WITTGENSTEIN

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FILOSOFIA DA LINGUAGEM

QUESTIONÁRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO

ALUNO: SÉRGIO DE ARAGÃO COSTA RIGUEIRA

MATRÍCULA: 08/40751

CURSO: FILOSOFIA

RESPOSTA À PRIMEIRA QUESTÃO

“Contrariwise, continued Tweedledee, if was so, it


might be; and if it were so, it would be; but as it isn
´t, it ain´t. That´s logic.”
Lewis Carroll

(a) Segundo Abbagnano (1982) a Semântica é “a doutrina que considera as relações

dos signos com os objetos a que se referem, isto é, a relação de designação”, estudando e

analisando “os nexos entre os sinais lingüísticos (palavras, frases, etc.) e seus significados.”

A teoria da linguagem proposta por Wittgenstein, no Tractatus Logico-Philosophicus busca

reduzi-la a esta dimensão referencial e externalista uma vez que a linguagem é composta

pela totalidade das proposições (TLP, 4.001). A proposição por sua vez liga-se à realidade,

referencialmente, figurando-a (TLP, 4.01), mantém com o mundo uma relação projetiva

(TLP, 3.12), assumindo assim o sentido da proposição um caráter pictórico, pois este é

dado pela figuração (TLP, 2.221), que pressupõe uma forma (construção) lógica comum

(elo) entre proposição e mundo (TLP, 4.014). Sendo o mundo por sua vez a realidade total

(TLP, 2.063) e a totalidade dos fatos (TLP, 1.1), que são existências de estados de coisas
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(TLP, 2), a proposição assume um caráter bipolar de verdade ou falsidade (TLP, 2.21, 4.06)

conforme sua forma de afiguração (TLP, 2.151. 2.22) represente a existência ou

inexistência dos estados de coisas do mundo (TLP, 4.0311, 4.1, 4.25).

(b) Desta forma a significação das expressões lingüísticas é gerada pelo sentido da

proposição elementar, que, interligando os nomes (TLP, 3.144), aponta para um estado de

coisas no mundo (TLP, 4.2) caso esta seja verdadeira, como na metáfora da flecha que

acerta o alvo. Tal sentido é mostrado (expresso) na proposição em si (TLP, 4.022) na sua

forma geral, não importando as intenções, valores e contingências dos interlocutores. Cabe

ressaltar a tese composicionalista de que são proposições elementares que figuram as coisas

do mundo e o sentido das proposições complexas estará em função do sentido das

elementares com as quais mantém relações lógicas (TLP, 4.52, 5).

(c) Os limites do dizível relacionam-se à impossibilidade da figuração de afigurar

sua forma (TLP, 2.172) o que conduz ao contra-senso das proposições do Tractatus

(paradoxo) expresso, pela metáfora da escada, em 6.54. Mas a linguagem limita-se também

aos limites do mundo (TLP, 5.6) que também são os limites da lógica (TLP, 5.61). Nada

que esteja fora das necessidades lógicas pode ser pensado e tampouco dito (TLP, 5.61),

incluindo-se a maioria dos problemas filosóficos (TLP, 4.003). Como o sujeito é colocado

fora do mundo (TLP, 5.632, 5.633), Wittgenstein rejeita todos enunciados de valor, os

quais não são estados de coisas, portanto não podem ser figurados, carecendo de sentido,

nem ligados vero-funcionalmente, bem como as referências à interioridade e ao místico são

indizíveis (TLP, 6.5), postulando um silêncio impeditivo (TLP, 7).


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RESPOSTA À SEGUNDA QUESTÃO

“A vida é como ela é...”


Nelson Rodrigues

A passagem de Wittgenstein para a abordagem pragmática nas Investigações

Filosóficas fundamenta-se na crítica da noção metafísica e substancialista de sentido. O

significar das expressões é dado unicamente pelo uso (IF, 1, 9 e 10). Wittgenstein ilustra o

processo introduzindo o conceito de “jogos de linguagem”, que são atividades

intersubjetivas dinâmicas na práxis do uso da linguagem (IF, 7).

Reformular os conceitos de atomismo, referencialismo e a forma geral das

expressões, que postulam a significação (sentido) das proposições em si mesmas,

conduziria ao erro apontado no aforismo 47, quando é discutida (e negada) a essência dos

termos “simples” e “composto”, pois os nomes, proposições e conseqüentemente a

linguagem, em uma visão pragmática, não possuem sentido em si, mas tão somente nos

jogos de linguagem (IF, 57, 58 e 59). Assim uma abordagem pragmática que mantivesse

conceitos essenciais só seria possível em um bizarro jogo de linguagem que ligasse a práxis

ao substancialismo, o que Wittgenstein rejeita.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982.

WITTGENTSTEIN, Ludwig. Tractatus Logico-Philosophicus. 3. ed. São Paulo: EDUSP,


2008.

WITTGENTSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural,


1991.

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