Saneamento Básico

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 32

Saneamento

básico
Dra.
Juliana
mendes
definição Diretrizes

A OMS define saneamento como “o


controle de todos os fatores do meio
físico do homem, que exercem ou Política Nacional de
podem exercer efeitos deletérios Saneamento Básico
sobre seu estado de bem-estar
mental, físico ou social”.
definição
Saneamento no mundo
Mundialmente, 2,3 bilhões de pessoas carecem de saneamento básico.
Estão entre os 4,5 bilhões sem acesso a serviços de saneamento com segurança
gerenciada - em outras palavras, um vaso sanitário conectado a um esgoto, poço
ou fossa séptica que evite a exposição a doenças.

As metas de desenvolvimento sustentável desafiam todos os países a garantir


acesso universal ao saneamento até 2030.
estatística
Saneamento no Brasil

Censo Demográfico mostra que 62,5% da população do Brasil morava em domicílios conectados à rede de
coleta de esgoto em 2022. Esse índice era de 44,4% em 2000 e subiu para 52,8% em 2010.
Considerando quem vivia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica, os valores
foram de 59,2% em 2000, 64,5% em 2010 e 75,7% em 2022.
Entre 2010 e 2022, todas as unidades da federação (UFs) registraram aumento da proporção da
população residindo em domicílios com coleta de esgoto e da proporção dos habitantes morando em
domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica. Mato Grosso do Sul (34,8 pontos
percentuais) foi a UF com maior crescimento nesse último indicador.
Em 2022, 3.505 municípios brasileiros apresentavam menos da metade da população morando em
domicílios com coleta de esgoto, enquanto em 2.386 municípios menos da metade dos habitantes residia
em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.
Censo 2022

Censo 2022: rede de esgoto alcança 62,5% da população, mas desigualdades regionais e
por cor e raça persistem
Editoria: IBGE | Igor Ferreira | Arte: Helga Szpiz, Licia Rubinstein e Jessica Cândido
23/02/2024 10h00 | Atualizado em 26/04/2024 15h47
estatística
Saneamento no Brasil

Em 2022, 97,8% da população tinham, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo. Banheiros compartilhados
por mais de um domicílio foram informados por 0,5% da população. Já 0,6% da população habitava
domicílios sem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções.
Coleta direta ou indireta de lixo atendia 90,9% da população em 2022. Os tipos de descarte mais
frequentes foram o “Coletado no domicílio por serviço de limpeza” (82,5%) e o “Depositado em caçamba de
serviço de limpeza” (8,4%).
São Paulo (99,0%) teve o maior percentual de população atendida por coleta de lixo, enquanto Maranhão
(69,8%) registrou a menor. O Maranhão foi a UF que mais expandiu a cobertura da coleta de lixo (16,3
pontos percentuais) entre 2010 e 2022.
Restrições de acesso a saneamento básico, em 2022, eram maiores entre jovens, pretos, pardos e
indígenas. A população de cor ou raça amarela foi a que apresentou maior índice de acesso à
infraestrutura de saneamento, seguida pela de cor ou raça branca.
estatística
A falta de saneamento básico tem implicações diretas sobre a saúde da população, principalmente em
crianças e idosos, uma vez que eleva a incidência de infecções gastrointestinais e doenças respiratórias,
dado que a higiene das mãos é uma forma muito eficaz de reduzir a probabilidade de transmissão dessas
enfermidades.
Informações do DATASUS (2021), presentes no Painel Saneamento Brasil, apontam que o maior
contingente de internações por doenças por falta de saneamento foi entre crianças de 0 a 14 anos e em
adultos e idosos entre 40 a 79 anos.
Tabela 1 – Internações por doenças de veiculação hídrica – de acordo com faixa etária
estatística
Além dos impactos na qualidade de vida das pessoas, a ausência de saneamento básico, ao aumentar a
incidência de internações por doenças associadas a este problema, provoca o afastamento das pessoas
de suas funções laborais, algo que tem consequências no presente e no futuro do país.

Tabela 2 – Internações por doenças associadas à falta de saneamento


Infecções
relacionadas a
desastres
ambientais
Dra.
Juliana
mendes
justificativa

Esses eventos têm o potencial de Entender as características únicas


desencadear surtos de doenças dessas infecções, como sua transmissão,
infecciosas que representam epidemiologia e gestão em contextos de
sérias ameaças à saúde pública. desastres, estando mais preparados.

Permite que os profissionais de Garantir uma abordagem integrada e


saúde contribuam de forma mais coordenada para proteger a saúde das
eficaz para o planejamento e a populações afetadas.
resposta a emergências.
Desastres
geológicos,
hidrológicos,
meteorológicos,
climatológicos,
biológicos e
tecnológicos

São desencadeados, em sua maioria, pela


ação predatória dos seres humanos na
natureza e pelas falhas e negligências em
processos industriais e de transporte.
Brasil
Queimadas na amazônia

Causam danos à biodiversidade e à saúde humana devido à


liberação de poluentes atmosféricos.
Aumentam os riscos de problemas respiratórios,
cardiovasculares e irritações oculares em populações
próximas.
Brasil
deslizamentos

Quase 4 mil pessoas já morreram por causa de deslizamentos de


terra no Brasil nas últimas décadas: foram 3.758 óbitos desde 1988
até 8 de fevereiro de 2022.
A tragédia que arrasou o município de Petrópolis, na Região
Serrana do Rio, é mais um capítulo de um problema crônico
brasileiro que resulta em perda de vidas e danos materiais.
Brasil
enchentes

Causam inundações, destruição de moradias e interrupção de


serviços básicos.
Podem levar ao surgimento de doenças transmitidas pela água,
como leptospirose e hepatite A, devido à contaminação da água
potável.
Brasil
Desastre de Mariana (2015)

O acidente foi provocado pelo rompimento da Barragem do


Fundão, usada para guardar os rejeitos de minério de ferro
explorados pela empresa Samarco.
O evento causou a destruição do meio-ambiente,
contaminação do rio, do solo e um saldo de 19 mortos.
o que
dizem os
alunos

qual a hipótese
diagnóstica?
escabiose

A escabiose, ou sarna, é uma O risco de surto é grande em


doença de pele altamente ambientes de aglomeração onde
infecciosa causada pelo ácaro esses itens são compartilhados.
Sarcoptes scabie.

É transmitida pelo contato


próximo entre pessoas ou por
itens pessoais como roupas,
lençóis, cobertores, toalhas,
travesseiros, colchões e sofás.
escabiose- quadro clínico
Intensa coceira nas regiões da pele atingidas, que piora à noite;
Mais comumente se localiza entre os dedos das mãos, o que facilita
que o ácaro se espalhe para outras regiões do corpo;
Mas pode ocorrer em qualquer parte do corpo e, se não tradada, pode
se espalhar por todo corpo;
Em homens, é comum na genitália e na mulher, nos seios;
Ao exame da pele, observa-se presença de pápulas, pequenas lesões
eritematosas (vermelhas) que podem formar uma crosta provocada
pelo ato de coçar o local (ferimentos simples que atingem a camada
mais superficial).
escabiose- diagnóstico
Realizado
visualmente
pela análise
das lesões
causadas e
por sua
localização
típica, quando
é o caso.
escabiose- tratamento
Ivermectina (6 mg): 0,2mg/kg via oral (Tabele por faixa de peso) nos dias 1, 2 e 8 do
tratamento.
o Dependendo da gravidade, a ivermectina pode ser repetida nos dias 9 e 15 OU 9,
15, 22 e 29.
Para crianças menores de 5 anos e/ou de 15kg: em situações de surtos o uso de
Ivermectina está autorizado, inclusive em crianças com menos de 5 anos e/ou de
15kg.
Vale saber que a bula recomenda apenas para maiores de 5 anos, no entanto, a
Sociedade Brasileira de Pediatria, baseada em estudos recentes, afirma
segurança e eficácia em crianças com peso inferior a 15 kg. 2)
O prurido após o tratamento pode persistir durante 2 a 4 semanas. Dose diária de
antialérgicos orais sedantes como maleato de dexclorfeniramina (Polaramine®)
também podem ser utilizados, quando há prejuízo do sono.
Para evitar reinfecções, roupas, toalhas, roupas de cama e outros itens de uso
pessoal devem ser lavados em água quente, ou passados com ferro quente,
durante os 3 primeiros dias do tratamento.
As roupas que não puderem ser lavadas devem ser colocadas em um saco
plástico e guardadas por 7 dias.
escabiose- prevenção
Para o controle do surto é importante que todos que convivam com a pessoa
acometida pela escabiose sejam examinados e se, necessário, tratados para
evitar a reinfestação;
Para prevenir a escabiose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, toalhas,
outros itens de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pessoas
infectadas pelo parasita;
Recomenda-se que todos sejam sempre examinados.
Case/case/case/case/case/ca
Após o terremoto devastador que atingiu o Haiti em 12 de janeiro de 2010, centenas de milhares de
pessoas ficaram desabrigadas e passaram a viver em condições precárias em campos de refugiados
improvisados. Em um desses campos, Jean, um homem de 28 anos, começou a apresentar sintomas
de diarreia aquosa severa, acompanhada de vômitos e cãibras abdominais intensas. Nas horas
seguintes, a condição de Jean piorou rapidamente, levando à desidratação grave. Muitos outros
moradores do campo começaram a relatar sintomas semelhantes, com casos de diarreia profusa e
desidratação severa aumentando drasticamente. A equipe de saúde pública, ao ser chamada para
investigar, encontrou condições sanitárias extremamente precárias, com abastecimento de água
contaminado e falta de instalações sanitárias adequadas. Baseando-se na apresentação clínica e na
rápida propagação da doença, a equipe suspeitou de uma infecção bacteriana severa, iniciando
imediatamente a reidratação oral e intravenosa para os afetados, além de implementar medidas de
saneamento de emergência, como a cloração da água e a construção de latrinas seguras. Campanhas
educativas foram lançadas para informar a população sobre a importância da higiene pessoal e do
uso de água potável. A resposta rápida e coordenada foi crucial para controlar o surto e evitar uma
tragédia ainda maior em um cenário já devastado pelo desastre natural.
cólera

Vibrio cholerae, que se manifesta Transmitido pela via fecal-oral, por meio
principalmente como uma da ingestão de água ou alimentos
doença diarreica aguda e aquosa.pode contaminados, sendo mais prevalente
levar à desidratação grave e, se não em áreas com saneamento inadequado
tratada adequadamente, ou durante desastres naturais, como
à morte. enchentes.

O período de incubação da doença varia de 12 horas a 5 dias, mas para fins de


investigações epidemiológicas, é considerado um período padrão de dez dias. Em
situações de enchentes, o risco de surtos de cólera aumenta.
cólera

Vibrio cholerae, que se manifesta Transmitido pela via fecal-oral, por meio
principalmente como uma da ingestão de água ou alimentos
doença diarreica aguda e aquosa.pode contaminados, sendo mais prevalente
levar à desidratação grave e, se não em áreas com saneamento inadequado
tratada adequadamente, ou durante desastres naturais, como
à morte. enchentes.

O período de incubação da doença varia de 12 horas a 5 dias, mas para fins de


investigações epidemiológicas, é considerado um período padrão de dez dias. Em
situações de enchentes, o risco de surtos de cólera aumenta.
cólera- quadro clínico
A cólera pode ser assintomática ou apresentar sintomas leves em
alguns casos. No entanto, os casos graves podem evoluir
rapidamente e, se não tratados, podem levar à morte em poucas
horas.
As manifestações clínicas podem incluir:
• Diarreia aquosa abundante e incontrolável, sem sangue,
frequentemente descrita como “água de arroz”;
• Náuseas e vômitos;
• Câimbras musculares;
• Ausência de febre é comum;
• Desidratação, que pode se manifestar como boca seca, sede
intensa, pele seca e enrugada, oligúria, irritabilidade, letargia,
sensação de desmaio;
• Em casos graves, pode ocorrer choque hipovolêmico.
cólera- diagnóstico
História clínica:
Os sintomas característicos e o histórico de exposição a água ou
alimentos contaminados.
Exames laboratoriais:
A confirmação é feita pela identificação do Vibrio cholerae em
culturas de fezes ou vômitos, enviados ao Laboratório Central de
Saúde Pública (Lacen). Exames adicionais, como hemograma e
eletrólitos, podem ser úteis para avaliar a desidratação.
cólera- tratamento
Reidratação:
A principal prioridade é repor fluidos e eletrólitos perdidos. Pode ser
feita por via oral (solução de reidratação oral – SRO) ou intravenosa,
dependendo da gravidade.
Medicamentos antidiarreicos, antiespasmódicos e à base de
corticoide são contraindicados.
• Suporte nutricional:
Manter uma dieta adequada durante a recuperação é importante para
evitar complicações.
• Antibióticos: Podem reduzir a gravidade e a duração da doença. O
Ministério da Saúde do Brasil recomenda as seguintes opções:
cólera- tratamento
• Antibióticos: Podem reduzir a gravidade e a duração da doença. O
Ministério da Saúde do Brasil recomenda as seguintes opções:
cólera- prevenção
• As medidas de prevenção incluem lavagem das mãos com água e
sabão e higiene adequada de alimentos.
Em casos suspeitos, a notificação deve ser feita em até 24 horas à
vigilância epidemiológica;
• A cólera pode levar a desidratação rápida e severa, portanto, o
tratamento imediato é crucial;
• A reidratação é a chave para o tratamento e deve ser iniciada o
mais rápido possível, mesmo antes da confirmação do diagnóstico.
contatos
[email protected]

@profajulianamendes

Você também pode gostar