Trabalho de Direito Dos Contratos
Trabalho de Direito Dos Contratos
Trabalho de Direito Dos Contratos
FACULDADE DE DIREITO
1
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
FACULDADE DE DIREITO
4
2. RESOLUÇÃO CONTRATUAL
A resolução é a extinção do contrato provocada pelo descumprimento (ou inadimplemento)
das obrigações estipuladas no contrato. Ela pode ocorrer de quatro maneiras diferentes, são
elas: (I) inexecução voluntária; (II) inexecução involuntária; (III) onerosidade excessiva.
(I) Inexecução voluntária
A possibilidade da resolução contratual surge quando há a inexecução voluntária. Assim,
surge o direito à resolução pelo fato de uma das partes não cumprir sua obrigação contratual
exclusivamente por sua culpa.
Quando isso acontece, a parte prejudicada pelo descumprimento da obrigação pode pedir a
resolução do contrato (sem ter de pagar multas/ outras indenizações), ou optar pela sua
continuação.
Vale ressaltar que o descumprimento contratual, para ser suficiente para gerar o direito à
resolução, não pode ser um descumprimento leve. O descumprimento deve ser sério e grave,
deve prejudicar, de fato, a outra parte.
Há também a possibilidade de a parte optar pela não-extinção do contrato. Neste caso,
contrato continuará, e o devedor deverá cumprir as obrigações estipuladas no contrato.
Todavia, a parte prejudicada terá o direito de receber indenização daquele que agiu
inadequadamente (a indenização deverá ser pleiteada em juízo).
Entretanto, para que a parte tenha o direito de resolver o contrato sem interpelação judicial é
necessário que exista cláusula resolutiva expressa.
Logo, para resolver o contrato independe do acesso ao judiciário, é necessário que exista
cláusula no contrato que permita expressamente que a parte eventualmente prejudicada
resolva-o. Em geral, junto com essa previsão, há a estipulação de um valor referente à multa
do descumprimento, que também pode ser exigido, sem que a parte pleiteie em juízo.
Todavia, apesar de não haver essa cláusula de resolução em alguns contratos, o direito à
resolução permanece, por estar expressamente previsto no artigo 475 do Código Civil, ou
seja, a parte tem o direito, por previsão legal, de resolver o contrato (também tem o direito de
ser indenizada), mas a resolução necessariamente deverá ser feita em juízo. Assim, a cláusula
5
resolutiva sempre existe, e quando não for expressa, dependerá do pronunciamento do juiz
para pôr fim ao instrumento contratual.
(II) Inexecução involuntária
Ocorre por meio da impossibilidade das obrigações contratuais serem cumpridas, porque
surgiu um acontecimento imprevisível e inevitável, tecnicamente chamado de caso fortuito,
como uma guerra. Ou um fato previsível ou imprevisível e inevitável, também chamado de
força maior, como um terremoto, tempestade, etc.
Ao surgirem estes acontecimentos, o contrato fica em situação de resolução por inexecução
involuntária. Não é possível que a parte cumpra sua obrigação depois de ocorrido algum
evento sobre o qual não possuía qualquer ingerência.
Neste caso de resolução contratual, não é possível à parte prejudicada exigir da outra
indenização por perdas e danos. O que deve acontecer é a devolução dos valores já pagos pela
parte inadimplente à parte prejudicada.
(III) Onerosidade excessiva
Nos contratos cuja execução é prolongada, é possível a ocorrência de eventos que que afetem
direta ou indiretamente a execução das obrigações estipuladas no contrato, tornando-as
demasiadamente onerosas.
Se há um problema portuário no Brasil, não é possível que o credor exija que a entrega de seu
produto seja feita por avião, quando não houver previsão contratual para esta hipótese,
gerando custos elevadíssimos ao devedor, por exemplo.
A resolução por onerosidade excessiva, então, ocorre quando a prestação da obrigação não é
impossível, mas é muito mais custosa do que quando o contrato foi firmado. Surge um
desequilíbrio no contrato, por causa de um imprevisto. Nestes casos a lei também permite a
resolução contratual.
3. EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO
A exceção do contrato não cumprido é uma defesa que a parte inadimplente, muitas vezes,
opõe contra a parte que pleiteia a resolução (ou que pleiteia o adimplemento).
Está regulamentado pelo artigo 476 do Código Civil e determina que uma parte não pode
exigir o cumprimento das obrigações do outro, antes de cumprida a sua própria obrigação, isto
é, se uma parte ainda não cumpriu a parte dela e já deveria tê-lo feito, ela não pode exigir o
adimplemento da outra parte. Assim, se fica combinado que a empresa prestará o serviço após
o pagamento de determinado preço, o cliente não pode exigir a prestação do serviço antes do
pagamento, mesmo que a data combinada para a prestação do serviço tenha chegado. Nesse
6
caso, se o cliente resolvesse exigir judicialmente a prestação do serviço a empresa se
defenderia alegando a exceção do contrato não cumprido.
4. RESILIÇÃO CONTRATUAL
A resilição contratual é a extinção do contrato fundada na (i) vontade de ambas as partes -
resilição bilateral - ou (ii) de uma única parte - resilição unilateral.
(i) Resilição bilateral
A resilição bilateral, distrato, é a manifestação de ambas as partes envolvidas no contrato,
para que este seja extinto, antes do adimplemento das obrigações contratuais.
Assim, as partes podem voluntariamente terminar o contrato desde que o distrato seja feito na
mesma forma como o contrato foi feito (ou seja, se o contrato foi escrito, mas sempre é
possível por instrumento particular, ou seja, sem registro em cartório). Nunca haverá, neste
caso, a necessidade de pronunciamento judicial, pois há comum acordo.
(ii) Resilição unilateral
A resilição unilateral deriva da vontade de uma única parte de extinguir o contrato. A resilição
não precisa ser justificada e ocorre a partir do momento em que uma parte comunica à outra o
fim do contrato.
Não é necessário pleitear na justiça a resilição unilateral, mesmo quando não há cláusula
expressa. Contudo a parte que decidir resilir unilateralmente está sujeita ao pagamento de
multa e perdas e danos.
Quais São as Formas de Extinção de Contrato?
O contrato de trabalho é o documento que estabelece a relação de subordinação e confiança
entre o empregado e o empregador. As duas partes possuem direitos e deveres, os quais
devem ser seguidos. Caso contrário é passível a extinção do contrato trabalhista.
A extinção do contrato de trabalho está conjecturada na Consolidação das Leis do Trabalho –
Decreto-Lei nº 5.452 de 1º de maio de 1943, através do Título IV, Capítulo V, artigos 477 a
486, que refere-se à rescisão, e no Código Civil que, através dos artigos 472, 475 a 477,
apresenta as formas de extinção de contrato.
As formas de extinção do contrato de trabalho são:
Justa causa
Rescisão indireta de contrato
Culpa recíproca
Distrato
Factum principis
Força maior
7
Extinção do contrato por prazo indeterminado
Justa Causa
A rescisão de contrato por justa causa ocorre pela execução de atos faltosos e atitudes graves.
(CLT, art. 482)
A sua aplicação consiste nos princípios de imediatividade (aplicar a pena no momento
imediato da ciência do ato), proporcionalidade (pena proporcional à gravidade do ato) e do
Non Bis in Idem (não é permitida a aplicação da pena duas vezes pelo mesmo ato).
Os direitos rescisórios são: saldo de salários, férias integrais + ⅓.
Culpa Recíproca
A culpa recíproca pode ser empregada quando ambas as partes cometerem faltas graves ao
mesmo tempo. (CLT, art. 484)
Os direitos rescisórios são: metade do aviso prévio, metade das férias proporcionais + ⅓,
metade do 13º salário, saldo de salário, multa fundiária de 20% (art. 18, § 2º da Lei 8.036/90)
e saque do FGTS (art. 20, I da Lei 8.036/90).
Distrato
O distrato se dá pelo comum acordo entre empregado e empregador para que haja o
rompimento do contrato. (CLT, art. 484-A)
Nesse caso, as verbas trabalhistas são pagas integralmente, possibilitando o saque do FGTS
limitado a 80% do valor, sem direito ao seguro desemprego. Além disso, apenas metade do
aviso prévio e da multa de 40% são pagos.
Os direitos rescisórios são: metade do aviso prévio (em casos de indenização, multa de 20%
do FGTS 13º salário proporcional, férias proporcionais + ⅓, férias vencidas (caso haja) + ⅓,
saque de até 80% do saldo do FGTS e saldo de salário.
8
Factum Principis
Ocorre em situações em que a empresa é desapropriada, gerando o desemprego dos
funcionários sem culpa do empregador. A culpa, nesse caso, é da administração pública, pela
desapropriação do imóvel, sendo responsável também pela indenização dos empregados.
Os direitos rescisórios são:
Em caso de morte do empregado: FGTS, férias proporcionais e 13º salário proporcional do
empregado falecido.
Em caso de morte do empregador: depósitos referentes ao FGTS e verbas rescisórias devidas
em caso de dispensa sem justa causa.
Em caso de extinção da empresa: verbas rescisórias da dispensa sem justa causa, metade do
valor das indenizações a que tiver direito e todas as verbas cujo direito ele tenha obtido.
5. CONCLUSÃO
Portanto, a resolução é diferente da resilição pois a resolução costuma ser fundada no
descumprimento contratual (ou na onerosidade excessiva), enquanto a resilição é sempre
fundada na vontade das partes. A resolução só pode ser feita sem ingressar em juízo quando
houver previsão contratual expressa para tanto. A resilição sempre pode ser feita sem o
ingresso em juízo. Na resolução é a parte prejudicada quer o fim ao contrato, por isso, ela tem
o direito à indenização. Na resilição a parte que decide colocar fim ao contrato é que prejudica
a outra, assim, ela é quem deverá pagar indenização à outra parte.
6. REFERÊNCIAS
Código Civil de 2002. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em: 13/01/2017.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. V. 3. São Paulo: Saraiva.
2016.
ROSENVALD, Nelson; FARIAS, Cristiano Chaves de. Curso de Direito Civil. 6. Ed. V. 4.
Salvador: JusPodivm, 2016.
9
10