Geografia

Formação e tipos de solo

Teoria

Pedogênese e os horizontes do solo

O solo possui uma importância fundamental para a humanidade, pois é a base da produção de
alimentos e está intimamente ligado a diversos processos ecológicos, incluindo o crescimento de
toda a vegetação. Além disso, o solo é um corpo dinâmico que se altera continuamente em resposta
à evolução da Terra e às condições ambientais. A formação dos solos, conhecida como
pedogênese, é um processo complexo que envolve a transformação das rochas, que em outro
momento estudamos como intemperismo.

Nesse caso, a formação dos solos é condicionada pela rocha de origem e sua qualidade
mineralógica, além da ação de diversos fatores, como o clima, o relevo, os organismos vivos, e o
tempo. Esses são os 5 fatores de formação dos solos que iremos explicar no próximo tópico.
Contudo, é importante lembrar que o intemperismo, que pode ser químico, físico ou biológico,
desempenha um papel crucial nesse processo pedogenético, decompondo as rochas em partículas
menores que eventualmente formam o solo.

Em regiões mais secas (A), onde o intemperismo físico predomina devido à falta de umidade, o
processo de formação do solo é mais lento e limitado. Nessas áreas, os solos tendem a ser mais
rasos e menos desenvolvidos, o que pode dificultar o crescimento da vegetação. A escassez de
água reduz a decomposição química das rochas, resultando em uma menor formação de novos
compostos minerais que poderiam enriquecer o solo.

Em regiões mais úmidas (B), onde predomina o intemperismo químico devido à ação constante da
água, o processo de formação do solo é acelerado. Nessas áreas, os solos tendem a ser mais
profundos e desenvolvidos, favorecendo o crescimento de uma vegetação densa e biodiversa. A
água, ao reagir com os minerais das rochas, facilita a sua decomposição e a formação de novos
compostos, que enriquecem o solo com nutrientes essenciais para as plantas.

Fonte:
https://x.com/worldoflet/status/166403059331364
4545. Acesso em 11/06/2024.
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Dessa forma, os solos são compostos por diferentes camadas ou horizontes, cada um com
características físicas, químicas e biológicas distintas. Esses horizontes são o resultado da
interação contínua entre os processos de adição, remoção, transformação e translocação de
materiais dentro do perfil do solo. O horizonte superficial, geralmente rico em matéria orgânica, é
vital para o crescimento das plantas, enquanto os horizontes mais profundos podem conter
minerais menos alterados e são importantes para a retenção de água e nutrientes. Em resumo os
horizontes podem ser classificados como:
● Horizonte O: É a camada superior do solo, composta por matéria orgânica. Esta camada
geralmente apresenta uma coloração escura devido à alta concentração de matéria orgânica.
Na Amazônia, sua importância é acentuada, pois esta camada pode ser bastante profunda,
nutrindo toda a floresta em um processo denominado ciclagem de nutrientes. É por isso que o
solo da Amazônia, mesmo sendo desenvolvido, isto é, muito lixiviado e, portanto, pobre em
nutrientes consegue sustentar uma vegetação extensa e biodiversa como a da floresta.
● Horizonte A: É primeira camada mineral do solo que contém uma significativa quantidade de
matéria orgânica. Está localizado logo abaixo do Horizonte O. Esta camada também apresenta
uma coloração escura, resultado da retenção de nutrientes do horizonte acima. O Horizonte A
é crucial para a fertilidade do solo e o suporte da vegetação.
● Horizonte E: Camada não tão comum, caracterizada pela remoção de grãos de argila. Esta
camada geralmente se forma em solos onde há processos de eluviamento, que transportam os
minerais finos para horizontes inferiores, deixando uma camada mais arenosa e menos fértil.
Esse processo é denominado translocação. Cabe ressaltar que existem solos que não
possuem essa camada, conforme a imagem abaixo ilustra essa ausência.
● Horizonte B: É a camada predominantemente composta por minerais. Este horizonte acumula
materiais eluviados das camadas superiores, como argila, óxidos de ferro e matéria orgânica,
e é essencial para o desenvolvimento do solo por fornecer minerais necessários para o
crescimento das plantas.
● Horizonte C: Camada que consiste em uma mistura de rochas e solo. Esta camada contém
fragmentos de rocha que ainda não foram completamente alterados pelos processos de
intemperismo. A presença de matacões ou grandes fragmentos de rocha é comum nesta
camada, que serve de transição entre o solo mais desenvolvido acima e a rocha-matriz abaixo.
É muitas vezes denominado de saprólito ou rocha podre, pois tem uma aparência de rocha,
mas uma textura de solo.
● Horizonte R ou Rocha-Matriz: Camada é constituída por rocha sólida e não sofre alterações
significativas pelo intemperismo. O Horizonte R é a base a partir da qual todas as outras
camadas de solo se formam através de processos geológicos e biológicos ao longo do tempo.
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Fonte:
http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/ytxrWGxcAp
6vGmq_2021-6-8-19-42-56.pdf. Acesso em 11/06/2024.

Fatores de formação do solo

A formação do solo é um processo complexo e multifacetado, conforme destacamos acima e é
resultante da interação de diversos fatores ambientais e geológicos ao longo do tempo.
Compreender os principais fatores que influenciam a pedogênese é essencial para a ciência do solo,
agricultura sustentável e conservação ambiental. Os cinco fatores fundamentais que determinam
as características e a evolução dos solos são:

● Material de Origem: O material de origem desempenha um papel crucial na formação do solo

e pode ser classificado em dois grupos principais: rochas e sedimentos. As características das
rochas, como composição química, mineralogia, cor e textura, influenciam diretamente os
atributos do solo. Rochas ácidas, com mais de 65% de SiO₂, originam solos arenosos, de baixa
fertilidade e cor amarelada, enquanto rochas básicas, com menos de 52% de SiO₂, formam
solos argilosos, mais férteis e de cor avermelhada. Sedimentos, derivados da intemperização
e erosão das rochas, também influenciam a formação do solo e podem ser coluviais ou aluviais,
dependendo de como foram transportados e depositados. Os solos coluviais refere-se aos
depósitos de solo e fragmentos de rochas que foram movidos e acumulados na base de
encostas íngremes por ação da gravidade. Os aluviais foram transportados e depositados pela
ação da água corrente, como rios e córregos.
● Relevo: É fundamental para a formação do solo, pois controla a dinâmica dos fluxos de água
na paisagem, incluindo lixiviação, erosão e drenagem. Áreas elevadas com boa drenagem
tendem a ter menor erosão, favorecendo a infiltração de água. Em contraste, áreas baixas,
próximas ao lençol freático, com baixa drenagem, apresentam condições anaeróbicas, isto é,
solos encharcados que dificultam o processo de formação dos solos. Cuidado para não
confundir essas “áreas elevadas” com áreas de alta declividade. Quanto maior a declividade,
maior é o escoamento superficial e a erosão, diminuindo a infiltração de água. Assim, áreas
montanhosas apresentam maior erosão. Entretanto, outros planaltos, com menor declividade,
porém elevada altitude, possuem maior infiltração.
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● Clima: Afeta a pedogênese principalmente através da precipitação, evaporação e temperatura.

A água das chuvas facilita a hidrólise e a alteração do material de origem, além de promover a
translocação de materiais dentro do solo. Temperaturas altas aceleram reações químicas e o
intemperismo, resultando em solos profundos e alterados em climas tropicais. Em climas frios,
os solos são menos intemperizados e mais ricos em carbono orgânico. Em áreas áridas, a alta
evaporação pode levar à formação de solos salinos e argilas expansivas.
● Organismos: inclui plantas, animais e microrganismos, interagem com o solo e o clima,
influenciando a pedogênese. A matéria orgânica proveniente de resíduos vegetais e sua
decomposição por fauna e microrganismos contribuem para a estruturação do solo,
escurecimento dos horizontes superficiais, infiltração da água, e retenção de nutrientes
essenciais. Organismos como formigas e minhocas também ajudam na formação de
agregados e na melhoria da estrutura do solo.
● Tempo: É um fator essencial para a maturidade e evolução do solo. Em climas áridos, a
formação do solo é lenta, resultando em solos jovens e pouco desenvolvidos. Em climas
úmidos, a pedogênese é mais rápida, formando solos maduros e bem evoluídos, mesmo em
períodos relativamente curtos. A interação entre os fatores de formação e a cronologia resulta
em solos com características distintas e distribuição geográfica específica, refletindo as
condições ambientais locais ao longo do tempo.

Esquema representativo dos fatores de formação do solo

Fonte: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/202369/1/Formacao-e-caracterizacao-de-solos-2019.pdf. Acesso em
11/06/2024.

Dinâmica do solo
A dinâmica do solo é regida por diversos processos que incluem translocação, transformação,
adição e remoção de materiais. A translocação envolve o movimento de minerais, partículas e
compostos orgânicos dentro do perfil do solo, resultando na redistribuição de materiais entre
diferentes horizontes. Este processo é crucial para a formação de horizontes distintos, como os
horizontes eluviados (Horizonte E) que perderam minerais e iluviados (Horizonte B) que receberam
minerais. Um impacto ou problema ambiental que se relaciona diretamente com esse processo é a
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salinização dos solos que consiste no movimento de sais minerais através do perfil do solo com a
água de irrigação e a subsequente concentração de sal na superfície devido à evaporação.

A transformação refere-se às mudanças químicas, físicas ou biológicas que ocorrem no solo,

levando à formação de novos minerais e compostos. Esses processos transformativos são
essenciais para o desenvolvimento da estrutura do solo e a sua capacidade de fornecer nutrientes
às plantas. Outros dois processos relativos à dinâmica dos solos são a adição e a remoção. O
primeiro é simplesmente o acréscimo, a adição de materiais ao solo, como matéria orgânica,
sedimentos ou nutrientes, e que ocorre de diversas maneiras, incluindo a decomposição de resíduos
vegetais, deposição de partículas transportadas pelo vento ou pela água, e a aplicação de
fertilizantes. Este processo é vital para a manutenção da fertilidade do solo e a sua produtividade
agrícola. Por outro lado, a remoção de materiais ocorre através de lixiviação, erosão ou
decomposição e pode reduzir a disponibilidade de nutrientes e alterar a estrutura do solo.

Compreender esses processos é fundamental para a gestão sustentável dos solos e a preservação
dos recursos naturais, por isso não deixe de conferir a ilustração abaixo que indica um perfil de solo
(técnica muito utilizada para estudar os solos) e a atuação desses processos.

Fonte: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/202369/1/Formacao-e-caracterizacao-de-solos-2019.pdf. Acesso em

11/06/2024.

Solos do Brasil
O Brasil possui uma grande diversidade de solos por ser um país com predominância de clima
úmido, fator que acelera o intemperismo químico e a transformação das rochas. A formação dos
solos passa, portanto, por diversos fatores destacados acima. Todos esses fatores vão contribuir
para o grau de intemperismo daquela rocha e influenciará o tipo de solo que será formado, no
sentido de sua composição, nível de acidez, de fertilidade, a quantidade de ferro e demais
características.
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Contudo ao falar de solo existe mais uma classificação importante de ficarmos atentos que é
relativo ao tamanho dos grãos. A granulometria refere-se ao tamanho dos grãos que compõem um
solo, um fator crucial para determinar sua adequação para a agricultura ou sua susceptibilidade à
erosão, por exemplo. Os grãos do solo são classificados em várias categorias: matacão (acima de
200 mm de diâmetro), calhau (20 a 200 mm), cascalho (2 a 20 mm), areia grossa (0,2 a 2 mm), areia
fina (0,05 a 0,2 mm), silte/limo (0,002 a 0,05 mm), e argila (menos de 0,002 mm).

Para determinar a classe textural do solo, é utilizado o "Triângulo Textural", que classifica o solo
com base na porcentagem de argila, silte e areia. Este instrumento é fundamental para a tomada de
decisões sobre o uso adequado do solo, seja para construções ou práticas agrícolas.

Fonte: https://docente.ifsc.edu.br/joao.quoos/textura_solo/textura.html.
Acesso em 11/06/2024

Em resumo, os solos arenosos têm grãos um pouco maiores que os solos de silte, que possuem
grãos intermediários. Os solos argilosos têm grãos muito pequenos e são mais agregados. Com
isso, a facilidade de infiltração da água muda de solo para solo, sendo a infiltração maior em solos
arenosos e menor em solos argilosos. Sobre a cor dos solos, os mais avermelhados tendem a
possuir maior concentração de ferro, enquanto os mais escuros possuem mais matéria orgânica.
Tudo isso influencia na dinâmica e atividades que se desenvolvem sobre e sob o solo permitindo
classificá-los de diferentes maneiras.
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Os mais comuns no Brasil

● Latossolo: é o solo mais comum do país. É um solo bem desenvolvido, o que significa que foi
muito lixiviado e por isso apresenta grande profundidade, além de ser pobre em nutrientes. Esse
longo processo de lixiviação leva à formação de minerais secundários, como os argilominerais,
que são predominantes nesses solos. Dessa forma, os latossolos são caracterizados por uma
profundidade significativa, textura argilosa a muito argilosa e boa estruturação, o que facilita a
infiltração de água e a circulação do ar.
● Solos aluviais: são formados pela deposição da água do rio nas suas margens e acumulam
grande quantidade de material orgânico e nutrientes, sendo úmido e fértil.
● Solo de massapê: com características de solo aluvial, também é importante para a agricultura.
É muito comum no litoral nordestino, próximo às fozes dos rios. Foi muito importante para o
cultivo de cana-de-açúcar.
● Nitossolo ou terra roxa: formado a partir de derrames vulcânicos antigos. Sua maior ocorrência
no Brasil é na Bacia do Paraná, onde um antigo derrame levou à formação de rochas basálticas.
Com o tempo, a intemperização dessas rochas formou um solo de cor rosada (avermelhada
intensa) e com grande fertilidade. Foi fundamental no cultivo de café.
● Solo laterítico: é um solo que passou por um intenso processo de lixiviação com posterior
concentração de hidróxidos de alumínio e ferro. O processo de formação desse tipo de solo é
a laterização, que leva à formação de uma canga ferruginosa ou laterítica devido ao acúmulo
desses metais. A concentração de alumínio produz um solo muito ácido, sendo necessário
corrigi-lo a partir da calagem (adicionar calcário no solo).

Qual a diferença entre erosão e intemperismo?

Uma dúvida muito comum que abordamos, inclusive em outras aulas, é a confusão entre erosão e
intemperismo. Como essa é uma aula de solos, essa dúvida acaba surgindo novamente. É
importante destacar que tanto a erosão quanto o intemperismo atuam na formação dos solos,
logicamente de maneiras diferentes, como ressaltamos no texto acima. Mas não custa nada
lembrar essa diferença, então vamos lá.

Ambos são processos de desgaste da superfície terrestre, como vento, chuva, calor do sol, entre
outros. A erosão é o conjunto de processos que desagregam e transportam solo e rocha morro
abaixo ou na direção do vento. A erosão mobiliza as partículas produzidas pelo intemperismo.
Sendo o processo de transporte dos sedimentos produzidos pelo intemperismo, a erosão realiza a
sedimentação, ou seja, retira material de um local e deposita em outro.

Por outro lado, o intemperismo é o processo geral pelo qual as rochas são destruídas na superfície
da terra. Ele produz, seja por transformação química ou fragmentação mecânica das rochas, todos
os solos e a matéria-prima dos sedimentos. Sedimentos são todo material desagregado das rochas,
restos de folhas e matéria orgânica que são produzidos em um ambiente natural.

Para finalizar e para que possamos entender melhor os problemas relativos ao solo, é importante
resgatar alguns conteúdos das aulas de impactos ambientais. Nesse sentido, o quadro abaixo
destaca os principais processos e problemas relativos ao empobrecimento do solo.
Geografia

Processos e problemas relativos ao empobrecimento do solo:

É basicamente a ação do intemperismo químico, ao longo do tempo, no solo. É um processo
natural que resulta na remoção dos nutrientes e minerais do solo pela água da chuva ou de
Lixiviação irrigação. É mais comum em áreas de clima úmido. Os nutrientes e minerais solúveis do solo
são levados para camadas mais profundas, tornando o solo menos fértil.
Pode ser agravado pela ação humana, a partir do desmatamento e da irrigação.
Processo natural resultante da ação da lixiviação, durante milhares de anos, em solos ricos em
óxidos de ferro e alumínio. A infiltração da água, ao remover todos os outros minerais mais
solúveis, acaba gerando uma maior concentração do ferro e alumínio (menos solúveis) no solo.
Laterização
O resultado disso é um solo mais ácido, composto por uma crosta laterítica (ou canga),
endurecida em sua superfície ou pouco abaixo dela. Tal processo reduz a infiltração da água e
dificulta o crescimento de plantas, podendo gerar o processo de desertificação.
Processo natural de perda de fertilidade dos solos em áreas de clima árido, semiárido e
subúmido seco. Em áreas de clima muito seco, as taxas de evaporação são muito maiores do
Desertificação que as de reposição da água e, com isso, o solo fica extremamente seco.
É um grave problema do Sertão Nordestino e do Sahel, na África. É agravado pelas atividades
humanas, como desmatamento, ou por mudanças climáticas.
Processo natural de perda de fertilidade em solos arenosos. É muito confundido com a
desertificação. O solo arenoso, a partir da remoção da cobertura vegetal, fica exposto ao
processo erosivo, expandindo a formação de bancos de areia.
Esse tipo de solo é muito permeável para água e, com isso, a vegetação não consegue se fixar.
Arenização Assim, o problema leva à formação de áreas desérticas, mesmo em lugares de clima úmido.
É um processo comum em áreas costeiras e pode ser agravado pela atividade humana a partir
do desmatamento. No Brasil, a arenização é um problema significativo dos Pampas no
sudoeste do Rio Grande do Sul, mas também é possível de falar da formação de areais no
Centro-Oeste do país.
É um processo natural. Entretanto, é acelerado pela ação humana. Resulta em uma perda de
fertilidade dos solos em razão de uma elevada concentração de sais.
Salinização Geralmente, está vinculado à irrigação excessiva em áreas de elevada evaporação, como no
Sertão Nordestino, ou ao desvio de rios, resultando na evaporação do corpo d'água, como no
caso do Mar de Aral.
Processo em que o solo é pressionado e compactado de forma mecânica, reduzindo a
quantidade de microrganismos, oxigênio e água no solo. Com isso, a camada compactada
torna-se rígida e de difícil penetração pelas raízes. Logo, as plantas não conseguem se fixar, a
Compactação água não infiltra e aumenta o escoamento superficial. Exponencialmente mais problemático
quando ocorre em áreas de declividade acentuada, como as encostas.
Pode ser causado pelo tráfego de veículos (tratores), animais (grandes rebanhos) ou atividades
humanas.
Processo natural ou artificial em que a matéria orgânica no solo é queimada. Quando realizada
pelo homem, pode ser benéfico ao solo – se for controlada e se não houver muita frequência –,
Queimadas pois disponibiliza nutrientes para o solo. Todavia, os incêndios podem ficar fora de controle ou
serem realizados com muita frequência, causando grandes danos ao solo e ao bioma,
ampliando o processo de erosão.

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Geografia

Exercícios de fixação

1. Quais são os cinco fatores de formação dos solos?

(A) Clima, relevo, rocha de origem, intemperismo e fauna
(B) Clima, relevo, temperatura, umidade e vegetação
(C) Clima, relevo, composição do ar, pH e luminosidade
(D) Clima, relevo, organismos vivos, rocha de origem e tempo

2. Qual é a relação entre a profundidade do solo e a umidade da região?

(A) Em regiões secas, o solo tende a ser mais profundo
(B) Em regiões úmidas, o solo tende a ser mais profundo
(C) A profundidade do solo não está relacionada à umidade
(D) Em regiões úmidas, o solo tende a ser mais raso

3. Como o relevo de áreas elevadas com boa drenagem afeta a formação do solo?
(A) Aumenta a erosão e amplia a infiltração
(B) Aumenta a compactação do solo
(C) Favorece a infiltração de água e reduz a erosão
(D) Diminui a retenção de nutrientes

4. Qual alternativa destaca corretamente uma das características do Horizonte B na formação

do solo?
(A) Acumular materiais eluviados das camadas superiores
(B) Armazenar grandes quantidades de água
(C) Fornecer a base para a formação de todos os horizontes
(D) Contém fragmentos de rocha não alterados

5. Explique a importância do Horizonte O na sustentação de uma floresta biodiversa como a

Amazônia.
Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (UEA SIS, 2014)

O esquema representa o fenômeno responsável pelo desenvolvimento dos horizontes

pedológicos. Esse fenômeno ocorre devido à atuação do
(A) Intemperismo
(B) Metamorfismo
(C) Magmatismo
(D) Vulcanismo
(E) Tectonismo

2. (Unicamp 2011) Ao considerar a influência da infiltração da água no solo e o escoamento

superficial em topos e encostas, é correto afirmar que
(A) a maior infiltração e o menor escoamento superficial retardam o processo de
intemperismo físico e aceleram a erosão
(B) a maior infiltração e o menor escoamento superficial retardam o processo de
intemperismo físico e aceleram a erosão
(C) a menor infiltração e o maior escoamento superficial aceleram o intemperismo físico e
químico e retardam o processo de erosão.
(D) a infiltração e o escoamento superficial aceleram, respectivamente, os processos de
intemperismo químico e de erosão.

3. (FMJ, 2021) Configura um fator determinante para a origem e a evolução dos solos
(A) o horizonte mineral.
(B) o relevo.
(C) a fertilidade.
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(D) a matéria orgânica.

(E) a vegetação.

4. (UECE, 2021) Leia atentamente o excerto a seguir:

“[...] formado por um conjunto de corpos naturais tridimensionais, resultante da ação
integrada do clima e organismos sobre o material de origem. É condicionado pelo relevo em
diferentes períodos de tempo e apresentando, então, características que constituem a
expressão dos processos e dos mecanismos dominantes na sua formação”.
Silva, N. K. T.; Silva, S. M. Educação ambiental e cidadania. Portal, v. 62, n. 9, 2009.
Dentre os elementos naturais que compõem a paisagem, a descrição acima se refere a:
(A) vegetação.
(B) solo.
(C) bacia hidrográfica.
(D) relevo.

5. (FGV-SP, 2016) As variações de temperatura ao longo dos dias e noites nas diferentes
estações do ano causam expansão e contração térmica nos materiais rochosos, levando à
fragmentação dos grãos minerais. Além disso, os minerais, com diferentes coeficientes de
dilatação térmica, comportam-se de forma diferenciada às variações de temperatura, o que
provoca deslocamento relativo entre os cristais, rompendo a coesão inicial entre os grãos.
Todos os processos que causam desagregação das rochas, com separação dos grãos
minerais antes coesos e com sua fragmentação, transformando a rocha inalterada em
material descontínuo e friável, constituem o processo de
(A) Intemperismo físico
(B) Laterização
(C) Lixiviação
(D) Formação de voçorocas
(E) Ravinamento

6. (UECE, 2016) Os solos são o produto da desagregação das rochas pelos processos físicos,
químicos e biológicos, sendo constituídos, do ponto de vista pedológico, por matéria mineral,
ar, água, matéria orgânica e atividade biológica. Os latossolos são solos
(A) Pouvo evoluídos, com ausência de horizonte B.
(B) Altamente evoluídos e ricos em argilominerais.
(C) Essencialmente orgânicos.
(D) Derivados de rochas calcárias.

7. (UECE, 2018) Atente ao seguinte excerto: “Os solos são corpos naturais da superfície terrestre
que ocupam áreas e expressam características (cor, textura, estrutura etc.) da ação
combinada dos fatores associados aos mecanismos e processos de formação do solo”.
Geografia
Palmieri, F. e Larach, J. O I. Pedologia e Geomorfologia. Pág. 70. In. Geomorfologia e Meio Ambiente. Guerra, A. J. T. e
Cunha, S. B. da. Rio de Janeiro. 1996. Bertrand Brasil.

Considerando o excerto acima e os conceitos de formação do solo, é correto afirmar que solo
pedológico é formado
(A) por uma camada de sedimentos silicosos de origem distrófica que recobre a superfície
terrestre.
(B) por sedimentos alíticos distróficos com elevada acidez, fator que favorece a sua
fertilidade natural.
(C) por material mineral pouco espesso, com boa presença se sódio geralmente derivado de
rochas do cristalino.
(D) por um conjunto de fatores, dentre os quais encontra-se a ação integrada do clima e dos
organismos sobre o material de origem.

8. (ALBERT EINSTEIN – MEDICINA, 2020)

[Revista Agroambiente On-line, vol. 5, nº 2, 2011. Adaptado.]

A técnica apresentada na imagem permite:

(A) identificar o perfil topográfico a partir da relação entre as camadas do solo.
(B) explorar informações sobre o manto terrestre a partir do solo regional.
(C) classificar o solo a partir da descrição de suas características morfológicas.
(D) analisar o solo para estabelecer planos diretores sustentáveis em áreas urbanas.
(E) intervir em profundidade no solo para corrigir excessos do intemperismo biológico.

9. (ENEM, 2022) Solos salinos ou alomórficos apresentam como característica comum uma
concentração muito alta de sais solúveis e/ou de sódio trocável. Eles ocorrem nos locais mais
baixos do relevo, em regiões áridas e semiáridas e próximas do mar. Em regiões semiáridas,
por exemplo, o polígono das secas do Nordeste brasileiro, os locais menos elevados recebem
água que se escoa dos declives adjacentes, durante as chuvas que caem em alguns meses
do ano. Essa água traz soluções de sais minerais e evapora-se rapidamente antes de infiltrar-
se totalmente, havendo então, cada vez que esse processo é repetido, um pequeno acúmulo
de sais no horizonte superficial que, com o passar dos anos, provoca a salinização do solo.
Nas últimas décadas, a expansão das atividades agrícolas na região tem ampliado esse
processo.
LEPSCH, I. F. Solos: formação e conservação. São Paulo: Melhoramentos, 1993 (adaptado).

As atividades agrícolas, desenvolvidas na região mencionada, intensificam o problema

ambiental exposto ao
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(A) realizar florestamento de pinus, desrespeitando a prática do pousio.

(B) utilizar sistemas de irrigação, desprezando uma drenagem adequada.
(C) instalar açudes nos grotões, retardando a velocidade da vazão fluvial.
(D) desmatar áreas de preservação permanente, causando assoreamento.
(E) aplicar fertilizantes de origem orgânica, modificando a química da terra.

10. (UFPR, 2021) Os solos são produto de um longo processo de decomposição das rochas,
desencadeado conjuntamente pela ação química e física de elementos da dinâmica da
natureza. Contudo, com a ocupação humana e o seu consequente uso, os solos podem ser
submetidos a severos impactos, como a salinização. A principal causa da salinização dos
solos é:
(A) a compactação causada pelo pisoteio do gado bovino.
(B) o emprego de fertilizantes à base de nitrogênio.
(C) a irrigação das lavouras em áreas semiáridas.
(D) o desmatamento das matas ciliares.
(E) as queimadas para a renovação das pastagens.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
Clima, relevo, organismos vivos, rocha de origem e tempo são os cinco fatores principais
influenciam a pedogênese (formação dos solos) e determinam as características dos solos,
conforme descrito no texto.

2. B
Em regiões úmidas, o intemperismo químico predominante facilita a formação de solos mais
profundos e desenvolvidos.

3. C
Em áreas elevadas com boas condições de drenagem, a infiltração de água é facilitada e a
erosão é minimizada. Isso promove uma formação de solo mais estável e fértil.

4. A
O Horizonte B é essencial para a formação do solo porque acumula materiais eluviados do
Horizonte E, enriquecendo-o com minerais e nutrientes. As outras alternativas estão incorretas
pois: (B) Armazenar grandes quantidades de água, não é sua principal característica; (C)
Fornecer a base para a formação de todos os horizontes é uma função do Horizonte R (rocha-
matriz); e (D) Contém fragmentos de rocha não alterados, que descreve melhor o Horizonte C.

5. O Horizonte O, composto por matéria orgânica, é vital para a sustentação da floresta amazônica
devido à sua alta concentração de nutrientes que suportam a vegetação a partir de um processo
denominado de ciclagem de nutrientes.

Exercícios de vestibulares

1. A
O intemperismo se destaca como agente da pedogênese, uma vez que a transformação do
material de origem é que gera o solo.

2. D
O escoamento superficial é quando a água escorre pela superfície do solo, erodindo-o quanto
maior for o nível de exposição do solo, ou seja, com a vegetação suprimida, mais exposto a
erosão ele está. Já a infiltração é quando a água entra no solo acelerando o intemperismo
químico. A letra D responde exatamente isso na ordem correta (infiltração -> intemperismo
químico / escoamento superficial -> erosão).

3. B
O relevo é um dos cinco fatores principais que determinam a formação e evolução dos solos,
junto com o clima, organismos, material de origem e tempo. A letra D e E podem causar
confusão, mas é importante destacar que são os organismos e não só a matéria orgânica ou
só a vegetação os responsáveis por determinar a evolução do solo. Dessa forma, as outras
opções (horizonte mineral, fertilidade, matéria orgânica e vegetação) são importantes para as
características e propriedades do solo, mas não são fatores determinantes na sua formação e
evolução.

4. B
Geografia

O fragmento de texto na questão descreve um "conjunto de corpos naturais tridimensionais,

resultante da ação integrada do clima e organismos sobre o material de origem" e menciona
que "é condicionado pelo relevo em diferentes períodos de tempo". Essas características são
típicas da formação e evolução dos solos, que são influenciados pelo clima, organismos,
material de origem, relevo e tempo.

5. A
O intemperismo físico é o processo de desagregação mecânica de fragmentos rochosos.

6. B
Os latossolos são solos altamente evoluídos, que passam por um longo processo de
intemperismo, resultando em uma forte lixiviação de bases e sílica. Esse processo leva à
formação de minerais secundários, como os argilominerais, que são predominantes nesses
solos. Os latossolos são caracterizados por uma profundidade significativa, textura argilosa a
muito argilosa e boa estruturação, o que facilita a infiltração de água e a circulação do ar.

7. D
O solo se forma a partir de vários elementos, como o clima, a ação de agentes biológicos que
ajudam a decomposição, e o intemperismo químico com a ação da água alterando a rocha mãe.

8. C
A técnica apresentada na imagem, que mostra um perfil de solo, é utilizada para a descrição
morfológica das camadas ou horizontes do solo. Isso inclui a observação e registro de
características como cor, textura, estrutura, consistência, presença de matéria orgânica e
outros atributos que ajudam na classificação do solo. As outras opções não descrevem
corretamente o propósito dessa técnica específica.

9. B
A questão aborda o problema ambiental dos solos salinos ou alomórficos, que ocorrem em
regiões áridas e semiáridas, como o Nordeste brasileiro. Esses solos apresentam uma alta
concentração de sais solúveis e/ou de sódio trocável, que são trazidos pela água da chuva ou
da irrigação e se acumulam na superfície do solo pela rápida evaporação. Esse processo reduz
a fertilidade do solo e dificulta o crescimento das plantas. As atividades agrícolas intensificam
esse problema ao utilizar sistemas de irrigação que não levam em conta uma drenagem
adequada, que permitiria a remoção dos sais do solo.

10. C
A salinização dos solos ocorre principalmente devido à irrigação inadequada em áreas
semiáridas. Quando a água de irrigação evapora, os sais minerais dissolvidos na água ficam
acumulados na superfície do solo, levando à salinização. Este processo está diretamente
relacionado à translocação, pois envolve o movimento de sais minerais através do perfil do solo
com a água de irrigação e sua subsequente concentração na superfície devido à evaporação.
As outras opções não são causas principais da salinização dos solos.