contrabaixos quis participar da nova OSESP.

1.6.2 Audições internas

Tínhamos três meses para nos preparar para as audições internas.


50

Havia um cronograma de testes com repertório previamente escolhido pelo


Maestro Neschling para cada naipe da orquestra e para cada posição almejada, no
meu caso a posição de solista do naipe – “categoria I”.

Eram 20 minutos para “provar” que seríamos merecedores de fazer parte


dessa estrutura. Porém era uma incerteza muito grande também, pois a nova
estrutura que estava sendo proposta ali para quem quisesse fazer parte dela
oferecia uma remuneração melhor, sim, mas com um contrato sem vínculo
empregatício. Ou seja, era o famoso “trocar o certo pelo incerto”.

Mas estávamos (quem quis fazer parte da nova estrutura) cheios de


esperança de uma orquestra melhor, sonho de qualquer músico que se dedica à
profissão.

Eu me inscrevi para o primeiro horário do primeiro dia das audições das


cordas, dia 2 de junho de 1997, uma segunda-feira às 10 horas de uma manhã
muito fria em São Paulo.

A audição foi feita na Sala dos Espelhos do Memorial da América Latina.

A banca era constituída pelos maestros assistentes do Maestro Neschling:


Roberto Miczuk, assistente no Brasil, e Roman Brogli, na Suíça; Emilian Daskal,
spalla das violas da Orquestra Tonhalle de Zurique; Antônio Meneses, no violoncelo;
Herbert Mayr, spalla dos contrabaixos da Filarmônica de Viena. O violinista francês
Regis Pasquier não pôde chegar para o primeiro dia das audições das cordas.

Entrei na sala, cumprimentei toda a banca e logo depois que saí dali fiquei
três longos dias sem voz alguma.

O naipe de contrabaixos da ”Estadual” teve 100% de aproveitamento nessas


audições.

O resultado das audições internas não era suficiente para uma orquestra
completa, assim, num primeiro momento, foram feitas algumas audições em Nova
York e posteriormente na Europa.
51

1.6.3 Sala São Paulo

Logo depois saímos do Memorial da América Latina e passamos a tocar no


recém-reformado e restaurado Theatro São Pedro, enquanto a Estação Júlio Prestes
estava sendo transformada numa Sala de Concertos. O Theatro São Pedro não teria
capacidade de comportar uma orquestra sinfônica do porte da OSESP.

Maestro Neschling trouxe o sistema de assinaturas para a temporada, um


procedimento que até então só acontecia com as temporadas de concertos
internacionais.

Em julho de 1999 foi inaugurada a Sala São Paulo, um marco para a história
da música de concertos.

Tínhamos consciência de que estávamos fazendo história – foi muito


emocionante tocarmos a Sinfonia n. 2, de Gustav Mahler, chamada de
“Ressureição” – era de fato a “ressureição” da OSESP.

Isso tudo fazia parte do Projeto OSESP.

Figura 19 – Sala São Paulo

Foto: Jefferson Collacico


52

1.6.4 Nem tudo são flores

O clima de trabalho na orquestra era um misto de entusiasmo, com a nova


estrutura trazida pelo Maestro Neschling, e também dificuldades de relacionamento
por conta de seu temperamento.

Em agosto de 2001, numa semana de ensaios do Maestro Roberto Minczuk,


então maestro assistente, houve um impasse entre um músico da orquestra e o
maestro, que acabou causando um “levante” entre os músicos e posteriormente o
desligamento de sete deles, dentre os quais a primeira flauta, a primeira trompa, o
primeiro fagote, o primeiro contrabaixo, um violino, uma viola e um contrabaixo tuttis.

Eram todos, exceto o contrabaixo tutti, da Comissão da Aposesp (Associação


dos Profissionais da OSESP), ou seja, a orquestra ficava sem representação.

A orquestra ficou também com sua autoestima abalada, num clima de


instabilidade. Esse fato foi amplamente divulgado nos meios de comunicação,
causando comoção, e abalou a confiança que muitos alunos tinham no futuro da
profissão de músico à época também.

Minha estrutura familiar foi diretamente afetada, pois o 1º Contrabaixo


“desligado” era meu esposo, o contrabaixista Sergio de Oliveira. Nem preciso dizer
que isso nos desestabilizou financeiramente.

Confesso que não sei como eu me recuperaria se tivesse sido comigo um


“desligamento” como esse que aconteceu, pois não sei viver sem a orquestra
(mesmo!).

Demorou algum tempo para que esses postos fossem preenchidos.

1.6.5 Turnês da OSESP

Um dos itens importantes do Projeto OSESP é sem dúvida a difusão desse


trabalho para fora de seu “QG”, no caso, a Sala São Paulo, e nesse contexto as
53

turnês, assim como a discografia da OSESP, são alguns dos caminhos para essa
“difusão” acontecer.6

Já antes mesmo da reestruturação, em 1997, pude participar de uma


miniturnê, ainda nos tempos do Maestro Eleazar, para o nordeste do Brasil.

Mas foi depois de sua reestruturação que fizemos viagens com maior
frequência.

Houve momentos absolutamente impagáveis ao longo dessas viagens, como


em 2000, no concerto no Teatro Colon da Argentina, quando ao final da Trágica de
Mahler (Sinfonia n. 6) lançavam-nos flores ao palco; ou mesmo em 2002, na
primeira grande turnê pelos Estados Unidos, no concerto no Avery Fischer Hall em
NY, em que, ainda alguns compassos antes de finalizar a Sinfonia n. 2 de Brahms, o
público (sala cheia) já estava aplaudindo.

Ou ainda na turnê de 2007 pela Europa, quando nos apresentamos pela


primeira vez no Musikverein de Viena – uma emoção única para mim, nesse palco
tão tradicional da música de concerto, onde meu querido e saudoso professor se
apresentava regularmente com a Filarmônica de Viena, meus queridos amigos
também com suas orquestras, e eu mesma, enquanto aluna ao longo dos meus seis
anos de aprendizado.

Voltamos mais uma vez ao Musikverein em 2010 e a emoção foi intensa


novamente: no bis, o maestro Yan Pascal Tortelier fez um trecho do Choros 6, de
Villa-Lobos – emoção única podermos ter tido o privilégio de levar um pouco da
nossa música para aquele palco!

Muitos outros momentos impagáveis: na Concertgebouw de Amsterdã, na


Berliner Philharmonie, na Festspielhaus de Salzburg, Bruckner Haus de Linz,
Tonhalle de Zurique, Victoria Hall de Genebra, Royal Albert Hall de Londres, Alte
Oper de Frankfurt, Sala Pleyel de Paris.

Aliás, em qualquer sala mais tradicional da Europa, são anos e anos de


história da música – verdadeiros templos da música de concerto.

Mas é muito gratificante também quando nos apresentamos aqui, em nosso


país.

6
Disponível em: <www.osesp.art.br/discografia>.
54

Foi impagável ouvir o público de João Pessoa aplaudindo, em ritmo de baião,


o “Mourão” de Guerra-Peixe e Clovis Pereira – que era o nosso bis na turnê
brasileira de 2004. Momento inesquecível ter visto o grande músico Sivuca presente
na plateia desse concerto.

FIGURA 20 – Turnês OSESP7

Temporada Data Local Cidade País Série


1997 23/08/1997 Teatro Procópio Ferreira Tatuí Brasil Concertos pelo
Estado
24/08/1997 Teatro Cacilda Becker São Brasil Concertos pelo
Bernardo do Estado
Campo
30/08/1997 Teatro Municipal de Araraquara Brasil Concertos pelo
Araraquara Estado
31/08/1997 Theatro Pedro II Ribeirão Brasil Concertos pelo
Preto Estado
31/10/1997 Teatro Municipal de Santo André Brasil Concertos pelo
Santo André Estado
04/11/1997 Teatro Municipal de São São Carlos Brasil Concertos pelo
Carlos Estado
06/11/1997 Teatro Municipal Piracicaba Brasil Concertos pelo
Dr.Losso Neto Estado
07/11/1997 Cine Teatro Santana São José dos Brasil Concertos pelo
Campos Estado
1999 19/05/1999 Teatro Municipal Botucatu Brasil Concertos pelo
Paratodos Estado
20/05/1999 Teatro Lulu Benencase Americana Brasil Concertos pelo
Estado
21/05/1999 Teatro Vitória Limeira Brasil Concertos pelo
Estado
12/09/1999 Teatro Guaíra Curitiba Brasil Turnê Brasil
14/09/1999 Sala Cecília Meireles Rio de Brasil Turnê Brasil
Janeiro
15/09/1999 Sala Cecília Meireles Rio de Brasil Turnê Brasil
Janeiro
2000 18/02/2000 Teatro Municipal de São São José dos Brasil Concertos pelo
José dos Campos Campos Estado
19/02/2000 SESC Santos Santos Brasil Concertos pelo
Estado
25/02/2000 Teatro Lauro Gomes São Brasil Concertos pelo
Bernardo do Estado
Campo
26/02/2000 Teatro Municipal Piracicaba Brasil Concertos pelo
Dr.Losso Neto Estado
09/06/2000 Theatro Pedro II Ribeirão Brasil Concertos pelo
Preto Estado
10/06/2000 Teatro Municipal José de Campinas Brasil Concertos pelo
Castro Mendes Estado
26/09/2000 Auditório Santa Ursula Lima Peru Turnê América

7
De todas as turnês, só não pude estar presente na Turnê Brasileira de 2008. A de 2004, comecei a
partir do Concerto em Teresina.
55

Latina
27/09/2000 Auditorio Santa Ursula Lima Peru Turnê América
Latina
29/09/2000 Teatro do Hotel Sheraton Pilar Argentina Turnê América
Latina
30/09/2000 Teatro Colón Buenos Aires Argentina Turnê América
Latina
01/10/2000 Teatro San Martín Córdoba Argentina Turnê América
Latina
02/10/2000 Auditorio Juan Victoria San Juan Argentina Turnê América
Latina
2001 29/08/2001 Theatro Pedro II Ribeirão Brasil Concertos pelo
Preto Estado
30/08/2001 SESC Bauru Bauru Brasil Concertos pelo
Estado
31/08/2001 SESC Araraquara Araraquara Brasil Concertos pelo
Estado
01/09/2001 Teatro Estadual Araras Brasil Concertos pelo
Mo.Francisco Paulo Estado
Russo
2002 11/10/2002 SESC Santos Santos Brasil Concertos pelo
Estado
14/10/2002 Teatro Procópio Ferreira Tatuí Brasil Concertos pelo
Estado
25/10/2002 Orange County Perf.Arts Costa Mesa EUA Turnê EUA
Center
26/10/2002 Orange County Perf.Arts Costa Mesa EUA Turnê EUA
Center
27/10/2002 Cal Poly Theatre San Luis EUA Turnê EUA
Obispo
28/10/2002 Sacramento Sacramento EUA Turnê EUA
Comm.Center Theatre
30/10/2002 Michigan Theater Ann Arbor EUA Turnê EUA
31/10/2002 Michigan Theater Ann Arbor EUA Turnê EUA
02/11/2002 New Jersey State New EUA Turnê EUA
Theatre Brunswick
05/11/2002 Stanley Perf.Arts Center Utica EUA Turnê EUA
06/11/2002 Mechanics Hall Worcester EUA Turnê EUA
07/11/2002 Jorgensen Auditorium Storrs EUA Turnê EUA
08/11/2002 Zoellner Arts Center Bethlehem EUA Turnê EUA
10/11/2002 Avery Fisher Hall New York EUA Turnê EUA
13/11/2002 Glenn Memorial Atlanta EUA Turnê EUA
Auditorium
14/11/2002 Opelika Center for Opelika EUA Turnê EUA
Perf.Arts
15/11/2002 Alys R.Stephens Center Birmingham EUA Turnê EUA
for Performing Arts
17/11/2002 Bob Carr Auditorium Orlando EUA Turnê EUA
18/11/2002 Community Church Vero Beach EUA Turnê EUA
19/11/2002 Kravis Center West Palm EUA Turnê EUA
Beach
20/11/2002 Philharmonic Center for Naples EUA Turnê EUA
the Arts
21/11/2002 Jackie Gleason Theatre Miami Beach EUA Turnê EUA
2003 11/10/2003 Teatro Municipal Sorocaba Brasil Concertos pelo
Teotônio Vilela Estado
56

16/10/2003 SESC Santos Santos Brasil Concertos pelo


Estado
27/10/2003 Meistersingerhalle Nürnberg Alemanha Turnê Europa
28/10/2003 Kongresshalle Augsburg Alemanha Turnê Europa
31/10/2003 Stadt-Casino Basel Suíça Turnê Europa
01/11/2003 Victoria Hall Genebra Suíça Turnê Europa
02/11/2003 Tonhalle Zürich Suíça Turnê Europa
03/11/2003 Kultur-Casino Bern Suíça Turnê Europa
04/11/2003 Tonhalle St. Gallen Suíça Turnê Europa
2004 22/10/2004 Palácio das Artes Belo Brasil Turnê Brasil
Horizonte
23/10/2004 Teatro Nacional Cláudio Brasília Brasil Turnê Brasil
Santoro
24/10/2004 Teatro Rio Vermelho Goiânia Brasil Turnê Brasil
27/10/2004 Teatro Amazonas Manaus Brasil Turnê Brasil
29/10/2004 Theatro da Paz Belém Brasil Turnê Brasil
01/11/2004 Theatro 4 de Setembro Teresina Brasil Turnê Brasil
02/11/2004 Theatro José de Alencar Fortaleza Brasil Turnê Brasil
04/11/2004 Theatro Alberto Natal Brasil Turnê Brasil
Maranhão
05/11/2004 Theatro Santa Roza João Pessoa Brasil Turnê Brasil
06/11/2004 Teatro de Santa Isabel Recife Brasil Turnê Brasil
07/11/2004 Teatro Deodoro Maceió Brasil Turnê Brasil
08/11/2004 Teatro Tobias Barreto Aracaju Brasil Turnê Brasil
10/11/2004 Teatro Castro Alves Salvador Brasil Turnê Brasil
13/11/2004 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Turnê Brasil
de Janeiro Janeiro
14/11/2004 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Turnê Brasil
de Janeiro Janeiro
2005 27/03/2005 Teatro Ademir Rosa Florianópolis Brasil Turnê Cone
Sul
28/03/2005 Teatro Guaíra Curitiba Brasil Turnê Cone
Sul
30/03/2005 Teatro Colón Buenos Aires Argentina Turnê Cone
Sul
01/04/2005 Teatro Colón Buenos Aires Argentina Turnê Cone
Sul
02/04/2005 Teatro del Libertador Córdoba Argentina Turnê Cone
Sul
04/04/2005 Teatro Municipal de Santiago Chile Turnê Cone
Santiago Sul
05/04/2005 Teatro Municipal de Santiago Chile Turnê Cone
Santiago Sul
07/04/2005 Teatro Solis Montevideo Uruguai Turnê Cone
Sul
09/04/2005 SESI Porto Alegre Porto Alegre Brasil Turnê Cone
Sul
17/04/2005 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Turnê Cone
de Janeiro Janeiro Sul
2006 15/10/2006 SESC Santos Santos Brasil Concertos pelo
Estado
22/10/2006 Theatro Pedro II Ribeirão Brasil Concertos pelo
Preto Estado
57

23/10/2006 Teatro Municipal de Araraquara Brasil Concertos pelo


Araraquara Estado
25/10/2006 Teatro Adamastor Guarulhos Brasil Concertos pelo
Estado
01/11/2006 Metropolitan Museum New York EUA Turnê EUA
02/11/2006 Clemens Center Elmira EUA Turnê EUA
03/11/2006 The Music Center at North EUA Turnê EUA
Strathmore Bethesda
04/11/2006 Lehman Center Bronx EUA Turnê EUA
06/11/2006 Belk Theater Charlotte EUA Turnê EUA
07/11/2006 Page Auditorium Durham EUA Turnê EUA
08/11/2006 Wait Chapel Auditorium Winston- EUA Turnê EUA
Salem
09/11/2006 Carnival Symphony Hall Miami EUA Turnê EUA
12/11/2006 Bob Carr Auditorium Orlando EUA Turnê EUA
13/11/2006 Kravis Center West Palm EUA Turnê EUA
Beach
14/11/2006 Community Church Vero Beach EUA Turnê EUA
16/11/2006 Curtis M.Phillips Center Gainesville EUA Turnê EUA
for the Perf.Arts
17/11/2006 Peabody Auditorium Daytona EUA Turnê EUA
Beach
18/11/2006 Au-Rene Theatre Fort EUA Turnê EUA
Lauderdale
2007 27/02/2007 Teatro Paulo Machado São Caetano Brasil Concertos pelo
de Carvalho do Sul Estado
06/03/2007 Palau de la Musica Barcelona Espanha Turnê Europa
07/03/2007 Auditorio de Zaragoza Zaragoza Espanha Turnê Europa
08/03/2007 Auditorio Nacional de Madrid Espanha Turnê Europa
Música
10/03/2007 Coliseu dos Recreios Lisboa Portugal Turnê Europa
13/03/2007 Victoria Hall Genebra Suíça Turnê Europa
14/03/2007 Kultur-Casino Bern Suíça Turnê Europa
15/03/2007 Auditorium Stravinski Montreux Suíça Turnê Europa
16/03/2007 Tonhalle Zürich Suíça Turnê Europa
17/03/2007 Stadt-Casino Basel Suíça Turnê Europa
18/03/2007 Tonhalle St. Gallen Suíça Turnê Europa
20/03/2007 Musikverein Wien Áustria Turnê Europa
22/03/2007 Meistersingerhalle Nürnberg Alemanha Turnê Europa
23/03/2007 Kölner Philharmonie Köln Alemanha Turnê Europa
25/03/2007 Sala Béla Bartók Budapest Hungria Turnê Europa
27/03/2007 Filharmonia Warszawa Polônia Turnê Europa
29/03/2007 Théâtre du Châtelet Paris França Turnê Europa
19/05/2007 Parque da Cidade São José dos Brasil Concertos pelo
Campos Estado
20/05/2007 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
05/08/2007 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
07/10/2007 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
58

30/10/2007 Teatro Coliseo Buenos Aires Argentina Turnê América


Latina
31/10/2007 Teatro Solis Montevideo Uruguai Turnê América
Latina
01/11/2007 Teatro Coliseo Buenos Aires Argentina Turnê América
Latina
02/11/2007 Auditorio Austengo Rosario Argentina Turnê América
Latina
2008 23/03/2008 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
18/05/2008 Theatro Pedro II Ribeirão Brasil Concertos pelo
Preto Estado
25/05/2008 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
04/07/2008 Parque da Cidade São José dos Brasil Osesp
Campos Itinerante
06/07/2008 Paço Municipal Sorocaba Brasil Osesp
Itinerante
11/07/2008 Parque Vitória Régia Bauru Brasil Osesp
Itinerante
13/07/2008 Parque do Engenho Piracicaba Brasil Osesp
Itinerante
17/07/2008 UFSCAR Praça da São Carlos Brasil Osesp
Bandeira Itinerante
18/07/2008 Parque da Represa São José do Brasil Osesp
Rio Preto Itinerante
27/07/2008 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
21/09/2008 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
01/11/2008 Catedral Basílica Salvador Brasil Turnê Brasil
02/11/2008 Concha do Teatro Castro Salvador Brasil Turnê Brasil
Alves
03/11/2008 Teatro Castro Alves Salvador Brasil Turnê Brasil
05/11/2008 Teatro Tobias Barreto Aracaju Brasil Turnê Brasil
06/11/2008 Teatro Guararapes Recife Brasil Turnê Brasil
07/11/2008 Praia do Tambaú João Pessoa Brasil Turnê Brasil
08/11/2008 Catedral da Sé Recife / Brasil Turnê Brasil
Olinda
09/11/2008 Parque do Cocó Fortaleza Brasil Turnê Brasil
10/11/2008 Theatro José de Alencar Fortaleza Brasil Turnê Brasil
13/11/2008 Praça Maria Aragão São Luís Brasil Turnê Brasil
14/11/2008 Theatro da Paz Belém Brasil Turnê Brasil
15/11/2008 Esplanada Brasília Brasil Turnê Brasil
16/11/2008 Teatro Nacional Cláudio Brasília Brasil Turnê Brasil
Santoro
17/11/2008 Palácio das Artes Belo Brasil Turnê Brasil
Horizonte
18/11/2008 Teatro Positivo Curitiba Brasil Turnê Brasil
19/11/2008 SESI Porto Alegre Porto Alegre Brasil Turnê Brasil
2009 17/05/2009 Teatro CIAEI Indaiatuba Brasil Concertos pelo
Estado
18/07/2009 Parque do Povo Presidente Brasil Osesp
Prudente Itinerante
19/07/2009 Clube Atlético Ourinhos Brasil Osesp
59

Ourinhense Itinerante
01/08/2009 Praça Arautos da Paz Campinas Brasil Osesp
Itinerante
02/08/2009 Parque Central Santo André Brasil Osesp
Itinerante
09/10/2009 Lied Center Lawrence EUA Turnê EUA
10/10/2009 McCain Auditorium Manhattan EUA Turnê EUA
11/10/2009 Stephens Auditorium Ames EUA Turnê EUA
12/10/2009 Harris Theatre Chicago EUA Turnê EUA
14/10/2009 Krannert Center - Great Urbana EUA Turnê EUA
Hall
16/10/2009 Mechanics Hall Worcester EUA Turnê EUA
17/10/2009 Troy Savings Bank Music Troy EUA Turnê EUA
Hall
18/10/2009 Fine Arts Center Concert Amherst EUA Turnê EUA
Hall
20/10/2009 Alumni Hall Annapolis EUA Turnê EUA
21/10/2009 The Music Center at North EUA Turnê EUA
Strathmore Bethesda
23/10/2009 Eisenhower Auditorium University EUA Turnê EUA
Park
24/10/2009 New Jersey State New EUA Turnê EUA
Theatre Brunswick
2010 28/03/2010 Parque Municipal Dr.Luís Ribeirão Brasil Osesp
Carlos Raya Preto Itinerante
29/03/2010 Praça Pedro de Toledo Araraquara Brasil Osesp
Itinerante
23/05/2010 Teatro Municipal Piracicaba Brasil Concertos pelo
Dr.Losso Neto Estado
10/10/2010 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
06/11/2010 Koncertna Dvorana Zagreb Croácia Turnê Europa
Vatroslava Lisinskog
08/11/2010 Congress Innsbruck Innsbruck Áustria Turnê Europa
09/11/2010 Musikverein Wien Áustria Turnê Europa
11/11/2010 Grosses Festspielhaus Salzburg Áustria Turnê Europa
12/11/2010 Grosses Festspielhaus Salzburg Áustria Turnê Europa
13/11/2010 Cankarjev Dom Ljubljana Eslovênia Turnê Europa
15/11/2010 Filharmonia Warszawa Polônia Turnê Europa
17/11/2010 Kölner Philharmonie Köln Alemanha Turnê Europa
19/11/2010 Eurogress Aachen Aachen Alemanha Turnê Europa
21/11/2010 Alte Oper Frankfurt Frankfurt Alemanha Turnê Europa
23/11/2010 Auditorio Nacional de Madrid Espanha Turnê Europa
Música
24/11/2010 Auditorio Víctor Villegas Murcia Espanha Turnê Europa
2011 15/05/2011 Teatro Municipal de Santo André Brasil Concertos pelo
Santo André Estado
31/10/2011 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Turnê Brasil
de Janeiro Janeiro
01/11/2011 Teatro Castro Alves Salvador Brasil Turnê Brasil
02/11/2011 Concha do Teatro Castro Salvador Brasil Turnê Brasil
Alves
03/11/2011 Teatro Tobias Barreto Aracaju Brasil Turnê Brasil
60

04/11/2011 Teatro Luiz Mendonça Recife Brasil Turnê Brasil


06/11/2011 Teatro Nacional Cláudio Brasília Brasil Turnê Brasil
Santoro
07/11/2011 Teatro Rio Vermelho Goiânia Brasil Turnê Brasil
09/11/2011 Teatro Guaíra Curitiba Brasil Turnê Brasil
10/11/2011 Teatro Guaíra Curitiba Brasil Turnê Brasil
2012 20/05/2012 Teatro Polytheama Jundiaí Brasil Concertos pelo
Estado
15/08/2012 Royal Albert Hall Londres Inglaterra Turnê Europa
16/08/2012 Snape Maltings Concert Aldeburgh Inglaterra Turnê Europa
Hall
18/08/2012 Kurhaus Wiesbaden Alemanha Turnê Europa
19/08/2012 Concertgebouw Amsterdã Holanda Turnê Europa
21/10/2012 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro
2013 26/05/2013 Teatro Municipal José de Campinas Brasil Concertos pelo
Castro Mendes Estado
25/08/2013 Cidade das Artes Rio de Brasil Concertos no
Janeiro Rio de Janeiro
07/10/2013 Salle Pleyel Paris França Turnê Europa
08/10/2013 Kurhaus Wiesbaden Alemanha Turnê Europa
09/10/2013 Kölner Philharmonie Köln Alemanha Turnê Europa
11/10/2013 Halle aux Grains Toulouse França Turnê Europa
12/10/2013 Victoria Hall Genebra Suíça Turnê Europa
13/10/2013 Tonhalle Zürich Suíça Turnê Europa
15/10/2013 Konzerthaus Wien Áustria Turnê Europa
16/10/2013 Grosses Festspielhaus Salzburg Áustria Turnê Europa
17/10/2013 Grosses Festspielhaus Salzburg Áustria Turnê Europa
18/10/2013 Grosses Festspielhaus Salzburg Áustria Turnê Europa
20/10/2013 Brucknerhaus Linz Áustria Turnê Europa
21/10/2013 Philharmonie Berlin Alemanha Turnê Europa
25/10/2013 Royal Festival Hall Londres Inglaterra Turnê Europa
26/10/2013 National Concert Hall Dublin Irlanda Turnê Europa
27/10/2013 Bridgewater Hall Manchester Inglaterra Turnê Europa
2014 16/02/2014 Bolsão da Rua do Povo Taubaté Brasil Osesp
Itinerante
18/02/2014 Teatro Municipal de Ribeirão Brasil Osesp
Ribeirão Preto Preto Itinerante
19/02/2014 Teatro Municipal de São São João da Brasil Osesp
João da Boa Vista Boa Vista Itinerante
21/02/2014 Theatro Municipal Paulo Paulínia Brasil Osesp
Gracindo Itinerante
23/02/2014 Paço Municipal Sorocaba Brasil Osesp
Itinerante
25/05/2014 Parque Ecológico Indaiatuba Brasil Concertos pelo
Estado
17/08/2014 Teatro Castro Alves Salvador Brasil Turnê Brasil
19/08/2014 Cidade das Artes Rio de Brasil Turnê Brasil
Janeiro
21/08/2014 Palácio das Artes Belo Brasil Turnê Brasil
Horizonte
61

22/08/2014 Theatro São Pedro Porto Alegre Brasil Turnê Brasil


23/08/2014 Teatro Positivo Curitiba Brasil Turnê Brasil
2015 05/02/2015 Theatro Municipal Paulo Paulínia Brasil Osesp
Gracindo Itinerante
06/02/2015 Sala Palma de Ouro Salto Brasil Osesp
Itinerante
07/02/2015 Teatro Adamastor Guarulhos Brasil Osesp
Itinerante
08/02/2015 Centro de Convenções Pirassununga Brasil Osesp
Prof. Dr. Fausto Victorelli Itinerante
04/10/2015 Theatro Municipal do Rio Rio de Brasil Concertos no
de Janeiro Janeiro Rio de Janeiro

1.6.6 Fundação OSESP

O ano de 2005 foi um marco na história da orquestra também, quando houve


muita negociação entre os envolvidos. Tivemos que abrir mão de alguns direitos
para podermos ter como regime de trabalho a CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), que com certeza é melhor do que um contrato sem vínculo empregatício,
mas por outro lado tem como regime de aposentadoria o INSS. A orquestra tem hoje
em dia um plano coletivo de previdência privada. Essa adesão foi feita
recentemente, em 2012.

Tivemos muitos avanços, com certeza.

Fazer parte da Fundação OSESP traz, sim, essa dignidade à profissão de


músico de orquestra. Temos muito a conquistar, como plano de carreira, por
exemplo, porém toda conquista, todo avanço, é um processo que exige negociação,
paciência, sabedoria e bom senso.
62

1.7 CAPÍTULO VI – O “ENSINAR”

Minhas atividades pedagógicas com o contrabaixo vêm desde a época em


que era aluna do Prof. Nikolay, no Conservatório de Tatuí.

Eu era bolsista do Conservatório e para merecer a bolsa tinha que colaborar


com “horas” e a forma como eu as “pagava” era sendo assistente do meu professor,
ensinando seus alunos mais iniciantes. Comecei com essa atividade quando estava
na 3ª série do contrabaixo, portanto, lá se vão quase 40 anos.

Gostaria de abordar as atividades pedagógicas em instituições e também nos


diferentes festivais de música, encontros de cordas e master classes.

Quando voltei de Viena ao Brasil, no final de junho de 1988, participei dos


ensaios para o concerto de abertura do Festival de Inverno de Campos do Jordão
com a “Estadual” e como professora de contrabaixo, continuando a ser docente por
alguns anos consecutivos.

No início da década de 1990 fui chamada para ser professora do


Conservatório de Tatuí, onde permaneci de 1991 a 1994.

Fui professora da antiga Universidade Livre de Música (ULM), a escola de


música mantida pelo Governo do Estado de São Paulo de 1997 a 2009.

Quando a ULM passou a se chamar EMESP (Escola de Música do Estado de


São Paulo), fiz todo o processo seletivo, alcançando a primeira colocação, mas optei
por ficar somente na Academia da OSESP.

1.7.1 Guri Santa Marcelina

No ano de 2008, a Profa. Dra. Yara Caznok me chamou para ser consultora
de contrabaixo no Guri Santa Marcelina, em São Paulo.

Esse trabalho consistia, entre outras atividades, na elaboração de um


“livro/caderno” de técnica para contrabaixo.
63

Na verdade só aceitei o desafio porque pude adaptar alguns dos volumes de


Ludwig Streicher – Mein Musizieren auf dem Kontrabass para a nossa realidade
brasileira.

Com a ajuda de dois de meus ex-alunos, Fernando Tosta e Fernando Freitas,


concentrei os dois primeiros volumes de Streicher em quatro volumes para o Guri
Santa Marcelina, usando, em vez de canções folclóricas finlandesas, melodias do
cancioneiro folclórico brasileiro para os diferentes exemplos musicais, entre outras
adaptações.

Esse trabalho de consultoria durou até 2012.

1.7.2 Academia de Música da OSESP

Sou professora da Academia da OSESP desde sua criação em 2006. Desde


então, a classe de contrabaixo tem 100% de aproveitamento, com seus alunos ou
empregados em diferentes orquestras ou continuando seus estudos em instituições
de ensino de nível superior ao da própria Academia.

Vale dizer que a Academia da OSESP tem em sua totalidade somente 20


alunos. É um seleto grupo que estuda lá por quatro semestres, tendo aulas
individuais de instrumento, de percepção e análise musical, história da música,
línguas estrangeiras, música de câmara e a oportunidade de “estagiar” na orquestra.
Para isso, esses alunos recebem uma bolsa de estudo e têm um sistema de
dedicação exclusiva.8

8
Lucas Amorim Espósito – Turma I – contrabaixo tutti OSESP.
Sanderson Cortez Paz – Turma IV – concertino Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo.
Nilson Belloto Neto – Turma VI – concertino Filarmônica de Minas Gerais.
André Teruo Yamaoka Rosalem – Turma X – contrabaixo tutti Orquestra do Theatro Municipal de São
Paulo.
Luiz Eduardo Ferreira dos Santos – Turma XII – Hochschule Hannover.
Rafael do Nascimento Figueiredo – Turma XVI – conquistou posto de contrabaixo tutti da Orquestra
Sinfônica de Porto Alegre (OSPA).
64

1.7.3 Festivais de música

O primeiro festival de música de que participei como docente foi o Festival de


Música de Campos do Jordão, em 1988, do qual tomei parte até 1993, atividade que
retomei nos anos 1996 e 2012.

Em 1999 nasceu o primeiro Festival Música nas Montanhas de Poços de


Caldas. Sérgio de Oliveira e eu somos professores de contrabaixo desde a primeira
edição. Temos um vínculo afetivo com esse festival. Por ele ser em janeiro, época
de férias escolares, nossos filhos nos acompanham desde a primeira edição.
Ficamos hospedados no Hotel Lisboa, num ambiente bastante familiar.

Ao longo desses anos todos, tive a oportunidade de dar ao contrabaixo um


destaque maior, tocando Passione Amorosa (concerto para dois contrabaixos) e o
Gran Duo Concertante para violino, contrabaixo e orquestra, ambos de Giovanni
Bottesini, lançando o segundo CD do Quinteto D'Elas e o meu primeiro trabalho solo,
o CD “Por toda minha vida”. Também realizei um concerto com o Octobass e um que
chamei de Clave de “Fá” Convida. Nesse evento, celebramos nossas Bodas de
Prata, convidando os demais professores para tocar conosco um programa de
música de câmara, com o contrabaixo em evidência. E, é claro, participei com
nossos alunos em diferentes programas de conjunto de contrabaixo.

Em 2003, Sergio e eu fomos convidados para o I Instrumenta Verano em


Puebla, no México. Esse convite aconteceu após o violinista uruguaio Jorge Risi ter
assistido à Passione Amorosa em Poços de Caldas, quando estava como docente lá
também.

Foi uma honra ter participado desse festival. Pudemos apresentar como
solistas a ”Passione Amorosa”, com a Orquestra de Câmara do Festival Instrumenta
Verano.

Participei do Festival Música das Esferas, em Bragança Paulista em 2007.

Participei ainda dos Festivais de Música de Ourinhos nos anos 2008, 2009,
2011, 2013, 2014 e 2015.

Vale dizer que tenho um vínculo afetivo com este festival também.
65

Pude levar a classe de contrabaixo para se apresentar na UPA (Unidade de


Pronto Atendimento) em 2013. Em 2015, nos apresentamos em um orfanato, a Casa
Arco Íris. Em ambas as ocasiões, presenciamos a efetividade de um festival como
esse dentro da comunidade da cidade, emoção ímpar.

1.7.4 Encontro de Cordas

Pude participar como docente do V Encontro de Cordas da Amazônia em


2013, uma experiência única em uma semana intensa de master classes, bem como
em um recital na Igreja de Santo Alexandre, em Belém do Pará, uma das igrejas
mais antigas do Brasil.

Participei também das edições do Encontro de Cordas do Conservatório de


Tatuí nos anos de 2006, 2007, 2010 e 2014, ano este em que o Conservatório de
Tatuí celebrou 60 anos, ocasião em que recebi uma belíssima homenagem.

Essa honraria foi absolutamente uma surpresa para mim: logo após meu
recital com Helena Scheffel (ex-Quinteto D'Elas), recebi uma placa comemorativa
em reconhecimento à minha contribuição como aluna e professora da escola.

Fiquei muito lisonjeada e honrada com a homenagem; afinal, essa escola faz
parte da minha história de vida, pois é o lugar onde tudo começou.

Mais recentemente, em 2015, participei como convidada especial do II Dia do


Contrabaixo, na Universidade Estadual de Minas Gerais, para falar do meu artigo “O
conceito de Musizieren (fazer música) de Ludwig Streicher” –, algo que me deixou
extremamente lisonjeada e feliz, dada a boa repercussão que ele gerou –, bem
como para ministrar master classes.

Atualmente, além da Academia da OSESP, sou também professora de


contrabaixo da Faculdade Cantareira de São Paulo.

Tenho que dizer que fico feliz em ter tido a oportunidade de difundir essa
“escola” de Ludwig Streicher para algumas gerações.

Sou “filha musical” desse meu professor. Ele tem “netos” e também “bisnetos
musicais”, o que faz com que meu orgulho fique ainda maior ao ver essa “escola de
66

contrabaixo” presente deste outro lado do mundo em diferentes naipes de


contrabaixo das diferentes orquestras nas diferentes escolas de música,
conservatórios etc.

Gosto de “compartilhar conhecimento”, de dividir, de trocar. Sinto que tenho a


contribuir para o ensino de contrabaixo, “repartindo” o que eu sei sobre essa
“escola”.

Confesso que essa atividade, esse “ensinar”, foi passando por um processo
de mudanças. Tenho certeza de que, hoje em dia, a Valeria que “ensina”
contrabaixo é diferente daquela de há quase 30 anos, quando voltava da Áustria.

Fui aprendendo com os alunos ao longo desses anos. As dificuldades que


eles têm não são diferentes das que tive como aluna e que ainda tenho no meu
cotidiano com o contrabaixo nas mãos. Para mim, esse exercício do “ensinar” é
também um grande exercício de humildade. Sempre digo a meus alunos que “temos
uma vida inteira para aprender (contrabaixo) e uma eternidade para não conseguir
(aprender)”. Recomendo a eles também para que “substituam a palavra desistir por
insistir”.
67

1.8 CAPÍTULO VII – SOLISTA – PARCEIROS MUSICAIS

O contrabaixo é um instrumento essencialmente acompanhador, porém os


estudos que fiz, principalmente em Viena, foram direcionados para o aprendizado
com diploma de concertista (Konzertfach). Para se ingressar numa orquestra, um
dos pré-requisitos é o concerto para contrabaixo.

1.8.1 Solista com orquestra

 Orquestra Infanto-Juvenil do Conservatório de Tatuí, sob a regência de


José Antônio Pereira (1977).
 Orquestra Armorial de Recife, sob a regência de Henrique Gregóri
(1979).
 Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência de Arlindo
Teixeira (1981), sob a regência de Eleazar de Carvalho (1979 e 1995),
sob a regência de Paavo Berglund (2001).
 Orquestra de Cordas do Conservatório de Tatuí, sob a regência de José
Coelho de Almeida (1979).
 Orquestra Sinfônica da Escola de Música de Piracicaba, sob a regência
de Ernst Mahle (1981).
 Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, sob a regência de Jamil
Maluf (1981).
 Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo, sob a regência de
Jamil Maluf (1981 e 1987).
 Wiener Symphonisches Kamerorchester, sob a regência de Anton
Gabmayer (1985).
 Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (USP), sob a
regência de Ronaldo Bologna (1987).
 Orquestra de Câmara do Conservatório de Tatuí, sob a regência de
Dario Sotello (1990), de Adriano Machado (1996) e sem regência (2007).
 Orquestra Sinfônica da Paraíba, sob a regência de Osman Gioia (1996).
68

 Orquestra Sinfônica Juvenil do Estado de São Paulo, sob a regência de


João Maurício Galindo (2002).
 Orquestra de Câmara do I Instrumenta Verano, de Puebla, México
(2003).
 Orquestra de Câmara Villa-Lobos (2000 e 2008).
 Orquestra Sinfônica de Guarulhos, sob a regência de Emiliano Patarra
(2007).
 Orquestra de Cordas do Festival Música nas Montanhas de Poços de
Caldas, sob a regência de Jean Reis (2002 e 2008).
 Orquestra Sinfônica de Santo André, sob a regência de Flávio Florence
(1991) e sob a regência de Wagner Politschuk (2007).
 Orquestra Sinfônica de Atibaia, sob a regência de Rogério Britto (2008).
 Orquestra Sinfônica de Ourinhos, sob a regência de Jeferson Bento
(2008).
 Orquestra Sinfônica de Campinas, sob a regência de Lígia Amadio
(2009).
 Orquestra de Câmara de Curitiba, sob a regência de Christopher Whiting
(2010).

1.8.2 Parceiros musicais – duos com piano

Gostaria de mencionar os diversos músicos com os quais tive o privilégio de


“fazer música em conjunto”, a música de câmara.

Alguns são verdadeiros “parceiros musicais”, “irmãos da música” mesmo, que


me ajudaram a moldar musicalmente o que sou hoje. Outros foram encontros
fortuitos, mas que me marcaram também.

De qualquer forma, sempre aprendi muito com todos e com a maioria deles o
prazer da música em conjunto foi enorme.

A lista está em ordem alfabética:

Ana Lúcia Altino, Antônio Ribeiro Jr., Astrid Spitznagel, Beatriz Aléssio,
Clarissa Costa, Dana Radu, Fernando Merlino, Flávio Augusto, Helena Scheffel, Illan
69

Rechtman, Laís Kaufmann, Karim Uzun, Maria Elisa Risarto, Maria João Pires,
Marina Brandão, Max Barros, Myrian Ciarlini, Miguel Proença, Norman Shetler,
Reginaldo Mordenti, Ricardo Ballestero, Sônia Rubinsky, Stella Almeida, Vladimir
Viardo.

1.8.3 Com contrabaixo, na música de câmara

Adail Fernandes, Alexandro de Oliveira, Alexandre Rosa, Almir Amarante,


Anselmo Melosi, Antonio Tomazini, August Trabistch, Chun-Shiang Chou, Cláudio
Torezan, Daniel Camargo, Ernst Weissensteiner, Flaviana Cunto Araújo, Herbert
Mayr, Ithamar Collaço, Jefferson Collaccico, Lucas Espósito, Max Ebert Filho, Ney
Vasconcelos, Paulo Pugliesi, Pedro Poles, Sávio della Corte, Sergio de Oliveira.

1.8.4 Com instrumentos diversos

Violino: Adrian Petrutiu, Alexandre Casado, Betina Stegmann, Cláudio Cruz,


Davi Graton, Eliane Tokeshi, Emanuelle Baldini, Igor Sarudiansky, Marcelo
Gerschfeld, Maria Vischnia, Nelson Rios, Rafael Pires, Rucker Bezerra, Winston
Ramalho, Yuriy Rakevich.

Viola: Adriana Schincariol, Alexandre Rasera, Andrés Lepage, Emerson di


Biaggi, Horácio Schaefer, Laura Jordão, Laura Wilcox, Marcelo Jafé, Peter Pas.

Cello: Elen Ramos, Heloísa Meirelles, Hugo Pilger, Johannes Gramsch,


Marialbi Trisólio, Maria Luísa Cameron, Robert Suetholz, Roman Mekinulov, Suzana
Kato.

Conjuntos: Ensemble Capriccio, Quarteto de Cordas de Brasília, Quarteto


Latino-Americano, Quarteto Shostakovitsch.

Flauta: Danilo Mezzadri, Marco Antônio Cancello, Renato Axelhud, Sávio


Araújo.

Oboé: Ezer Menezes, Joel Gisiger, Peter Apps.


70

Clarineta: Cristiano Alves, Daniel Rosas, Edmilson Nery, Luiz Afonso


Montanha, Luíz Gonzaga Carneiro, Ovanir Buosi, Sergio Burgani.

Fagote: Elione Medeiros, Fábio Cury, Francisco Formiga, Hary Schweizer,


Jamil Bark, José Arion Liñares.

Trompete: Nailson Simões, Wellington Gonçalves.

Trompa: Antonio Augusto, Luiz Garcia, Mário Rocha, Ozéas Arantes.

Trombone: Luiz Fernandes Areias, Radegundes Feitosa.

Percussão: Agnaldo Burgo Jr., César Machado (bateria), Elizabeth Del


Grande.

Canto: Jeller Filipe, Luíza de Moura Castro, Raimundo Francine, Suzan


Ruggiero, Tuca Fernandes.

Harpa: Suelem Sampaio.


71

1.9 CAPÍTULO VIII – PRÊMIOS ESPECIAIS E HOMENAGEM

1988 – Würdigungspreis (Prêmio de Honra ao Mérito) concedido pelo


Ministério de Ciência e Tecnologia da Áustria.

Figura 21 – Würdigungspreis

1998 – Prêmio Carlos Gomes, na Categoria Música de Câmara, para o


Quinteto D’Elas.

Figura 22 – Prêmio Carlos Gomes


72

Em 2011, recebi o título de Cidadã Emérita de Tatuí, uma honraria que me foi
concedida pela Câmara Municipal de Tatuí.

Figura 23 – Título de Cidadã Emérita de Tatuí

Em 2014, recebi homenagem do Departamento de Cordas por ocasião do


Jubileu de 60 anos do Conservatório de Tatuí.

Figura 24 – Homenagem do Conservatório de Tatuí


73

1.10 CAPÍTULO IX – MEU CONTRABAIXO

Quando comecei a estudar contrabaixo, em 1975, no Conservatório de Tatuí,


eu não possuía um instrumento próprio. A escola tinha uma infraestrutura suficiente
para fornecer contrabaixos (para se estudar no conservatório, claro) aos alunos que
não possuíssem instrumentos próprios. Havia contrabaixos tanto para os ensaios do
Projeto 75, que funcionava no prédio principal da Rua São Bento em Tatuí, como
também no “Museu” (hoje em dia, Casa de Cultura), onde funcionava o ensino das
cordas do conservatório. Inicialmente o instrumento que me era autorizado utilizar
era um “Benvenuti” – apesar do nome, de fabricação nacional. Depois consegui um
upgrade e me foi autorizado um contrabaixo de fabricação alemã, “Höfner” – “o baixo
furado da Valeria”, como ficou conhecido, pois tinha um furo na lateral esquerda,
bem abaixo, que, por incrível que pareça, não afetava a qualidade da sonoridade.

A “disputa” por instrumentos em bom estado de conservação era grande e


tínhamos que chegar cedo para conseguir sala disponível também.

Após alguns anos, minha avó Astrogilda (carinhosamente chamada de “vó


Zidinha”) e meu pai (o “seu” Sebastião) compraram um contrabaixo para mim de um
colega do Prof. Nikolay, Tibor Reisner, também contrabaixista da Orquestra do
Theatro Municipal de São Paulo. Hoje em dia esse instrumento está com minha
querida amiga, a contrabaixista da Orquestra Sinfônica de Campinas, Flaviana
Cunto Araújo.

O arco, eu usava o do Conservatório mesmo. Ao final dos anos 1970, John


Brasil, fabricante de arcos, veio até Tatuí e consegui comprar um arco em 10
prestações com o dinheiro da bolsa de estudos que eu recebia do Conservatório. Foi
com esse arco que fui para Viena e o possuo até hoje.

Fui sem meu contrabaixo para Viena. Assim que cheguei lá, saí à busca de
um. Tarefa nada fácil, mas em um encontro com um dos assistentes do Prof.
Streicher, Josef Pitzek, ele me indicou um aluno que possuía dois contrabaixos –
August Trabitsch –, hoje uma das minhas grandes amizades.

Fiquei os seis anos do meu curso em Viena com seu instrumento, além de
mais dois anos aqui em São Paulo – ele me deixou trazê-lo para cá, pois aquele
meu primeiro contrabaixo havia sido vendido para Flaviana, e me disse que eu
74

poderia devolver-lhe quando pudesse, como se São Paulo-Viena fosse uma


conexão logo ali. Esse é o August, altruísta mesmo e de grande generosidade.

De volta ao Brasil, já na “Estadual”, Sérgio e eu tínhamos que levar nossos


contrabaixos para os ensaios da orquestra, pois não tínhamos instrumentos
sobressalentes para que pudéssemos deixar um no local dos ensaios e outro em
casa para os estudos. Tampouco possuíamos carro – meu pai nos emprestou um
Fusca, no qual carregávamos os dois contrabaixos. Quase ninguém acredita nesse
feito hoje em dia. Uma pena não termos feito fotos à época.

Sr. João Gomes, o “Seu Joãozinho”, dos mais antigos colegas do naipe
(muito querido por todos, aliás), pouco antes de se aposentar, nos ofereceu seus
dois contrabaixos – um de tamanho 4/4 e outro tamanho 3/4 – para que
comprássemos e pagássemos como fosse possível, ou seja, dividindo em parcelas
conforme nossas possibilidades. Foi um gesto de extrema generosidade da parte
dele e, claro, fizemos de tudo para adquirirmos esses contrabaixos, pois eram, e
ainda são, de excelente qualidade. Fiquei com os dois para mim: o maior eu usava
na orquestra e na música de câmara e o menor é meu instrumento “solo” até hoje
em dia. Nenhum desses contrabaixos possui selo de identificação ou ano de
fabricação.

Possuo um outro arco também, modelo “alemão”, que foi comprado na cidade
de Buenos Aires. Também não é possível ler quem é o fabricante dele.

Tenho um arco na orquestra – para este utilizo crina preta – e outro em casa,
para solos – neste a crina é branca.

Para a orquestra não preciso mais “transportar” meu instrumento. Essa foi
uma conquista da nova OSESP: a aquisição de seu instrumental mais pesado como
“acervo artístico”. São todos contrabaixos de cinco cordas, fundamentais para
repertório sinfônico do porte da nossa orquestra. Uso um de modelo alemão, do
fabricante “Grünert”, na OSESP.

Em casa temos dois contrabaixos cada um: dois “de orquestra”, com afinação
“sol-ré-lá-mi” (transformamos aquele contrabaixo 4/4 do “seu Joãozinho” em um
baixo de 5 cordas, com a corda grave “si”), e dois “solo”, com afinação “lá-mi-si-fá#”,
ou seja, um tom acima da afinação de orquestra.
75

Costumo tocar como solista com afinação “solo”. As cordas são mais finas do
que as de orquestra, portanto têm maior brilho e projeção sonora. As cordas que
utilizo nos meus instrumentos, inclusive no baixo da orquestra (OSESP), são
Thomastik “Bel Canto”.

Figura 25 – Contrabaixo solo e contrabaixo de orquestra da OSESP

Fotos: Cláudio Torezan


76

1.11 CAPÍTULO X – EM BANCAS DE CONCURSOS

Como sou “contrabaixo solista” na orquestra, sou convidada a participar das


bancas das audições do naipe das cordas da OSESP.

Essa não é uma tarefa fácil, haja vista a carga emocional que provas como
essas costumam acarretar.

Eu própria senti isso na pele quando passei pelas audições internas à época
da reestruturação da OSESP. Entrei na Sala dos Espelhos do Memorial da América
Latina (local das provas) com voz e saí de lá absolutamente afônica – fiquei três
longos dias sem voz alguma, muito provavelmente devido ao stress emocional
dessa prova.

Após a reestruturação, foi adotado um sistema de avaliação parecido com o


do sistema europeu, ou seja, normalmente uma primeira fase com concerto clássico
como peça de confronto – é a primeira “peneira”. A próxima fase, então, é com um
concerto romântico – outra “peneira”. E na terceira fase, com excertos orquestrais
predeterminados para cada instrumento.

As duas primeiras fases são feitas normalmente atrás de um biombo (cortina),


sem que a banca saiba quem é o(a) candidato(a), dispondo apenas dos números
previamente sorteados.

Quando a direção musical passou para a maestrina Marin Alsop, esse


sistema mudou um pouco. Ela trouxe para a nossa orquestra o sistema americano,
em que para cada fase são tocados excertos orquestrais conjuntamente.

Estar numa banca de concurso traz também surpresas agradáveis,


principalmente quando se trata de algum candidato de dentro da orquestra: um
colega que queira subir de posto ou algum cachê contratado ou algum
(ex)academista que queira se “efetivar” na orquestra. Pude ter esses bons
momentos dentro da OSESP ao longo dos anos.

Fui júri numa das provas do Concurso Prelúdio, promovido pela TV Cultura,
do ano de 2009 e na prova final do ano de 2010.

Fui banca num concurso interno das cordas do Conservatório de Tatuí no ano
de 2014, ano de seu Jubileu de 60 anos.
77

1.12 CAPÍTULO XI – MESTRADO PROFISSIONAL EM MÚSICA – UFBA

No final de 2014, o Prof. Dr. Lucas Robatto, coordenador da Pós-Graduação


em Música da Universidade Federal da Bahia – UFBA, ministrou uma palestra para
os músicos da OSESP a respeito do curso de mestrado profissional que estava
sendo implantado em Salvador.

Uma das finalidades da palestra era estabelecer uma parceria entre as duas
instituições, OSESP e UFBA. A universidade abriu uma linha especial para “músicos
de alta performance orquestral”. Nossa orquestra preenchia os pré-requisitos do
processo de seleção.

Fiquei entusiasmada com a ideia, principalmente porque, pela primeira vez,


meu diploma de Viena poderia ser aceito e, claro, no futuro, poderia compartilhar o
que sei sobre Música e sobre meu instrumento em uma instituição universitária. Para
tanto, ter mestrado e doutorado é pré-requisito.

Tenho que confessar que este era um universo totalmente diferente para mim
– nunca cursei uma universidade aqui no Brasil, pois saí do Conservatório de Tatuí
diretamente para Viena, em 1982.

Nunca tive que escrever qualquer texto acadêmico ou qualquer pesquisa


nesse sentido – minha área sempre foi de performance mesmo.

Rogério Zaghi, diretor da Academia e dos Projetos Educacionais da OSESP,


ficou como um interlocutor entre OSESP e UFBA, portanto fui procurá-lo para tentar
traçar um tema para meu Anteprojeto.

Anteprojeto? Nem sabia o que isso significava ao certo.

Como haveria a parceria entre essas duas instituições, achava que o tema
deveria contemplar essa linha também, algo sobre a OSESP.

Aceitei a sugestão do Rogério e meu tema inicial seria sobre o histórico da


classe de contrabaixo da Academia da OSESP, principalmente porque ela tem 100%
de aproveitamento desde que foi implantada, motivo de muito orgulho para mim,
aliás.
78

1.12.1 Processo seletivo

Sete colegas, músicos da OSESP, se mostraram interessados para esse


mestrado: Joel Gisiger, 1º Oboé; Sérgio Burgani, 1º Clarinete; Francisco Formiga,
fagote; Eduardo Minczuk, trompa; Adriana Holtz, cello; Olga Kopylova, piano; e eu.

As provas seletivas para o ingresso nesse mestrado foram muito difíceis, pelo
menos para mim, que estava distante do conteúdo teórico das matérias do exame.
Tenho que confessar que pensei muito em desistir do processo, tal eram o meu
receio e pavor, causados pela insegurança.

Fomos num domingo para Salvador e logo às 9h da manhã da segunda-feira


começamos nossas provas: compreensão de texto em inglês (com direito a consulta
a dicionário), compreensão de texto em português, ditado rítmico e melódico,
apreciação musical, prova de múltipla escolha de teoria, análise e história da
música. Essas provas terminaram às 18:30h, com intervalo para almoço.

No dia seguinte seria a prova prática e a defesa do Anteprojeto perante uma


banca, que no meu caso era composta pelos Professores Doutores Alexandre
Casado, Beatriz Aléssio e Suzana Kato.

Somente nossa colega Olga não pôde seguir com os estudos, pois seus
documentos não chegaram de Moscou a tempo para a formalização burocrática da
matrícula.

O resultado foi positivo e meu orientador foi o violinista Prof. Dr. Alexandre
Casado.

1.12.2 O curso

Nosso curso foi modular, ou seja, eram trabalhos intensivos durante uma
semana toda vez que vínhamos a Salvador.

Temas interessantes, professores muito competentes e instigantes, mas


confesso que para mim não foi fácil voltar ser estudante depois de ter me formado
havia quase 30 anos na Universidade de Música de Viena.
79

Era um universo totalmente novo mesmo.

Nossas obrigações para a conclusão final do curso de mestrado profissional


consistiam em um Artigo Acadêmico de no mínimo 10 páginas – se conseguíssemos
publicá-lo, melhor, pois não precisaríamos submetê-lo à defesa perante a banca ao
final do curso; um Memorial, que meu orientador me aconselhou a escrevê-lo
retroativo à minha carreira, podendo fazê-lo “à minha maneira”, nos moldes de um
livro de memórias; os Relatórios das Práticas Supervisionadas e um Produto Final, a
escolher, e que estivesse relacionado à nossa atuação profissional.

1.12.3 O artigo e a escolha do tema

Durante algumas sugestões de leitura, propostas por meu orientador, me


deparei com a da tese de doutorado do flautista Raul da Costa d'Avila, que mudou
por completo minha maneira de encarar o “escrever na academia” e também o tema
do meu artigo.9

Eu havia escolhido tratar do Histórico Formativo da Classe de Contrabaixo da


Academia da OSESP, mas, quando li a tese do Raul sobre a Professora Odette
Ernest Dias, mudei meu tema.

Pensei comigo: se minha classe de contrabaixo é bem sucedida, se teve até


agora 100% de aproveitamento, é porque a “escola” é boa – a “escola” de Ludwig
Streicher, de quem fui aluna e a qual utilizo com meus alunos.

Este então seria o meu tema: “O conceito de 'Musizieren' (fazer música) de


Ludwig Streicher”.

Tenho paixão por esse tema e admiração pela escola – principalmente por
meu querido e sempre saudoso professor, o que fez com que me dedicasse de
corpo e alma ao assunto.

9
D’AVILA, Raul Costa. Odette Ernest Dias: discursos sobre uma perspectiva pedagógica da flauta.
2009. 239 f. Tese (Doutorado) – Curso de Música, Programa de Pós-graduação em Música,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009. Disponível em:
<http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/9129>. Acesso em: 24 mar. 2015.
80

Consegui escrever o artigo e fiquei bastante lisonjeada quando o Conselho


Editorial da Revista Eletrônica do Conservatório de Tatuí aceitou publicá-lo em
agosto de 2015.10

Tinha consciência de que ainda não dominava como escrever as


“referências”, mas no segundo semestre de 2015, com as aulas da Profa. Dra. Diana
Santiago, comecei a entendê-las um pouco mais.

1.12.4 Memorial “Falando Baixo – Por toda minha vida”

Em 2015, completei 40 anos de contrabaixo. Essa foi a oportunidade que


encontrei, com este Memorial, de mergulhar em minhas memórias.

Foi um misto de lembranças boas em grande parte, com direito a muita


reflexão; momentos de agradecimento – afinal, tudo o que sou hoje devo à Música,
ao contrabaixo –, mas também de lembranças nem tão boas assim. Lembrar dessa
fase foi um processo difícil também.

Além disso, são muitas as lembranças e sou péssima com datas. Tive receio
de que o Memorial ficasse muito extenso e também de me esquecer de fatos e
dados importantes dessa trajetória toda, de 40 anos.

A memória prega peças na gente, mas gostei de escrever e espero que tenha
conseguido transparecer isso nestas linhas.

Resolvi dar o nome “Falando Baixo – Por toda minha vida” ao meu Memorial
porque a expressão “Falando Baixo” é como se fosse uma marca minha e “Por toda
minha vida” é também o nome de meu primeiro CD solo.

1.12.5 Produto Profissional Final

Esta foi outra grande oportunidade que o Mestrado Profissional em Música


me proporcionou: conseguir sistematizar uma sequência de arcadas e golpes de

10
Revista Eletrônica Intervalo, Tatuí, SP, v. 1, n. 001/2015, p. 15-22, ago. 2015. Disponível em:
<htpp://www.conservatoriodetatui.org.br>. Acesso em: 12 ago. 2015.
81

arco em escalas e arpejos para contrabaixo que uso há mais de 30 anos.

Essa sequência sempre foi escrita numa folha simples de música,


improvisadamente a lápis e a mão – vulgo a “folhinha da Valéria”.

Figura 26 – “Folhinha da Valeria”

Agora, com o Mestrado, isso tudo faz parte de um grande projeto (“Falando
Baixo”), com o título de “Sistema de arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos
para contrabaixo”.

Primeiro apresentei meu trabalho para apreciação do meu orientador, que me


deu um feedback favorável. Depois o mostrei ao Diretor do Centro de
Documentação Musical (CDM) da OSESP, acreditando que esse trabalho, por conta
82

da parceria firmada entre as duas instituições, seria publicado pela OSESP, o que
acabou não se concretizando.

Cornelia Rosenthal, diretora da Revista Concerto e da Loja Clássicos, me


sugeriu duas editoras musicais.

Apresentei-lhes a ideia da publicação desse meu “sistema” e após reunião os


editores de uma delas, a Editora Tipografia Musical,11 gostaram bastante do meu
projeto e resolveram publicá-lo em junho de 2016.

Fiquei muito feliz com a possibilidade da publicação, afinal, sempre acreditei


nesse projeto, pratico esse sistema todos os dias como uma espécie de “higiene
musical diária”. Ele serve para meu uso próprio e também o utilizo em minhas
atividades pedagógicas, em festivais, master classes e encontros de música.

Escrevi dois prefácios (depois renomeados por sugestão dos editores como
“Prelúdio I” e “Prelúdio II) para essa “apostila”: “Carta a um jovem contrabaixista” e
“Ao professor, com carinho...”, que são o meu público-alvo; uma “Introdução”; o
“Sistema” propriamente dito; as “Referências” e os “Agradecimentos”.

Os editores me sugeriram pedir a alguém que escrevesse uma


“Apresentação” sobre mim, como se fosse uma orelha de livro, que acabou se
tornando o Prefácio.

Não pensei noutra pessoa que não fosse o Prof. José Coelho de Almeida, o
então diretor do Conservatório de Tatuí.

11
Disponível em: <www.tipografiamusical.com.br>.
83

Figura 27 – “Sistema de arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos para


contrabaixo”
84

1.13 CAPÍTULO XII – DIA A DIA NO MESTRADO

Gostaria de abordar aqui como tentei resolver as questões das diferentes


matérias dentro do mestrado, mas por um viés um pouco diferente, que passa por
emoções como alegrias, satisfações, demonstrações de amizade, de respeito,
admiração, frustrações, angústias, inseguranças, dúvidas, ansiedade, enfim, uma
paleta bem diversificada.

1.13.1 Primeiro Semestre – 2015.1

Nosso curso foi em módulos. Somente por ter sido nesse formato foi que
consegui fazer parte dessa turma de mestrandos que começou em 2015.

Meu primeiro círculo de amizade foram meus colegas da OSESP. No início,


com os preparativos para as provas seletivas, criamos um grupo numa rede social
em que nos ajudávamos mutuamente nas mais diferentes questões relativas ao
mestrado. Vieram outras amizades, com o cotidiano das aulas nos diferentes
módulos, todas muito queridas também.

No primeiro semestre, os módulos eram de segunda a sexta, das 14 às 17h,


com aulas do Prof. Dr. Lucas Robatto – “Fundamentos Teóricos e Práticos da
Interpretação Musical” – MUS D43 – e das 18 às 21h com o Prof. Dr. Paulo Costa
Lima – “Estudos Bibliográficos e Metodológicos” – MUS 501 e a matéria MUS D48 –
“Oficina de Prática Técnico-Interpretativa” –, mais MUS D49 – “Prática Orquestral” –,
MUS D50 – “Prática Camerística” – e MUS D57 – “Prática Docente em Ensino
Individual Instrumental”. Essas últimas três foram matérias de práticas
supervisionadas que contemplavam minhas atividades cotidianas como
contrabaixista da OSESP.

Consigo me lembrar como se fosse hoje da primeira aula do Prof. Lucas, nos
apresentando quatro gravações diferentes do “Maracatu Atômico”, de Jorge
Mautner, e depois seis gravações diferentes do ”Verão” das Quatro Estações, de
Vivaldi. Interpretações tão diversas, um prazer tê-las ouvido todas.
85

Depois vieram as aulas do Prof. Paulo Costa Lima, sempre tão cheio de
sabedoria, de vitalidade, bom humor e respeito. Mas sua matéria era a de
metodologia, cheia de regras, de palavras que nunca tinha ouvido. Não foi fácil para
mim. Minha ansiedade, sempre presente, foi despertando a insegurança, o receio de
“não dar conta do recado”.

As aulas do Prof. Paulo Costa Lima eram bem concorridas. Contemplava


tanto as turmas de mestrandos da área de criação musical, como também a área da
educação musical, e, para tanto, Prof. Paulo contou com a providencial ajuda do
Prof. Dr. Pedro Amorim, fundamental para ajudar a “destrinchar” textos de leitura
que a matéria exigia. Textos instigantes, sim, mas de difícil compreensão, ao menos
para mim.

Minha preocupação era com o Artigo Acadêmico. Para tal, fui pesquisar as
diferentes formas de se escrever um artigo, tentando encontrar algum que se
encaixasse um pouco no tema que havia escolhido.

1.13.2 Segundo Semestre – 2015.2

Para o segundo semestre, foram duas matérias obrigatórias: aulas de


Metodologia, que se chamava “Métodos de Pesquisa em Execução Musical” – MUS
D42, a cargo da Profa. Dra. Diana Santiago, sempre muito séria, solícita e
organizada. A outra foi “Estudos Especiais em Interpretação” – MUS D45, dividida
entre os professores doutores Beatriz Alessio, Pedro Robatto e Suzana Kato. De
resto continuavam as outras matérias – MUS D48, MUS D49, MUS D50, MUS D57 –
e uma a mais – MUS D60, que foi a matéria de “Pesquisa Orientada”.

Dessa vez as aulas começavam pela manhã, terminando ao final da tarde,


com intervalo para almoço.

Pude participar de um concerto de música de câmara no dia 03/09/2015 no


Museu de Arte Sacra de Salvador. Um belíssimo lugar, um dos cartões postais da
cidade. Foi um concerto para formação do Quinteto “A Truta”, de F. Schubert: piano
– Profa. Dra. Beatriz Alessio, violino – Prof. Dr. Alexandre Casado (meu orientador),
viola – Profa. Laura Jordão, cello – Profa. Dra. Suzana Kato e eu no contrabaixo. Na
86

primeira parte tocamos ainda o belíssimo Quinteto Fronteiras, do compositor


brasileiro Amaral Vieira, e como “bis” a singela “Canção sem palavras”, de Arrigo
Barnabé. Fiquei feliz com o programa, pois principalmente Amaral Vieira e Arrigo
Barnabé foram minhas sugestões. Pude recordar meus tempos de Quinteto D'Elas,
afinal eram composições dedicadas ao Quinteto na primeira parte desse programa.

Apesar de o concerto ter acontecido em setembro de 2015, acabou sendo


computado no primeiro semestre, por causa da greve das universidades federais.

Figura 28 – Quinteto com os professores

Nosso último módulo do segundo semestre do curso foi em abril de 2016,


devido à greve das Universidades Federais.

Nesse último módulo pudemos fazer um test drive de nossas defesas. Foi
uma experiência extremamente importante para mim.

Para a “minidefesa” da aula da Profa. Diana Santiago, elaborei, juntamente


com meu filho Bruno, um PowerPoint para poder defender meu Produto Final – o
meu “Falando Baixo – Sistema de arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos
para contrabaixo”.
87

Fiz um treino dessa apresentação – que deveria durar 15 minutos – em minha


casa para meus filhos e meu marido. Foi importante ter feito isso justamente porque
ali vi que excederia em dois minutos meu tempo.

Fizemos uma “minidefesa” de recital também na aula dos professores Beatriz


Aléssio, Pedro Robatto e Suzana Kato. Apresentamos os Quatro Momentos n. 3, de
Ernâni Aguiar, uma peça escrita para orquestra de cordas, mas em versão de
quinteto, com Angélica Alves Pereira Areias no 1º violino, Sara Fernandes Araújo de
Souza no 2º violino, Thaís Cristina da Fonseca Mendes na viola, Adriana Holtz no
cello e eu no contrabaixo.

Logo após a nossa apresentação, tivemos que iniciar nossa “minidefesa” e


explicar nossas escolhas interpretativas. Fizemos isso a três: Angélica, Thaís e eu,
pois a Sara estava tocando conosco como convidada e a Adriana já havia feito sua
defesa num duo que também chegou a apresentar.

Figura 29 – Quinteto com as mestrandas

1.13.3 Terceiro Semestre – 2016.1

Para esse semestre tive como matérias obrigatórias MUS D47 – “Projeto de
Trabalho de Conclusão Final (TCF)” – e MUS D48 – “Oficina de Prática Técnico-
interpretativa”. Não precisávamos fazer essas matérias presencialmente.
88

Esse foi um semestre usado para a organização do TCF, que, afinal, consistiu
de muitos escritos: Memorial, Artigo e Relatórios das Práticas Supervisionadas, sem
contar o Produto Profissional, que foi justamente o meu “Falando Baixo – Sistema de
arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo”, editado pela
Editora Tipografia Musical. O recital/lançamento desse meu “livro/apostila”
aconteceu dia 11/06 às 11h na Sala do Coro da Sala São Paulo.

Elaborei esse programa com peças que foram compostas para mim (com uma
única exceção):

 Pedro Cameron – 3 Peças para contrabaixo solo (1979);

 Osvaldo Lacerda – Pequena Suíte para contrabaixo e piano (2009), com


três movimentos “Desafio – Canção – Afro”;

 Astrid Spitznagel – Scherzetto para contrabaixo e piano (2010);

 Astrid Spitznagel – “O contrabaixo encontra o violino” para contrabaixo e


violino (2015) – a única exceção do programa, não composta para mim;

 Tom Jobim/Vinicius de Moraes – “Por toda minha vida” – arranjo de Adail


Fernandes para violino e contrabaixo;

 Amaral Vieira – Quinteto Fronteiras para piano, violino, viola, violoncelo e


contrabaixo (1999).

O Quinteto Fronteiras foi composto para o Quinteto D'Elas, mas o próprio


Amaral Vieira me disse por e-mail que compôs a parte de contrabaixo pensando em
mim.

Para esse programa, contei com as participações especiais de Dana Radu ao


piano, Betina Stegmann ao violino – para a peça de Astrid Spitznagel e para o “Por
toda minha vida”. Para o “Fronteiras”, contei com a participação de três alunos da
Academia da OSESP – Ana Carolina Rebouças Guimarães, violino; Clara Lúcia dos
Santos, viola; e Rafael de Caboclo Costa, cello –, dentro de minhas atividades como
professora de música de câmara.

O meu Produto Profissional Final deveria ser incluído nesse TCF também,
mas como ele foi editado pela Editora Tipografia Musical, ou seja, seria
89

comercializado, tive que apresentá-lo em um outro arquivo – a banca da defesa


precisava ter esse material em mãos, já que ele faria parte da defesa também.

Escolhi, juntamente com meu orientador, os membros da banca de defesa,


que teria que ser composta por três membros: dois de dentro do Programa de Pós-
Graduação em Música – a Profa. Dra. Suzana Kato e meu orientador – e um
membro, o músico/contrabaixista Pino Onnis, um “formador de multiplicadores”.

Quando comecei o mestrado lá atrás, em 2015, estava envolta em um misto


de emoções, afinal, não tinha tido qualquer experiência acadêmica aqui no Brasil.
Tinha deixado de ser aluna em 1988, quando voltei dos meus estudos em Viena ao
Brasil.

Agora com o mestrado finalizado, o sentimento que vai predominar é o da


saudade: do ambiente acadêmico, dos professores e das boas amizades travadas
dentro.

Saudades que certamente se traduzirão em lembranças.

Figura 30 – Turma de mestrandos de 2015


90

1.14 EPÍLOGO

Espero ter conseguido mostrar um pouco da minha “história” com meu


instrumento, na música, aqui neste Memorial. Uma trajetória de muito aprendizado
ao longo desses anos.

No entanto tenho consciência de que há muito o que se aprender ainda e


sempre. Em minhas aulas vejo que as dificuldades que cada um enfrenta tampouco
são diferentes daquelas que enfrentei quando fui aluna também, e ainda enfrento, no
meu cotidiano, na música, com o contrabaixo nas mãos, afinal a música é como a
vida: dinâmica!

O aprendizado nunca se esgota e o agradecimento não deve se esgotar


também.

Portanto, o meu eterno muito obrigada por ter a música em minha vida!
91

2 ARTIGO ACADÊMICO

O conceito de “Musizieren” (fazer música) de Ludwig Streicher

Ana Valeria Poles – PPGPROM UFBA (Programa de Pós-Graduação


Profissional em Música da UFBA) [email protected]

“amor da minha vida, daqui até a eternidade...”

Cazuza

RESUMO

Partindo da contribuição pedagógica (escola de contrabaixo) de Ludwig Streicher, o


presente artigo pretende refletir sobre o conceito “Musizieren” (fazer música) no
contrabaixo, que norteia o trabalho de Ludwig Streicher, mostrando alguns dos
fundamentos utilizados por ele nos cinco volumes de seu Mein Musizieren auf dem
Kontrabass (Minha maneira de se fazer música no contrabaixo – tradução da
autora).

Palavras-chave: Ludwig Streicher; contrabaixo; pedagogia musical instrumental;


“Musizieren”.

ABSTRACT

Based on Ludwig Streicher's pedagogical contribution (double bass school), this


article intends to reflect upon the idea of “Musizieren” (to make music) on the double
bass, a concept central to Streicher's work, showing some of the fundaments used in
the 5 volumes of his “Mein Musizieren auf dem Kontrabass” (My way of playing the
double bass – author´s translation).

Keywords: Ludwig Streicher; double bass; musical instrument pedagogy;


“Musizieren”.
92

2.1 INTRODUÇÃO

A origem da palavra em alemão “Musizieren” vem de “musicare”, do latim da


Idade Média (dicionário alemão Duden online, 14/06/2015) e segundo o dicionário
alemão de Jacob Grimm e Wilhelm Grimm (versão online, 14/06/2015), significa
“fazer música” ou “tocar”, que assim como no inglês, pode ser a tradução de “jogar”,
“brincar” ou ainda, segundo o mesmo dicionário alemão, “fazer música com um
instrumento”.

O presente trabalho pretende traduzir este significado no legado do


músico/contrabaixista/pedagogo Ludwig Streicher, com quem a autora teve o
privilégio de poder estudar durante seis anos, de 1982 a 1988, na Hochschule für
Musik und darstellende Kunst (Escola Superior de Música e Artes Cênicas), hoje em
dia Universität für Musik und darstellende Kunst (Universidade de Música e Artes
Cênicas) de Viena – Áustria. O próprio termo “Musizieren” já nos é apresentado
como título dos cinco volumes escritos por Streicher “Mein Musizieren auf dem
Kontrabass”,12 que, numa tradução da autora, utilizaremos “Minha maneira de se
fazer música no contrabaixo”.

Streicher apresenta sua “escola de contrabaixo” ao longo de seu “Mein


Musizieren auf dem Kontrabass”, utilizando exercícios para seus exemplos musicais,
canções folclóricas finlandesas, trechos de literatura orquestral (excertos
orquestrais), bem como trechos da literatura solista do instrumento. Nestes volumes,
Streicher segue progressivamente conforme o aprendizado das posições:

Volume I – colocação do instrumento no corpo do aluno/instrumentista,


exercícios de arco nas cordas soltas (sem nenhum posicionamento dos dedos da
mão esquerda) e a “primeira meia posição” (vide figura 31).

12
STREICHER, Ludwig. Mein Musizieren auf dem Kontrabass. Vienna, Doblinger 1977, 5 volumes.
93

Figura 31 – Posição da mão esquerda13

Fotos: Lawrence Braunstein

Volume II – mudança de posição, da primeira até a quarta posição.

Volume III – da quinta até a sétima posição.

Volume IV – posição do capotasto, que é a posição do polegar: posição


básica, a transição da posição do final do braço para a posição do polegar
(capotasto), a meia posição, e depois da primeira até a terceira posição (capotasto).

Volume V – da quarta à sétima posição do polegar (capotasto) e harmônicos


(flageoletts) e suas principais posições.

Até a sétima posição (ainda no volume III), antes de entrar na posição do


polegar (capotasto), no sistema de posições adotado por Streicher, o polegar fica
atrás do braço do instrumento, e tem, no sistema de Streicher, uma função de
“alavanca”. Ele usa o primeiro (indicador), segundo (médio) e quarto dedos (mínimo),
que vem junto com o terceiro dedo (anular) para essas posições. A partir da posição
de capotasto (posição do polegar), segundo o sistema de Streicher, traz-se o
polegar para o “espelho” do instrumento e não se usa mais o quarto dedo (mínimo),
substituindo-o pelo terceiro dedo.

A própria “escola” desenvolvida por Streicher, tem sua origem na escola


vienense de contrabaixo, com Franz Simandl (* 1840 na Boêmia; + 1912 em Viena),
13
Em: STREICHER, Ludwig. Mein Musizieren auf dem Kontrabass. Viena, Doblinger; v. I; p. 23. 1977.
94

virtuose do contrabaixo, responsável por toda uma geração de contrabaixistas.


Como afirma, o flautista/pedagogo, d’Ávila,14 era um “formador de multiplicadores”, e
que por sua vez estudou com Josef Hrabe (* 1816 em Praga-Bubenec; + 1870 em
Praga), renomado professor de contrabaixo no Conservatório de Praga. Estes dois
escreveram uma literatura significativa dentro da escola de contrabaixo, com seus
métodos de técnica e de estudos, bem como peças de concerto; são até hoje
utilizados no aprendizado do instrumento.

No primeiro volume Mein Musizieren auf dem Kontrabass de Streicher, está


praticamente toda a essência de sua “escola”, desde o posicionar o instrumento
corretamente, como também a maneira de segurar o arco, com exercícios de corda
solta e depois ensino das posições, passando pelos harmônicos, mas principalmente
a “filosofia” dessa escola, que segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural
(Larousse 1995, Nova Cultural 1998): “sistema de princípios que explicam ou
sintetizam determinada ordem de conhecimentos”, ou mesmo “reunião de
conhecimentos ou ideias de uma pessoa”.15

Ao longo dos cinco volumes o aluno/instrumentista se depara com vários


trechos orquestrais (excertos), bem como trechos da literatura solista. Streicher
desenvolve também inúmeros exercícios para favorecer a produção do som,
questões de afinação, de dinâmica e articulação, com aplicação de exercícios em
diferentes golpes de arco. O aluno/instrumentista encontra inúmeros exercícios
desmembrados visando à execução de determinada passagem, seja da literatura
orquestral sinfônica/operística e/ou solista, sempre de uma forma inteligente,
propondo reflexões ao executante, numa maneira mais lógica de “pensar” um
dedilhado, ou mesmo “pensar” uma arcada, um golpe de arco, um fraseado musical,
respeitando os diferentes estilos musicais.

14
D’ÁVILA, Raul Costa. “Odette Ernest Dias: sensibilidade(s) a serviço da formação de
multiplicadores”, artigo publicado no XVI Congresso da ANPPOM, Brasília, 2006.
15
Disponível em: <www.dicio.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2015.
95

2.2 LUDWIG STREICHER

Ludwig Streicher nasceu dia 26 de junho de 1920 em Ziersdorf, um município


da Baixa Áustria, a aproximadamente 50km de Viena. Seu pai era Kapellmeister16 e
fundou também a Escola de Música desse município e foi seu primeiro professor ao
violino.

Influenciado por Otto Krumpöck, membro da Orquestra da Ópera Estatal e da


Filarmônica de Viena, em 1934, portanto aos 14 anos, Ludwig ingressou na
Academia de Música e Artes Cênicas de Viena para aprender contrabaixo,
vislumbrando um futuro profissional com este instrumento. Entrou para a classe do
Professor Johann Krump e posteriormente para a classe do Professor Karl
Schreinzer, ambos “descendentes” da escola vienense de contrabaixo de Franz
Simandl.

Aos 18 anos já atuava como convidado (cachê) na Ópera Estatal. Em 1940


concluiu seus estudos com distinção (Auszeichnung). Na mesma época apareceu
em Viena o Kapellmeister do Teatro Estatal de Cracóvia para reunir jovens
interessados em ingressar na orquestra de lá, e após a audição de Ludwig Streicher,
no dia 1º de setembro de 1940, foi nomeado Primeiro Contrabaixista. Nesta
orquestra teve a oportunidade de conhecer o cellista polonês Jozef Mikulsky, um
aluno de Casals, e com ele começou a estudar cello. Depois de dois anos de estudo
neste instrumento, Streicher se apresentou em audição e conseguiu também o posto
de Concertino no naipe de cellos do Teatro Estatal de Cracóvia, acumulando
portanto os cargos de Primeiro Contrabaixo e Concertino dos cellos na orquestra.

Durante sua estadia em Cracóvia, Streicher teve sua primeira atuação como
solista de contrabaixo no Hospital Militar, com grande êxito de público.
No ano de 1942, em uma turnê da Filarmônica de Berlin, sob a batuta de Hans
Knappertsbusch, Streicher pôde se apresentar em uma audição quando a orquestra
passou por Cracóvia. Com êxito nesta prova foi oferecido a ele um contrato para
ingressar nesta orquestra. No entanto, foi chamado para o serviço militar e teve que
desistir desse contrato. Perto do final da guerra, foi preso pelos russos, mas em
maio de 1945, após fugir da prisão, regressou a pé para sua cidade natal, Ziersdorf.

16
MARQUES, Diretor/Regente de orquestra. “Maestro”, in: Dicionário de Termos Musicais.
96

No outono do mesmo ano, soube, por um acaso, que na Ópera Estatal de


Viena havia uma vaga no naipe de contrabaixos. Determinado, foi de carona em um
tanque de guerra oferecido gentilmente por um militar russo até o centro da cidade.
Totalmente despreparado, em um instrumento desconhecido para ele, conseguiu a
vaga após se apresentar em audição. No ano seguinte tornou-se membro da
Orquestra Filarmônica de Viena. Em 1954 conquistou o posto de chefe de naipe, em
1958 tornou-se membro da Música da Capela Real (Hofmusik Kapelle). Em 1962
recebeu o título de “Professor” concedido pelo Presidente da República da Áustria.

Em 1965 gravou seu primeiro trabalho solo, um LP pelo selo Amadeo


Musikalische Raritäten für Kontrabass (“Curiosidades Musicais para Contrabaixo”,
tradução da autora), e para isso teve que fazer um trabalho pioneiro de pesquisa de
repertório, pois o que se encontrava à época era incompleto e/ou com erros.

Em abril de 1966 realizou seu primeiro recital de contrabaixo, na cidade de


Wels, na Alta Áustria. O sucesso de publico e critica foi tal, que este foi o marco
inicial de sua carreira solista, como o próprio Streicher gostava de dizer: “de Wels
para o mundo!”

Sua cidade natal conferiu a ele o Título de Cidadão Emérito e inaugurou a


Musikhaus Streicher (“Casa de Música Streicher”).

Ludwig Streicher não foi somente conhecido (e reconhecido) como solista,


mas também como professor, recebendo o contrato em 1966 para a classe de
contrabaixo na Escola Superior de Música e Artes Cênicas de Viena.

Em 1973 foi nomeado Professor Extraordinário (Außerordentlich


Hochschulprofessor), mas para se dedicar mais à sua carreira solista e como
professor, no dia 31 de agosto de 1973, declinou de seu posto na Ópera Estatal e na
Filarmônica, recebendo assim, em 1975 a nomeação para Professor Ordinário
(Ordentlich Hochschulprofessor).

Em 1º de outubro de 1990, Streicher aposentou-se da Escola Superior de


Música de Viena, recebendo no mesmo ano a Condecoração Austríaca “Cruz de
Honra” para Ciências e Artes (Österreichische Ehrenkreuz für Wissenschaft und
Kunst). No ano seguinte foi agraciado com a Insígnia de Ouro para Serviços
Prestados à Cidade de Viena (Goldene Ehrenzeichen für Verdienste um das Land
Wien).
97

Em outubro de 1992 tornou-se Professor Titular na “Escuela Superior de


Música Reina Sofia” em Madrid, onde ficou até o ano de 2001. Em 2000, por ocasião
da celebração de seus 80 anos, recebeu do governo espanhol a Encomienda de
Alfonso X.

Streicher faleceu dia 11 de março de 2003 e seu túmulo se encontra no


Cemitério de Hietzing em Viena.
98

2.3 A ESCOLA DE STREICHER

A “escola” de Streicher é embasada em conceitos já existentes:

“Não quero inventar uma nova escola, criar ou melhorar algum


método, mas sim passar para frente, de forma camarada, como um
colega e não como um professor frio e seco, a experiência adquirida
em 35 anos como músico de orquestra e a experiência como solista
no palco, e não numa sala de estudos” (Mein Musizieren auf dem
Kontrabass – tradução da autora).

Ele ensina a resolver os problemas técnicos/artísticos/musicais do


instrumento com lógica, compreensão e reflexão.

O termo “escola”, que no sentido figurado, significa: “conjunto de experiências


que contribuem para o amadurecimento da personalidade e/ou que desenvolvem os
conhecimentos práticos de determinado indivíduo” e o “fazer escola”, também no
sentido figurado: “criar seguidores de princípios ou métodos definidos”.17

Esses são os princípios que podemos perceber também com a “escola” de


Carl Flesch, por exemplo.

A continuidade desses princípios com Max Rostal, através de uma palestra de


Berta Volmer, sua assistente, na ESTA – Associação Europeia de Professores de
Cordas – palestra acontecida em 1980 na Holanda – “O que aconteceu depois de
Flesch?”.18

O que nos fica claro é quando nos deparamos com uma forma de “evolução”
da escola e bem menos de “revolução” de um “método”, afinal à época de Flesch o
“gosto musical” fazia parte de todo um contexto, como por exemplo o uso mais
frequente de “portamentos”. Assim como tudo na vida, a Música também
acompanha o dinamismo dos tempos. Ou seja, a Música é um corpo vivo, dinâmico.

Streicher desenvolveu uma forma mais lógica do uso tanto da mão esquerda
como também da mão direita – que ele próprio se referia como a “alma da música”,
um termo subjetivo, um tanto abrangente nesse contexto de Streicher, pois envolve
emoções, sentimentos no ato de se “fazer música” (Musizieren). Foi a fundo nesses

17
Disponível em: <www.infopedia.com> Acesso em: 14 jun. 2015.
18
ROSTAL. Handbuch zum Geigenspiel, 2. Auflage (2006).
99

cinco volumes escritos por ele, nos dando as ferramentas para o desenvolvimento
do uso do arco em sua “escola de contrabaixo”.

Os fundamentos de Streicher estão nesses cinco volumes escritos em forma


de livros de técnica de contrabaixo, mas é fundamental a presença do
professor/pedagogo a utilizar esse método, essa “escola de contrabaixo”
desenvolvida por Streicher. E aqui temos o sentido da palavra “método” justamente
sob o aspecto de “maneira de dizer, de fazer, de ensinar uma coisa, segundo
princípios e em determinada ordem”.19

Corroborando a ideia acima, o violinista/pedagogo Paulo Bosísio,20 quando se


referiu ao método Suzuki: “[...] vários outros métodos (os alternativos, optativos,
tradicionais, modernizados, antigos), é um método que vai depender basicamente de
quem o está aplicando, e não dele (do método) em si”, em “Algumas ideias de Paulo
Bosísio sobre aspectos da educação musical instrumental”.21

Esse “método”, que nos é apresentado por Streicher em forma de caderno de


estudos, livros de técnica, obedecem a ordem de aprendizado, para quem vai se
deparar com o instrumento pela primeira vez, mostrando o correto posicionamento
do contrabaixo no corpo do aluno/instrumentista, começando pela corda solta, vários
exercícios para utilização correta do arco (divisão, ponto de contato, aderência,
articulação e troca entre as cordas), na sequência, a colocação da mão esquerda no
braço do instrumento, começando pela “primeira meia posição”, e assim
sucessivamente, com todas as posições do contrabaixo. Streicher utiliza aqui, em
sua “escola de contrabaixo”, o sistema de posições proposto por Franz Simandl,
músico de excelência, responsável por uma respeitável “escola” para esse
instrumento, e que até hoje, nos tempos atuais, é adotado por inúmeros
contrabaixistas.

Trata-se de um sistema onde a mão esquerda encontra-se numa tensão de


tom inteiro, portanto entre o dedo indicador (1º dedo) e o mínimo (4º dedo) obtém-se
um intervalo de segunda maior, assim como entre o indicador e o dedo médio (2º
dedo) e entre o dedo médio e o mínimo, obtém-se um intervalo de segunda menor.
O dedo anular (3º dedo) “trabalha” junto ao mínimo. Podemos assim dizer que esse
19
Disponível em: <www.dicio.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2015.
20
ROMANELLI, Guilherme; ILARI, Beatriz; BOSÍSIO, Paulo. Algumas ideias de Paulo Bosísio sobre
aspectos da educação musical instrumental. Opus, Goiânia, v. 14, n. 2, p. 7-20, dez. 2008.
21
ROMANELLI, ILARI e BOSÍSIO, Paulo (2008).
100

Sistema de Simandl tem o dedilhado 1-2-4. As posições de mão esquerda são


denominadas de meio em meio tom, portanto, de “meia em meia posição”.

Os alunos de Streicher tinham que seguir seus dedilhados e arcadas, que


eram cuidadosamente pensados a favor da Música. O que talvez num primeiro
momento pudesse parecer estranho ou até mesmo controverso, como por exemplo,
ao se adotar um determinado dedilhado e/ou arcada, mas que mais tarde, no
exercício da profissão, viriam a ser comprovados por esses mesmos
alunos/instrumentistas no decorrer de suas atividades, afinal esses ensinamentos
vieram de uma experiência de 35 anos de dentro de uma orquestra sinfônica (com
repertório sinfônico e operístico) e de uma vida de solista e de docente,
compartilhando esses ensinamentos, vendo estes mesmos resultados comprovados
em seus alunos, que ocupam seus postos nas diferentes orquestras pelo mundo a
fora.

Para mudança de posição, por exemplo, que é uma das grandes dificuldades
dos instrumentos de cordas tocados com arco, no que se refere à mão esquerda, ele
cita logo na página 6 do segundo volume do seu Mein Musizieren auf dem
Kontrabass, entre outras coisas: “para mudança de posição para o agudo, deve-se
usar o primeiro dedo (indicador) e para o grave, o quarto dedo (mínimo), como
suporte ao glissandi” (tradução da autora), que é o recurso usado para mudanças de
posição nos instrumentos de cordas tocados com arco. Outra recomendação dele
em relação à mão esquerda: “só escrevo um dedilhado onde ali houver uma
mudança de posição” (tradução da autora). Ou seja, fica muito fácil identificar em
que posição no espelho do instrumento a passagem deve ser tocada, evitando o que
se costuma ver em outros métodos, vários algarismos para dedilhados, que mais
parecem estudos de matemática do que outra coisa.
101

Figura 32 – Exercícios de mudança de posição22

Importante também é a fôrma da mão (esquerda) correta, a preparação das


notas antecipadamente, deixando a mão sempre em posição adequada (vide figuras
31 e 33), o que facilita uma boa ligadura, um uso inteligente da pressão que a mão
deve fazer para “apertar” corretamente as cordas, favorecendo assim a afinação,
outro quesito importante em se tratando de um instrumento de dimensões tão
grandes como o contrabaixo. Aliás, sobre o aspecto “afinação”, há vários exercícios
propostos no decorrer dos cinco volumes escritos por Streicher, que acompanham
sempre as diversas posições, favorecendo assim, a maneira correta de se apertar os
dedos sobre o espelho do instrumento, sempre com o princípio da “alavanca”, que
no sistema de Streicher, significa utilizar corretamente a pressão da mão a favor do
peso dos dedos sobre a corda. Ou seja, o quarto dedo (mínimo), que em tese seria o
mais “fraco” dos dedos da mão esquerda, nesse sistema de alavanca que Streicher
propõe, acaba sendo um dedo “forte”, pois conta com toda a mão a seu favor. Sem
contar na facilidade para leitura que esse exercício de se preparar a mão
antecipadamente propõe, pois para se preparar a mão, é necessário também que se
leia a música sempre na frente, antecipadamente.

22
STREICHER, Ludwig. Mein Musizieren auf dem Kontrabass. Viena, Doblinger; V II; p. 6. 1977.
102

Figura 33 – Troca dos dedos na primeira meia posição23

Fotos: Lawrence Braunstein.

Mas é em relação à mão direita que sua “escola” faz do seu Musizieren ser
especial, pois é com o arco que o instrumentista delineia cores, nuances,
expressividade, os diferentes golpes de arco, as dinâmicas e a articulação, para
produção de um texto condizente com aquilo que se vê proposto na partitura. O
próprio Streicher sempre dizia que sua intenção com o contrabaixo era ir “além das
notas”.

Um dos pontos fundamentais em sua escola é no que se refere à sua


“produção do som”, entonação/afinação e musicalidade. O antebraço deve “cair
muito relaxado”, o cotovelo não deve estar fazendo pressão nem para direita, nem
para esquerda. O som é gerado através da pressão do braço todo contra o
instrumento e apesar desta pressão, o braço tem que estar todo ele relaxado para

23
Em STREICHER, Ludwig. Mein Musizieren auf dem Kontrabass. Viena, Doblinger; V I; p. 23. 1977.
103

esta função. É como se o instrumentista quisesse pressionar o arco contra seu


corpo, mas encontra as cordas do instrumento no meio do caminho.

Para a troca do arco (para cima e para baixo), é o pulso, que juntamente com
os dedos fazem os movimentos compensatórios dessa troca, fazendo com que a
mesma permaneça imperceptível, absolutamente imprescindível numa frase musical
longa. Apesar da pressão, os dedos e o pulso devem permanecer flexíveis.

O que diz Streicher:

“a alma do instrumentista de cordas é a mão do arco. Aqui ele


fraseia, aqui ele manifesta emoções, cria dinâmicas do pianíssimo
'pp' até o fortíssimo 'ff', torna mais fácil a mudança de posição. O
arco para baixo deve funcionar como o 'inspirar' e o arco para cima
como o 'expirar'. A arte do tocar com arco é o efeito da alavanca. O
braço deve funcionar como um pêndulo [...] o segredo do meu som
vem do punho.” (tradução da autora)
104

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essas são algumas das características técnicas de sua escola, com as


quais podemos nos deparar ao longo dos cinco volumes do seu Mein Musizieren auf
dem Kontrabass, porém o que Streicher ensinava mesmo durante suas aulas era a
“arte de se fazer música”, a arte de seu Musizieren, o tal musicare, que é um termo
abrangente, pois envolve acima de tudo, o “passar emoção” enquanto se está
fazendo música.

Lá nos seus cinco volumes (Mein Musizieren auf dem Kontrabass), como
também no seu sistema de escalas, encontramos as “ferramentas” para esse
caminho, mas é quando o ouvimos tocar o seu instrumento, que podemos perceber
o artista/músico extraordinário que ele é (foi), pois sua Música está presente nessas
gravações.

Streicher sempre dizia a seus alunos que eram três os caminhos a se


percorrer para se fazer música (Musizieren) no instrumento, passando
primeiramente pelo coração, depois a mente e o corpo, assim, nesta ordem. Dizia
também que era possível inverter ou mexer nessa ordem, mas que a Música não
seria a mesma. O que interessava a ele, como músico, era “tocar as pessoas”, com
sua Música, “ir além das notas”.

Por último, Streicher foi um professor extremamente exigente, mas também


acolhedor, sempre preocupado com o espírito da classe, da coletividade, sem
esquecer do indivíduo que cada um dos seus alunos era ali dentro. Suas aulas eram
individuais sim, mas sempre tinham alunos assistindo, ou quem quer que quisesse
entrar em sua sala, assistir o (a) outro (a) colega/instrumentista tocar e com isso ver
suas próprias dificuldades serem “tratadas” ali. Isso só reforçava o espírito de
coletividade que deveríamos trilhar, afinal, o contrabaixo é um instrumento
essencialmente acompanhador, não um instrumento solista. Pode sim, ser “também”
solista, e isso Streicher nos provou com sua Música, e nos dá as ferramentas para
tal, com sua “escola”. Streicher deixou o seu legado mostrando a nós, seus alunos
(futuros “formadores de multiplicadores”) com seus ensinamentos, seus livros de
técnica de contrabaixo, com o seu Musizieren, as ferramentas para a “boa música”,
seja ela em conjunto ou como solista/camerista.
105

BIBLIOGRAFIA

BOSÍSIO, Paulo. 100 Anos de Max Rostal. Per Musi, Belo Horizonte, n. 12, p. 105-
110, jul. 2005. Julho-dezembro 2005. Disponível em:
<www.musica.ufmg.br/permusi/port>. Acesso em: 14 jul. 2015.

D'AVILA, Raul Costa. Odette Ernest Dias: Sensibilidade(s) a serviço da formação de


multiplicadores. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E
PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA (ANPPOM), 16., 2006, Brasília. Congresso.
Brasília: Congresso da Anppom, 2006. v. 16, p. 1 – 8.

GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL. São Paulo: Larousse e Nova


Cultural Ltda., 1998. 24 v. (ISBN 85-13-00755-2).

GRIMM, Jacob; GRIMM, Wilhelm. Das Deutsche Wörterbuch: DWB. Trier,


Alemanha: Universität Trier, 1838. 33 v. Disponível em: <dwb.uni-trier.de>. Acesso
em: 14 jun. 2015.

MARQUES, Henrique de Oliveira. Dicionário de Termos Musicais: Inglês-Francês-


Italiano-Alemão-Português. 2. ed. Lisboa: Editorial Estampa, Ltda., 1996. 823 p.

ORTIZ, Luis. Das Phänomen Ludwig Streicher. 1995. 30 f. Monografia


(Especialização) – Curso de Kontrabass – Konzertfach, Musik, Hochschule Für
Musik Und Darstellende Kunst, Viena, 1995.

PLANIAVISKY, Alfred. Geschichte des Kontrabasses. Tutzing: Hans Schneider,


1984. 917 p. (ISBN 3 7952 0426 7).
106

RADIO AUFNAHMEN (Entrevistas de Radio): Interview mit Gerhard Töschinger.


Radio Burgenland. Austria, 7. Dezember 1976.

_______. Philharmonische Impressionen. Radio Ö1. Austria, 28. Dezember, 1985

ROMANELLI, Guilherme; ILLARI, Beatriz; BOSISIO, Paulo. Algumas ideias de Paulo


Bosísio sobre aspectos dá educação musical instrumental. Opus: Revista Eletrônica
da ANPPOM, Belo Horizonte, v. 14, n. 2, p. 7-20, 30 jul. 2015. Semestral. Disponível
em: <www.anppom.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2015.

ROSTAL, Max. Handbuch zum Geigenspiel. 2. ed. Bern: Musikverlag Müller &
Schade Ag, 2006. 205 p. (ISBN 3-9520878-1-5). 2. unveränderte Auflage.

SCHRANZ, Peter. Ludwig Streicher und sein Kontrabass. 2002. 52 f. Monografia


(Especialização) – Curso de Kontrabass, Musik, Universität Für Musik Und
Darstellende Kunst Wien, Viena, 2002.

STREICHER, Ludwig. Mein Musizieren auf dem Kontrabass. Viena: Doblinger, 1977.
5 v.

_______. Tonleiter und Akkordstudien für Kontrabass. Viena: Doblinger, Edition


Ludwig Streicher, 2000. 40 p.

WARNECKE, Friedrich. “Ad Infinitum”: Der Kontrabass seine Geschichte und seine
Zukunft. Leipzig: Edition Intervalle, 2005. 112 p. (ISBN 978-3-938601-00-6).
Ergänzten Faksimile-Neudruck der Originalausgabe von 1909.
107

ZIEGLER, Bernhard; MAYER, Alexander. www.ludwig-streicher.at. Copyright 2004-


2006 Bernhard Ziegler & Alexander Mayer, 1030 Wien, Hoffmannstahlgasse 10/7.
Disponível em: <www.ludwig-streicher.at>. Acesso em: 10 jun. 2015.

Sites

<www.dicio.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2015.

<www.duden.de>. Acesso em: 14 jun. 2015.

<www.infopedia.pt>. Acesso em: 14 jun. 2015.


108

ANEXO A – RELATÓRIO DA DISCIPLINA OFICINA DE PRÁTICA


TÉCNICO-INTERPRETATIVA 2015.1

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE PRÁTICAS PROFISSIONAIS


ORIENTADAS

. Aluno: Ana Valeria Poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D48 / Oficina de Prática Técnico-


Interpretativa

. Orientador da Prática: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Técnica Contrabaixística aplicada às aulas com a aluna


da Graduação da Escola de Música da UFBA Kívia Santos e Prática aplicada à
Preparação da Miniturnê “Falando Baixo – 40 Anos de Contrabaixo”

1.2 Carga Horária Total: 70 h

1.3 Período de Realização: 04/08 a 12/06/2015

1.4 Locais de Realização: Escola de Música da Universidade Federal da


Bahia (UFBA) e Sala São Paulo.

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma):

04/05, 08/06 e 12/06/2015 – 3 aulas dentro dos módulos oferecidos no


PPGPROM.

Foi apresentado à aluna Kívia o Sistema de arcadas e golpes de arco em


escalas e arpejos para contrabaixo e a sua aplicabilidade no repertório
orquestral/solístico/camerístico.
109

A aula de contrabaixo consiste primeiramente na execução desse Sistema,


que serve como uma “higiene musical diária” – mostrar a importância disso à aluna
para suas atividades cotidianas no contrabaixo, sempre exemplificando onde e
quando determinado tipo de golpe de arco será usado dentro desse cotidiano com o
instrumento.

Para essa primeira aula a aluna executou escala de mi maior em três oitavas,
na sequência toda desse Sistema.

Logo notou-se que a aluna é habilidosa, mas que tem algumas deficiências
com a mão direita – a mão do arco –, por isso mesmo esse Sistema pode servir
como excelente aprendizado. Notaram-se problemas na realização do spicatto, por
exemplo, bem como o ricochet.

Depois trabalhamos alguns estudos do caderno de 32 Estudos para


Contrabaixo de Storch-Hrabe, alguns exercícios de golpes de arco de Sevcík e
também o Concerto para contrabaixo e orquestra de D. Dragonetti.

Para Preparação da miniturnê “Falando Baixo – 40 Anos de Contrabaixo”, que


consistiu, nesse primeiro Semestre, em um Recital dia 31/05/2015 no Teatro do
SESI da Avenida Paulista em São Paulo, foram feitos alguns ensaios com a pianista
Dana Radu, com quem a aluna mantém um Duo Contrabaixo e Piano, bem como
com Pedro Poles, baixista elétrico, após longo preparo individual da contrabaixista,
haja visto o repertório “desafiador” para esse primeiro recital.

O programa começou com uma transcrição da Sonata para Violoncelo e Piano op.
21 do compositor Henrique Oswald (feito por Danilo Zangheri e Ana Valeria Poles) –
uma obra que para ficar “contrabaixística” e poder ser executada com contrabaixo
solo (afinação solista “lá, mi, si, fá#”) exigiu a transposição da parte do piano um tom
acima, ou seja, originalmente a Sonata é em ré menor. Nessa transcrição feita,
utilizamos mi menor. Com isso, aproveitamos os harmônicos naturais do contrabaixo
e as cordas soltas para a realização dos acordes da peça.

Na sequência, em outra transcrição feita pela aluna para a Elegia de Henrique


Oswald – também do violoncelo, mas dessa vez não foi necessário se transpor a
tonalidade – a parte do contrabaixo foi executada um tom abaixo, mas devido à
afinação solista, ficou na tonalidade original – si menor.
110

Seguiu-se ainda Radamés Gnatalli – Canção e Dança para contrabaixo e


piano –, uma das principais obras brasileiras originalmente escritas para
contrabaixo, em 1934, com a escrita solista e utilizada por Bottesini, principal
compositor para o instrumento. Essa escrita consiste em “som real”, que seria na
oitava real do instrumento, diferente da escrita do contrabaixo de orquestra, por
exemplo, que se costuma escrever em uma oitava acima do que de fato o som que
se produz.

Na sequência, três peças com baixo elétrico:

J. S. Bach – Arioso – peça transcrita por Ludwig Streicher, em que a aluna


optou pelo baixo contínuo com o baixo elétrico.

Tom Jobim/Vinícius de Moraes – Modinha – com arranjo de Ithamar Pereira.


Para esse arranjo, Ithamar (professor de baixo elétrico de Pedro Poles) utilizou
recursos de acordes para uma amplitude harmônica, já que o baixo elétrico de Pedro
possui cinco cordas. É uma peça que a aluna costumava tocar com o baixista Itamar
Collaço, com quem teve um Duo – o “Dois do Contra”, na década de 1990.

Osvaldo Lacerda – Choro Seresteiro – uma obra que permite algumas


formações diferentes: dois cellos, ou dois contrabaixos, ou um contrabaixo (ou cello)
e piano, ou dois contrabaixos (ou dois cellos) e piano. Optamos por um contrabaixo
e um baixo elétrico, com a devida autorização (verbal) da viúva do Prof. Lacerda, a
pianista Eudóxia de Barros. Achamos que essa formação (contrabaixo e baixo
elétrico) ficou bastante apropriada, devido à sonoridade do baixo elétrico e pela linha
musical dessa segunda voz, que é bastante grave, numa alusão ao violão de sete
cordas, típico do Choro.

Seguiram-se Giovanni Bottesini – Capriccio di Bravura (contrabaixo e piano) –


e Emmerich Kalmann – Aria “Komm Zigany” da Opereta “Gräfin Mariza” –,
transcrição feita pela aluna. Ambas as obras são verdadeiros “tour de force” para a
instrumentista.

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

. Poder detectar rapidamente as necessidades técnicas e musicais da aluna


Kívia, que é matriculada na Graduação em Música, mas que não é assistida com
111

aulas individuais de contrabaixo, a não ser essas oferecidas a ela dentro do


cronograma de módulos do Mestrado Profissional em Música do PPGPROM.

. Realizar recital dentro das comemorações de 40 anos de carreira da


contrabaixista Ana Valeria Poles.

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

. Realização do primeiro recital dentro da miniturnê “Falando Baixo – 40 Anos


de contrabaixo”, promovido pela Faro Produções aos Teatros do SESI/SP.

. Produzir um Memorial descritivo da carreira da aluna.

5. Orientação

5.1 Carga Horária da Orientação: 10 h

5.2 Formato da Orientação: Encontros presenciais na EMUS-UFBA dentro


do cronograma dos módulos oferecidos no Mestrado Profissional em Música do
PPGPROM e transferências de informações por meio de mídia eletrônica e também
telefone.

5.3 Cronograma das Orientações – Encontros presenciais: A


característica dos trabalhos permitiu, dentro dos propósitos do Mestrado
Profissional, um “novo olhar” da aluna, que, após 40 anos de carreira de
contrabaixo, conseguiu desenvolvê-lo a partir dessas práticas supervisionadas, pois
foram encontros presenciais, bem como à distância (mídia eletrônica e telefone).

ANEXO A – RELATÓRIO DA DISCIPLINA OFICINA DE PRÁTICA


TÉCNICO-INTERPRETATIVA 2015.2

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE PRÁTICAS PROFISSIONAIS ORIENTADAS

. Aluno: Ana Valeria Poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical


112

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D48/ Oficina de Prática Técnico-Interpretativa

. Orientador da Prática: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Técnica Contrabaixística aplicada às aulas com a aluna


da Graduação da Escola de Música da UFBA Kívia Santos. Prática aplicada à
Preparação de dois recitais dentro da miniturnê “Falando Baixo – 40 Anos de
Contrabaixo”, bem como Prática aplicada às atividades do “II Dia do Contrabaixo” na
UEMG

1.2 Carga Horária Total: 90 h

1.3 Período de Realização: agosto a dezembro de 2015

1.4 Locais de Realização: Escola de Música da UFBA, Sala São Paulo,


SESI/Interior de São Paulo e Escola de Música da Universidade Estadual de Minas
Gerais (UEMG)

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

31/08, 04/09 e 06/10/2015 – três aulas dentro dos módulos oferecidos dentro
do PPGPROM.

Continuamos o trabalho com a aluna da graduação Kívia Santos, sempre


dentro de uma rotina de aulas individuais de instrumento, que consiste em:
execução de escalas e arpejos maiores e menores de duas ou três oitavas, dentro
do Sistema de arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo,
projeto desenvolvido pela aluna como Produto Profissional Final dentro das
atividades de Mestrado Profissional em Música. Seguem-se exercícios de golpes de
arco de Sevcík.

Trabalhamos ainda E. Mahle – Concertino 1978 para contrabaixo e cordas –,


D. Dragonetti – Andante e literatura orquestral.

Para a Preparação dos dois recitais dentro da miniturnê “Falando Baixo – 40


Anos de Contrabaixo”, nos teatros do SESI Birigui e SESI São José do Rio Preto
113

(dias 11 e 12/12/2015), foi aproveitada parte do programa feito no recital do SESI da


avenida Paulista em maio/2015, ficando de fora a Sonata op. 21, de Henrique
Oswald, e também as peças com baixo elétrico.

No lugar, foram executadas as 10 Melodias da Cecília, de Ernst Mahle, obra


de cunho infanto-juvenil, bastante apropriado para um público do Projeto Guri –
projeto social do Governo do Estado de São Paulo, sempre presente em concertos
como esse, de “formação de plateia”.

Foram recitais comentados, afinal, trata-se de compositores desconhecidos


em grande parte do público.

Para as atividades dentro do “II Dia do Contrabaixo”, promovido pela Escola


de Música da UEMG, ocorreram preparações específicas de elaboração de um
PowerPoint para a apresentação sobre o Artigo da aluna “O conceito de ‘Musizieren’
(fazer música) de Ludwig Streicher”, publicado na primeira edição da Revista
Eletrônica Intervalo do Conservatório de Tatuí, bem como de master classes
ministradas nesse “II Dia do Contrabaixo”.

Houve atividades das 9:30 às 18:00h, no dia 28/11/2015, com diversos alunos
de dentro e fora da UEMG, pois o evento era aberto a todos.

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

. Poder detectar rapidamente as necessidades técnicas e musicais da aluna


Kívia Santos, dentro do cronograma dos módulos do Mestrado Profissional em
Música do PPGPROM.

. Realizar recitais dentro das comemorações de 40 anos de carreira da


contrabaixista Ana Valeria Poles.

. Realizar palestra/apresentação do artigo “O conceito de ‘Musizieren’ (fazer


música) de Ludwig Streicher”.

. Realizar master classes dentro das atividades do “II Dia do Contrabaixo” na


UEMG.

. Produzir Memorial descritivo da carreira da aluna.


114

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

. Realização de dois recitais dentro da miniturnê “Falando Baixo – 40 Anos de


Contrabaixo”, promovida pela Faro Produções nos teatros do SESI/SP.

. Palestra/apresentação do artigo “O conceito de ‘Musizieren’ (fazer música)


de Ludwig Streicher”.

. Master classes no “II Dia do Contrabaixo” da UEMG.

. Produzir um Memorial descritivo da carreira da aluna.

5. Orientação

5.1 Carga Horária da Orientação: 12 h

5.2 Formato da Orientação: Encontros presenciais na EMUS – UFBA dentro


do cronograma de módulos oferecidos no Mestrado Profissional em Música do
PPGPROM e transferências e trocas de ideias por meio de mídia eletrônica, como
também ligações telefônicas.

5.3 Cronograma das Orientações – Encontros presenciais: A


característica das atividades da prática permitiu, dentro dos propósitos do Mestrado
Profissional, um olhar diferente, em relação ao instrumento e à música de uma
maneira geral, daquele com que a aluna estava acostumada nesses 40 anos de
carreira. Foram orientações que se somaram à bagagem de aprendizado da
instrumentista. Houve encontros presenciais nos módulos e por meio de mídia
eletrônica, bem como ligações telefônicas.
115

ANEXO A – RELATÓRIO DA DISCIPLINA OFICINA TÉCNICO-


INTERPRETATIVA 2016.1

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE PRÁTICAS PROFISSIONAIS ORIENTADAS

. Aluno: Ana Valeria Poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D48/ Oficina de prática Técnico-Interpretativa

. Orientador da Prática: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Técnica Contrabaixística aplicada às aulas com a aluna


da Graduação da EMUS-UFBA Kívia Santos e Prática aplicada à Preparação do
Recital/Lançamento do livro/apostila “Sistema de arcadas e golpes de arco em
escalas e arpejos para contrabaixo”.

1.2 Carga Horária Total: 70 h

1.3 Período de Realização: abril a junho/2016

1.4 Locais de Realização: Escola de Música da UFBA e Sala São Paulo

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

04/04 e 08/04/2016 – duas aulas dentro dos módulos oferecidos dentro do


PPGPROM.

Continuamos o trabalho de aula individual de instrumento com a aluna da


graduação Kívia Santos, que consiste numa rotina básica de execução de escalas e
arpejos de duas oitavas, sempre dentro da sequência proposta no “Sistema de
arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo”, desenvolvido pela
aluna Ana Valeria Poles como Produto Profissional Final nas atividades de mestrado
profissional em Música. Seguem-se exercícios de Sevcík (golpes de arco), mais a
peça Vocalise, de Rachmaninoff, para contrabaixo e piano.
116

Notou-se um progresso desenvolvido no que se refere ao aprendizado


técnico/musical da aluna Kívia, principalmente em relação à mão direita. Há muito
ainda a ser conquistado e infelizmente o trabalho com essa aluna foi finalizado, haja
visto que essa primeira semana de abril/2016 foi o último módulo presencial dentro
do programa de Mestrado Profissional em Música do PPGPROM.

A preparação do Recital/Lançamento do livro/apostila “Sistema de arcadas e


golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo”, lançado em junho/2016 pela
Editora Tipografia Musical, exigiu uma preparação individual muito intensa da
contrabaixista.

O programa proposto consistiu basicamente de composições dedicadas à


instrumentista:

Pedro Cameron – Três Peças para Contrabaixo Solo (1979);

Osvaldo Lacerda – Pequena Suíte (2009): Desafio – Canção – Afro para


contrabaixo e piano;

Astrid Spitznagel – Scherzetto, para contrabaixo e piano (2010), e “O


contrabaixo encontra o violino”, para contrabaixo e violino (2015) – única peça não
dedicada à contrabaixista;

Tom Jobim/Vinícius de Moraes – “Por toda minha vida” – arranjo de Adail


Fernandes para violino e contrabaixo (1997), dedicado a Betina Stegmann e Ana
Valeria Poles;

Amaral Vieira – Quinteto Fronteiras, op. 297 para piano, violino, viola, cello e
contrabaixo (1999) – obra dedicada ao Quinteto D’Elas.

O programa contou com as participações especiais de Betina Stegmann,


violino; Dana Radu, piano; e três alunos da Academia da OSESP para o Quinteto
Fronteiras de A. Vieira: Ana Carolina Rebouças Guimarães, violino; Clara Lúcia dos
Santos, viola; Rafael de Caboclo Costa, cello.
117

3. Objetivos a serem alcançados com a prática

. Poder detectar rapidamente as necessidades técnicas e musicais da aluna


Kívia Santos, dentro do cronograma dos módulos do Mestrado Profissional em
Música do PPGPROM.

. Realizar o Recital/Lançamento do livro/apostila “Sistema de arcadas e


golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo”.

. Produzir memorial descritivo da carreira da aluna.

4. Possíveis Produtos resultantes da Prática

. Realização do Recital/Lançamento do livro/apostila “Falando Baixo –


Sistema de arcadas e golpes de arco em escalas e arpejos para contrabaixo”, pela
Editora Tipografia Musical, em junho/2016, na Sala do Coro da Sala São Paulo.

. Memorial descritivo da carreira da aluna.

5. Orientação

5.1 Carga Horária da orientação: 10 h

5.2 Formato da Orientação: Encontros presenciais na EMUS-UFBA dentro


do cronograma de módulos oferecidos no Mestrado Profissional em Música do
PPGPROM e transferências e trocas de ideias por meio de mídia eletrônica, bem
como em ligações telefônicas.

5.3 Cronograma das orientações – Encontros presenciais: A


característica das atividades dessa prática permitiu um olhar diferente da
instrumentista sobre seu contrabaixo e música de uma maneira geral, dentro dos
propósitos do Mestrado Profissional. Os encontros presenciais dentro dos módulos
propostos no PPGPROM, bem como em conversas por meio de mídia eletrônica e
telefone, foram trocas de ideias que somaram conteúdo à bagagem musical da
carreira da aluna.
118

ANEXO B – RELATÓRIO DA DISCIPLINA MUS D49 – PRÁTICA


ORQUESTRAL 2015.1

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE PRÁTICAS PROFISSIONAIS


SUPERVISIONADAS

. Aluna: Ana Valeria Poles de Oliveira

.Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D49 / Prática Orquestral

. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Prática como primeira Contrabaixista dentro da


temporada oficial da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) 2015.1

1.2 Carga Horária Total: 124 hs

1.3 Período de Realização: 02/02/2015 a 17/05/2015

1.4 Locais de Realização: Sala São Paulo e cidades do interior do Estado de


São Paulo (OSESP Itinerante)

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

2.1. Levantamento de informações auxiliares sobre o repertório específico –


análise de partituras, gravações e textos sobre as obras a serem executadas na
OSESP.

2.2 Ensaios e concertos de três programas da OSESP:

1) Concerto dentro da programação OSESP Itinerante

Regente: Isaac Karabtchevsky

Repertório: Villa-Lobos: Bachianas Brasileiras n. 4 – Prelúdio: Sinfonia n. 8

I. Stravinsky – O Pássaro de Fogo Suíte – versão 1919

Cronograma e carga horária: três ensaios duplos (15 horas) e quatro


119

concertos (02/02 a 08/02/2015 – 23 horas)

2) Dois Concertos a Preços Populares (CPP) mais gravação GRV 01

Regente: Isaac Karabtchevsky

Repertório:

Villa-Lobos – Sinfonia n.8 (só gravação)

I. Stravinsky – Suíte “O Pássaro de Fogo”

Cronograma e carga horária: seis sessões de gravação e dos concertos


(10/02 a 13/02/2015) – 19 horas

No caso da Sinfonia n. 8 de Villa-Lobos, era uma parte editada pelo CDM


(Centro de Documentação Musical) da OSESP, por isso exigiu conferência de notas
e um trabalho mais detalhado da partitura.

3) SSP 02 (concerto sinfônico da temporada da OSESP na Sala São Paulo) –


dias 05, 06 e 07/03/2015 – quinta e sexta-feira às 21:00h e sábado às 16:30h

Regente: Marin Alsop

Solista: David Fray – piano

Repertório: Prokofief – Valsas op. 110 – excertos

Mozart – Concerto n. 20 para piano e orquestra KV 466

Tchaikovsky – Sinfonia n. 6, op. 74 – Patética

Cronograma e carga horária: ensaios 12.30 horas e 3 concertos 6 horas

4) SSP 04 (concerto sinfônico da temporada da OSESP 2015 na Sala SP) –


dias 19, 20 e 21/03/2015 – quinta e sexta-feira às 21h e sábado às 16:30h

Regente: Kristian Järvi

Solista: Arnaldo Cohen – piano

Repertório: Dvorak – Abertura Carnaval, op. 92


120

Tchaikovsky – Concerto para piano e orquestra n. 1, op. 23

Kodaly – Variações sobre uma canção húngara – O Pavão

BIS: Tchaikovsky – A Dama da Neve – op. 12, Dança dos acrobatas

Cronograma e carga horária: ensaios 12.30 horas e 3 concertos 6 horas

No programa do maestro Järvi (SSP 04), tocamos a peça do Kodaly – pouco


executada e fazia muito tempo que a orquestra tocou essa obra pela primeira vez –
peça com dois solos de contrabaixo, que exigiu um preparo diferenciado na questão
de sonoridade, pois o contrabaixo não costuma ser um instrumento solista na
orquestra.

5) SSP 06 (concerto sinfônico da temporada da OSESP na Sala SP) – dias


09, 10 e 11/04/2015 – quinta e sexta-feira às 21h e sábado às 16:30h

Regente: Sir Richard Armstrong

Solista: Angela Hewitt – piano

Repertório: Berlioz – Beatriz e Benedito – Abertura

Mozart – Concerto n. 25 para piano e orquestra KV 503

Frank – Sinfonia em ré menor, op. 48

Cronograma e carga horária: ensaios 12.30 horas e 3 concertos 6 horas

No programa do maestro Armstrong (SSP 06), tocamos uma obra que nunca
havíamos tocado – Berlioz – Abertura da Ópera Beatriz e Benedito –, obra de
dificuldade rítmica, muito ágil, nos exigiu arcos pouco usuais, como a “arcada
invertida”, ou também chamada de “arcada húngara”.

6) SSP 07 + GRV 02 (concerto sinfônico da temporada da OSESP na Sala SP


e gravação de CD projeto Prokofief) – concertos quinta e sexta-feira às 21h e
sábado às 16:30h

Gravação quinta-feira, sexta-feira, sábado e segunda-feira (20/04/2015)

Regente: Marin Alsop


121

Solista: Denis Kozhukhin – piano

Repertório: Paulo Costa Lima – Cabinda, Abertura Sinfônica, op.104 –


encomenda da OSESP – primeira audição

Chopin – Concerto n. 1 para piano e orquestra, op. 11

Prokofief – Sinfonia n. 6, op.111 (gravação)

Cronograma e carga horária: ensaios e gravação – 20 horas – e concertos – 6


horas

No programa SSP 07, tivemos uma primeira Audição Mundial (Costa Lima) –
peça extremamente difícil, tanto ritmicamente, quanto de leitura –, houve muito
pouco tempo para preparo coletivo, nos exigindo mais concentração durante os
concertos, fora algumas correções também na partitura, pois a obra foi editada pela
Editora Criadores do Brasil (Centro de Documentação Musical da OSESP). Outra
grande dificuldade desse programa foi também a gravação da Sinfonia n. 6, de
Prokofief – obra grande, também quanto à dificuldade.

7) SSP 11 (concerto sinfônico da temporada da OSESP na Sala SP) –


concertos quinta e sexta-feira às 21h, sábado às 16:30h e domingo às 11h

Regente: Stéphane Denéve

Repertório: J. Williams – Contatos Imediatos: Suíte

B. Hermann – Um corpo que cai

J. Williams – A menina que roubava livros: Suíte

B. Hermann – Psicose/Intriga Internacional: Tema

H. Berlioz – Sinfonia Fantástica, op. 14

Cronograma: ensaios 12.30 horas, 3 concertos 6 horas e 1 concerto matinal 1


hora

No programa SSP 11, tivemos uma primeira parte com trilhas de cinema dos
compositores J. Williams e B. Hermann – o maestro conhecia pessoalmente J.
Williams e pôde trazer um material especialmente revisado pelo compositor. Na
segunda parte do programa foi composta pela conhecida Sinfonia Fantástica de
122

Berlioz, que no caso do contrabaixo traz dificuldades específicas, como por exemplo:
Primeiro Movimento – um trecho todo em contratempos no desenvolvimento – vale
dizer que o maestro pegou um tempo bem accessível –, que exigiu, sim, muita
atenção de nós músicos, mas que não foi tão difícil como costuma ser. Na Valsa
(Baile), a dificuldade é de afinação do naipe todo; no Quarto Movimento temos a
dificuldade de um grande trecho em “arcada húngara” (arcada invertida), seguida de
uma escala cromática de colcheias – todas com arco “para baixo” – isso sim foi de
extrema dificuldade, mais por conta das colcheias cromáticas descendentes “para
baixo”. Como tentei resolver essa questão? Tenho um “sistema de escala” – que é
um compilado de arcadas e golpes de arco diferentes (C. Flesch) que trouxe do Prof.
Streicher, mas ao qual acrescentei vários outros golpes ao longo da minha atuação
em orquestra – para o qual transferi essa dificuldade e tentei resolver na escala para
depois transferir para o trecho orquestral. Usei isso para mim mesma e também com
meu aluno – o academista Rafael Figueiredo, que estava estagiando nesse
programa (SSP 11).

O maestro era muito bom, com uma imaginação bastante inspiradora, mas
como normalmente há pouco tempo para se ensaiar muita coisa, o concerto de
quinta-feira sempre acaba com “cara” de ensaio geral – que foi bem, sim, afinal a
orquestra já está acostumada com esse ritmo de trabalho.

8) SSP 14 (concerto sinfônico da temporada da OSESP na Sala SP) –


concertos quinta e sexta-feira às 21h, sábado às 16:30 e domingo às 11h

Regente: Tito Muñoz

Solista: Julian Bliss – clarineta

Repertório: Takemitsu – Green

Nielsen – Concerto para clarineta, op. 57

Beethoven – Sinfonia n. 8, op. 93

Cronograma: ensaios 12.30 horas, 3 concertos 6 horas e 1 concerto matinal 1


hora
123

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

. Desenvolvimento de procedimentos de preparação individual do repertório


orquestral específico – estudo individual do repertório a ser cumprido.

. Desenvolvimento de procedimentos de ensaios de naipe e orquestral –


marcação prévia de arcadas a partir da parte do spalla da orquestra ou sua simples
conferência, caso seja um material já executado pela orquestra.

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

. Relatório/memorial da Prática

. Gravações dos concertos pelo Centro de Documentação Musical da OSESP


e/ou Rádio e Televisão Cultura de São Paulo.

5. Orientação

5.1 Carga horária da Orientação: 13 hs

5.2 Formato da Orientação: trabalho dentro das atividades de chefe de


naipe dos contrabaixos na OSESP

5.3 Cronograma das Orientações – Encontros presenciais: presenciais


dentro dos módulos do PPGPROM da UFBA, como também via e-mails e
mensagens via WhatsApp.
124

ANEXO B – RELATÓRIO DA DISCIPLINA MUS D49 – PRÁTICA


ORQUESTRAL 2015.2

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE PRÁTICAS PROFISSIONAIS


SUPERVISIONADAS

. Aluna: Ana Valeria Poles de OIiveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D49/Prática Orquestral

. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Prática como primeira Contrabaixista dentro da


Temporada Oficial da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) 2015.2

1.2 Carga Horária Total: 134 h

1.3 Período de Realização: agosto a novembro/2015

1.4 Locais de Realização: Sala São Paulo

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

2.1 Levantamento de informações auxiliares sobre o repertório específico –


análise de partituras, marcações de arcadas conforme as arcadas do spalla da
orquestra

2.2 Ensaios e concertos de agosto a novembro/2015

1) Concerto dentro da Temporada OSESP

Regente: Jaime Martin

Solista: Antoine Tamestit, viola

Repertório: Hector Berlioz “Harold na Itália”, op. 16

Joaquin Turina “Danças Fantásticas”, op. 22


125

Manuel De Falla “El Sombrero de Tres Picos”: Suítes n. 1 e 2

Cronograma e carga horária: dois ensaios duplos (10 h) e três concertos (06,
07, 08 e 09/08/2015 – 6 h, e 1 concerto matinal – 1 h)

2) Concerto da Temporada OSESP

Regente: Arvo Volmer

Repertório: Jean Sibelius “Lendas Lemminkäinen”, op. 22: O Retorno

John Adams “Absolute Jest”

Ludwig van Beethoven “Sinfonia n. 7 em lá maior”, op. 92

Cronograma e carga horária: dois ensaios duplos (10 h) e três concertos (13,
14 e 15/08/2015 – 6 h)

Na obra de John Adams “Absolute Jest”, por exemplo, o compositor especifica


um Quarteto de Cordas – que no caso foi feito com o Quarteto OSESP e orquestra,
mas no meu entender dessa obra, principalmente a ouvindo e executando, deveria
ser para “Quinteto de cordas e orquestra”, haja visto o grande número de solos para
o primeiro contrabaixo. O maestro me fez levantar também em todos os concertos
para receber os aplausos, juntamente com o Quarteto. É uma obra desafiadora e
necessitou atenção especial em meus estudos individuais.

3) Concerto dentro da Temporada OSESP

Regente: Isaac Karabtschevsky

Solistas: Jennifer Rowley (soprano), Christine Rice (mezzo soprano), Anthony


Dean Griffey (tenor), Robert Dean Smith (tenor), Lester Lynch (barítono), Andreas
Schmidt (narrador), Coro Acadêmico da OSESP, Coro de Câmara Franz Liszt de
Weimar, Músicos do Instituto Baccarelli

Repertório: Arnold Schoenberg “Gurre-Lieder”

Cronograma e carga horária: quatro ensaios duplos (20 h), três ensaios (9 h)
e três concertos (17, 19 e 21/09/2015 – 8 h)
126

No caso específico da obra de A. Schoenberg “Gurre-Lieder”, que foi


provavelmente a estreia dessa obra no Brasil, tivemos uma orquestra bastante
grande no palco, por exemplo, no caso do naipe dos contrabaixos, nosso efetivo são
10 contrabaixistas – tivemos a participação de mais dois – no caso, os dois
academistas da OSESP.

Para tanto, fiz alguns ensaios extra somente com eles dois, dado o grau de
dificuldade da obra, mas se tratou de um excelente aprendizado dentro do propósito
pedagógico da Academia.

4) Concerto dentro da Temporada OSESP

Regente: Marin Alsop

Repertório: Johannes Brahms “Sinfonia n. 1 em dó menor”, op. 68

Johannes Brahms “Sinfonia n. 2 em ré maior”, op. 73

Cronograma e carga horária: dois ensaios duplos (10 h) e três concertos (24,
25 e 26/09/2015 – 6 h)

5) Concerto dentro da Temporada OSESP

Regente: Ragnar Bohlin

Solistas: Marília Vargas (soprano), Luisa Francesconi (mezzo soprano) e Coro


da OSESP

Repertório: Tomaso Albinoni “Adágio em sol menor”

Giovanni Pergolesi “Stabat Mater”

Francis Poulenc “Gloria”

Cronograma e carga horária: dois ensaios duplos (10 h) e três concertos (15,
16 e 17/10/2015 – 6 h)

6) Concerto dentro da Temporada OSESP

Regente: Valentina Peleggi


127

Solista: Baiba Skride, violino

Repertório: Toru Takemitsu “Spirit Garden”

Felix Mendelssohn-Bartholdy “Concerto para violino em mi menor”, op. 64

Pyotr I. Tchaikovsky “Sinfonia n. 6 em si menor”, op. 74 – Patética

Cronograma e carga horária: dois ensaios duplos (10 h) e três concertos (22,
23 e 24/10/2015 – 6 h)

7) Concerto dentro da Temporada OSESP

Regente: Fabio Mechetti

Solista: Daniel Müller-Schott, violoncelo

Repertório: Robert Schumann “Manfred, op. 115: Abertura”

Robert Schumann “Concerto para violoncelo em lá menor”, op. 129

Richard Strauss “Um vida de herói”, op. 40

Cronograma e carga horária: dois ensaios duplos (10 h) e três concertos (19,
20 e 21/11/2015 – 6 h)

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

. Desenvolvimento de procedimentos de preparação individual do repertório


orquestral específico – estudo individual do repertório a ser cumprido

. Desenvolvimento de procedimentos de ensaio de naipe e orquestral –


marcação de arcadas a partir das arcadas do spalla da orquestra ou sua simples
conferência, quando se trata de material alugado, ou alguma peça que já tenha sido
executada pela orquestra.

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

. Relatório/memorial da Prática

. Gravações dos concertos para o acervo da OSESP, bem como alguns


programas para a Rádio e Televisão Cultura – “Fundação Padre Anchieta”
128

5. Orientação

5.1 Carga horária da Orientação: 14 h

5.2 Formato da Orientação: trabalho dentro das atividades de chefe de


naipe dos contrabaixos da OSESP

5.3 Cronograma das Orientações – Encontros presencias: presenciais


quando estávamos nos módulos dentro do PPGPROM da UFBA, como também por
meio de e-mails e mensagens via WhatsApp.
129

ANEXO B – RELATÓRIO DA DISCIPLINA MUS D49 – PRÁTICA


ORQUESTRAL 2016.1

FORMULÁRIO DE REGISTRO DE PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

. Aluna: Ana Valeria Poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D49/ Prática Orquestral

. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Prática como primeira Contrabaixista dentro da


Temporada Oficial da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) 2016.1

1.2 Carga Horária Total: 182 h

1.3 Período de Realização: fevereiro a junho/2016

1.4 Locais de Realização: Sala São Paulo

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

2.1 Levantamento de informações auxiliares sobre repertório específico –


análise de partituras, marcações de arcadas tomando como base a marcação de
arcadas do spalla da orquestra.

2.2 Ensaios, concertos e gravações de fevereiro a junho/2016

1) Concerto CPP 02 – Concerto a Preço Popular e Gravação 02

Regente: Isaac Karabtschevsky

Repertório: H. Villa-Lobos – Sinfonia n. 11 (também gravação)

P. I. Tschaikovsky – Romeu e Julieta – Abertura – Fantasia


130

Cronograma e carga horária: seis ensaios (15 h) e um concerto (2 h)

2) Concerto da Temporada OSESP

Regente: Marin Alsop

Solista: Colin Currie

Repertório: Higdon “Machine”

J. MacMillan “Concerto n. 2 para percussão e orquestra”

G. Mahler “Sinfonia n. 1 em Ré maior – Titã”

Cronograma e carga horária: 6 ensaios (15 h) e 3 concertos (6 h) e 1 concerto


matinal (1 hr)

3) Concerto da Temporada OSESP

Regente: Marin Alsop

Solistas: Angela Meade, soprano; Michelle DeYoung, mezo soprano; Dmytro


Popov, tenor; Nicolas Testé, barítono; Coral Lírico Paulista; Coro Acadêmico e Coro
da OSESP

Repertório: G. Verdi – Missa de Requiem

Cronograma e carga horária: cinco ensaios (13 h) e três concertos (6 h)

4) Concerto da Temporada OSESP

Regente: Valentina Peleggi

Solista: Kismara Pessatti, mezo soprano

Repertório: Villa-Lobos (Rijnvos) – “Valsa da dor”

Villa-Lobos (Rijnvos) – “Alma Brasileira”

M. Buchala – “Cecília”

R. Schumann – “Sinfonia n. 4 em Ré menor, op. 120”

Cronograma e carga horária: seis ensaios (15 h) e três concertos (6h)


131

5) Concerto da Temporada OSESP mais Gravação 03

Regente: Marin Alsop

Solista: Paul Lewis, piano

Repertório: Mozart – “A Flauta Mágica, KV 620: Abertura”

Mozart – “Concerto n. 12 para piano em Lá maior, KV 414”

Prokofiev “Sinfonia n. 7 em Dó sustenido menor, op. 131”

Para Gravação 03: Prokofiev – “O amor das três laranjas”, op. 33 – Marcha e
Scherzo

Prokofiev “Tenente Kijé”, op. 60, Suíte

Cronograma e carga horária: onze ensaios (27 h) e três concertos (6 h)

No caso específico da gravação da obra “Tenente Kijé” de Prokofiev, foi feito


um preparo individual específico, em face de alguns solos dentro do segundo
Movimento dessa obra.

6) Concerto da Temporada OSESP

Regente: Marin Alsop

Solista: Grabriela Montero, piano

Repertório: Marlos Nobre “Kabbalah, op. 96”

E. Grieg “Concerto para piano em lá menor, op. 16”

Villa-Lobos “Bachianas Brasileiras n. 4 – Prelúdio”

Rachmaninov “Danças sinfônicas, op. 45”

Cronograma e carga horária: cinco ensaios (13 h) e três concertos (6 h)

7) Concerto da temporada OSESP

Regente: Isaac Karabtschevsky

Solistas: Emmanuele Baldini, violino; Fazil Say, piano


132

Repertório: Dutillex “Sur le même Accord – Noturno para violino e orquestra”

Mozart “Concerto n. 21 para piano e orquestra em dó maior, KV 467”

Villa-Lobos “Sinfonia n. 2 – Ascenção”

Cronograma e carga horária: cinco ensaios (13 h), três concertos (6 h) e um


concerto matinal (1 hr)

8) Concerto de Câmara da OSESP

Regente: Heinz Holliger

Repertório: Schubert “Eine kleine Trauermusik, D 79”

Dvorak “Serenade para sopros, violoncelo e contrabaixo, op. 44”

R. Strauss “Suite para sopros em si bemol maior, op. 4”

Cronograma e carga horária: quatro ensaios (10 h) e um concerto (2 h)

9) Concerto da Temporada OSESP

Regente: Marin Alsop

Solistas: Karen Gomyo, violino; Solistas do Coro Infantil; Coro Acadêmico e


Coro da OSESP

Repertório: Tchaikovsky – “Concerto para violino em ré maior, op. 35”

Bernstein “Chichester Psalms”

Villa-Lobos “Choros n. 10 – Rasga Coração”

Cronograma e carga horária: cinco ensaios (13 h) e três concertos (6 h)

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

. Desenvolvimento de procedimentos de preparação individual do repertório


orquestral específico – estudo individual do repertório a ser cumprido.

. Desenvolvimento de procedimentos de ensaio de naipe e orquestral –


marcação de arcadas a partir de arcadas previamente marcadas pelo spalla da
133

orquestra ou sua simples conferência, em se tratando de material alugado e/ou


alguma peça já realizada pela OSESP.

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

. Relatório/Memorial da Prática

. Gravações dos concertos para o acervo da OSESP, bem como alguns


programas para a Radio e Televisão Cultura – “Fundação Padre Anchieta”.

5. Orientação

5.1 Carga Horária da Orientação: 18 h

5.2 Formato da Orientação: trabalho realizado dentro das atividades de


chefe de naipe dos contrabaixos da OSESP.

5.3 Cronograma das Orientações – Encontros presenciais: presenciais


dentro do cronograma dos módulos oferecidos dentro do Mestrado Profissional em
Música do PPGPROM, bem como troca de ideias por mídia eletrônica e ligações
telefônicas.
134

ANEXO C – RELATÓRIO DA DISCIPLINA PRÁTICA CAMERÍSTICA 2015.1

. Aluno: Ana Valeria poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D50 Prática Camerística

. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Recital “Falando Baixo – 40 anos de Contrabaixo”

1.2 Carga Horária Total: 60 h

1.3 Período de Realização: abril e maio/2015

1.4 Locais de Realização: Teatro do SESI Paulista – Av. Paulista – São


Paulo

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

As atividades dessa Prática se desenvolveram principalmente em função da


preparação de uma miniturnê celebrando os 40 anos de contrabaixo da aluna,
dentro de um projeto aprovado pela Faro Produções Artísticas na programação do
SESI/SP, contando com um recital primeiramente em maio (31/2005), em São Paulo,
e posteriormente, no segundo semestre, nos teatros do SESI de Birigui e São José
do Rio Preto, ambas cidades do interior de São Paulo.

Para essa miniturnê foram preparados dois programas:

Em São Paulo

. Henrique Oswald – “Sonata op. 21”, transcrição para contrabaixo e piano de


Danilo Zangheri e Ana Valeria Poles; “Elegia” – transcrição para contrabaixo e piano
de Ana Valeria Poles.

. Radamés Gnatalli – “Canção e Dança” para contrabaixo e piano.


135

. Johann Sebastian Bach – “Arioso” para contrabaixo e baixo elétrico.

. Tom Jobim/Vinicius de Moraes – “Modinha” para contrabaixo e baixo


elétrico.

. Osvaldo Lacerda – “Choro Seresteiro” para contrabaixo e baixo elétrico;


“Pequena Suíte (Desafio – Canção – Afro)” para contrabaixo e piano – obra
dedicada a Ana Valeria Poles.

. Giovanni Bottesini – “Capriccio di Bravura” para contrabaixo e piano.

. Emmerich Kalmann – Ária “Komm Zigany” da Opereta Gräfin Mariza –


transcrição para contrabaixo e piano de Ana Valeria Poles.

Participação especial: Pedro Poles – baixo elétrico.

No interior de São Paulo

. Radamés Gnatalli – “Canção e Dança” para contrabaixo e piano.

. Henrique Oswald – “Elegia” para contrabaixo e piano – transcrição de Ana


Valeria Poles.

. Ernst Mahle – “10 Melodias da Cecília”:

“Passeio do urso”; “Hipopótamo aplicado”; “Valsa do Pierrô”; “Gigantes e


Gnomos”; “Valsa do Arlequim”; “O cavalo divertido”; “Tristezas do elefante”; “Girafa
no balanço”; “Estripulias do macaco”; “Valsa da preguiça”.

. Osvaldo Lacerda – “Pequena Suíte para contrabaixo e piano” (obra dedicada


a Ana Valeria Poles); “Desafio – Canção – Afro”.

. Giovanni Bottesini – “Capriccio di Bravura” para contrabaixo e piano.

. Emmerich Kalmann – Ária “Komm Zigany” da Opereta Gräfin Mariza –


transcrição para contrabaixo e piano de Ana Valeria Poles.

No recital desse primeiro semestre, a aluna teve a participação especial de


seu filho Pedro Poles, numa alusão ao Duo Dois do Contra.
136

Ocorreu uma miniturnê com a pianista Dana Radu, com quem a aluna tem um
Duo desde 2009.

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

. Prática camerística.

. Preparação desses recitais da miniturnê celebrando os 40 anos de


atividades com o contrabaixo da instrumentista.

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

. Recitais para a miniturnê “Falando Baixo – 40 Anos de Contrabaixo” pelos


teatros do SESI/SP.

. Relatório/Memorial da Prática.

5. Orientação

5.1 Carga horária da Orientação: 6 h

5.2 Formato da Orientação: Encontros presenciais dentro do cronograma


dos módulos do PPGPROM na Escola de Música da UFBA e por e-mails, bem como
mensagens via WhatsApp

5.3 Cronograma das orientações – encontros presenciais: uma hora em


cada módulo oferecido dentro do PPGPROM e o restante por meio de mídia
eletrônica e redes sociais.
137

ANEXO C – RELATÓRIO DA DISCIPLINA PRÁTICA CAMERÍSTICA 2015.2

. Aluno: Ana Valeria Poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D50 Prática Camerística

. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Concerto do Quarteto Metamorfoses – Quinteto


formado por piano, violino, viola, violoncelo e contrabaixo e miniturnê “Falando Baixo
– 40 Anos de Contrabaixo”

1.2 Carga Horária Total: 60 h

1.3 Período de Realização: 31/08 a 03/09/2015 e 11 e 12/12/2015

1.4 Locais de Realização: Museu de Arte Sacra de Salvador e teatros do


SESI/SP de Birigui e São José do Rio Preto, SP

2. Detalhamento das atividades (incluindo cronograma)

O Concerto no Museu de Arte Sacra de Salvador foi organizado pelos


professores doutores Alexandre Casado (orientador), Beatriz Aléssio, Laura Jordão
e Suzana Kato, que fazem parte do Quarteto Metamorfoses, para, juntamente com a
aluna contrabaixista, poderem realizar as peças:

. Amaral Vieira – “Quinteto Fronteiras”

. Franz Schubert – Quinteto op. 114 “A Truta”

Como “bis”, o quinteto apresentou a “Canção sem palavras” do compositor


Arrigo Barnabé.
138

As peças de Amaral Vieira e de Arrigo Barnabé foram sugestões da aluna


contrabaixista, devido aos quase 10 anos de atividades com o Quinteto D’Elas,
conjunto idealizado pela mesma.

Para a preparação desse concerto, foram necessários ensaios num terceiro


período (noite) dentro do módulo do PPGPROM de 31/08 a 04/09/2015, haja visto
que as aulas eram pela manhã e tarde, ou mesmo antes do início das aulas, pela
manhã.

Para a miniturnê nos SESI/SP do interior de São Paulo, ocorreram


preparações na Sala SP, com a coordenação de agendas da aluna e da pianista
Dana Radu, além de suas atividades como primeira Contrabaixista da OSESP e
professora na Academia da OSESP.

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

. Prática camerística.

. Preparação do Concerto dentro das atividades do Quarteto Metamorfoses.

. Preparação dos recitais da miniturnê celebrando os 40 anos de atividades


com o contrabaixo da instrumentista.

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

. Concerto com o Quarteto Metamorfoses no Museu de Arte Sacra de


Salvador.

. Recitais para a miniturnê “Falando Baixo – 40 Anos de Contrabaixo” pelos


teatros do SESI/SP de Birigui e São José do Rio Preto.

. Relatório/Memorial da Prática.

5. Orientação

5.1 Carga Horária da Orientação: 15 h

5.2 Formato da orientação: Encontros presenciais devido ao número de


ensaios com o orientador na Escola de Música da UFBA para o concerto no Museu
139

de Arte Sacra de Salvador, como também por meio de mídia eletrônica e redes
sociais.

5.3 Cronograma das orientações – encontros presenciais: 8 h com


ensaios e concerto dentro do módulo oferecido dentro do PPGPROM e o restante
por mídia eletrônica e redes sociais.
140

ANEXO D – RELATÓRIO DAS PRÁTICAS SUPERVISIONADAS – PRÁTICA


DOCENTE EM ENSINO INDIVIDUAL INSTRUMENTAL/VOCAL 2015.1

. Aluna: Ana Valeria Poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D57 Prática Docente em Ensino Individual


Instrumental/Vocal

. Orientador da Prática: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Aula de contrabaixo da Academia da OSESP – com o


aluno Rafael Figueredo

1.2 Carga Horária Total: 23 hs

1.3 Período de Realização: 05/02/2015 a 01/06/2015 – 2015.1

1.4 Locais de Realização: Sala da Academia da OSESP – Sala São Paulo

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

Dia 05/02/2015 – 1ª Aula de 2015 – das 14:00 às 15:30h

a) Escala de sol maior em 3 oitavas com respectivas arcadas – legato,


separado, spiccato, legato e spiccato, sempre visando ao repertório do instrumento e
excertos orquestrais.

b) Sevcik – estudos de diversos golpes de arco (do violino, adaptado ao


contrabaixo por Ludwig Streicher) – com esse estudo visamos a um fortalecimento e
aprimoramento da mão direita.

c) literatura orquestral.

d) Dittersdorf – Concerto para contrabaixo em mi maior – o principal concerto


clássico do repertório do instrumento – “porta de entrada” de qualquer concurso de
contrabaixo em orquestra.
141

Dia 09/02/2015 – 2ª Aula – das 15:00 às 16:30h

a) Escala de sol menor em 3 oitavas com respectivas arcadas (não por se


tratar da tonalidade relativa da aula anterior, mas tão somente pela semelhança do
dedilhado).

b) Sevcik – estudos de diferentes golpes de arco.

c) excertos orquestrais – o aluno estava se preparando para uma possível


prova de contrabaixo na Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo.

Dia 18/02/2015 – 3ª Aula – das 11:00 às 12:30h

a) arpejos de sol – maior, menor, diminuto e dominante com sétima em 3


oitavas.

b) Sevcik – estudos de diferentes golpes de arco.

c) excertos orquestrais.

d) J. B. Vanhal – Concerto para contrabaixo em mi maior – 1. Mov. Com


cadência.

Dia 23/02/2015 – 4ª Aula – das 9:30 às 10:00h – o aluno não estava se


sentindo muito bem neste dia – só tocou escala de lá bemol maior 3 oitavas e foi até
um médico.

Dia 09/03/2015 – 5ª Aula – das 9:30 às 10:00h e depois das 11:30 às 12:30h

A aula é intercalada devido aos compromissos do aluno com matéria teórica


obrigatória dentro das atividades da Academia.

a) Escala de lá bemol menor de 3 oitavas com respectivas arcadas.

b) Sevcik – estudos de diferentes golpes de arco.

c) Dittersdorf – Concerto em mi maior – 1º e 2º Movimentos com cadências.


142

Dia 11/03/2015 – 6ª Aula – das 9:30 às 11:00h.

a) arpejos de lá bemol (maior, menor, diminuto e dominante com sétima).

b) Sevcik – estudos de diferentes golpes de arco.

c) J. B. Vanhal – Concerto em mi maior – 1º Mov. com cadência.

d) excertos orquestrais exigidos na prova simulada da Academia da OSESP.

Dia 16/03/2015 – 7ª Aula – das 9:30 às 10h e depois das 11:30 às 12:30h

a) Lá maior 3 oitavas com respectivas arcadas.

b) Sevcik – exercícios de diferentes golpes de arco.

c) Excertos orquestrais – preparação para a audição simulada da academia.

d) Verdi – Solo do Othelo.

e) Mozart – Sinfonia 40 – 1º Movimento.

f) Beethoven – Sinfonia 5 – scherzo e trio – Sinfonia 9 – recitativo.

g) Britten – Guia Orquestral para Juventude – variação H.

h) Mahler – Sinfonia 2 – 1º Movimento.

i) Mussorgsky – Quadros de uma exposição – Samuel Goldenberg.

j) Villa-Lobos – Bachiana 9.

l) Vanhal – Concerto em ré maior – 1º Movimento com cadência.

Dia 01/04/2015 – 9:30 às 11h

a) Lá menor 3 oitavas com respectivas arcadas (observação: o aluno ficou


uma semana fora como 1º Contrabaixo convidado da Orquestra Sinfônica Juvenil do
Estado de São Paulo – OJESP – nos Estados Unidos).

b) Sevcik – estudos de diferentes golpes de arco (ainda tem alguma


dificuldade com a articulação, o ponto de contato do arco).

Repertório da simulada:
143

c) Verdi – Othelo (a dificuldade neste solo, além da afinação, é encontrar o


“time” certo, sem arrastar, encontrar uma boa pulsação, saber fazer uma boa divisão
de arco, principalmente quando for para o ponto culminante).

d) Mozart – Sinfonia 40 – 1º Mov.

e) Beethoven – scherzo da sinfonia 5 – aqui também a dificuldade é encontrar


o “time” correto e fazer as diferentes dinâmicas propostas na passagem. Trio – a
dificuldade é não acentuar o 3º Tempo.

f) Beethoven – Recitativo da Sinfonia 9 – “time”! E a dificuldade de interpretar


corretamente as articulações: ligaduras mais valorizadas, colcheias “na corda” e
fluindo, notas separadas também na corda, e sustentar as notas longas.

g) Britten – Guia Orquestral.

h) Mahler – Sinfonia 2.

i) Mussorgsky – Quadros de uma exposição – cuidar para não forçar muito o


som – muita pressão do arco na corda, com a intenção de se tirar muito som,
sacrificando a qualidade do mesmo.

j) Villa-Lobos – Bachiana 9 – dificuldade de encontrar a pulsação correta. A


passagem que é uma sétima diminuta acima tem uma dificuldade devido à posição
no contrabaixo ser “incomoda” – posição avançada.

k) Bottesini – Concerto em si menor – 1º Movimento – a dificuldade está em


tocar os trechos técnicos como “música” – direcionamento de frases, se se fizer as
dinâmicas propostas, a música já acontece, nos trechos em semicolcheias ligadas,
há que se ter articulação de mão esquerda, quase percussiva, senão não se
entende nada, há que se “limpar” as semicolcheias desligadas também.

06/04/2015 – 9:30 às 11h

a) Arpejos de lá: maior, menor, diminuto e dominante com 7.

b) Sevcik – estudos de diferentes golpes de arco.

c) Streicher – Método nr. 3 – o aluno está com a postura da mão totalmente


errada – falta fôrma da mão! O objetivo desse estudo é colocar a mão na fôrma
certa, além da afinação.
144

d) Vanhal – Concerto em ré maior – 1º Movimento com cadência (a


dificuldade está em manter a regularidade de um concerto clássico, a simetria dos
tempos, sem tomar muitas liberdades. Outra grande dificuldade são os harmônicos –
o aluno usa o arco muito próximo ao espelho, quando, para harmônicos, deveria
fazer o contrário. Cadência: o perigo aqui é querer tocar rápido demais – visando a
um “pseudo” virtuosismo).

13/04/2015 – 9:30 às 10 e depois das 11:30 às 12:30h

a) Escala de si bemol maior 3 oitavas com respectivas arcadas (o aluno é


dependente da visão e geralmente tem problemas de afinação na volta da escala –
fica o tempo todo olhando para o espelho do instrumento – e quando fazemos a
experiência de tocar sem olhar, aí é que ele toca mais afinado – o que nos mostra
que o sentido da audição é muito mais “aguçado” do que o da visão).

b) Sevcik – golés de arco.

c) Verdi – Othelo.

d) Mozart – Sinfonia 40.

e) Beethoven – Sinfonias 5 (scherzo e trio) e 9 – Recitativo.

f) Britten – Guia Orquestral.

g) Mahler – Sinfonia 2.

h) Mussorgsky – Quadros de uma exposição.

i) Villa-Lobos – Bachiana 9.

j) Vanhal – Concerto em ré maior – 1º Mov. com cadência (o aluno ainda


comete os mesmos erros: inconstância rítmica, solfejo errado, problemas no
capotasto, articulação).

20/04/2015 – 8:00 às 9:30h

a) Si bemol menor 3 oitavas com respectivas arcadas.

b) Sevcik – golpes de arco.


145

c) Simandl – Parte II (o aluno tem deficiências na posição de capotasto –


precisamos “formar” a mão nessa posição).

Mini-Simulada:

d) Vanhal – Concerto com cadência.

e) Mozart – Sinfonia 40.

f) Verdi – Othelo.

g) Beethoven – Sinfonia 5 – scherzo e trio.

h) Bottesini – Concerto em si menor com cadência (é preciso conseguir uma


melhor articulação de mão esquerda – só conseguirá isso com o método da
repetição num andamento mais lento e tornando mais rápido gradativamente. Há
que se limpar a cadência também.)

i) Mahler – Sinfonia 2.

27/04/2015 – 9:30 às 10h e 11:30 às 12:30h

a) Arpejos de si: maior, menor, diminuto e dominante com 7.

b) Sevcik – golpes de arco.

c) Verdi – Othelo.

d) Mozart – Sinfonia 40.

e) Beethoven – Sinfonias 5 e 9 (recitativo) – precisa ser melhorado na


afinação.

f) Britten – Guia Orquestral.

g) Mahler – Sinfonia 2 (o aluno precisa ser mais atento ao ritmo – diferença


entre semicolcheia, colcheia e tercina! O uso correto do arco – dominar a velocidade
da mão direita.)

h) Mussorgsky – Quadros de uma exposição.

i) Villa-Lobos – Bachiana 9 (o aluno é “desorganizado” com a mão direita:


velocidade do arco!)

j) Vanhal – Concerto em ré maior.


146

11/05/2015 – 9:30 às 10h e 11:30 às 12:30h

a) Si maior 2 oitavas com respectivas arcadas.

b) Sevcik – golpes de arco.

Repertório da Simulada:

c) Vanhal – Concerto (ainda precisa “sincronizar” a mão direita com a


esquerda).

d) Mozart – Sinfonia 40.

e) Beethoven – Sinfonias 5 e 9.

f) Britten – Guia Orquestral.

g) Mahler – Sinfonia 2.

h) Mussorgsky – Quadros.

i) Villa-Lobos – Bachiana 9

j) Bottesini – Concerto em si menor – 1º Mov. com cadência.

18/05/2015 – 9:30 às 10:00h e segunda parte da aula (11:30 às 12h com o


outro aluno academista Thiago Paganelli)

a) Si menor 2 oitavas com respectivas arcadas.

b) Sevcik – golpes de arco.

Na 2ª Parte – Telemann – Sonata canônica para 2 contrabaixos (houve


master class de contrabaixo na academia neste dia – aberto a todos, mas os dois
alunos da academia prepararam esta sonata)

25/05/2015 – 9:30 às 11h

a) Arpejos de si: maior, menor, diminuto e dominante com 7ª.

b) Sevcik – golpes de arco.

c) Streicher – Método 3.
147

d) Simandl – Parte II.

e) Ginastera – Variação IX das Variações Concertantes (o aluno vai para o


Festival de Pommesfeld na Alemanha em julho – esta é uma preparação para um
teste que haverá lá assim que o aluno chegar).

f) Mahler – Solo da sinfonia 1.

g) Bottesini – Concerto em si menor (falta condicionamento físico ao aluno –


está com gripe).

01/06/2015 – 9:30 às 10h e 11:30 às 12:30h

a) Dó maior 2 oitavas com respectivas arcadas.

b) Sevcik – golpes de arco.

c) Streicher – Método 3.

Excertos orquestrais:

d) Verdi – Othelo.

e) Mozart – Sinfonia 40.

f) Beethoven – Recitativo.

g) Strauss – Vida de um herói (o desafio é fazer a dinâmica proposta).

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

a) O estudo completo do aluno dentro das atividades da Academia da


OSESP, que são de somente quatro semestres, podendo ser estendidos para até
mais dois semestres, desde que o colegiado de professores assim julgar merecido.

b) Preparar o aluno para estar apto ao mercado de trabalho e/ou ingresso do


mesmo para um aprimoramento dos estudos numa instituição internacional.

c) Completar o programa da Academia, que no caso do contrabaixo se


resume ao programa de audição proposto pela OSESP: Concerto Clássico
(dependendo da categoria almejada, normalmente “Tutti”), Concerto de Bottesini ou
Koussevitsky, peça de livre escolha e excertos orquestrais – vide programa da
OSESP.
148

d) Estar apto para a prova simulada da Academia, que consiste numa


simulação de prova de concurso para ingresso na orquestra (OSESP).

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

a) Produzir relatório memorial da prática.

b) O aluno em questão já obteve êxito em uma prova orquestral com a maior


pontuação dentre os candidatos de cordas na OSPA, devendo assumir a qualquer
momento.

5. Orientação

5.1 Carga horária da Orientação: 8 hs

5.2 Formato da Orientação: como o curso foi em módulos, os encontros


foram dentro do cronograma dos módulos do programa e também contatos via e-
mails e mensagens por WhatsApp.
149

ANEXO D – RELATÓRIO DAS PRÁTICAS SUPERVISIONADAS – PRÁTICA


DOCENTE EM ENSINO INDIVIDUAL INSTRUMENTAL/VOCAL 2015.2

. Aluna: Ana Valeria Poles de Oliveira

. Matrícula: 215115566

. Área: Criação e Execução Musical

. Ingresso: 2015.1

. Código/Nome da Prática: MUS D57 Prática Docente em Ensino Individual


Instrumental/Vocal

. Orientador da Prática: Prof. Dr. Alexandre Alves Casado

1. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

1.1 Título da Prática: Aula de contrabaixo da Academia da OSESP – com o


aluno Thiago Paganelli

1.2 Carga Horária Total: 24 hrs

1.3 Período de Realização: agosto a dezembro/2015 – 2015.2

1.4 Locais de Realização: Sala da Academia da OSESP – Sala SP

2. Detalhamento das Atividades (incluindo cronograma)

Dia 10/08/2015 – 9:30 às 11h

a) Escala de mi bemol maior – 2 oitavas com respectivas arcadas e golpes de


arco – o “Sistema de arcadas e golpes de arco”

b) SEVCÍK – exercícios de diversos golpes de arco (do violino, adaptado ao


contrabaixo por Ludwig Streicher) – com este estudo visamos a um fortalecimento e
aprimoramento da mão direita.

c) Franz Simandl – Novo Método Parte II

d) Ludwig Streicher – Método nr. 2

e) Storch-Hrabe – 32 Estudos – nr. 10


150

Dia 17/08/2015 – 9:30 às 11h

a) Escala de mi bemol menor – 2 oitavas com respectivas arcadas e golpes


de arco

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Franz Simandl – Novo Método Parte II

d) Ludwig Streicher – Método nr. 2

e) Storch-Hrabe – 32 Estudos nr. 10

Foi preciso voltar com o mesmo estudo, pois havia correções a serem feitas.

Dia 24/08/2015 – 9:30 às 11h

a) Arpejos de mi bemol (maior, menor, diminuto e dominante com 7ª) – 2


oitavas

O aluno ainda precisa se dar conta que é preciso “preparar” a mão esquerda,
principalmente quando se trata de arpejo diminuto.

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Franz Simandl – Novo Método Parte II

d) Storch-Hrabe – 32 Estudos nr. 11

e) Serge Koussevitsky – Concerto op. 3 – dedilhado do 1º Movimento

Dia 27/08/2015 – 9:30 às 11h – reposição do dia 31/08

a) Escala de mi maior – 3 oitavas com respectivas arcadas e golpes de arco

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) L. Streicher – Método nr. 2


151

d) Storch-Hrabe – 32 Estudos nr. 11 – o aluno precisou voltar com o mesmo


estudo, devido a correções que precisavam ser feitas.

e) Koussevitsky – Concerto – 1º Movimento – o aluno precisa se conscientizar


de que é uma obra do romantismo tardio, portanto, exagerar muito mais em tudo:
intenção musical, articulação, fraseado, mas principalmente dinâmicas e
expressividade.

Dia 07/09/2015 – 10 às 12:30h – sala dos contrabaixos da OSESP – Sala SP

Aula conjunta com o outro academista, Rafael Figueredo, e a professora Ana


Valeria, para preparação da megaprodução “Gurre-Lieder”, de Schoenberg,
mencionada no Relatório da Prática Supervisionada – MUS D49 – Prática
Orquestral.

Apesar de ter sido um dia de feriado, tivemos uma aula de 2 horas e meia
para tratarmos de muitos detalhes da partitura, como leitura, afinação, ritmo,
dinâmica.

Começamos a aula com escala de ré maior três oitavas – nós três estávamos
com contrabaixos de cinco cordas – realizamos o “Sistema de arcadas e golpes de
arco” antes de começarmos a “destrinchar” a partitura. Conseguimos chegar até o
final da 2ª Parte da obra.

Dia 09/09/2015 – 7:30 às 9h – sala dos contrabaixos da sala SP

a) Re menor 3 oitavas com respectivas arcadas e golpes de arco

b) Novamente aula conjunta do outro aluno academista, Rafael Figueredo,


para a megaprodução “Gurre-Lieder”, de Schoenberg.

Demos sequência do ponto onde havíamos parado – da 3ª Parte em diante


até o final.
152

Foi um ensaio bem proveitoso – a partitura é bem complexa!

Dia 10/09/2015 – 8 às 9h – Sala dos Contrabaixos da sala SP

a) Arpejos de ré (maior, menor, diminuto e dominante com 7ª)

b) Aula conjunta com o outro academista Rafael Figueredo – conseguimos


finalizar a obra e recapitular os trechos mais complexos – foram muito importantes
esses ensaios para essa obra monumental do Schoenberg!

Dia 14/09/2015 – 11 às 12h

a) Escala de mi maior 3 oitavas com respectivas arcadas e golpes de arco

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) F. Simandl – Novo Método – parte II

d) L. Streicher – Método nr. 2

O aluno não tinha muito “material” para ser apresentado, devido à


megaprodução do Schoenberg, “Gurre-Lieder” – muitos ensaios e menos tempo
para estudos individuais

Dia 21/09/2015 – 17 às 18h

a) Escala de mi menor 3 oitavas com respectivas arcadas e golpes de arco

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Streicher – Método nr. 2

d) Brahms – Sinfonia nr. 1


153

Dia 28/09/2015 – 15:30 às 16:30h

a) Arpejos de mi (maior, menor, diminuto e dominante com 7ª) – 3 oitavas

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Streicher – Método nr. 2

d) Storch-Hrabe – 32 Estudos nr. 12

e) Koussevitsky – Concerto 1º Movimento

Dia 01/10/2015 – 16 às 17h

a) Escala de fá maior 3 oitavas com respectivas arcadas e arpejos

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) F. Simandl – Parte II

d) W. A. Mozart – Sinfonia 40

e) L. v. Beethoven – Sinfonia nr. 5

O aluno não tem noção da música nesses trechos orquestrais – não sabe
quais instrumentos estamos acompanhando durantes os excertos – então é preciso
mostrar a ele a importância em ouvir a música que precisa ser tocada, com boas
gravações.

Dia 12/10/2015 – 9 às 10:30h

a) Escala de fá menor 3 oitavas com respectivas arcadas e golpes de arco

b) SEVCÍK – golpes de arco


154

c) F. Simandl – Parte II – estudo de concerto nr. 4

d) Streicher – Método nr. 2

e) Koussevitsky – Concerto – 1º Movimento

Dia 19/10/2015 – 9:30 às 11h

a) Arpejos de fá (maior, menor, diminuto e dominante com 7ª) 3 oitavas

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Streicher – Método nr. 2

d) Tchaikovisky – Sinfonia nr. 6 – Patética

O aluno deveria ter se preparado melhor – deveria ter estudado num baixo de
5 cordas, por exemplo – um “outro” instrumento, com suas particularidades.

Dia 26/10/2015 – 10 às 11h

a) Escala de sol maior 3 oitavas com respectivas arcadas e arpejos

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Storch-Hrabe – 32 Estudos nr. 13

d) Koussevitsky – Concerto 1º Movimento

Dia 02/11/2015 – 9:30 às 11:30h

a) Escala de sol menor 3 oitavas com respectivas arcadas e golpes de arco


155

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Beethoven – Sinfonia nr. 5.

d) Brahms – Sinfonia nr. 2 – 1º e 4º Movimentos

e) Tchaikovisky – Sinfonia nr. 4, 1º e 4º Movimentos

f) Koussevitsky – Concerto 1º Movimento

O aluno estava se preparando para o teste na Filarmônica de Minas Gerais,


mas ainda está sem “estratégia de concurso” – deveria traçar um plano de estudo
mais focado a essa finalidade.

Dia 16/11/2015 – 9:30 às 11h

a) Arpejos de sol (maior, menor, diminuto e dominante com 7ª) 3 oitavas

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Mozart – Sinfonia 40

d) Brahms – Sinfonia nr. 2 – 1º e 4º Movimentos

e) Tchaikovisky – Sinfonia nr. 4 – 1º e 4º Movimentos

f) Koussevitsky – Concerto 2º Movimento

Dia 23/11/2015 – 9 às 10:30h

a) Escala de lá bemol maior 3 oitavas com respectivas arcadas e golpes de


arco

b) SEVCÍK – golpes de arco


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c) R. Strauss – Don Juan

- Morte e Transfiguração

- Vida de um herói

d) Koussevitsky – Concerto 2º Movimento

Dia 30/11/2015 – 11 às 12h

a) Escala de lá bemol menor 3 oitavas com respectivas arcadas e arpejos

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Beethoven – Sinfonia nr. 5 – Scherzo

- Sinfonia nr. 9 – recitativo e tema

d) Mozart – Sinfonia 40

e) Strauss – Vida de um herói

f) Tchaikovisky – Sinfonia nr. 4 – 4º Movimento

g) Koussevitsky – Concerto

Dia 07/12/2015 – 10:30 às 12h

a) Escala de lá bemol menor 3 oitavas com respectivas arcadas e arpejos

b) SEVCÍK – golpes de arco

c) Beethoven – Sinfonia nr. 5

- Sinfonia nr. 9 – recitativo


157

d) Brahms – Sinfonia nr. 2 – 1º e 4º Movimentos

e) B. Britten – Variação H do “Guia Orquestral para a Juventude”

f) Mozart – Sinfonia 40 – 1º e 4º movimentos

g) R. Strauss – Don Juan

- Morte e Transfiguração

- Vida de um herói

h) Tchaikovisky – Sinfonia nr. 4 – 1º e 4º Movimentos

i) Koussevitsky – Concerto – 1º e 2º Movimentos

Dia 10/12/2015 – 15:30 às 16:30h – palco da sala SP

a) Aula com piano – ensaio para o recital de encerramento da Academia

Koussevitsky – Concerto – 2º e 1º Movimentos

3. Objetivos a serem alcançados com a Prática

a) O estudo completo do aluno dentro das atividades da Academia da


OSESP, que são somente de quatro semestres.

b) Preparar o aluno para estar apto ao mercado de trabalho ou ingresso do


mesmo para um aprimoramento dos estudos numa instituição de nível superior ao
da própria Academia.

c) Completar o programa da Academia.

d) Preparar o aluno para que o mesmo esteja apto a estagiar na OSESP,


principalmente naqueles programas que sejam de interesse pedagógico.
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e) Preparar o aluno para que o mesmo esteja apto a realizar uma prova de
audição simulada, que conta com o mesmo programa solicitado em concurso para
contrabaixo tutti da orquestra.

4. Possíveis Produtos Resultantes da Prática

Produzir relatório para Memorial da Prática Supervisionada.

5. Orientação

5.1 Carga horária da Orientação: 8 hrs

5.2 Formato da orientação: como o curso foi em módulos, os encontros


foram dentro do cronograma dos módulos, como também em contatos realizados via
e-mails e mensagens em WhatsApp.

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