Tratamento de Efluente de Laticínio em Reator de Leito Estruturado Aeróbio

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 52

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CÂMPUS LONDRINA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

BIANCA ZAMBERLAN GONÇALVES

TRATAMENTO DE EFLUENTE DE LATICÍNIO EM REATOR DE LEITO


ESTRUTURADO AERÓBIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LONDRINA
2017
BIANCA ZAMBERLAN GONÇALVES

TRATAMENTO DE EFLUENTE DE LATICÍNIO EM REATOR DE LEITO


ESTRUTURADO AERÓBIO

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação


apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso 2, do Curso Superior de Engenharia
Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Câmpus Londrina.

Orientadora: ProfªDrª. Kátia Valéria Marques


Cardoso Prates
Co-orientadora: Profª. Msc. Camila Zoe Correa

LONDRINA
2017
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Londrina
Coordenação de Engenharia Ambiental
PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Monografia

Tratamento de Efluente de Laticínio em Reator de Leito Estruturado Aeróbio

por

Bianca Zamberlan Gonçalves

Monografia apresentada no dia 19 de junho de 2017 ao Curso Superior de


Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus
Londrina. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores
abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho
_____________________________________________________ (aprovado, aprovado
com restrições ou reprovado).

____________________________________
Prof. Dr. Ajadir Fazolo
(UTFPR)

____________________________________
Prof.Dra. Tatiane Cristina Dal Bosco
(UTFPR)

____________________________________
Profa. Dra. Kátia Valéria Marques Cardoso Prates
(UTFPR)
Orientador
__________________________________
Profa. Dra. Edilaine Regina Pereira
Responsável pelo TCC do Curso de Eng. Ambiental
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por possibilitar a realização de meus planos e sonhos, que


meu deu o dom da vida e a oportunidade de vivê-la, sem Você nada disso seria
possível.
A toda minha família que sempre esteve ao meu lado me apoiando, em especial
minha mãe Edlaine e meu pai José, que em todos esses anos me deram força e
coragem para continuar, que aguentaram minha tensão e mau humor, mas sempre me
confortaram com seus carinhos. Ao meu irmão Mathias, “gordo”, que me apoiou com
seu jeito único, me zoando e brincando das situações em que me estressava.
Ao meu cachorro Jimmy, que é meu grande amor e fiel escudeiro, pelas tantas
vezes que se deitou ao meu lado enquanto eu estudava, e com seu jeito peculiar sabia
quando eu mais precisava de carinho.
A minha orientadora Profa. Dra. Kátia Valéria Marques Cardoso Prates e Co-
orientador Profª. Msc Camila Zoe Correa, por confiarem em mim e no meu trabalho, por
toda disponibilidade, por repartirem seus conhecimentos e contribuirem para minha
formação.
Ao Prof. Dr. Ajadir Fazolo por me permitir trabalhar no Laboratório de Hidráulica
do Campus Londrina da UTFPR, e à Profa. Dra. Deize Dias Lopes por me abrir as portas
do laboratório de Saneamento e Hidráulica da UEL.
Em especial aos meus colegas de laboratório, Jaque, Vick, Edgar, Joyce e Mark,
por me aguentarem quase todos os dias, ouvirem minhas reclamações, pelos risos e
conversas, mas principalmente por toda ajuda com as análises e procedimentos
realizados. Vocês foram fundamentais em minha conquista. Obrigada pela amizade no
finalzinho do segundo tempo!
Aos meus amigos de infância, Mari Bosqui, Bá Valério e Igor Radigonda, por não
me criticarem toda vez que eu desmarcava nossos encontros por estar cansada e
estudando, por estarem ao meu lado todos esses anos, principalmente nos momentos
em que precisava relaxar e espairecer.
À família “Balada Louca”, por todos os momentos vividos nesse período de
graduação, por todo apoio e conselhos, risos e brigas (que foram muitas), pelas noites
intermináveis de estudo que eram recompensadas pelas eternas conversas e zoeiras,
pelas festas ou pelo simples momento que nos reuníamos apenas para estarmos
juntos. Muito obrigada pela amizade e pela maneira peculiar de cada um de me apoiar
e me fazer feliz! Amo vocês Ju Tiburcio, Fran Moraes, Isa Guizilini, ThaliPalaneli, Luiz
Leoachi, Dione Fraisoli e Fábio Kataoka japa.
As amizades que fiz quando menos esperava, Aline Benicio e Rafa Moser, que
estiveram ao meu lado desde então, me ajudando estudar e acreditar que eu era capaz.
A todos aqueles que contribuíram de alguma forma por esse momento, seja com
palavras ou um simples abraço de apoio, o meu muito obrigada!
RESUMO
GONÇALVES, B. Z.Tratamento de efluentes de laticínios em reator de leito
estruturado aeróbio. 2017. 51f. Monografia (Graduação) – Curso Superior em
Bacharelado de Engenharia Ambiental. Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Londrina, 2017.

O lançamento de efluentes gerados nas indústrias de laticínios em corpos hídricos sem


o correto tratamento, pode resultar em problemas ambientais e a saúde humana,
devido aos compostos nitrogenados e matéria orgânica nele presentes. Este trabalho
teve como objetivo principal avaliar o desempenho de um reator de leito estruturado
com fluxo contínuo operado sob aeração, na remoção de compostos nitrogenados e
matéria orgânica quando submetido a variações de carga orgânica volumétrica aplicada
(COVa).O reator utilizado possuía volume total de 2.650L e como material suporte foi
utilizado quatro estruturas cilíndricas de espumas de poliuretano, com 48 cm de altura e
1,5 cm de diâmetro. O sistema foi operado sob aeração contínua e Tempo de Detenção
Hidráulico (TDH)de 24h.O reator foi alimentado com efluente de laticínios proveniente
de uma indústria de laticínios situada no norte do Paraná. Foram realizadas análises
físico-químicas para determinação de:pH, alcalinidade, série de sólidos, N-amoniacal
(N-NH4+), nitrito(N-NO2-), nitrato(N-NO3-), sólidos totais(ST), nitrogênio Kjeldahl total
(NKT), demanda química de oxigênio total(DQOT) e filtrada (DQOF). No sistema foram
trabalhadas duas Fases, sendo estas com diferentes COVa: Fase I (0,3 KgDQO.m-3.d-1)
e Fase II (0,6 KgDQO.m-3.d-1). Na Fase I, para o pH os valores médiosobtidos foram de
7,2 afluente (Af) e 8,7 efluente (Ef),e7,0Af e 8,2Ef na Fase II. Para a alcalinidade na
Fase I obteve-se um valor médio de 517mg CaCO3.L-1Af e 494mg CaCO3.L-1 Ef, e na Fase
II de 625,6mg CaCO3.L-1 Af e 632,5 mg CaCO3.L-1 Ef. Os percentuais de remoção de NKT
foram em torno de 64,9% na Fase I e 72,6% na Fase II. Na Fase I o percentual de
remoção de DQOT foi de 90% e na Fase II de 94%, indicando pouca variabilidade com
relação à remoção de matéria orgânica. As eficiências de remoção para ST não foram
satisfatórios, sendo de 20% na Fase I e 15% na Fase II. Dos resultados conclui-se que
o sistema foi eficiente em termos de remoção de matéria orgânica e apesar dos
percentuais obtidos para remoção de nitrogênio não terem sido elevados, atendeu aos
parâmetros de lançamento exigido pela legislação. O teste de hipótese t-Student
aplicado aos percentuais de remoção de NKT, nitrogênio total NT, DQOT e ST obtidos
nas duas fases trabalhadas, mostrou que não houve diferença significativa entre elas,
ao nível de 5%, indicando que a variação de COVa não influenciou na remoção destes
constituintes, o que indica pouca variação no comportamento do sistema.

Palavras-Chave: Nitrificação, desnitrificação e material suporte.


ABSTRACT
GONÇALVES,B.Z. Treatment of dairy effluents in aerobic structured bed reactor.
51f. Monograph (Graduation) – Degree in Environmental Engineering. Federal
Technologicalof Paraná, Londrina, 2017.

The release of effluents generated in the dairy industry in water bodies without proper
treatment can result in environmental problems and human health, due to the nitrogen
compounds and organic matter present in them. The main objective of this work was to
evaluate the performance of a continuous flow structured bed reactor operated under
aeration, in the removal of nitrogen compounds and organic matter when subjected to
variations in organic volumetric load applied (COVa). The reactor used had a total
volume of 2.650L and as support material was used four cylindrical structures of
polyurethane foams, 48 cm high and 1.5 cm in diameter. The system was operated
under continuous aeration and 24h Hydraulic Detention Time (TDH). The reactor was
fed dairy effluent from a dairy industry located in the north of Paraná. The results of the
study were: pH, alkalinity, N-ammoniacal (N-NH4+), nitrite (NO2-), nitrate (NO3-), total
solids, Total Kjeldahl (NKT), total chemical oxygen demand (DQO T) and filtered (DQOF).
In the system two Phases were worked, being these with different COVa: Phase I (0.3
KgDQO.m-3.d-1) and Phase II (0.6 KgDQO.m-3.d-1). In Phase I, for pH, the mean values
obtained were 7.2 tributary (Af) and 8.7 effluent (Ef), e7,0Af and 8.2Ef in Phase II. For
the alkalinity in Phase I an average value of 517 mg CaCO3.L-1 Af and 494 mg
CaCO3.L-1 Ef, and in Phase II 625.6 mg CaCO3.L-1 Af and 632.5 mg CaCO3.L-1. The
percentages of NKT removal were around 64.9% in Phase I and 72.6% in Phase II. In
Phase I the percentage of removal of DQOT was 90% and in Phase II of 94%, indicating
little variability in relation to the removal of organic matter. The removal efficiencies for
ST were not satisfactory, being 20% in Phase I and 15% in Phase II. From the results it
was concluded that the system was efficient in terms of removal of organic matter and
although the percentages obtained for nitrogen removal were not high, it met the launch
parameters required by the legislation. The t-Student hypothesis test applied to the
percentages of NKT removal, total nitrogen NT, DQOT and ST obtained in the two
phases worked showed that there was no significant difference between them at the 5%
level, indicating that the COVa variation did not Influenced the removal of these
constituents, which indicates little variation in the behavior of the system.

Key Words: Nitrification, denitrification and support material.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma do processo produtivo da indústria de laticínios. ....................... 13

Figura 2 - Ciclo convencional do nitrogênio. .................................................................. 19

Figura 3 -Ilustração do sistema de tratamento utilizado. ............................................... 25

Figura 4- Gráfico com os valores de Ph afluente (af) e efluente (ef) ao sistema de


tratamento. ..................................................................................................................... 32

Figura 5 - Gráfico com os resultados de alcalinidade afluente (af) e efluente (ef). ........ 32

Figura 6 - Gráfico da concentração de NKT (af) e efluente (ef) ao sistema tratamento,


junto com eficiência de remoção. ................................................................................... 34

Figura 7 - Gráfico da concentração de DQOf afluente (Af) e efluente (ef), juntamente


com seu respectivo percentual de remoção no sistema de tratamento. ......................... 39

Figura 8 - Gráfico da concentração de DQOf afluente (Af) e efluente (ef), juntamente


com seu respectivo percentual de remoção no sistema de tratamento. ......................... 40

Figura 9 - Gráfico da concentração de ST, afluente (Af) e efluente (ef), juntamente com
seu respectivo percentual de remoção no sistema de tratamento. ................................ 41
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9
2.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 11
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................... 11
3. REFERENCIALTEÓRICO.......................................................................................... 12
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS NO BRASIL E NO PARANÁ 12
3.2 PROCESSOS PRODUTIVOS DAS INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS.......................... 13
3.3 OS EFLUENTES DE LATICÍNIOS ............................................................................ 14
3.3.1 Tratamentos aplicados aos efluentes gerados na indústria de laticínios ............... 16
3.4NITROGÊNIO............................................................................................................ 18
3.4.1 Processo biológico de remoção de nitrogênio: Nitrificação e desnitrificação ........ 18
3.4.1.1 Remoção biológica de nitrogênio em sistemas de tratamento ........................... 20
3.5 REATOR VERTICAL DE FLUXO CONTÍNUO DE LEITO ESTRUTURADO ............. 22
4. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 24
4.1 EFLUENTE ............................................................................................................... 24
4.2 INSTALAÇÃO EXPERIMENTAL .............................................................................. 24
4.3 INÓCULO E FASE DE ADAPTAÇÃO DO SISTEMA ................................................. 25
4.4 FASES EXPERIMENTAIS ........................................................................................ 26
4.5 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS ................................................................................ 26
4.6 ANÁLISE ESTÁTISTICA........................................................................................... 28
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 29
5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE ....................................................................... 29
5.2 FASE DE ADAPTAÇÃO DO SISTEMA ..................................................................... 30
5.3 FASES DE OPERAÇÃO: PH E ALCALINIDADE ...................................................... 31
5.4 REMOÇÃO DE NITROGÊNIO .................................................................................. 34
5.5 REMOÇÃO DE DQO E SÓLIDOS TOTAIS (ST) ....................................................... 38
6.CONCLUSÃO ............................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 44
9

1. INTRODUÇÃO

A indústria de laticínios representa uma atividade de grande importância na


economia brasileira e mundial, sendo o Brasil um dos maiores produtores de leite e
derivados, ocupando a quarta posição no ranking mundial e podendo se tornar um dos
maiores exportadores desses produtos em razão da disponibilidade de água e solo, e
ao custo de produção competitivo (IBGE, 2015).
As indústrias processadoras de leite mesmo participando de um setor
economicamente e socialmente importante no país, também podem ser responsáveis
por causarem impactos ambientais, já que podem contribuir significativamente com a
poluição hídrica, quando lançam seus efluentes sem tratamento adequado.
No passado as indústrias do ramo tinham a atenção somente para a produção e
lucro, porém, devido à sua representatividade na economia brasileira e o surgimento de
legislações ambientais específicas, surgiu a necessidade de se buscar novas
tecnologias viáveis e implantar técnicas adequadas à realidade do país, diminuindo os
riscos e contaminação ambiental e ao mesmo tempo proporcionando baixo custo de
implantação e operação (SILVA, 2009; DOMINGUES et al.,1999).
Buscando soluções para esse desafio, os sistemas de tratamento biológico
surgem como uma opção bem vista, trazendo resultados satisfatórios em termos de
remoção de matéria orgânica e nutrientes (ANDRADRE, 2011; SILVA 2013).
Dentre os sistemas de tratamento biológico um dos modelos de reatores que
vem sendo utilizado e obtendo percentuais elevados de remoção de matéria orgânica e
nitrogênio é o reator de leito estruturado. A primeira configuração deste sistema foi
desenvolvida em 2007, sendo empregada no tratamento de efluentes sanitários
sintéticos, porém atualmente vem sendo desenvolvidas várias pesquisas empregando
este modelo de reator no tratamento de diferentes efluentes (MORETTO, 2012;
BARANA et al., 2013; SANTOS et al., 2015).
Ao levar em consideração os resultados apresentados com a utilização do
reator de leito estruturado de fluxo contínuo em relação à remoção de matéria orgânica
e nitrogênio, a operação de um reator com esta configuração sob condições aeróbias
10

pode ser apontada como uma tecnologia a ser estudada como uma alternativa ao
tratamento de efluentes gerados na indústria de laticínios.
Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho de um
reator de leito estruturado de fluxo contínuo, operado com aeração contínua no
tratamento de efluentes de laticínios.
11

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar o desempenho de um reator de leito estruturado de fluxo contínuo,


quando submetido a variações de carga, sob condições aeróbias, aplicado ao
tratamento de efluente gerado na indústria de laticínios.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Avaliar o percentual de remoção de matéria orgânica e nitrogênio em um


reator de leito estruturado, quando submetido a variações de carga orgânica
volumétrica aplicada (COVa).
• Verificar a influência das variações de COVa no pH e alcalinidade do
efluente.
• Avaliar a influência das variações de COVa na remoção de sólidos totais
(ST) do efluente estudado.
12

3. REFERENCIALTEÓRICO

3.1CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS NO BRASIL E NO PARANÁ

A pecuária de leite e seus derivados desempenham um papel significativo na


economia brasileira, sendo relevante no suprimento de alimentos e na geração de
empregos para a população. O leite está entre os seis produtos mais importantes da
agropecuária do Brasil (EMBRAPA, 2010).
Nas décadas de 1990 e 2000, a produção nacional de leite teve um crescimento
de 37%, sendo o Estado de Goiás o que mais cresceu, com 105%. Em 2015, a
produção de leite foi estimada em 34 bilhões de litros.De acordo com o Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture - USDA), o
Brasil ocupou a quarta posição no ranking mundial de produção de leite no mesmo ano,
sendo a região com a maior produção do país, a região Sul, com 34,7% da produção
nacional (IBGE, 2015).
Os Estados da Região Sul têm alguns aspectos benéficos para o sucesso desta
atividade, como: pastagens de qualidade, clima ameno, rebanhos de genética de ponta,
produção agrícola em larga escala, produtores capacitados, povos que trazem em sua
cultura a experiência na criação do gado leiteiro, entre outros (SEAB/ DERAL, 2014).
O Paraná é tradicionalmente um estado produtor de leite. O interesse pelo ramo
veio de herança da população europeia que se firmou no estado, consolidado pela
estrutura fundiária, onde a prevalência de pequenas propriedades é marcante (FAEP,
2008).
O segmento de laticínios paranaense conta com 206 estabelecimentos
industriais formais. A maioria, 108 deles (41%), possuem o Serviço de Inspeção Federal
(SIF); 86 deles (32%) trabalham com o Serviço de Inspeção Estadual (SIP) e os
restantes 71 laticínios (27%), tem o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) (SEAB/
DERAL, 2014).
13

3.2PROCESSOS PRODUTIVOS DAS INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS

As indústrias de laticínios englobam grande número de operações e atividades,


que variam em função dos produtos a serem obtidos. No entanto, algumas dessas
operações são comuns a todos os processos produtivos, como: recepção do leite e
ingredientes, processamento, clarificação, tratamento térmico, elaboração de produtos,
envase e embalagem, armazenamento e expedição (Figura 1).

Figura 1 - Fluxograma do processo produtivo da indústria de laticínios.

Fonte: Autoria própria (2017).


14

Quando se tratada da produção de queijos, requeijão cremoso e iogurtes, o leite


passa por tratamentos específicos. Para produzir o queijo, o leite pré-tratado passa por
processos de coagulação através de enzimas. A emulsão do leite é quebrada e duas
fases são obtidas, uma sólida (coalhada) e outra líquida (soro de leite). A coalhada é
cortada, enformada, prensada e, por fim, passa por processos de secagem e
maturação (DRUNKLER, 2009).
O requeijão cremoso é um tipo de queijo que se originou no Brasil. Sua
produção se dá através da coagulação do leite, posteriormente pelo corte, aquecimento
e dessoragem (retirada em torno de 30% do soro) da coalhada. Após a fermentação e a
pesagem da massa, são adicionados ingredientes para a fundição da mesma. Após
concluir o processo de fundição da massa, o requeijão está pronto (SILVA et al., 2015).
Basicamente, a produção de iogurte consiste na inoculação de bactérias
Lactobacillus bulgaricuse Streptococcus thermophilus no leite homogeneizado e na
promoção da fermentação, normalmente em temperaturas próximas a 40ºC. Os ácidos
orgânicos formados são responsáveis pela coagulação do leite. Podem ser adicionados
outros ingredientes, como açúcar e frutas (RODAS et al., 2001).

3.3 OS EFLUENTES DE LATICÍNIOS

Os resíduos líquidos industriais são oriundos de diversas atividades


desenvolvidas ao longo do processo de produção e, no caso da indústria de laticínios,
em muitos casos abrangem também os esgotos sanitários gerados e as águas pluviais
captadas (CASTRO, 2007). A variabilidade das características dos efluentes gerados é
grande, tanto entre diferentes fábricas quanto entre diferentes períodos em uma mesma
indústria (CARAWAN et al., 1979). Este efluente pode ser composto por leite e
derivados líquidos, material sólido, substâncias graxas, detergentes e desinfetantes,
sendo caracterizado pelos seus altos teores de matéria orgânica (BRAILE e
CAVALCANTI, 1993).
De acordo com Maganha (2006) os principais pontos de geração de efluentes
industriais são: lavagem e limpeza dos produtos remanescentes, máquinas e
15

equipamentos envolvidos na produção, derramamentos, vazamentos, operações


deficientes de equipamentos, perdas no processo, descarte de produtos, tais como soro
ou leite ácido.
Os efluentes da indústria de laticínio apresentam elevadas cargas orgânicas e
nitrogenadas, com concentrações de Demanda Química de Oxigênio (DQO) entre 3000
a 6000 mg.L-1 e de Nitrogênio (Nitrogênio Kjeldahl Total -NKT) entre 15 a 180 mg.L-1.
Avaliando apenas estes contaminantes, constata-se que caso este efluente for lançado
aos mananciais hídricos sem tratamento, o mesmo acarretará um grande prejuízo ao
meio ambiente (MACHADO et al., 2002; FERREIRA, 2007).
Na Tabela 1 são apresentadas faixas de valores de alguns parâmetros físico-
químicos típicos encontrados em efluentes de laticínios.

Tabela 1: Valores de parâmetros físico-químicos típicos de efluentes de laticínios.


Faixa de Variação
Parâmetros
(1) (2)
Sólidos Suspensos Voláteis 24- 5700mg.L-1 100 – 1000 mg.L-1
Sólidos Suspensos Totais 135 – 8500 mg.L-1 100 – 2000 mg.L-1
DQO 500 – 4500 mg.L-1 6000 mg.L-1
Demanda Qúmica de Oxigênio (DBO5) 450 – 4790 mg.L -1
4000 mg.L-1
Proteína 210 – 560 mg.L -1
ND
Gorduras/ Óleos e graxas 35 – 500 mg.L-1 95 – 550 mg.L-1
Carboidratos 252 – 931 mg.L-1 ND
Amônia – N 10 – 100 mg.L-1 ND
Nitrogênio (NKT) 15 – 180 mg.L -1
116 mg.L-1
Fósforo 20 – 250 mg.L -1
0,1 – 46 mg.L-1
Sódio 60 – 807 mg.L -1
ND
Cloretos 48 – 469 mg.L-1 ND
Cálcio 57 – 112 mg.L-1 ND
Magnésio 22 – 49 mg.L-1 ND
pH 5,3 - 9,4 1 -12
Temperatura 12 – 40ºC 20 – 30ºC
Fontes: (1) Environment Agency of England and Wales, 2000 – European Commission– IPPC (2006), (2)
ABIQ apud Machado et al. (2002)

O efluente de laticínios é composto principalmente por proteínas, dentre as


quais se ressaltam a caseína; carboidratos, principalmente lactose; gorduras, sólidos
suspensos, nitrogênio, fósforo e alguns poluentes inorgânicos (BRITZ et al., 2008).
16

A lactose e as proteínas são consideradas facilmente biodegradáveis, embora


algumas proteínas presentes no leite, como a caseína, sejam mais resistentes ao
tratamento biológico (ORHON et al., 1992).

3.3.1 Tratamentos aplicados aos efluentes gerados na indústria de laticínios

Em função da grande quantidade de matéria orgânica biodegradável presente


na constituição das águas residuárias de laticínios, o tratamento normalmente utilizado
é do tipo biológico, por ser considerado eficiente para a maioria dos poluentes e reduzir
consideravelmente o níveis de matéria orgânica (CENTURIÓN & GUNTHER, 1976;
VON SPERLING, 1994). Dentre estes processos os mais utilizados são o tratamento
aeróbio (lodos ativados, reatores em bateladas, tratamento em lagoas, membranas) e o
tratamento anaeróbio (reatores de manta de lodo, reatores em batelada e filtros).
O tratamento biológico com aeração contínua é uma técnica aeróbica que utiliza
bombas de aeração para a produção de oxigênio no sistema, com a finalidade de obter
mais rapidamente e melhores condições para a estabilização da matéria orgânica
biodegradável (CENTURIÓN & GUNTHER, 1976).
Silva e Eyng (2013) ao comparar métodos de tratamento como biofiltro, e um
sistema convencional de lagoas aeróbias, verificaram que o sistema de biofiltro
apresentou maior remoção de todos os parâmetros analisados, sendo eles DBO, DQO,
pH, óleos, graxas e sólidos sedimentáveis. Nas análises de pH e DBO das amostras
retiradas do biofiltro, todas se apresentaram dentro dos padrões estabelecidos pelo
Código Estadual de Meio Ambiente-SC, assim como os óleos e graxas, disciplinados
pela Resolução CONAMA nº 357/05.
Pokrywieckietal. (2013) ao avaliarem a eficiência de uma estação de tratamento
para efluentes gerados na indústria de laticínios, usando métodos convencionais de
processos anaeróbios e aeróbios, obteve um desempenho satisfatório para o sistema,
conseguindo remoção de poluentes, remoção de DQO de 94% e DBO de 90%, quando
os mesmo obtinham valores médios de 2267,25 mg.L-1 e 972,37 mg.L-1,
respectivamente, bem como uma redução significativa nos valores médios de pH,sendo
seu valor médio final de 8,12.
17

Al-Shammari (2015) trabalhando com um sistema de tratamento biológico, com


inserção de pó de carvão ativado (PAC) e sistema de microfiltração de membrana
submersa (CMF-S), obteve eficiências médias de remoção do sistema total de 98,8%
de DBO, 92,5% de DQO e 96,7%de sólidos totais dissolvidos, sendo que as análises
químicas realizadas no efluente tratado, revelaram melhoria significativa na qualidade
do mesmo, podendo ser considerado seguro para uso humano de forma indireta.
Ince (1998) avaliando o desempenho de um biofiltro anaeróbio de fluxo
ascendente no tratamento de efluente da indústria de laticínios, obteve um percentual
de remoção de 85% de DQO, 90% de remoção de DBO e remoção de carga orgânica
de 6 Kg DQO/ m.d, operando o sistema com um Tempo de Detenção Hidráulico (TDH)
de 20 horas, por um período de 3 meses.
Anderson et al. (1994) comparando as eficiências associadas a utilização de
materiais porosos e não porosos em dois filtros anaeróbios operados sob temperaturas
médias, no tratamento de efluentes de laticínios, obteve que o biofiltro com material
suporte poroso operou estavelmente com aplicações de elevadas cargas orgânicas
volumétricas – até 21 Kg DQO/m3.d, o que indica a estabilidade no sistema quando
operado com material suporte poroso.
Campos et al. (2004) avaliaram a eficiência de um reator de manta de lodo
(UASB), tratando efluente de laticínio (DQO média de 2500 mg.L-1) sob diferentes
cargas orgânicas aplicadas, o que resultou na aplicação de diferentes TDH no reator.
Os autores trabalharam com quatro TDH(s): 12, 20, 18 e 16h, com uma carga orgânica
biológica (COB) inicial de 0,054 KgDBO.KgSVT-1.d-1. O reator apresentou eficiências de
24%, 43%, 52% e39%, na remoção de DQOT, e 22%, 22%, 17% e 17% na remoção de
sólidos totais para os respectivos TDH(s) aplicados. Os melhores resultados do reator
UASB na remoção de matéria orgânica foram obtidos com os TDH (s) de 20 e 18 horas.
Nas condições de temperatura, carga orgânica volumétrica (COV) e TDH aplicados, o
reator demonstrou boas condições de tamponamento, sendo desnecessária a correção
do pH, o que significa minimização de custos.
18

3.4 NITROGÊNIO

O nitrogênio é fundamental para o desenvolvimento de microrganismos,


animais e plantas, sendo considerado um importante elemento na síntese de proteínas.
Sua quantidade nas águas residuárias conta como avaliação de tratamento de um
efluente por processo biológico (METCALF; EDDY, 2003).
Na atmosfera representa 78% do total, em massa, apesar disso, somente
alguns tipos de fungos, bactérias e algas possuem a capacidade especializada de
assimilar diretamente o nitrogênio elementar (N2) e convertê-lo de forma que possa ser
utilizado por organismos superiores, que realizam a síntese de proteínas e compostos
orgânicos nitrogenados (HENRY&HEINKE, 1995).
O excesso de nitrogênio em um corpo d’água ocasiona mudanças em sua
qualidade, bem como alterações na diversidade de espécies, mudança de pH, floração
de cianobactérias, produção de toxinas e até pode levar a eutrofização (EPA, 1993;
CALIJURI et al., 2006), além de ser capaz de causar sérios problemas a saúde
humana, estando associado a doenças como a meta-hemoglobina, quando em forma
de nitrato na água (VON SPERLING, 2002). Sendo assim, é necessário a remoção
deste constituinte de efluentes, antes do lançamento dos mesmos em corpos hídricos.

3.4.1 Processo biológico de remoção de nitrogênio: Nitrificação e desnitrificação

Dentre os processos conhecidos para a remoção de compostos nitrogenados, o


tratamento biológico é a alternativa tecnológica mais usual, já que se adapta melhor à
realidade ambiental e econômica. Entre os tratamentos biológicos existentes, o
baseado no processo de nitrificação e desnitrificação convencional, são normalmente
os mais utilizados (EPA, 1993; PHILIPS, 2008).
A primeira etapa do processo de remoção biológica de nitrogênio, pelo
tratamento convencional, é chamada de nitrificação. Este processo consiste na
19

oxidação da amônia (NH4+) a nitrito (NO2-), e posteriormente a nitrato (NO3-), como


mostra Figura 2 (METCALF & EDDY, 2003).

Figura 2 - Ciclo convencional do nitrogênio.

Fonte: Autoria própria (2017).

A nitritação é a oxidação da NH4+a NO2- por meio da ação bioquímica de


bactérias como as do gênero Nitrossomonas. Já o processo de oxidação de nitrito para
nitrato é chamado de nitratação, e é realizado geralmente por bactérias do gênero
Nitrobacter. Ambos os gêneros de bactérias citadas são autotróficas aeróbias, ou seja,
somente desenvolvem atividade bioquímica ao consumirem dióxido de carbono como
fonte de carbono e utilizar como receptor final de elétrons o oxigênio (VAN HAANDEL e
MARAIS 1999; MORETTO, 2014).
Alguns fatores intervêm no processo da nitrificação, como por exemplo, a
temperatura, sendo a faixa ótima para este processo de 25ºC a 36ºC. Em temperaturas
de 15ºC, 10ºC e 5 ºC, a nitrificação sofre uma queda de 50%, 80% e 100%
respectivamente. O valor de pH ótimo estabelecido está na faixa de 7,5 a 8, embora os
microrganismos nitrificantes possam ser ativos na faixa de 5,0 a 8,5. A concentração de
oxigênio dissolvido é de 2,0 mg.L-1, visto que em valores abaixo de 0,5 mg.L-1 o
processo pode até cessar. Outro fator que exerce influência direta no crescimento das
bactérias,é a presença de substâncias tóxicas ou inibidoras como os compostos de
20

enxofre, fenóis e cianetos (SHARMA; AHLERT, 1977; SHAMMAS, 1986; HENZE et al.,
2001;VON SPERLING, 2002).
Após o processo de nitrificação, na ausência de oxigênio dissolvido no meio,
pode ocorrer o processo de desnitrificação convencional. A desnitrificação convencional
é um processo em que as bactérias convertem NO2- e NO3- para nitrogênio na forma de
gás (N2). Esse processo normalmente é realizado por bactérias facultativas
heterotróficas, caracterizando um processo em meio anóxico já que utilizam NO2- e NO3-
como aceptores de elétrons, na ausência de oxigênio (O’LEARY et al., 1994;
SCHIERHOLT NETO, 2007).
Condições ambientais como temperatura e pH também interferem no processo
de desnitrificação, sendo a faixa de pH ótimo para este processo entre 6,5 e 8,0, e
temperatura de 20ºC e 35ºC. Para valores fora dessa faixa, a velocidade de
desnitrificação diminui consideravelmente (VAN HAANDEL e MARAIS, 1999).

3.4.1.1 Remoção biológica de nitrogênio em sistemas de tratamento

Como já citado, o excesso de nitrogênio é prejudicial à saúde e ao meio


ambiente, sendo necessário um processo de remoção deste nos sistemas de
tratamento de efluentes.
Philips (2008) utilizou um reator de biodiscos rotativos com o objetivo de avaliar a
remoção de nitrogênio em efluente sintético. O sistema era composto por três reatores
de biodiscos independentes, sendo os materiais suportes, cloreto de polivinila (PVC),
poliestireno (PS) e poliuretano (PU). Para os reatores de PVC e PS foram aplicadas
cargas de 519 a 6670 mg N-NH4+.m-2.d-1, e para o de PU variaram de 1206 até 8280
mg N-NH4+.m-2.d-1. O autor obteve remoção de nitrogênio de 29% para os três reatores
na carga mais baixa aplicada e sob condições completamente aeróbias. O maior
percentual de remoção de nitrogênio encontrado pelo autor foi de 50%, sendo este
encontrado no sistema operado com PU e correspondendo a 3340mg N-NH4+.m-2.d-1.
21

Souza (2011) avaliou a eficiência de remoção de Carbono Orgânico Total (COT),


NTK e nitrogênio amoniacal (N-NH4+) de um efluente de curtume, com o uso de um
reator biológico de desnitrificação anóxica e um reator biológico aerado. O autor
constatou que houve redução progressiva na eficiência de remoção de COT, NTK, N-
NH4+com o passar do tempo de processo, sendo que nos primeiros dias a remoção de
COT foi em torno de 80%, mas no decorrer do tempo se estabilizou com 20%, o mesmo
aconteceu para NTK e N-NH4+,ambos em torno de 35% e diminuindo com o tempo. O
autor acredita que estes resultados são explicados pela dificuldade de adaptação do
lodo ao efluente, devido aos agentes inibidores bacterianos e enzimáticos presentes
nos resíduos oriundos do processo de curtume trabalhado.
Mendonça (2002) analisou o desempenho de um sistema combinado por um
reator anaeróbio de leito expandido seguido por um sistema de lodos ativados, no
tratamento de esgoto sanitário. A remoção de DQOT (Total) e DQOF (filtrada) no sistema
analisado foi de 82% e 80%, respectivamente, para nitrogênio total (NT) a eficiência foi
de 65% e para fósforo 35%. Segundo o autor a maior remoção de NT ocorreu no reator
anaeróbio, devido à formação de gases nitrogenados e/ou à assimilação bacteriana.
Kitamura e Azevedo (2014) avaliaram o desempenho de um reator de leito
estruturado e fluxo contínuo, com aeração constante e recirculação do efluente,
tratando esgoto sanitário. O material suporte utilizado no reator foi espuma de
poliuretano cilíndricas e o sistema foi operado em 4 fases com TDH de 16h, 22h, 18h e
24h. Na fase 2 (TDH = 22h ) ocorreram as melhores eficiências para DQOT e DQOF,
sendo estas de86±9 e 60±14%,respectivamente. Para nitrificação, a melhor eficiência
ocorreu na fase 4 (TDH = 24 h), com eficiências de remoção de NKT de 92±15% e N-
amoniacal de 86±19%.
Wolff (2005) investigou o desempenho de reatores híbridos de leito móvel
agitado na remoção de carbono e nitrogênio, no tratamento de esgoto sanitário, com
aeração a cada 45 minutos e dois materiais suporte, P4 (plástico reciclado) e P5
(polietileno), as cargas volumétricas médias aplicadas foram de 0,16 kgNTK/m 3 dia e
1,0 kgDQO/m3 dia (suporte P4); e 0,15 kgNTK/m3 e 0,9 kgDQO/m3 dia (suporte P5). A
remoção média de nitrogênio para suporte P4 foi de 95% e para suporte P5 73%, já
para DQOF e DQOT foram 89% e 73% para P4, respectivamente, 91% e 79% para P5.
22

O autor observou que houve a influência do material suporte na eficiência de remoção


de nitrogênio, pois a atividade autotrófica foi principalmente ligada à biomassa fixa.
Nocko (2008) estudou o comportamento de um reator biológico de leito móvel,
contínuo, operado sob aeração intermitente e alimentado com água residuária sintética,
para a remoção conjunta de matéria orgânica e nitrogênio. O experimento ocorreu em
duas etapas, na primeira utilizou-se anéis plásticos como material suporte, onde o autor
encontrou eficiências de remoção de nitrogênio muito baixas. Na segunda fase, o
material suporte utilizado foi espuma de poliuretano inoculada com lodo aeróbio de
estação de tratamento de águas residuárias. Nesta segunda fase o autor obteve
eficiência de remoção de DQO superior a 85% e remoção de nitrogênio de
aproximadamente 55%. O autor observou que a biomassa responsável pela nitrificação
e desnitrificação predominou no meio suporte.

3.5REATOR VERTICAL DE FLUXO CONTÍNUO DE LEITO ESTRUTURADO

Os reatores com biomassa em suspensão e imobilizada, como os reatores de


leito estruturado são uma alternativa relevante quando aplicados a sistemas de
tratamentos de efluentes, pois apresentam elevados tempos de retenção celular,
mesmo operando com baixos tempos de detenção hidráulica, levando a um maior
desempenho e estabilidade do sistema (SARTI et al, 2001).
Moura (2011) avaliando o desempenho de um reator de leito estruturado e fluxo
contínuo, sob diferentes condições operacionais como aeração intermitente e
recirculação do efluente, na remoção biológica de carbono e nitrogênio de uma água
residuária sintética, obteve percentuais de remoção de N-total de 82% e DQO de 89%,
quando o reator foi operado em TDH de 12 h.
Santos (2014) avaliou a influência da relação C/N e da fonte de carbono no
processo de nitrificação e desnitrificação simultâneas em reator de fluxo contínuo e leito
estruturado. A eficiência média de remoção de DQO foi acima de 90% e de N-total
84,6% com relação C/N de 2,9. As velocidades de nitrificação e desnitrificação obtidas
23

nos ensaios cinéticos foram similares para as duas fontes de carbono e para as
relações C/N estudadas, reforçando a ideia de que a configuração de reator utilizada,
aliada às adequadas condições operacionais, permitiu a remoção concomitante de
matéria carbonácea e nitrogenada.
Moura (2014) estudou o desempenho de um reator de leito estruturado
submetido à aeração intermitente (LEAI) na remoção de matéria orgânica e nitrogênio
de esgoto sanitário, em diferentes TDH(s): 12h, 10h e 8h. Como resultado obteve valor
médio de remoção de 80% de N-total e DQO superior a 90%. Já os resultados da
atividade nitrificante e desnitrificante foram condizentes com valores encontrados na
literatura para sistemas que operam com remoção simultânea de matéria orgânica e
nitrogênio, considerando o reator LEAI uma alternativa viável.
Moretto (2014) trabalhando com um sistema de reatores um anaeróbio de leito
estruturado e outro aeróbio de leito móvel, para a remoção de matéria orgânica e
nitrogênio de efluente da indústria de produção de ração animal, operado com TDH de
4,85, 3,0, 1,5, e 1,0, obteve percentuais de remoção de DQO acima de 60% em todas
as fases e de nitrogênio total acima de 50%.
Wosiack et al. (2015) também avaliaram a remoção de DQO e nitrogênio de
águas residuárias de uma fábrica de rações, seu sistema composto por reator
anaeróbio de leito estruturado sob aeração intermitente mostrou-se eficiente. Para a
remoção de DQO atingiu 85% de eficiência quando operado com 150 min de aeração,
com ciclo total de 180 min.
Correa et al. (2016) utilizando um reator de leito estruturado operado com
aeração intermitente (4h aerando/ 2h não aerando), com TDH de 16 h, tratando esgoto
sanitário advindo de uma estação de tratamento de esgoto, com DQOT média de
367±152 mg.L-1 e NKT médio de 86±5mg.L-1, computou percentuais médio de remoção
de DQO 88±4% e NKT 72±6%, indicando potencial para utilização deste tipo de sistema
para o tratamento de outros tipos de efluentes.
Do exposto observa-se que o reator de leito estruturado apresenta potencial
elevado para o tratamento biológico de efluentes, porém ainda existem muitos estudos
que podem ser feitos em relação a este tipo de sistema, principalmente em relação à
aplicação de elevadas cargas orgânicas a este reator.
24

4.MATERIAL E MÉTODOS

4.1 EFLUENTE

O efluente utilizado durante a fase experimental foi proveniente de uma


indústria de laticínios, situada no norte do Paraná. A indústria em questão trabalha com
a produção de leite, queijo e iogurte.
A coleta do efluente foi realizada após o flotador para não ocorrer problemas
com gorduras, com intervalos semanais (7 dias), sendo o efluente coletado
acondicionado em galões e armazenado em geladeira (4ºC) para sua preservação, até
o momento da sua utilização.

4.2 INSTALAÇÃO EXPERIMENTAL

O sistema de tratamento, em escala de bancada, foi composto por um reator


construído em acrílico, de formato cilíndrico, com um volume total de 2,650 L. No seu
interior foram acondicionadas quatro estruturas cilíndricas de poliuretano,que juntas
ocuparam 20% do volume útil do reator (Figura 3). .
O efluente foi alimentado no reator por meio de uma bomba de deslocamento
positivo da marca ProMinente modelo GALA, com vazão de 0,11 L.h-1. O TDH utilizado
durante toda a operação do reator foi de 24 horas.
Para fornecer oxigênio ao sistema foi utilizada uma bomba de aeração, ligada a
uma pedra porosa, que foi acondicionada no fundo do reator. A bomba de aeração
ficava ligada durante 24 horas.
O reator operou sem controle de temperatura, ou seja, a temperatura ambiente.
25

Figura 3- Ilustração do sistema de tratamento utilizado.

Legenda: A- Reservatório de entrada; B- Bomba de alimentação; C- Material suporte; D – Reator


de Leito Estruturado; E – Saída do efluente; F- Reservatório de saída do efluente tratado; G-
Bomba de aeração.
Fonte: Autoria própria (2017).

4.3 INÓCULO E FASE DE ADAPTAÇÃO DO SISTEMA

Para dar partida ao sistema foi utilizado um inóculo proveniente de um sistema


de tratamento aeróbio (lodos ativados), de uma indústria de laticínios. Após a coleta
este foi colocado no reator, de forma a ocupar cerca de 10% do volume útil deste (cerca
de 200 mL), como indicado por Van Haandel e Lettinga (1994). Após a inserção do
lodo, as estruturas cilíndricas de poliuretano foram colocadas no reator, e este foi
preenchido com o efluente coletado na indústria de laticínios diluído a uma razão de
1/2, para favorecer o desenvolvimento dos organismos nitrificantes.
O reator ficou operando por cerca de 14 dias com aeração contínua e em
bateladas, sendo alimentado com o efluente de laticínios diluído (1/2), com TDH de 24
26

horas. Após este período foi ligada a bomba de alimentação ao sistema e este começou
a ser operado em fluxo contínuo.

4.4 FASES EXPERIMENTAIS

Foram trabalhadas 2 fases experimentais no reator, sendo estas com diferentes


valores de cargas orgânicas volumétricas aplicada (COV), como apresentado
noTabela2.

Quadro 1 - Variações de Carga Orgânica Volumétrica aplicada (COV) ao reator de leito


estruturado nas diferentes fases trabalhadas.
COV Tempo de operação
Fase TDH (h)
(kgDQOT/m³.dia) (dias)
I 24 0,3 21
II 24 0,6 34
Fonte: Autoria própria (2017).

4.5 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS

O monitoramento do sistema foi realizado por meio de análises físico-químicas


do afluente e efluente ao sistema de tratamento. As análises realizadas, bem como
suas frequências e metodologias encontram-se dispostas no Quadro 2. As análises de
pH, alcalinidade,DQO, Sólidos Totais e N-NH4+ foram realizadas no laboratório de
Hidráulica da UTFPR – Campus Londrina, já as análises de N-NO2-, N-NO3-e Nitrogênio
Kjeldhl Total- NKT foram realizados no laboratório de Hidráulica e Saneamento da UEL.
27

Quadro 2 -Análises físico-químicas realizadas no afluente e efluente ao sistema de tratamento.

Frequência (vezes na semana)


Análise/unidade Metodologia
Afluente Efluente

pH 5 4500-H+ B

Alcalinidade (mg CaCO3.L-1) 5 2320 B

Demanda Química de Oxigênio


3 5220 D
Total (DQOT) (mg.L-1)

Demanda Química de Oxigênio


2 5220 D
Filtrada (DQOF) (mg.L-1)

Sólidos Totais (ST) (mg.L-1) 2 2540 A-E

N-amoniacal (mg.L-1) 2 4500-NH3 B/C

Nitrito N-NO2 (mg.N.L-1) ND 2 4500-NH3 B – FIA

Nitrato N-NO3- (mg.N.L-1) ND 2 4500-NH3 B – FIA

Nitrogênio Kjeldhl Total (NKT) 2


4500-Norg/ 4500-NH3
(mg.L-1) C Kjeldhl
Nota: Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012),
Fonte: Autoria própria (2017).

4.6 CÁLCULO DAS EFICIÊNCIAS

As eficiências de remoção de NKT e DQO foram calculadas levando em


consideração os valores afluente e efluente. Para a eficiência de remoção de Nitrogênio
Total (NT) e percentual de desnitrificação, utilizou-se as equações propostas no
trabalho de Barana et al. (2013) - Equação 1 e Equação 2, fazendo apenas uma
modificação na Equação 2, onde ao invés de se utilizar a concentração de N-NH4+,
utilizou-se a concentração de concentração de NKT.
28

(𝑁𝐾𝑇)𝑎𝑓 −(𝑁𝐾𝑇+𝑁𝑂2− + 𝑁𝑂3− )𝑒𝑓


%𝑅𝑒𝑚𝑜çã𝑜 𝑁𝑇 = ( ) ∗ 100 (Equação 1)
(𝑁𝐾𝑇)𝑎𝑓

(𝑁𝐾𝑇)𝑎𝑓 −(𝑁𝐾𝑇+𝑁𝑂2− + 𝑁𝑂3− )𝑒𝑓


%𝐷𝑒𝑠𝑛𝑖𝑡𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 = ( ) ∗ 100 (Equação 2)
(𝑁𝐾𝑇)𝑎𝑓 − (𝑁𝐾𝑇)𝑒𝑓

Sendo:
NKTaf: Nitrogênio Kjeldhl Total afluente (mg.L-1)
NKTef: Nitrogênio Kjeldhl Total efluente (mg.L-1)
NO2ef: Nitrito efluente (mg.N.L-1)
NO3ef: Nitrato efluente (mg.N.L-1)

4.7 ANÁLISE ESTÁTISTICA

Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva com o cálculo da
média e desvio padrão. Para avaliar se houve diferença significativa entre os
percentuais de remoção de matéria orgânica (DQOT) e nitrogênio (N-NH4+, NKT e NT)
nas diferentes fases trabalhadas, foi utilizado o teste de hipótese Teste t-Student, com
um nível de significância α = 0,05 (p-valor<0,05), para amostras dependentes.O
software livre utilizado para realizar as referidas análises foi o Bioestat 5.0.
29

5.RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE

A Tabela 2 apresenta a caracterização físico-química realizada no efluente de


laticínios trabalhado, comparando a mesma com valores típicos encontrados na
literatura.

Tabela 2-Parâmetros do efluente coletado comparado com valores típicos encontrados na


literatura.
Alcalinidade
NKT DQOT DQOF
Parâmetros pH (mg ST (mg. L-1)
(mg.L-1) (mg. L-1) (mg. L-1)
CaCO3.L-1)
Efluente
5,3±0,45 558±191,76 25,76±9,97 471±166,47 302±117,05 1659,9±472,69
trabalhado

Valores
5,3 – 9,4 320 - 970 15 – 180 500 – 4500 ND 2705 – 3715
Típicos
Fonte – Environment Agency of Englandand Wales, 2000 –European Commission – IPPC (2006)

Observa-se da Tabela 2 que o efluente coletado, apresentou valores de pH


abaixo de 7 (pH ácido). Este resultado pode ser explicado pela adição de produtos
químicos (substâncias ácidas) utilizados na limpeza dos equipamentos na indústria
(POKRYWIECKI, 2013).
Como o pH do efluente gerado na indústria de laticínios encontrou-se na faixa
ácida,foi necessário corrigir o mesmo com Bicarbonato de Sódio (NaHCO 3- 0,5mg.L-1),
antes da sua inserção no sistema de tratamento biológico, visto que o pH abaixo de 7
poderia prejudicar ação dos organismos presentes no sistema, principalmente os
nitrificantes e desnitrificantes.
O efluente trabalhado apresentou boa representatividade em relação aos
valores típicos encontrados na literatura, com exceção da concentração dos ST, que
situou-se abaixo do normalmente contabilizado. Porém esta discrepância nos
resultados pode ser explicada devido ao ponto de coleta do efluente a ser tratado,
30

sendo este após o flotador, que segundo dados fornecidos pela empresa remove cerca
de 60% dos ST presentes no efluente.

5.2 FASE DE ADAPTAÇÃO DO SISTEMA

A fase de adaptação do sistema de tratamento teve duração de 14 dias. Nesse


período o sistema foi operado em batelada e submetido à aeração contínua. Essas
condições foram empregadas para promover o desenvolvimento dos microrganismos
nitrificantes. Na Tabela 3 são apresentados os valores médios afluentes e efluentes,
dos parâmetros físico-químicos analisado nessa fase.

Tabela 3- Valores médios afluentes (Af), efluentes (Ef) e percentual de remoção dos
parâmetros físico-químicos analisados na Fase de adaptação do sistema de tratamento.
Parâmetros Af Ef
pH 7,5 ± 0,3 8,9 ± 0,3
Alcalinidade (mg CaCO3.L-1) 442±270,22 443±203,22
NKT (mg/L) 17,74±5,0 5,7±1,35
DQOT (mg/L) 319±90,44 22±24,39
DQOF (mg/L) 228±89,27 13±17,67
Remoção NKT 67,1±5%
Remoção DQOT 95±5%
Remoção DQOF 97±4%
Fonte: Autoria própria (2017).

Observa-se dos resultados apresentados na Tabela 3 que com 14 dias de


operação o sistema apresentou percentuais elevados de remoção de matéria orgânica
(acima de 90%) e foi constatada a ação das bactérias nitrificantes, pelo menos das
Bactérias Oxidadoras de Amônia (BOA), visto que foi obtido um percentual médio de
remoção de NKT de 67,1±5%. Com este resultado foi atingido o objetivo desta primeira
fase e deu-se início as fases de operação do sistema efetivamente.
31

5.3 FASES DE OPERAÇÃO: pH E ALCALINIDADE

A Tabela 4apresenta os valores de pH e alcalinidade total do afluente (Af) e


efluente (Ef) ao sistema de tratamento, nas as fases de operação trabalhadas.

Tabela 4 - Valores de pH e alcalinidade afluente (af) e efluente (af) ao sistema de tratamento.


pH Alcalinidade (mg CaCO3.L-1)
Fase
Af Ef Af Ef
I 7,2±0,6 8,7±0,14 517±115,5 494±115,5
II 7,0±0,37 8,2±0,32 625,6±140,9 632,5±140,9
Fonte: Autoria própria (2017).

Nota-se da Tabela 4 que os valores de pH afluente quase não variaram, isto


ocorreu devido a correção do pH de entrada com NaHCO3. Observa-se também que o
pH de saída foi superior ao de entrada, o mesmo aconteceu com alcalinidade na Fase
II, mas em geral não variou muito.
A alcalinidade é um parâmetro químico que mede o potencial de tamponamento
no sistema, sendo seus principais constituintes os bicarbonatos (HCO3-), os carbonatos
(CO32-) e os hidróxidos (OH-). A distribuição entre estas três formas no efluente é
função do pH. Quando o pH do meio encontra-se entre 8,3 e 9,4, a alcalinidade é
devida principalmente a presença de carbonatos e bicarbonatos (VON SPERLING,
2005). Como ao afluente foi adicionado NaHCO3, este possivelmente, manteve-se no
meio e contribuiu para o aumento da alcalinidade efluente.
O comportamento do pH e da alcalinidade total durante toda a operação do
sistema pode ser visualizado nas Figuras 4 e5, respectivamente.
32

Figura4- Gráfico com os valores de pH afluente (af) e efluente (ef) ao sistema de tratamento.

Adaptação I II
10.0
9.0
8.0
7.0
6.0
pH

5.0
4.0
3.0
2.0
1.0
0.0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Dias de operação
Afluente Efluente

Fonte: Autoria própria (2017).

Figura 5- Gráfico com os resultados de alcalinidade afluente (af) e efluente (ef).

Adaptação I II
1200
1100
1000
Alcalinidade (mg CaCO3.L-1)

900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Dias de operação
Afluente Efluente

Fonte: Autoria própria (2017).


33

Observando as características dos dois gráficos (Figura 4 e 5), pode-se apontar


que em ambas as Fases, houve uma mesma tendência de variação dos constituintes
analisados, pH e alcalinidade, isto indica que os mesmos mantiveram o mesmo padrão
de variação, o que pode ser explicado devido ao controle de pH de entrada, que, como
já apontado influenciou também na alcalinidade. Sendo assim, a alteração de carga no
sistema não veio a interferir bruscamente nos valores de pH e alcalinidade de efluente.
Nota-se que durante a operação do sistema, o pH afluente apresentou variação
entre 6,6 a 8,1 e efluente entre 7,6 e 9,2. Consta-se destes valores que o pH no sistema
foi favorável ao desenvolvimento dos organismos heterotróficos aeróbios, nitrificantes e
desnitrificantes (VILLAVERDE et al., 1997; HENZE et al., 2001), não sendo este um
parâmetro que tenha influenciado nos percentuais de remoção de matéria orgânica e
nitrogênio.
Pambrun et al. (2008) estudaram a influência do pH em relação a taxa de
nitrificação, e observaram que para valores menores que 7,5 a taxa de nitrificação
decresce progressivamente, quando a amônia livre torna-se limitante. Para valores de
pH acima de 8,5, a taxa decresce rapidamente pelo aumento das concentrações de
amônia livre.
Quanto a alcalinidade, pode-se afirmar que quando esta encontra-se em
concentrações adequadas, a mesma garante o fornecimento de carbono inorgânico que
é necessário às bactérias nitrificantes (Gray, 2004). Nos efluentes industriais com carga
orgânica elevada, a alcalinidade deverá ser suficiente para suprir e equilibrar a acidez
produzida na nitrificação.
De acordo com Metcalf e Eddy (2003), teoricamente o processo de nitrificação
consome 7,14 mg de alcalinidade em função de CaCO3 por mg de amônia oxidada,
ocasionando queda na alcalinidade do efluente. Já a produção teórica de alcalinidade é
de 3,57 mg CaCO3 por mg de N-NO3 reduzido.
Para tratamentos biológicos utilizando material suporte para formação de
biofilme, é favorável o aumento da alcalinidade, pois consequentemente eleva o pH nas
camadas internas do biofilme contribuindo para um processo de nitrificação mais rápido
nestas estruturas (SHANAHAN e SEMMENS, 2015).
34

5.4 REMOÇÃO DE NITROGÊNIO

Na Tabela 5 são apresentadas as médias da concentração afluente, efluente e


percentual de remoção de NKT obtidos nas fases de operação trabalhadas. Na Figura 6
são apresentados os valores de NKT afluente e efluente determinados ao longo do
período de operação do sistema de tratamento.

Tabela 5 – Média afluente (af), efluente (EF) e eficiência de remoção de NKT.


NKT (mg.L-1)
Fase % Remoção NKT
Af Ef
I 33,1±6,87 11,4±4,11 64,9±13,3a
II 28,5±11,4 6,9±3,0 72,6±14,6a
aMédias estatisticamente iguais (ao nível de 5%).
Fonte: Autoria própria (2017).

Figura 6 - Gráfico da concentração de NKT (af) e efluente (ef) ao sistema tratamento, junto com
eficiência de remoção.

Adaptação I II
50 100.0
45 90.0
40 80.0
35 70.0
Remoção (%)
NKT (mg.L-1)

30 60.0
25 50.0
20 40.0
15 30.0
10 20.0
5 10.0
0 0.0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Dias de operação
Eficiência Afluente Efluente

Fonte: Autoria própria (2017).

Da Tabela 5 constata-se que mesmo com a variação de carga o sistema


recebeu concentrações maiores de NKT na Fase I, onde o efluente a ser tratado estava
sendo inserido no reator diluído em uma fração de ½. Nota-se também dos resultados
35

apresentados na Tabela 5 que mesmo o TDH no reator ter sido de 24 horas e o sistema
operado com aeração contínua, ainda houve matéria orgânica nitrogenada
remanescente.
Contaminantes presentes nos efluentes de laticínios, como as proteínas e
produtos de lavagem (detergente e desinfetantes), são alguns dos constituintes
biológicos e químicos que contribuem para a fração nitrogenada do efluente (DEMIREL
et al., 2005).
Observa-se da Figura 6 que os valores de NKT afluente variaram entre 25mg.L-
1 e 40 mg.L-1, e que o percentual de remoção deste constituinte permaneceu
praticamente constante ao longo de toda operação do sistema.
Da análise estatística (Teste t-Student) aplicado aos percentuais de remoção de
NKT nas duas Fases trabalhadas, obteve-se que não houve diferença significativa entre
estes dados, ao nível de 5% (p-valor > 0,05), indicando que as variações de COVanão
influenciaram na remoção de NKT.
Na Tabela 6são apresentadas as concentrações médias de N-NH4+, N-NO2- e
N-NO3-, eficiência de desnitrificação e remoção de nitrogênio total (NT) obtidas no
sistema.

Tabela 6- Concentrações afluente (Af) e efluentes (Ef) de N-NH4+, N-NO2-e N-NO3 EF e


eficiência de desnitrificação e remoção de Nitrogênio Total (NT) obtidos nas fases trabalhadas.
N-NH4+ N-NO2- (mg.L-1) N-NO3- (mg.L-1) Eficiência (%)
Fase
Af Ef Ef Ef Desnitrificação* Remoção de NT
I ND ND 0,07±0,06 7,4±12,25 91±15a 53±7b
II ND ND 0,15±0,12 3,47±2,02 80±13a 58±7b
aMédias estatisticamente iguais (ao nível de 5%).
bMédias estatisticamente iguais (ao nível de 5%).
Fonte: Autoria própria(2017).

Não foi detectado N-NH4+ no afluente e efluente, o que indica que todo o NKT
que entrou no sistema foi convertido a N-NH4+,ou seja,foi utilizado pelas BOA, dando
início ao processo de nitrificação.Deste resultado averígua-se que as alterações de
carga trabalhadas não vieram a interferir na ação das BOA.
A falta de N-NH4+ no afluente é explicada pela característica do efluente de
laticínios trabalhado, visto que a maior parcela da fração de matéria orgânica
nitrogenada, vem das proteínas, e como no sistema de produção do efluente, não
36

existem microrganismos para realizar o processo de oxidação das proteínas, no flotador


ainda há predominância de matéria orgânica nitrogenada.
Não foram detectadas concentrações de N-NO2- e N-NO3- afluente. O valor
médio da concentração de N-NO2-efluente (0,07 mg.L-1), mostra que não houve
acúmulo de nitrito no sistema, indicando a ação das BOA neste.
Ao levar em consideração os valores de entrada e saída de NKT e os valores
de N-NO3-pode-se indicar que mesmo o sistema sendo operado com aeração contínua,
houve o processo de redução de N-NO3- a Nitrogênio gasoso, o que pode ser
confirmado pela estimativa da eficiência de desnitrificação no sistema (Tabela 6).
O processo de desnitrificação convencional em sistemas aeróbios é possível
devido à existência de material suporte no meio. A formação do biofilme ou floco pode
criar resistência à difusão de OD e nutrientes que como consequência geram
gradientes de concentração destes constituintes no meio, que permitem que
microrganismos executem diferentes vias metabólicas.
No caso de sistemas que tratam efluentes com disponibilidade de nitrogênio e
matéria orgânica, segundo Fu et al. (2010) e Guadie et al (2014) nas camadas externas
do biofilme podem ser encontrados os organismos aeróbios responsáveis pela oxidação
do nitrogênio amoniacal a nitrato, e nas camadas internas os organismos
desnitrificantes heterotróficos.
Como no sistema houve o processo de nitrificação e desnitrificação, pode-se
apontar que neste ocorreu o processo de Nitrificação e Desnitrificação Simultânea
(NDS). No processo de NDS a nitrificação ocorre ao mesmo tempo que a desnitrificação
em uma mesma unidade de tratamento (LIU et al, 2010). Esse mecanismo contribui
para elevada remoção de nitrogênio e o controle do equilíbrio entre os processos de
nitrificação e desnitrificação (ZHANG; ZOU, 2007).
Por ser um processo simultâneo, o sistema de NDS não necessita de um
segundo tanque anóxico, já que a desnitrificação ocorre no tanque aerado,e podem ser
mantidas condições operacionais constantes, por essa razão pode-se obter diminuição
dos custos de operação dos sistemas e redução da demanda de oxigênio (DO CANTO
et al., 2008; HU et al., 2009).
37

Mesmo apresentando eficiências de desnitrificação acima de 70% em ambas as


fases trabalhadas, o percentual de remoção de NT no reator de leito estruturado ficou
em torno de 50%, demonstrando a existência de nitrogênio residual no efluente.
A relação C/N (DQOT/NKT) afluente ficou em torno de 7 na Fase I e 10 na Fase
II. Este aumento na relação C/N da Fase I para a Fase II, se deve ao aumento da
COVa. A relação C/N afeta de maneira direita a fração de bactérias nitrificantes
autotróficas e desnitrificantes heterotróficas no biofilme (OHASHI et al., 1995).
SegundoXia et al. (2010), quanto maior a relação C/N maior a eficiência de NDS devido
a não escassez de doadores de elétrons, o que resulta em um maior percentual de
remoção de NT no sistema.
Chiu et al. (2007) relatam que quando o sistema de tratamento é submetido a
baixas relações C/N (abaixo de 2), pode ocorrer acúmulo de N-NO2- e N-NO3-,
indicando que a nitrificação é o processo predominante quando ocorre o aumento desta
relação observou-se que todos os componentes nitrogenados intermediários foram
reduzidos. Estes resultados estão de acordo com o apresentado por Xia et al (2010), e
indicam que para um processo de NDS eficiente ocorra, é necessário que as taxas de
nitrificação e desnitrificação estejam em equilíbrio.
Fu et al. (2010) analisaram o processo de NDS, em um reator de leito móvel
com biofilme, operado com um TDH de 10h e concentrações de oxigênio dissolvido
variando de 3,0 a 4,0 mg.L-1. O sistema obteve elevadas eficiências de remoção de
DQO, 91%, 93% e 96% para razões C/N de 4,5, 8,9 e 13,4, respectivamente.
Fan et al. (2013) constataram que em elevadas razões C/N pode ocorrer
competição entre os organismos nitrificantes e heterotróficos por OD nas camadas
externas do biofilme, e que para uma relação C/N de 10, os percentuais de remoção de
DQO (96%) e nitrogênio (99%)ainda são elevados.
Aplicando o teste t-Student, ao nível de 5%, aos resultados de remoção de
NTem ambas as fases, obteve-se que a variação de COVa não veio a influenciar na
remoção de NT, indicando que os organismos autotróficos nitrificantes e heterotróficos,
coexistiram no sistema de tratamento em ambas as fases, não inibindo a ação um do
outro.
38

Observando os resultados de NKT médio afluente nas duas Fases, e


comparando os mesmos com o exigido pela Resolução CONAMA 430/2011, constata-
se que o efluente tratado encontra-se dentro dos padrões exigidos para o lançamento
de efluentes industriais.

5.5 REMOÇÃO DE DQO E SÓLIDOS TOTAIS (ST)

Devido a problemas técnicos, não foi possível determinar a concentração de


todos os constituintes presentes na série de sólidos, sendo possível estimar apenas a
concentração de ST afluente e efluente.
A Tabela 7 apresenta os valores médios de DQOT, DQOF e ST afluente e
efluente do sistema operado, assim como a eficiência de remoção dos mesmos em
cada condição experimental.

Tabela 7 – Valores médios afluentes (Af), efluentes (Ef) e percentual de remoção de DQO T,
DQOF e ST, juntamente com as concentrações efluentes de DQOT, DQOF e ST obtidos nas
Fases trabalhadas.
DQOT DQOF ST
-1 -1 -1 % Remoção
Fase (mg.L ) (mg.L ) (mg.L )
Af Ef Af Ef Af Ef DQOT DQOF ST

I 339±119 37±55 135±106 6±7 1377±111 1103±196 90±11a 95±4b 20±6c

II 617±111 33±22 351±98 25±28 2023±256 1715±186 94±4a 93±5b 15±7c


aMédias estatisticamente iguais (ao nível de 5%).
bMédias estatisticamente iguais (ao nível de 5%).
cMédias estatisticamente iguais (ao nível de 5%).

Fonte: Autoria própria(2017).

Dos resultados apresentados na Tabela 7, constata-se elevada concentração


de matéria orgânica na forma particulada. Destes pode-se apontar, que os sólidos
suspensos contribuíram com grande parte da matéria orgânica afluente, uma vez que a
relação entre DQOF e DQOT média apresentou valores próximos a 60%, quando
considerado o valor de DQOT afluente sem diluição.
39

As Figuras 7 e 8 mostra o comportamento da concentração de DQOT e DQOF,


respectivamente, afluente e efluente, bem como a remoção destes constituintes em
todas as fases testadas.
Observa-se a Tabela 7 e nas Figuras 7 e 8 que de modo geral, durante o período
experimental, a remoção de DQOT e DQOF, foram estáveis e ficaram acima de 90%, o
que resultou em um valor médio de DQOT efluente abaixo de 90 mg.L-1, nas duas fases
trabalhadas, indicando estabilidade do sistema trabalhado.

Figura 7 - Gráfico da concentração de DQOT afluente(Af) e efluente (ef), juntamente com


seu respectivo percentual de remoção no sistema de tratamento.

Adaptação I II
900 100
850
800 90
750
700 80
650 70
600
DQO (mg.L-1 )

550 60

Remoção (%)
500
450 50
400
350 40
300
250 30
200 20
150
100 10
50
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71
Dias de operação
Eficiência Afluente Efluente

Fonte: Autoria própria (2017).


40

Figura 8- Gráfico da concentração de DQOf afluente (Af) e efluente (ef), juntamente com
seu respectivo percentual de remoção no sistema de tratamento.

Adaptação I II
550 100
500 90
450 80
400
70
DQOF ( mg.L-1 )

350
60

Remoção (%)
300
50
250
40
200
30
150
100 20

50 10
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71
Dias de operação
Eficiência Afluente Efluente

Fonte: Autoria própria (2017).

Moura et al. (2012), trabalhando com efluente sintético, em um reator de leito


estruturado com aeração intermitentes, em que o valor de DQO do efluente situava-se
em torno de 370 mg.L-1, obteve eficiências de remoção de DQO superiores a 85%,
chegando a atingir uma eficiência máxima de 91%.
Wosiack et al (2013), trabalhando com efluente de indústria de ração animal,
avaliaram a eficiência quanto à remoção de DQO e NT, também em um reator de leito
estruturado com aeração contínua, obtendo eficiência de remoção de DQO de 91,8%.
O teste de hipótese aplicado aos percentuais de remoção de DQO T obtidos nas
duas fases trabalhadas, indicou que não houve diferença significativa entre os
percentuais de remoção obtidos, ao nível de 5%, indicando como já apontado, a
estabilidade do sistema em relação à remoção deste constituinte.
Os valores médios de concentração de sólidos totais para Fase I e II, afluente
foram de 1377 mg e 2023 mg.L-1, respectivamente, e para efluente 1103 mg.L-1 e 1715
41

mg.L-1, o que resultou em um percentual médio de remoção deste parâmetro de 20% na


Fase I e 15% na Fase II.
O comportamento das variações das concentrações de ST obtidas (afluente e
efluente), juntamente com seu percentual de remoção da Fase I e II, são apresentadas
na Figura 9, não foram detectados valores na Fase de adaptação. É possível observar,
um aumento na concentração de ST na Fase II. Este aumento ocorreu possivelmente
devido ao aumento da COVa.

Figura 9 - Gráfico da concentração de ST, afluente (Af) e efluente (ef), juntamente com seu
respectivo percentual de remoção no sistema de tratamento.
Adaptação I II
2600 100
2400 90
2200
80
2000
1800 70

Remoção (%)
1600 60
ST (mg.L-1)

1400
50
1200
1000 40
800 30
600
20
400
200 10
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Dias de operação
Eficiência Afluente Efluente

Fonte: Autoria própria(2017).

Observa-se da Figura 9 que houve baixa remoção de ST no reator, nas duas


Fases trabalhadas, sendo a concentração efluente muito próxima a concentração
afluente ao sistema (Tabela 7).
Os ST medem a concentração de todos os materiais particulados e dissolvidos,
voláteis e fixos presentes na água residuária. Como os resultados de DQO apontaram
percentuais elevados de remoção de matéria orgânica partícula e dissolvida,
42

possivelmente a elevada concentração de ST presentes no efluente, esteja relacionada


a parcela de material inerte.
O teste de hipótese (t-Student) aplicado aos percentuais de remoção de ST,
obtidos em ambas as fases, apontou que não houve diferença significativa entre os
mesmos, ao nível de significância de 5%, o que indica que a alteração de COVa não
interferiu na remoção deste parâmetro.
Moura (2014) trabalhando com efluente de esgoto sanitário em um reator de leito
estruturado submetido à aeração intermitente e utilizando espuma de poliuretano como
material suporte, obteve concentrações de sólidos no efluente relativamente baixa
quando comparada à efluentes em reatores de biomassa suspensa, com valor máximo
de SSV igual à 108 mgSSV.L-1.
Correa et al., (2016) utilizando o mesmo sistema de tratamento que Moura
(2014), também sob aeração intermitente, obteve eficiência média de remoção para
SSV de 88%, apresentando baixa perda de sólidos no efluente.
43

6.CONCLUSÃO

O sistema operado com o reator de leito estruturado de fluxo contínuo, com


aeração, foi eficiente no tratamento de efluentes de laticínios, em relação à remoção de
matéria orgânica, com eficiência acima de 90% para ambas as fases. Quanto a
remoção de NT os percentuais obtidos não foram tão elevados nas duas fases, porém o
efluente tratado atendeu os parâmetros de lançamento exigidos (Resolução CONAMA
430/2011).
Em relação aos resultados de pH e alcalinidade, afluente e efluente, devido a
adição de fonte externa de alcalinidade, não foi possível concluir claramente se as
alterações de COVa vieram a interferir diretamente nestes parâmetros.
Dos testes de hipóteses (teste t-Student), realizados em relação à remoção de
NKT, NT, DQOT e ST, em ambas as fases trabalhadas, obteve-se que não houve
diferença significativa na remoção destes parâmetros, o que indica que a variação de
COVa não veio a interferir na eficiência de remoção destes, o que demonstra
estabilidade em relação ao sistema trabalhado quando aplicado diferentes cargas.
44

REFERÊNCIAS
AL-SHAMMARI, A.-S., S, B.-H., A, A.-S., & M, S. Treatment of Dairy Processing
Wastewater using Integrated Submerged Membrane Microfiltration System. Environ
Anal Toxicol. 2015.

American Public Health Association (APHA).Standards Methods for the Examination


of Water eWastewater.Washington, D.C; 2012.

ANDERSON, G. K.; KASAPGIL, B.; INCE, O. Comparison of porous and non-porous


media in upflow anaerobic filters when treating dairy wastewater.Wat. Res. Newcastle,
v. 28, n. 7, p 1619 – 1624, 1994.

ANDRADE, L, H. Tratamento de efluente de indústria de laticínios por duas


configurações de biorreator com membranas e nanofiltração visando o
reúso.2011. 231 f. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Engenharia, Belo
Horizonte, 2011.

APHA; AWWA; WEF. Standard Methods For the Examination of Water and Wastewater.
22 ed. Washington, DC: APHA, 2012.

BARANA, A.C, D.D., Martins, T.H., Pozzi, E., Damianovic, M.H.R.Z, Del Nery, V.,
Forest, E. Nitrogen and organic matter removal in na intermittently aerated fixed-bed
reactor for post-treatment of anaerobic effluent from a slaughterhouse wastewater
treatment plant. Journalof Environmental ChemicalEngineering, 453 – 459. 2013.

BRAILE, P. M.; CAVALCANTI, J. E. W. A. Manual de tratamento de águas


residuárias industriais. São Paulo: CETESB, 1993, 764 p.

BRASIL-Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 357 de 17 de março de


2005. Trata das condições de lançamento de efluentes. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, 2005.

BRASIL-Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 430 de 13 de maio de


2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes,
complementa e altera a Resolução n° 357, de 17 de março de 2005. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, 2011.

BRITZ, T. J.; LAMPRECHT, C.; SIGGE, G. O. Dealing with environmental issues. In:
BRITZ, T. J.; ROBINSON, R. .K.Advanced dairy science and technology. Oxford:
Blackwell Publishing Ltd, 2008, cap. 2, p. 35-75.

Cad.IPARDES.Curitiba,PR, eISSN 2236-8248, v.1, n.1, p. 32-46, jan./jun. 2011


CALIJURI, M. C.; ALVES, M.S.A; SANTOS, A.C.A. Cianobactérias e cianotoxinas em
águas continentais. São Carlos: RIMA, 2006. 118p.
45

CAMPOS, C. M. M, et al. Avaliação da eficiência do reator UASB tratando efluente de


laticínio sob diferentes cargas orgânicas. Ciência e Agrotecnologia, 2004, 28.2: 1376-
1384.
CARAWAN, R. E.; JONES, V. A.; HANSEN, A. P. Wastewater characterization in a
multiproduct dairy.Journal of Dairy Science, v. 62, n. 8, p. 1243-1251, 1979.

CASTRO, V. C. de. Diagnóstico do consumo de água, da geração de efluentes e de


resíduos sólidos em um laticínio de pequeno porte. 52 f. Curso de Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2007.

CENTURIÓN, R. E. B., GUNTHER, M. A. Tratamento de despejos de laticínios:


obtenção de parâmetros de projeto, em escala de laboratório através do uso de
reatores biológicos aeróbios. São Paulo: CETESB, 1976. 35p.

CHIPASA, K. B.; MECHZYEKA, K. Behavior of lipids in biological wastewater treatment


processes.Industrial Microbiology Biotechnology, v. 33, p. 635–645, 2006

CHIU, Y, C.; LEE, L, L. GHANG, C, N. CHAO, A, C. Control of carbon and ammonium


ratio for simultaneous nitrification and denitrification in sequencing batch bioreactor.
Internacional Biodetereoration & Biodegradetion, v.59, n.1 p. 1-7, jan. 2007

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 430, de 13


de maio de 2011. Dispõe sobre as condições de lançamento de efluentes,
complementa e altera a Resolução n° 357, de 17 de março de 2005, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. 9 p.
Disponívelem: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res11/propresol_lanceflue_30e3
1mar11.pdf. Acesso em: 1 jun. 2016.

CORREA, C. Z., PRATES, K. V., AZEVEDO, C. S., LOPES, D. D., RODRIGUES, E. A.,
PETERLINI, G. Comportamento da remoção de matéria orgânica (DQO) e nitrogênio
amoniacal em um reator de leito estruturado operado sob aeração intermitente.
Scientia Plena , v. 9. 2016.

DEMIREL, B.; YENIGUN, O.; ONAY, T. T. Anaerobic treatment of dairy wastewaters: a


review. Process Biochemistry, v. 400, p. 2583-2595, 2005.

DO CANTO, C. S. A.; RODRIGUES, J. A. D.; RATUSZNEI, S. M.; ZAIAT, M.; FORESTI,


E. Feasibility of nitrification/ denitrification in a sequencing batch biofilm reactor with
liquid circulation applied to post-treatment. Bioresource Technology, v. 99, n. 3, p.
644-654, 2008.

DOMINGUES, L.; TEIXEIRA J.A.; LIMA N. Construction of a flocculent Saccharomyces


cerevisiae fermenting lactose. Applied Microbiology and Biotechnology, v.51, 621-
626, 1999.
46

DRUNKLER, D. A. Produção de requeijão cremoso simbiótico. Tese (Doutorado em


Tecnologia de Alimentos) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos,
Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009.

EMBRAPA. Agência de informação Embrapa: Agronegócio do leite. Disponível em: <


http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/Abertura.html>. Acesso em 05
maio 2016.

EPA – UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. (1975) Process


design manual for nitrogen control. Washington: EPA. 1993.

FAEP. Federação da Agricultura do Estado do Paraná. Disponível em:


<http://www.faep.com.br/boletim/bi997/encarte/encbi997pag02.htm> Acesso em 05
maio 2016.

FAN, J., WANG, W., ZHANG, B., GUO, Y., NGO, H. H., GUO, W., ZHANG, J., WUA H.
Nitrogen removal in intermittently aerated vertical flow constructed wetlands: Impact of
influent COD/N ratios. Bioresource Technology. v.143, p.461–466, 2013. doi:
10.1016/j.biortech.2013.06.038

FERREIRA, I. C. S. Tratamento terciário da indústria de laticínios através da


adsorção de lactose em argila esmectítica. Dissertação de Mestrado. Universidade
de São Paulo. 2007.

FU,B., LIAO, X., DING, L.,REN, H., Characterization of microbial community in


anaerobic moving bed biofilm reactor applied for simultaneous nitrification and
denitrification, World Journal of Microbiology and Biotechnology, v. 26, n. 11, pp
1981-1990. 2010.

GUADIE, A., XIA, S., ZHANG, Z., ZELEKE, J., GUO, W., NGO, H.H., HERMANOWICZ
S.W. Effect of intermittent aeration cycle on nutrient removaland microbial community in
a fluidized bed reactor-membrane bioreactor combo system. Bioresour Technol. v.156,
p. 195-205, 2014. doi: 10.1016/j.biortech.2014.01.008.

GRAY, N. F. Biology of wastewater treatment. London: Imperial College Press,


1420p. 2004

HENZE, M.; HARREMOES, O.; ARVIN, E.; LA COUR JANSEN, J. Wastewater


treatment: Biological and chemical processes. 3d. Berlin, Germany: Springer. 2001,
430p.

HU, J., LI, D., LIU, Q. Effect of Organic Carbon on Nitrification Efficiency and Community
Composition of Nitrifying Biofilms, Journal of Environmental Sciences, v. 21, pp. 387
– 394, 2009.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas de saneamento. 2014.


Disponível em: <http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/ibge-producao-
47

de-leite-cresceu-27-em-2014-sul-tornouse-a-maior-regiao-produtora-97326n.aspx>
Acesso em: 05 maio 2016.

INCE, O. Performance of a two-phase anaerobic digestion system when treating dairy


waste water. Water Research, 1998. 2707-2713.

KHIN, T.; ANNACHHATRE, A. P. Novel microbial nitrogen removal processes.


Biotechnology Advances, v. 22, n. 7, p. 519-32, set. 2004.

KITAMURA, H. K; AZEVEDO, C. S; LOPES, D. D. Nitrificação de esgoto sanitário em


reator de leito estruturado. XXIII Encontro Anual de Iniciação Cientifica. 2014.

LIU, Y. SHI, H. XIA, L. SHEN, T. WANG, T. WANG, G. WANG, Y. Study of operational


conditions of simultaneous nitrification and desnitrification in a Carrousel oxidation ditch
for domestic wastewater treatment. Bioresource Technology, v.101, n. 3, p. 901-6,
fev. 2010.

MACHADO, R. M. G.; FREIRE, V. H.; SILVA, P. C.; FIGUERÊDO, D. V.; FERREIRA, P.


E. Controle ambiental nas pequenas e médias indústrias de laticínios. 1 ed. Belo
Horizonte: Segrac, 2002, 223 p.

MAGANHA, M.F.B. Guia técnico ambiental da indústria de produtos lácteos.São


Paulo: CETESB, 2006. 95 p.

MENDONÇA, L. C. Microbologia e cinética de sistema de lodos ativados como pós


tratamento de efluente de reator anaeróbio de leito expandido. Tese (Doutorado em
Engenharia Civil) Universidade de São Paulo. 2002.
METCALF & EDDY. (2003) Wastewater engineering: treatmentand reuse. 4 ed. New
York, McGraw-Hill Internacional Edition, 2003.

MOCKAITIS, G., PANTOJA, J.L.R., RODRIGUES, J.A.D., FORESTI, E., ZAIAT, M.,
Continuous anaerobic bioreactor with a fixed-structure bed (ABFSB) for wastewater
treatment with low solids and low applied organic loading content. Bioprocess Biosyst
Eng. v.37, p.1361–1368, 2014.

MORETTO,C.Remoção de matéria orgânica e nitrogenada de efluentes de


indústria de ração animal em reatores de leito móvel e estruturado.2014. 88 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento) – Centro de
Tecnologia e Urbanismo, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014.

MOURA, R. B. Desempenho de um reator vertical de fluxo contínuo e leito


estruturado com recirculação do efluente, submetido à aeração intermitente,
remoção de carbono e nitrogênio de um efluente sintético.2011. 122 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia) – Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de
Engenharia de São Carlos, São Carlos, 2011.
48

MOURA, R.B., DAMIANOVIC, M. H. R. Z., FORESTI, E. Nitrogen and carbon removal


from synthetic wastewater in a vertical structured-bed reactor under intermittent
aeration. J. Environ. Manage. v.98, p.163 – 167, 2012.
doi:10.1016/j.jenvman.2012.01.009

MOURA, R. B. Remoção de material orgânica e nitrogênio de esgoto sanitário em


reator de leito estruturado submetida à aeração intermitente e recirculação do
efluente. 2014. 132 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Departamento de Hidráulica e
Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos, 2014.

NOCKO, L. M. Remoção de Carbono e Nitrogênio em Reator de Leito Móvel


Submetido à Aeração Intermitente. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia
de São Carlos, Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Paulo,
São Carlos, 2008.

OHASHI, A.; SILVA, V. D. G.; MOBARRY, B.; MANEM, J. A.; STAHIL, D. A.;
RITTMANN, B.E. Influence of substrate C/N ratio on the structure of multi-species
biofilms consisting of nitrifiers and heterotrophs. Water Science and Technology, v. 32,
n.8, p. 75-84, 1994.

O’LEARY, M.; REHM, G.; SCHMIT, M. Understanding Nitrogen in Soils. University of


Minnesota Extension. Reviewed 1994.

ORHON, D.; GÖRGÜN, E.; GERMIRLI, F.; ARTAN, N. Biological treatability of dairy
wastewaters.Water Research, v. 27, n. 4, p. 625- 633, 1992.

PAMBRUN, V.; PAUL, E.; SPÉRANDIO, M. Control and modeling of partial nitrification
of effluents with high ammonia concentrations in sequencing batch reactor,
Chemical Engineering and Process, vol. 4, p. 323–329. 2008

PANTOJA FILHO, J.L.R. (2011) Remoção de Matéria Orgânica Carbonácea e


Nitrogênio em Reator Aeróbio-Anóxico de Leito Fixo (RAALF) Aplicado ao Pós-
Tratamento de Efluente de Reator Anaeróbio. Tese (Doutorado) – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2011.

PHILIPS, A.M.L. (2008) Utilização de reator de biodiscos para tratamento de


efluentes com altas concentrações de nitrogênio. Tese (Doutorado em Engenharia
Química) – Universidade Federal De Santa Catarina. Florianópolis

POKRYWIECKI, T. S., Gumy, M. P., Tonial, I. B., & Pokrywiecki, J. C. Avaliação do


processo de tratamento de efluentes de laticínios. Rev. Acad , S155-S161. 2013.

RODAS, M. A. B.; RODRIGUES, R. M. M. S.; SAKUMA, H.; TAVARES, L. Z.; SGARBI,


C. R.; LOPES, W. C. C. Caracterização físico-química, histológica e viabilidade de
bactérias lácticas em iogurtes com frutas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 21,
n. 3, p. 304-309, 2001.
49

SANTOS, C. E. D. Influência da relação carbono/nitrogênio e da fonte de carbono


no processo de nitrificação e desnitrificação simultânea em um reator de leito
estruturado. 2014. 144 f. Dissertação (Mestre em Ciências)- Departamento de
Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos, 2014.

SANTOS, Carla E. D.; MOURA, Rafael B.; DAMIANOVIC, Márcia H. R. Z.; FORESTI
Eugenio. Influence of COD/N ratio and carbon source on nitrogen removal in a
structured-bed reactor subjected to recirculation and intermittent aeration (SBRRIA).
Journal of Environmental Management, São Carlos, v. 166, p 519-524, Nov 2015.

SARTI, A.; VIEIRA, L. G. T.; FOREST, E; ZAIAT, M. Influence of the liquid-phase mass
transfer on the performance of a packed-bed bioreactor for wastewater treatment.
BioresourceTechnology,v. 78, n. 3, p 231-238, 2001.

SCHIERHOLT NETO, G. F. Desenvolvimento de Uma Flora de Microrganismos


Oxidadores Anaeróbios de Amônia Utilizando Inóculos Provenientes de Dejeto
Suíno. 101f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina,
Departamento de Engenharia Química, Florianópolis, 2007.

SEAB. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Departamento de


Economia Rural 2014. Disponível em:
<http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/Prognosticos/bovinocultura_leite_1
4_15.pdf> Acesso em 05 maio 2016.

SEAB. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Departamento de


Economia Rural 2015/16. Disponível em:
<http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/Prognosticos/2016/bovinocultura_d
e_leite_2016.pdf>. Acesso em 29 agosto 2016.

SHAMMAS, N.K.H. Interaction of temperature, pH and biomass on the nitrification


process. Journal Water Pollution Control Federation, v. 58, n.1, p. 52-59, 1986.

SHANAHAN, J. W.; SEMMENS, M. J. Alkalinity and pH effects on nitrification in a


membrane aerated bioreactor: An experimental and model analysis. water e
search, v. 74, p.10 e 22, 2015.

SHARMA, B.; AHLERT, R.C. Nitrification and nitrogen removal. Water Research, v.11,
p. 897-925, 1977.

SILVA, H. A. Nitrificação em sistemas de lodo ativado. Dissertação (Mestrado) –


Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande. 2009.

SILVA, F. K., & Eyng, J. (2013). O tratamento de águas residuais de industria de


laticínios: um estudo comparativo entre métodos de tratamento com biofiltro e com o
sistema convencional de lagoas. R. gest. sust. ambient , 2013.
50

SILVA, A. R. B. Tratamento de efluentes na indústria de laticínios. 2013. 26 f.


Monografia (Graduação do curso de Engenharia Química) – Universidade Federal de
Uberlândia, Faculdade de Engenharia Química, Uberlândia, 2013.

SILVA, A. C. F. M. da; PATERNIANI, J. E. S.; ROSTON, D. M.; FERNANDES, T. B.


Tratamento de resíduo líquido de laticínios utilizando Caixas de Gordura e Reator
Anaeróbio Compartimentado seguido de Leitos Cultivados. Revista
Agrogeoambiental, Pouso Alegre, v. 7, n. 3, p. 21-30, set. 2015.

SOUZA, D. T. Tratamento biológico para remoção de nitrogênio de efluentes de


curtumes. Monografia (Graduação - Engenharia Química). Porto Alegre. 211p. 2011.

VILLAVERDE, S., POLANCO, F. FDZ, LACALLE, M.L. AND GARCIA, P.A. Influence of
the suspended and attached biomass on the nitrification in a two submerged biofilters in
series system. Water Science and Technology, v. 41 n° 4-5 p.169-176, 1997

VAN HAANDEL, A.C.; MARAIS, G. O comportamento do sistema de lodos ativados


– Teoria e aplicações para projetos e operação. Tese de Doutorado.Universidade
Federal da Paraíba, 1999. 488p.

VON SPERLING, M. Critérios de dados para uma seleção preliminar de tratamento de


resíduos de esgotos. Rev. Bio, São Paulo, v.3, n.1, p.7-21, 1994.

VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Vol.


4 Lodos Ativados. 2. Ed. Belo Horizonte: DESA-UFMG, v.1. P.428, 2002.

VON SPERLING, M..; CHERNICHARO, C. A. L. Biological wastewater treatment in


warm climate countries.1. ed. Londres: IWA Publishing, 2005. v. 2. 1460 p.

XIA, J., LI, J., WANG, R., LI, J., ZHANG, Z. Tracking composition and dynamics of
nitrification and denitrification microbial community in a biofilm reactor by PCR-DGGE
and combining FISH with flow cytometry. Biochemical Engineering Journal. v.49, n.3,
2010. 370–378. doi:10.1016/j.bej.2010.01.013

WOLFF, Delmira Beatriz, et al. Remoção biológica de carbono e nitrogênio de


esgoto urbano em reatores híbridos utilizando dois materiais suporte flotantes.
2005. 231f. Tese (Doutorado em Engenharia Ambiental) – UFSC. Florianópolis. 2005

WOSIACK, A. P., KOKI, R. C., BARANA, C. A., DOLL, R. M. M., LOPES, D. D.,
DAMIANOVIC, Z. R. H. M., Avaliação da partida de reator biológico visando a remoção
de matéria orgânica carbonácea e nitrogenada de efluente de fábrica de ração animal.
Revista de Engenharia e tecnologia, v.5, nº 3, pp. 33-43, 2013

WOSIACK, P.A., LOPES, D D., DAMIANOVIC, M.H.R.Z., FORESTI, E., GRANATO, D.,
BARANA, A. C. Removal of COD and nitrogen from animal food plant wastewater in an
intermittently-aerated structured-bed reactor.Journalof Environmental Management.
v.154, p.145-150, 2015.
51

ZHANG P, ZHOU QI. Simultaneous nitrification and denitrification in activated


sludge system under low oxigen concentration. Front. Environmental Sciences Eng.
China, 2007.

Você também pode gostar