TH022 - Aula 03 - Fluxos de Energia e Cadeias Alimentares

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Aula 03 – Fluxos de energia e cadeias alimentares

Cláudio Krüger - [email protected]


Conceitos principais da aula

CONCEITO A: Os quatro principais


componentes do sistema de sustentação da
Terra são atmosfera (ar), hidrosfera (água),
geosfera (rocha, solo e sedimento) e biosfera
(coisas vivas).

CONCEITO B: A vida é sustentada pelo fluxo


de energia do Sol por meio da biosfera, pelo
ciclo de nutrientes na biosfera e pela
gravidade.
Leis da conservação da massa e energia
Todo fenômeno na natureza requer energia
Vida requer:
- energia (capacidade de realizar trabalho)
- matéria (algo que tem massa e ocupa lugar no espaço)

Qualidade de energia → alta capacidade de realizar trabalho

Exemplo: 1 litro de gasolina → movimento → calor, ruído


qualidade
alta baixa

Matéria / energia: se conservam (nada ser perde, nada se cria...)


Leis da conservação da massa e energia
Lei da Conservação da massa
Em qualquer sistema (físico ou químico), nem se cria, nem se destrói matéria, só se
transforma (por rearranjo de átomos).
transporte e transformação
ar
água Disposição/
matéria uso
solo reciclagem

Problema: não é possível consumir a matéria até o fim (sempre há resíduos)


ar
Poluição ambiental água
solo
Leis da conservação da massa e energia
Resíduos: podem ser indesejáveis, mas podem ser reincorporados (ao MA) ou
reutilizados.
ciclos biogeoquímicos

reciclagem

Se houver desequilíbrio, ocorrem os desastres ambientais → contaminação do


ar/solo/água

Hoje: resíduos gerados mais rápido que a capacidade de reciclagem (após a


revolução industrial do século XIX).

Especialmente materiais sintéticos e não biodegradáveis.


Leis da conservação da massa e energia
1ª Lei da termodinâmica (Lei da Conservação da Energia)
A energia pode se transformar de uma forma em outra, mas não pode ser criada
nem destruída.

Energia cinética – energia que a matéria adquire em decorrência de sua


movimentação e em função de sua massa e velocidade (moléculas em movimento).

𝑚 𝑣2
𝐸=
2

Energia potencial – energia armazenada na matéria devido à sua posição ou


composição. Ex: “carga hidráulica” da água para gerar energia em uma usina.
Leis da conservação da massa e energia
Combustíveis fósseis e alimentos → Epotencial
Etotal dos minerais (Ebruta )
petróleo
gás natural o potencial verdadeiro é menor
Precisa levar em conta a energia para
carvão obtenção
combustíveis fósseis

Elíq = Ebruta – Eobtenção


energia
potencial

Fotossíntese: exemplo de aplicação da 1ª Lei


Leis da conservação da massa e energia

2ª Lei da termodinâmica
Toda transformação de energia ocorre de uma maneira nobre para uma menos
nobre (menor qualidade).
transformação, perdas

Enobre Emenos
Energia “útil” Energia dispersa, menos útil

Conclusões: Lei da Conservação da Massa: sempre haverá resíduos (poluição)


1ª Lei da Termodinâmica: não se pode “reciclar” a energia e torna-la mais nobre
após sua degradação. Ex: não é possível construir um “moto-contínuo”.
Leis da conservação da massa e energia

CONCEITO C: É necessário haver equilíbrio na geração de resíduos, por meio da


reciclagem e uso/produção de energia

1. Economia com alto desperdício → insustentável


2. Economia com reciclagem/reuso de matéria → sustentável
3. Economia com baixo desperdício → sustentável

entrada (no ambiente) saída (para o ambiente)


Economia
matéria insustentável, Lixo e poluição
energia de alta qualidade com alto energia de baixa qualidade
desperdício
Cadeias alimentares
Dois tipos:
• cadeias que começam pelos vegetais vivos e passam pelos herbívoros e
carnívoros; e
• cadeias que se iniciam pelos detritos vegetais e animais e passam pelos
detritívoros.
energia energia
produtor consum. primário consum. secundário, terc.
vegetais
1 herbívoros carnívoros
fotossintéticos
energia
produtor consum. primário
detritos vegetais Ex: pequenos invertebrados, minhocas,
2 detritívoros
e animais roedores, insetos, abutres, hienas, etc.
Cadeias alimentares
Na verdade, o fluxo é mais complexo e interrelacionado...
Ecossistemas terrestres e aquáticos

Recordando...

Autótrofos:
quimiossintetizantes; e fotossintetizantes.

Heterótrofos:
herbívoros, carnívoros e onívoros;
e decompositores.
Cadeias alimentares – níveis de energia

Energia diminui
a cada nível
trófico
restam  10% a
cada passagem
de nível
Autótrofos: produzem o próprio alimento
Os autótrofos, também chamados de produtores, captam a energia luminosa
do Sol e assimilam compostos inorgânicos, formando compostos orgânicos
complexos, como a glicose (C6H12O6), pelo processo da fotossíntese. A reação
geral simplificada da fotossíntese é:

6 CO2 + 6 H2O + energia solar → C6H12O6 + 6 O2


gás carbônico água glicose (energia) oxigênio
Heterótrofos: não produzem o próprio alimento
Heterótrofos ou consumidores obtém energia pelo consumo de outros organismos
ou de restos destes: herbívoros, carnívoros, onívoros e decompositores (geralmente
fungos e bactérias).

Produtores, consumidores e decompositores precisam de energia para realizar suas


funções vitais básicas. Para isso, utilizam a energia química dos compostos
orgânicos armazenados, como a glicose, no processo de respiração aeróbia:

C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia


glicose (energia) oxigênio gás carbônico água
Produtividades – bruta e primária (energia/m2/ano)
Produtividade primária:
É a taxa de conversão de energia solar em substâncias orgânicas pelos organismos
fotossintetizantes por unidade de área e/ou tempo (J/m2.dia) ou matéria (kg/ha.ano).

Produtividade primária bruta (PPB):


É a produção total de energia, pela fotossíntese, na forma de biomassa (quantidade de matéria
viva que existe em um ecossistema). Uma parte desse total é usado na respiração e outras
funções básicas e não pode ser reaproveitada.

Produtividade primária líquida (PPL):


A porção restante, armazenada na biomassa dos produtores e disponível como alimento aos
consumidores. Mede a velocidade na qual os produtores podem fornecer o alimento de que os
consumidores necessitam.
Produtividades – bruta e primária
A produtividade primária varia...

A produtividade primária
varia entre diferentes
ecossistemas: insolação,
temperatura, quantidade de
chuvas e disponibilidade de
luz e nutrientes.

Dentro do mesmo
ecossistema: varia com a
idade dos indivíduos e
estação do ano.
Cadeias alimentares e poluição

Amplificação Biológica (ou magnificação biológica)


Aumento da concentração de poluentes à medida que se avança na cadeia
alimentar (bioacumulação: acúmulo de poluentes nos tecidos e gorduras)

Fatores que influenciam a amplificação biológica:


• Existência de um maior número de indivíduos no nível trófico inferior que
no superior;
• Acontece com poluentes lipossolúveis (solúveis no tecido gorduroso) ao
invés da urina. Difícil degradação.

Exemplos históricos: Baía de Minamata (Japão) e inseticida DDT.


Amplificação Biológica (exemplo do DDT)

Concentração
aumenta!
Atividade 2

Pesquise sobre o problema da amplificação biológica e bioacumulação


produzida pelo inseticida DDT e o que ocorreu durante a sua utilização
até a sua proibição de uso. Entregar uma resenha manuscrita com 2
páginas.

Entrega – via UFPR Virtual – até (19 de maio)


Curso de Engenharia Civil
TH022 – Ciências do Ambiente
Créditos das imagens
BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo, Pearson e
EPUSP. 2ª Edição, 2005.

CALIJURI, M. C., Cunha, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e


gestão. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.

MILLER, G. T., SPOOLMAN, S. E. Ciência ambiental. São Paulo : Cengage


Learning, 2015.

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