Direito Fiscal - Práticas e Ots

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Inês Lima 30 de dezembro de 1899

Direito Fiscal
Aulas práticas e OTS

Se o estado por um lado está obrigado a produzir bens pelos quais não
pode exigir contrapartida, mas para os quais precisa de financiamento,
também o estado está legitimado a exigir contribuições por parte dos
cidadãos sem estar vinculado a uma contraprestação direta.

Inversamente, quando há uma contraprestação, como acontece nos bens


semipúblicos, encontramos a contraprestação “taxa” ➭ esta já é uma prestação
bilateral cuja medida pode variar, para a qual o legislador estabelece critérios quanto à
fixação da taxa.
“O imposto é a mais grave agressão á esfera patrimonial do
cidadão”

Porque ele é obrigado a entregar prestações em dinheiro (normalmente) sem receber


nada em troca, e muitas vezes os contribuintes sentem que pagam os impostos como
se de uma sanção/castigo se tratasse. Porém por exemplo no imposto sobre o
rendimento não se está a sancionar ninguém de nada, o facto de se trabalhar e auferir
renumerações do trabalho, não é um sancionamento.

O facto de a prestação ser unilateral e não existir contraprestação, leva a que a


constituição rodei de especiais cuidados o poder tributário ➭ que é o poder fiscal
do estado, o poder de criar o produto unilateral do imposto.

O que é pior, as taxas ou os impostos?


Na opinião geral, em termos de segurança jurídica são as taxas, pois o regime destas
não é tão vinculado pela lei, enquanto que os impostos estão claros quanto aos que
existem, e não medida em que existem, é uma realidade juridicamente mais
transparente para os cidadãos. O contrário acontece nas taxas, ainda que no sistema
de saúde e da educação as mesmas tendem a ser mais homogeneizadas, mas fora da
saúde e da educação onde o nicho da preocupação é maior são nas taxas devidas
às autarquias locais.

As taxas geram muitos litígios entre as pessoas individuais, coletivas e autarquias, por
causa do regime das mesmas, porque as autarquias criam taxas, e por vezes falta
alguns requisitos para que seja reconhecida como taxa, principalmente no que toca a
estar reconhecida a existência de bilateralidade. Assim se faltar a bilateralidade
temos a unilateralidade, que é o regime do imposto, e daí que consequentemente
aquela taxa seja ilegal, pois é apelidada de taxa, mas a sua substância é de imposto.

Qual é o critério e a medida dos impostos?

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Inês Lima 30 de dezembro de 1899

O estado tem de fazer despesa, e tem de satisfazer necessidades coletivas sem poder
exigir contraprestação, mas pode exigir contribuições sem dar nada em troca. A quem
vai exigir?
“Se o Estado precisa de dinheiro tem de ir exigir a quem tenha
dinheiro”.
Frase do prof. Teixeira Ribeiro

Esse dinheiro pode ser traduzido num princípio constitucional (subprincípio da


igualdade fiscal) a capacidade contributiva ➭ capacidade para contribuir com
prestação unilateral - entregar em dinheiro.
Quem tiver rendimentos demonstra uma capacidade contributiva que irá ter uma
medida maior ou menor consoante esses rendimentos. A manifestação de capacidade
contributiva é o rendimento, mas não é apenas este.

Alternativas ao rendimento como manifestações de capacidade contributiva:


Património → este também manifesta capacidade contributiva, pois os bens que
integram o património são aqueles que têm um valor pecuniário. No nosso
ordenamento fiscal tradicionalmente por excelência, os bens patrimoniais são os bens
imóveis, estes são uma das manifestações de capacidade contributiva resultantes do
património que a pessoa tenha.

O prof. Teixeira Ribeiro pergunta-se como devem ser repartidos os


impostos?

São fixados e atribuídos de acordo com a capacidade contributiva


(rendimento ou património)
Os impostos ou
Repartidos pelo princípio do benefício

Na medida do que cada um beneficia dos bens públicos paga os


impostos
Academicamente é um critério válido, mas traz um problema, pois as pessoas mais pobres
são as que tendem a usar mais os bens públicos, logo teriam de ser as que contribuem mais,
porém não têm tanta capacidade para contribuir, assim este critério não resulta.

Esta ideia do benefício as vezes é usada nos impostos (sem prejuízo da capacidade
contributiva) nos fundamentos de um imposto como o IMI (imposto municipal sobre
imoveis) tem subjacente que cada cidadão proprietário em cada município vai
aproveitar daquilo que é a atividade que o município desenvolve de administração,
arrolamento, etc..

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Inês Lima 30 de dezembro de 1899

Ou seja…
Existe uma certa logica por detrás de um imposto como este, ainda que não haja
dúvida de que ele respeita também da constituição, de que o IMI demonstra
manifestação de capacidade contributiva.
Aquilo que há de constituir manifestação de capacidade contributiva e, portanto, há de
poder constituir fundamento para que o legislador nos termos da CRP crie impostos, é
a existência da capacidade contributiva manifestada pelo rendimento e pelo
património.
O legislador considera também a manifestação da capacidade contributiva o nível da
capacidade para fazer despesas , já que a despesa faz-se com o rendimento ou com o
património.
Estas são as possíveis matérias
ç Rendimento – IRS ou IRC coletáveis ➭ o que pode levar a que haja
ç Património – IMI uma coleta, é o rendimento, património e
a despesa.
ç Despesa – IVA e impostos sobre o consumo

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