Revista Da Associação Brasileira de Psicopedagogia - Avaliação Psicopedagógica Na Perspectiva Da Teoria Histórico-Cultural de Vigotski
Revista Da Associação Brasileira de Psicopedagogia - Avaliação Psicopedagógica Na Perspectiva Da Teoria Histórico-Cultural de Vigotski
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AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA
PERSPECTIVA DA TEORIA
HISTÓRICO-CULTURAL DE VIGOTSKI
Ana Caroline Nunes Costa
DOI: 10.51207/2179-4057.20240019
(https://doi.org/10.51207/2179-4057.20240019)
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo apresentar um modelo
de avaliação psicopedagógica estruturado a partir da
perspectiva da Teoria Histórico-Cultural de Lev
Semionovitch Vigotski. O estudo questiona como uma visão
que classifica e padroniza o comportamento humano e as
formas de aprender colaboram para uma patologização das
diferenças no desenvolvimento. A Teoria Histórico-Cultural
apresenta uma perspectiva de desenvolvimento que rompe
com uma visão dualista de homem, o que contribui para
uma compreensão integral do desenvolvimento humano. O
modelo de avaliação que parte dos princípios da Teoria
Histórico-Cultural almeja encontrar os caminhos de
compensação para o autodesenvolvimento da criança. A
questão principal deste artigo é refletir como uma avaliação
psicopedagógica com base na Teoria Histórico-Cultural
pode colaborar para a compreensão do desenvolvimento
integral da criança. Os procedimentos metodológicos
explicitam que a pesquisa se trata da exposição de uma
avaliação psicopedagógica apresentada em forma de
relatório descritivo de uma criança de 6 anos. Esta
avaliação é dividida em seis partes e apresenta resultados
de um acompanhamento de duração de quatro meses. O
presente artigo teve como resultado apresentar uma
proposta de avaliação que esclareça, às instituições
envolvidas com o desenvolvimento da criança, o papel dos
estímulos organizados de forma intencional, a compreensão
de que existe diversidade no desenvolvimento humano e
que essas diferenças não são sinônimas de um suposto
transtorno do neurodesenvolvimento ou alguma doença.
Palavras-chave: Avaliação Psicopedagógica. Teoria
Histórico-Cultural. Desenvolvimento Infantil.
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo apresentar um modelo
de avaliação psicopedagógica estruturado a partir da
perspectiva da Teoria Histórico-Cultural de Lev
Semionovitch Vigotski. O estudo questiona como uma visão
que classifica e padroniza o comportamento humano e as
formas de aprender colaboram para uma patologização das
diferenças no desenvolvimento. A Teoria Histórico-Cultural
apresenta uma perspectiva de desenvolvimento que rompe
com uma visão dualista de homem, o que contribui para
uma compreensão integral do desenvolvimento humano. O
modelo de avaliação que parte dos princípios da Teoria
Histórico-Cultural almeja encontrar os caminhos de
compensação para o autodesenvolvimento da criança. A
questão principal deste artigo é refletir como uma avaliação
psicopedagógica com base na Teoria Histórico-Cultural
pode colaborar para a compreensão do desenvolvimento
integral da criança. Os procedimentos metodológicos
explicitam que a pesquisa se trata da exposição de uma
avaliação psicopedagógica apresentada em forma de
relatório descritivo de uma criança de 6 anos. Esta
avaliação é dividida em seis partes e apresenta resultados
de um acompanhamento de duração de quatro meses. O
presente artigo teve como resultado apresentar uma
proposta de avaliação que esclareça, às instituições
envolvidas com o desenvolvimento da criança, o papel dos
estímulos organizados de forma intencional, a compreensão
de que existe diversidade no desenvolvimento humano e
que essas diferenças não são sinônimas de um suposto
transtorno do neurodesenvolvimento ou alguma doença.
Palavras-chave: Avaliação Psicopedagógica. Teoria
Histórico-Cultural. Desenvolvimento Infantil.
Introdução
As chamadas “dificuldades de aprendizado” têm sido objeto
de estudos da ciência médica e da educação. A escola
enquanto instituição que promove o ensino tem buscado
soluções ancoradas nessas áreas para sanar os problemas
do aprendizado de crianças. É muito comum a escola
sugerir e/ou encaminhar alunos classificados com alguma
dificuldade para aprender aos especialistas das seguintes
áreas: Medicina, Psicologia, Fonoaudiologia,
Psicopedagogia, Terapia Ocupacional, Musicoterapeuta,
entre outras.
Nos últimos anos tem aumentado a procura pelos
profissionais que trabalham na área clínica com o
aprendizado. A Psicopedagogia é uma dessas áreas
indicadas para sanar os problemas de aprendizagem, e,
consequentemente, da alfabetização. As maiores queixas
da escola e da família no geral se relacionam às
dificuldades para ler, escrever, se concentrar e as noções
de matemática.
Todavia, cada ciência analisa o suposto problema de
aprendizado sobre a sua própria perspectiva e tem as suas
bases filosóficas que influenciam nos diferentes modos de
avaliar a criança. Cito como exemplo a análise médica
sobre a dificuldade para aprender que tende a classificar as
diferenças no desenvolvimento como uma doença ou algum
transtorno do neurodesenvolvimento. Assim, analisar o
homem a partir de uma perspectiva médica e biológica tem
implicações reais para a sua vida e, consequentemente,
para a sua história escolar.
A história nos mostra quantos métodos violentos foram
utilizados com crianças que apresentavam diferenças em
seu desenvolvimento. Cito como exemplo um método
analisado por Vigotski (2021), que destaca o seguinte
acontecimento na escola alemã:
Notas
1 Documentos com diversas questões sobre o
desenvolvimento inicial e a história de vida da criança e
também sobre a visão dos responsáveis a respeito da
educação e da instrução dos filhos.
Correspondência
Ana Caroline Nunes Costa
SQN 112, bloco E, apto 407
Brasília, DF, Brasil – CEP 70762-050
E-mail: [email protected]
(mailto:[email protected])
Artigo recebido: 01/08/2023
Aceito: 30/11/2023
Conflito de interesses: A autora declara não haver.