Liriel Cortinhas Depg 2024 Oficial 3 Ano (Guardado Automaticamente)

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Tema: Contrato de Concessão de Pesquisa e Produção de Petróleo e Gás

Nome: Liriel De Sousa Cortinhas

Trabalho individual de Direito de Energia Gás e Petróleo , 3° ano de Direito , Período


Diurno , Orientado pelo Docente Ernesto Camacho

Tete , Outubro de 2024


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Índice
1. Introdução.................................................................................................................3

1.1 Objectivos Geral...............................................................................................3

1.1.1 Objectivos específicos................................................................................3

1.1.2. Metodologia.....................................................................................................3

1.2.2 Estrutura do trabalho.........................................................................................3

2. Conceitos Gerais........................................................................................................4

3. Contrato de concessão de pesquisa e produção..........................................................6

3.1 Concessões para pesquisa e produção de petróleo em Moçambique..................7

1. Do Contrato de Concessão..................................................................................7

4. Estrutura Geral dos Contratos em Moçambique......................................................10

4.1 Principais características...................................................................................10

1. Regime de Concessão.......................................................................................10

2. Fases do Contrato..............................................................................................10

3. Participação do Governo e Tributos.................................................................10

4.1.4 Responsabilidades Ambientais e Sociais........................................................11

4.1.5 Conteúdo Local...............................................................................................11

4.1.6 Bônus e Pagamentos Adicionais.....................................................................11

5. Perspectivas de Exploração e Produção em Moçambique.......................................12

6. Regime Jurídico do Contrato de concessão de pesquisa e produção.......................13

8. A Problemática dos Contratos de Concessão de Pesquisa e Produção....................15

9. CONCLUSÃO.........................................................................................................17

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................18

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1. Introdução

O presente trabalho aborda sobre o contrato de pesquisa e produção de gás e


petróleo , este contrato atribui o direito exclusivo de pesquisa e produção de
petróleo – petróleo bruto, gás natural ou outros hidrocarbonetos produzidos ou
susceptíveis de serem produzidos a partir de daqueles, de argilas ou areias
betuminosas. Este contrato tem a particularidade de incluir, igualmente, o direito
não exclusivo de construir e operar sistemas de oleodutos ou gasodutos para
efeitos de transporte de petróleo bruto ou gás natural produzidos na área do
contrato excepto haja disponibilidade de acesso a um desses sistemas já
existente, sob termos e condições comerciais aceitáveis.

1.1 Objectivos Geral:


 Analisar o contrato de pesquisa e produção de petróleo e Gás em
Moçambique
1.1.1 Objectivos específicos:
 Elucidar em torno do contrato de pesquisa e produção;
 Compreender a forma de actuação do contrato de pesquisa e
produção.

1.1.2. Metodologia
No que concerne a realização do presente trabalho , este passou por
um processo de pesquisa qualitativa e analise documental de
informações referentes ao tema em estudo , como forma de encontrar
a ratio mais assertiva do referido tema.

1.2.2 Estrutura do trabalho


O trabalho apresenta a seguinte estrtura: a introdução, o
desenvolvimento que por sua vez apresenta os seguintes titulos:
conceitos gerais, contrato de concessão de pesquisa e produção,
concessões para pesquisa e produção de petróleo em moçambique,
estrutura geral dos contratos em moçambique, perspectivas de
exploração e produção em moçambique, regime jurídico do contrato
de concessão de pesquisa e produção, modelo do contrato de
concessão, a problemática,conclusão e referências bibliograficas.

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2. Conceitos Gerais
 Contrato de concessão - contrato administrativo mediante o qual o Estado
confere a uma pessoa moçambicana ou pessoa jurídica estrangeira registada em
Moçambique o direito para a realização de operações petrolíferas.

 Pesquisa - actividades de reconhecimento , bem como outras operações


petrolíferas e uso infra-estruturas na medida em que o referido uso se destina à
descoberta de petróleo e avalição da desoberta , incluindo a perfuração.

 Petróleo - petróleo bruto , gás natural ou outras concentrações naturais de


hidrocarbonetos , no estado físico em que se encontrem no subsolo , produzidos
ou capazes de serem produzidos a partir de ou em associação com o petróleo
bruto , gás natural , betumes e asfaltos.

 Gás natural – petróleo que nas condições atmosféricas normais se encontra no


estado gasoso , bem como gás não convencial , incluindo gás metano associado
ao carvão e gás de xistos betuminosos.

 Produção – actividades de extracção de petróleo dos depósitos de petróleo no


subsolo , incluindo a perfuração para a produção de petróleo , injecção para
melhoramento da recuperação , separação e tratamento incluindo liquefacção ,
armazenagem , medição , preparação para o carregamento e transporte de
petróleo a granel e operação e uso das infra-estruturas para produção de
petróleo.

 Direito de petróleo – é o ramo do Direito que trata dos aspectos jurídicos da


regulação , produção e circulação de bens , produtos e serviços oriundos da
indústria do petróleo .

 Área de desenvolvimento e produção - a parte da área do contrato de


concessão que , a seguir a uma descoberta comercial.

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 Área do contrato de concessão – área dentro da qual o titular de direitos está


autorizado a conduzir operações petrolíferas.

 Empresa Nacional de Hidrocarbonetos ( ENH) - é a entidade nacional


responsável pela pesquisa, prospecção, produção e comercialização de produtos
petrolíferos e representa o Estado nas operações petrolíferas. Cfr artigo 24 nr 1
da LP

 Instituto Nacional de Petróleos ( INP) – pessoa colectiva de direito público,


dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e
patrimonial é tuteldo pelp Ministério que superintende às actividades
petrolíferas. Cfr artigo 22 nr 1 da Lp

 Concessionária – pessoa titular de um Contrato de Concessão para a Condução


de Operações Petrolíferas, atribuído nos termos da Legislação aplicável.

 Operações petrolíferas – planificação, preparação e implementação das


actividades de reconhecimento, pesquisa, desenvolvimento, produção,
armazenagem, transporte, cessação de tais actividades ou o término de uso de
infra-estruturas incluindo a implementação do plano de desmobilização, venda
ou entrega de petróleo até ao ponto de exportação ou fornecimento estipulad0,
sendo este ponto, o ponto onde o petróleo é entregue para o consumo ou uso, ou
carregado como mercadoria, incluindo na forma de gás natural liquefeito.

3. Contrato de concessão de pesquisa e produção


Pesquisa e produção: este contrato atribui o direito exclusivo de pesquisa e produção
de petróleo – petróleo bruto, gás natural ou outros hidrocarbonetos produzidos ou

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susceptíveis de serem produzidos a partir de daqueles, de argilas ou areias betuminosas.


Este contrato tem a particularidade de incluir, igualmente, o direito não exclusivo de
construir e operar sistemas de oleodutos ou gasodutos para efeitos de transporte de
petróleo bruto ou gás natural produzidos na área do contrato excepto haja
disponibilidade de acesso a um desses sistemas já existente, sob termos e condições
comerciais aceitáveis.

É da competência do Conselho de Ministros aprovar a celebração dos contratos de


pesquisa e produção.

O prazo de duração do direito atribuído é de 8 anos, salvo se apresentado pedido de


prorrogação dirigido ao Ministro dos Recursos Minerais e a apresentar no Instituto
Nacional de Petróleo, com indicação da área objecto da prorrogação.

O requerimento de prorrogação poderá ser fundado em um dos seguintes motivos:

a) Se, findo o prazo de pesquisa e produção, o titular do direito estiver a


realizar trabalhos de perfuração ou a proceder a testes de um poço de
pesquisa, sendo prorrogado pelo prazo necessário para culminação dos
trabalhos e avaliação dos resultados, que não excederá 1 ano, ou;
b) verificando-se uma descoberta durante a fase de pesquisa e produção, se o
titular do direito tiver cumprido as obrigações de trabalho, assumindo o
compromisso de realizar o programa de avaliação ou uma avaliação
comercial da descoberta.
A prorrogação poderá ir até 2 anos para uma descoberta de petróleo bruto e 8
anos para uma descoberta de gás natural, dependendo da complexidade do
trabalho a desenvolver para condução do programa de avaliação ou a uma
avaliação comercial da descoberta. Caso no termo da pesquisa ou
prorrogação seja declarada uma descoberta comercial, deverá ser submetido
um Plano de Desenvolvimento, no prazo máximo de 1 ano a contar da
declaração de comercialidade.

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3.1 Concessões para pesquisa e produção de petróleo em Moçambique


Foi publicado no Boletim da República de Moçambique, no passado dia 3 de Outubro
de 2016, a Resolução n.º 25/2016 que procede à aprovação do Modelo de Contrato de
Concessão de Pesquisa e Produção de Petróleo.

1. Do Contrato de Concessão
O contrato de concessão envolve, por um lado, o Governo da República de
Moçambique, representado pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia, e, por outro
lado, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. (a “ENH”) e a sociedade
(necessariamente Moçambicana) seleccionada em concurso, na qualidade de
concessionárias.

O contrato de concessão é composto conforme segue:

a) Clausulado principal;
b) Anexo A (Descrição da Área do Contrato de Concessão);
c) Anexo B (Mapa da Área do Contrato de Concessão);
d) Anexo C (Procedimentos Contabilísticos e Financeiros);
e) Anexo D (Modelo de Garantia Bancária);
f) Anexo E (Garantia da Empresa Mãe);
g) Anexo F (Acordo de Operações Conjuntas).

Mediante a celebração deste contrato, são atribuídas autorizações para o exercício de


determinadas actividades de pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo numa
área definida pelo contrato de concessão e confere a cada concessionária o direito
exclusivo de realizar operações petrolíferas com vista à produção de petróleo.

Antes da sua entrada em vigor, o contrato de concessão terá que ser aprovado pelo
Conselho de Ministros e os acordos a ele pertencentes têm de ser assinados por cada
concessionária e obtidos os respectivos vistos do Tribunal Administrativo. No contrato,
são ainda definidos os interesses participativos que cabem a cada uma das entidades
envolvidas na concessão.

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Durante o período de pesquisa, as concessionárias deverão manter o Ministério dos


Recursos Minerais e Energia informado do progresso da perfuração de cada poço e:

a) Logo que possível, dar a conhecer ao Instituto Nacional dos Petróleos


qualquer proposta para testes de furo;
b) Testar horizontes potencialmente produtivos em termos comerciais indicados
através de diagrafias de cabos de aço ou por outros meios de avaliação de
formações; e
c) Proceder prontamente a uma avaliação técnica dos resultados dos referidos
testes e de todos os outros dados de subsolo relevantes e apresenta-los ao
Ministério assim que estiver concluída.

As concessionárias deverão, no prazo de 30 dias após a entrada em vigor, prestar uma


garantia bancária incondicional e irrevogável correspondente ao montante para
cumprimento do programa de trabalhos em termos semelhantes ao previsto no Anexo D.
O montante de qualquer garantia bancária será reduzido pelas concessionárias à medida
que vão cumprindo as suas obrigações ao abrigo do contrato.

Havendo mais de uma concessionária, todas as obrigações que resultem para estas no
âmbito da concessão são, por norma, solidária, excepto quando se esteja perante
obrigações individuais.

As concessionárias ainda devem suportar e pagar todos os custos em que incorram na


execução das operações petrolíferas em que participem, recuperando esses custos até ao
limite de 60% (o “Petróleo de Custo”).

Além disso, a minuta de contrato de concessão prevê a repartição do chamado


“Petróleo-Lucro” entre o Governo e as Concessionárias, sendo que o critério subjacente
é o de que quanto maior for a produção, maior a percentagem da quota-parte que cabe
ao Governo.

As concessionárias são ainda obrigadas a contratar e manter todos os seguros exigidos


por lei durante a execução das operações petrolíferas, além de quaisquer outros seguros
que possam vir a ser exigidos às concessionárias pelo Instituto Nacional dos Petróleos.

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Cada concessionária deverá indemnizar e salvaguardar o Governo relativamente a todas


e quaisquer reclamações de terceiros referentes a perdas ou danos em pessoas e bens
causados pelas concessionárias na condução das operações petrolíferas.

Cada concessionária será responsável pela manutenção de registos contabilísticos de


todos os custos, despesas e créditos das operações petrolíferas.

Qualquer cessão de interesse directo ou indirecto no âmbito do contrato de concessão


está sujeito à aprovação do Ministro dos Recursos Minerais e Energia.

Em caso de diferendo entre o Governo e as concessionárias, estas devem procurar uma


resolução amigável no prazo de 30 dias, findo o qual qualquer das partes poderá
submeter o litígio a arbitragem segundo as regras da UNCITRAL ou a decisão de perito.
Caso optem pela arbitragem, o diferendo será dirimido segundo as leis de Moçambique,
sendo o tribunal arbitral composto por 3 árbitros e o local da arbitragem em Genebra,
Suíça.

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4. Estrutura Geral dos Contratos em Moçambique


Em Moçambique, o regime de contrato mais comum é o Contrato de Concessão de
Pesquisa e Produção (CCPP), no qual empresas privadas ou consórcios obtêm direitos
para explorar, desenvolver e produzir petróleo e gás em determinadas áreas.

4.1 Principais características:

1. Regime de Concessão:
- As empresas concessionárias recebem o direito de explorar petróleo e gás em uma
área específica, geralmente em blocos designados pelo INP. Elas assumem o risco
financeiro da exploração e, em troca, se obtêm sucesso, têm o direito à produção e ao
lucro, sujeito a tributos e participações governamentais.

- A concessão inclui tanto a fase de exploração (pesquisa de possíveis depósitos de


hidrocarbonetos) quanto a fase de produção (caso se encontrem reservas
comercialmente viáveis).

2. Fases do Contrato:
- Fase de Exploração: É a etapa inicial, durante a qual a concessionária realiza
estudos e perfurações para identificar reservas de petróleo e gás. Esta fase geralmente
dura entre 4 a 8 anos, dependendo do contrato e da localização do bloco.

- Fase de Desenvolvimento e Produção: Se forem descobertas reservas comerciais, o


projeto passa para a fase de desenvolvimento, com a construção de infraestrutura
necessária para extrair o petróleo ou gás. A produção pode durar 25 anos ou mais,
dependendo do campo.

3. Participação do Governo e Tributos:


- Moçambique adota um regime de partilha de produção e impostos sobre as empresas
concessionárias. A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que é a companhia
estatal, tem o direito de participar como sócia em qualquer projeto, o que significa que o
Estado moçambicano pode ser co-investidor nos projetos.

- Royalties: As empresas concessionárias devem pagar royalties ao governo


moçambicano sobre a produção. A taxa é geralmente fixada no contrato, com variações
de acordo com o volume de produção e as condições de mercado.

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- Impostos e Participações Especiais: As empresas pagam impostos sobre a renda


proveniente da produção receitas adicionais em caso de grandes descobertas ou campos
de alta rentabilidade de petróleo e gás. O governo também pode receber participações
especiais, que são receitas adicionais em caso de grandes descobertas ou campos de alta
rentabilidade.

4.1.4 Responsabilidades Ambientais e Sociais:


- As concessionárias são obrigadas a seguir rígidos padrões ambientais e de segurança.
Isso inclui medidas para mitigar danos ambientais e planos de recuperação após a
conclusão das atividades.

- Em Moçambique, há também um foco crescente na responsabilidade social, com


exigências para que as empresas invistam em comunidades locais e contribuam para o
desenvolvimento local, seja por meio de emprego, infraestrutura ou programas sociais.

4.1.5 Conteúdo Local:


- As empresas que operam em Moçambique devem cumprir requisitos de conteúdo
local, o que significa que precisam empregar mão de obra local e utilizar fornecedores
locais sempre que possível. O objetivo é maximizar os benefícios econômicos para o
país, além dos royalties e impostos.

4.1.6 Bônus e Pagamentos Adicionais:


- Em alguns casos, pode haver a exigência de um bônus de assinatura, que é um
pagamento único feito ao governo quando o contrato é assinado.

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5. Perspectivas de Exploração e Produção em Moçambique


Moçambique se destaca internacionalmente por suas reservas de gás natural,
especialmente na bacia do Rovuma, onde algumas das maiores descobertas de gás
natural do mundo foram feitas nos últimos anos. Empresas internacionais, como a Total
Energies, a Eni e a ExxonMobil, estão envolvidas em projetos de desenvolvimento de
gás natural liquefeito (GNL) na região, com grandes perspectivas de exportação de
GNL para mercados globais.

Esses contratos de concessão de pesquisa e produção têm sido fundamentais para o


desenvolvimento do setor de energia em Moçambique, atraindo bilhões de dólares em
investimentos estrangeiros.

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6. Regime Jurídico do Contrato de concessão de pesquisa e produção


1. O contrato de concessão de pesquisa e produção concede o direito exclusivo para
conduzir operações petrolíferas, bem como o direito não exclusivo de construir e operar
infra-estruturas de produção e transporte de petróleo, a partir de uma área de contrato de
concessão, salvo se houver disponibilidade de acesso a um sistema de oleoduto ou
gasoduto ou outras infra-estruturas já existentes sob termos e condições comerciais
aceitáveis.

2. Os acordos celebrados entre pessoas jurídicas com vista à submissão de pedido de


direitos ou para a condução de operações petrolíferas, estão sujeitos à aprovação do
Governo.

3. O direito exclusivo de pesquisa de petróleo, ao abrigo de um contrato de concessão


de pesquisa e produção, não excede- oito anos e deve ser sujeito às disposições sobre o
abandono de áreas.

4. No caso de uma descoberta, o titular do direito de pesquisa e produção pode manter o


direito exclusivo de completar o trabalho iniciado dentro de uma área especificada, em
relação ao período de pesquisa, para o cumprimento das obrigações de trabalho e
avaliação ou determinação do valor comercial e para permitir o desenvolvimento e
produção de petróleo.

5. O titular do direito de pesquisa e produção pode manter, em conformidade com o


plano de desenvolvimento aprovado pelo Governo, o direito exclusivo de desenvolver e
produzir petróleo e gás na área de desenvolvimento, sujeito à renovação por períodos
iguais ou inferiores, conforme seja mais vantajoso para o interesse nacional.cfr artigo 30
- Lei de Petróleo (Lei nº 21/2014) , de 18 de Agosto

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7. Modelo do Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção

Este Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção ('CCPP) é celebrado em ___


de__de 20[…] de acordo com a legislação aplicável entre:

O Governo da República de Moçambique, doravante designado por "o Governo", aqui


representado pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia; e

"[ABC]", sociedade constituída nos termos das leis da República de Moçambique,


doravante designada por" [ABC]", aqui representada pelo representante designado; e

"[...]", sociedade constituída nos termos das leis da República de Moçambique,


doravante designada por "[...]", aqui representada pelo representante designado; e

Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P, empresa pública constituída de acordo com


as leis da República de Moçambique, doravante designada por "ENH", aqui
representada pelo seu Presidente do Conselho de Administração.

"[abc] ", [.....] e a ENH serão doravante designadas por "as Concessionárias" ou
individualmente como "Concessionária" conforme adequado. As Concessionárias e o
Governo serão doravante conjuntamente designados por "as Partes " e individualmente
como "Parte."

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8. A Problemática dos Contratos de Concessão de Pesquisa e Produção

No âmbito dos contratos de concessão de pesquisa e produção de recursos naturais, o


Estado moçambicano tem enfrentado diversos desafios, que dificultam a maximização
dos benefícios e a gestão eficiente dos recursos. Esses desafios incluem:

a) Negociação de Contratos Desfavoráveis:

O Estado Moçambicano, muitas vezes, tem dificuldade em negociar contratos que


assegurem uma parte justa dos lucros provenientes da exploração de seus recursos
naturais. A falta de experiência e capacidade técnica nas negociações com grandes
empresas multinacionais pode resultar em acordos que favorecem mais as empresas do
que o Estado, limitando os benefícios econômicos diretos para o país.

b) Falta de Transparência e Corrupção:

A falta de transparência na gestão dos recursos provenientes dos contratos de concessão


é um grande desafio. Casos de corrupção podem desviar fundos que deveriam ser
usados para o desenvolvimento nacional. A má governança e a ausência de mecanismos
de supervisão eficazes enfraquecem o impacto positivo que os contratos de concessão
poderiam ter.

c) Dependência Excessivo dos Recursos Naturais:

A economia moçambicana corre o risco de se tornar excessivamente dependente da


exploração de recursos naturais, como o gás natural e o carvão. Isso a torna vulnerável
às flutuações dos preços internacionais das commodities, o que pode afetar
negativamente a estabilidade econômica do país. Essa dependência também pode
retardar o desenvolvimento de outros sectores da economia.

d) Capacidade Institucional Limitada:

O Estado Moçambicano enfrenta dificuldades na fiscalização e monitoramento das


operações de pesquisa e produção, devido à limitada capacidade técnica e
administrativa. Essa limitação impede uma fiscalização adequada das atividades das
empresas envolvidas e dificulta o cumprimento das normas ambientais e regulatórias.

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e) Impactos Ambientais e Sociais:

A exploração de recursos naturais pode gerar graves impactos ambientais, como a


destruição de ecossistemas, poluição de solos e águas, e emissões de gases nocivos.
Moçambique tem enfrentado desafios para mitigar esses impactos, o que afecta
negativamente as comunidades locais, especialmente em áreas rurais. Além disso,
muitas comunidades sofrem deslocamento forçado sem receber compensações
adequadas.

f) Conflitos Locais e Instabilidade:

A exploração de recursos naturais, particularmente na província de Cabo Delgado, tem


sido associada a tensões e conflitos armados. O desenvolvimento de megaprojetos em
áreas sensíveis pode exacerbar tensões locais, deslocar comunidades e aumentar a
desigualdade, gerando instabilidade social e política.

g) Distribuição Desigual dos Benefícios:

Embora a exploração de recursos tenha o potencial de gerar grandes receitas, a


distribuição desses benefícios é frequentemente desigual. As populações locais, em
particular nas áreas onde ocorrem as operações de extração, muitas vezes não veem
melhorias em sua qualidade de vida, levando a um sentimento de exclusão e insatisfação
social.

h) Infraestruturas Insuficientes:

O desenvolvimento de infraestruturas adequadas para suportar as operações de


exploração é outro desafio. As regiões ricas em recursos frequentemente carecem de
estradas, portos e sistemas de transporte eficientes, o que limita o potencial de
crescimento econômico associado à exploração.

Para superar esses desafios, o Estado moçambicano precisaria investir em melhorar a


sua capacidade de negociação, aumentar a transparência na gestão dos recursos,
implementar uma governança mais robusta e garantir que os benefícios da exploração
de recursos sejam distribuídos de forma mais equitativa. Além disso, é crucial promover
uma maior diversificação econômica para reduzir a dependência dos recursos naturais e
evitar a "maldição dos recursos".

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[Escreva texto]

9. CONCLUSÃO
Os contratos de concessão de pesquisa e produção de petróleo e gás representam
acordos fundamentais entre governos e empresas privadas para a exploração e extração
de recursos naturais, especialmente petróleo e gás. Esses contratos permitem que as
empresas concessionárias assumam o risco e o custo financeiro da exploração, em troca
de uma participação significativa nos lucros da produção bem-sucedida.

No caso de Moçambique, os contratos seguem uma estrutura baseada em partilha de


produção, tributos e conteúdo local, promovendo o desenvolvimento econômico local e
a geração de receitas para o Estado. O país tem atraído grandes investimentos
internacionais, especialmente no setor de gás natural, devido às vastas reservas
descobertas na bacia do Rovuma. Os contratos são regulamentados pelo governo através
de órgãos como o Instituto Nacional de Petróleo (INP) e impõem responsabilidades
sociais e ambientais às empresas concessionárias, buscando garantir que os benefícios
econômicos também cheguem às comunidades locais.

Esses contratos são complexos e envolvem várias fases (exploração, desenvolvimento e


produção), com riscos significativos, mas também grandes recompensas em casos de
sucesso comercial. Para os governos, além dos royalties e impostos, a concessão ajuda a
atrair investimentos estrangeiros, enquanto as empresas ganham acesso a recursos
valiosos.

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[Escreva texto]

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


 https://www.inp.gov.mz/](https://www.inp.gov.mz/
 https://www.oxfordenergy.org/](https://www.oxfordenergy.org/
 Decreto nº 41/2016 de 3 de Outubro.
 Lei de Petróleo (Lei nº 21/2014).
 MGA&PLMJ , Uma Parceria de Valores. Abril ( 2010).
 Relatórios da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) de Moçambique
sobre o papel do Estado e a participação em contratos de produção.
 [https://eiti.org/mozambique](https://eiti.org/mozambique)
 https://anabruno.pt/index.php/pt/noticias/mocambique/146-concessoes-para-
pesquisa-e-producao-de-petroleo-em-mocambique.

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