Cálculo Vetorial - Aula 1

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AULA 1 - FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Roteiro de aula:
 Revisão da definição de função vetorial de uma variável;
 Funções vetoriais de várias variáveis:
o Definição;
o Limite e continuidade de funções vetoriais de várias variáveis;
o Derivadas parciais de funções vetoriais.
1. FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL
Uma função pode ser entendida como uma regra que associa a cada elemento de seu
domínio a um único elemento de sua imagem. Quando se trata de funções vetoriais, tem-se que
é uma função cujo domínio é um conjunto de números reais (ℝ) e cuja imagem é um conjunto
de vetores.
Dada essa informação, imagine a seguinte situação:
Uma partícula se movimenta de tal forma que para cada instante t, que é uma variável
independente, forma uma curva no espaço e é dado pelas coordenadas:
X = f(t) Y = g(t) Z = h(t)
Na figura 1, é possível identifica o vetor r(t) que dá o posição da partícula como uma
função vetorial de tempo. Assim, r(t) a partir da origem até a posição da partícula P (f(t), g(t),
h(t)) no instante t é o vetor posição da partícula.
Figura 1 – C é traçada pelo movimento da ponta do vetor de posição r(t)

Fonte: Stewart (2013)

Portanto, para cada instante t ≥ 0 existe um vetor que representa sua posição, como pode
ser observado a seguir.
𝑓⃗(𝑡) = (𝑓(𝑡), 𝑔(𝑡), ℎ(𝑡))
Onde:
(𝑓(𝑡), 𝑔(𝑡), ℎ(𝑡))
São funções de valores reais, portanto funções escalares, chamadas de função
componente de f. Elas também podem ser escritas da seguinte maneira:

𝑓⃗(𝑡) = 𝑓1 (𝑡)𝑖⃗ + 𝑓2 (𝑡)𝑗⃗ + 𝑓3 (𝑡) 𝑘


⃗⃗

Essa situação de associação de um número real t, não negativo, a um único vetor f(t) é
chamado de função vetorial de uma variável e pode ser definida da seguinte maneira:

DEFINIÇÃO:
Sejam 𝑓1 , 𝑓2 , … 𝑓𝑛 : 𝐼 ⊂ ℝ funções reais de uma variável real t. Uma função vetorial de
uma variável real t, definida em I, é uma relação entre 𝐼 𝜖 ℝ𝑛 que para cada 𝑡 𝜖 𝐼 associa um
vetor 𝑓⃗. Denotamos a seguinte função vetorial 𝑓⃗(𝑡) = 𝑓⃗.

O conjunto domínio de uma função vetorial 𝑓⃗ é formado pela interseção dos domínios
de cada uma das funções componentes 𝑓𝑖 : 𝐼𝑖 ⊂ ℝ
𝐷𝑓⃗ = 𝐼1 ∩ … 𝐼𝑛
Sejam 𝑓1 , 𝑓2 , … 𝑓𝑛 : 𝐼 ⊂ ℝ. Quando n é igual a dois:
𝑓⃗(𝑡) = 𝑓1 (𝑡)𝑖⃗ + 𝑓2 (𝑡) 𝑗⃗
Equação 3Quando n = 3, utiliza-se a notação dada por:
𝑓⃗(𝑡) = 𝑓1 (𝑡)𝑖⃗ + 𝑓2 (𝑡)𝑗⃗ + 𝑓3 (𝑡) 𝑘
⃗⃗
EXEMPLO 1:
1
Determine o domínio da função 𝑓⃗(𝑡) = √𝑡 − 2𝑖⃗ + ⃗⃗
𝑗⃗ + 𝑡𝑘
𝑡−3

RESOLUÇÃO:

Analisando cada função componente, temos:


𝑓1 (𝑡)= √t − 2 , no qual, t − 2 ≥ 0, portanto:
𝐷(𝑓1) = [2, + ∞)
1
𝑓2 (𝑡) = t−3, no qual, t − 3 ≠ 0, portanto:

𝐷(𝑓2) = ℝ − {3}
𝑓3 (𝑡) = t, não apresenta restrição, portanto:
𝐷(𝑓3) = ℝ
Portanto, o domínio da função vetorial 𝐷(𝑓⃗) será o maior conjunto contido em cada uma
das funções:
𝐷(𝑓⃗) = [2, +∞) − {3}

EXEMPLO 2:
Descreva a curva definida pela equação vetorial 𝑓⃗(𝑡) = (1 + 𝑡)𝑖⃗ + (2 + 5𝑡)𝑗⃗ + (3 +
⃗⃗
2𝑡)𝑘
RESOLUÇÃO:
1º: As equações paramétricas:
X= (1 + t)
Y = (2 + 5t)
Z= (3 + 2t)
Como não observamos restrições nas equações, então t ϵ ℝ. Com isso,
 Ponto coordenado são (1,2,3)
 Vetor diretor (1,5,2)
Figura 2- Descrição da curva da equação vetorial do exemplo 2

1.1 Operações Vetoriais


Dada as funções vetoriais
𝑓⃗(𝑡) = 𝑓1 (𝑡)𝑖⃗ + 𝑓2 (𝑡)𝑗⃗ + 𝑓3 (𝑡) 𝑘
⃗⃗
⃗⃗
𝑔⃗(𝑡) = 𝑔1 (𝑡)𝑖⃗ + 𝑔2 (𝑡)𝑗⃗ + 𝑔3 (𝑡) 𝑘
Podemos definir novas funções vetoriais a partir de operações com as funções
𝑓⃗(𝑡) 𝑒 𝑔⃗(𝑡)
a) Soma ou subtração:

⃗⃗(𝑡) = 𝑓⃗(𝑡) ± 𝑔⃗(𝑡)



⃗⃗(𝑡) = (𝑓1 (𝑡) ± 𝑔1 (𝑡) )𝑖⃗⃗ + (𝑓2 (𝑡) ± 𝑔2 (𝑡))𝑗⃗ + (𝑓3 (𝑡) ± 𝑔3 (𝑡)) 𝑘
ℎ ⃗⃗

b) Multiplicar uma função vetorial com uma função escalar


⃗⃗(𝑡) = 𝑝(𝑡). 𝑓⃗(𝑡) = (𝑝(𝑡). 𝑓1 (𝑡)𝑖⃗⃗ )+ (𝑝(𝑡). 𝑓2 (𝑡)𝑗⃗) + (𝑝(𝑡). 𝑓3 (𝑡)𝑘
ℎ ⃗⃗ )
Sendo p(t) uma função de uma variável.
c) Produto escalar de duas funções vetoriais.
ℎ(𝑡) = 𝑓⃗(𝑡). 𝑔⃗(𝑡)
ℎ(𝑡) = 𝑓1 (𝑡). 𝑔1 (𝑡) + 𝑓2 (𝑡). 𝑔2 (𝑡) + 𝑓3 (𝑡). 𝑔3 (𝑡)

2. FUNÇÕES VETORIAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS


No tópico anterior, ao trabalhar com uma variável, observou-se que o conjunto domínio
estava contido em ℝ. Nesse tópico serão considerados domínios de várias dimensões (ℝn ).
Assim, o tópico apresentará uma função que associa um subconjunto A ⊂ ℝn a um
conjunto. C ⊂ ℝm . Essa função é chamada de Função vetorial de Várias variáveis, também
definida da seguinte maneira:

Seja A ⊂ ℝn com A ≠ ∅. Uma função de n variáveis reais a valores de ℝm , definida


com A, é uma relação que associa a cada ponto (𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 ) ϵ A um único vetor
𝑓⃗(𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 ) pertencente a ℝm

Assim, como em funções vetoriais de uma variável, se 𝑓⃗ é uma função vetorial das
variáveis x, y, z, definidas em um domínio A ⊂ ℝ3 , ela pode ser expressa da seguinte forma:
𝑓⃗(𝑥, y, 𝑧) = 𝑓1 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑖⃗ + 𝑓2 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑗⃗ + 𝑓3 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑘
⃗⃗

Onde 𝑓1 , 𝑓2 , 𝑓3 são funções escalares definidas em A e são chamadas de componentes


da função vetorial 𝑓⃗.

2.1 - Limite de funções vetoriais de várias variáveis


Para uma melhor interpretação da definição de limite de funções vetoriais de várias
variáveis, faz-se necessário entender alguns conceitos básicos, como o de bola aberta, que
geometricamente representa o conjunto dos pontos internos à uma esfera de centro em 𝑃0 e raio
δ, como mostra a figura 3.
Figura 3 - Bola aberta de ponto 𝑃0 (𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ) e raio r

Fonte: Flemming e Gonçalves (2007)

Como mostra a figura 3, a definição de bola aberta apresenta que dada uma bola B (A,
ε), ou seja, de raio ε e centrada em A (𝑎1 , 𝑎2 , 𝑎3 ), existe uma bola B (𝑃0 , δ), ou seja, raio δ e
centrada em 𝑃0 (𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ), tal que os pontos de B (𝑃0 , δ) são levados por 𝑓⃗ num ponto B (A,
ε).
A partir da compreensão do conceito de bola aberta, limite de funções vetoriais de várias
variáveis pode ser defino da seguinte maneira:

⃗⃗𝟎 seu vetor posição. Seja ⃗⃗


Seja 𝑷𝟎 (𝒙𝟎 , 𝒚𝟎 , 𝒛𝟎 ) um ponto de um domínio D e 𝒓 𝒇 uma
⃗⃗𝟎 . Seja 𝒂
função vetorial definida em D, exceto, possivelmente, em 𝒓 ⃗⃗ um
⃗⃗ = 𝒂𝟏 𝒊⃗ + 𝒂𝟐 𝒋⃗ + 𝒂𝟑 𝒌
⃗⃗ é o vetor posição do ponto P (x,y,z), dizemos que
vetor constante. Se 𝒓
𝒍𝒊𝒎 ⃗⃗
𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛) = 𝒂
⃗⃗
(𝒓
⃗⃗)→(𝒓
⃗⃗𝟎 )

Se para todo ε >0, existe um δ>0 tal que | 𝑓⃗(𝒙, 𝒚, 𝒛) – 𝑎⃗ | <ε sempre que 0 < | 𝒓
⃗⃗ – 𝒓
⃗⃗𝟎 | <
δ

Assim, sendo 𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧) = ( 𝑓1 (𝑥, 𝑦, 𝑧), 𝑓2 (𝑥, 𝑦, 𝑧), 𝑓3 (𝑥, 𝑦, 𝑧)) e 𝑎⃗ = (𝑎1 , 𝑎2 , 𝑎3 ),
conclui-se que a direção, o sentido e o comprimento de 𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧) tendem para os de 𝑎⃗ quando
(𝑥, 𝑦, 𝑧) → (𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ).

𝑙𝑖𝑚 𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑎⃗ ⇔ 𝑙𝑖𝑚 𝑓𝑖 (𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑎𝑖 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑖 = 1,2,3


(𝑥,𝑦,𝑧)→(𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ) (𝑥,𝑦,𝑧)→(𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 )
2.2 – Propriedades dos limites

Sendo 𝑓⃗ e 𝑔⃗ funções vetoriais de várias variáveis e h uma função escalar de várias


variáveis tais que:
𝑙𝑖𝑚 𝑓⃗(𝑥, 𝑦) = 𝑎⃗, 𝑙𝑖𝑚 𝑔⃗(𝑥, 𝑦) = 𝑏⃗⃗ , 𝑙𝑖𝑚 ℎ (𝑥, 𝑦) = 𝑚
(𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 ) (𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 ) (𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 )

a) Soma e subtração

𝑙𝑖𝑚 ⃗⃗⃗⃗
[𝑓 (𝑥, 𝑦) ± 𝑔⃗(𝑥, 𝑦)] = 𝑙𝑖𝑚 𝑓⃗(𝑥, 𝑦) ± 𝑙𝑖𝑚 𝑔⃗(𝑥, 𝑦) =
(𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 ) (𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 ) (𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 )

𝑎⃗ ± 𝑏⃗⃗
b) Produto escalar

𝑙𝑖𝑚 ⃗⃗⃗⃗(𝑥, 𝑦) . 𝑔⃗(𝑥, 𝑦)] = 𝑎⃗. 𝑏⃗⃗


[𝑓
(𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 )

c) Produto de uma função escalar por uma função vetorial

𝑙𝑖𝑚 ⃗⃗⃗⃗
[𝑓(𝑥, 𝑦) . ℎ(𝑥, 𝑦)] = 𝑎⃗. 𝑚
(𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 )

d) Produto vetorial

𝑙𝑖𝑚 ⃗⃗⃗⃗
[𝑓(𝑥, 𝑦) x 𝑔⃗(𝑥, 𝑦)] = 𝑎⃗ 𝑥 𝑏⃗⃗
(𝑥,𝑦)→(𝑥0 , 𝑦0 )

2.3- Continuidade de funções vetoriais de várias variáveis

Seja ⃗f(x, y, z) função definida num aberto D⊂ ℝ³.


Dizemos que ⃗f é contínua em um ponto P0 (x0 , y0 , z0 ) ϵ D se
𝑙𝑖𝑚 𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑓⃗ (𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 )
(𝑥,𝑦,𝑧)→(𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 )

Se 𝑓⃗ é contínua em cada ponto do domínio D, é possível dizer que f é contínua em D.

Tem-se que 𝑓⃗ é contínua em D se, e somente se, as três funções coordenadas 𝑓1 , 𝑓2 ,


𝑓3 forem contínuas em D.

2.4 – Derivadas parciais

Seja 𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧) função vetorial. A derivada parcial de 𝑓⃗ em relação à variável x,


∂f⃗
denotamos por ∂x , é definida por

𝜕𝑓⃗ 𝑓⃗ (𝑥 + 𝛥𝑥, 𝑦, 𝑧) − 𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧)


= 𝑙𝑖𝑚
𝜕𝑥 𝛥𝑥→0 𝛥𝑥
Para todo (x,y,z) tal que o limite exista.

Tem-se que a derivada parcial de uma função vetorial de várias variáveis é obtida pela
derivada parcial de cada uma das funções coordenadas de 𝑓⃗ em relação à variável desejada.
Portanto, para uma função vetorial
𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑓1 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑖⃗ + 𝑓2 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑗⃗ + 𝑓3 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑘
⃗⃗ ,
de maneira análoga à derivada de função vetorial de uma variável, temos:
𝜕𝑓⃗ 𝜕𝑓1 𝜕𝑓2 𝜕𝑓3
= 𝑖⃗ + 𝑗⃗ + ⃗⃗
𝑘
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑓⃗ 𝜕𝑓1 𝜕𝑓2 𝜕𝑓3
= 𝑖⃗ + 𝑗⃗ + ⃗⃗
𝑘
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑓⃗ 𝜕𝑓1 𝜕𝑓2 𝜕𝑓3
= 𝑖⃗ + 𝑗⃗ + ⃗⃗
𝑘
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧

2.4 - Interpretação Geométrica da Derivada Parcial

Seja 𝑓⃗ = 𝑓⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧) uma função vetorial contínua. Se mantermos as variáveis y e z


constantes, então ⃗f passa a ser uma função vetorial de uma variável. Então ⃗f descreve uma curva
no espaço.
Dado y = b e z = c, assim a derivada parcial de ⃗f em relação a x no ponto P (a,b,c) é
derivada da função 𝑔⃗(𝑥) = 𝑓⃗ (𝑥, 𝑏, 𝑐) em x=a.
∂f⃗
Portanto, se no ponto P, ∂x ≠ 0, esse vetor é tangente a curva dada por ⃗g⃗(x).
REFERÊNCIAS

FLEMMING, D. M. GONÇALVES, M. B. Cálculo B: Funções de várias variáveis, integrais


múltiplas, integrais de linha e de superfície. 2ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

STEWART, J., Cálculo, Vol. 2. 5ª ed. São Paulo: Editora Thomson, 2006.

THOMAS, G. B. Cálculo. v. 2. 12ª ed. São Paulo: Pearson, 2013.

SILVA JUNIOR, C. A. Funções vetoriais de várias variáveis: curso de cálculo vetorial, 2019.
Notas de Aula. Disponível em:
https://www.profcarlosalbertoufsj.com/calculovetorialengenharia. Acesso em: 22 mai. 2023.

VIEIRA, M. L. “Matemática Simplificada”. Disponível em : <


https://matematicasimplificada.com/calculando-funcao-vetorial-de-varias-variaveis/> Acesso
em: 22 mai. 2023.

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