Aula 4 - Pregação Expositiva Ii

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PRE GA ÇÃ O E X P O SI T I VA I I

Um guia para expor as Escrituras com vistas


ao crescimento e edificação da Igreja.

Aula 4

PREENCHENDO
O ESBOÇO DO
SERMÃO
Formando os subpontos
I. INTRODUÇÃO
A proposição e os pontos formam a estrutura básica do esboço do sermão.
Uma vez prontos, você irá preencher o esboço. Uma vez definida a pro-
posição do sermão, e as divisões principais, (Aula 2 e 3) iremos trabalhar
a formação dos subpontos ou pontos secundários. Ou seja, os pontos que
virão depois das divisões principais e darão sustentação a elas.
Quais elementos preenchem um esboço?
a) O conteúdo dos pontos.
b) As sentenças de apoio.
c) Introdução e conclusão do sermão (abordado na próxima aula).

II. O CONTEÚDO DO SERMÃO


A seguir mostraremos algumas técnicas para a elaboração dos pontos se-
cundários.
A. Respostas à pergunta Analítica
Nesta primeira forma cada ponto secundário do seu sermão será uma res-
posta a uma pergunta feita às principais divisões do seu sermão.

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Por exemplo:
Proposição: Jesus é a única esperança neste mundo
Primeira divisão:
1. Devemos apresentá-lo ao mundo em momentos difíceis.
(Pergunta-analítica: Como podemos apresentar Jesus?)
Pontos secundários (subpontos)
A. Por meio da pregação do Evangelho
B. Por meio do testemunho de nossas vidas
Cada divisão deverá ter apenas uma pergunta analítica que será respon-
dida nos pontos secundários. E essa resposta deverá vir do texto que está
sendo exposto.
B. Sentenças interrogativas
Proposição: Jesus é a única esperança neste mundo
1. Devemos apresentá-lo ao mundo em momentos difíceis.
A. Por que precisamos apresentar Cristo?
B. Como aproveitar momentos difíceis para apresentar Jesus?
Cada sentença interrogativa será um ponto secundário da sua pregação.
A interrogação precisa ser direcionada à frase do seu ponto principal. As
respostas a essas perguntas serão a sua exposição propriamente dita, que
também deverá ser dada à luz do texto bíblico.
C. A Técnica do ECA - Exposição, Contextualização e Aplicação
Esta técnica consiste em preencher cada ponto do sermão com três subpon-
tos
principais. Exposição, contextualização e aplicação. Após apresentar o
ponto no tópico principal (I, II, III etc), você irá fazer três subtópicos (A.
B.C.) de Exposição, Contextualização e Aplicação. Em cada subtópico,
você irá preencher com as informações correspondentes.
1) Exposição: Você irá explicar o texto e como o texto exibe o ponto que
você anunciou. Você irá explicar como o texto bíblico aponta para aquele
ponto. A exposição responde à pergunta: "O que este texto significa?"
Quatro ferramentas para a explicação de um texto.

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1- A primeira é a repetição. Como explicamos o que um texto significa?


A primeira ferramenta é a repetição. Por exemplo, “Jesus falou sobre o dever
de orar sempre e nunca desanimar”. O que isso significa? Isso significa que de-
vemos orar sempre e nunca desanimar.” A repetição é a primeira ferramenta.
2- A segunda ferramenta é muito semelhante, é a reafirmação. É re-
petir o conceito, mas em palavras diferentes. Por exemplo, “Jesus disse que
devemos orar sempre e nunca desanimar. Agora, isso significa que devemos orar
constantemente e nunca desistir”. Você ouve a reformulação?
3- A terceira ferramenta é a definição e / ou descrição. Agora, normal-
mente a definição é muito mais importante para nós em passagens didáti-
cas como nas epístolas. Por exemplo, “O que significa a palavra 'propicia-
ção'? Como isso difere de 'expiação'?” As passagens didáticas muitas vezes
trazem à tona palavras que temos que explicar. Em contraste, as passagens
narrativas, as histórias frequentemente envolvem descrição. Temos que
dizer: “O que aconteceu aqui? Por que isso aconteceu? Por que é importante saber,
nesta explicação do sermão de Jesus, que devemos orar e não desanimar?”
Vou descrever o que isso significa. Assim, em passagens didáticas, frequen-
temente fornecemos definições, enquanto em passagens narrativas forne-
cemos descrições. Em ambos os casos, o que estamos fazendo é basicamen-
te o seguinte: estamos tornando o desconhecido conhecido. É isso que a
definição ou descrição tenta fazer: tornar conhecido o desconhecido.
4- A quarta e última ferramenta é o argumento. Depois da repetição,
reformulação e definição, vem o argumento. Isso não significa que iremos
soar argumentativos, mas apresentaremos as provas de apoio à verdade
que declaramos. Então, trazemos lógica, exegese e contexto. Trazemos as
provas de apoio para a verdade que declaramos. Em essência, estabelece-
mos o ponto logicamente. Agora, essas quatro coisas, na história da pre-
gação, são conhecidas como "os processos gerais". Eles são muito padro-
nizados. Estas são as maneiras gerais de explicar o que um texto significa.
Quais são os mais usados? Os dois primeiros. Por que você foi para o semi-
nário? Os dois últimos. Agora é importante ressaltar honestamente, que
nossa tendência é carregar um sermão com definições, descrições e argu-
mentos, quando a repetição ou a reafirmação teriam feito o trabalho.

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Isso é muito tentador porque pensamos: “Fiz uma escola de pregadores! Eu


tenho todas essas informações!” Há muito mais que você poderia dizer, mas se
eu dissesse: "Jesus diz aqui que você deve orar e não desanimar, e o que ele quer
dizer é que você deve orar e não desistir nunca", então provavelmente já disse
tudo que preciso dizer. Eu posso continuar falando. Posso dizer: “Agora re-
conhecemos aqui que este é o uso iterativo do presente grego.” Porém, as pessoas
vão dizer: “Hã?”
Haverá momentos em que terei de explicar a natureza iterativa do pre-
sente grego, que é algo que continua repetidas vezes sem parar, mas pro-
vavelmente é suficiente, neste caso específico, dizer: "O que isso significa é
que você não deve desistir do que está orando. Só porque ainda não houve uma
resposta, não desista.”
Portanto, a repetição e a reformulação são as ferramentas que usamos de
85% a 90% do tempo. Nós os usamos na maioria das vezes. Precisamos
saber que o objetivo da melhor exposição é convencer as pessoas de
que elas podem ler o texto. Precisamos dizer: “Aqui está o princípio. Olhe
para o seu texto. O que isso diz?” E quando simplesmente localizamos no
texto aquela frase-chave que lida exatamente com o que estamos dizendo,
as pessoas dizem: “Oh, é isso que significa. Eu posso ler isso. Eu posso enten-
der isso.” Portanto, o pregador que está ajudando as pessoas a encontrar
o caminho através do texto ocasionalmente precisa explicar as placas de
sinalização. Ocasionalmente, ele tem que traduzir algo de um idioma di-
ferente, mas na maioria das vezes ele simplesmente tem que dizer: “Olhe
para a placa; isso vai te ajudar.” Portanto, a repetição e a reformulação são
as ferramentas que usamos com mais frequência. Você não deve nada mais
à explicação do que o que é necessário para tornar o ponto claro, mas tam-
bém nada menos do que o que é necessário para provar o ponto. Portanto,
como um bom expositor, você faz o caminho mais curto possível. Você
pergunta: “Qual é a melhor maneira, a maneira mais simples, a maneira mais
simples de tornar isso claro?”

Você não deve nada mais à explicação do que o necessá-


rio para deixar o ponto claro, mas nada menos do que o
que é necessário para provar o ponto. Bryan Chapell

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Portanto, é verdade, se a repetição não é suficiente para provar o ponto,


você precisa passar para a definição ou argumentação. Você continua se a
repetição não for suficiente, mas se for o suficiente você pode parar por aí e
passar para as coisas mais difíceis ou o que está mais adiante na passagem.
Com certeza isso não diminui de forma alguma a maravilha e a bondade
das ferramentas recebidas em uma escola. Ser capaz de exegetar um texto
em sua língua original é uma coisa maravilhosa. Você diz com razão: “Uau,
eu posso fazer isso. Isso é ótimo!” Mas o grande objetivo da pregação não
é mostrar às pessoas o suor do seu trabalho, mas, sim, mostrar-lhes o
fruto do seu trabalho. Bons expositores dizem: “Você pode entender.
Deixe-me mostrar que você pode fazer isso” e apenas ocasionalmente
use as ferramentas pesadas quando forem necessárias.¹
2) Contextualização: Aqui você irá mostrar como aquele ponto se rela-
ciona com os dias de hoje. Você está se comunicando de tal maneira que
suas palavras realmente transmitam a verdade bíblica ao seu público? Ou
sua pregação passa despercebida por seus ouvintes porque não é entregue
"na frequência" que eles ouvem? Se pergunte: em que situações comuns nos
dias atuais este ponto pode ser relacionado? Tente pensar situações em que
aquele ponto não tem sido seguido, pense em situações que mostrem a
relevância daquele ponto para os dias de hoje. Neste ponto, você também
pode trazer ilustrações que demonstram a relevância atual da mensagem
do ponto. As Escrituras definem a agenda e o formato da mensagem, mas
cada mensagem precisa da pergunta: "Por que isso é importante para mim /
nós?" Se não houver um ponto de conexão, a mensagem é simplesmente
fatos sem sentido, em vez de uma verdade transformadora.
Quando começamos pelo ponto de relevância, isso não anula de forma
alguma a importância de manejar corretamente a Palavra de Deus. De-
vemos sempre lembrar que “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensa-
gem é ouvida por meio da palavra de Cristo” (Rom. 10.17) e “a palavra de
Deus é viva e eficaz. Mais afiada do que qualquer espada de dois gumes,
ela penetra até dividir a alma e o espírito, as juntas e a medula; julga os

1 Extraído de https://www.thegospelcoalition.org/course/christ-centered-preaching/#explanation

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pensamentos e atitudes do coração” (Hb 4.12). A Bíblia não é simplesmen-


te uma ferramenta para notas de rodapé das escrituras ou sabedoria de
bom senso. Muitas vezes dizemos: “Quero tornar a Bíblia relevante”. Não
há necessidade. Ela já é. Nosso trabalho é apresentá-lo de maneiras que
ajudem o ouvinte a ver que ela é relevante - nesta e em todas as culturas.²
3) Aplicação: A aplicação é a consequência pessoal da verdade que a Es-
critura apresenta. Ela responde à pergunta "E daí?" A aplicação converte
palestras em sermões, informação em exortação, aquisição intelectual em
transformação de vida. A aplicação é a característica mais difícil da pre-
gação. A aplicação exige que o pregador tome uma posição e, portanto,
exige coragem. É muito mais fácil distribuir informações do que buscar
transformação. A aplicação explica o motivo da exposição. Quando pensa-
mos sobre porque fazemos aplicação, uma das razões pelas quais o fazemos
é o reconhecimento de que, sem aplicação, o significado está oculto. Isso
significa que a aplicação é essencial para uma exposição completa. Dizer:
“Aqui está o tempo verbal da palavra”, “Aqui está como era o antigo Israel
naquela época” ou “Aqui está o que significava ser um pastor nos campos
orientais”, pode ser uma boa exposição, mas se a informação não entrar
em nossas vidas, mesmo que você conheça essa informação, você ainda não
sabe o significado do texto para nós.
Por exemplo, “orar sem cessar” significa que você deve continuar fazendo
isso, mas posso não saber o que isso significa para minha vida. Como devo
orar quando não estou com vontade de fazê-lo, quando estou muito ocu-
pado ou quando não penso em fazê-lo? Qual é o significado da instrução
se você não a relacionou com a minha vida? Você realmente não explicou
o significado do texto em termos de significado se a aplicação não for apa-
rente.
A aplicação pode ser comportamental ou atitudinal. Muitas vezes pensa-
mos, principalmente no início da pregação, que a aplicação é principalmen-
te sobre coisas a fazer. “Não faça isso, faça aquilo, leia este livro, ore mais ...”
Todas essas são aplicações apropriadas, mas lembre-se de que a Escritura
diz “guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23)

1 Extraído de https://www.thegospelcoalition.org/course/christ-centered-preaching/#explanation

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Frequentemente, jovens pregadores e pastores ficam frustrados ou com


raiva no púlpito, porque não veem as pessoas fazendo o que eles disseram
para fazer. "Eu disse para você fazer isso, e você não vai fazer isso." Precisamos
refletir muito sobre isso, porque se existe alguém que sabe fazer o que as
Escrituras dizem, é o pregador. E mesmo assim, o pregador ainda peca.
Nós sabemos o que fazer e não fazemos. Portanto, a falha não é que nos-
sa base de informações seja muito baixa, é que nossos corações estão
fracos. Pregadores iniciantes, geralmente, enfatizam os comportamentos.
Pastores que pregam por 20 a 25 anos, quase sempre enfatizam o coração.
Eles não ignoram comportamentos, mas sabem que o verdadeiro problema
é o coração. Até eu lidar com isso, os comportamentos não resultarão. A
aplicação deve levar em consideração: comportamentos e atitudes.
John Broadus disse que a aplicação é “a coisa principal a ser feita” na pre-
gação expositiva. Spurgeon disse: “Onde a aplicação começa, o sermão co-
meça”. Ele não quis dizer que no papel o aplicativo não veio até o final do
sermão. Mas ele diz que até você realmente pensar sobre que diferença
isso faz na vida das pessoas, você ainda não tem um sermão verdadeiro. A
aplicação também esclarece e dá sentido à exposição. Em última análise,
a aplicação diz às pessoas que elas sabem disso em suas cabeças e em seus
corações, mas agora elas precisam fazer isso.³
Agora que conheço essa verdade e conheço minha congregação, quem
precisa ouvir isso? Esse é o padrão normal do pastor que de fato em sua
mente, enquanto prepara o sermão, se senta à mesa com as pessoas na
congregação e diz: “Se eu falasse com você sobre isso, que diferença faria em
sua vida?” Ele passa da palestra acadêmica para um sermão. Isso é especi-
ficidade situacional, porque você descreve as situações das pessoas, não as
próprias pessoas. Que situações elas estão enfrentando? Chego a esse pon-
to perguntando: "Quem precisa ouvir isso?" É a diferença entre o pregador
que diz coisas abstratas interessantes e aquele que tem as pessoas no final
do sermão perguntando: “Como você sabia o que eu estava passando? Você leu
meu e-mail? Como você pode estar falando comigo tão claramente?" É porque
não é apenas pregação; é pastorear ao mesmo tempo.

3 Extraído de https://www.thegospelcoalition.org/course/christ-centered-preaching/#application

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Como posso ajudar com o que você está enfrentando? A aplicação mais
adequada surge quando você leva a verdade à luta. Nossa tendência quan-
do começamos a pregar é identificar verdades no texto e então começar a
criar listas de comportamentos. "Você deve fazer isso. Você não deve fazer isso.
Vá comprar este livro. Testemunhe ao seu vizinho.” Nós criamos esta lista de
coisas para fazer, que antes de você pregar o sermão você nem tinha pen-
sado. Criamos uma lista porque sentimos que temos que fazer a aplicação.
Em vez disso, devemos pensar: contra o que as pessoas estão lutando?
Como posso ajudá-las hoje? Como posso ser um pastor do povo de Deus?
Com o que eles estão lutando? Eu levo a verdade para a luta. Isso criará em
você uma paixão pela pregação.
Concluindo: A mente humana não consegue concentrar muito tempo em
uma coisa e rapidamente entra em um estado de repouso; se um pregador
passa muito tempo explicando a mesma coisa, naturalmente a nossa mente
se desliga e rapidamente muda o foco. Quando afirmar e explicar um ponto
e depois o contextualiza, e aplica, você está respeitando as limitações da
mente humana. O ouvinte irá conseguir acompanhar o seu raciocínio sem
que sua mente fique cansada.
Exemplo:
Proposição: Jesus é a única esperança neste mundo
I- Devemos apresentá-lo ao mundo em momentos difíceis.
A. Exposição
B. Contextualização
C. Aplicação
II- A esperança é o próprio Jesus
A. Exposição
B. Contextualização
C. Aplicação
D. Versículos como Subpontos
Outra maneira de fazer subpontos é simplesmente colocando nos pontos
A, B, C as partes dos versículos a serem expostas. Neste modelo, você pode

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optar por fazer as aplicações apenas no final do sermão, ou mesmo à medi-


da que vai explicando as partes dos versículos.
Exemplo:
Proposição: Para ser uma igreja organizada, precisamos de pastores irre-
preensíveis
I. Precisamos de Pastores: Irrepreensíveis na vida familiar (vs. 6)
A. “Marido de uma só mulher”
B. “Que tenha filhos crentes”
E. Dicas importantes para o preenchimento do sermão:
a) Escreva tudo o que você PRECISA dizer.
b) Procure manter um equilíbrio no conteúdo de cada ponto, a menos que
o próprio texto exija que você gaste mais tempo em um ponto do que em
outro. O ideal é que você consiga manter o mesmo tempo em cada ponto
c) Durante o preenchimento do sermão, utilize ilustrações (abordado na
próxima aula).

III. AS SENTENÇAS DE APOIO


1- Sentenças de Transição – A função das transições é tornar nossas
mensagens artisticamente ouvíveis e logicamente conectadas. O sermão
precisa ter algum fluxo para ele. Podem ser perguntas ou afirmações que
precedem um ponto, ou que fazem a transição de um ponto a outro, ou seja,
fazem a transição da proposição para o ponto, ou de um ponto para ou-
tro. Elas podem revisar onde estivemos e prever para onde estamos indo.
O principal são as transições dialógicas. As transições dialógicas são as
que “conversam” com os ouvintes, que fazem em voz alta as perguntas
que os ouvintes fariam se pudessem. “Você quer saber o que isso significa?
Isso significa ...” Por exemplo, você pode usar as perguntas quem, o quê,
quando, onde, por que e como. Você pode ter ouvido um pregador dizer
em um sermão: “Falei com você sobre o fato de que Deus sabe o amanhã. Como
vamos aplicar isso em nossas vidas?” Faça a pergunta em voz alta. As pessoas
quase nunca se cansam dessa pergunta: "Como vamos aplicar isso?" Você
poderia fazer isso em praticamente todos os sermões, e as pessoas fica-
riam bem. Você pode perguntar sobre a explicação: “Como sabemos que isso é

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verdade? Se isso não funcionar, o que funcionará? Que plano Deus oferece para
isso? O que vem depois?"
Quer você expresse a pergunta ou não, você aprende a ouvir a pergunta
na mente do ouvinte e a respondê-la. Se você ouvir como o ouvinte ouviria
sua mensagem, você terá algumas vantagens. Se você fizer perguntas que
estão na cabeça deles, isso chamará a sua atenção. Você fará com que suas
cabeças se levantem, "Eu estava pensando sobre isso". Também o torna mais
confiável, porque mostra que você, como pregador, está na cabeça deles.
Você pensa sobre o que eles estão preocupados. É um ponto de identifica-
ção muito forte se você disser: “Eu sei o que você está pensando. Se Ele sabe
o amanhã, por que o amanhã é tão assustador para mim?" “Isso é exatamente o
que eu estava pensando!” Se você realmente fizer suas objeções ou dúvidas,
isso mostra que você não tem medo de suas objeções e dúvidas. É um gran-
de crédito para você. Fazer perguntas em voz alta também deixa o ouvinte
faminto por uma resposta.4
Exemplo
Proposição: Jesus é o único caminho até Deus (João 14.6)
Sentença de Transição: Mas POR QUE Jesus é o único caminho?
Proposição plural: Gostaria de demonstrar 2 razões que comprovam que
Jesus
é o único caminho até Deus.
Sentença de Transição: Em primeiro lugar, Jesus é o único caminho até
Deus...
I. Porque ele é a verdade.
A sentença de transição é um marcador na sua pregação. Está de-
finindo que a partir dali você vai iniciar um ponto. Essa sentença é
extremamente útil durante um sermão. Não despreze as forças das
sentenças de transição.
b) Recapitulações – Vêm depois de um ou mais pontos, e têm o propósito
de recapitular a proposição e os pontos já apresentados. A transição fica
mais fácil lembrando que o que você ilustrou ou aplicou é sempre a "última
coisa que você disse" na seção de material anterior.

4 Extraido de https://www.thegospelcoalition.org/course/christ-centered-preaching/#transitions-and-dialogical-method

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Sentença de Transição: A segunda RAZÃO pelo qual Jesus é o único cami-


nho até Deus é:
II. Porque ele é a vida
Recapitulação: Vimos, portanto, duas razões pelas quais Jesus é o único ca-
minho até Deus. Primeiro, porque ele é a verdade. Segundo, porque ele é
a vida.
Na próxima aula iremos estudar como preparar uma boa introdução, con-
clusão e ilustrações do seu sermão!

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