Apostila-Respiração Celular

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 12

Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

1 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

AULA 4
Metabolismo

BIO
energético

LO
GIA
Profª Sthéfani Bregue
Profº Cleisson Garcia
2 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

Semana 4: Metabolismo energético: Respiração Aeróbia


(Glicólise, Ciclo de Krebs e Cadeia transportadora de elétrons) e
Fermentação.
Os combustíveis utilizados em automóveis são constituídos por moléculas
energéticas. A energia liberada faz o carro andar, faz funcionar o rádio, faz o
para-brisas funcionar, ou seja, faz o carro cumprir com as suas funcionalidades,
e boa parte dessa energia é convertida em calor. Nos seres vivos, o combustível
mais utilizado é a glicose, substância altamente energética cuja quebra no
interior das células libera a energia armazenada nas ligações químicas e produz
resíduos, entre eles o dióxido de carbono/gás carbônico (CO 2) e H2O.

Para que haja a produção de energia a partir da glicose, há 3 (três) fases no qual
a molécula será submetida: a Glicólise, o Ciclo de Krebs e a Cadeia
transportadora de elétrons, respectivamente, em seres aeróbios, isto é, seres
capazes de respirar somente na presença de O 2. Seres anaeróbios, portanto são
seres que sobrevivem na ausência de O 2, utilizam outro caminho: a
Fermentação.

O conjunto de reações químicas e de transformações de energia, incluindo a


síntese (anabolismo) e a degradação de moléculas (catabolismo), constitui o
metabolismo. Toda vez que o metabolismo servir para a construção de novas
moléculas que tenham uma finalidade biológica, falamos em anabolismo. Por
outro lado, a decomposição de substâncias constitui uma modalidade do
metabolismo conhecida como catabolismo.

Associe anabolismo à síntese e Durante o catabolismo, a energia


catabolismo à decomposição de liberada em decorrência da utilização
substâncias. De modo geral, dos combustíveis biológicos poderá ser
essas duas modalidades ocorrem canalizada para as reações de síntese
juntas. de outras substâncias, que ocorre no
anabolismo.

Como os seres vivos conseguem a glicose?


Muitos seres vivos conseguem fabricar a glicose que utilizam nos processos de liberação de
energia. Entre eles se destacam desde seres simples, como algumas bactérias e algas, até os
mais complexos, como as samambaias, os pinheiros e os eucaliptos. Esses organismos são
produtores de glicose por meio de um processo chamado de fotossíntese, sendo organismos
autótrofos. Os seres vivos que não conseguem produzir glicose, devem obtê-la pronta a partir
de outra fonte, são chamados de heterótrofos, isto é, que se nutrem a partir de um outro.
3 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

Energia sob a forma de ATP:

Quando ocorre a desmontagem da molécula de glicose, a energia não é


simplesmente liberada para o meio, mas sim transferida para outra molécula: o
ATP (adenosina trifosfato). O ATP
(figura 1), é formado por meio da
união do ADP (adenosina difosfato)
presente no citoplasma com o
fosfato inorgânico (Pi).

Figura 1. Estrutura química do ATP.

a. Na fotossíntese, a
Na natureza nada se energia do sol é
transformada em
cria, nada se perde, energia química.
tudo se transforma.
b. Na respiração
-Antoine Lavoisier aeróbia, a energia
é liberada e
transferida para
moléculas de ATP.

A energia não é criada, mas se


transforma de uma modalidade em
outra.

A respiração aeróbia envolve várias fases, sendo que a primeira é denominada


glicólise, e ocorre no citoplasma, como veremos a seguir.
4 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

Glicólise
• Glicólise/ lysis é um termo grego que significa destruição; quebra.
Justamente por ser nesta fase inicial que ocorre a quebra da glicose.

Citoplasma

Esta fase ocorre no citoplasma e tem como gasto inicial 2 ATP para a
quebra da glicose. Assim a glicose composta por 6 carbonos, é quebrada em
duas moléculas de 3 carbonos cada.

O NAD+ é um carreador de elétrons, e tem por objetivo transportar


elétrons ricos em energia. Quando os elétrons são liberados a partir da
quebra da molécula de glicose, os NAD+ capturam os elétrons e se
transformam a NADH. Durante a quebra da glicose são produzidas 2
moléculas de NADH. Dizemos que o NAD+ é a forma oxidada, ou seja, sem
elétrons. E o NADH é a forma reduzida, ou seja, com elétrons e com
capacidade de doá-los.

Posteriormente, 2 ADP se ligam aos dois Pi presentes na molécula, dando


origem a 2 ATP. Lembrando que estamos falando de duas moléculas de 3
carbonos, logo, 2 moléculas x 2 Pi = 4 ATP.

Após a liberação dos ATP, temos as duas moléculas de piruvato/ácido


pirúvico.

Saldo energético da glicólise: 2 ATP, 2 piruvatos, 2 NADH.


5 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

Lembrando que, embora tenham sido produzidos 4 ATP, são gastos 2


ATP na quebra da glicose, por isso o “lucro” é apenas de 2 ATP para a célula.
Além da produção de 2 moléculas de piruvato e 2 NADH.

Esses 2 ATP já podem ser utilizados para as reações celulares. Os 2 NADH e


as 2 moléculas de piruvato entram na mitocôndria e dão continuidade à
respiração celular por meio do Ciclo de Krebs (CK).

Ciclo de Krebs/ Ciclo do Ácido Cítrico


Quando o piruvato entra na mitocôndria e vai até a matriz mitocondrial,
ocorre a oxidação desse piruvato em Acetil-Coa, pela enzima piruvato
desidrogenase, da seguinte maneira:
NADH
NAD+

CoA
Piruvato Acetil Acetilcoenzima A
CO2
CoA

Percebam que há a retirada de um carbono, da


molécula de piruvato, em forma de dióxido de carbono,
formando o acetil. O acetil sozinho não consegue
entrar no CK, para isso necessita do auxilio de uma
coenzima: a coenzima A. Assim, formando uma molécula que agora
chamaremos de Acetilcoenzima A, ou ainda Acetil-CoA. Além disso, durante
essa reação ocorre a liberação de elétrons que são ricos em energia, que é
capturado pelo NAD+, formando o NADH. Nesse processo de conversão do
piruvato em Acetil-CoA, tem-se a produção de 1 NADH e 1 molécula de CO2
a cada molécula de piruvato. Lembrem-se que são produzidas 2 moléculas
de piruvato ao final da Glicólise. Portanto, o valor aqui é duplicado: ficando,
na verdade, 2 NADH + 2 CO2.
6 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

A molécula de Acetil-CoA entra no CK. Porém, logo que entra no ciclo, a


coenzima A se desprende do acetil, que se une a uma outra molécula chamada
Oxaloacetato, formando o Citrato (molécula com 6 carbonos).

2C

6C

4C 6C

4C
5C

4C
4C

4C

Conforme ocorre o ciclo, tem-se reações de descarboxilação


acontecendo, ou seja, a retirada de carbono de uma molécula, em forma de CO 2.
Como a glicose é uma molécula altamente energética, sua quebra resulta na
liberação de elétrons ricos em energia que serão capturados pelos NAD+,
obtendo como produto o NADH e o FADH2, que também é um carreador de
elétrons, só que com uma menor capacidade de carregar energia, quando
comparado ao NADH. Ademais, ocorre a formação de 1 molécula de GTP
(Guanina trifosfato), que é rapidamente convertida à ATP (Adenosina trifosfato).

Chegando à molécula de Oxaloacetato, o mesmo se encontra com uma outra


molécula de Acetil-Coa, e o ciclo reinicia. Nessa etapa temos: 3 NADH, 1
FADH2, 1 ATP, 2 CO2. Lembrando que são 2 Acetil-Coa que entram, então
tudo isso ocorre duas vezes para cada molécula de glicose, obtendo então
na verdade: 6 NADH, 2 FADH2, 2 ATP, 4 CO2.

Saldo energético total do CK: 2 ATP, 8 NADH, 2 FADH2.


7 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

Lembrando que o CK tem como função principal otimizar a retirada de


energia de moléculas orgânicas, ou seja, extrair o máximo de energia possível
dessas moléculas. Percebam que, no total, obtivemos 6 molecúlas de CO 2, que
corresponde a cada carbono constituinte da molécula de glicose. Lembra que
uma molécula de glicose contém 6 carbonos? Pois é, isso significa que essa
molécula foi totalmente oxidada, retirando o máximo de energia possível dela.
Além disso, todos os CO2 que são produtos do CK, são os mesmos CO 2 que
expiramos constamentente.

Embora tenhamos até agora pouco ATP e muita molécula carreadora de


elétrons, veremos na próxima etapa o motivo e a importância de ser dessa
maneira.

Pessoal, lembram que na Glicólise foi produzido 2 ATP e 2 NADH? Isso


também deve ser levado em consideração no saldo final. Então, com os
produtos da Glicólise mais o total obtido no CK, temos até agora a
produção de: 10 NADH, 2 FADH2, 4 ATP.

Cadeia Transportadora de Elétrons


Na membrana interna da mitocôndria estão presentes proteínas que
atuam na condução dos elétrons do NADH e do FADH2 até o O2. Essas proteínas
estão dispostas em conjuntos sequenciais, que denominamos Cadeia
Transportadora de Elétrons.

Os transferidores dos elétrons ao longo da cadeia respiratória, são


complexos de proteínas, que possuem ferro na sua composição. Cada complexo
captura elétrons com certo nível de energia e os transfere com um nível inferior
de energia para o complexo seguinte.

Na figura abaixo vamos entender como ocorre este


processo.
8 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

1- O NADH e o FADH2 foram produzidos nos processos vistos anteriormente


(Glicólise e Ciclo de Krebs) e estavam recebendo os prótons e elétrons.
Estes dois atuam como receptores intermediários, pois estão em
quantidades limitadas e precisam entregar para alguém os prótons e elétrons
que carregam.
2- Então o NADH e o FADH2 entregaram os elétrons para o complexo de
proteínas, que tem como objetivo entregá-los para o receptor final, que neste
caso é o O2, carregando-o negativamente. Estes complexos funcionam como
uma bomba de H+, bombeando estes para fora da matriz mitocondrial. Os H+
ficam no espaço intermembranas, tornando esse espaço carregado
positivamente, enquanto na matriz mitocondrial essa carga é menor, o que
faz com que estes H+ queiram voltar para a matriz. Porém a membrana não
permite a entrada deles.
3- Então estes H+ conseguem entrar de volta à matriz mitocondrial através da
ATP-sintase. Esta ATP-sintase funciona como uma engrenagem, conforme
os H+ entram, ela começa a rodar, gerando energia cinética, que é capitada
por ADP, que se une com Pi (fosfato), gerando então o ATP.
4- Com os H+ voltando para dentro da matriz, a mitocôndria volta a ficar ácida,
então o H+ se une com o O2, que está carregado negativamente. A união dos
dois acaba ocasionando a formação de água (H2O), Resolvendo o problema
do excesso de H+ na matriz da mitocôndria.
Desta forma se não tem O2, não tem quem receba os H+, então os NADH
e os FADH2 não teriam para quem entregá-los, desta forma não poderiam
9 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

voltar ao seu estado original (NAD e FAD) e não poderiam voltar para o início
da respiração celular. Além disso, sem o O2 não teria uma “atração” no qual
os elétrons fossem canalizados.
Antes de calcularmos o saldo energético, é importante destacarmos que
cada molécula de NADH, gera na CTE, 3 ATPs. Da mesma forma que cada
molécula de FADH2 gera 2 ATPs. Desta forma vamos somar os 2 NADH da
Glicólise + os 8 NADH do CK + os 2 FADH2 do CK para chegarmos no saldo
energético de ATPs da CTE.

Saldo energético total da CTE: 34 ATPs.

Juntando o saldo energético de todo o processo de respiração celular


iremos obter: 2 ATPs Glicólise + 2 ATPs CK + 34 ATPs CTE = 38 ATPs

IMPORTANTE LEMBRARMOS:
SEM O2 NÃO OCORRE NENHUM PROCESSO, POIS NÃO TERÁ
RECEPTOR FINAL DE ELÉTRONS, O QUE FAZ COM QUE OS
RECEPTORES INTERMEDIÁRIOS NÃO CONSIGAM REALIZAR O
TRANSPORTE DE ELÉTRONS.

Somente os açúcares possuem valor energético?


Tanto os lipídios quanto as proteínas também possuem valor energético. As células
têm mecanismos para aproveitar a energia contida em suas moléculas fundamentais, como
os ácidos graxos, o glicerol e os aminoácidos. Desta forma, essas moléculas, assim como
os açúcares simples diferentes da glicose, passam por processos similares para a geração
de ATP.

Outros açúcares de seis carbonos são convertidos em intermediários da glicólise, da


mesma maneira que o glicerol dos lipídios. Os ácidos graxos são degradados de forma
sequencial e formam diversas moléculas de acetil-CoA, que entram no Ciclo de Krebs.
Alguns aminoácidos, depois de serem processados, também participam do metabolismo
energético dessa maneira, enquanto outros são transformados nas demais moléculas
participantes do Ciclo de Krebs e podem contribuir com energia para a célula.
10 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

Resumindo a Respiração Celular:

Agora abordaremos a respiração anaeróbia.

Fermentação
É o principal processo anaeróbio de produção de ATP a partir de
substâncias orgânicas. Em alguns seres vivos, como algumas bactérias, essa
via é obrigatória para a obtenção de energia, em outros, como as leveduras, essa
via ocorre de forma facultativa, quando o acesso ao O2 é limitado ou há muitos
nutrientes. Ocorre no citoplasma das células.
11 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

Porém algumas células de nós, seres humanos, também obtém energia


através desta via metabólica. Como é o caso das células musculares durante
intenso esforço, quando a demanda energética é maior do que a disponibilidade
de O2.

A fermentação realizada pela maioria dos organismos e também pelas


nossas células musculares, consiste em uma glicólise semelhante à da
respiração celular. A diferença é que na fermentação, o ácido pirúvico recebe
elétrons e H+ do NADH, se transformando em ácido láctico ou em álcool etílico
(etanol) e gás carbônico, dependendo do tipo de organismo que está realizando
o processo.

A partir do produto da fermentação iremos obter dois tipos: Fermentação


Láctica, quando é produzido ácido láctico e Fermentação Alcoólica, quando é
produzido etanol.

Podemos definir a fermentação como o processo de degradação


incompleta de moléculas orgânicas com liberação de energia para formação de
ATP, onde o receptor final e elétrons e de H+ é uma molécula orgânica.

O processo final desta via, onde o ácido pirúvico é transformado em ácido


láctico, ou em etanol e gás carbônico, é uma reação de oxirredução: o ácido
pirúvico atua como receptor final de elétrons e dos H + liberados na glicólise e
captados pelo NAD+.
12 Auxilia – Curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio

A quantidade de ATP produzida na fermentação a partir de uma molécula


de glicose é mais baixa que na respiração aeróbia. Somente os dois ATPs de
saldo da glicólise são liberados nessa via.

ATENÇÃO!!!!
Na nossa vida nos deparamos com muitos produtos da
fermentação. Leve para a monitoria exemplos de produtos da
fermentação, que encontramos no nosso cotidiano.

1. Cadeia Transportadora de Elétrons


(https://www.youtube.com/watch?v=_AmcitMkgWU)
2. Fermentação
(https://www.youtube.com/watch?v=J5eYcDhIZG8)
3. Glicólise
(https://www.youtube.com/watch?v=1jMu142iAzw&t=652s)
4. Ciclo de Krebs
(https://www.youtube.com/watch?v=yy219pUo8vo)

Você também pode gostar