E-Book - Inflamações 1

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Mariana Medina Rodrigues de Lima - [email protected] - CPF: 327.382.

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Bem-vindos a esse módulo que nós vamos abordar a
inflamação. O módulo tem esse nome “Inflamação e
doenças autoimunes”, porque têm um mesmo fundo:
uma doença autoimune é uma doença inflamatória;
e a inflamação pode não ser às vezes uma doença au-
toimune para a pessoa, mas a base do que acontece
para que a pessoa expresse autoimunidade, é uma base
inflamatória. Não por acaso que uma das estratégias de
tratamento de quase todas as doenças autoimunes, em
algum momento, é a utilização de corticoides em altas
doses, os quais exercem um papel anti-inflamatório.

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Então, vamos entender aqui, quais são as teorias que
nos levam a entender o porquê uma pessoa expressa
uma doença inflamatória ou uma doença autoimune,
ou uma condição inflamatória, e, entendendo isso, o
que a gente pode fazer para reverter esse jogo, ou, no
mínimo, para ajudar significativamente nesse jogo.

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É importante que vocês entendam que eu atendo
pessoas com doenças autoimunes e todos os tipos
de doenças há mais de 12 anos. São pessoas que me
procuram como fim de linha, quando os tratamentos
não estão funcionando ou estão com tantos efeitos co-
laterais que estão tentando partir para alguma outra
coisa que, talvez, possa diminuir a necessidade de uso
de medicamentos para as doenças inflamatórias ou
doenças autoimunes. Além disso, eu trabalho com uma
equipe multidisciplinar. Hoje no nosso grupo de mé-
dicos tem duas reumatologistas que estão, também,
familiarizadas com essa condução.

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Ou seja, isso aqui vai andar no mínimo lado a lado com
a sua doença inflamatória, com sua doença autoimune,
e quiçá, talvez, faça com você tenha uma possibilidade
de diminuir as medicações ou até de interromper o uso
destas, claro que orientado pelo seu médico.

Bom, vamos falar do que causa doenças autoimu-


nes, que são: um fator genético. Vocês podem ver
que no fator genético há um círculo pequeno, por quê?
Porque boa parte de vocês que têm autoimunes ou que
têm doenças inflamatórias, meus amigos ou minhas
amigas, vocês não têm um familiar que tem elas, e vo-
cês vão entender: “Como que eu não tenho familiar?
É uma coisa genética, não era para ter alguém com
essa genética?!’’

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Vamos começar com o primeiro conceito aqui. Como
não depende só disso e depende também do triggers,
do environment, ou seja, dos triggers, dos gatilhos, do
ambiente, daquilo que a gente come, das toxinas, das
infecções, do estresse, isto é, do estilo de vida, das esco-
lhas de vida, e como isso então influencia demais, mui-
tas vezes, além de uma condição de leaky gut, que é o
intestino permeável excessivamente, e isso é o principal.

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Vocês entendem que existem familiares de vocês que
não expressaram a doença autoimune, mesmo que
geneticamente fossem predispostos a expressar, caso
agredisse tanto o corpo que chegasse no momento
que ele expressaria essa doença autoimune. Portanto,
a condição genética é o que menos importa, porque
o que vai determinar a expressão gênica, e lembrem
agora das aulas de genética que tivemos aqui no Vida
& Saúde, e aí vocês entenderão que genética não é des-
tino. Todos os estudos reiteram sempre a mesma infor-
mação categórica: o que faz a gente expressar verda-
deiramente essas doenças são as nossas escolhas, é
o modo como a gente vive, são estilos de vida, são os
gatilhos que a gente apresenta ao nosso corpo.

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Falando em expressão gênica, deixa eu colocar de for-
ma muito lúdica para vocês como acontece esse pro-
cesso de expressão e de silenciamento gênico, é muito
importante. Eu tenho genética boa e genética ruim,
eu quero que o meu corpo seja habilidoso ao ponto
de não deixar expressar aquilo que eu não quero e
expressar aquilo que eu quero.

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Para fazer isso, a gente usa dois sistemas principais: o
primeiro deles é este. Vocês estão vendo ali, nós temos
um gene expresso, o qual quando expresso tem fato-
res que transcreve, de transcrição genética; eu tenho
uma proteinazinha lá do lado (aquela coisa vermelha é
uma proteína), então, eu expressei um gene, eu tenho
a informação. Para silenciar um gene, para que o meu
corpo consiga fazer isso, e ele sabe fazer isso, eu não
posso, primeiro, atrapalhar ele demais, pois se eu esti-
ver dando muita demanda de trabalho para ele, ele vai
ter dificuldade para silenciar um gene. Mas, para silen-
ciar, ele precisa que a metilação ocorra.

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Está vendo que tem um monte de vermelhinho que
não deixa que o azulzinho se conecte com o verde?
Aquela barreira de vermelhinho nós chamamos de
processo de metilação. E quem que faz metilação?
Os nutrientes. Olha a importância da alimentação.
Os nutrientes que consumimos nos alimentos, eu
metabolismo aquilo. Existe uma gama de nutrientes
e, também vocês verão, de outros não nutrientes que
cedem para o nosso corpo metil, que é um radical do
bioquímico.

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Esse radical metil, ele metila. Se eu não tiver uma ali-
mentação que contenha radicais metil, ou, que meu
corpo não saiba fabricá-los perante um alimentos, ou
seja, eu pego um nutriente, metabolismo, e ele vira
um alimento/nutriente metilado, se isso não aconte-
cer, não tenho como silenciar um gene, e não tenho
como controlar a expressão gênica. Simples, fica lúdico
aquilo que é de conhecimento de poucos médicos na
verdade, porque a gente não estuda muito isso, fica
mais fácil quando a gente desenha as coisas mesmo.

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O gene, então, para ficar silenciado, dependo que esses
metils, que essa metilação aconteça ao ponto que chega
um momento em que o corpo acopla uma proteína em
cima, que é a proteína ligadora de metilcitosina, que
ficará em cima e não deixa que acontece a expressão,
que a informação não chegue ao expresso. Esse pro-
cesso é crucial, porque se isso não acontecer eu não
consigo silenciar o que eu tenho de ruim e não con-
sigo expressar o que eu tenho de bom. Esse primeiro
processo a gente dá o nome de metilação.

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É claro que eu estou simplificando esse processo para
que todos entendam, mas eu tenho certeza que se você
é médico ou profissional da saúde você também não
entende disso, e, dessa forma explicando facilita para
você entender. O outro processo chamamos de aceti-
lação. Então, temos a metilação, que depende de metil,
e a acetilação, que depende de acetil. A acetilação de
histonas também controla e silencia os genes. Essa é
um pouco mais complexa para vocês entenderem,
mas quando vocês enxergam ali de um lado o gene
ativo permitindo a transcrição, ou seja, permitindo que
aconteça a expressão de um gene, tenho como pegar
e condensar isso para que não expresse.

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Bom, aqui não existem tantos elementos que sejam tão
específicos para isso acontecer, e nesse processo, ao ser
um pouco mais complexo, nós vamos entender que
um hábito de vida saudável é capaz de executar esse
plano. E quem são os elementos que ajudam na acetila-
ção de histonas e na metilação? Os principais estão aqui.
Em azulzinho a gente chama de nutrientes, por quê?
Porque a gente precisa deles para sobreviver. Em verdi-
nho, aqueles não nutrientes, os polifenóis que a gente
não precisa para sobreviver, mas nos ajudam demais,
são naturais, biológico, seria natural a gente ingeri-los.
Então, aqui temos dos nutrientes: os macros, que
são os grandes nutrientes; e os micro, vitaminas e
minerais.

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O que a gente considera macronutriente: carboidrato,
gordura e proteína, pois eles são capazes de ajudar na
acetilação de histonas e na metilação. Como, gente?
Quando eles entram na mitocôndria, e vocês que já são
do Clube da Boa Forma já sabem que a mitocôndria
fábrica ATP, energia, e como fábrica energia? Pegando
esses substratos ácidos graxos, aminoácidos e glicose.
Ou seja, eu metabolizo o carboidrato, proteína e gordu-
ra, e me sobram esses substratos, que entram na mito-
côndria para produzir ATP. Quando a mitocôndria faz
isso gera alguns metabólitos, algumas coisas que ela
gera, substâncias. Essas substâncias que vocês veem
aí, do NAD+, do FAD, do a-KG e o SAM, eles ajudam a
modular o nosso corpo.

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Então, o NAD+, que é uma Vitamina B3, por isso que
também lá no módulo do clube da Boa Forma vocês
viram que há uma possibilidade de suplementar a Vi-
tamina B3 para ajudar no emagrecimento, mas muito
mais para lubrificar a mitocôndria. Quando eu entre-
go, facilito o papel da mitocôndria, a qual quando cria
o NAD+ ajuda na acetilação de histonas. Olha como o
nutriente é que faz a gente expressar.

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Quando a gente entende de bioquímica meus amigos,
acabou, só que é muito complexo. A gente tem bioquí-
mica no segundo ano de faculdade, passa colando, que
é o meu caso, cola de tudo que é jeito, porque é um
troço que não faz sentido naquela época, eu não con-
sigo entender a aplicabilidade disso e a gente esquece.
Ou seja, a gente mal aprende, e hoje a gente vê que
quando eu entendo de fisiologia e bioquímica faz
sentido, eu consigo ajudar as pessoas e consigo
montar protocolos racionais.

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Bom, aí a gente tem o FAD, o a-KG e o SAM que já fa-
zem o processo de metilação do DNA. Isso dos macro-
nutrientes, ou seja, aquilo que vocês comem e que
vai fazer o efeito que vocês querem. Quando a gente
vai para os micronutrientes, que já é o processamento,
já não é mais a estrutura do aminoácido, dos ácidos
graxos, da glicose, portanto, já estamos falando de vita-
minas e minerais, ou de micronutriente de ácidos gra-
xos de cadeia curta, que a gente já falou o que é isso.

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Eu tenho os principais doadores de metil, preciso ter
eles. Não por acaso que eles são principalmente do
Complexo B, e não por acaso que a gente vê tanto ali-
mento fortificado no Complexo B ou aquela orienta-
ção para gestantes, quando vai engravidar, para tomar
o ácido fólico. Por quê? Porque o folato é importante
e é um dos mais importantes doadores de metil?
Porque ele é um limitador de expressão gênica.
Se eu não tiver suficiente esses doadores de metil, eu não
consigo fabricar genes adequados, não consigo expres-
sar genes adequados, não consigo fabricar proteínas
adequadamente.

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Então, a metionina, que é um aminoácido, mais o fola-
to, e, percebam que não existe ácido fólico na natureza.
O ácido fólico é uma molécula sintética que a Indús-
tria Farmacêutica teve que fabricar, porque o folato
não é estável para fabricar. Então, já que ele não é
estável, se perde com muita facilidade, nesse sentido, o
folato só através da alimentação mesmo. Quando se faz
o ácido fólico ele fica estável, mas o ácido fólico é uma
chave que não é exatamente da fechadura. Tem muita
gente que não aproveita esse ácido fólico suplemen-
tado, porém, é consensual dar para gestantes. A gente
ainda vai ter um módulo sobre gestação saudável mais
para frente, vocês verão que o ácido fólico não é uma
boa escolha hoje, atualmente a melhor escolha é usar
o metilfolato, vocês verão no próximo slide o porquê.

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Mas, através do folato, da metionina que é um ami-
noácido que principalmente a gente tem nas prote-
ínas animais. Lembrando que quando eu digero uma
parede, a parede é a proteína, me sobra uns tijolinhos,
os tijolinhos são os aminoácidos. Eu só consigo assimi-
lar os aminoácidos. Colina que está na gema do ovo,
que está no queijo. Betaína que também é um amino-
ácido e que está nas proteínas. Vitaminas B2, B6 e B12.

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Quando o folato, B6, B12 são metilados no nosso cor-
po, metabolizados, eles viram metil B12, metil B6, metil
B9 (tem outro nome), mas metil B9 é metilfolato, metil
B12 é metilcobalamina, B12 é cobalamina e o metil B6
é a piridoxina. Metil B6, ou seja, quando eu ativo essa
vitamina e ela passa a ser utilizada por mim, ela vira pi-
ridoxal-5-fosfato. Ainda teremos aula mais para frente
sobre essa bioquímica dos nutrientes, de uma forma
bem interessante para vocês entenderem. Inicialmen-
te, estamos indo direto ao ponto nesses estágios aqui
desses módulos para que primeiro vocês consigam sair
do lugar, consigam executar com o conhecimento ne-
cessário, depois podemos ir se aprofundando nesses
conhecimentos e ir estudando juntos.

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Bom, dos micronutrientes ainda temos, por outro lado
aqui, o Short-chain (FFAs) que são ácidos graxos de ca-
deia curta, são gorduras estruturalmente tão pequenas,
tão volúveis, tão fáceis de serem digeridas que a gen-
te já considera os micronutrientes. Quais são: acetato
(C2), propionato (C3), butirato (C4), ácido valpróico (C5)
e caproato (C6). Vocês veem na figurinha C2 carbono,
C3, C4, C5, C6, que é a quantidade de carbonos. Quan-
do já passa para C8 já é ácido graxo de cadeia média,
quando vai para C10, 10 carbonos, é ácido graxo cadeia
média. Aí, depois conforme vai aumentando a quan-
tidade de carbonos na sua estrutura, então, isso aqui
é uma gordura saturada. Olha que legal!

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Ficou para vocês interessante de enxergar que o nome
tem acetato. Onde é que tem acetato? Onde tem pro-
pionato? Onde está a nossa principal fonte? A alimen-
tar é no vinagre. Agora, o ácido acético, o vinagre, tem
gordura. O vinagre tem gordura, só que é o ácido gra-
xo de cadeia curta, é gordura saturada de cadeia curta.
E a gente tem também alguns outros alimentos que
contém esses, como o aceto balsâmico que também
contém ácido graxo de cadeia curta, e no resto a gente
tem um pouco na manteiga que tem muito ácido graxo
saturado de cadeia longa, muito mais do que o buti-
rato, tem butirato lá, e só, meus amigos, poucas boas
fontes.

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Quem que vai produzir esses micronutrientes? Tam-
bém é a nossa microbiota intestinal. Percebam como
é importante além de ingerir os alimentos adequada-
mente, que o nosso corpo tenha a habilidade de fa-
bricar aquilo que ele precisa fabricar. Se o meu corpo
não metabolizar e metilar esse Complexo B ali, não vou
controlar meus genes. Se o meu corpo não tiver boas
bactérias no intestino, ou seja, não comer açúcar fre-
quentemente, álcool frequentemente, excesso de es-
tresse, privação de sono, excesso de farinha e tudo mais.

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Quando falei isso, ficou tudo mundo com a orelha em
pé aqui em volta, o Victor Rosa olhou assim: “Putz, estou
lascado, estou sempre na paçoquinha, no McDonald’s,
no pastel de manhã, no café da manhã, aquele refri-
zinho, uma coquinha só para melhorar ainda mais a
glicemia, light”. Então, a gente tem esses fatores todos
aqui dependentes da ingestão, da metabolização e da
nossa microbiota intestinal. Se isso acontecer, tenho
um bom controle de expressão gênica.

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Mas, sabem que esse controle da expressão gênica é
difícil. É raro que um de vocês que estão me assistindo
aqui, por exemplo, terem esse controle adequado,
estão sempre passando. Além disso, cada vez mais, ob-
serva-se que as novas gerações estão cada vez mais
piores. Ou seja, é natural, vai acontecer, muitas doen-
ças autoimunes acontecendo com o passar dos anos
e sendo cada vez mais comum, porque familiares não
expressaram antes, não apertaram tanto o nosso siste-
ma a ponto de que “Água mole em pedra dura tanto
bate até que fura” e explodir. Agora, não só cada vez
mais, como também cada vez mais jovens as pesso-
as vêm desenvolvendo, despertando, a expressão de
doenças autoimunes.

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Por outro lado, vocês já aprenderam muito só com essa
figura aqui. Olha que interessante, pois já aprende-
ram que é preciso ter fontes de Complexo B, preci-
sam ter alimentos fontes, e aí a gente está falando de
folhosos verdes escuros ou proteínas animais princi-
palmente, um bom controle de carboidratos, de gor-
dura e proteína. Os planos alimentares do Clube da
Boa Forma são excelentes para isso tudo.

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A boa microbiota intestinal é igualmente importante.
Nós vamos ter um módulo só sobre sistema gastroin-
testinal, nós teremos, mas aqui é importante a gente
focar que tendo uma boa alimentação, consequente-
mente, a gente dá chance de as bactérias do intestino
serem bastante variadas. Lembram da aula de jejum
do Clube da Boa Forma? Os jejuns e os shots são
excelentes formas de aumentar a variabilidade das
bactérias do intestino e ajudar na produção de
ácidos graxos de cadeia curta.

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No campo dos não nutrientes as coisas já mudam um
pouquinho de figura. Nós temos, principalmente os
polifenóis, que não são essenciais como eu disse para
vocês na nossa vida, a prioridade são os de linha azul,
mas eles auxiliam muito como se fossem ajudantes do
nosso sistema. A natureza é muito sábia. Nosso corpo
tem todos os mecanismos dentro da gente, a natu-
reza tem todos os mecanismos. Eu não sou contra ao
uso de medicamentos, de forma alguma, mas quando
o corpo está muito jardim dificilmente acontece algo
fora da curva, a não ser, claro, quando há exceções.

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Dos polifenóis a gente tem estudos dos mais relevantes
com uso de curcuminoides. Volto a dizer, curcuminoi-
des são uma coisa, açafrão é outra. Curcuminoides es-
tão dentro do açafrão, mas não é açafrão, é um dos
componentes do açafrão. O açafrão tem várias outras
coisas. Quando a gente pega e estratifica só os curco-
mionides, geralmente quando a gente coloca numa
cápsula, a gente coloca ali “curcuminoides padroniza-
dos em…”, ou então, “Cúrcuma padronizada em 95%
de curcuminoides”. O que eu quero? Eu quero que 95%
daquele pó que está ali dentro seja de curcuminoides,
é isso que faz diferença realmente como uma modula-
ção epigenética. Olha que lindo isso.

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Quando a gente fala de doenças inflamatórias, os
curcuminoides têm um papel chave, porque além
de serem moduladores da expressão gênica, são os
melhores da natureza em modular a expressão de
TNF-alfa e modular a expressão de inflamação. Como
a modulação não é de forma aguda, não adianta você
usar hoje e daqui um mês achar que vai ter resultado.
Modular é ajudar, só que de uma forma natural.

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Não só isso, nós temos o gengibre que nos ajuda
também, menos dos que os curcuminoides porque
estes além do que para isso que queremos conversar
agora, eu tenho além da questão da modulação epi-
genética, tenho também controle de inflamação.
O gengibre não faz tanto efeito na inflamação como os
curcuminoides. Nós estamos falando do gingerol den-
tro do gengibre, mas é difícil de encontrar o gengibre
padronizado em gingerol no mercado, então, é mais
fácil, e como é muito gostoso também, tomar o chá de
gengibre, fazer um shot de gengibre, um suco de gen-
gibre e tal.

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E a gente tem aqui alguns outros
elementos como resveratrol e, eu
não quero que vocês se fixem no
resveratrol porque muita gente vai
recorrer ao vinho, só que o vinho, o
álcool, é um piorador epigenético
por si. Então, não adianta botar uma
coisa que possa ter resveratrol, por-
que em quantidade ínfima o álcool
poderia atrapalhar tudo.

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Partindo desse slide, que é crucial para vocês enten-
derem o porquê que tem pessoas que expressam a
sua genética, porque tem outras que não expressam,
e porque que, às vezes, vocês vão encontrar gêmeos
univitelinos onde um expressa um doença autoimune
e outro não expressa, e a gente não entende o porquê,
aqui está o motivo: porque as escolhas são individuais.

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Para finalizar essa nossa primeira aula com um tema
super complexo, nós teremos que dividir em mais par-
tes, inclusive, para não atordoar tanto a cabeça de vocês.
O motivo pelo qual esse complexo de um ciclo, que
chamamos de ciclo de um carbono (1C); este ciclo no
entendimento da dieta e de doar através da dieta fo-
lato, colina, betaína, metionina, B12, B6, polifenóis, olha
onde eles entram nisso: nos rosinhas, através da dieta,
vai entrar tudo isso.

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Na dieta, a base é essa inicialmente: estratégia ali-
mentar. Dentro da estratégia alimentar do Clube da
Saúde isso está contemplado, meus amigos. São ali-
mentações que eu escolhi a dedo para serem anti-
-inflamatórias. Então, aqui nós temos o motivo pelo
qual essas dietas podem auxiliar na expressão gênica.

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Muitos de vocês fizeram e relataram para gente, inclu-
sive, no Clube da Saúde assim: “Nossa senhora, fiz ali
a dieta do Clube da Saúde e acabei com a minha dor
de cabeça!”, “A minha endometriose, não tenho mais
dor!”, “Melhorei a TPM!”, “Melhorei as cólicas mens-
truais!”, “Melhorei as minhas doenças autoimunes, não
estou mais com dor articular!” Por que isso acontece?
Por que tanta gente mandou essas mensagens? Por-
que essas estratégias foram escolhidas a dedo por
serem além de hipocalóricas, ou seja, além de ajudar
no emagrecimento e manutenção de massa muscu-
lar, ajudam no controle inflamatório. É por isso que
muitos de vocês experimentaram isso e, se continua-
rem ciclando nessas estratégias que a gente entregou
para vocês, terão uma melhora gradual em, provavel-
mente, todos os aspectos da vida de vocês.

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Isso não quer dizer que vai resolver tudo na vida de vo-
cês, mas que haverá uma melhora. Onde entra a dieta
aqui? Na expressão gênica. Ou seja, porque melhorou
a dor de muita gente, a doença autoimune de muita
gente? É simples. Porque se a gente entrega mais des-
ses componentes (isso que estou falando só dos micros
aqui, fora os macros que a gente vai ver ainda a impor-
tância), consequentemente, a gente tem uma regula-
ção desse ciclo, que chamamos de ciclo de um carbo-
no, que é tão fundamental para a expressão gênica: os
doadores de metil que entram aqui e vão regulando
todas essa roda. Então, fica tudo ajustadinho aqui
quando você entrega esses micronutrientes.

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Agora, e se porventura uma pessoa mesmo consu-
mindo não consegue entregar para o corpo, porque o
corpo não sabe metabolizar muito bem um nutriente
desse? Aquilo que chamamos de polimorf ismo
genético. Poxa, tem um polimorfismo que o meu áci-
do fólico, que eu como na dieta um folato, mas ele não
se transforma em tudo que deveria ser transformado
dentro do meu corpo, porque o folato para entrar no
corpo precisa passar por processos. Qual é o segun-
do folato especificamente, na primeira roda, na roda
da sua esquerda? Está ali THF, tetrahidrofolato, MTR,
5-metiltetrahidrofolato (que é o metilfolato), MTHFR
(que é a enzima que é crucial para que esse processo
todo aconteça), 5,10-metil-thf. Então, cada um desses é
necessário para uma coisa no corpo.

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Agora, lembrem-se lá do nosso módulo do “Guia da
saúde mental”. Lembram que eu falei que sem tetrahi-
drobiopterina, BH4, ou seja, sem o tetrahidrofolato,
sem o BH4 - que é uma forma de folato no corpo, giro o
folato no corpo e metabolizo -, eu não consigo produzir
serotonina, nem melatonina, não consigo produzir do-
pamina. Estão vendo que quando a gente entende de
fisiologia e bioquímica, é natural o Victor atender todas
as condições? Eu atendo pessoas com dor de cabeça,
com endometriose, porque a fisiologia e a bioquímica
são iguais para todos.

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Agora, existem pessoas que têm
características individuais de não
aproveitarem muito bem um ou ou-
tro nutriente, mas a gente conse-
gue entender disso com exame de
sangue, com conversa, com história
clínica, exame físico, às vezes com
teste genéticos para quem a gente
tem ainda dúvidas, tem como ex-
trapolar isso demais. Não conte só
com a alimentação às vezes, pois
se a alimentação chegou em um
ponto que apesar de estar fazen-
do tudo direitinho não está sen-
do suficiente, recorra alguém que
te olhe na individualidade, sabe?
Que olhe por dentro, bem no indi-
víduo mesmo para saber se não é
necessário personalizar muito as es-
tratégias e, talvez, entrar com uma
complementação.

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Então, aquela roda girando ali, com todas as formas de
folato, que são o início, se eu não tiver as enzimas sen-
do produzidas adequadamente, e são genes que fazem
eu produzir essas enzimas, se vem um gene defeituoso,
eu posso ter uma diminuição da fabricação de alguma
dessas formas de folato aqui, e quando isso acontece
nada do resto acontece. É por isso que o folato é tão
importante, porém, é pouco entendido, infelizmente.
Toda expressão gênica de controle vai depender des-
ses nutrientes aqui.

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Eu acho que, para uma primeira aula de introdução,
isso já nos basta, porque nós vamos falar das doenças
inflamatórias e autoimunes que dependem de micro-
nutrientes. Por fim, o seu corpo não está gritando
porque ele está com falta de anti-inflamatório, que
ele nunca recebeu na vida, ele está gritando porque
falta alguma coisa para ele controlar a inflamação, e
é isso que vamos aprender aqui.

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Nossa segunda aula sobre doenças autoimunes e do-
enças inflamatórias. Bom, agora que vocês já entendem
a base da expressão gênica (como a gente expressa o
gene), vocês já sabem muito sobre genética também,
já teve aula sobre isso, mas, especificamente neste mó-
dulo, nós vamos ao que além daquilo conta. Vocês já
viram essa imagem antes, mas ela é muito importan-
te, porque nós estamos falando ali de nutrigenômica.
Aquilo que você aprendeu se chama nutrigenômica e
epigenética. Aqui, nós enxergamos nesse prato que
os exercícios físicos serão importantes para o con-
trole de doenças inflamatórias.

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Quais exercícios físicos? Moderados ou, às vezes, leves.
Volte ao Clube da Boa Forma, aqueles exercícios são
exercícios adequados a todos vocês, aquelas orienta-
ções são adequadas a todos vocês. Para controle de do-
enças inflamatórias eu preciso estimular o meu mús-
culo. O último slide que eu mostrei, antes de mostrar
as minhas fotos, o antes e o depois no Clube da Boa
Forma, contém a imagem de um músculo melhoran-
do, através do controle inflamatório, todos os órgãos do
corpo. Você precisa de exercícios físicos se quer contro-
lar doenças inflamatórias, meu amigo, minha amiga,
senão não tem jeito, desculpe-lhes informar isso. Isso
só depende de vocês, pois no Clube da Boa Forma tem
toda a orientação do mundo para vocês iniciarem esse
processo com segurança, mesmo em casa.

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Buenas, então, pensamos no exer-
cício físico, sobre o comportamen-
to alimentar, o qual depende muito
do nosso comportamento. No Guia
da Saúde Mental vocês tem tudo
de como conseguir entender e
regular a ansiedade, excesso de
tristeza, depressão, falta de
energia, tem tudo lá. Hábitos
alimentares, dietas propostas no
Clube da Boa Forma. Quanto mais
eu me dou conta, cada vez mais eu
vejo que não tem preço um curso
como estes do Vida & Saúde, não
tem. Se vocês executarem aquilo
que estão aprendendo, gente, olha,
nossa! Falo para os meus próprios
pacientes que eu teria 50% da pro-
cura que tenho hoje e ficaria feliz
com isso, porque gente tem de so-
bra, muita gente já se resolveria
neste curso.

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A microbiota intestinal é importante. Vamos ter um mó-
dulo só sobre a saúde gastrointestinal, só que a princí-
pio aquela alimentação saudável será os nossos norte-
adores por enquanto. Durante as aulas de autoimune
terei de falar de uma estratégia alimentar, uma estra-
tégia, que vai ser importante para algumas condições
específicas. Logo, esse prato, então, é um prato com-
plexo, até o horário de comer vai fazer diferença. Sobre
o horário é que vamos entender agora.

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Além de agora de entender como é que se expressam
os genes, têm uma condição que é a primária. Se você
quer entrar no jogo de controle de inflamação pre-
cisa de exercício físico, começar a controlar a ali-
mentação e regular seu ritmo circadiano, porque se
não regula o ritmo circadiano você vai inflamar mais.
Isso foi o Prêmio Nobel de Medicina sobre Clock genes,
os genes que regulam o clock, o circadian, que é o nos-
so relógio circadiano, isto é, o nosso ritmo circadiano:
ter o dia e ter a noite, dormir de noite, não comer muito
tarde, não comer muito cedo, fazer exercício durante o
dia, não tem muito estresse de noite.

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Esses três pesquisadores - o Jeffrey Hall, Michael Ros-
bash e Michael Young - ganharam o prêmio Nobel de
Medicina em 2017. O Prêmio Nobel de Medicina em
2016 foi sobre o jejum, e em 2017 foi sobre isso, só coi-
sas naturais. “Regular o ritmo circadiano”, poxa, eu falo
isso há 13 anos. “Jejum”, eu falo há 13 anos. É natural, é
biológico fazer jejum.

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Então, depois desse prêmio de
2017, o que nos chamou a atenção
é que de fato esse relógio circa-
diano precisa ser respeitado, pois
nós somos seres de 12 horas, nos-
so ciclo é de 12 horas. O trabalho,
excesso de comida, estresse, exer-
cícios físicos, deveriam ser realiza-
dos, praticados, mais nesse período
de 12 horas do dia, principalmente,
das 6 horas da manhã, no desper-
tar, até às 18 horas. E se a gente for
pensar na carga alimentar, ela deve-
ria ser concentrada das 10 horas da
manhã às 18 horas, são os melhores
momentos, melhores janelas para
que o nosso corpo consiga dige-
rir adequadamente e metabolizar
adequadamente.

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Todas as reações genéticas, aliás, a expressão gênica vai
depender muito disso. Ou seja, independentemente
de você ter uma boa alimentação, estar entregando
os nutrientes para que seu corpo controle a expres-
são gênica, dificilmente isso será suficiente sem você
regular alguma coisa do seu ritmo circadiano. Esse
artigo de 2013, The times they’re a-changing: effects of
circadian desynchronization on physiology and disea-
se, já falava sobre isso: O efeito das dessincronizações.

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Vocês vão ver na figurinha posterior que dessincroni-
zar é isso aqui ó: é quando eu dessincronizo, porque eu
como muito tarde, porque me empanturro de comer
no lugar errado, tomo café excessivamente de noite ou
final de tarde, quando eu não respeito o que é dia e
o que é noite, quando eu fico assistindo série aterro-
rizante todas as noites e acelerando o nosso estresse
de noite, quando eu como errado, quando eu consumo
gordura demais, quando eu não entrego os nutrientes,
a falta de sono adequado, sono reparador, quando, en-
fim, todas as desregulações que a gente faz acabam
impactando na sincronização do nosso relógio circa-
diano, ou seja, dos clock genes, nos genes do nosso
relógio circadiano.

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Então, olha o exemplo dos bonequinhos ali, um bone-
quinho está healthy, saudável, o seu ritmo circadiano
natural e com alimentação do Timer-restricted fee-
ding, da alimentação, por uma janela e na outra janela
sem comer. Isso tudo ajuda o nosso ritmo circadiano,
como vocês viram na nossa aula de jejum. O outro bo-
nequinho com uma alimentação Unusual Feeding, co-
mida o dia inteiro porcariada, quantidade de comida
inadequada, momentos inadequados, isso já é sufi-
ciente, juntamente, com alguns hábitos inadequados
como estresse de noite, má qualidade do sono, bebida
alcoólica de noite, para provocar uma atenuação do rit-
mo circadiano. Ou seja, ele fica todo descontrolado, e a
gente tem desordens metabólicas.

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Quais são essas desordens metabólicas que podem
acontecer? Todas, mas a primeira que geralmente
acontece é a inflamação. É quando a pessoa começa a
perceber que começa a doer mais coisas, dor de cabe-
ça, uma endometriose que pode aparecer, ovário poli-
cístico que pode parecer, dores articulares, dores na co-
luna, uma série de condições inflamatórias que podem
começar a acontecer. Ou, também, pode acontecer da
pessoa não sentir nada, de uma inflamação silenciada,
crônica, silenciosa, que eu não percebo e ir danificando
tecidos a ponto de chegar ao momento que estoura.

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É a história do “Água mole em pedra dura tanto bate
até que fura”. Estourou, meus amigos? Aí para recupe-
rar é muito mais difícil. Muitos de vocês têm doenças
autoimunes, então, não adianta só falar que é mais di-
fícil e ai jogar a toalha. Vocês precisam entender que
ou fazem a parte de vocês ou talvez chegue um dia
que a medicação já não faça mais efeito, isso é muito
comum de acontecer.

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Não só isso de não fazer muito efeito, não é só isso. Nós
temos um outro problema. Às vezes, vou criando uma
medicação, tomo outra e outra, há um acúmulo de me-
dicação que, às vezes, vai provocar efeitos colaterais tão
graves que você pode até não morrer da autoimune,
mas morre de uma outra coisa que vem em decorrên-
cia do excesso de medicação. Se você tem histórico de
doença familiar, se você tem doenças inflamatórias e
autoimunes, ou se quer ter uma saúde, está aqui no
Vida & Saúde já, você precisa obedecer isso para con-
trolar a sua expressão inflamatória, porque, meus ami-
gos, não tem jeito, ao longo da vida se a gente largar, a
gente vai inflamando cada vez mais.

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Eu amo essas imagens, porque o nosso ritmo circadia-
no depende, então, de pico de cortisol de dia, de tar-
de um pouco menos, posso ter respostas ao estresse,
ou seja, posso ter estresse ao longo do dia, ter picos de
estresse e depois ele volta e de noite eu preciso que
esteja baixinho para poder dormir. O que acontece ali
quando cai o ritmo do cortisol? O normal é estar den-
tro daquelas duas faixas. O que acontece? Eu tenho um
aumento da produção lá pelas 8 horas da noite de me-
latonina, que é um dos hormônios mais importantes
que regulam o sono.

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Melatonina tem um efeito antioxidante, anti-infla-
matório, regulador do sono, um efeito que ajuda na
resistência insulínica, controle de expressão gênica,
inclusive para o coronavírus, para quem ficou atento
às notícias aí. Pesquisadores da USP tem um núcleo
muito bom de pesquisa de melatonina, já pesquisaram
melatonina para diabetes, para obesidade, para uma
série de condições. Agora, eles pesquisaram e mos-
traram que a melatonina exerce uma função antiviral
dentro dos pulmões.

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É importante que vocês entendam que o simples
fato de respeitar o ritmo circadiano já deveria ser
suficiente para muitas das pessoas. Vocês tem que
entender que no passado não havia chances de des-
regular tanto esse ritmo circadiano, porque dia era dia,
noite era noite, não tinha tanta escolha na televisão,
não tinha tanta globalização, não tinha tanto estresse,
então, era natural da gente respeitar isso, e hoje em dia
as coisas já não estão sendo respeitadas na base.

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Deixe-me mostrar para vocês o que acontece, não pos-
so deixar de mostrar para vocês, porque o câncer é uma
doença inflamatória também. Esse estudo foi publica-
do em 2018, no qual 61 estudos foram revisados envol-
vendo cerca de 115 mil mulheres com objetivo de avaliar
se as mulheres submetidas ao regime de trabalho de
plantão noturno tinham maior incidência de câncer ou
não. Estou mostrando isso aqui porque estou em uma
aula de doenças autoimunes. Meu amigo, minha ami-
ga, se você tem doença autoimune ou não tem, mas
digamos que tem e está controlado com remédio, e se
não controlar o ritmo circadiano você tem mais chance
de ter câncer.

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E se vocês não têm doenças autoimunes, você também
tem mais risco de ter câncer pelo simples fato de não
obedecer, porque muita gente olha assim: “À, eu não
tenho doença autoimune, esse módulo não vai ser
tão importante”. Como assim? Doença inflamatória
e tudo que eu vou ensinar para vocês é importante
para suas vidas. Eu vou focar em um tema, mas ele
se amplia para a vida.

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Privação de sono nessas mulheres que trabalham de
noite, o que vocês acham que acontece com relação
ao câncer? Aumenta pouco, aumenta mais ou menos,
aumenta muito? Porque essas mulheres trabalham
de noite, mas elas podem dormir durante o dia. “Não,
eu desconto esse sono, eu durmo de dia e durmo
bem”. O que será que acontece? Façam suas apostas.
Resultado: observação de que houve um aumento de
32% do risco de câncer de mama na população geral
que trabalhava de noite (todas as profissões), sendo
que as enfermeiras apresentaram 58% a mais de cân-
cer de mama. E aí, meus amigos? Por que esse estudo
foi feito com mulheres e mostrando que as enfermei-
ras têm mais chances de desenvolverem câncer?

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Aliás, vou aconselhar vocês para que entrem lá no curso
do meu amigo e paciente Fernando Conrado, que
se chama “Corações e Almas”, que também tem um
produto como o meu assim, de assinatura mensal.
Vai ter um módulo lá que é VSM, que é o curso que ele
fez separado do “Corações e Almas”, mas se vocês tive-
rem a oportunidade de participarem, porque lá a gente
fala sobre o biológico do ser homem e do ser mulher.
Infelizmente, quando a mulher se submete ao
estresse masculino, e vice-versa, as coisas não dão
bem. Genética é genética, mas biologia é biologia,
quem tem xx têm xx, quem tem xy têm xy.

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Tem mulher e homem no mercado. As escolhas se-
xuais são outras histórias, o que você deseja se sub-
meter ao longo da sua vida é de única e exclusiva
escolha sua. No entanto, parece que a biologia é inexo-
rável, parece que quando a gente coloca uma mulher a
ter um estresse que seria mais do macho na natureza,
porque o macho é protetor, é o que vai a caça, as coi-
sas não vão muito bem, queira ou não queira. Mulher
que está me ouvindo e homem que está me ouvindo,
independente dos seus ideais, das narrativas que você
sustenta, eu posso até pleitear direitos iguais e tal, mas
nunca serão iguais.

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Eu não posso submeter a mulher ao estresse do ho-
mem físico, não posso colocar a mulher a ser estivado-
ra, carregadora de muito peso, vai lesionar mais a mu-
lher, pois ela não tem massa magra para isso. E aí vice
e versa, se colocar o homem para o papel feminino não
vai executar, não vai desempenhar bem. Então, tem
coisas que infelizmente não mudam, é a natureza, a
biologia, a genética.

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Portanto, aqui a gente tem o porquê. Porque mulheres
realmente sobre esse estresse elas mudam muito, alte-
ram demais a sua fisiologia hormonal, a sua epigené-
tica. Além disso, as enfermeiras de noite tomam café,
estão submetidas a um estresse maior de noite porque
lidam o tempo todo com a vida e com a morte, estão
em um ambiente com aquela luz artificial o tempo
todo, um ambiente que não é propício, a um estresse
constante.

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Pois bem, aqui a prova cabal de que isso é para todos.
Se você que está assistindo aqui e tem alguém que co-
nhece, um familiar que tem doença autoimune, “Mas
não, está tudo bem, está sendo tratada com remédio
e não está sentindo nada”. Se não mudar a base da
sua saúde vai desenvolver outras doenças, não tem
como segurar isso. “À, Victor, mas não trabalho em
plantão noturno”. Está bom, mas fica acordado até
que horas? Dorme bem? Assiste série toda noite? Fica
assistindo televisão até altas horas da noite? É quase
igual. A série eu posso não estar no estresso ou a televi-
são no estresse, mas eu posso estar sendo submetido
ao estresse.

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Temos aqui outro estudo, que é uma metanálise tota-
lizando 29 estudos. Vocês do Vida & Saúde já sabem,
mas vou repetir que metanálises são grandes estudos
em que se pega vários outros estudos e se faz uma re-
visão deles para que não haja a possibilidade de que
o resultado de um destes seja um resultado parcial
e irreal. Eu vejo vários e o que essa maioria nos diz.
Enfim, a conclusão do estudo: que a suplementação
com melatonina foi eficaz em reduzir tamanho do
tumor, aliviar efeitos colaterais induzidos por radio e
quimioterapia (incluindo plaquetopenia- baixa de pla-
queta-, fadiga e neuropatia - dores neurais), melhorar
a taxa de sobrevida de 3 meses a 1 ano em até 40%.

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Vocês percebem, então, que o sono é muito impor-
tante e que na impossibilidade de ter uma qualida-
de de sono, a melatonina pode ser um adjuvante?
A melatonina no Brasil vocês conseguem comprar por
site ou manipular em farmácia de manipulação. Agora,
a gente vai ver aqui, não são todos que são candidatos
ao uso, uma vez que, primeiro, não tem o que substitua
o seu hábito. Se você está fazendo tudo errado, toma
uma melatonina antes de dormir e acha que vai resol-
ver a sua vida, não vai, pode ser que até não melhore
o seu sono. O mais importante é o hábito.

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E aqui o detalhe que a pessoa que está indo em qui-
mioterapia e radioterapia está lá em um estresse dana-
do, dificilmente a gente consegue mudar esse estresse
a ponto de fazer tanta diferença na vida das pessoas, ali
a melatonina é um pouco mais eficaz em pelo menos
em entregar aquilo que o corpo não está produzindo
durante a noite. Se não estou dormindo bem, natural-
mente também não estou produzindo melatonina.

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Vamos ao exemplo do que estraga o seu sono e, con-
sequentemente, lhe inflama mais: mais dor de cabe-
ça, mais dores articulares, mais dores de fibromial-
gia. Quer um exemplo prático disso? A taça de vinho
antes de dormir. “Doutor, mas eu relaxo com isso”.
Olha, tem gente que se sente maravilhosamente bem
e relaxa com maconha, tem gente que se sente des-
pertado, bem e disposto com cocaína, ué. A percepção
não é nada, meus amigos. Tem gente que adora con-
sumir açúcar porque se sente super bem, eu também
adoro açúcar, mas não me faz bem. O álcool antes de
dormir não é positivo, ponto final.

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Aqui de novo um estudo publicado em 2018: o consu-
mo de álcool antes de dormir pode prejudicar em
até 40% a percepção do sono reparador por acele-
rar a passagem das primeiras fases do sono. Ou seja,
atrapalha as fases do sono, passa a produzir menos hor-
mônios do sono, atrapalha o efeito antioxidante, o me-
canismo antioxidante no seu corpo. A ingestão baixa
de álcool pode prejudicar até 10%, moderada até 24% e
alta prejudica até 40%.

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Então, essa sensação que a pessoa tem de relaxa-
mento de noite deveria ser buscada com chá e não
com álcool, com outra estratégia, seja com medi-
tação, oração, músicas calmas, um livro adequado,
e não com álcool. Isso não quer dizer que vocês não
possam ingerir eventualmente, mas se vocês têm do-
enças inflamatórias e autoimunes façam uma limpa,
fiquem pelo menos uns 2 meses sem ingerir para ver
o que vai acontecer, depois vocês colocam na exceção,
senão não tem como. O álcool prejudica o controle de
expressão gênica, aquele controle que acontece na
metilação, ele atrapalha na metilação. Então, já vai por
água abaixo a primeira aula que a gente teve aqui.

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A fora o fato de que muitas das pessoas, mui-
tos de vocês, muitos de nós, temos caracte-
rísticas genéticas desfavoráveis na destoxi-
ficação do álcool, porque este vai chegar no
fígado e precisa ser desintoxicado, é uma dro-
ga para o fígado, nenhum tecido do nosso
corpo consegue aceitar o álcool, ou seja, ele
terá que ser eliminado, e corpo terá que li-
dar com a oxidação dele.

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Bom, o primeiro passo desse metabolismo do álcool é
a oxidação do acetaldeído, por uma enzima chamada
álcool desidrogenase. Então, eu preciso pegar aquilo
ali e destoxificar, oxidar primeiramente. Quando oxida
aquilo este acetaldeído, que é tóxico mesmo em con-
centrações, ele será convertido pelo álcool desidroge-
nase. Logo, ele converte o acetaldeído em acetato, isso
é um processo crucial, sendo que a partir disso eu vou
eliminar.

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Qual é o problema? Muitas pessoas tem polimorfis-
mos sem saber, isso que as pessoas que atendo e que
gostam muito de um vinho de noite, eu peço para me-
dir um teste genético para assim poder mostrar para
ela: “Olha, meu amigo, seu caso não tem jeito, ou para
ou vai criar um câncer ou vai criar uma doença au-
toimune”. Se você já tem doença autoimune pior ainda,
porque mesmo não tendo esse polimorfismo; polimor-
fismo: característica genética desfavorável. Ou seja,
quando você tem ali um gene que é defeituoso, entre as-
pas, e não faz aquilo que deveria fazer adequadamente.

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Então, quando você tem esse GENE-ALDH2 (rs 671),
que tem essas letrinhas do lado, caracterizadas por AG
ou AA, naturalmente vocês vão ter esse mecanismo do
álcool prejudicado e, isso acontecendo vocês não vão
conseguir oxidar adequadamente o acetaldeído, ou
seja, vão se intoxicar mais, vão prejudicar ainda mais o
processo de metilação, de expressão gênica, de controle
gênico, e vão prejudicar mais a sua inflamação. Vejam os
detalhes que vão fazendo diferença para vocês enten-
derem a base de vocês que têm doenças inflamatórias.

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Tem um outro gene que é o GENE-CETP, o qual tam-
bém é importante para doenças cardiovasculares. Esse
gene sempre vem acompanhado de alguma letrinha
G. Esse processo não acontece da maneira que deveria
acontecer, e consequentemente, vocês irão se intoxi-
car muito mais com o consumo de álcool, mesmo que
em pequenas quantidades. Lembrem-se que quando
a gente coloca lá que baixa ingestão em cerca de 10%
para a maioria das pessoas, independentemente de ter
polimorfismo ou não, se a pessoa tem característica
genética desfavorável é pior ainda aqueles números.

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“À, Victor, mas tenho doença autoimune e estou to-
mando remédio, então, não estou sentindo nada, aí
não tem problema nenhum, tomo um alcoolzinho de
noite, um vinho e relaxo”. Quer mais? Quer que eu te
convença mais ainda que isso não é positivo? Indepen-
dente do seu cardiologista falar para tomar um cálice
de vinho toda a noite, porque ele acha que o seu corpo
é um coração, esquece que você tem câncer, que você
tem doenças autoimunes, você tem intestino, vocês
tem pâncreas, fígado, mas para ele é só coração?

Estudo com 115 mil indivíduos em 12 países. Conclusão:


a ingestão de álcool aumenta a chance de morte por
todas as causas e o risco em desenvolver câncer em 51%.
E aí, vale a pena consumir frequentemente o álcool?

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Isso não quer dizer que vocês não possam consumir,
mas isso também não pode ser um hábito frequente,
e muito menos ter profissionais de saúde que con-
seguem recomendar que as pessoas consumam isso
de noite. Então, se vocês têm doenças inflamatórias,
meus amigos, não dá, deixa para a exceção, para o final
de semana.

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Pô, tem gente que bateu a
pandemia começou a be-
ber todos os dias e conti-
nuam bebendo todos os
dias. Pô! É a pessoa querer
se lascar mesmo. Depois
vai culpar o quê? A pande-
mia? Mas não é culpa da
pandemia, é culpa do seu
hábito. Qual a necessida-
de de beber todas as noi-
tes? Mas qual é a necessi-
dade de uma coisa dessa?
A quantidade de gente
que expressou doenças
autoimunes, problemas
de saúde, agora na pan-
demia foi incalculável.

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Bom, então de noite, e isso é muito importante, não é só
a ingestão de álcool ou agitação, pois como disse para
vocês, as telas azuis, as telas do notebook, do tablet, da
televisão, elas tem uma luz que é um componente, um
feixe de luz, um comprimento de onda que é a luz azul.
Vocês percebem que é meio azulada aquela tela? Essa
luz azul sinaliza ao nosso cérebro que é dia, e, infeliz-
mente, o cérebro achando que é dia acaba deixando
de modular o ritmo circadiano. O que vou aconselhar
para vocês de novo aqui: coloca lá a tela amarelada e
no mínimo de intensidade de luz possível nos seus
tablets, telefones, celulares, notebook, programado
para que a partir das 20h fique amarelado, essa é a
primeira coisa importante.

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Posso dizer para vocês que no Mac, no Iphone, tem uma
função chamada night-shift, e a gente programa, o
meu está programado. Na verdade, o meu fica sempre
assim, porque volte e meia estou lendo alguma coisa
ou até o meu filho chega do lado e a gente vai brincar
de se ver ali, tem uns programinhas que a gente se vê
e fica com uma linguinha de cachorro e tal e eu brin-
co com ele, mas é raramente. Mas então, a minha tela
já fica amarelada, porque a criança não deveria nem
ser exposta, principalmente, antes dos 2 anos de
idade, pois isso prejudica a retina, a hipófise, enfim.

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O ideal para vocês todos é que coloquem esse progra-
ma em seus eletrônicos. Eu não sei no Sansung ou em
outras marcas o que se faz, mas provavelmente já exis-
tem aplicativos ou funções para fazer isso, tal é a im-
portância da tela ficar mais amarelada.

Existem pessoas que têm polimorfismo, inclusive, e


que se prejudicam mais no álcool, ou tem pessoas que
se prejudicam mais com a tela azul. Então, não espere
saber se você se prejudica fica mais ou menos, porque
você vai se prejudicar, tem gente que mais, tem gente
que menos.

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O simples fato de se expor muito a tela azulada de noite
já seria suficiente para inflamar mais, prejudicar o seu
sono, a produção da melatonina, ou seja, já teria uma
interrupção da produção de melatonina, independen-
te da sua idade. A melatonina que a gente chama tam-
bém de “hormônio da juventude’’. Muita gente, com
o passar dos anos, vai diminuindo muito a produção
de melatonina e, a gente sabe que estatisticamente a
maioria das pessoas acima de 50 anos não produzem,
independente de dormir bem. A pessoa pode até dor-
mir bem, mas ela não produz melatonina. A melatonina
entra, então, como uma possibilidade terapêutica
para ajudar e prevenir doenças crônicas e o sono ser
mais reparador.

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Se vocês têm mais de 50 anos eu aconselharia a pen-
sar em ter alguém que prescrevesse doses baixas de
melatonina, mesmo se vocês não têm nenhum proble-
ma de insônia ainda, dá para fazer sublingual, para fa-
zer spray, enfim, para que vocês tenham o hormônio.
Aliás, é um pró-hormônio na verdade que está em toda
a natureza, em vegetal e animal, e ele tem um papel
regulador fundamental. Aconselho que vocês pensem
bem sobre isso e tomem pelo menos 0,5 mg sublin-
gual de noite, se vocês não têm problema de sono.

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Se vocês têm problema de sono pode ser usada uma
dose personalizada. Não é só isso que vai fazer vocês
dormirem, isso é uma das ferramentas que mesmo fa-
zendo ou não vocês terem uma noite de sono repara-
dora, não pode faltar no corpo. Vocês entendem que
não é uma coisa para dormir só? Que não pode faltar
no corpo? Mas às vezes a falta faz com que a pessoa
durma mal, aí sim, se encaixou ali e a pessoa dormir
bem, maravilha. Sempre em mínimas doses, o menor
possível.

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Na melatonina existem também outros polimorfismos,
não é só em relação a luz azul que prejudica a produ-
ção de melatonina. O MTNR1B, que é um gene, e se a
pessoa tiver um polimorfismo ali tem, naturalmente,
ao longo da vida uma baixa produção de melatonina,
uma dificuldade para emagrecer, desequilíbrio do ba-
lanço energético, resistência à insulina. Ou seja, se essa
pessoa tem esse polimorfismo e não sabe, ela tem fa-
cilidade para não ter um sono reparador. O que se faz?
Hábitos de vida inicialmente, hábitos de vida. Porque
isso vai se expressar bem se você der chance para se
expressar: se você não respeita dia e noite, não pra-
ticar exercícios físicos durante o dia, não respeita à
noite, comer muito tarde e alimentos super calóricos
antes de dormir, café até muito tarde, as telas azuis,
estresse de noite, excesso de luz e sons de noite.

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“Pô Victor não consigo testar os genes!” Não tem pro-
blema, vocês têm que fazer o seu papel. Agora, sim, exis-
tem pessoas que têm mais dificuldades ainda, e como
você não sabe se é o seu caso tem que seguir tudo.
Se você tem uma doença inflamatória ou autoimune
(é mais fácil pensar assim), parte do pressuposto de
que pode ser de grande chance que você tenha um
polimorfismo no metabolismo do álcool e na melato-
nina. Então, o que você faz? Já sai na frente. Parte disso
para respeitar o ritmo circadiano e evitar o consumo de
álcool, principalmente, à noite.

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E a melatonina, que tem um outro nome técnico que é
N-acetil-5-metoxitriptamina, ela é uma indolamina ubí-
qua, ou seja, está em todos os tecidos do corpo, quase
todos os tecidos têm receptores para a melatonina. Ela
é sintetizada naquela linha, volta lá no Guia da Saúde
Mental, lá eu mostro direitinho o mecanismo. Então,
você vai consumir uma proteína e vai digeri-la, vai virar
aminoácidos, você vai pegar o triptofano dessa proteína,
que é um aminoácido, e vai incorporar nos músculos,
nos ossos, virar hormônio, e vai virar neurotransmisso-
res também.

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Se tiver de sobra para isso acontecer, você vai pegar
esse triptofano e vai convertê-lo em serotonina através
de um processo que se utiliza de tetrahidrobiopterina,
ácido fólico (lembra que eu falei aqui na primeira aula);
vai pegar o folato, metabolizar ele e vai utilizar também
para virar a serotonina e a melatonina piridoxal-5-fos-
fato, a Vitamina B6 metilada, metabolizada, quando
isso acontece eu formo a melatonina, se eu estiver sem
luz. Então, tudo isso pode estar pronto para acontecer
e com a luz não acontecer. Se você perder muito esse
time das 20 horas, quanto mais tarde você der chance
para produzir melatonina, menor vai ser a curva, pois
se eu começar a produzir as 20 horas, ela faz uma curva
enorme entre a noite e de manhã, mas, se eu começar
a meia-noite não dá tempo para criar uma curva e já
cai, porque de manhã vai cair.

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A Pineal, essa estrutura glandular do nosso cérebro, vai
fazer a produção, principalmente da noite, durante o
dia vocês terão uma produção pelo trato digestivo, 400
vezes, é muito abundante, a pele produz. Ou seja, nós
somos fotossensíveis, se tiver muita luz, se estiver
dormindo com a televisão ligada já prejudica a pro-
dução de melatonina. O seu filho também, criança é
pior ainda, tem mais risco de diabetes, câncer, depres-
são, problemas imunológicos, então, se deixar uma lu-
zinha ligada no quarto do seu filho é pior ainda. Bile,
testículo, ovários. A produção é inibida pela luz, como
disse para vocês, essa produção de melatonina que es-
tamos falando que é da noite.

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Quais são as opções importantes para finalizarmos
essa segunda parte das doenças autoimunes? Primei-
ro, busquem a higiene do sono. Tem diversos mate-
riais na internet sobre higiene do sono, tem 500 coisas
para pensar. Vou entregar para vocês aqui sobre higie-
ne do sono o que entrego para os meus pacientes, do
que eles devem respeitar. Mas, além disso, nesse caso
aqui, “Poxa, estou produzindo pouco ou não tem jeito,
eu chego um pouco mais tarde em casa, preciso usar
a melatonina?” Inicialmente, se você tem menos de 50
anos, não.

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O que se pode usar? 5-hidroxitriptofano, que é o 5-HTP,
de 25 a 50 mg sublingual. Então, você coloca embaixo
da língua o 5-HTP. Você tem que manipular ou comprar
pelo site no iHerb, na Amazon, Vitacost, enfim, você
consegue comprar. Compra o sublingual e deixa em-
baixo da língua de noite. O 5-hidroxitriptofano é precur-
sor de serotonina e precursor da melatonina, então, ele
está prontinho ali. Só que se você não tiver boa inges-
tão ou metabolização de ácido fólico/folato e Vitamina
B6, você não conseguirá transformar. Aí depende, quer
garantir que isso vai acontecer? Aí tem que comprar ou
por site também ou manipular.

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Nesse sublingual daria para entrar aqui: metilfolato
400 microgramas e P5P, piridoxal-5- fosfato 20 miligra-
mas, tudo sublingual. Então: 5-HTP 25 mg + metilfolato
400 microgramas + piridoxal-5- fosfato 20 mg, sublin-
gual, próximo a hora de dormir. Assim, pelo menos está
garantido que tudo esteja disponível para que o seu
corpo produza a melatonina de noite antes de dormir,
uma forma mais natural do que entregar diretamente
a melatonina, pois você está entregando para o corpo
aquilo que ele sabe fazer, deveria saber fazer, se você
tem menos de 50 anos.

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Outra coisa que você pode fazer. Lembram que lá na
aula do Clube da Boa Forma falamos sobre modulador
quântico para a fome chamado Vicium BloQ®? Essa
mesma empresa Quantic Life tem uma frequência da
melatonina, é a água destilada, mas é a frequência da
melatonina física. Então, vocês podem também utili-
zar esse frequencial que não atrapalha a produção de
nada e a frequência física, que não é quimicamente, eu
somaria isso antes de pensar na melatonina. Ou seja,
aquele sublingual, mas a frequência ou nos casos acima
de 50 anos e tal vocês poderiam utilizar a melatonina.

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Como é que a gente usa? Geralmente começa com 0.5
mg e vai aumentando para 1mg se for necessário, para
2 mg se for necessário, 2.5 mg, 3 mg. Eu nunca passaria
de 5mg, mas existem casos e casos, então, isso a gente
poderia individualizar. Mas, como existem marcas boas
e ruins, o mais fácil é manipular no Brasil ou escolher
marcas como Now, que já citei para vocês aqui, ou a
Life Station, ou a Source Naturals, que são marcas ame-
ricanas confiáveis e, que a gente tem mais segurança
se você for comprar pelo site. Comece com sublingual,
doses baixas.

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Agora, se o seu caso o problema é no meio da noite,
“Eu acordo no meio da noite, toda noite perco o sono”.
Aí, talvez esse sublingual não deva ser utilizado antes
de dormir, mas neste momento quando você acordar,
ou você não precisa de sublingual, ou você precisa de
uma cápsula de liberação lenta, e aí como libera lenta-
mente, naquele momento que você despertar no meio
da noite vai estar contemplado lá a melatonina ainda
sendo liberada, e, talvez, isso module o seu sono. Mas,
o primeiro de tudo, higiene do sono. Apesar da mela-
tonina ser um dos hormônios importantes tem uma
série de coisas que acontecem no meio do seu sono
e que a melatonina entrando, mesmo que regule o
seu sono, se não regular o resto, que não vai regular
se você tiver excesso de luz, estresse de noite e tal,
vai ficar faltando igual.

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Por último, além da melatonina e dessas estratégias
todas, eu quero falar para vocês que existe uma estra-
tégia que é muito importante também. Além de tudo
o que a gente falou, podemos colocar um óleo de la-
vanda no travesseiro ou gotinhas de óleos de lavanda
no nosso lençol, ou então, colocar três ou quatro goti-
nhas na mão e inalar profundamente de noite, ou co-
locar num difusor e isso faz uma grande diferença no
ambiente do sono, por incrível que pareça. Aqui está
um estudo mostrando que o efeito do óleo essencial
de lavanda, de sentir e inalar, melhora o cortisol e a
serotonina, diminuindo a ansiedade.

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Se você chega muito acelerado em casa e tal, e isso nós
temos o hábito lá em casa, tenho difusor em todos os
lugares, aliás, tenho aqui na clínica também, nas mi-
nhas clínicas, no meu spa em todos os quartos tem di-
fusores. Então, nos difusores vocês podem colocar go-
tinhas de óleo de lavanda ou inalar, do jeito que vocês
quiserem, e isso pode ajudar bastante a diminuir a an-
siedade, cortisol de noite e, inclusive, modular níveis de
gaba.

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“Quem é o gaba, Victor?” Voltem lá no Guia da Saú-
de Mental. Aquele neurotransmissor que tem o efeito
inibitório, ele inibe a excitabilidade do sistema nervo-
so central. Então, ele modula, nos deixando um pou-
co mais tranquilos e calmos. Eu não preciso falar que
o exercício físico também é fundamental para isso, ou
seja, muitas pessoas precisam para a inflamação do
exercício físico, para dormir bem, para o efeito antioxi-
dante e anti-inflamatório precisam de exercícios físicos
também, tem pessoas que o exercício físico por si só já
faz um efeito todo de chegar de noite um pouco mais
cansado.

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Então, eu volto aqui a falar que o exercício físico
além de fazer a gente produzir substâncias anti-
inflamatórias, ainda melhora a qualidade do sono,
ele tem um efeito muito potencializado, mas muito,
infinitamente potencializado. Aproveitem de tudo que
a gente falou aqui sobre o ritmo circadiano, porque isso
é muito especial e muito importante para vocês que
têm doenças inflamatórias. Muitas pessoas só fazendo
isso, regulando o ritmo circadiano, já conseguem mo-
dular a expressão da inflação e melhorar a inflamação
e, assim, impedir que o corpo expresse essas doenças
inflamatórias.

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