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Direito Administrativo – Alexandre Medeiros

Aula 4 | Princípios da Administração

SUMÁRIO

1. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO.................................................................... 2
1.1. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE...........................................................................2
1.2. . PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA...............................................................................3
1.3. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE...................5
1.4. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE........................................................................6

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Direito Administrativo – Alexandre Medeiros
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1. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
Na aula passada foram vistos os princípios da legalidade, impessoalidade e publicidade.
Na aula de hoje daremos continuidade ao estudo dos demais princípios da Administração.

1.1. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE


O princípio da publicidade está previsto no art. 37, caput, da CF e exige a mais ampla
divulgação dos atos praticados pela Administração Pública. Esta publicidade tem, entre outros
objetivos, possibilitar o controle da Administração Pública pela sociedade. Se a
Administração é oculta (uma “caixa preta”) às pessoas, evidentemente, será muito mais difícil
exercer o controle sobre os atos por ela praticados.
Importante fixar que o princípio da publicidade, no entanto, não é absoluto. Aliás,
nenhum princípio ou direito do ponto de vista conceitual é absoluto. Desta maneira, a
Constituição Federal expressa o princípio da publicidade, mas no seu art. 5º, XXXIII, prevê a
possibilidade de sigilo. Nesse dispositivo, a CF/88 assegura a todos o direito de receber
informações dos órgãos públicos, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado, ou ainda quando houver necessidade de preservar o
direito à intimidade da vida privada das pessoas.
CF, Art. 37, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;

Portanto, apesar do sigilo ser previsto na CF/88, a regra é a publicidade, a transparência


da Administração Pública. São direitos e garantias que se relacionam com o princípio da
publicidade, entre outros: a previsão do habeas data, o direito de petição, o direito de
certidão, o direito de receber informações dos órgãos públicos. Todos esses direitos e
garantias refletem a aplicação efetiva do princípio da publicidade.
A publicidade é importante porque, além de possibilitar o controle da Administração
Pública, é com ela que o ato passa a produzir efeitos, daí ser importante a lição de Hely Lopes
Meirelles no sentido de que a publicidade não é um elemento formativo do ato, mas um
requisito de sua eficácia e moralidade. Assim, a publicidade não se situa no plano da
existência do ato administrativo, mas sim no plano da eficácia, pois é a partir da publicidade
que o ato começará a produzir efeitos.
O principal instrumento de publicidade que a Administração utiliza é a imprensa oficial.
Não confundir publicidade com publicação. A publicação na imprensa oficial é um dos
instrumentos - e o principal deles - que a Administração utiliza para dar publicidade aos seus
atos. O ato só é considerado publicado oficialmente quando isto ocorre na imprensa oficial
(Diário Oficial da União, do Estado e do Município).

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Entretanto, é importante fixar a observação quanto à situação do município pequeno que


não dispõe de imprensa oficial, o que já foi tema de algumas questões do CESPE. Neste caso
se admite a publicidade do ato com a sua afixação em locais apropriados na Administração,
normalmente em murais situados na sede da Prefeitura, na sede da Câmara de Vereadores.
Agora, havendo a possibilidade de divulgação do ato na imprensa oficial, o ato somente
será considerado publicado quando ali divulgado.
O STF entende que, em nome do princípio da publicidade, é possível a divulgação da
remuneração bruta dos servidores nominalmente. O STF entendeu que essa divulgação não
ofende o direito à intimidade, porque a remuneração de servidor público é um dado que diz
respeito à função pública e não à sua vida íntima e que não ofende a segurança, ou, pelo
menos, a ofensa seria mínima, tendo em vista a vedação de que conste da publicidade o
número da carteira de identidade, o número do CPF e o endereço do servidor.

1.2. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


Quando a Constituição Federal foi promulgada em 1988 o art. 37, caput, previa apenas
os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. O princípio da
eficiência foi acrescentado posteriormente pela EC 19/98, conhecida como Emenda da
Reforma Administrativa, porque trouxe uma série de alterações no âmbito da Administração
Pública.
Ser eficiente é produzir quantidade com qualidade, por isso o aspecto qualitativo e
quantitativo do princípio da eficiência.
A eficiência se relaciona tanto com a Administração como também com o agente
público. O princípio se relaciona com o modo de organização, estruturação e disciplina da
Administração e com o modo de atuação do agente público, que deve atuar com presteza,
perfeição e rendimento funcional. O princípio da eficiência se relaciona com o modelo de
administração pública gerencial e não com o modelo patrimonialista ou burocrático.
O modelo de administração pública gerencial prima pela obtenção de resultados, mas
resultados sempre dentro da lei. Vale dizer, não se aplica na Administração Pública aquela
máxima de Maquiavel no sentido de que “os fins justificam os meios”. Não é assim, os fins
não justificam os meios.
O princípio da eficiência não suplanta o princípio da legalidade e nem de qualquer
outro, até porque não há hierarquia entre princípios, de maneira que a Administração não
pode praticar atos ilegais, sob o fundamento de que estaria sendo eficiente.
O agente público e a Administração Pública eficiente é aquele que, dentre os caminhos
que a lei oferece, adota aquele que trará o maior resultado com o menor custo, mas sempre
dentro da lei.

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(2017 - CONSULPLAN - TRF-2ªR - TÉCNICO JUDICIÁRIO)


Determinada associação privada faz requerimento administrativo formal à Administração Pública,
buscando informações acerca de contrato administrativo que suspeitam ter irregularidades. Acerca do
princípio da publicidade das informações da Administração Pública, assinale a alternativa correta.
a) É possível a restrição de informações caso haja risco à intimidade de alguma das partes envolvidas no
ato ou processo administrativo, bem como haja risco à segurança do Estado.
b) As informações administrativas buscadas somente podem ser prestadas aos diretamente envolvidos,
demonstrado o legítimo interesse, por meio de habeas data.
c) É possível que haja restrição de informações pela Administração Pública, mas somente decorrente de
decisão judicial, em que expostos os motivos do sigilo.
d) Todas as informações administrativas buscadas devem ser prestadas, tendo em vista o princípio da
publicidade, materializado no direito constitucional de petição.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
Gabarito: A, pois a regra é a publicidade, todavia é possível haver sigilo, pois o
princípio da publicidade não é absoluto (art. 5º, XXXIII, CF).
B) Errado, o habeas data é uma ação judicial que visa preservar o direito à informação
relativo à pessoa do impetrante, mas evidente que a Administração, independentemente, da
ação de habeas data está obrigada a fornecer as informações requeridas, observadas as
possíveis restrições.
C) Errado, não é necessário que haja uma decisão judicial estabelecendo o sigilo, pois a
própria CF/88 já prevê as hipóteses de sigilo. Na dúvida, a regra é que o ato deve ser público.
D) Errado, o direito de petição de fato materializa o princípio da publicidade, mas não
são todas as informações que necessariamente devem ser fornecidas em face da possibilidade
de sigilo.

(2017 FCC TRT-24ªR-MS-Analista Judiciário-Área Administrativa)


Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi considerada inconstitucional lei
que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado, sem amparo jurídico-
administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social
determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam a atuação
administrativa, especificamente, o princípio da
a) presunção de legitimidade restrita.
b) motivação.
c) impessoalidade.
d) continuidade dos serviços públicos.
e) publicidade.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
Gabarito: C, pois a questão fala em ofensa a interesse público. No caso em especial, o
STF julgou uma ação direta de inconstitucionalidade que envolvia o Brasília Music Festival,
em que aconteceu exatamente a situação narrada na questão de favorecimento de um
seguimento social determinado, um evento tipicamente privado e que não havia justificativa
para destinar verbas públicas para o evento. O Ministro Relator Gilmar Mendes entendeu que
houve ofensa ao princípio da impessoalidade e da moralidade administrativa.

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1.3. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE


Vimos os princípios do art. 37, caput, da CF e agora iremos analisar outros princípios
importantes para as provas. São princípios constitucionais implícitos, que são muito
perguntados pelo CESPE. Agora, na Lei 9.784/99, que trata do Processo Administrativo
Federal, no art. 2º, caput, os princípios estão expressos.

Lei 9.784/99, Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Desta forma, se a questão perguntar se os princípios da razoabilidade e da


proporcionalidade são princípios expressos no ordenamento jurídico brasileiro como um todo,
a resposta é afirmativa. Agora, na Constituição Federal, eles são princípios implícitos.
Esses princípios podem ser repartidos em três subprincípios: da adequação ou utilidade,
da necessidade ou exigibilidade, da proporcionalidade em sentido estrito.
O princípio da proporcionalidade abrange essas três ideias. Para que o ato seja
considerado proporcional ele precisa preencher esses três subprincípios.
O subprincípio da adequação ou utilidade vai fazer uma relação da análise entre meios e
fins, ou seja, se os meios utilizados pela Administração são adequados ao fim que ela quer
alcançar.

 Quando o meio é adequado?


Quando ele traz uma utilidade para aquele propósito que a Administração quer alcançar.
O subprincípio da necessidade ou da exigibilidade irá verificar se a Administração
realmente precisava ter adotado aquela conduta ou poderia ter sido adotada uma conduta
menos gravosa para os administrados. Por esse princípio questiona-se se a atuação da
Administração era necessária e exigível em determinado caso.
Pelo subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito far-se-á a relação da análise
custo-benefício, vantagens e desvantagens. A conduta da Administração para ser proporcional
deve trazer mais vantagens do que desvantagens.
Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade podem ser entendidos de uma forma
mais ampla com a ideia trazida pela doutrina alemã, portuguesa, de vedação de excesso.
Então, proporcionalidade ou princípio da vedação ou proibição do excesso. Sempre que
visualizarmos uma conduta excessiva da Administração, haverá ofensa ao princípio da
razoabilidade e proporcionalidade.
Exemplo de excesso da Administração: a pena de demissão para o servidor que chega
atrasado um dia trata-se de uma sanção excessiva, desproporcional, que tem uma intensidade
superior àquilo que seria necessário para o atendimento do interesse público.

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Quando falamos em restrições de acesso ao cargo público vamos utilizar o princípio da


razoabilidade, proporcionalidade para verificar se aquele requisito/restrição é compatível com
a natureza das atribuições do cargo.

1.4. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE


Produz consequências tanto no capítulo dos contratos administrativos e serviços
públicos, como no capítulo da função pública e dos agentes públicos.
O princípio da continuidade diz que a função ou atividade administrativa deve ser
permanente, que não pode sofrer interrupção, não pode sofrer solução de continuidade.
No que tange aos contratos administrativos, o princípio da continuidade produz
consequências como a previsão de prazos rígidos aos contratantes e, também, a aplicação da
teoria da imprevisão, a qual será estudada em licitação e contratos.
Outra consequência do princípio da continuidade, no campo dos contratos, é a
inaplicabilidade relativa da exceção de contrato não cumprido contra a Administração
(exceptio non adimpleti contractus). Esse termo tem o sentido de defesa, ou seja, o contratado
se defende dizendo que não está cumprindo o contrato porque a outra parte (Administração)
não está cumprindo a parte dela. Durante o contrato firmado entre o contratado e a
Administração, se a Administração deixar de remunerar o contratado, a princípio, o
contratado não poderá alegar contra a Administração o não pagamento para deixar de cumprir
o contrato. Vale dizer, a princípio, o contratado não poderá alegar contra a Administração a
exceção de contrato não cumprido, por força do princípio da continuidade. Mas, tudo tem
limite! Por isso, a Lei 8.666/93, no art. 78, XV, diz que se o atraso no pagamento da
remuneração por parte da Administração for superior a 90 dias, o contratado poderá
suspender o cumprimento do contrato, alegando a exceção de contrato não cumprido.
Lei 8.666/93, Art. 78, XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra,
assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;

Outras figuras referentes ao princípio da continuidade no capítulo dos contratos:


encampação e uso compulsório dos recursos humanos e materiais da empresa contratada.
A encampação está prevista na Lei 8.987/95, que é a Lei de Concessões e Permissões de
Serviço Público.
A encampação é uma forma de a Administração extinguir o contrato de concessão que
possui com uma empresa concessionária para continuar prestando o serviço da forma que
julgar mais adequada. A encampação, assim como o uso compulsório de recursos humanos e
materiais da empresa contratada para dar continuidade ao serviço, refletem o princípio da
continuidade.

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 É possível haver a interrupção da prestação de serviço por motivo, por exemplo,


de inadimplência do usuário?
Pode, de acordo com o previsto no art. 6º, §3º da Lei de Concessões e Permissões (Lei
8.987/95). Mas há requisitos para isso.

Lei 8.987/95, Art. 6º, § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em
situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

A lei diz que não se caracteriza ofensa ao princípio da continuidade, até porque o
serviço continuará a ser prestado à coletividade como um todo, a sua interrupção por motivo
de emergência ou ainda motivada por razões de ordem técnica, ou de segurança das
instalações, ou em razão da inadimplência do usuário. Todavia, nesses dois últimos casos
(para reparos técnicos por motivo de segurança e devido à inadimplência do usuário) é preciso
que haja aviso prévio, sob pena de ilegalidade do corte.
Aliás, o STJ diz que o corte é ilegal tanto nesses casos quando não há o avisto prévio,
como também em face de débitos pretéritos. Exemplo: o usuário não pagou a conta de luz do
mês de janeiro e passaram-se os meses de fevereiro a julho com a utilização normal da
energia elétrica. Em agosto, a concessionária resolve cortar a luz desse usuário inadimplente
devido à inadimplência do mês de janeiro. O STJ disse que esse débito pretérito não autoriza
o corte de energia elétrica, devendo a concessionária ingressar com a ação judicial de
cobrança. O STJ também entende ilegal o corte do fornecimento de energia quando ocorre por
força de fraude no medidor de energia, apurada unilateralmente pela concessionária, porque
ofende a ampla defesa e o contraditório.

 É possível haver o corte de prestação de serviço, ainda que essencial, para a pessoa
jurídica de direito público?
Sim, sempre mediante aviso prévio, mas desde que esse corte não atinja serviços
essenciais como saúde pública, segurança pública e educação pública, conforme entendimento
do STJ.

 Em relação à função pública e ao agente público, quais são as consequências do


princípio da continuidade?
A previsão de normas que eventualmente estabeleçam prazo de permanência do
servidor após o pedido de exoneração e, também, as figuras de substituição do servidor,
suplência, delegação de competência. Exemplo: o chefe não está presente, mas tem um
suplente para garantir a continuidade do serviço público.

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 O servidor público pode fazer greve, já que a Administração é informada pelo


princípio da continuidade?
O direito de greve está previsto para o servidor público civil no art. 37, VII, da CF, que
determina que esse direito será exercido nos termos de lei específica. Essa lei específica é lei
ordinária. Anteriormente, era lei complementar, mas a EC 19 alterou para lei ordinária, cuja
aprovação é mais fácil do que a lei complementar porque exige um quórum menor.
A Constituição Federal veda expressamente a greve para os militares das Forças
Armadas e dos Estados, assim como a sindicalização.
O STF disse que essa norma do art. 37, VII, da CF é de eficácia limitada, ou seja, só
pode ser exercido após a edição dessa lei ordinária. No entanto, essa lei ainda não foi
produzida o que impede o exercício legítimo pelos servidores.
CF, Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Contra essa omissão, que inviabiliza o exercício regular de um direito, cabe a ação
constitucional do mandado de injunção. Em outubro de 2007, no julgamento dos Mandados
de Injunção nº 670, 708 e 712, o STF passou a admitir o exercício do direito de greve pelos
servidores públicos civis, mas como o STF não pode regulamentar a matéria, porque não é
Poder Legislativo, determinou a utilização da Lei de Greve do setor privado, a Lei 7.783/89,
no que couber.
Portanto, é equivocado afirmar que é possível utilizar integralmente a Lei 7.783/89 para
o servidor público civil, porque a lei não é destinada para servidor público, portanto se aplica
só no que couber.
Existem ainda algumas situações especiais quanto ao direito de greve do servidor
público.

 A Constituição Federal vedou a greve para o militar, então o policial civil pode
fazer greve?
O STF disse que não, pois estendeu a vedação constitucional de greve dos militares
também aos policiais civis, por força de dois fundamentos: primeiro porque se trata de
atividade essencial ao Estado, segundo porque integra os grupos armados.
O servidor em estágio probatório (3 anos a contar a partir do exercício) pode exercer o
direito de greve, segundo o STF, e qualquer norma que limite o exercício desse direito fere o
princípio da igualdade ou da isonomia, devendo ser reputada inconstitucional.

 A Administração pode descontar da remuneração do servidor os dias em que ele


estava participando do movimento grevista?
Na próxima aula veremos a questão.

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