12 Antibioticos

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Habilidades Médicas IV

Farmacologia Básica 2

Antibióticos

2022/01
ANTIBIÓTICOS:

São substâncias
químicas utilizadas
no tratamento das
doenças infecciosas,
em concentrações
que são toleradas
pelo hospedeiro.

TOXICIDADE SELETIVA

A inibição de vias
ou de alvos que são
críticos para a
sobrevida e a
replicação de
patógenos.
Os antibióticos se diferenciam
quanto à:

• Estrutura química
• Tipos de agentes infecciosos DIRECIONAMENTO
sobre os quais atuam DO TRATAMENTO E
ASSOCIAÇÃO
• Efeito provocado no agente (PRESCRIÇÃO)
infeccioso
NECESSIDADE DO USO RACIONAL DE ANTOMICROBIANOS

 Aproximadamente 50% das prescrições são feitas


de maneira inadequada ou sem necessidade.
 Surgimento de cepas resistentes:
- exposição repetida a concentrações abaixo do
adequado
- uso de múltiplos fármacos ou fármacos de amplo
espectro desnecessário
- prescrição desnecessária
Resistência:
Se a dose do antibiótico capaz de combater o
microorganismo é maior do que a considerada
segura para o hospedeiro, dizemos que o
microorganismo é resistente a esse antibiótico.

Resistência Bacteriana

Natural

Adquirida
Mecanismos de Resistência

Síntese de enzimas que inativam o Antibiótico

Redução da permeabilidade ao Antibiótico

Redução da afinidade do Receptor pelo Antibiótico

Extrusão Ativa do Fármaco


Possíveis mecanismos
de resistência
DESENVOLVIMENTO DE RESISTÊNCIA BACTERIANA

Como evitar:

• Utilizar/prescrever antibióticos apenas quando necessário;


• Evitar antibióticos de amplo espectro (reservar para casos
graves ou infecções por agentes resistentes);
• Seguir posologia de maneira adequada (dose, horário e tempo
de tratamento)
• Sempre que possível, direcionar ao agente etiológico
(antibiograma)
Antibiograma com teste de sensibilidade

Antibiótico

Área de eficácia
antibacteriana

Crescimento bacteriano

Resultado:
termos sensível,
moderadamente resistente e
resistente
MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS

DOIS PRINCIPAIS EFEITOS DOS ANTIMICROBIANOS:

 BACTERICIDA – promove a morte da bactéria

 BACTERIOSTÁTICO – interrompe o crescimento ou reprodução


da bactéria

Estes efeitos são determinados pelos mecanismos de ação das


drogas.
São variáveis com:
A concentração do antibiótico
A sensibilidade do microorganismo
Fármacos Bactericidas e Bacteriostáticos
MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS

INTERFERÊNCIA NA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR

INIBIDORES DA TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO (SÍNTESE


PROTEICA)

INIBIDORES DA SÍNTESE DE DNA


PRINCIPAIS GRUPOS DE ANTIMICROBIANOS
CLASSE EXEMPLOS
1. β-lactâmico
Penicilinas Benzilpenicilina, amoxacilina
Cefalosporinas Cefalexina, ceftriaxona
Carbapenens Imipenem
Monobactans Aztreonam
2. Quinolonas Ciprofloxacino
3. Glicopeptídeos Vancomicina
4. Aminoglicosídeos Gentamicina, neomicina
5. Macrolídeos Azitromicina
6. Sulfonamidas Sulfametoxazol
7. Tetraciclinas Tetraciclina
PENICILINA

PRIMEIRO ANTIBIÓTICO DA HISTÓRIA

1928: estudava a bactéria Staphylococcus aureus,


responsável pelos abscessos em feridas abertas
provocadas por armas de fogo na época da 1ª Guerra
Mundial.

Em certa ocasião, após dias sem cuidar das suas


culturas de bactérias, essas foram tomadas por bolor Alexander Fleming (1928)
do próprio ambiente.

Percebeu que onde tinha bolor não tinha 1938: Penicilina foi
Staphylococcus aureus em atividade. Concluiu que o isolada do bolor de
mofo, oriundo do fungo Penicillium, era capaz de Penicillium.
destruir a bactéria.
1. β-lactâmico

Penicilinas

Anel β-lactâmico

-Inibe a síntese da parede bacteriana (ação bactericida)


PAREDE CELULAR DAS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E
GRAM-NEGATIVAS
Penicilinas

- Ação sobre gram-


positivas e gram-negativas
(sem ação sobre
microrganismos
desprovidos de parede
celular - Mycoplasma
pneumoniae)
Resistência as Penicilinas
- A produção de enzimas β-lactamases, tem sido relatada como um importante
mecanismo de resistência a antibióticos β-lactâmicos

- As β-lactamases podem ser encontradas extracelularmente em bactérias Gram-


positivas, ou no espaço periplasmático em bactérias Gram-negativas.
Penicilinas

Inibidores lactamases
Penicilinas

 Penicilinas Naturais ou benzilpenicilinas


 Aminopenicilinas
 Penicilinas Resistentes às penicilinases
 Penicilinas de amplo espectro
Penicilinas Naturais ou benzilpenicilinas

Penicilina G – procaína e benzatina (via IM)

 A benzilpenicilina é ativa em uma grande variedade de


organismos (gram-positivos e gram-negativos)

 DESVANTAGENS:
má absorção através do trato
gastrointestinal
suscetibilidade às β-lactamases

 Benzatina é de depósito, por isso os níveis séricos se


mantém por 15 a 30 dias
Aminopenicilinas

Amoxicilina
Ampicilina

 Espectro de ação amplo

 AMOXICILINA: boa absorção por via oral


atinge concentrações baixas no LCR

 AMPICILINA: melhor absorvida por via parenteral


atinge concentrações terapêuticas no LCR, liquido
pleural, articulações e fluidos.
indicada para meningite
Penicilinas de Amplo Espectro (associadas a inibidores das β-lactamases)

Amoxicilina-Ác. Clavulânico
Ampicilina-Sulbactam

 A associação do inibidor da beta-lactamase amplia o espectro


de ação.
Efeitos adversos das penicilinas

- Reações de hipersensibilidade (8%):


podem ser imediatas (ente 20 – 60 min dependendo da
administração oral ou parenteral).
ANAFILAXIA
Reação alérgica
Inchaço boca,
à Penicilina olho e nariz
(Anafilaxia) Dificuldade de
respirar
Hipersensibilidade

Aumento da
frequência
cardíaca

Dor
abdominal,
nausea e
vômito
CEFALOSPORINAS

• Atóxicas, baixo risco de reações alérgicas.


• São beta-lactâmicos de amplo espectro de ação
CEFALOSPORINAS
1ª Geração
Cefalexina (VO)
Cefalotina e Cefazolina (IV)
- Não atravessam a barreira hemato-encafálica
- Seguras durante a gestação
- Muito ativas contra gram-positivos

INDICAÇÃO CLÍNICA:

Infecções de pele, partes moles e faringite


Também usada para infecções do trato urinário em gestantes
CEFALOSPORINAS
2ª Geração
Cefuroxima (VO ou IV/IM)
- Maior atividade contra Neisseria e H. influenzae

INDICAÇÃO CLÍNICA:

• Infecções das vias aéreas sem agente etiológico identificado


(ampla ação contra agentes causadores comuns).
• Pneumonia, infecção urinária, de pele, sinusite e otite.
Cefalosporinas
(cefalexina ou
cefuroxima)
Bacteriúria Assintomática
Inibem a síntese da parede celular
bacteriana
São beta-lactâmicos mais estáveis que as penicilinas em relação a
muita beta-lactamase bacteriana, portanto, espectro de atividade
mais amplo.

Já existem cepas de E. coli e Klebisiella que expressam beta-


lactamase, capazes de hidrolisar a maioria das cefalosporinas.

Porém, a maioria das cepas ainda é sensível


Bacteriúria Assintomática
ANTIBIOTICOTERAPIA PARA GESTANTE

Cefalosporinas

Cefalexina – primeira geração


em geral, E. coli, Klebisiella e Proteus são sensíveis
pouca ação contra Enterobacter
Cefuroxima – segunda geração
cobertura ampliada em relação a primeira geração

Obs: *não usar para infecções causadas por Enterobacter pois


ocorre rápida mutação a microorganismos resistentes e produtores
de beta-lactamase.
CEFALOSPORINAS

3ª Geração
Ceftriaxona (IV)
Ceftazidima (IV)
- Amplo espectro contra gram-negativos

- Usada contra bacilos gram-negativos adquiridos em ambiente


hospitalar

- Ceftriaxona é a 1ª escolha no tratamento da meningite.


BOA PENETRAÇÃO NA MAIORIA DOS TECIDOS – ESCOLHA PARA MICROORGANISMOS
MULTIRESISTENTES
PACIENTES GRAVES
2. Quinolonas
Mecanismo de ação: Inibe a
replicação do DNA bacteriano
ao se ligar com a DNA-girase e
a topoisomerase IV.
Ciprofloxacino
Levofloxacino
Moxifloxacino
Gemifloxacino

São de amplo espectro

DNA-girase é a enzima que


produz a super-helicoidização
negativa do DNA e que permite,
desse modo, a transcrição ou
replicação do DNA
Quinolonas

CIPROFLOXACINO

É a mais utilizada

Tem largo espectro antibiótico efetivo, tanto contra microrganismos


Gram-positivos quanto contra os Gram-negativos, incluindo
Enterobacteriaceae (bacilos Gram-negativos entéricos), muitos
microrganismos resistentes à penicilina, cefalosporinas e
aminoglicosídeos.
Quinolonas
Indicações Clínicas

 TRATO URINÁRIO
Usadas em pielonefrite complicada e prostatite
São ativas contra bactérias do trato genital (Clamydea e
Mycoplasma) mas não contra Treponema pallidum.
 TRATO GASTRINTESTINAL
Todos os patógenos causadores de gastroenterites são sensíveis
às quinolonas.
 TRATO RESPIRATÓRIO
Não são primeira escolha mas representam uma alternativa
terapêutica em casos de sinusite de repetição (por possuir ação contra
gram-positivos como pneumococos).
OBS: ciprofloxacino não é eficaz no trato respiratório (somente
as demais)
Pneumonia adquirida na sociedade moxifloxacino
Quinolonas
Indicações Clínicas

 PARTES MOLES
infecções de pele e tecido subcutâneo complicadas (escaras
infectadas, úlceras crônicas e infecções em pacientes diabéticos).

OBS: GRAVIDEZ E LACTAÇÃO

As quinolonas não devem ser usadas na gravidez pois a segurança ainda


não foi estabelecida.

São eliminadas no leite materno


3. Glicopeptídeo

Vancomicina IV
Mecanismo de Ação
Inibem a síntese da parede celular bacteriana

Principalmente efetiva contra bactéria gram-positivas.


Não é absorvida por via oral

INDICAÇÃO CLÍNICA:
Usada em infecções graves intra-hospitalares
infecções de próteses valvares
meningite pós-cirúrgica
endocardite
peritonite pós-diálise
Usada como alternativa aos beta-lactâmicos em pacientes alérgicos
3. Glicopeptídeo

Vancomicina IV

Efeitos colaterais
 Nefrotoxicidade é um fator potencialmente grave,
especialmente se associada a outros fármacos também nefrot´xicos
como os aminoglicosídeos.

 “Síndrome do Homem Vermelho”, uma vermelhidão


relacionada à infusão rápida que leva à liberação de histamina.
4. Aminoglicosídeos

Estreptomicina IM
Gentamicina IM / IV
Tobramicina IM / IV / ocular
Amicacina IM / IV
Neomicina
Mecanismo de Ação
Inibem a síntese proteica por se ligar à fração 30S dos ribossomos

Mecanismo de Resistência
 Alteração dos sítios de ligação no ribossomo
 Alteração na permeabilidade celular
 Modificação enzimática da droga
4. Aminoglicosídeos
INDICAÇÕES CLÍNICAS:

Septicemias
Trato urinário complicada
Endocardite
Infecções do trato respiratório complicadas
Meningite em Recém-nascidos

Amplo espectro de ação


atuam contra Gram-negativos aeróbios
Gram-positivos
Micobactérias

A AMICACINA é a droga com maior espectro do grupo, sendo usada


para infecções adquiridas no ambiente hospitalar
4. Aminoglicosídeos
EFEITOS COLATERAIS:

- Nefrotoxicidade potencial (manifesta-se como uma insuficiência renal


aguda).
Sintomas revertidos com a interrupção do tratamento.
Agravada pela idade avançada, doença hepática e estado
hipovolêmico.
- Ototoxicidade (menos frequente, porém irreversível).
- Paralisia neuromuscular (rara, relacionada à infusão rápida)
5. Macrolídeos

Azitromicina VO / IV
Claritromicina VO / IV
Eritromicina VO
• Mecanismo de ação: inibem a síntese
protéica dependente de RNA.
• Se liga em receptores na porção 50S do
ribossoma.
5. Macrolídeos

• Claritromicina e eritromicina têm espectro de ação semelhante,


diferindo apenas quanto à potencia contra alguns
microorganismos.
• A Claritromicina é 2 a 4 X mais ativa que a eritromicina contra
estreptococos e estafilococos.

• AZITROMICINA
Espectro de ação aumentado em relação às anteriores.
Maior atividade contra Gram-negativos
5. Macrolídeos

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS:
A azitromicina e a claritromicina apresentam boa
penetração tecidual atingindo concentrações adequadas em
vários órgãos como: ouvido, mucosa nasal, rim e fígado.

INDICAÇÃO CLÍNICA:
São usados como alternativa aos pacientes alérgicos às
penicilinas nas seguintes condições:
-Infecções do trato respiratório
- Prevenção de endocardite associado a processo odontológico
- Infecções de pele
- Profilaxia de febre reumática
6. Sulfonamidas
Sulfadiazina VO / tópica
Sulfametoxazol VO / IV
MECANISMO DE AÇÃO:
Inibem o metabolismo
do ácido fólico.
Ação bacteriostática
que se deve à necessidade de
produção endógena de folato
para a síntese de ácido
nucleico.

Inibidores da
síntese de folato
6. Sulfonamidas
Sulfametoxazol / Trimetoprima

- Efeito sinérgico por atuar em passos diferentes da síntese

INDICAÇÃO CLÍNICA
- Infecções do trato urinário (altas e baixas).
-Eficácia microbiológica vem sendo reduzida.
- Apresenta efeitos indesejáveis, como anemia megaloblástica.

Sulfadiazina

INDICAÇÃO CLÍNICA
- Droga de escolha no tratamento da toxoplasmose.
- A forma tópica é usada para prevenção de infecções em pacientes
queimados.
USO CLÍNICO DE
AGENTES
ANTIMICROBIANOS
Terapia Empírica

• É o emprego de um antibiótico em um paciente ANTES de se


conhecer o patógeno causador e saber a sensibilidade
antimicrobiana.

• A escolha se baseia na experiência com determinado quadro


clínico (agente causador comum e penetração tecidual).

• A justificativa para a terapia empírica é a urgência na reversão do


quadro.

• No momento em que o organismo patogênico é identificado, o


antibiótico pode ser substituído de acordo com a necessidade.
CONDUTA PARA TERAPIA EMPÍRICA

A. Formulação de um diagnóstico clínico da infecção


B. Obtenção de amostras para exames laboratoriais
principalmente cultura bacteriana (do sangue, escarro,
urina ou fezes)
outros mais rápidos como coloração de gram
C. Formulação de um diagnóstico microbiológico (tipo de
bactéria causadora provável)
D. Determinação da necessidade da terapia empírica
E. Instituição do tratamento
Leva em conta os patógenos mais prováveis de causar
a doença
MONITORIZAÇÃO DA RESPOSTA TERAPÊUTICA

A monitorização pode ser:


clínica
microbiológica

O sucesso do tratamento pode ser feito apenas pela melhora


dos sintomas ou pela realização de exame de cultura após
o tratamento.

Normalmente a cultura e repetida após o tratamento em


situações específicas como em gestantes com bacteriuria
assintomática.
Motivos para associar dois ou mais antibióticos

Tratar infecção que ameaça a vida


Tratar infecção polimicrobiana
Sinergismo de drogas
Necessidade de usar dose menor
Ocorrência de Bactérias Resistentes

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