121 - Apostila - Atendimento Educacional de Alunos Com Surdez
121 - Apostila - Atendimento Educacional de Alunos Com Surdez
121 - Apostila - Atendimento Educacional de Alunos Com Surdez
Olá, aluno(a)!!!
Esta apostila é de extrema importância para a sua jornada acadêmica. Ela é com-
posta por uma introdução, quatro unidades e conclusão. Ao final de cada unidade, você en-
contrará as seções #saiba mais# e #reflita#, que foram pensadas e preparadas objetivando
ampliar seus horizontes e somar novos conhecimentos à sua prática profissional.
Mais adiante, na unidade III, intitulada de Comunicação dos Alunos com Surdez,
saberemos quais são as proposições relacionadas às metodologias de ensino direcionadas
ao aluno surdo e/ou deficiente auditivo: Língua Brasileira de Sinais, enquanto comunicação
oficial, Bilinguismo e a Oralização. Para finalizar, entendemos de que forma acontecem os
processos de escolarização, no contexto nacional.
Por fim, na unidade IV, denominada de Aluno com Surdez na Escola, nossa
reflexão será sobre o ensino-aprendizagem desse público. Nesse sentido, conheceremos
quais são as orientações oficiais para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua,
como também os posicionamentos dos especialistas sobre o assunto: essa é ou não a me-
lhor forma de ensino para o público-alvo. Por fim, você conhecerá quais são as orientações
oficiais à escola para receber o aluno com deficiência auditiva e/ou surdez.
UNIDADE I....................................................................................................... 6
História da Educação de Surdos no Brasil
UNIDADE II.................................................................................................... 27
Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular
para Alunos Surdos
UNIDADE III................................................................................................... 52
Comunicação dos Alunos com Surdez
UNIDADE IV................................................................................................... 76
Aluno com Surdez na Escola
UNIDADE I
História da Educação
de Surdos no Brasil
Professora Mestre Greicy Juliana Moreira
Plano de Estudo:
- Antiguidade à idade moderna
- Idade Contemporânea
- Legislação nacional e estadual, acessibilidade e a era da inclusão
Objetivos de Aprendizagem:
• Contextualizar a história da educação de surdos no Brasil.
• Refletir sobre os períodos históricos relacionados à educação de surdos no Brasil, desde
a Antiguidade até a idade contemporânea.
• Compreender as acepções da Legislação nacional e estadual, acessibilidade e a era da
inclusão.
6
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)!
Vamos iniciar a primeira unidade da disciplina de “Atendimento Educacional de
Aluno com surdez”. Esta unidade será composta por três tópicos, nos quais teceremos
diálogos sobre o universo da pessoa surda.
No primeiro tópico, intitulado de “Antiguidade à idade moderna”, conheceremos
como era o tratamento com as pessoas surdas nesse tempo, em diversos países. Você
perceberá que muitas atrocidades foram praticadas e que os surdos não possuíam direitos
civis, porque eram considerados pessoas totalmente incapazes.
Depois, no segundo tópico, denominado “Idade Contemporânea”, nosso dialógico
será mais especificamente sobre os acontecimentos relacionados à comunidade surda
no Brasil. Assim, entenderemos como iniciou-se a educação de surdos e quais foram os
caminhos trilhados até os dias atuais.
Para finalizar, no terceiro e último tópico, “Legislação nacional e estadual, aces-
sibilidade e a era da inclusão”, estudaremos as diretrizes propostas nas leis e decretos,
bem como a ausência de cumprimento de tais determinações pela sociedade.
Além de todos os conteúdos trabalhados nos tópicos, no final desta unidade você
encontrará novas sugestões de leituras, filmes e sites que ampliarão seus conhecimentos.
Então, vamos lá!!!
Caro(a) acadêmico(a), neste primeiro tópico da Unidade I, nosso diálogo será sobre
os importantes acontecimentos históricos relacionados à Educação de Surdos. Para tanto,
apresentaremos, inicialmente, informações sobre os acontecimentos no mundo, entre os
períodos da Antiguidade até a Idade Moderna. Conhecer os acontecimentos relacionado à
educação de surdos, em diferentes momentos históricos, colabora para um melhor enten-
dimento sobre o passado, nos faz refletir sobre o presente e ainda possibilita um diálogo
sobre as futuras prospecções relacionadas ao assunto.
Para iniciarmos nossa jornada por esses momentos tão interessantes precisamos,
primeiramente, entender a diferença entre “povo surdo” e “comunidade surda”:
● Povo surdo: é um grupo de pessoas surdas que têm costumes, história, e
tradições em comuns, constrói sua concepção de mundo através da mesma
visão, ligados por um código de formação visual, independentemente do nível
linguístico (STROBEL, 2008).
● Comunidade surda: não é composta apenas de surdos, mas também de
ouvintes, como, por exemplo, as pessoas da família, intérpretes, professores,
amigos, dentre outros que participam e compartilham os mesmos interesses
comuns em uma determinada localização (STROBEL, 2008).
Olá, aluno(a)!!!!
Neste segundo tópico da Unidade I vamos dialogar sobre os dados históricos re-
lacionados à Educação de Surdos, a partir da Idade Contemporânea até os dias atuais,
enfatizando os acontecimentos no Brasil, porque, no tópico anterior, nossos olhares esta-
vam direcionados para os movimentos em prol da pessoa surda em outras épocas e outros
lugares.
Para o estudioso sobre o tema, Zeni (2005), no Brasil, foi a partir de 1835 que
tiveram início os movimentos em prol do povo surdo, quando o deputado Cornélio Ferreira
França apresentou à Assembleia Legislativa um projeto que tinha como objetivo disponibi-
lizar um professor de ensino primário para surdos, em cada província da nação, porém sem
sucesso na época.
Contudo, foi somente em 1855 que houve oficialmente um movimento de ações
direcionadas à educação de surdos. Nessa época, segundo reinado brasileiro, o então
imperador Dom Pedro II (1825-1891) conheceu a história de José Álvares de Azevedo, por
meio do médico da Câmara Imperial, o francês José Francisco Xavier Sigaud. Nas revisões
de literatura sobre o assunto, Zeni (2005) revela que Azevedo, brasileiro, ficou cego com três
anos e logo após mudou-se para Paris. Lá, foi alfabetizado no Institut National des Jeunes
Aveugles, por meio do sistema Braille. Mais tarde, já adulto, por volta de 1850, retornou ao
país de origem, Brasil, e alfabetizou a filha de José Francisco Xavier Sigaud, a Adélia. Por
Após tal determinação, o oralismo passou a ser a língua oficial para educar os
surdos em todos os países europeus e também nos Estados Unidos, durante o século XIX e
um bom período do século XX. Consequentemente, o Brasil também aderiu à determinação
do Congresso de Milão (ZENI, 2005). De acordo com a proposta educacional vigente na
época, aqueles surdos que eram educadores e se comunicavam pela língua de sinais,
não poderiam mais desenvolver tal prática, como também era terminantemente proibida
a comunicação por meio de gestos por qualquer aluno e/ou funcionário da escola. Além
disso, sugeriram que as famílias também não praticassem esse tipo de comunicação no
ambiente familiar. Esse decreto perdurou por muitos e muitos anos.
Em 1929, no estado de São Paulo, foi fundado o Instituto Santa Terezinha, dire-
cionado apenas para meninas, em regime de internato. Após alguns anos, foi concedida a
2008 – Lei nº 11.796 - Institui o Dia Nacional dos Surdos: “Art. 1º Fica instituído
o dia 26 de setembro de cada ano como o Dia Nacional dos Surdos” (BRASIL, 2008).
Caro(a) aluno(a), de acordo com o que foi exposto, no Brasil, nas últimas décadas,
diversas leis foram criadas em prol dos deficientes auditivos. Com o intuito de auxiliar a
construção do seu conhecimento sobre o assunto, vamos dialogar sobre a importância de
tais conquistas:
● LIBRAS: reconhecida como língua oficial da comunidade surda do Brasil - um
verdadeiro empoderamento. Dentre muitos favorecimentos, possibilitou a inser-
ção no mercado de trabalho;
● Acessibilidade comunicativa para os surdos: acessibilidade em sites; Janelas
de Libras em programas de TV; Acessibilidade no teatro – um grande avanço de
acesso aos diversos meios de comunicação, o que promoveu a possibilidade de
maior participação social;
● Obrigatoriedade da disciplina de Libras nos cursos de formação de professores
de nível médio e superior – valorização da LIBRAS no contexto educacional;
● Cursos de LIBRAS de até 180 horas – possibilitou a disseminação da língua;
● Obrigatoriedade de tradutores e intérpretes para professores de instituições fe-
derais e locais públicos – fortaleceu a língua e favoreceu a prática comunicativa
por meio da LIBRAS;
● Aumento do número de universidades que oferecem vagas ao surdo – aumento
desse público em diversas áreas do conhecimento e nos mais diversos seg-
mentos mercadológicos;
● Professores surdos (mestres, doutores e pós-doutores) atuando efetivamente
nas faculdades, isso corrobora para disseminação de pesquisas e o rompimento
de barreiras preconceituosas que perpetuaram por longos anos.
● Aplicativos de tecnologia assistiva que faz a tradução da língua portuguesa
para LIBRAS – otimiza os processos de comunicação e acesso à qualificação
profissional de pessoas com deficiência auditiva/surdas.
● A prova do Enem traduzida para a Língua de Sinais – isso reafirma o compro-
misso social de disseminação da LIBRAS.
REFLITA
Caro(a) aluno(a),
A partir da leitura dos textos propostos, reflita sobre:
O efeito do “EVENTO DE MILÃO” para educação de surdos no Brasil.
● Congresso de Milão: essa HQ bilíngue para surdos retrata a opressão sofrida mun-
dialmente pela comunidade surda desde que o “Congresso de Milão” (1880) proibiu
as línguas de sinais. Na história, o personagem Marcelo, surdo sinalizante de língua
brasileira de sinais (LIBRAS), demonstra que a forma de conceber o mundo está nos
olhos de quem vê e evidencia a dificuldade de comunicação pela modalidade oral
e suas línguas dominantes. Marcelo encontra em um shopping uma colega ouvinte
que se comunica em LIBRAS. Ela o leva para uma palestra que irá contar sobre
esse período de opressão vivido pelos surdos. O personagem Marcelo perpassa as
principais épocas históricas até retornar aos tempos atuais. Ao final, ele destaca a
importância de se comunicar pela língua de sinais, visto que é por meio dela que a
comunidade surda tem o conhecimento em suas mãos. Dê um click para saber mais:
CEZAR, K. P. L.; ALMEIDA, L. G. P. de. O congresso de Milão. Araraquara: Letraria,
2018. Disponível em: https://www.letraria.net/o-congresso-de-milao/.
Acadêmico(a),
Chegamos ao final da primeira unidade desta disciplina, na qual dialogamos sobre
o percurso histórico da educação de surdos e, ainda, sobre as legislações relacionadas à
acessibilidade e a era da inclusão.
Nesse momento, desejo ressaltar que vivemos em uma sociedade 4.0, totalmente
tecnológica e a disseminação de conteúdos informativos de maneira quase que imediata
proporcionou mudanças de paradigmas sociais. Consequentemente, tivemos um aumento
de publicação de Políticas Públicas nos últimos anos, que favorecem os deficientes auditi-
vos e surdos.
O reconhecimento da LIBRAS como segunda língua oficial do país foi um avanço
importantíssimo, pois ela é essencial para todos aqueles que possuem tal limitação, mas
desejam viver em sociedade. Além do público-alvo, aqueles que atuam como educadores,
as famílias de pessoas surdas também foram favorecidas, uma vez que isso possibilita a
comunicação entre pessoas deficientes e ouvintes em diversos contextos sociais, minimi-
zando as dificuldades comunicativas.
Contudo, sabemos que muitas diretrizes não são praticadas, como exemplo po-
demos destacar a falta de acessibilidade aos diversos serviços públicos, o que gera uma
insatisfação à sociedade surda, pois é direito de todos os cidadãos a comunicação social.
Vale ressaltar, nesse período de pandemia, a dificuldade encontrada pelos surdos nos
hospitais, porque não há profissionais preparados para atendê-los, situação essa que está
na contramão das diretrizes propostas pelo Governo Federal.
Para finalizar, saliento que os conteúdos aqui apresentados foram disponibilizados
com o intuito de oportunizar novos conhecimentos, além de favorecer o entendimento sobre
as questões sociais e políticas relacionadas à comunidade surda.
Nos encontraremos na Unidade II para ampliarmos nossos diálogos sobre o assun-
to em questão: “Atendimento Educacional de Aluno com surdez”.
Um abraço!!!!!
LIVRO
• Título: Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como fazer?
• Autor: Maria Teresa Mantoan
• Editora: Sumus Editorial
• Sinopse: De maneira clara e didática, a autora, uma das maiores
especialistas em inclusão escolar no país, explica o que é educa-
ção inclusiva, discute os passos necessários para implantá-la e
ressalta o que a sociedade ganha com esse processo. Uma obra
essencial para os pais e educadores.
FILME/VÍDEO
• Título. Sou surda e não sabia
• Ano. 2009
• Sinopse. Sandrine, por muito tempo, não sabia que era surda,
era é filha de pais ouvintes, porém surda de nascença. Frequentou
a escola regular, e somente depois foi diagnosticada. Esse docu-
mentário olha para a questão a partir de dentro, pela perspectiva
de Sandrine e sua história verídica. Paralelamente ao relato da
autonomia conquistada com a Língua de Sinais, o filme levanta a
discussão sobre a conveniência do implante coclear e da oralização
de crianças surdas (retirado do site do festival Assim Vivemos). O
filme documental Sou surda e não sabia traz interessantes refle-
xões sobre temas atuais, como educação de surdos, inclusão e
luta por direitos.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Vw364_Oi4xc
WEB
• A primeira webTV em Libras, com legendas e locução, uma par-
ceria do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) e da
Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (ACERP).
• Link do site. http://tvines.org.br/
Plano de Estudo:
- Fundamentos teóricos, legais e pedagógicos do atendimento especializado.
- Institucionalização do atendimento especializado no projeto político pedagógico.
- Atividades de Vida Diária do aluno com deficiência auditiva.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar os Fundamentos Teóricos, Legais e Pedagógicos do
Atendimento Especializado.
• Compreender a efetivação do atendimento educacional especializado no ensino regular.
• Estabelecer a importância do bilinguismo no contexto educacional para a comunidade
surda.
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INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)!
Estamos iniciando a Unidade II, denominada de “Interlocução do atendimento
especializado com o ensino regular para surdos”, que estruturalmente está organizada
em três tópicos que dialogam entre si.
Estudar sobre a educação escolar do aluno com surdez faz-se necessário, uma vez
que é uma realidade que todos os educadores estão vivenciando, e um enorme desafio.
Entende-se, segundo as diretrizes oficiais vigentes, que todos os profissionais
inseridos no contexto educacional, precisam abraçar a inclusão, sem restrições e ainda
incondicionalmente. No entanto, muitos desses profissionais não possuem conhecimen-
tos, nem mesmo habilidades para desenvolver tal prática. Então, é primordial a busca
incessante por novos conhecimentos que proporcionem o desenvolvimento de trabalhos
pedagógicos de excelência, que realmente incluíam o surdo e/ou o deficiente auditivo no
contexto educacional e não apenas no espaço físico da sala de aula comum.
Para auxiliá-lo nessa seara, no primeiro tópico, “Fundamentos teóricos, legais e
pedagógicos do atendimento especializado”, vamos averiguar quais são as acepções
dos aspectos legais, como, por exemplo, leis e decretos relacionados à Educação Especial
e ao Atendimento Educacional Especializado.
Na sequência, no segundo tópico, “Institucionalização do atendimento especia-
lizado no projeto político pedagógico”, nosso diálogo permeará mais especificamente
as orientações oficiais sobre como deve ser organizado e estruturado o Atendimento Edu-
cacional Especializado para uma pessoa com surdez, como também o deficiente auditivo.
No terceiro e último tópico, “Atividades de Vida Diária do aluno com deficiência
auditiva”, entenderemos que a educação não está relacionada apenas aos conteúdos
estruturantes e acadêmicos, vai muito além disso, associa-se aos mais diversos contextos
sociais.
Para finalizar e ampliar seus conhecimentos, no final dos tópicos você encontrará a
seção #saiba mais#, com sugestões de leituras, além de dicas de filmes e livros!
Encontro você, lá!!!
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 28
1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS, LEGAIS E PEDAGÓGICOS DO ATENDIMENTO ESPE-
CIALIZADO
Olá, aluno(a)!
Neste primeiro tópico da Unidade II, nosso diálogo será sobre os “Fundamentos
teóricos, legais e pedagógicos do atendimento especializado”.
Nosso objetivo, primeiramente, será apresentar o conceito de aprendizagem e de
dificuldades de aprendizagem para ilustrar o quão importante é o Atendimento Educacional
Especializado para que o aluno aprenda, sem que haja maiores problemas oriundos da
falta de habilidade profissional e também estrutural.
Na sequência, nosso objetivo será entender quais foram os marcos históricos e as
legislações publicadas referentes ao Atendimento Educacional Especializado.
Para finalizar esse tópico vamos refletir sobre a efetivação desse atendimento na
escola regular de ensino.
Caro(a) acadêmico(a), você sabe o que é dificuldades de aprendizagem?
Refletir sobre esse assunto vem ao encontro da necessidade de ter um profis-
sional especializado para a mediação com alunos que necessitam de apoio pedagógico
especializado, com intuito de combater o fracasso escolar. Além disso, dialogar sobre as
dificuldades de aprendizagem justifica-se por ser um tema que preocupa todos os profissio-
nais envolvidos num processo de educação com alunos que possuem alguma deficiência,
como, por exemplo, a auditiva e/ou surdez propriamente dita.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 29
Nesse sentido, saber como o aluno aprende e constrói seu conhecimento e, ainda,
compreender as relações dele com a escola contribui para o esclarecimento dos processos
da aprendizagem, proporcionado condições para superação das dificuldades quando iden-
tificadas, favorecendo uma melhora no rendimento escolar.
É válido ressaltar que o resultado do aproveitamento escolar é influenciado por
diversos aspectos, como, por exemplo, os afetivos, os cognitivos e os relacionados ao
funcionamento da instituição escolar. Em particular, no caso de alunos com deficiência
auditiva, as adaptações pedagógicas e estruturais são de extrema necessidade para con-
quista de resultados positivos.
Especialistas no assunto, por exemplo, Fonseca (1995), defendem que há diferen-
ças entre dificuldade de aprendizagem “sintoma” e dificuldade de aprendizagem “reativa”.
A primeira é causada por problemas afetivos e/ou cognitivo do aluno. Já a segun-
da tem sua origem em problemas relacionados à instituição escolar, como, por exemplo,
desadaptação, dificuldades na relação com o professor ou com a metodologia utilizada
para ensinar. Em particular, no caso do aluno, público-alvo dessa disciplina, a exclusão
social, como também o preconceito linguístico, favorece o desenvolvimento de tal dificul-
dade. Muitas vezes, o aluno não entende o conteúdo ministrado, porque não consegue
estabelecer uma comunicação eficaz com o professor, por isso não faz perguntas, o que
gera problemas no aprendizado, leia-se, também dificuldade de aprendizagem. Por isso,
justifica-se a necessidade de atendimento educacional especializado e personalizado para
atender aos alunos com deficiências.
As acepções de Feuerstein (1980) corroboram com o diálogo anterior, porque, para
ele, a aprendizagem é um processo que inclui a construção do aprendiz e a interação,
entendida como a participação de um mediador humano, que se interpõe entre o sujeito e
o conhecimento.
Aluno(a), para avançarmos no conteúdo proposto para esse tópico, vamos enten-
der o que é aprendizagem?
Várias teorias têm sido discutidas para esclarecer sobre o que vem a ser, ou mesmo
o que se entende por “aprendizagem”. Mas, neste momento, o enfoque teórico abordado
será de acordo com a teoria de Feuerstein, todavia, essa assemelha-se aos pensamentos
de Vygotsky.
Caro(a) aluno(a), para que haja melhor entendimento sobre o assunto, é importante
relembrar alguns conceitos do psicólogo russo Vygotsky. O referido autor defendeu a impor-
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 30
tância da função mediadora no processo de aquisição do conhecimento. Segundo Vygotsky
(1989), os processos cognitivos podem ser divididos em dois níveis:
● Processos cognitivos inferiores ou no plano natural: tipos de conhecimento
que ocorrem de uma forma imediata, sem mediação. Esses processos naturais
seguem o ritmo da maturação;
● Processos cognitivos superiores ou mediados: formas de conhecimentos que
indicam ocorrência de interações sociais e culturais entre indivíduos em desen-
volvimento e indivíduos mediadores.
De acordo com o que foi exposto, é possível traçar conceitos paralelos entre a
teoria de Vygotsky (1989) e de Feuerstein (1980), pois ambos defendem a teoria da inter-
nalização, somando-se a isso o processo mediador na construção da inteligência.
Feuerstein é um psicólogo-pesquisador israelita que vem se destacando mundial-
mente pelo método desenvolvido para o trabalho com crianças deficientes. Ele acrescentou
algo a mais à teoria de Vygotsky, uma vez que, para ele, a mediação representa a cultura.
Porém, não é somente a sociedade que automaticamente veicula os conceitos, eles pre-
cisam ser transmitidos por instituições formais ou informais: por formais entende-se que
sejam a igreja, a escola etc. Por outro lado, como instituições informais temos os pais,
irmãos, amigos etc.
Assim, infere-se que toda a aprendizagem deve ser coerente com o nível de de-
senvolvimento da criança, ou seja, existe uma relação entre determinado nível de desen-
volvimento e a capacidade potencial de aprendizagem. Dessa forma, para Vygotsky (1989),
existem dois níveis no desenvolvimento da criança:
● O nível do desenvolvimento atual da criança: nível de desenvolvimento das
funções psicointelectuais da criança que se conseguiu como resultado de um
processo específico de desenvolvimento já realizado. Ou seja, é aquilo que a
criança realiza com autonomia; sem ajuda de um ser mais desenvolvido;
● A zona do desenvolvimento potencial: a diferença entre o nível das tarefas
realizáveis com o auxílio dos adultos e o nível das tarefas que podem desen-
volver-se com uma atividade independente, define a área de desenvolvimento
potencial da criança.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 31
assimilação e processamento direto dos estímulos existentes, como também, aprende
através de mediação cognitiva significativa. Esta, por sua vez, tem ênfase na teoria do
autor, porque, para ele, caso a mediação seja feita de forma errônea, ou ainda não exista na
vida de uma criança com grau representativo, pode causar sérios danos, gerando, assim,
dificuldades de aprendizagem.
Por isso, novamente, a importância do atendimento educacional especializado é
maximizada. Contudo, há de se destacar que o profissional responsável, nesse espaço
especializado, precisa ter habilidade e competências, pois, do contrário, causará diversos
problemas que aumentarão o fracasso escolar desse público.
Consoante a esse diálogo, é possível verificar a acentuação do papel mediador,
no espaço especializado para o desenvolvimento cognitivo da criança. Mas, novamente, é
ressaltada a ideia de que a “aprendizagem adequada” depende extremamente da qualidade
da “aprendizagem mediada”, do contrário, um resultado negativo acontecerá, oriundo de tal
mediação.
Portanto, Feuerstein (1980) diferencia causas determinantes diretas e indiretas dos
problemas de aprendizagem. As indiretas são influências do meio, normas sociais etc.
Já as determinantes diretas são as estratégias de mediação intencional no processo de
aprendizagem, uma vez que, quando mal mediada ou a escassez dessa mediação, resulta
em desempenho insatisfatório.
Acadêmico(a), você conseguiu compreender o quão necessário se faz um atendi-
mento especializado proporcionando por um profissional realmente qualificado e preparado
para exercer tal função?
E as dificuldades de aprendizagem, o que são? São muitos os alunos que apre-
sentam tais sintomas?
Como sabemos, os dados estatísticos apontam para muitos alunos, os quais pos-
suem características que requerem atenção educacional diferenciada e especializadas,
porque foram diagnosticados com algum tipo de dificuldade de aprendizagem, muitas
vezes resultantes de alguma deficiência apresentada. No Brasil, as Políticas de Educação
Inclusiva entendem como público inclusivo, segundo a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº
13.146/2015) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006),
ratificada no Brasil em forma de Emenda Constitucional, por meio do Decreto Legislativo nº
186/2008 e do Decreto nº 6.949/2009,:
● Necessidades Educacionais Especiais (NEES):
● Transtornos Globais do desenvolvimento;
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 32
● Transtornos Específicos do Desenvolvimento
● Distúrbios de aprendizagem;
● Altas Habilidades/Superdotação.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 33
necessário conhecer e dialogar sobre as legislações vigentes referentes ao atendimento
educacional especializado.
Caro(a) Acadêmico(a), até agora dialogamos sobre o processo de aprendizagem e
as dificuldades de aprendizagem apresentadas, com o objetivo de ilustrar a importância do
atendimento especializado de excelência no contexto escolar.
A partir de agora, vamos dialogar sobre os marcos históricos e normativos referen-
tes ao Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para tanto, vamos apresentá-los em
ordem cronológica:
● Em 1973, o MEC criou o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP),
responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que impulsionou
ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com
superdotação.
● Em 1988, segundo a Constituição Federal, no Art.3º, inciso IV, todos têm di-
reito à educação e ao acesso à escola. Nesse sentido, toda escola precisa
atender aos princípios constitucionais, portanto, não podendo haver nenhum
tipo de exclusão por razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade, deficiência
ou ausência dela. Já no seu artigo 206, inciso I, estabeleceu a “igualdade de
condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o
ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208) (BRASIL,
1988).
● Em 1990, foi publicada a Lei nº 8.069, sobre o Estatuto da Criança e do Adoles-
cente (ECA). O artigo 5º reforçou os dispositivos legais supracitados ao deter-
minar a obrigatoriedade dos pais e/ou responsáveis matricularem seus filhos na
rede regular de ensino (BRASIL, 1990).
● Ainda na década de 90, a Declaração Mundial de Educação para Todos e a
Declaração de Salamanca (1994) influenciaram a formulação das políticas pú-
blicas da educação inclusiva (MENEZES; SANTOS, 2001).
● Em 1994, a UNESCO realizou a Conferência Mundial de Necessidades Educati-
vas Especiais: Acesso e Qualidade, na qual propôs a discussão, problematizando
as causas da exclusão escolar. Assim, o documento Declaração de Salamanca
e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais proclamaram que
as escolas comuns representam o meio mais eficaz para combater as atitudes
discriminatórias. (BRASIL, 1994).
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 34
● Em 1994, o Brasil publicou a Política Nacional de Educação Especial, orientan-
do o processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso às classes
comuns do ensino regular àqueles que “[...] possuem condições de acompanhar
e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no
mesmo ritmo que os estudantes ditos normais”, mas mantém a responsabili-
dade da educação desses estudantes exclusivamente no âmbito da educação
especial (BRASIL, 1994).
● Em 1996, a LDB nº 9.394, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino
devem assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização
específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade es-
pecífica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino
fundamental, em virtude de suas deficiências (BRASIL, 1996).
● Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, dispõe sobre a
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, a qual
define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis
e modalidades de ensino e enfatiza a atuação complementar da educação es-
pecial ao ensino regular (BRASIL, 1989).
● Em, 2001, acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2, no
artigo 2º, determina que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os
estudantes, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos edu-
candos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001)”
(BRASIL, 2001a).
● Em 2001, O PNE, Lei nº 10.172, estabeleceu objetivos e metas para que os
sistemas de ensino favoreçam o atendimento aos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação
(BRASIL, 2001).
● Em 2004, o Ministério Público Federal publicou o documento O Acesso de
Estudantes com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular,
objetivando disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, rea-
firmando o direito e os benefícios da escolarização de estudantes com e sem
deficiência nas turmas comuns do ensino regular (BRASIL, 2004b).
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 35
● Em 2005, o Decreto nº 5.626, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando
o acesso à escola aos estudantes surdos, dispõe sobre a inclusão da LIBRAS
como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor de LIBRAS,
instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como
segunda língua para estudantes surdos e a organização da educação bilíngue
no ensino regular (BRASIL, 2005).
● Em 2006, o MEC implementou o Programa Educação Inclusiva: direito à diversi-
dade, com vistas a apoiar a transformação dos sistemas de ensino em sistemas
educacionais inclusivos (BRASIL, 2006b).
● Em 2007, pelo Decreto nº 6.094 foi lançado o Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE), implementado e tendo como eixos a formação de professores
para a educação especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais,
dentre outros objetivos. Estabeleceu também as diretrizes do Compromisso
Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular
e o atendimento aos estudantes com deficiência, transtornos globais do de-
senvolvimento e altas habilidades/superdotação, fortalecendo seu ingresso nas
escolas públicas (BRASIL, 2007).
● A Resolução CNE/CEB nº 4/2009, institui Diretrizes Operacionais para o Aten-
dimento Educacional Especializado na Educação Básica, dispondo, no art. 3º,
que a educação especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades,
tendo esse atendimento como parte integrante do processo educacional (BRA-
SIL, 2009).
● Em 2010, foi lançado o Decreto n° 7.084, o qual dispõe sobre os programas
nacionais de materiais didáticos. No artigo 28 salienta que o Ministério da Edu-
cação (MEC) adotará mecanismos para promoção da acessibilidade nos pro-
gramas de material didático destinados aos estudantes da educação especial e
professores das escolas de educação básica públicas (BRASIL, 2010a).
● Em 2014, a Lei nº 13.005, subsidiada nas deliberações da Conferência Nacio-
nal de Educação, instituiu o Plano Nacional de Educação (PNE). No inciso III,
parágrafo 1º, do artigo 8º, determinou que os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios garantam o atendimento às necessidades específicas na educação
especial, assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas
e modalidades. O AEE é ofertado preferencialmente na rede regular de ensino,
podendo ser realizado por meio de convênios com instituições especializadas,
sem prejuízo do sistema educacional inclusivo (BRASIL, 2014).
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 36
Aluno(a), após entendermos, em ordem cronológica, como foram constituídas as
leis e decretos relacionados ao Atendimento Educacional Especializado, faz-se necessário,
na sequência, refletirmos sobre a diferença entre Educação Especial para Educação
Inclusiva.
Os movimentos em prol da inclusão escolar defendem que a Educação Especial
não deve acontecer separadamente, mas sim de forma tal que os alunos que apresentam
alguma deficiência estejam inseridos no mesmo contexto escolar, ou seja, devem frequen-
tar o mesmo espaço escolar de outros alunos que não apresentam necessidade especiais.
De acordo com o exposto anteriormente, a Educação Especial funcionava como
uma modalidade que substituía o sistema regular de ensino para as crianças que possuíam
algum tipo de deficiência. Dessa forma, elas não podiam frequentar a sala comum, sendo
excluídas, participando de um contexto educacional de segregação.
Porém, desde 2008, a partir da publicação do Decreto n° 6.571 e incorporado pelo
Decreto n° 7.611/2011, tivemos a publicação da Política Nacional de Educação Especial na
perspectiva da educação inclusiva. Essa política reorienta o papel da Educação Especial,
ou seja, ela deixa de substituir a escola regular e passa a ser uma modalidade que perpassa
todos os níveis, etapas e modalidades para apoiar o processo de inclusão. Nesse sentido,
hoje, a Educação Especial é um dispositivo fundamental para apoiar a inclusão escolar,
sem segregação, mas sim com interação social.
Segundo o Censo Escolar, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) é a
mediação pedagógica que tem por objetivo veicular toda forma de acesso ao currículo pelo
atendimento às necessidades educacionais específicas dos alunos com deficiência, trans-
torno do espectro autista (TEA) e altas habilidades/superdotação, público da Educação
Especial, sendo ofertado em todas as etapas e modalidades da educação básica e,
sobretudo, deve constar no Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP) (BRASIL, 2020).
As atividades realizadas no AEE são diferenciadas das propostas na sala comum,
porque o objetivo delas é eliminar as barreiras dos alunos, funcionando como um com-
plemento e também suplemento, visando o desenvolvimento de atitudes autônomas que
favoreçam a inclusão social. De acordo com o Censo Escolar, as atividades aplicadas que
são comuns a todos os tipos de deficiências são (BRASIL, 2020):
● Desenvolvimento de funções cognitivas: trabalhar a independência do aluno
diante de diferentes situações no contexto escolar, promovendo a interação e
descoberta de novos saberes;
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 37
● Desenvolvimento de vida autônoma: desenvolver autonomia para realização de
tarefas cotidianas por meio de diversos recursos, sejam eles de Tecnologias
Assistivas (TA) ou não;
● Enriquecimento curricular: aplicar projetos interdisciplinares, que contemplem
temas diversificados, conectando-os com os outros contextos, extrapolando os
muros escolares, ou seja, conectando-os com a realidade.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 38
2 INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO ESPECIALIZADO NO PROJETO POLÍ-
TICO PEDAGÓGICO
Olá, aluno(a)!
Chegamos ao segundo tópico da Unidade II, denominado de “Institucionalização
do atendimento especializado no projeto político pedagógico”. Nosso foco agora é
dialogar sobre a interlocução entre o ensino educacional especializado regular e o atendi-
mento ao aluno com surdez, uma vez que há a necessidade de obter mais conhecimento
sobre como educar crianças e jovens com diferentes deficiências num contexto educacional
inclusivo.
Na área da educação especial, muito tem se falado sobre o processo ensino-apren-
dizagem de alunos com surdez e o atendimento especializado em sala de ensino regular.
Com intuito de entendermos melhor essa conexão, primeiramente, vamos rever e acres-
centar conhecimentos sobre as especificidades do AEE.
Caro(a) acadêmico(a), você sabe o que significa a sigla AEE?
O Ministério da Educação (MEC) reviu a maneira como era oferecido o atendimen-
to proporcionado pela Educação Especial. Após análises e revisões, por meio da Política
de Educação Inclusiva e do Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011, implementou
diretrizes e ações que efetivaram o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para
os alunos deficientes, sem segregação. Esse é um serviço da Educação Especial, o qual
objetiva identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 39
eliminem as barreiras para a efetiva participação dos alunos, considerando suas necessi-
dades específicas (BRASIL, 2011).
Nesse sentido, a intenção foi realizar um complemento para a formação desse
aluno deficiente, diferentemente do que era realizado antes, porque na antiga Educação
Especial, que funcionava como uma substituição do ensino regular, existia a segregação, o
que impossibilitava a interação por meio da convivência diária com os demais alunos.
De acordo com as acepções do MEC, no Brasil, o ensino básico compreende etapas
e modalidades de ensino, desde a Educação Infantil até o final do Ensino Fundamental II e
possui duração de nove anos. É, portanto, obrigatória a matrícula de todas as crianças com
idade entre 6 e 14 anos na escola regular de ensino. Assim, o Atendimento Educacional
Especializado deve ser ofertado nas salas de recursos multifuncionais (SRM), em turno
diferente, ou seja, o aluno frequenta em um período as séries correspondentes ao ensino
básico, em sala comum e participa do complemento, proposto pelo AEE, em período oposto
ao de escolarização (BRASIL, 2004b).
Dessa forma, esse aluno aprende e interage com os demais alunos no contexto
educacional da escola regular, contudo tem um apoio subsidiado pelo Atendimento Educa-
cional Especializado (AEE), em turno diferente, minimizando, de certa forma, as barreiras
linguísticas e pedagógicas que dificultam a inclusão escolar dos alunos com surdez. Con-
tudo, há a possibilidade de ser ofertado também em centro de atendimento educacional
especializado público ou privado, sem fins lucrativos, conveniado com a Secretaria de
Educação (BRASIL, 2004b).
Especificamente para o atendimento aos alunos com surdez, a escola deve promo-
ver um ambiente bilíngue, no qual seja utilizada a Língua de Sinais (LIBRAS) e a Língua
Portuguesa.
Aluno(a), você sabe qual é a função primordial do AEE?
De acordo com as acepções do MEC, o atendimento educacional especializado
(AEE) tem como principais objetivos: identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos
e de acessibilidade que excluam as barreiras que dificultam a efetiva interação dos alunos
com necessidades específicas ao processo de ensino-aprendizagem (BRASIL, 2004b).
Além disso, conforme mencionado anteriormente, esse atendimento deve complementar e/
ou suplementar a aprendizagem promovida na sala comum, favorecendo o desenvolvimen-
to de ações autônomas e independentes desses alunos dentro e fora da escola.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 40
No AEE, em período adicional, oposto ao ensino comum, essas ações devem
acontecer em três momentos pedagógicos distintos, por meio do Atendimento Educacional
Especializado em LIBRAS:
1. Ensino dos conteúdos curriculares: todos os dias, um professor surdo deve
ensinar os conteúdos abordados em sala comum;
2. Aulas de LIBRAS: todos os dias, um professor e/ou instrutor de LIBRAS (surdo)
dará aula de LIBRAS para os alunos com surdez, com o objetivo de desenvolver
aprendizagem de termos técnicos e científicos. Sugere-se que seja realizado
sempre um diagnóstico do conhecimento do aluno para elaboração do plano de
ensino;
3. Aulas de Língua Portuguesa: ministrada por um profissional da área, com o
intuito de trabalhar as especificidades da língua portuguesa. Sugere-se que seja
realizado sempre um diagnóstico do conhecimento do aluno para elaboração do
plano de ensino.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 41
a escola deve registrar, no Censo Escolar MEC/INEP, a matrícula de alunos
público alvo da educação especial nas classes comuns e também as matrículas
no AEE realizado na sala de recursos multifuncionais da escola;
== Quanto às necessidades educacionais específicas: tudo o que for relacionado
às necessidades especiais, recursos necessários, plano de ensino e cronogra-
ma, deve constar no Plano AEE e também nos documentos comprobatórios
(falaremos sobre tais documentos especificamente na quarta unidade, no tópico
sobre orientação à escola);
== Quanto aos profissionais adequados para o AEE: tradutor e intérprete de Língua
Brasileira de Sinais, guia-intérprete, professor de língua portuguesa e professor
de outras áreas (o professor deve ter formação inicial que o habilite para o
exercício da docência e formação específica na educação especial, inicial ou
continuada) e outros que atuam no apoio às atividades de alimentação, higiene
e locomoção;
Assim, de acordo com os aspectos legais, os alunos surdos e/ou com deficiência
auditiva possuem os mesmos direitos que os outros estudantes. Além disso, a escola pre-
cisa ofertar o ensino de LIBRAS e Língua Portuguesa e, ainda, tradução e/ou interpretação
da LIBRAS.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 42
Diante do exposto, infere-se que o AEE é de extrema importância para os alunos
surdos, pois possibilita a inclusão, oportunizando o desenvolvimento da aprendizagem de
maneira autônoma e participativa, num ambiente de ensino democrático, o qual atende às
suas necessidades específicas.
Portanto, o aluno com tais necessidades específicas, ao participar desse contexto
diversificado e inclusivo – sala regular e AEE – terá a possibilidade de desenvolver novas
habilidades, a partir de interações na sala comum, como também por meio das práticas
pedagógicas diversificadas e personalizadas aplicadas em contraturno.
Estudante, no próximo tópico, nosso objetivo será conhecer e compreender as
Atividades de Vida Diária do aluno com deficiência auditiva.
Encontro você, lá!!
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 43
3 ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Olá, acadêmico(a),
Chegamos ao último tópico: “Atividades de Vida Diária do aluno com deficiência
auditiva”.
Refletir sobre a inclusão é uma discussão ampla, uma vez que todas pessoas têm
direito à educação e igualdade de oportunidades em todos os segmentos e lugares. Qual-
quer deficiência de um indivíduo, seja ela qual for, impacta na realização das atividades
diárias, tanto no que tange as atividades que necessitam utilizar estruturas físicas, como
também as atividades corporais e, sobretudo, a comunicação, o que resulta em problemas
diários.
Nesse sentido, nosso foco, agora, será entender as diferenças entre as Atividades
da Vida Diária (AVD) e Atividades instrumentais da vida diária (AIVD). Posteriormente,
conheceremos as Tecnologias Assistivas (TAs), que servem como recursos auxiliares para
deficientes auditivos. As TAs são essenciais, porque possibilitam a autonomia do deficiente,
favorecendo uma participação social mais ativa, tornando o indivíduo agente principal res-
ponsável pelas suas ações.
Aluno(a), você sabe a diferença entre AVD e AIVD?
De acordo com American Occupational Therapy Association (2002), AVD é definida
como uma área de desempenho ocupacional, relacionada às atividades da vida diária,
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 44
que nada mais é do que as atividades de autocuidado, que devem ser ensinadas desde a
infância para qualquer criança, seja ela deficiente ou não, favorecendo a autonomia:
== Ir ao banheiro;
== Escolher a roupa;
== Arrumar-se e cuidar da sua higiene pessoal;
== Manter-se continente;
== Vestir-se;
== Tomar banho.
De acordo com estudiosos da área, incluir pessoas com deficiências nas atividades
cotidianas é de extrema importância para a socialização deles, uma vez que tais ações
favorecem a comunicação e atribuem sentido à vida. Além disso, possibilitam o desenvolvi-
mento de competências e habilidades essenciais do exercício de uma vida em sociedade.
Nesse sentido, para auxiliar tais atividades realizadas pelo indivíduo com ne-
cessidades especiais, considera-se importante a utilização de recursos denominados de
Tecnologia Assistiva (TA), terminologia oficializada pelo Comitê de Ajudas Técnicas da
Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, pois favo-
recem a independência, qualidade de vida e, consequentemente, a inclusão educacional e
social (GALVÃO FILHO, 2012).
As TAs visam promover a funcionalidade das ações realizadas por pessoas com
deficiências, incapacidades e/ou mobilidades reduzidas, possibilitando a inclusão social,
neutralizando as barreiras e inserindo o indivíduo nos ambientes de aprendizagem.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 45
Em especial, para as pessoas com deficiência auditivas, no âmbito educacional, os
recursos de Tecnologia Assistiva disponíveis sugeridos pelo MEC são: Material em áudio;
Tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais; Guia-Intérprete; Material didático em
língua brasileira de sinais; Inserção da disciplina de língua brasileira de sinais, Material
didático em formato impresso acessível; Material didático digital acessível; Recursos de
acessibilidade à comunicação e Recursos de informática acessível (MEC, 2020).
Já no âmbito social/cotidiano, como auxiliares à comunicação e convivência social,
as TAs são: aparelhos de surdez, telefones com teclado, equipamento infravermelho, siste-
mas com alerta táctil-visual, dentre outros.
Como exemplos de TAs para surdez podemos destacar os produtos para Comu-
nicação Alternativa, que são orientados às pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou
ainda para àquelas que possuem algum tipo de dificuldades comunicativa e a habilidade de
falar e/ou escrever (GALVÃO FILHO, 2012).
== Dicionários de línguas de sinais: o mais popular é o do Instituto Nacional de
Educação de Surdos (INES), criado pela ONG Acessibilidade Brasil.
== Hand Talk e ProDeaf: aplicativo para smartphones e tablets que toma um texto
falado ou digitado e produz sua tradução para LIBRAS, usando avatares anima-
dos de computação gráfica.
== SENAI Libras: Um App/glossário de termos técnicos acessíveis, em formato 3D,
que objetiva a comunicação entre os Docentes, Alunos e profissionais do SENAI
na tradução de termos técnicos da educação profissional da língua portuguesa
para LIBRAS.
== VLibras: uma suíte de ferramentas empregadas na tradução automática do
Português para a Língua Brasileira de Sinais. É possível utilizar essas ferramen-
tas tanto no computador desktop quanto em smartphones e tablets.
== Spread Signs: Dicionário de Línguas de Sinais mundial, com mais de 200.000
sinais.
== Rybená: Nacional. Seu objetivo é traduzir textos do português para LIBRAS e
também converter português escrito para voz falada no Brasil, possibilitando en-
tendimento dos textos na internet. Tal recurso de TA é compatível com os mais
diversos navegadores, seja para computadores ou dispositivos móveis.
== Librário: Um baralho de comunicação visual-motora. Promove a integração
entre surdos e ouvintes, possibilitando a todos uma parte do vocabulário da
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), de uma forma dinâmica e divertida.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 46
De acordo com o que foi exposto nesse tópico, infere-se que é preciso proporcionar
oportunidade de amadurecimento, crescimento e convívio social para todas as pessoas,
sejam elas deficientes ou não. Portanto, faz-se necessário promover ações e utilizar re-
cursos disponíveis para facilitar a vida diariamente, como, por exemplo, fazer uso das TAs,
com intuito de facilitar a inclusão social.
SAIBA MAIS
● “Cinemas têm até 2021 para adaptar salas às pessoas com deficiência: Os do-
nos de cinemas têm até o dia 1º de janeiro de 2021 para adequar as salas de exi-
bição às necessidades de pessoas com deficiência. É o que prevê a Lei 14.009, de
2020, publicada na edição desta quinta-feira, 04/6/2020, no Diário Oficial da União”.
Dê um click para saber mais: https://www.librasol.com.br/cinemas-tem-ate-2021-pa-
ra-adaptar-salas-a-pessoas-com-deficiencia/
REFLITA
Quais são os principais obstáculos encontrados pelos professores da sala comum para
trabalhar com o aluno que é deficiente auditivo e/ou surdo?
Fonte: a autora.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por último, no terceiro tópico, “Atividades de Vida Diária do aluno com deficiên-
cia auditiva”, entendemos a diferença entre AVD e AIVD, além de conhecer quais são as
TAs que favorecem a inclusão dos deficientes auditivos e surdez por meio de recursos
inovadores.
Interessante ressaltar que nosso objetivo aqui não foi esgotar as reflexões, mas
sim apresentar as leis e normas vigentes, além de discutir sobre a inclusão dos alunos com
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 48
deficiência auditiva no ensino regular. Portanto, nosso intuito foi dialogar e refletir sobre o
assunto em questão, possibilitando a maximização dos conhecimentos.
De acordo com o exposto, reafirmo a importância desse estudo para você, futuro(a)
educador(a), que logo estará atuando e enfrentará tal realidade. Portanto, desejo que os
conteúdos abordados favoreçam o desenvolvimento de práticas pedagógicas de excelência
e ainda sirvam como motivação para a busca de novos conhecimentos.
Um abraço!!
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 49
LEITURA COMPLEMENTAR
Diante dos enormes impactos gerados pela pandemia da covid-19 nas redes de en-
sino do Brasil, o presente relatório de pesquisa tem o objetivo de contribuir com os gestores
responsáveis por planejar e implementar políticas públicas voltadas à garantia do direito à
educação das pessoas com deficiência. Isso envolve ações relacionadas ao período de iso-
lamento social, assim como à fase de reabertura das escolas. Com base em consulta feita
a especialistas do mundo todo e na análise de documentos de organismos internacionais
e governos de países que já elaboraram protocolos especialmente voltados à educação no
período da pandemia, este relatório vem contribuir com exemplos de diretrizes, protocolos
e práticas que possam servir de referência para equipes de secretarias de educação, ges-
tores escolares, educadores e demais profissionais responsáveis pela educação no país.
Cabe ressaltar que a profunda complexidade trazida por este novo contexto não pode ser
usada como justificativa para que estudantes com deficiência sejam privados do acesso à
aprendizagem.
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 50
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Educação Inclusiva na prática.
• Autor: Rodrigo Hübner Mendes
• Editora: Moderna
• Sinopse: O livro apresenta informações sobre experiências reais
de estudantes com deficiência em sala de aula, que ilustram como
podemos acolher todos e perseguir altas expectativas para cada
um.
FILME/VÍDEO
• Título: A Família Bélier
• Ano: 2014
• Sinopse: Paula é uma adolescente que enfrenta todas as questões
comuns de sua idade: o primeiro amor, os problemas na escola,
as brigas com os pais. Mas sua família tem algo diferente: seus
pais e seu irmão são surdos e é ela quem administra a fazenda e
traduz a língua de sinais nas conversas com os vizinhos. Um dia,
porém, ela descobre ter o talento para o canto e que pode integrar
uma escola prestigiosa em Paris. Agora, Paula precisa fazer uma
escolha que a distanciará da família e a forçará a crescer.
• Link do vídeo: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-214860/
vod/
WEB
• “Ensino médio inclusivo - Construindo uma escola para to-
dos” o objetivo é apoiar equipes multidisciplinares das redes de
educação no planejamento de políticas públicas, para a garantia
de acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes público-
-alvo da educação especial.
• Link do site: https://institutorodrigomendes.org.br/ensino-medio-
-inclusivo/
UNIDADE II Interlocução do Atendimento Especializado com o Ensino Regular para Alunos Surdos 51
UNIDADE III
Comunicação dos Alunos com Surdez
Professora Mestre Greicy Juliana Moreira
Plano de Estudo:
- Língua Brasileira de Sinais – comunicação.
- Bilinguismo e a oralização.
- Processo de escolarização.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a LIBRAS como comunicação essencial para inclusão.
• Compreender a diferença entre o Bilinguismo e o Oralismo.
• Conhecer o processo de escolarização da criança surda.
52
INTRODUÇÃO
Acadêmico(a), olá!
Vamos dar início a terceira unidade: COMUNICAÇÃO DOS ALUNOS COM SUR-
DEZ. Aqui, os caminhos nos levarão a conhecer os desafios para a formação educacional
do surdo. Para tanto, nosso diálogo será sobre as particularidades da língua de sinais (LI-
BRAS), que é uma forma de comunicação legal e imprescindível para que o surdo participe
efetivamente da vida em sociedade.
No primeiro tópico, “Língua Brasileira de Sinais – comunicação”, o percurso nos
levará a conhecer melhor as acepções da lei, que reconhece como meio legal de comu-
nicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais e também qual é a importância desse
acontecimento para a comunidade surda, bem como o quanto isso favorece e fortalece a
identidade desse povo.
Na segunda parada educacional, denominada de “Bilinguismo e a oralização”,
vamos entender o conceito dessas duas filosofias de estudo para a comunidade surda,
além das vantagens e desvantagens de cada uma delas para o processo de ensino-apren-
dizagem do aluno que possui deficiências auditivas e/ou surdez.
Na terceira e última parada, intitulada de “Processo de escolarização”, o diálogo
será sobre a escolarização do surdo na escola regular. Para tanto, o estudo apontará quais
são as principais dificuldades encontradas por esse público nesse contexto educacional.
Além disso, buscaremos entender qual o papel da escola frente à essas barreiras e ainda
quais ações são essenciais para favorecer o processo de inclusão desse público, não con-
siderando a inclusão apenas no espaço físico da sala de aula comum.
Acadêmico(a), como sabemos, existem diversas formas de negligências cometi-
das com essa parte da população, por conta de não haver cumprimento das normativas
vigentes relacionadas à inclusão e acessibilidade, por isso justifica-se que um(a) futuro(a)
educador(a) conheça, entenda, reflita e dialogue sobre o assunto. Espera-se também, que
tal profissional pratique ações em prol da efetiva inclusão do surdo em todas as esferas
sociais.
Então, encontro você logo ali, no primeiro tópico, para dialogarmos sobre o assunto.
Caro(a) aluno(a), estamos iniciando o primeiro tópico da Unidade III, “Língua Bra-
sileira de Sinais – comunicação”. Aqui, nosso diálogo será sobre a comunicação por meio
da língua de sinais (LIBRAS).
No Brasil, de acordo com os últimos dados estatísticos publicados pelo estudo feito
em conjunto entre o Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda, em 2019,
pouco mais de 1% da população apresenta algum grau de surdez, ou seja, o país tem 10,7
milhões de pessoas com deficiência auditiva.
Acadêmico(a), para entendermos melhor como esse tipo de privação social afeta
diretamente a comunicação e a interação social, vamos diferenciar a surdez da deficiência
auditiva.
A surdez é uma característica especial de um determinado grupo, não considerado
como uma deficiência, ou seja, consiste na perda maior ou menor da percepção normal
dos sons. Existem diversos tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes
graus de perda auditiva (BRASIL, 2006). Infere-se, portanto, que a pessoa surda é aquela
que participa da comunidade surda e tem experiências visuais, tem uma cultura e compor-
tamentos próprios, usa a língua de sinais (LIBRAS) para se comunicar e, como segunda
língua a Língua Portuguesa.
Já a deficiência auditiva é a perda parcial da audição, causada por má-formação
(causa genética), lesão na orelha ou na composição do aparelho auditivo. Então, os defi-
A partir desse momento, uma nova era teve início, principalmente para a comuni-
dade surda, uma vez que a cultura e a identidade deles começaram a ser mais divulgadas,
respeitadas e praticadas. É válido destacar que, anteriormente, com a publicação da Lei nº
10.098/2000, que estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção da aces-
sibilidade das pessoas portadoras deficiências, já tínhamos uma mudança de paradigmas
relacionada à utilização e aceitação da língua de sinais brasileira (BRASIL, 2000).
A consolidação da LIBRAS como instrumento oficial aconteceu, efetivamente, em
2005, a partir Decreto Federal nº 5.626, quando ficou determinado que, após um ano de sua
publicação, as instituições de ensino de educação básica e educação superior deveriam
incluir o professor de Língua Brasileira de Sinais em seu quadro e ainda tornou obrigatório
o ensino de LIBRAS nas licenciaturas e nos curso de fonoaudiologia (BRASIL, 2005).
Aluno(a), após recordarmos os aspectos legais referente à LIBRAS, nosso diálogo
será para entendermos melhor como acontece a comunicação por meio da Língua de Sinais
Brasileira e a importância dela para a comunicação dos surdos.
Você sabe como os surdos se comunicam? Por meio da LIBRAS, sim! Mas como?
Com o Alfabeto Manual – um recurso das línguas de sinais que utiliza as mãos para repre-
sentar o alfabeto das línguas orais. Cada letra ou número é representado por configurações
de mão específicas.
Diante dessas orientações, entendemos que fazer uso da LIBRAS para estabele-
cer comunicação entre ouvintes e surdos significa garantir e preservar a identidade dessa
classe minoritária que luta por inclusão social, pois estiveram à margem durante muitos
séculos, sob determinação da cultura ouvinte.
Acadêmico(a), você sabe quais são os erros mais comum relacionados à acessibi-
lidade de comunicação em LIBRAS?
Fala-se muito em inclusão e acessibilidade, então vamos conhecer melhor o que
significa cada termo, isso facilitará o entendimento sobre o assunto em questão.
● Acessibilidade - substantivo feminino: qualidade ou caráter do que é acessível;
facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição (OXFORD, s.d.).
● Inclusão - substantivo feminino: 1. ato ou efeito de incluir(-se) (OXFORD, s.d.).
A partir dessas definições, infere-se, portanto, que para haver inclusão precisa ter
acesso, ou seja, condições de acesso precisam ser proporcionadas. Mas como? Favore-
cendo a comunicação interativa entre o surdo e o ouvinte por meio da Língua Brasileira
de Sinais, isso significa acessibilidade na área da comunicação em LIBRAS. Nesse sen-
tido, entendemos que há distorção de entendimento entre os termos e também sobre as
orientações das legislações vigentes. Por isso, diversos erros relacionados à acessibilidade
comunicativa são cometidos, como, por exemplo, no setor público, no meio corporativo
privado, como também no contexto educacional e, com muita frequência, na área da saúde.
No contexto profissional, seja ele público e ou privado, um dos erros mais comuns
é não ter um profissional habilitado, ou seja, um intérprete que participe do processo de
seleção, desde a etapa da entrevista até o momento de integração do deficiente. Além
Acadêmico(a), olá!
Desde o início desta disciplina trilhamos caminhos que nos apresentaram informa-
ções importantíssimas, as quais corroboram com o entendimento acerca do universo da
comunidade surda.
Estudar sobre as filosofias e métodos educacionais relacionados à história da
comunidade surda justifica-se, porque, dessa forma, conseguiremos entender os aspectos
linguísticos que norteiam o ensino de LIBRAS.
Então, agora, nesse segundo tópico denominado de “Bilinguismo e a oralização”
nosso objetivo será ampliar ainda mais nossos conhecimentos. Então, apresentaremos e
descreveremos a diferença entre essas duas abordagens educacionais empregadas na
educação do surdo e, ainda, teceremos diálogos sobre os pontos de vistas divergentes
sobre o assunto.
Para que isso seja possível, nosso percurso terá início na concepção do Oralismo,
passando pelas acepções da Comunicação total até chegar aos aspectos que norteiam o
Bilinguismo.
É sabido também que a ausência da linguagem proporciona consequências
devastadoras, que afetam desde o desenvolvimento social, emocional e, sobretudo, o inte-
lecto da pessoa surda/deficiente auditiva. Sabemos também que há muito tempo os surdos
eram considerados pessoas desprovidas de inteligências, porque não conseguiam falar.
Diante do exposto, por séculos a educação dos surdos foi marcada por precon-
ceitos linguísticos, falta de confiabilidade, bem como o sentimento de dó e piedade, pois
a ideia que preconizava na sociedade era de que somente por meio da comunicação oral
haveria aprendizagem e desenvolvimento de pensamentos lógicos, consequentemente
isso resultava na exclusão da pessoa que não produzia oralidade da vida em sociedade.
Aluno(a), você sabe como surgiu o Oralismo?
Em meados do século XVIII, mais precisamente na segunda metade, na Alemanha,
o alemão Samuel Heinicke, mais conhecido como o pai do método “Oralismo Puro”, publi-
cou a obra Observações sobre os surdos e sobre a palavra. O autor defendia a ideia de
valorização única e exclusiva da fala e, nessa época, fundou a primeira escola de oralismo
puro.
Os seguidores do método Heinicke pregavam que os surdos não tinham uma língua,
porque não falavam. Portanto, a educação de surdos deveria objetivar o desenvolvimento
da oralidade, para acrescentar a eles o que lhes faltava, a fala. Outros defensores dessa
mesma metodologia de ensino, como, por exemplo, Jean Marc Itard e Alexandre Grahan
Bell, pregavam que a surdez era uma doença, por esse motivo, os surdos precisavam ser
curados e a maneira mais adequada seria ensinando-lhes a falar, ler e escrever através
da língua oral, usando a voz e leitura labial, proibindo qualquer forma de comunicação por
meio de sinais (CAPOVILLA, 2000).
Como em toda metodologia, existem os prós e contras. Como aspectos positivos,
os especialistas na área destacam que esse método propagou o aumento de pesquisas
relacionadas à surdez. Além disso, possibilitou o avanço tecnológico, porque os surdos
Acadêmico(a), olá!
Chegamos ao último tópico dessa unidade, denominado “Processo de escolariza-
ção”. Aqui, nossas discussões serão para entender como está acontecendo esse processo
no ensino regular e quais são os prós e contras da utilização da abordagem bilinguista para
a comunidade surda.
Apesar da inclusão da população surda nos diferentes setores da sociedade brasi-
leira ser uma realidade, ainda existem grandes desafios a serem conquistados para efetivar
a inclusão. Muitas vezes, o processo de inclusão do público em questão não acontece de
maneira adequada e necessária, como exemplo podemos citar a área da educação, que
ainda necessita de muitos estudos e propostas pedagógicas que realmente contemplem
aquisição da aprendizagem do surdo de forma satisfatória.
REFLITA
Aluno(a), você acha que as escolas estão preparadas para atender os alunos surdos na
rede regular de ensino?
Fonte: a autora.
REFLITA
O aluno surdo que frequenta a rede regular de ensino e/ou sala comum está sendo in-
cluso efetivamente no contexto de ensino-aprendizagem?
Fonte: a autora.
● Projeto “Casa Libras” de São Carlos leva informação para crianças surdas du-
rante a quarentena: Criado por professora da UFSCar, voluntários produzem vídeos
em Libras com histórias infantis e explicações sobre a pandemia. Dê um click para
saber mais: https://www.librasol.com.br/projeto-casa-libras-de-sao-carlos-leva-infor-
macao-para-criancas-surdas-durante-a-quarentena/
Então, no primeiro tópico nosso foco foi dialogar sobre os aspectos referentes à
LIBRAS. Estudamos a diferença entre língua e linguagem e conhecemos as leis e decretos
que regem o reconhecimento da língua de sinais como forma de comunicação legal e oficial
para a comunidade surda, além da obrigatoriedade do ensino em LIBRAS desde a educa-
ção básica até o ensino superior para os deficientes auditivos.
Por fim, no último tópico, falamos sobre o processo de escolarização. Diante das
informações apresentadas, infere-se que a inclusão escolar do aluno com surdez visa a
garantia de que ela possa, desde cedo, vencer seus desafios e usufruir dos seus direitos
escolares. É verdade também que quase uma década após a publicação da lei que determi-
na o direito de comunicação na língua materna do surdo, no ambiente educacional, o aluno
deficiente auditivo ainda apresenta muitas dificuldades de entendimento dos conteúdos
ministrados. Isso acontece em virtude de uma comunicação precária, transmitida por in-
térpretes que não dominam a língua de sinais, tão pouco os conteúdos desenvolvidos nas
Enfim, nosso objetivo, ao longo dessa trilha de conhecimentos, foi elencar os as-
pectos teóricos proposto no plano de ensino dessa unidade e tecer diálogos com o intuito
de contribuir efetivamente com a sua formação acadêmica e profissional.
Quando se fala de surdez, o termo bilíngue significa que a pessoa sabe português e
Libras, a Língua Brasileira de Sinais, que é utilizada por uma parcela de surdos, conhecidos
como surdos sinalizados ou não oralizados. Muitos acreditam que todos os surdos sabem
ler em português, ou que todos os surdos falam Libras, o que não é verdade!
Por isso, precisamos compartilhar informação, para que ninguém caia nessas men-
tiras sobre a surdez. E não é “8 ou 80”, esse meio é bem diverso, temos os surdos que
falam 100% português, sem saber nada de sinais, aqueles que sabem um pouquinho, ou
que são bilíngues fluentes nas duas línguas (50% a 50%), que falam Libras e sabem um
pouco de português, ou 100% Libras, sem saber falar ou ler a língua portuguesa.
E, infelizmente, aqueles que sabem somente se comunicar pela língua sinalizada,
encontram muitas dificuldades no dia a dia, afinal, até para assinar um documento é neces-
sário ler, fazer interpretação de texto e escrever.
A ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS
Há pais e mães que recebem o diagnóstico de surdez do filho e ficam com uma
certa angústia e dúvida dentro de si: “Meu filho vai estudar? Vai se formar, trabalhar, ter a
vida dele, sendo surdo?”. Tenha paciência e arregace as mangas, porque a alfabetização é
uma importante parte desta jornada, desde os primeiros anos da escola até a terceira idade.
Os pais de uma criança surda precisam entender que saber ler e escrever é
fundamental para o desenvolvimento, para expressão, relações sociais, acadêmicas e
profissionais, independentemente de deficiência ou não, e portanto, que façam tudo o que
for possível para que seu filho seja alfabetizado na língua do país, no nosso caso, a língua
portuguesa.
Saber ler vai além de reconhecer letras e as suas combinações, é também inter-
pretar, associar uma palavra ao seu conceito abstrato e conseguir imaginar o que se está
lendo. A leitura desenvolve o pensamento crítico e abre portas para infinitas informações,
em livros, artigos científicos, e-mails, redes sociais, placas pelas ruas, e até em bula de
remédio.
A LIBRAS E O PORTUGUÊS
Hoje é uma língua bem mais conhecida, e tem crescido em escolas, universidades
e alguns canais de atendimentos do governo ou de grandes empresas, o que é bom por
facilitar a vida de quem depende dela. Possui uma estrutura diferente do português – não é
somente a tradução literal de cada palavra – e varia de região para região.
Infelizmente, há surdos não alfabetizados em português que têm seu acesso à
informação restrito somente ao que possui língua de sinais. Você consegue se imaginar
consumindo somente conteúdos em Libras, sem ler nada escrito, como seria difícil?
Hoje qualquer texto é facilmente traduzido de diversos idiomas para o português, no
celular ou computador, permitindo que você desfrute dessa informação. E quem depende
somente de língua de sinais, que é diferente de país para país? Não há nenhuma tradução
rápida e fácil. O acesso ao conhecimento e socialização é muito mais amplo quando se lê
e escreve bem o português.
Entretanto, lembre-se que nem sempre a culpa é da pessoa surda: a falta de
conhecimento afeta as nossas políticas públicas de educação, e os professores não são
preparados para ensinar alunos com deficiência auditiva. Alguns alunos vão para escolas
especiais ou até ficam sem estudar, e na educação para surdos enfrentam a escassez de
profissionais qualificados no ensino da leitura e escrita, e nem todos os pais conseguem
orientar o filho a ler em casa.
E como comprovam estudos, o cérebro humano tem uma janela temporal para
aquisição da linguagem nos primeiros anos de vida, se nenhuma língua é aprendida, é
extremamente difícil absorver posteriormente conceitos complexos e abstratos. Se só uma
língua foi apreendida, depois é um pouco mais difícil, mas não impossível, aprender outras.
Para ler o texto na íntegra, acesse o link:
LIVRO
• Título: Educação de Surdos: A Aquisição da Linguagem
• Autor: Ronice Müller de Quadros
• Editora: Artmed
• Sinopse: Apresenta os princípios do trabalho com pessoas sur-
das, em especial no âmbito escolar, tais como aspectos sociais e
culturais de uma proposta educacional, língua de sinais e aspectos
relacionados à sua estrutura e aquisição da língua portuguesa
FILME/VÍDEO
• Título: Filhos do silêncio
• Ano: 1986
• Sinopse: James Leeds (William Hurt) é um idealista professor de
língua de sinais que gosta de usar métodos pouco convencionais.
Na escola em que acaba de ser contratado ele conhece Sarah
Norman (Marlee Matlin), uma mulher arredia e fechada que con-
tinua na escola mesmo após ter se formado. Ao perceber o medo
que a jovem tem do mundo, ele tenta se aproximar e ajudá-la, e o
que era um desafio profissional logo transforma-se em uma louca
paixão.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XvrIV-KF3to
WEB
• Libras On-Line é o maior portal de notícias da comunidade surda,
em que se tem novidades sobre surdos, intérpretes de LIBRAS,
bilíngues, línguas, acessibilidades, eventos, entre outros.
• Link do site: https://www.librasol.com.br/perfil/
Plano de Estudo:
- Aprendizagem da Língua Portuguesa (escrita) como segunda língua.
- O tipo de escola e a proposta frente ao indivíduo com surdez.
- Orientação a escola.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar o ensino de LP como segunda língua para os surdos.
• Compreender quais são as propostas educacionais para incluir efetivamente o surdo.
• Dialogar sobre as orientações da escola para trabalhar com estudantes surdos.
76
INTRODUÇÃO
Acadêmico(a), olá!
A pessoa surda passa por grandes desafios diariamente, pois vive em uma so-
ciedade ouvinte, em que toda comunicação se dá por meio de outra língua. Em âmbito
nacional, a Língua Portuguesa é considerada como a língua materna do brasileiro.
Os deficientes auditivos vivenciam preconceitos por não conseguirem se comuni-
car de maneira eficiente, muitas vezes porque não sabem ler ou não conseguem entender
o contexto de materiais escritos. Discriminações por causa desses motivos acontecem
constantemente, porque existe uma cultura social que dissemina a ideia deturpada de
incapacidade e ausência de inteligência de uma pessoa que não se comunica por meio da
oralidade.
Corroborando com essa afirmação, a Unesco, a Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e a Federação Mundial dos Surdos, com intuito de
minimizar tais preconceitos e inserir o surdo no contexto social, sem barreiras, asseveram
que o direito linguístico do surdo é o direito à comunicação por meio da língua de sinais, sua
primeira língua (BRASIL, 2007).
Esse direito mencionado é, antes de tudo, um direito humano, imprescindível, que
deve ser colocado em prática em todas as esferas sociais para disseminar a comunicação
por meio da LIBRAS. Conforme reforçado no Glossário da Educação Especial Censo Esco-
lar: “Cabe destacar que os alunos surdos usuários da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Além disso, o documento ainda faz uma observação reforçando que o ensino da
LIBRAS e da Língua Portuguesa como Segunda Língua, oferecidas aos estudantes sur-
dos, surdo-cegos e com deficiência auditiva, possui metodologias de ensino específicas,
Nesse sentido, faz-se necessário que mais estudos sejam desenvolvidos para que
o ensino do Português como (L2) seja praticado de forma que surja efeito. Também é
imprescindível que haja a ampliação de políticas de educação para surdos, uma vez que
o ensino bilíngue é recurso importante para a aprendizagem e socialização de crianças
surdas. Para a diretora de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos, do ministério da
Assim, finalizando nosso diálogo sobre essa seara, entendemos que o ensino-
-aprendizagem da Língua Portuguesa para a comunidade surda só terá êxito se o professor
regente estiver realmente preparado. Para tanto, isso inclui, primeiramente, saber se comu-
nicar em LIBRAS, com intuito de minimizar as barreiras comunicativas entre ele e o aluno,
além de participar de formações que o prepare para desenvolver essa prática baseada em
estudos e metodologias apropriadas.
Aluno(a), para ampliarmos nossos horizontes em torno das especificidades do
ensino direcionado ao público com deficiência auditiva, no próximo tópico vamos refletir
sobre “O tipo de escola e a proposta frente ao indivíduo com surdez”.
Encontro você lá. Até mais!!
Olá, acadêmico(a)!
Trilhando sobre o conhecimento acerca do atendimento do aluno com deficiência
auditiva e/ou surdez, vamos iniciar o terceiro tópico intitulado “O tipo de escola e a pro-
posta frente ao indivíduo com surdez”.
Nesse momento, o foco do nosso estudo será direcionado para os diálogos sobre
qual é a melhor proposta para o ensino-aprendizagem, ou seja, as questões que envolvem
a escolarização desse público: escola inclusiva e/ou bilingue?
Aluno(a), conforme as informações que já foram apresentadas no decorrer de toda
essa disciplina, é sabido que há muito tempo existem divergências sobre qual é a melhor
propostas educacional para o surdo: oralismo x gestualismo.
A primeira, defendida no Congresso de Milão, preconiza que o surdo precisa
desenvolver a oralidade, pois a ausência da fala significa incapacidade intelectual. Já a
segunda assegura a comunicação por meio dos gestos, nesse sentido, a língua de sinais,
é considerada como a maneira mais eficaz para o surdo estabelecer a comunicação.
Especialistas no assunto defendem que a educação inclusiva proporciona o conví-
vio, no entanto, no que se refere ao aprendizado dos alunos surdos é insuficiente, ou seja,
não consegue atingir o nível desejado de aprendizado. Isso se justifica porque a dissemina-
ção da LIBRAS não é suficiente para incluir os surdos no sistema educacional, pois apenas
uma minoria utiliza a língua.
Frente a essas reflexões, infere-se que não existe ainda um consenso so-
bre qual o melhor local e método, mas sim divergências de opiniões sobre a me-
todologia e sobre a inclusão desse aluno surdo no ambiente da escola regular.
Um estudo coordenado pelo professor Fernando César Capovilla, da Universidade de São
Paulo, analisou o desempenho diferencial de crianças sob regime de inclusão na Prova
Brasil, teleavaliação de competências cognitivas e linguísticas subjacentes ao desempenho
nas provas bianuais do Saeb por alunos surdos e ouvintes, e ainda quais foram os fatores
responsáveis pela variação no desempenho. Os resultados apontaram que as crianças
surdas têm chance de obter sucesso em escolas para surdos, aponta pesquisa:
Crianças surdas cuja língua materna é a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
aprendem melhor em escolas para surdos, em meio aos colegas também
surdos e professores chamados sinalizadores. Em contrapartida, crianças
com deficiência auditiva aprendem melhor em escolas comuns, em regime
de inclusão (CAPOVILLA, 2006, on-line).
O estudo aponta ainda que essas duas situações acontecem porque há divergência
clínica e social entre as pessoas com deficiência auditiva e surdez. No segundo caso, as
crianças pensam e se comunicam em português, pois, na maioria das vezes, perderam a
audição mais tardiamente ou em menor grau. Já as crianças do primeiro grupo, pensam e
se comunicam em LIBRAS, uma vez que a perda da audição é mais profunda e até mais ou
menos os dois anos de idade (CAPOVILLA, 2006).
O professor Capovilla (2006, on-line), a partir da análise dos dados, revelou também
que:
As pesquisas revelaram que a leitura, a escrita e a aprendizagem da criança
surda dependem de procedimentos bem precisos de ensino. Para alfabetizar
crianças surdas é preciso adotar duas estratégias complementares. A primei-
ra diz respeito à compreensão das palavras e de sua composição. Para isso,
Capovilla e sua equipe publicaram o Dicionário da Libras, que foi distribuído
a 70 mil crianças surdas de todos os municípios brasileiros.
A segunda diz respeito à produção da escrita correta, que é atingida fazen-
do uma ponte entre a escrita e a fala. Para isso, o professor e sua equipe
desenvolveram técnicas para ensino de leitura orofacial. A equipe mapeou
a competência de leitura e escrita e a compreensão de sinais e da fala de
7.500 crianças surdas de 15 estados brasileiros. Essa base de dados e os
instrumentos todos vêm sendo disponibilizados para subsidiar a melhoria da
educação de surdos no Brasil (CAPOVILLA, 2006, on-line).
Acadêmico(a), olá!
Chegamos ao último tópico desta quarta unidade, intitulado de “Orientação a
escola”. Agora, vamos conhecer e entender quais são os parâmetros propostos pelos
documentos oficiais, os quais orientam a escola sobre adequações essenciais para o aten-
dimento aos alunos com deficiências.
Para iniciarmos nosso estudo sobre o tema em questão, vamos rever as acepções
sobre Educação Especial, no contexto nacional de ensino: “[…]é uma modalidade de edu-
cação escolar que integra a proposta pedagógica da escola regular, promovendo, entre
outras ações, o atendimento educacional especializado (AEE) aos alunos com deficiência
[…]” (BRASIL, 2020, p. 5).
Após revermos o conceito de Educação Especial, é importante relembrarmos o que
significa o termo “Pessoa com Deficiência”, segundo os documentos oficiais. De acordo
com a Lei de Inclusão nº 13.146/2015 e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência (ONU), a qual foi ratificada no Brasil em forma de Emenda Constitucional,
através do Decreto Legislativo nº 186/2008 e do Decreto nº 6.949/2009:
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas (BRASIL,
2009).
SAIBA MAIS
● Ideias para ensinar português para surdos na educação regular: esse livro que
permite a reflexão de professores de alunos surdos que se encontram nos anos
iniciais do ensino fundamental que buscam uma perspectiva bilíngue. O objetivo
deste livro é apresentar essas questões, pensar sobre elas e apresentar sugestões
de como desenvolver atividades para ensinar o Português, considerando o contexto
apresentado. Informações adicionais contextualizadas com o conteúdo promovem
um estímulo intelectual, além de tornar a leitura do livro mais interessante. Dê um
click para saber mais: Fonte: QUADROS, R. M.; SCHMIEDT, M. L. P. Idéias para
ensinar português para alunos surdos. Brasília: MEC/SEESP, 2006. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf.
REFLITA
Qual a sua opinião sobre português para surdos no ambiente regular de ensino?
Fonte: a autora.
Caro(a) acadêmico(a),
Chegamos ao final desta quarta unidade, na qual trilhamos caminhos que nos
mostraram avanços importantíssimos relacionados à educação de surdos no Brasil. Além
disso, esse público, atualmente, tem garantido o direito de frequentar as classes comuns,
pois a escola regular não pode negar o direito de matrícula para nenhum aluno deficiente
auditivo e/ou surdo.
No primeiro tópico dialogamos mais especificamente sobre o ensino da Língua Por-
tuguesa – na modalidade escrita – como segunda língua para os surdos e quão importante
isso é para efetivação da inclusão social e digital desse público, numa sociedade 4.0.
No segundo tópico nosso foco foi entender qual é o tipo de escola mais eficaz
frente ao indivíduo com surdez. Assim, de acordo com os estudos analisados, existe uma
polêmica sobre esse assunto, o que revela divergências de opiniões, pois alguns estudio-
sos na área defendem que o aluno surdo precisa frequentar a escola específica para ele,
outros defendem que o mais indicado para esse público é alternância entre a sala comum
e o atendimento educacional em contraturno. Porém a grande maioria ainda considera o
Bilinguismo como sendo a metodologia de ensino mais adequada.
Por fim, no último tópico, apresentamos as diretrizes oficiais para o atendimento des-
se público na escola regular de ensino, desde as orientações para os aspectos pedagógicos
até as adequações de estruturas físicas. Constatamos dentre muitas normativas, de acordo
com a legislação vigente, que a informação sobre o(s) tipo(s) de AEE que o aluno realiza
é declarada no “formulário do aluno”, pois isso facilitará o acompanhamento de toda o
percurso acadêmico dele.
Portanto, diante de todas a informações apresentadas, entendemos que ainda
é necessário que sejam feitos ajustes no modo de interação linguística, como também
cultural para que a LIBRAS seja difundida como a Língua Portuguesa e proporcione assim
a verdadeira inclusão social para a comunidade surda.
Um abraço!
Fonte: SILVA, G. M. da. O português como segunda língua dos surdos brasileiros: uma apresentação
panorâmica. Revistax, Curitiba, v. 12, n..2, p. 130 - 150, 2017.
LIVRO
• Título: Atendimento educacional especializado do aluno com
surdez
• Autor: Carla Barbosa Alves e Mirlene Ferreira Macedo Damázio
• Editora: Moderna
• Sinopse: A obra apresenta reflexões e ações sobre a educação
escolar de alunos com surdez, rompendo com o embate entre os
gestualistas e os oralistas, interpretando, à luz do pensamento
pós-moderno, a pessoa com surdez como ser humano descen-
trado, em que os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos
poderão ser estimulados e desenvolvidos. O livro procura mos-
trá-los como seres humanos e capazes, produtivos e constituídos
de várias linguagens, com potencialidades para adquirir e desen-
volver não somente os processos visuais-gestuais, mas também
ler e escrever as línguas em seus entornos. Assim, compreende
o pensar e o fazer do professor do Atendimento Educacional Es-
pecializado, oferecendo novas possibilidades para pessoas com
surdez, em que a Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas
de comunicação e de instrução.
FILME/VÍDEO
• Título: Mr. Holland – Adorável Professor
• Ano: 1995
• Sinopse: Em 1964 um músico (Richard Dreyfuss) decide come-
çar a lecionar para ter mais dinheiro e, assim, se dedicar a compor
uma sinfonia. Inicialmente ele sente grande dificuldade em fazer
com que seus alunos se interessem pela música e as coisas se
complicam ainda mais quando sua mulher (Glenne Headly) dá luz
a um filho, que o casal vem a descobrir mais tarde que é surdo.
Para poder financiar os estudos especiais e o tratamento do filho,
ele se envolve cada vez mais com a escola e seus alunos, deixando
de lado seu sonho de tornar-se um grande compositor. Passados
trinta anos lecionando no mesmo colégio, após todo ese tempo
uma grande decepção o aguarda.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=hyHmZ8ZhH6s
WEB
Desafios dos surdos na sociedade: A professora, intérprete de
libras e servidora do TRT/MT, Silvana dos Anjos, fala dos desafios
dos surdos, a luta por inclusão social e o mercado de trabalho para
intérpretes de libras. Pela primeira vez, o bate papo é traduzido na
linguagem de libras, com o intérprete Túlio Gontijo.
• Link do site: https://youtu.be/KT3CwyBheVI
ASSUNÇÃO, Elizabete J.; COELHO, Maria T. Problemas de Aprendizagem. 2ª ed.São Paulo: Ática,
1990.
BERTHIER, F. Les Sourdes-muets avant et depuis l’abbé de l’Epée. In: LANE, H. The deaf
experience: classics in language and education. Cambridge, Massachusetts e London: Harvard
University Press, 1984.
BRASIL. Decreto Legislativo nº 186, de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de
março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, 10 jul. 2008. Seção 1, p. 1.
BRASIL. Decreto n. 1.428, de 12 de setembro de 1854. Cria nesta Corte um instituto denominado
Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Coleção das leis do Império do Brasil, Rio de Janeiro, v. 1,
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Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 jul. 2015.
Seção 1, p. 2
BRASIL. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras
de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos
dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.
Brasília, 1989.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
e dá outras providências. Brasília, 1990.
BRASIL. Lei nº 939, de 26 de setembro de 1857. Fixa a despesa e orça a receita para o exercício
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reduzida, e dá outras providências. Brasília, 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
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Caro(a) estudante,
De acordo com o exposto, espero que esta disciplina coadune com sua formação
acadêmica e motive você na busca incessante por novos conhecimentos, pois os conceitos
teóricos aqui abordados são importantes, porém não são únicos.
Importante ressaltar que o trabalho com a inclusão de alunos com deficiência audi-
tiva e/ou surdez necessita ainda de muitos estudos para que mais avanços aconteçam para
que a inclusão não seja apenas física, mas sim social. Portanto, deixo um convite às novas
descobertas e possíveis reflexões sobre o papel do professor e a formação desse público.
Um grande abraço!!!