02 Aula Proteção - Relés de Sobrecorrente (Impressão)

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 21

Introdução aos relés de proteção

Universidade Federal de São João del-Rei


Definição

São dispositivos com a função de monitorar grandezas de um sistema elétrico e atuar no


PROTEÇÃO DE SEP
sistema quando da ocorrência de alguma anormalidade, obedecendo a funções específicas pré-
RELÉS DE SOBRECORRENTE
determinadas e ajustadas.

Classificação
Prof.: Silvan Antônio Flávio
Relés de proteção
Relés de monitoração
[email protected] Relés de programação
Relés de regulação
Relés auxiliares

Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Subclassificação Principais funções de acordo com a Norma ANSI (ASA)

• Grandeza física de atuação: tensão, corrente, potência, impedância, temperatura, pressão, 50 - Sobrecorrente instantâneo: opera (alguns ciclos) quando a corrente atinge um certo limite;

fluxo, entre outras; 51 - Sobrecorrente temporizado: opera semelhante ao 51 respeitando o ajuste de tempo;

• Construção: mecânico, eletromecânico, eletrônico, térmico, digital; 67 – Sobrecorrente direcional: opera para sobrecorrentes numa direção (relé de monitoração);

• Importância: principal, secundária, auxiliar, retaguarda; 87 – Diferencial: opera por comparação de níveis de corrente;

• Posição dos contatos: normalmente aberto NA, normalmente fechados NF; 32 – Direcional de potência: opera para um determinado valor de potência ou inversão

• Temporização: instantâneo, tempo definido, tempo inverso; 21 – Distância: opera para valores de impedância de LT abaixo do valor especificado;

• Aplicação: geradores, motores, transformadores, linhas, barramentos; 27 – Subtensão: opera quando a tensão diminui de um certo valor especificado;

• Função: sobrecorrente, direcional, distância, bloqueio, entre outras. 59 – Sobretensão: opera quando a tensão excede um valor especificado;
81 – Frequência: opera quando a frequência atinge valores acima ou abaixo ao especificado;
68 – Bloqueio: opera (canal piloto) para bloquear a atuação de outro relé (relé programação).

3 4
Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Complementação à Norma ANSI (ASA) Breve histórico dos relés

• Para relés de sobrecorrente: Relés Eletromecânicos

51G – relativo à terra;


51N – Neutro;
51Q – Sequência negativa;
50BF – Falhas no disjuntor;

• Para relés do tipo diferencial:


87T – transformadores;
87G – Geradores;
Atração eletromagnética Indução eletromagnética
87B – Barramento;
87M – Motores;
5 6

Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Eletromecânicos Relés Eletromecânicos

• Principais inconvenientes:

 Necessidade de manutenção permanente (peças móveis e sensíveis);


 Desgastes mecânicos;
 Ausência de memória que determine o tipo de falta, magnitudes e horário;
 Nenhuma integração (comunicação entre si);
 Limitação da faixa de ajuste, prejudicando a seletividade;
 Insensibilidade para correntes ou tensões de pequena magnitude.

• Vantagem: Não necessitam de banco de baterias

7 8
Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Eletrônicos analógicos ou Estáticos analógicos Relés Eletrônicos analógicos ou Estáticos analógicos

Surgiram meados dos anos 70, suas funções eram obtidas através de circuitos • Principais vantagens:
operacionais, facilitando o ajuste. Manutenção facilitada;
Redução espaço físico;
Menor custo/benefício;
Maior velocidade;
Maior flexibilidade de ajustes (seletividade).

• Desvantagem:
Necessitam de banco de baterias;
Interferência eletromagnética.
9 10

Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Eletrônicos digitais ou Estáticos digitais Relés Microprocessados

Relés cuja lógica de operação era baseada no funcionamento de portas lógicas digitais e
• 1971 – surge o primeiro protótipo de campo: enormes computadores, grande consumo de
circuitos sequenciais e combinacionais. Tiveram vida útil curta em função do avanço da
energia das baterias, custo 10x maior... Porém, inspirador para os atuais relés numéricos.
tecnologia.
O que chamava a atenção eram os subprodutos (possibilidades):
 registro de eventos pós falta;
 oscilografia;
 captura e armazenagem;
 localizador de faltas;
 alarme de mal funcionamento;
 entre outros.
11 12
Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Microprocessados Relés Microprocessados

• Dois elementos foram de capital importância: o software e a comunicação:


• 1979 (antes do primeiro PC !!!) primeiro produto comercial: relé numérico de frequência.
 rotinas de proteção;
• A partir dos anos 80 vários relés microprocessados surgiram no mercado: extremamente
 rotinas de auto monitoração ;
simples e alguns totalmente microprocessados (porém mais lentos);
 rotinas de comunicação.
• As novidades inicias eram:
• Final dos anos 80 início dos anos 90:
 rotinas de proteção usando algumas técnicas de processamento de sinais;
tradicionais e novos fabricantes
 painel frontal (informações adicionais e ajustes) ;
trouxeram novas e sofisticadas funções.
 porta RS232 => o meio de ajuste era um PC portátil.
• Grande evolução – incorporação de comunicação remota.

13 14

Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Microprocessados Relés Microprocessados

• Processo:
 Amostragem: transforma sinal de tempo contínuo em sinal de tempo discreto
 Quantização: transforma sinal de tempo discreto e amplitude contínua em sinal digital
 Codificação: complemento de dois, BCD, etc..

• Responsáveis:
 • Conversor AD
 • Sample/Hold (S/H)

A função do S/H é manter o sinal na sua saída em um valor representativo do sinal de entrada
no instante de amostragem, durante o tempo que o conversor A/D gasta para realizar a
conversão.
15 16
Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Microprocessados Relés Microprocessados

• Características dos atuais relés multifuncionais • permitem ainda:


 alguns Mbytes de programação;  melhores tempos de atuação da proteção;

 habilidade de comunicação em alta velocidade;  memorização de fatos ocorridos, estampando data, hora, oscilografia e data logger

 integração com outros dispositivos via LAN; dos parâmetros das falhas.;

 comunicação com outros centros de controle via redes proprietárias (WAN) ou, até  determinar com precisão os parâmetros das ocorrências no sistema elétrico;

mesmo, via internet;  transmitir (RS232 e RS485) as informações a distância, concentrando estes dados em
um ponto central (COS) para visualização e tomada de decisões pela gerência de
manutenção e controle.

17 18

Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Microprocessados Relés Microprocessados

• Medição, Controle e Monitoramento


• Herança adquirida na era da fabricação dos eletromecânicos :
 integração completa da medição: corrente, tensão, potência, energia e demanda, além
Diferentes relés para os diferentes componentes do sistema: motores, geradores,
de controle de religamento por subtensão ou subfreqüência, controle de banco de
transformadores, linhas, barras, capacitores, etc.;
capacitores, monitoramento de falhas de disjuntor e falha de TPs.
• Novos rumos:
• Hardware Versátil e Software Amigável
Nos últimos anos, a indústria da energia elétrica, os fabricantes e os pesquisadores têm
 entradas e saídas (digitais e analógicas) totalmente configuráveis,
especulado sobre a viabilidade dos ‘open’ systems relaying, ou seja, relés que podem ser
• Custos de Implementação
acrescidos, alterados, ajustados pelo usuário ou outro especialista e, que se comunicam
 maior unitariamente porém, muito menor em termos de conjunto.
com quaisquer outros IEDs de diferentes fabricantes.

19 20
Introdução aos relés de proteção Introdução aos relés de proteção

Breve histórico dos relés Breve histórico dos relés

Relés Microprocessados Relés Microprocessados

• Desvantagens:
 Necessita de alimentação externa;
 Necessita de climatização;
 Vida útil relativamente curta (10 a 15 anos devido ao avanço de tecnologia);
 Dificuldade na compatibilidade de protocolos de comunicação;
 No caso de defeito perde-se algumas ou todas as funções simultaneamente;
 Na manutenção necessita-se substituir o módulo completo;
 Requerem aterramentos muito baixos;
 Sujeitos a interferência eletromagnética;
 Sujeitos a ação de hackers (se forem conectados a internet.
21 22

Relés de sobrecorrente Relés de sobrecorrente

Definição Exemplo de esquema de proteção de sobrecorrente


• Trata-se do relé cuja atuação é sensível à corrente que flui no equipamento protegido;
• Todos os segmentos do sistema são normalmente protegidos por relés de sobrecorrente
(proteção mínima exigida);
• A proteção de sobrecorrente é a mais econômica das proteções;
• Também é a que mais necessita de reajuste quando são efetuadas alterações na
configuração do sistema.

Funções
Relés de sobrecorrente não direcionais  comumente chamado de relé de sobrecorrente
Relés de sobrecorrente direcionais
Relés de sobrecorrente diferenciais Defeito fase e terra: conexão residual de neutro Defeito fase e terra: desequilíbrio entre as fases

Relés de sobrecorrente de distância


23 24
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Tempo de atuação de relés de sobrecorrente Relé de sobrecorrente instantâneo (50)

• Os relés não direcionais são utilizados para proteção de sistemas radiais ou para sistemas O relé de alavanca, braço ou charneira atraída é, tradicionalmente, o tipo de relé utilizado para
em anel com o auxilio de um relé direcional; operar de forma instantânea.
• Utilizam a característica do tempo de atuação para garantir a seletividade da proteção. Quando a corrente  do TC atingir um certo valor (ajuste do relé) essa corrente produzirá um
campo eletromagnético capaz de atrair a alavanca e o relé opera.

Início da operação: força magnética exatamente


igual à força mecânica de retenção. Essa condição
é denominada de limiar de operação do relé.

Unidade instantânea (50)


Eletromecânicos: 2,3 ciclos Unidade temporizada (51)
Eletrônicos: 0,7 ciclo tempo inverso
25 26

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Termos utilizados Corrente de ajuste do relé – considerando relé de fase

• Pick-up: termo utilizado para designar a menor corrente que é capaz de atrair a alavanca, • O relé deve suportar as variações de carga do sistema. Portanto é necessário deixar uma
ou seja, fazer o relé operar. folga de 40% a 50% na corrente de carga para o relé absorver sem operar;

• Drop-out: termo utilizado para a desoperação do relé, ou seja, é a maior corrente que • O relé deve atuar com absoluta garantia para a menor corrente de curto-circuito do trecho
produz a desativação do relé. protegido.

Estes dois termos produzem a segurança de se: Assim, a corrente de ajuste do relé deve seguir a equação:
    : o relé, em hipótese alguma, irá operar;
      : o relé, em hipótese alguma, irá se desconectar.

27 28
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Opções de ajuste Ajuste pelo tap

• Tracionamento da mola de retenção; O ajuste pelo tap é a forma mais segura para garantir a repetitividade de performance da
• Variação do tamanho do entreferro (alavanca móvel); atração do relé, sendo largamente utilizado.
• Ajuste TAP da bobina magnetizante.
• Corrente de ajuste do relé = tap do relé
 Ajuste no tap produz mesma força magnetomotriz e portanto mesma atração da Vimos anteriormente que para o relé operar com segurança a corrente no momento do
alavanca, porém modifica a corrente responsável por produzir tal força: defeito deve ser maior que a corrente de ajuste do relé.

Portanto, para medir e garantir a eficiência da operação, adotou-se convencionalmente o


Exemplo: Força Magnetomotriz de 100 A.e.
termo conhecido como Múltiplo do relé (M):
Tap 1,00 A e 100 espiras
Tap 1,25 A e 80 espiras
Tap 2,00 A e 50 espiras
Tap 4,00 A e 25 espiras
29 30

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Ajuste pelo tap Relé tipo alavanca temporizado – fluidodinâmicos

• Para o mesmo múltiplo do relé a força de atração magnética na alavanca é a mesma. Os relés de atração eletromagnética podem ser temporizados por:

Portanto para o mesmo tipo de relé, com tap diferente, mas que tenham correntes de defeito • Relé auxiliar de tempo (necessidade de outro relé);
que correspondam ao mesmo múltiplo, os relés terão o mesmo desempenho.
• Temporização por fluido (óleo). Neste caso, trata-se de um processo rústico e não muito
Exemplo: Seja um ajuste que considere o múltiplo M=5 preciso.
Defeito = 5 A  tap = 1 A
Defeito = 10 A  tap = 2 A
Defeito = 20 A  tap = 4 A

Para o mesmo múltiplo os esforços são os mesmos e o consumo pode ser considerado como
carga de potência constante (cálculo de carga TC).

31 32
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Exemplo: Calcular a corrente de ajuste do relé de modo a garantir proteção até a barra B. Relé de sobrecorrente não direcional de tempo inverso (51)
(supor relé eletromecânico)
O relé de indução eletromagnética é, tradicionalmente, o tipo de relé utilizado para operar
com uma característica de tempo inverso.

33 34

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Curva de tempo inverso Curvas de operação

Cada corrente de curto-circuito produz um conjugado e como a distância dos contatos é fixa,
 Inversa:  depende do carregamento do
podemos expressar simbolicamente: sistema

 Muito inversa:  depende da localização e


não do carregamento

 Extremamente inversa: utilizada nas redes de


distribuição por ser semelhantes às curvas de
elo-fusíveis

 Inversa longa: utilizada para evitar a atuação


indevida em condições de moderada
sobrecarga (partida de motores de indução)

Diferentes valores de K representam características distintas de curvas

35 36
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Ajuste de tempo do relé de sobrecorrente de tempo inverso Ajuste de corrente do relé de sobrecorrente de tempo inverso

• No ajuste de tempo não se define um tempo, mas uma curva de atuação correspondente; • Utiliza-se o mesmo princípio de taps apresentado para relés de alavanca;
• Neste caso também considera-se um percentual do limiar de operação; • Assim, a corrente de ajuste do relé deve seguir a equação:

• Os múltiplos não apenas garantem a atuação, mas definem um tempo para esta atuação.

• Deve-se sempre escolher a corrente de ajuste próximo ao limite inferior;

• O curto-circuito deve ser considerado no final do trecho a ser protegido;

• A corrente mínima de curto-circuito deve ser obtida para carga leve;


 Nos relés digitais admite-se
múltiplo de 1,1 • É considerado o curto-circuito bifásico para ajustar com maior sensibilidade os relés de fase.

37 38

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Cálculo do curto-circuito bifásico Exemplo: Qual a curva a ser escolhida no relé IAC-53, com RTC 500/5 e tap=3 A para uma
corrente de curto-circuito de 3,6 kA e tempo de atuação desejado de 0.9 s?
• O cálculo do curto bifásico pode ser efetuado de duas formas:

 Curto-circuito longe do gerador ou perto de geradores de polos lisos:

 Curto-circuito perto de gerador de polos salientes deve se utilizar técnicas de


componentes simétricas

39 40
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Relé de sobrecorrente temporizado com elemento instantâneo Relé de sobrecorrente temporizado com elemento instantâneo

• Este relé é conhecido pelo código 50/51; • O ajuste da unidade instantânea não considera seletividade cronométrica, logo deve-se
tomar o cuidado de garantir que o defeito esteja dentro da zona de proteção principal;
• O ajuste da unidade temporizada é realizado exatamente como no caso anterior;
• Usualmente, ajusta-se a corrente do instantâneo para um curto-circuito trifásico a 85% da
• O ajuste da unidade instantânea é feito para uma corrente maior. linha de transmissão;
• O critério estabelecido para a unidade instantânea atende adequadamente a filosofia da
proteção: quanto maior o perigo, mais rápido é a sua eliminação.
• No relé eletromecânico o curto bifásico fica restrito a 57% da linha de transmissão, no relé
digital o problema pode ser resolvido considerando dois ajustes.

41 42

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Relé de sobrecorrente de Neutro Relé de sobrecorrente de Neutro

• Conhecido como relé de sobrecorrente de sequência zero; • Defeitos que geram componentes de sequência zero:
• Neste relé só circulam correntes de sequência zero, logo o relé deve ser ajustado para se
 Curto-circuito monofásico à terra;
sensibilizar por tais correntes;
 Curto-circuito bifásico à terra;
• Este relé é extremamente importante para capturar defeitos monofásicos de pequena
 Cargas desequilibradas aterradas;
intensidade.
 Abertura de fase de sistemas aterrados.

• O relé de Neutro não atua para:

 Curtos-circuitos trifásicos;
 Curtos-circuitos bifásicos;
 Cargas desequilibradas não aterradas;
 Abertura de fase em circuitos não aterrados.

43 44
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Ajuste do Relé de sobrecorrente de Neutro Exemplo geral

• O ajuste do relé de Neutro segue a seguinte restrição:

a) Calcular a corrente nominal do alimentador considerando que os transformadores da


• A característica do ajuste do lado esquerdo da equação, depende da característica do
barra B operam a plena carga;
sistema, do conhecimento e experiência do pessoal envolvido. b) Dimensionar o TC via ANSI;
c) Calcular a corrente de ajuste do relé de fase (51);
d) Calcular a corrente de ajuste do relé de fase(50), como sendo o múltiplo do tap do relé de
fase (51);
e) Calcular o tap para o relé de neutro para um desequilíbrio de 30%;
f) Calcular a classe de exatidão do TC pela ANSI;
g) Qual o tempo de atuação para um curto-circuito 2∅ na barra B (curva 4).
45 46

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Coordenação de relés de sobrecorrente Tempo de coordenação


• O conceito de coordenação está relacionado à proteção de Retaguarda; • É a diferença de tempo de atuação (∆), entre dois relés consecutivos, suficiente para

• Trata-se de uma estratégia de proteção, onde se estabelece uma ordem de seletividade garantir a coordenação da proteção;

para o desligamento da área afetada pelo defeito; • Garantia de coordenação significa a atuação somente da proteção mais próxima do defeito,

• A proteção de retaguarda se encontra na subestação a montante da área protegida; sem a atuação da proteção de retaguarda, a montante do defeito:

• A coordenação pode ser:

 Amperimétrica;

 Cronológica (tempo definido, inverso e relé instantâneo);  Procura-se definir os ajustes dos relés de tal forma que a diferença dos tempos dos
relés seja o mais próximo possível da igualdade da inequação.
 Lógica (teleproteção, canal piloto);

47 48
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Composição do tempo de coordenação (∆) Tempos de coordenação adotados (∆)


Após o levantamento estatísticos desses tempos, determinou-se por critério de segurança
adotar os seguintes tempos de coordenação:

Observação: Algumas empresas, para garantir maior confiabilidade da


 1-2  atuação do relé a jusante (tempo de ajuste); coordenação, utilizam para os relés microprocessados os mesmos tempos dos
 2-3  abertura dos contatos do disjuntor (2 a 6 ciclos); relés eletromecânicos.
 3-4  extinção do arco elétrico (5 ciclos);
 4-5  sobrepercurso (inércia, depende de cada relé).
 5-6  tempo de segurança
49 50

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Coordenação dos relés de sobrecorrente de tempo definido Coordenação dos relés de sobrecorrente de tempo definido
com elemento instantâneo
• O relé mais a jusante deve ter o menor ajuste de tempo possível;
• Ajustar o elemento instantâneo considerando  85%  a jusante do relé;
• Os relés a montante são ajustados de acordo com o tempo de coordenação;
• Coordenar os elementos temporizados de acordo com o tempo definido de coordenação;

• Nota-se, porém que defeitos próximos dos relés a montante possuem altos tempos de
• Esse esquema de proteção é melhor que o anterior, pois os curtos-circuitos próximos às
atuação e contrariam a filosofia da proteção.
barras são eliminados pelo relé de sobrecorrente instantâneo (50).

51 52
Relés de sobrecorrente – não direcionais Relés de sobrecorrente – não direcionais

Coordenação dos relés de sobrecorrente de tempo inverso Coordenação dos relés de sobrecorrente de tempo inverso
com elemento instantâneo
• Para o relé mais a jusante escolhe-se a menor curva de tempo possível, ou admite-se uma
• Ajustar o elemento instantâneo considerando  85%  a jusante do relé;
curva já determinada em função da coordenação a jusante;
• Coordenar os elementos temporizados ajustando a curva de acordo com o tempo de
• Os relés a montante são coordenados ajustando-se uma curva de tempo superior, de
coordenação:
acordo com o tempo de coordenação:
 Nova curva
 Nova curva
• O ajuste das curvas (tempo desejado), tanto para o relé a jusante quanto para o relé a
• O ajuste das curvas (tempo desejado), tanto para o relé a jusante quanto para o relé a
montante, é realizado considerando um curto circuito trifásico (cálculo do múltiplo) no
montante, é realizado considerando um curto circuito trifásico (cálculo do múltiplo) no
ponto extremo da atuação do relé instantâneo (85% da LT) .
ponto de instalação do relé a jusante.

Precisa conferir a
coordenação
53 54

Relés de sobrecorrente – não direcionais Relé de sobrecorrente – direcional

Exemplo Definição

Para o sistema abaixo, deseja-se: especificar os TC’s, ajustar os relés IAC51 (50/51), • O relé de sobrecorrente direcional (67) tem sensibilidade para perceber o sentido do fluxo
coordenar os relés das barras a e b. de energia que trafega pelo sistema;

   4 →   0,38  • É utilizado para coordenar a proteção de sistemas em anel;

Curva do relé B = curva 2 muito inversa • Geralmente, este relé funciona como uma “característica” dos relés de sobrecorrente, ou
seja, é uma unidade, incorporada no relé de sobrecorrente, utilizada apenas para
monitoração do sentido do fluxo e permitir ou não a atuação das funções 50/51;

• Há três tipos de relés direcionais:

 Direcional de sobrecorrente de fase;

 Direcional de sobrecorrente de neutro;

 Direcional de potência.

55 56
Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Princípio de funcionamento Princípio de funcionamento


• Os relés de sobrecorrente direcionais necessitam de duas grandezas de atuação:
Van
 Uma grandeza de polarização (em geral utiliza-se a tensão) normal
     
 Uma grandeza de operação (corrente elétrica)
ϕa
Ia   &ೌ &  çã  

r   
θ  !" #$%
β Vpolarização = Vbc
α
Ipolarização

Φpolarização

# : ângulo de torque máximo (característica do relé direcional);


      ': ângulo da impedância da bobina de polarização (ajuste de #, ângulo de projeto);
%: ângulo relacionado com a corrente de defeito.
57 58

Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Princípio de funcionamento Tipos de polarização por tensão

• No limiar de operação:   !" # $ % $   0 • Nos relés eletromecânicos existe basicamente três tipos de polarização por tensão:

• Se considerarmos que Vbc permanece constante para um curto na fase a, teremos:  Conexão 30º

Van  
 !" # $ % 
normal  

 !" # $ %  

r
Im
Vpolarização = Vbc

Limiar de operação
- Esboce a tensão de polarização para as demais fases

 : corrente de pick-up, isto é, menor corrente que deixa o relé no seu limiar de operação. 59 60
Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Tipos de polarização por tensão Tipos de polarização por tensão


• Nos relés eletromecânicos existe basicamente três tipos de polarização por tensão: • Nos relés eletromecânicos existe basicamente três tipos de polarização por tensão:

 Conexão 60º  Conexão 90º

- Esboce a tensão de polarização para as demais fases - Esboce a tensão de polarização para as demais fases

61 62

Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Atuação do relé direcional Atuação do relé direcional


O relé direcional funciona como um relé de monitoração de sentido de fluxo e atua na unidade
• Existe três possibilidades de inversão do plano de operação:
de sobrecorrente para permitir ou não sua atuação.
 Troca do contato normalmente aberto por normalmente fechado

 Inversão da polaridade da bobina de potencial

 Inversão da polaridade da bobina de corrente

63 64
Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Aplicação Aplicação

• Seja a linha paralela abaixo, em condição normal de operação. • Seja a linha paralela abaixo, em condição normal de operação.

ଵ 51) t=0,6 s ଷ 51) t=0,3 s ଵ 51) t=0,6 s ଷ 51) t=0,3 s atua


ଷ 67) t=0 s atua ଷ 67) t=0 s atua

ଶ 51) t=0,6 s ସ 51) t=0,3 s ଶ 51) t=0,6 s ସ 51) t=0,3 s


ସ 67) t=0 s ସ 67) t=0 s

65 66

Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Exemplo livro caminha – página 32 Exemplo livro caminha – página 34

• Seja um subestação recebedora de uma grande indústria, conforme apresentada no


diagrama trifilar, cujo sistema de proteção utiliza o relé JBC-GE ( com ângulo de conjugado
máximo igual a 45º)

 Verificar a condição do esquema de proteção para um curto-circuito que produz uma


corrente atrasada de 45º da tensão e fazer mudanças caso seja necessário.

 Verificar o comportamento do sistema de proteção para uma carga com fator de


potência 0,8 indutivo.

67 68
Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Exemplo livro caminha – página 36 Exemplo livro caminha – página 36

69 70

Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – direcional

Relé direcional de Neutro Relé direcional de Neutro


• São utilizados para a proteção de defeitos fase-terra (desequilibrados) em que seja
necessária a informação de direção da corrente de neutro;

• São sensibilizados para as mesmas condições do relé de Neutro (não direcional).

Polaridade da tensão invertida Condição normal Curto 1& – fase a Polarização relé r=-60º

71 72
Relé de sobrecorrente – direcional Relé de sobrecorrente – diferencial

Coordenação de sistemas em anel com relés direcionais Definição


• O relé de sobrecorrente diferencial (87) tem a função de comparar a corrente elétrica na
entrada e na saída do equipamento a ser protegido;

• Tal função é baseada na 1ª lei de Kirchhoff aplicada à área protegida;

• Atuação

 Se    í  relé não atua

 Se   $ í (    relé não atua

 Se   $ í     relé atua

73 74

Relé de sobrecorrente – diferencial Relé de sobrecorrente – diferencial

Tipos de relé diferencial Princípio de funcionamento do relé diferencial comum

• Há dois tipos de relés diferenciais:

Defeito fora da área de proteção:


As correntes que entram e que saem
somam zero e o relé não atua.

Defeito dentro da área de proteção:


Relé Diferencial Comum Relé Diferencial Percentual A diferença entre as correntes que
entram e saem da área protegida
sensibilizam o relé.
75 76
Relé de sobrecorrente – diferencial Relé de sobrecorrente – diferencial

Princípio de funcionamento do relé diferencial percentual Princípio de funcionamento do relé diferencial percentual


Torque de operação: )  $ 
ଶ ூభ ାூమ ଶ
 No limiar de operação: ଵ ଵ ଶ  ଶ
   ଶ
Defeito fora da área de proteção: Torque de restrição: ) భ మ

Com a diferença das correntes somando
zero, o torque de operação é zero. Enquanto ூభ ାூమ ௞మ
o torque de restrição é máximo. Fazendo: y   $  ; x ;  , temos + ,
ଶ ௞భ

Defeito dentro da área de proteção:


Se considerarmos    , temos torque de
operação máximo e torque de restrição
mínimo.

77 78

Relé de sobrecorrente – diferencial Relé de sobrecorrente – diferencial

Curvas de declividade do relé diferencial percentual Exemplo de ligação trifilar da proteção diferencial de um transformador

As declividades são obtidas por: Como regra geral tem-se:


 Transformador de força ligado em delta  TC ligado em estrela
 Transformador de força liga em estrela  TC ligado em delta

79 80
Relé de sobrecorrente – diferencial Relé de sobrecorrente – diferencial

Ajuste de tapes do relé diferencial Uso de TC’s auxiliares para ajustar o balanço de corrente

• As RTC’s do início e fim de uma área protegida podem ser diferentes, devido as diferenças Quando houver uma diferença de 10% a 15% entre as correntes do secundário dos TC’s em
de correntes nominal e curto-circuito (fator de sobrecorrente) nesses pontos. condições normais de operação, é necessário o uso de TC’s auxiliares para fazer o ajuste de

• Ao se ajustar os tapes do início e fim de uma área protegida deve se tomar o cuidado de balanço de corrente.
fazer o balanço de corrente para compensar o erro em função das RTC’s.

81 82

Relé de sobrecorrente – diferencial Relé de sobrecorrente – diferencial

Restrição do relé diferencial percentual a componentes harmônicas Exemplo aplicação

• Os relés diferenciais são sensíveis às correntes de carregamento do sistema; Determinar os parâmetros principais dos TC’s e os ajustes necessários do relé diferencial para a
proteção de um transformador de potência de 56 MVA, na tensão de 138/13.8 kV, ligado em
• Por exemplo, quando um transformador de potência é energizado, sua corrente de
triângulo no primário e estrela no secundário.
magnetização pode provocar a atuação indevida do relé;
Curto-circuito primário do transformador:   2,8 )
• Contudo, a elevada percentagem de correntes harmônicas contidas nas correntes de
Curto-circuito no secundário do transformador:   3,7 )    17 )
magnetização são meios eficientes para evitar a atuação indevida dos relés.

• Restrição:

 2ª harmônica: inibe atuação do disjuntor durante a energização do transformador;

 3ª e 5ª harmônicas: inibe atuação durante uma situação de sobre-excitação (carga


capacitiva).

83 84

Você também pode gostar