Vacinação 1.4

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SEGURANÇA OCUPACIONAL E GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE


Profa. Beatriz Pinto Coelho Lott
Segurança ocupacional

Para a OMS, uma injeção segura “não causa dano ao recebedor;


não expõe o provedor a qualquer risco evitável; e não resulta
em qualquer entulho que seja perigoso para outras pessoas”.
Exposição acidental a material
biológico potencialmente contaminado

É um risco permanente aos


profissionais de saúde.

Há possibilidade de transmissão de
agentes infecciosos, como os vírus
HIV, hepatite B e hepatite C.

Pode ocorrer por meio de um


acidente percutâneo com a agulha
ou no contato do sangue ou de
outros fluidos corporais
contaminados com:
• Uma lesão cutânea
• Membrana mucosa
Recomendações fundamentais

• Profissionais de saúde devem estar com a


vacinação contra hepatite B em dia.
• Utilizar materiais perfurocortantes com
dispositivo de segurança (tecnologia
capaz de reduzir o risco de acidente).
• Nunca reencapar agulhas após o uso.
• Nunca desconectar agulhas após o uso.
• Descartar seringa e agulha imediatamente
no coletor de descarte de perfurocortantes,
que deve estar próximo e acessível.
São recomendados

• Elaborar e implementar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de


Saúde.

• Segundo a NR 32, “a capacitação deve ser assegurada pelo empregador, feita


antes do início das atividades e de forma continuada”.

• Os profissionais de saúde devem, obrigatoriamente, ser capacitados sobre as


medidas a adotar para evitar acidentes e sobre o que fazer quando eles
acontecem.
São recomendados

• Fechar e substituir o coletor de perfurocortantes quando atingir o limite indicado


pelo fabricante.

• Ao utilizar luvas de procedimento:


– Fazer higiene das mãos antes e depois do preparo e da aplicação.
– Fazer uso único das luvas.
– Evitar contato de superfícies e outros objetos com luvas usadas.
Sobre Equipamento de Proteção
Individual (EPI)
Sobre Equipamento de Proteção
Individual (EPI)

• Os cabelos devem estar presos.


• Nenhum adorno, como brincos, pulseiras, relógios e anéis, deve ser usado
durante os procedimentos.
• A higienização correta das mãos é a mais importante forma de prevenção e
controle de infecções e NÃO deve ser substituída pelo uso das luvas.
• O uniforme deve ser usado APENAS no ambiente de trabalho.
Medidas pós-exposição de risco
ao HIV e hepatites

• O primeiro atendimento pós-exposição de risco ao HIV e às hepatites B e C tem


que ser tratado como urgência:
– A profilaxia deve ser iniciada logo após a ocorrência do acidente.
– Não há benefício da profilaxia ao HIV após 72 horas da exposição.
– A imunoglobulina anti-hepatite B como profilaxia tem benefício comprovado
quando feita no máximo até 7 dias após a exposição percutânea, mas
preferencialmente deve ser realizada nas primeiras 48 horas.
• Há um alto índice de subnotificação e de abandono do tratamento pelos
profissionais após a notificação de acidente.
Sequência de medidas
pós-exposição de risco
1. Suspender de imediato o procedimento (retirar as luvas, se for o caso).
2. Fazer a limpeza da área afetada, sendo:
- Se acidente percutâneo: deixar a lesão sangrar livremente (por ação da gravidade) e lavar
abundantemente com água e sabão ou solução salina (nunca esfregar, massagear ou
pressionar)
- Se contato cutâneo: lavar abundantemente com água e sabão a área afetada e em
seguida desinfetá-la com álcool a 70%
- Se exposição sobre alguma mucosa (como boca, olhos): lavar a área afetada
imediatamente, durante cerca de 10 minutos, com água abundante ou soro fisiológico
3. Dirigir-se o mais rápido possível a um estabelecimento de saúde, como serviços de
urgência/emergência, unidades básicas de saúde, clínicas e hospitais da rede pública e
privada, para o atendimento inicial.
Sequência de medidas
pós-exposição de risco

4. A partir das informações coletadas (sobre o acidente, pessoa-fonte e vacinação prévia),


definem-se as intervenções.
- Não se deve atrasar e nem condicionar o atendimento do acidentado à presença da
pessoa-fonte
5. Atendimentos posteriores são realizados nos centros de referência especializados, com
acompanhamento clínico-laboratorial por alguns meses.
6. Notificação: SINAN e CAT.
Medidas pós-exposição de risco
ao HIV e hepatites

• Os profissionais que atuam em vacinação devem saber qual é o estabelecimento


de saúde de referência para o atendimento inicial.

• É importante manter registro visível na sala de vacinação com informações sobre:


– condutas pós-exposição
– endereço do estabelecimento de referência para o atendimento inicial
– medidas de prevenção de acidentes
Gerenciamento de Resíduos
de Serviços de Saúde (GRSS)

• A elaboração do Plano de GRSS de um estabelecimento de saúde deve seguir o


preconizado na RDC/Anvisa nº 222, Resolução/CONAMA nº 358 e às legislações
do estado e do município
• O PGRSS:
– é um documento único para todo o estabelecimento e deve contemplar
todas as atividades realizadas
– Deve ser dinâmico, podendo sofrer mudanças sempre
– Tem que ser adaptado segundo as mudanças de tecnologias, alteração de
estrutura física, atividades desenvolvidas no estabelecimento e alterações de
legislações
Gerenciamento de Resíduos
de Serviços de Saúde (GRSS)

O gerador dos resíduos é responsável pela elaboração,


implantação, implementação e monitoramento do
plano, sendo que a elaboração, implantação e
monitoramento podem ser terceirizados.
Classificação de Resíduos
de Serviços de Saúde (GRSS)

• Em caso de dúvida sobre a classificação de um resíduo, deve-se levar em


consideração a periculosidade dos grupos. Sempre classificar o resíduo no grupo
mais perigoso.
• No serviço de vacinação, os resíduos gerados pertencem aos grupos A
(subgrupo A1), grupo D e grupo E.
Segundo a RDC/Anvisa nº 222

• “Resíduos resultantes de atividades de vacinação com microrganismos vivos,


atenuados ou inativados incluindo embalagens de vacinas vencidas, com
conteúdo inutilizado ou com restos do produto, e seringas, quando
desconectadas da agulha, devem ser tratados antes da disposição final
ambientalmente adequada”.
• “As agulhas e o conjunto seringa-agulha utilizados na aplicação de vacinas,
quando não desconectadas, devem atender às regras de manejo dos resíduos
perfurocortantes”.
Etapas do Gerenciamento de Resíduos
de Serviços de Saúde (GRSS)

Armazename
Acondicionam Armazename Disposição
Segregação Identificação nto Tratamento
ento nto externo final
temporário
Gerenciamento de Resíduos
de Serviços de Saúde (GRSS)
• Durante a coleta e o transporte dos resíduos, deve-se utilizar técnicas que garantam a
preservação das condições de acondicionamento.
• É fundamental a integridade de todos os trabalhadores envolvidos, da população e do meio
ambiente, durante todas as etapas do GRSS.
• Tratamento:
– é aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos
resíduos
– vai reduzir ou eliminar o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano
ao meio ambiente
– pode ser aplicado no próprio estabelecimento que gerou o resíduo ou em outro local,
devendo existir condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento
gerador e o local que fará o tratamento
Medidas em caso de
derramamento de vacina
1. Alertar os outros profissionais do estabelecimento.
2. Se o profissional entrou em contato com a vacina, enxaguar imediatamente a área exposta
com água e sabão.
3. Se houve contaminação da roupa ou de algum EPI, ele deve ser retirado e descartado junto
aos resíduos do grupo A.
4. Calçando luvas, deve-se remover os pedaços de vidro, utilizando pinça ou pá, e descartá-los
na caixa coletora de material perfurocortante.
5. Cobrir o material derramado com papel-toalha e deixar absorver por 20 minutos.
6. Remover os papéis e descartá-los junto aos resíduos do grupo A.
7. Limpar o ambiente com desinfetante adequado para inativar os agentes presentes na vacina.
Referências

• BRASIL. Portaria Nº 485 de 11 de novembro de 2005 Aprova a Norma Regulamentadora no 32 (Segurança e Saúde no Trabalho
em Estabelecimentos de Saúde). In: EMPREGO MDTE, editor. Brasília, 2005.
• BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE CONAMA. Resolução Nº 358, de 29 de
abril de 2005 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.
BRASÍLIA, 2005.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Nº 222 de 28 de março de 2018. Regulamenta
as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Brasília, 2018.
• BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. PORTARIA Nº 1.748, DE 30 DE AGOSTO DE 2011. Brasília, 2011.
• BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância PeCdIST, do HIV/Aids e das
Hepatites Virais,. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para profilaxia pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e
hepatites virais. 2017.
• CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fascículo XIII: Cuidado farmacêutico em vacinação. Conselho
Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. São Paulo, 2019.
OBRIGADA!
Beatriz Pinto Coelho Lott - Consultora ad hoc/Conselho Federal de Farmácia (CFF)
Contato: [email protected]

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