Sermao Efesios
Sermao Efesios
Sermao Efesios
INTRODUÇÃO
Muitos evangélicos brasileiros não sabem bem qual é a sua identidade. Muitos acreditam
ou achem que uma ou outra denominação espiritualizam mais ou menos que outras.
Muitos vivem hoje numa fase de busca de identidade, e nesse contexto aparecem os
verdadeiros e falsos cristianismos, neste contexto o joio e o trigo, as fontes de água doce
e amargas.
Assim, quando se fala de igreja, especialmente na presente era, é extremamente
necessário acrescentar um adjetivo que a qualifique como verdadeira ou falsa.
Para nossa alegria ou talvez tristeza e vergonha, há uma facilidade, sem precedentes, de
se produzir e multiplicar igrejas, sem que isso esteja relacionado necessariamente ao
avanço do reino de Deus na Terra. E aqui cabe a seguinte pergunta: Será que a
multiplicação de igrejas tem gerado, talvez, mais confusão ou oportunidades? Como saber
se uma determinada igreja é fiel aos princípios do cristianismo?
Antigamente, era costume dizer a um novo convertido para procurar a Igreja mais
próxima de sua casa. Mas será que no mundo de hoje, é seguro recomendar a uma pessoa
que procure a igreja evangélica mais próxima da casa dela, como era de praxe fazer? Mas,
o que acontece é que hoje muitas igrejas têm apenas a placa e o nome de evangélicos,
mas as práticas não são cristãs e bíblicas.
Essa situação se reflete em muitos dos cristãos. Às vezes me preocupo quando tomo
conhecimento de cristãos que abrem seus corações a ouvir o sermão do domingo, mas
que durante a semana abrem as portas de sua casa para receber influências de seitas e
heresias destruidoras da fé.
Neste mês comemoramos os 507 anos da reforma protestante. Mas será que no cenário
atual não há a necessidade de uma nova reforma? De muitos voltarem seus corações ao
evangelho?
Cada geração é responsável por detectar onde e como se manifesta o pseudo-cristianismo
e combatê-lo com as armas do evangelho. E uma das formas é descobrir as marcas da
igreja verdadeira e vivenciá-las na comunidade local.
Vejam a seguir algumas marcas da verdadeira igreja.
I. Cristo é o fundamento
Vejamos alguns textos:
Mateus 7.24: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será
comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. ”
I Coríntios 3.11: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto,
o qual é Jesus Cristo. ”
Efésios 2.20: “…edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele
mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. ”
O que é que os 03 textos acima estão nos dizendo? Eles revelam que a grande e maior
marca da Verdadeira Igreja é Cristo como seu Fundamento.
É a pessoa de Cristo que define o verdadeiro cristianismo; não é uma filosofia, nem um
conjunto de regras, natural ou sobrenaturalmente reveladas, não são os santos de uma
Igreja ou suas imagens e rituais, não são suas festas e celebrações. O que define a
verdadeira Igreja é o fato dela está alicerçada na rocha, que é Cristo.
Ele manifestou Sua humanidade ao nascer, crescer, dormir, sentir fome, cansaço e morrer;
manifestou Sua divindade ao andar sobre as águas, acalmar a tempestade, curar enfermos
e expulsar demônios. Jesus é o único elo entre a Terra e o Céu, entre o homem e Deus.
Quanto engodo existe em matéria de religião! Quanto engano em nome de Deus! Muitas
pessoas se dão por satisfeitas por fazerem parte de um grupo religioso, muitos se dão por
satisfeitos por terem uma imagem, mas se esquecem de perguntar: qual é o fundamento?
Os meus pés estão postos sobre o quê? É rocha ou areia que está sob meus pés?
Muitos dos mestres do nosso tempo nos ensinam a edificar nossa vida sobre os
fundamentos da autoajuda. Afagam nosso ego ao soprar no nosso ouvido que a solução
dos nossos males está na força dos nossos braços ou de nossa mente. Todavia, o Mestre
dos mestres proclama que dá força dos nossos braços o que parece remédio é veneno. Até
quando nos demoraremos a entender que a solução dos nossos males não vem de dentro,
mas do alto; que o fundamento que resiste a toda prova não é humano, mas é divino?
A verdade é que toda casa construída sobre outro fundamento que não seja a rocha, que
é Cristo, desmoronará um dia como castelo de areia sob a tempestade e não resistirá diante
do juízo de Deus.
III. Fé, esperança e amor: são algumas de suas principais virtudes e mensagens
para o mundo em crise.
(Jo 13.35; Rm 5.1 -5; 1 Co 13.13; Gl 5.5-6; Cl 1.3-5; 1 Jo 2.6)
Essas três palavras – fé, esperança e amor – traduzem as principais virtudes da igreja do
Senhor na terra. Vejamos cada uma delas separadamente.
1) A fé.
Em IPe 1.1-9 vemos a função, o valor e o objetivo da fé.
a. Sua função no v.5: “Essas bênçãos são para vocês que, por meio da fé, são guardados
pelo poder de Deus para a salvação que está pronta para ser revelada no fim dos tempos.
”
Este versículo deixa claro que a função da fé é nos guardar para a salvação que está
preparada por Deus. Vivemos em dias difíceis, onde o relacionamento de muitos com
Deus esfriará. Guarde a sua fé em Cristo, para que você tenha forças.
b. Seu valor no v.7: “Essas provações são para mostrar que a fé que vocês têm é
verdadeira. Pois até o ouro, que pode ser destruído, é provado pelo fogo. Da mesma
maneira, a fé que vocês têm, que vale muito mais do que o ouro, precisa ser provada para
que continue firme. E assim vocês receberão aprovação, glória e honra, no dia em que
Jesus Cristo for revelado”.
O ouro, que é considerado a posse mais preciosa, é perecível, mesmo depois de passar
pelo fogo, processo usado para purificá-lo das impurezas que o acompanham. O valor da
fé supera o desse metal precioso. Os benefícios da fé são eternos enquanto os do ouro são
temporais. Somente uma cegueira espiritual profunda pode explicar por que os homens
correm avidamente à busca do que o ouro oferece na mesma proporção em que
abandonam os benefícios da fé.
c. Seu objetivo no v.9: “Vocês têm essa alegria porque estão recebendo a sua salvação,
que é o resultado da fé que possuem”.
A fé tem uma finalidade definida: a salvação da alma. A fé tem um tempo de validade.
Não haverá necessidade de termos fé quando estivermos no céu. Portanto, o tempo em
que a fé é necessária vai desde o dia da nossa conversão até o dia quando nos
encontrarmos com o nosso Senhor Jesus Cristo. Quando esse dia chegar, em meio a muito
regozijo, o objetivo da fé estará concretizado.
2) A esperança.
Vejamos o que diz: Rm 8.24-25: “24 Pois foi por meio da esperança que fomos salvos.
Mas, se já estamos vendo aquilo que esperamos, então isso não é mais uma esperança.
Pois quem é que fica esperando por alguma coisa que está vendo? 25 Porém, se estamos
esperando alguma coisa que ainda não podemos ver, então esperamos com paciência. ”
Howard Marshall define esperança como “a expectativa confiante de que Deus continuará
a cuidar do Seu povo e que o fará vencer as provações e os sofrimentos até chegar à bem-
aventurança futura na Sua presença”.
“Nessa esperança fomos salvos”, diz Paulo em Romanos 8.24. A respeito desse versículo,
a Bíblia Shedd observa de forma apropriada que “somos salvos na esperança, não por
esperança. A salvação é pela fé”. Há uma expectativa que atravessa o coração da igreja
de que todas as promessas de Jesus se concretizarão em breve. Essa sensação nos mantém
confiantes enquanto vivemos em um mundo hostil e mau.
Uma vez que a esperança está baseada nas promessas registradas nas Sagradas Escrituras
torna-se um poderoso combustível para a igreja em sua peregrinação na terra. Quem pode
nos desanimar se o que nos espera é um futuro glorioso? Nada do que os nossos olhos já
viram se compara com aquilo que Deus tem reservado para os seus. Essa é a nossa bendita
esperança, razão pela qual devemos enfrentar as adversidades confiantemente.
3.O amor
Lembremos do que diz Paulo em 1Co 13:1: “Eu poderia falar todas as línguas que são
faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como
o som de um gongo ou como o barulho de um sino”.
Vimos que a fé e a esperança têm um raio de ação dentro da linha do tempo. Chegará um
momento em que ambas perderão o sentido de existência. Chegará um dia em que não
necessitamos mais nem da fé e nem da esperança. Esse dia se concretizara quando a Igreja
e todos estivermos com Cristo na Glória.
Mas, o amor, todavia, é eterno, portanto jamais acabará (1 Co 13.8). Dada sua extensão
de existência e valor intrínseco o amor é superior à fé e à esperança.
Sem o amor não há significado em nada do que fazemos nem mesmo no mais alto grau
de doação e sacrifício (1Co13.3).
Sem o amor, o exercício das nossas capacidades especiais, dons e talentos recebidos de
Deus fracassa no cumprimento de suas funções (lCo 13.1-2).
Não obstante, é o amor que deve coordenar nossos relacionamentos (Rm 12.9-21).
A fonte do amor é Deus Pai e o Espírito Santo o derrama em nosso coração (Rm 5.5). Por
isso, ao falarmos sobre o amor, temos a sensação de termos em nossas mãos sujas e
imperfeitas uma joia de rara beleza e profundo valor.
CONCLUSÃO
Relembremos aqui as principais marcas da Igreja.: 1) Cristo é o fundamento, 2) Os
membros são regenerados, 3) Fé, esperança e amor são suas grandes virtudes.
São estas marcas meus irmãos, que revelam ao mundo quem é a verdadeira Igreja do
Senhor aqui na terra. Elas devem ser referências para que nós também nos auto avaliemos.
Que Deus nos ajude a nos mantermos firmes nestas marcas referencias da Igreja.