Historia 3 2

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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO


A.O.S. DIOCESE DE ABAETETUBA
EEEFM SÃO FRANCISCO XAVIER

COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA ANO/SÉRIE: 3ª SÉRIE


PROFESSORES (AS) RESPONSÁVEIS: EDER CARVALHO E INÊS ALVES

ALUNO(A): ____________________________________________ Nº: __________

2° COMPÊNDIO DE HISTÓRIA
CONTEÚDOS:
* A ERA DOS EXTREMOS DA 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A 2ª GUERRA
MUNDIAL.
* O MUNDO ENTRE GUERRAS
* A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917.

Para relembrar: no capítulo anterior evidenciamos o processo de revolução


industrial e a crise de superprodução que por sua vez levou a expansão imperialista
do fim do século XIX. Fato esse que levou os países europeus a estenderem seus
tentáculos em direção ao continente africano e asiático por um processo de
dominação conhecido como imperialismo ou neocolonialismo. Vale ressaltar que,
essa divisão ou partilha causou o processo de roedura do continente africano e
asiático em particular os africanos onde a conferencia de Berlim não levou em conta
as caracteriscas sócio econômicas, culturais e religiosas fragmentando o sistema
tribal e causando enormes estragos no sistema de vida tribal africano.

“O imperialismo é filho da industrialização”


O IMPERIALISMO
De 1760 a 1830, a Revolução Industrial ficou limitada à Inglaterra, que para manter
a exclusividade, proibia exportar maquinário e tecnologia. Mas a produção de
equipamentos industriais superaria logo as possibilidades de consumo interno e não
seria possível conter os interesses dos fabricantes. E o processo se difundiu pela
Europa, Ásia e América.
No fim do século XIX, sobreveio a primeira Grande Depressão (1873 - 1896), que
fortaleceu as empresas pela centralização e concentração do capital. Iniciou-se aí
nova fase do capitalismo, a fase monopolista ou financeira, que se desdobrou na
exportação de capitais e no processo de colonização da África e da Ásia. Agora vamos
analisar o desenvolvimento das principais potências que além da Inglaterra tiveram
condições de empreender este movimento imperial.
O imperialismo, por sua vez, caracteriza-se por:
1- forte concentração dos capitais, criando os monopólios;
2 - fusão do capital bancário com o capital industrial;
3 - exportação de capitais, que supera a exportação de mercadorias;
4 - surgimento de monopólios internacionais que partilham o mundo entre si.
Formas de monopólio nesta etapa do capitalismo:
Truste – Um grupo econômico domina várias unidades produtivas; nos trustes
horizontais, reúnem-se vários tipos de empresa que fabricam o mesmo produto; nos
verticais, uma empresa domina unidades produtivas estratégicas por exemplo, da
mineração do ferro e carvão à fabricação de locomotivas, passando pela siderurgia;

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Cartel – Empresas poderosas, conservando sua autonomia, combinam repartir o
mercado e ditam os preços dos produtos que fabricam;
Holding – Uma empresa central, geralmente uma financeira, detém o controle das
ações de várias outras empresas.

O NOVO COLONIALISMO PARTILHA ÁFRICA E ÁSIA

A colonização portuguesa e espanhola do século XVI havia se limitado à


América. Com raras exceções, as terras africanas e asiáticas não foram ocupadas.
Ali, os europeus limitaram-se ao comércio, principalmente o de especiarias. Por isso,
no século XIX, havia grandes extensões de terras desconhecidas nos dois
continentes, que Portugal e Espanha não tinham condições de explorar. Começou
então nova corrida colonial de outras potências europeias, sobretudo as que haviam
passado por uma transformação industrial, como Inglaterra, Bélgica, França,
Alemanha e Itália.

O IMPULSO DE “ROEDURA” E OS MISSIONÁRIOS EXPLORADORES.

Foi iniciado no século XV o processo de “roedura” (ainda antes da Conferência


de Berlim) tendo como primeiro objetivo a necessidade da manutenção do Reino de
Portugal com a busca de cereais para abastecer a economia de subsistência e depois
com a intenção de chegar às Índias. HERNADEZ (2008) trata do assunto dizendo que
a Conferência é o grande marco na expansão do processo de “roedura” do continente.
Daí então, com a vinda dos missionários e os exploradores o continente foi de forma
efetiva “rasgado”; em 1830 os anglicanos, metodistas, batistas, presbiterianos a
serviço da Grã-Bretanha desenvolveram suas missões em Serra Leoa, na Libéria, na
Costa do Ouro e na Nigéria. A função desses missionários não era apenas a
cristianização da África, mas, de incutir nas mentes dos africanos os pensamentos,
ideias e culturas européias. Já o papel dos exploradores era de explorar pelo
continente africano os mitos e lendas, como não encontraram nada do que
procuravam desviaram seu foco para a negociação de metais preciosos e até de
escravos.

A CONFERÊNCIA DE BERLIM E A PARTILHA.


A Conferência de Berlim realizada em 1884 convocada pelo primeiro-ministro alemão
Otto Von Bismarck beneficiou em que os países africanos? Na realidade em nada,
uma vez que essa foi mais uma maneira de explorar ainda mais “os seres inferiores”
como os próprios europeus se referiam aos africanos, isto é, a Conferência serviu para
manipular, humilhar, dominar e facilitar o controle de possíveis resistências africanas
ao domínio europeu. Nosso papel enquanto professores e formadores de opinião deve
ser no sentido de modificar todas as concepções erradas e arcaicas a respeito do
continente africano; a África não é um continente onde apenas a miséria, a fome, as
epidemias de doenças são características inerentes ao seu perfil ou aquela ideia
ultrapassada eurocêntrica de que o africano é um ser inferior, mas, mesmo no
passado tratava-se de um conjunto de aldeias, tribos e países com formas de
organizações em sociedade complexas, diferentes, porém, não inferiores. Pelo
contrário, temos o que aprender com o berço da humanidade.

A PARTILHA DA ÁFRICA
Em 1830, a França invadiu a África e iniciou a conquista da Argélia, completada
em 1857. Dez anos mais tarde, Leopoldo II da Bélgica deu novo impulso ao

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colonialismo ao reunirem Bruxelas, a capital, um congresso de presidentes de
sociedades geográficas, para difundir a civilização ocidental dizia o rei; mas os
interesses eram econômicos.

OS MOTIVOS DO NEOCOLONIALISMO
No século XVI, o objetivo colonialista era encontrar metais preciosos e mercados
abastecedores de produtos tropicais e consumidores de manufaturas européias. O
interesse concentrou-se na América.
São mais complexos os fatores que explicam o renascimento colonialista do
século XIX: nessa época, vários países europeus passavam pela Revolução
Industrial. Precisavam encontrar fontes de matéria-prima (carvão, ferro, petróleo) e de
produtos alimentícios que faltavam em suas terras. Também precisavam de mercados
consumidores para seus excedentes industriais, além de novas regiões para investir
os capitais disponíveis, construindo ferrovias ou explorando minas, por exemplo.
Havia gente que considerava mesmo dever dos europeus difundir sua civilização entre
povos que julgavam primitivos e atrasados.

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


INTRODUÇÃO:
O crescimento da capacidade de produção mundial provocou uma grande
disputa entre as potências mundiais, na procura por novos mercados consumidores e
de novas fontes de matérias primas. A Primeira Guerra Mundial é considerada por
muitos historiadores como um marco no início do século XX. Foi a partir da Guerra
que novas correlações de forças estabeleceram-se no mundo, marcando o declínio
da Europa e a ascensão dos EUA à condição de principal potência mundial.

ANTECEDENTES:
A eclosão da guerra foi o resultado de uma série de conflitos menores envolvendo
disputas comerciais e/ou militares que a antecederam, todos os conflitos presentes no
contexto de expansão capitalista e imperialista das potências econômicas.
Até aproximadamente 1914 a Europa exercia a supremacia econômica, política e
ideológica sobre o resto do mundo. Na esfera econômica, o poder derivava do fato da
Europa ser a responsável pela maior parte da produção e investimentos em escala
global. Acabou por tornar-se responsável pela importação da maioria dos gêneros
primários produzidos pela “periferia” do sistema capitalista.
No campo político, a hegemonia Europeia era garantida pelo Imperialismo
associado à influência ou controle direto de áreas como África, Ásia e América Latina.

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Agravando o conjunto de fatores que estava por desencadear um conflito global
armado, adiciona-se o enfadonho discurso do Velho Mundo sobre a superioridade e
modelo de eficácia. Apesar da “pompa”, havia na Europa uma grande distinção entre
todas as nações. Além dos diferentes níveis de influência entre as nações pioneiras
(como por ex. Inglaterra e França) e as mais jovens (como por ex. Itália e Alemanha),
havia uma grande contradição no campo social. Mesmo industrializados, muitas
destas nações eram governadas por nobres, ao passo que outras, enfrentavam
disputas entre interesses de classes burguesas e proletárias. Já nesta época o grande
temor capitalista viria a materializar-se na Rússia em 1917: O Socialismo.
Os únicos países que estavam fora da dominação europeia eram os EUA e o
Japão, que não só lutavam, mas também, chegavam a ameaçar a supremacia
europeia em alguns lugares do globo, especialmente extremo oriente e na América
Latina.

CAUSAS DA PRIMEIRA GUERRA:


a) Rivalidades Econômicas e Imperialismo: A entrada de novas potências industriais
imperialistas no cenário internacional aumentava a rivalidade entre as disputas
econômicas e a divisão de mercados e territórios. A necessidade de novos mercados
levou as potências europeias a firmar acordos na busca de evitar conflitos
imperialistas entre as grandes nações, que isoladamente nunca deixaram de ocorrer,
sendo freqüente a quebra de tratados e aumento de tensões diplomáticas. A partilha
da África e da Ásia busca atender aos anseios imperialistas, entretanto, foi mais tarde,
um dos fatores que acaba gerando a animosidade entre as potências européias.
b) O Revanchismo Francês: Desenvolveu-se após a humilhação de 1870, onde
derrotada, teve que ceder às regiões da Alsácia-Lorena (rica em carvão e minério de
ferro). Os franceses desde então nutrem um sentimento de revanche e vingança
contra a Alemanha, o que de certa forma pode ser observado também como uma
forma de nacionalismo.
c) Explosão do Nacionalismo: O nacionalismo desenvolveu-se desigualmente nos
países imperialistas, fruto das condições anteriores ao imperialismo. Tradicionalmente
considera-se a Alemanha como a maior expressão de nacionalismo, na verdade,
muito mais pelos desdobramentos que essa mentalidade teve durante a Segunda
Guerra, do que pela sua real importância no final do século XIX. Na Itália o sentimento
nacionalista esteve presente em grandes revoluções do século XIX e novamente no
processo de unificação. Na França o nacionalismo esteve presente na Revolução
Francesa, manifestado principalmente no ideal de “liberdade, igualdade e
fraternidade"; se bem que a revolução agudizou a luta de classes, enquanto na
Alemanha e na Itália, as unificações baseadas no discurso nacionalista cumpriram o
papel inverso, encobrindo as desigualdades, característica fundamental do
nacionalismo. Mesmo nos EUA, onde não existe o nacionalismo clássico, este
encontrou seu equivalente na Teoria do Destino Manifesto, de origem calvinista, que
serviu como justificativa ideológica para o expansionismo ao longo do século XIX e
para a formação de sua política intervencionista conhecida por "Big Stick".

Para justificar a disputa de fronteiras e o imperialismo, a propaganda nacionalista


é ampliada de diversas formas:
* Pan-Germanismo: Acordo que propõe a consolidação de países de origem
Germânica, liderados pela Alemanha.
* Pan-Eslavismo: Acordo que defende a união de todos os povos de origem eslava da
Europa oriental, incluindo os que estão sob o domínio do Império Austro-Húngaro,
liderados pela Rússia que buscava uma saída para o para o Mediterrâneo.

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* Crise no Marrocos: É um dos antecedentes mais imediatos da guerra. Na disputas
por domínios coloniais, Alemanha e França reclamam a região de Marrocos. Em
acordo em 1906 o território é cedido a França e uma pequena faixa a sudoeste da
África é cedida a Alemanha, que não se contenta com a divisão e acaba entrando em
conflito com a França. Em 1911 recebe desta parte do território do Congo.

*Crise nos Bálcãs: Os enfrentamentos entre Sérvia e Áustria na península balcânica


também colaboram para acirrar as diferenças nacionalistas entre os países da Europa.
Apoiado pelos russos, os sérvios tentam conter a expansão da Áustria. Em 1908 a
Áustria anexa e Bósnia-Herzegovina, impedindo que a Sérvia incorpore outras regiões
eslavas.

SISTEMA DE ALIANÇAS: Paz Armada


No Início do século XX o grande clima de tensão entre os grandes países é de uma
proporção que o conflito já se mostra evidente e iminente. Inicia-se uma corrida
armamentista e aproximação de nações que tinham “semelhança de divergências”
com seus oponentes. A partir de então a máxima “o inimigo de meu inimigo, é meu
amigo” e um novo sistema de aliança, busca a “Paz” a partir da formação duas frentes
“Armadas”.
• Tríplice Aliança: Formada por nações mais jovens, e que por isso, sentiram-se
prejudicadas com a partilha de territórios. Aparentemente mais coesa era e composta
por Alemanha, Austro-Hungria e Itália.
• Tríplice Entente: Tem por base a Entente Cordiale, Inglaterra e França, que se opõe
à expansão alemã. Mais tarde recebe a adesão da Rússia formando então a Tríplice
Entente. Durante a guerra outras nações aliem-se a este grupo e a coalizão passa a
ser chamada de Aliados.

O ESTOPIM DA GUERRA:
Em junho de 1914, o então príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro o Arque-
duque Francisco Ferdinando, foi assassinato em Saraievo, enquanto visitava a
Bósnia. Os tiros que mataram o herdeiro e sua esposa foram disparados por um
estudante bósnio chamado Gavrilo Princip, membro de uma organização secreta
responsável por outros ataques terroristas chamados de Mão Negra ou Unidade da
Morte. Investigações apontaram que o atentado fora planejado em Belgrado, capital
da Sérvia.
A Áustria exige providências oficiais do governo, como o imediato fechamento dos
jornais que se empenhavam em propagandas contra a Áustria; O Fim das sociedades
secretas; Exclusão do Governo e/ou das Forças Armadas de membros acusados da
campanha antiaustríaca.
A Sérvia aceita praticamente quase todas as exigências, mas a Áustria mesmo
assim rompe diplomaticamente e começa a mobilizar seus exércitos. A Rússia não
aceitava qualquer intervenção na Sérvia e para tanto contava com o apoio da França.
A Alemanha concorda com a necessidade de medidas contra a Sérvia e coloca-se ao
lado da Áustria. A movimentação da Alemanha e da Rússia começa com a política de
alianças e em julho e agosto de 1914 inicia-se a guerra.
Nenhum dos lados admitiu ser a guerra uma luta entre interesses imperialistas
divergentes. Cada lado, sob seu ponto de vista, dizia lutar contra “forças malignas” e
atribuía a outra nação a responsabilidade pelo conflito, agindo como forma de defesa
e em busca da liberdade.

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AS FASES DA GUERRA:
Podemos dividir o conflito em duas fases: A Guerra de Movimentos (1914) e A
Guerra de Trincheiras (após 1915). A estratégia de guerra alemã, consistia em
derrotar primeiramente a França e depois a Rússia. Preparam a invasão da França
pela Bélgica, mas uma ofensiva russa obriga a Alemanha a dividir seus exércitos em
duas frentes o que enfraquecendo os ataques aos franceses e detém o avanço
alemão. Batalha de Marne (1914).
Com o conflito equilibrado, o próximo passo é conquistar posições, iniciando-se
então a guerra de trincheira, recurso que custou a vida de muitos soldados em ambos
os lados, em táticas de ataque e contra-ataque em meio à lama, frio, chuva e corpos.
Posteriormente a guerra envolveu outras nações. Os montenegrinos socorrem os
sérvios contra a Áustria, pois tinham a mesma origem étnica. O Japão, de olho nas
possessões alemãs no oriente e apoiado pela Inglaterra declara-se contra a ofensiva
alemã. A Turquia entra do lado alemão e ataca os russos no Mar Negro. A Itália sai
da aliança em maio de 1915 quando entra no conflito do lado ao lado da Tríplice
Entende sob a promessa de receber parte do território da Áustria e da Turquia.
Na frente oriental o exército russo apesar de numero, sofria derrotas para o
exército alemão, o que acelerava as crises internas do país. A crise viria mais tarde a
desencadear a Revolução Russa e a sua posterior retirada da guerra. através do
Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha. Os Estados Unidos declararam guerra a
Alemanha em abril de 1917, alegando lutar contra o autoritarismo e o militarismo

O FINAL DA GUERRA:
Após os russos saírem da guerra com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk,
os EUA alegam terem sido agredidos pela Alemanha, resolvem entrar na guerra ao
lado dos Aliados e trazem consigo a América Latina em peso, o que foi decisivo para
dar novo fôlego a ingleses e franceses quebrando o equilíbrio existente.
Woodrow Wilson, presidente dos EUA e porta voz dos aliados, descarta qualquer
possibilidade de manutenção do Kaiser no governo alemão, e partindo do ponto que
a paz não teria vencedores, apresentou um plano chamado de 14 pontos de Wilson
que serviria de base para futuros tratados: eliminação da diplomacia secreta em favor
de acordos públicos; liberdade nos mares; redução dos armamentos nacionais;
retirada dos exércitos de ocupação da Rússia; restauração da independência da
Bélgica; restituição da Alsácia e Lorena á França; reformulação das fronteiras
italianas; reconhecimento da autonomia dos povos da Áustria-Hungria; independência
da Polônia; criação da liga das nações, dentre outros. Em julho de 1918 as forças
inglesas, francesas e norte-americanas lançam um ataque definitivo contra os
alemães, obrigando-os a recuar. A Bulgária retira-se do conflito e a Turquia se rende.
O Imperador Carlos I da Áustria assina um armistício e abandona o conflito. A guerra
continua porque Wilson exige a deposição de Kaiser, mesmo com os alemães
aceitando a rendição com base nos 14 pontos.
Assim chega ao fim a Primeira Guerra Mundial.

OS TRATADOS DE PAZ:
Em janeiro de 1919, iniciou-se a Conferência de Paris, onde nem os países
vencidos nem a Rússia participaram das deliberações, o que demonstra a severidade
da “Paz” aos derrotados. O Tratado de Versalhes (que recebe esse nome pelo palácio
se Versalhes) estabeleceu culpa à Alemanha pela guerra, recebendo uma série de
penalidades: Perda de 1/7 do território; Devolução da Alsácia e Lorena à França;
entrega aos vencedores de quase todos seus submarinos e navios; desmilitarização
e redução do contingente dos exércitos; proibição de aviação militar e marinha de
guerra; pagamento de uma indenização de 33 bilhões de dólares, entre outras.

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O tratado criou ainda a Liga das Nações, que no início não contava com a
participação da Alemanha e da Rússia e teria como objetivo principal manter a paz
mundial. A liga nascia fadada ao fracasso, pois os EUA, a nação idealizadora, não
participava pois discordara das formas de acordos estabelecidos no pós-guerra.
Outros acordos são assinados com os aliados da guerra. O Império Austro-
Húngaro é desmembrado e surgem a Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, e
Iugoslávia. O Império Turco foi igualmente fragmentado, ficando seu antigo sob o
controle das potências européias vencedoras, França, Inglaterra e Itália.

AS CONSEQUENCIAS DA GUERRA:
A Primeira Guerra Mundial, planta as sementes da Segunda Guerra, uma vez
que o militarismo e o nacionalismo não desaparecem, pelo contrário, surgem novos
totalitarismos. O conflito entretanto muda o cenário global. As economias despertam
para a necessidade de um planejamento mais central e um uso racional da força de
trabalho, uma crise do liberalismo. O comércio mundial ganha novos contornos com
a industrialização da América Latina. A inflação surge no cenário econômico
internacional. Tem início a participação da mulher no mercado de trabalho e também
de sua emancipação.
Além da destruição geral e o grande número de mortos, as principais
conseqüências da Primeira Guerra podem ser numeradas a seguir:
a) Redefinição do mapa europeu.
b) Elevação do número de desempregados.
c) Condições humilhantes impostas a Alemanha.
d) Progressiva degradação dos sistemas democráticos, especialmente na Alemanha
e na Itália.
e) Criação da Liga das Nações.
f) Declínio da Europa e ascensão dos EUA.

ANTECEDENTES: O CAMINHO PARA O SOCIALISMO:


Assim como a Revolução Francesa em 1789 mostrou-se um modelo clássico de
Revolução Burguesa acabando com a velha ordem feudal-aristocrática propiciando o
desenvolvimento do capitalismo moderno, a Revolução Russa de 1917 foi um modelo
clássico de revolução proletária que visava o fim do capitalismo e o nascimento de
uma nova ordem mundial tornando-se a primeira nação socialista o mundo.

A RÚSSIA ANTES DA REVOLUÇÃO:


A Rússia entes da Revolução era predominantemente agrária e semi-feudal,
onde a aristocracia rural e o clero ortodoxo detinham o controle da propriedade da
terra e o poder político. O processo de industrialização iniciara somente no fim do
século XIX, concentrado nas áreas de Kiev, Moscou e Petrogrado, sendo que mais da
metade do capital era de origem estrangeira: principalmente França, Alemanha e
Inglaterra. A industrialização tardia e dependente, concentrada em regiões específicas
produziu uma burguesia fraca e imprudente de um lado, e de outro, um proletariado
forte organizado e combativo mantendo laços estreitos com os camponeses
(ocasionado pelas origens rurais).

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OPOSIÇÃO PARTIDÁRIA AO CZAR:
A burguesia russa, mostrava-se fraca e dependente, uma vez que a
concentração das terras estava nas mãos dos nobres e o capital das grandes
empresas nos grupos estrangeiros, cabendo aos capitalistas russos apenas médios e
pequenos empreendimentos.
a) Oposição Burguesa: Buscando uma maior e mais ativa participação na política, a
maioria dos burgueses voltava-se para o liberalismo buscando arrumar meios para
estabelecer um regime constitucional, capaz de garantir sua representatividade junto
ao poder central. Buscavam estabelecer um sistema de governo baseado na divisão
de poderes seguindo os moldes na monarquia parlamentarista inglesa. Com isso o
Czar continuaria no topo do poder político, mas dividindo suas prerrogativas com uma
assembleia legislativa eleita. Organizaram-se no Partido Constitucional Democrático,
o Partido Kadete, expressão das reivindicações burguesas e que ainda agregava
alguns dos elementos mais “modernos” da nobreza.
b) Oposição Operário-Camponesa: Dentre os partidos de maior expressão
destacamos primeiramente o Partido Socialista Revolucionário o mais numeroso
partido operário que possuía também uma grande penetração no campo, mas que se
encontrava dividido em alas socialistas e anarquistas, e usavam de táticas violentas
para tentar derrubar o regime.
O Partido Operário Social Democrata Russo, surgira como um partido socialista
marxista autêntico. Em 1903, divergências sobre táticas implementadas na luta pelo
poder, dividi-o em duas alas: Bolcheviques e Mencheviques.
Mencheviques (membros da minoria): Propunham a formação de um partido que
buscaria a formação e implementação de um socialismo seguindo a “evolução natural”
da sociedade, permitindo primeiro o amadurecimento do capitalismo para depois fazer
a revolução implantando o socialismo, defendendo uma aliança com a burguesia para
acelerar o processo. Foi liderado por Trotsky até 1917.
Bolcheviques (membros da maioria): Propunham a formação de um partido com
organização profissional de revolucionários, objetivando a insurreição plena e
imediata para a conquista do poder, implantando um regime socialista através da
posse de terras, indústrias, bancos para o regime revolucionário. A aliança permitida
era unicamente entre camponeses e operários (foice e martelo). Mais tarde o partido
é rebatizado com nome de Partido Comunista, sendo liderado por Lênin e Trotsky.

O ENSAIO GERAL:
O regime Czarista russo era baseado principalmente na expansão militar. Em
1904 o Czar russo Nicolau II mobilizou tropas em direção ao Pacífico, entrando em
choque com o Imperialismo Japonês. A mobilização para a guerra associada a uma
derrota para o Japão acentua a fragilidade do sistema czarista e os problemas sociais
russos, levando a eclosão de um movimento popular pacífico em frente ao Palácio de
Inverno do Czar, mas que foi violentamente reprimido por ordens de Nicolau II. O
movimento ficou conhecido como Domingo Sangrento e despertou uma onda de
protestos por todo o Império (greves trabalhadoras, rebeliões camponesas e motins
militares).
Inicialmente conduzido por operários, o movimento foi aos poucos liderado pela
burguesia e pela classe média. Diante da proporção da crise e da organização do
movimento o Czar resolve aceitar alguma das reivindicações, estabelecendo algumas
concessões como: legalização dos partidos políticos inclusive os de oposição,
ampliação de direitos civis como o de associações (soviets) e a criação de uma
Assembleia Legislativa (Duma)
Pouco depois o Czar foi tentando restabelecer o controle do país, dissolvendo a
Duma, prendendo líderes opositores e intervindos em soviets, o que só veio a

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contribuir para aumentar o descontentamento com o regime. O movimento de 1905
ficou conhecido como um “Ensaio Geral” para a Revolução de 1917.
A CRISE DE 1929
INTRODUÇÃO:
O período entre guerras (1919-1939) foi marcado pela mais contundente crise
do capitalismo desde seu surgimento: A Crise de 1929, uma crise de superprodução
acompanhada de um subconsumo, iniciado nos Estados Unidos e que em maior ou
menor grau, atingiu todos os países do mundo capitalista.

O CRESCIMENTO AMERICANO:
No governo de Theodore Roosevelt (1901-1909), os Estados Unidos tornam-se
efetivamente uma potência mundial e entrou efetivamente na disputa imperialista.
A produção norte americana deu um salto gigantesco em vários setores,
destacando-se a indústria bélica, de material de campanha, de alimentos e mesmo de
setores destinados ao consumo interno, uma vez que o potencial de consumo no país
aumentou com a elevação do nível de emprego; ou ainda para a exportação,
principalmente para a América Latina, tomando o lugar que tradicionalmente coube à
Inglaterra, e para os demais países da Europa durante a Primeira Guerra Mundial.

OS EUA E A GUERRA MUNDIAL:


Com a Primeira Guerra Mundial, o papel dos EUA no cenário internacional
alterou-se. A guerra fora planejada para poucos meses, porém sua longa duração e o
envolvimento de diversos países com a política de alianças, gerou o problema de
abastecimento, pois os países beligerantes precisavam cada vez mais de roupas,
alimentos, armas e dinheiro. Os EUA eram o único país em condições de atender a
demanda europeia, e como a princípio não participava do conflito podia comercializar
com ambos os lados.
Desta forma, e “neutros politicamente”, enriqueceram muito se tornando o
grande credor da Europa. Até aproximadamente 1914, havia grandes investimentos
europeus (principalmente Inglaterra e França) nos EUA, e com a guerra as relações
econômicas com a Europa mudaram de fluxo. No final da guerra os Estados Unidos
eram a maior potência econômica do globo.
Os anos 20 foram marcados por uma explosão de crescimento interno, a
produção crescia a uma velocidade considerável, alcançando diversos setores e
desenvolvendo novas tecnologias como por exemplo o rádio, que em 10 anos passou
de raridade a elemento obrigatório principalmente nos lares americanos, onde os
anunciantes começam uma disputa pela preferência e atenção dos ouvintes.
No plano industrial, há um aumento da produção devido ao incremento de
novas formas de energia como a eletrificação, uso do petróleo e derivados. Isso
acarretou um efeito de barateamento no custo da produção de aço e crescimento da
produção automobilística.
A expansão do crédito incrementava a venda dos produtos, aquecendo a
economia. Formaram-se grandes impérios industriais e comerciais nos EUA. Ao final
da década de 20 por exemplo, um em cada 5 americanos tinha um automóvel o que
encurtou as distâncias e facilitou o deslocamento de mercadorias por todo o país.
O sucesso econômico produziu também o nascimento da indústria do
entretenimento, com destaque para o cinema, maior instrumento para a difusão do
“american way of life” ou modo de vida americano, através de Hollywood esse padrão
foi exibido para o mundo inteiro, passando a ser invejado, desejado e consumido.
A agricultura também se beneficiou, com um surto de prosperidade
acompanhando o crescimento das áreas de eletrificação rural e a emergente
mecanização do campo.

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A CRISE DE SUPERPRODUÇÃO:
Durante a guerra, a grande demanda do mercado externo garantia o total
escoamento da produção americana. Como fornecedor único, houve uma
supervalorização dos produtos nos EUA, enriquecendo a sociedade americana.
Quando a guerra acabou e quando os países europeus voltaram a produzir, adotaram
também medidas protecionistas que garantissem a competição interna. Com isso o
produto americano, visto como caro, não podia mais concorrer com os europeus.
Isso mostra o caráter contraditório do capitalismo, já que o enriquecimento ocorre
através da produção e exploração do trabalho gerando o lucro. Mas a mesma
produção geradora de lucro ou riqueza, quando demasiada e não acompanhada de
consumo pode significar uma queda na lucratividade quando o fluxo de consumo
decresce, e foi exatamente isso que aconteceu.
Com os preços baixos os cortes nos custos da produção, tornam-se necessários
a demissão maciça de empregados como primeira medida. Ocorre que, com mais
desempregados, diminuía o consumo e os preços eram forçados a baixar novamente;
cortavam-se mais custos; mais demissões; redução dos preços novamente...
Diante desta situação, os grandes empresários passaram a especular na Bolsa
de Valores, atribuindo as suas ações preços irreais, muito mais altos. Os investidores
passaram a desconfiar e a partir de setembro de 1929, colocaram simultaneamente
seus títulos a venda e a bolsa entrou em declínio, mas era o primeiro passo para o
colapso.
No dia 24 de outubro de 1929, a bolsa quebrou e o dia ficou lembrado como a
quinta feira negra. Milhões de ações não encontraram compradores e as cotações
baixaram vertiginosamente, causando falência nos bancos, empresas, indústrias e
comércio. Milhares de funcionários foram demitidos e o mercado entrou em uma
retração profunda.
Não só os EUA sofreram com a quebra da bolsa, mas também a Europa que
viu os créditos estrangeiros evaporarem, e a América Latina cujos países não tinham
como repassar na mesma proporção suas matérias primas.

O NEW DEAL:
A não intervenção do Estado e o estrago causado pelos empresários
americanos, foram os fatores fulminantes nos princípios liberais predominantes até
então (Liberalismo Econômico Clássico). O custo foi enorme, além da quebradeira
geral das empresas e indústrias, o número de desempregados em 1933 chegava a
casa dos 15 milhões, apenas nos EUA. A Alemanha por exemplo tinha índices
próximos aos 6 milhões. Apenas a URSS que vivia isolada através da política de
“cordão sanitário” imposta pelos capitalistas, escapou da crise.
Em 1832 foi eleito para presidente dos EUA Franklin Roosevelt, que anunciou
um conjunto de profundas mudanças na economia e sociedade americana. O ponto
crucial e que mudaria a política econômica a partir de então, seria a intervenção estatal
para salvaguardar o modelo capitalista: estas séries de medidas receberam o nome
de New Deal. O plano estimulava investimentos a partir do Estado na economia,
através de investimentos na infraestrutura do país: construção de estradas; barragens;
auditórios; aeroportos; portos e habitações populares. O aumento de investimentos
nos setores produtivos reduziria o contingente de desempregados e recuperaria se
poder de compra. O governo ainda remunerou agricultores para que não plantassem
mais, reduzindo a oferta dos produtos agrícolas limitando a produção. Estabeleceu
ainda medidas de proteção social como: seguro desemprego, salário mínimo e
aposentadoria. Apesar dos avanços do New Deal, críticos da intervenção do Estado
na economia, setores mais conservadores limitaram a quantidade de capitais

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investidos nas ações do governo. Desta forma os efeitos da grande depressão de 30,
apesar de minorados com o New Deal, só foram totalmente superados com o início
da Segunda Guerra Mundial.

OS REGIMES TOTALITÁRIOS NAZISMO E FASCISMO


INTRODUÇÃO:
Totalitarismo é um termo que representa uma ideologia e prática política
caracterizada pela total subordinação dos indivíduos aos interesses do Estado. Num
regime totalitário o Estado possui poderes absolutos sobre toda a vida política, social,
cultural, religiosa e econômica. O totalitarismo foi particularmente visível nas ditaduras
europeias surgidas após o final da Primeira Guerra Mundial, constituindo uma das
características principais do fascismo, do nazismo, do franquismo, do salazarismo e
do comunismo soviético.
É importante lembrar que, ao fim a Primeira Guerra Mundial, a Europa passava
por uma grave crise econômica, principalmente na Itália e Alemanha. No cenário de
inflação, miséria e desemprego surgem líderes político-ideológicos antidemocráticos,
pregando o discurso da necessidade de um governo forte capaz de restaurar o
equilíbrio da nação.
Foi ainda no decorrer da Primeira Guerra Mundial que começou a nascer o
Totalitarismo, fenômeno político que marcou o século XX. Com a necessidade de
direcionar a produção industrial para as demandas geradas pela guerra, os governos
das frágeis democracias liberais europeias tiveram de se fortalecer, acumulando
poderes e funções de Estado, em detrimento do poder parlamentar, para agilizar as
decisões importantes em tempos de guerra. Quando voltasse a paz, dizia-se, que
esses poderes seriam retornados à distribuição democrática usual. Mas não foi isso
que aconteceu.
O Estado com executivo forte e legislativo debilitado que se constituiu durante a
Primeira Guerra acabou sendo a semente do modelo de Estado autoritário que surgiria
na década seguinte. Das várias monarquias parlamentares europeias em 1914 (Reino
Unido, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Suécia, Noruega,
Sérvia, Bulgária, Romênia, Grécia, Áustria-Hungria e outras), só a britânica terminou
o século sem ter passado por uma ditadura de inspiração fascista.
Nas suas origens íntimas, os regimes totalitários revelam-se como um ímpeto de
reação contra os males do liberalismo filosófico, político, social e econômico, males
que contribuíram decisivamente para a quebra de unidade religiosa, política e social
da Europa, a partir do Renascimento. Os regimes totalitários, por sua vez, divinizando
os bens criados – Estado, Partido, Chefe, Raça, Nação – procuram falsamente
substituir os valores desalojados pelo liberalismo.

A PROPAGANDA TOTALITÁRIA:
Buscando o domínio total da população em regimes pautados por teorias
conspiratórias e uma realidade fictícia criada em meio a um desprezo pela realidade
dos fatos, a propaganda totalitária foi essencial para, num primeiro momento, a
conquista das massas e arregimentar em torno de si uma enorme quantidade de
simpatizantes. Já empossados da máquina governamental, o terror, ainda restrito na
ascensão dos movimentos ao poder, assume sua forma mais acabada, e, com isso,
constitui-se no melhor instrumento de propaganda destes regimes: dão realidade às
afirmações fictícias do regime. Como exemplo, Stalin, ao divulgar que acabara com o
desemprego na URSS, uma inverdade de fato, extinguiu os programas de benefícios
para desempregados. Ao afirmarem, os nazistas, que poloneses não tinham intelecto,
começaram o extermínio de intelectuais poloneses.

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Desta forma, o uso da violência é tido como parte da propaganda. E a primeira
só vai substituir a segunda na medida em que a dominação vá se efetuando
completamente. A propaganda é destinada aos elementos externos ao movimento,
àqueles que ainda não se dominam completamente, já o terror é perpetrado entre
aqueles já dominados e que não mais oferecem resistência ao regime, alcançando
sua perfeição nos campos de concentração onde a propaganda é totalmente
substituída pela violência.

O FASCISMO ITALIANO:
O despertar do sentimento nacionalista na Itália do Pós Primeira Guerra Mundial
foi extremamente forte, ocasionado principalmente pela não obtenção de territórios
estratégicos nos tratados do pós-guerra. Somem-se ainda o número de mortos
italianos no conflito que chegaram à casa dos 650.000. As “recompensas” territoriais
concedidas á Itália foram consideradas insignificantes o que despertou um sentimento
de frustração e necessidade de conquista de novos territórios
A situação econômica depois da guerra era grave. O país passava por problemas
como atrasos ou heranças de guerra: destruição, inflação causada pelo emissionismo,
dívidas de empréstimos, desemprego, depreciação da moeda local a lira, e etc.
Dentro deste cenário a crise logo se transformou em ingredientes para uma
revolução. O número de greves cresceu assustadoramente após 1919; revoltas e
pilhagens em conduzidas pela população desempregada; nos campos as revoltas
camponesas também aumentavam.
O poder político mostrava-se incapaz de acabar com a crise. A burguesia sentia-
se ameaçada pela revolta social e pela crescente simpatia a teorias sociais
alternativas como o comunismo. Decidiram então apoia um grupo político pequeno,
mas muito bem organizado e disposto a acabar com a onda revolucionária: Os
Facistas.
O partido foi fundado em 23 de março de 1919 em Milão. Dentre seus membros
encontravam-se membros das mais diferentes tendências políticas: anarquistas,
sindicalistas, nacionalistas e principalmente antigos combatentes ainda não
acostumados à vida civil.
Concorreram as eleições em 1919, mas foram derrotados sem conseguir uma
cadeira no Parlamento. O fracasso demonstrou sérias deficiências no partido e um de
seus líderes Benito Mussolini resolveu reorganizá-lo só que agora em moldes
paramilitares. Fundado como uma associação nacionalista (o Fasci di
Combattimento), o movimento fascista de Mussolini converteu-se num partido
nacional (o Partito Nazionale Fascista) após ter ganhado 35 assentos nas eleições ao
parlamento de Maio de 1921.
Em Julho de 1922, a violência fascista conseguiu evitar uma greve geral
decretada pelos partidos de esquerda. Foi preparada uma demonstração de força que
deveria ser apoiado militarmente com uma marcha sobre Roma. Em 26 de outubro,
Mussolini dirigiu-se ao Rei Vitor Emanoel exigindo o poder. O monarca organizou um
novo ministério composto de vários membros do partido fascista. No dia seguinte o
exército desfilou pelas ruas da cidade sem encontrar nenhuma resistência, movimento
que ficara conhecido como a MARCHA SOBRE ROMA. Em 03 de janeiro de 1925,
Mussolini anunciou o estabelecimento de um regime totalitário de governo onde a
oposição foi eliminada, a constituição reformulada, o Primeiro Ministro passaria a ter
poderes plenos do legislativo desaparecendo com a Câmara e o Senado. O fascismo
foi de certa forma o resultado de um sentimento geral de ansiedade e medo dentro da
classe média na Itália do pós-guerra, que surgiu no seguimento da convergência de
pressões interrelacionadas de ordem econômica, política e cultural. Sob o estandarte
desta ideologia autoritária e nacionalista, Mussolini foi capaz de explorar os medos

12
perante o capitalismo numa era de depressão pós-guerra, o ascendente de uma
esquerda mais militante, e um sentimento de vergonha nacional e de humilhação que
resultaram da "vitória mutilada" da Itália nos tratados de paz pós Primeira Guerra
Mundial. Tais aspirações nacionalistas não realizadas (ou frustradas) manchavam a
reputação do liberalismo e do constitucionalismo entre muitos sectores da população
italiana
O feito político mais duradouro deste regime foi talvez o Tratado de Latrão de
Fevereiro de 1929 entre o Estado italiano e a Santa Sé, pelo qual ao Papado foi
concedida a soberania sobre a Cidade do Vaticano e recebeu a garantia do livre
exercício do Catolicismo como a única religião do Estado em toda a Itália em retorno
da sua aceitação da soberania italiana sobre os anteriores domínios do Papa.

O NAZISMO ALEMÃO:
Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi palco de uma revolução
democrática que se instaurou no país. A primeira grande dificuldade da jovem
república foi ter que assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes que, impunha pesadas
obrigações à Alemanha.
Ao final da Primeira Guerra Mundial , além de perder territórios para França,
Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados pelo Tratado de Versalhes
a pagar pesadas indenizações aos países vencedores. Essa penalidade faz crescer a
dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando falências, inflação e
desemprego em massa. As tentativas frustradas de revolução socialista (1919, 1921
e 1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criam
condições favoráveis ao surgimento e à expansão do nazismo no país.
À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário
político-alemão, partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo.
Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome
Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von
Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano,
conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse
crescimento, porém, perdurou somente até 1929.
Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932,
já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os
milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes,
passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país
rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista
conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido.
Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este
concedeu a Hitler o cargo de chanceler (chefe do governo). No poder, Hitler conseguiu
rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar
satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a
dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. Em agosto de 1934,
morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de
Führer (guia condutor, criando o 3º Reich - Terceiro Império). Fortalecido, o Führer
lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais
cruel ditadura que a humanidade já conhecera. A propaganda era dirigida por Joseph
Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do
Povo e da Propaganda. Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle
sobre os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos,
hinos, símbolos, saudações e palavras de ordem nazista. Já a violência policial esteve
sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SA

13
(guarda do Exército), SS (guarda especial) e Gestapo (polícia política) para prender,
torturar e eliminar os inimigos do nazismo implantando o terror com a perseguição aos
judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos.
No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da
agricultura, da indústria de base e, sobretudo, da indústria bélica. Com isso, o
desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se
equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes. O
intervencionismo e a planificação econômica adotados por Hitler eliminam, no entanto,
o desemprego e provocam o rápido desenvolvimento industrial, estimulando a
indústria bélica e a edificação de obras públicas, além de impedir a retirada do capital
estrangeiro do país. Esse crescimento deve-se em grande parte ao apoio dos grandes
grupos alemães, como Krupp, Siemens e Bayer, a Adolf Hitler.
Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar
obrigatório (1935), remilitariza o país. Nesse mesmo ano, cria o Serviço para a
Solução do Problema Judeu, sob a supervisão das SS, que se dedica ao extermínio
sistemático dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de
concentração. Anexa a Áustria (operação chamada, em alemão, de Anschluss) e a
região dos Sudetos, na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em 1939, dá
início à Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

NAZISMO X FASCISMO:
O Nazismo é geralmente considerado uma forma de fascismo, mas o
Nazismo, em contraste com o Fascismo, viu o objetivo do Estado no serviço de um
ideal daquilo que o Estado supostamente deveria ser: as suas pessoas, raças,
aspectos da cultura. Por seu lado, o fascismo de Mussolini continuou fiel à ideologia
de que todos estes fatores existiam para servir o Estado e que não era
necessariamente no interesse do Estado servir ou manipular algumas daquelas
características.
O único objetivo do governo sob o fascismo era auto-valorizar-se como a
maior prioridade da sua cultura, simplesmente sendo o Estado em si, quanto maior a
sua dimensão, melhor. Enquanto o Nazismo era uma ideologia Metapolítica, vendo a
si mesmo apenas como uma utilidade pela qual uma condição alegórica do seu povo
era o seu objetivo, o fascismo era uma forma sinceramente anti-socialista de
Estadismo que existiu por virtude de e com fins em si mesmo. O movimento Nazi falou
da sociedade baseada em classes como o seu inimigo e pretendia unificar o elemento
racial acima de classes estabelecidas, enquanto que o movimento fascista tentou
preservar o sistema de classes e sustentou-o como a fundação de cultura
estabelecida e progressiva.
Por mais que certos tipos de socialismo possam parecer-se superficialmente
ao fascismo, deve ser destacado que as duas ideologias se chocam violentamente
em muitos assuntos. O papel do Estado, por exemplo. No Socialismo, considera-se
que o Estado é meramente uma "ferramenta do povo", algumas vezes chamado de
"mal necessário", que existe para servir aos interesses do povo e proteger o bem
comum (e algumas formas de socialismo, como o socialismo libertário, rejeitam
completamente o Estado). Já o Fascismo crê no Estado como um fim em si mesmo,
e digno de obediência e subserviência por parte do povo.
O Fascismo rejeita as doutrinas centrais do Marxismo, que são a luta de
classes e a necessidade de substituir o capitalismo por uma sociedade controlada
pelo operariado, na qual os trabalhadores sejam proprietários dos meios de produção.

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REFERÊNCIAS:
ARENDT, Hannah. As origens do Totalitarismo. São Paulo: companhia das letras,
1990
FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática 1997.
GONZALES, Horácio. A Revolução Russa. São Paulo: Moderna. 1986.
HOBSBAWM, Eric. A era dos Extremos. O breve século XX. 1914-1991. São Paulo:
companhia das letras, 1995.
MOTA, Myriam Becho. História das cavernas ao terceiro milênio. Volume 3,1ª Edição,
São Paulo: Editora Moderna, 2005
SOUZA JUNIOR, José Alves. O Mundo Contemporâneo: Da Expansão Imperialista A
Derrocada Do Socialismo No Leste Europeu. Belém: produção independente, 1999.
www.google.com

ATIVIDADES

QUESTÕES OBJETIVAS:

1) COM BASE NA LEITURA DO MATERIAL APOSTILADO E AS EXPLANAÇÕE


DOSCENTE ANALISE CORRETAMENTE

A) Descreva corretamente o momento político da Europa após a primeira guerra mundial:


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B) Estabeleça a relação existente entre a implantação dos regimes totalitários e a crise no


capitalismo em 1929.
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C) Estabeleça um breve resumo com o limite mínimo de 20 linhas comentando os principais


pontos da revolução russa e quais as consequências desse momento histórico?
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D) Em sua obra A Era dos Extremos o Historiador Eric Hobsbawm chama o século XX de:
“O BREVE SECULO XX” explique a razão de o historiador utilizar essa frase se referindo
ao século XX?
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E) explique porque a Segunda Guerra Mundial é conhecida como uma continuação da


Primeira Guerra?
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2) Elaboração de um texto dissertativo com o limite de 15 linhas explicando a diferença
entre Nazismo e Fascismo:
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QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

01 – A análise do mapa e os conhecimentos sobre colonialismo e imperialismo permitem


concluir:

Assinale as proposições corretas, some os números a elas associados e marque a


alternativa verdadeira.
(01) A foi metrópole de G durante mais de três séculos e manteve colônias em H até o
século XX.
(02) A disputou com B as terras de I, as quais, do século XVI ao XIX, foram exploradas e
colonizadas por C.
(04) E disputou com A mercados fornecedores de açúcar localizados em G, durante o
século XVII, enquanto D e C disputaram colônias em H e I, no século XIX.
(08) B conquistou áreas coloniais em F, no século XV; no entanto, durante os séculos XVIII
e XIX, essas áreas foram objeto de freqüentes disputas entre B, C, D e E.
(16) Colonizadas por E, áreas localizadas ao sul de H foram palco de significativo conflito
com D, no século XIX, em disputa pela sua posse.
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(32) B foi o primeiro país europeu a unificar-se territorialmente, no século XV, o que
possibilitou o estabelecimento de áreas coloniais em I e, conseqüentemente, melhores
condições de disputar essas áreas com C e E, durante o século XX.
A soma das alternativas corretas e:

A) 40
B) 48
C) 29
D) 63
E) 31

02 A conquista da Ásia e da África, durante a segunda metade do século XIX, pela principais
potências imperialistas objetivava

A) a busca de matérias primas, a aplicação de capitais excedentes e a procura de novos


mercados para os manufaturados.
B) a implantação de regimes políticos favoráveis à independência das colônias africanas e
asiáticas.
C) o impedimento da evasão em massa dos excedentes demográficos europeus para
aqueles continentes.
D) a implantação da política econômica mercantilista, favorável à acumulação de capitais
nas respectivas Metrópoles.
E) a necessidade de interação de novas culturas, a compensação da pobreza e a
cooperação dos nativos.

03 - Os Tratados de Paz assinados ao fim da Primeira Guerra Mundial "aglutinaram vários


povos num só Estado, outorgaram a alguns o status de 'povos estatais' e lhes confiaram o
governo, supuseram silenciosamente que os outros povos nacionalmente compactos
(como os eslovacos na Tchecoslováquia ou os croatas e eslovenos na Iugoslávia)
chegassem a ser parceiros no governo, o que naturalmente não aconteceu e, com igual
arbitrariedade, criaram com os povos que sobraram um terceiro grupo de nacionalidades
chamadas minorias, acrescentando assim aos muitos encargos dos novos Estados o
problema de observar regulamentos especiais, impostos de fora, para uma parte de sua
população. (... ) Os Estados recém-criados, por sua vez, que haviam recebido a
independência com a promessa de plena soberania nacional, acatada em igualdade de
condições com as nações ocidentais, olhavam os Tratados das Minorias como óbvia quebra
de promessa e como prova de discriminação."
(Hannah Arendt, AS ORIGENS DO TOTALITARISMO)
A alternativa mais condizente com o texto é:

A) após a Primeira Guerra, os Tratados de Paz estabelecidos solaparam a soberania e


estabeleceram condicionamentos aos novos Estados do Leste europeu através dos
Tratados das Minorias, o que criou condições de conflitos entre diferentes povos reunidos
em um mesmo Estado.
B) o surgimento de novos Estados-nações se fez respeitando as tradições e instituições
dos povos antes reunidos nos impérios que desapareceram com a Primeira Guerra Mundial.
C) os Tratados de Paz e os Tratados das Minorias restabeleceram, no mundo
contemporâneo, o sistema de dominação característico da Idade Média.
D) apesar dos Tratados de Paz estabelecidos depois da Primeira Guerra terem tido
algumas características arbitrárias em relação aos novos Estados-nações do Leste
europeu, o desenvolvimento histórico destas regiões demonstra que foi possível uma

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convivência harmoniosa e gradativamente ocorreu a integração entre as minorias e as
maiorias nacionais.
E) os Tratados de Paz depois da Primeira Guerra conseguiram satisfazer os vários povos
do Leste europeu. O que perturbou a convivência harmoniosa foi o movimento de
refugiados das revoluções comunistas.

04 – Observe a imagem e marque o que se pede:

A imagem simboliza o fim da Primeira Guerra Mundial. Ao associar a imagem aos


acontecimentos daquele momento histórico, pode-se afirmar que:

A) os conflitos prosseguiram depois da assinatura dos Tratados de Versalhes, já que a


França não concordou em ceder à Alemanha as regiões da Alsácia e Lorena.
B) não foram resolvidos os problemas que deram origem à Primeira Guerra, já que os
tratados de paz previam apenas uma trégua, com a suspensão dos conflitos bélicos.
C) na verdade não houve paz, uma vez que a Alemanha recusou-se a assinar o Tratado de
Versalhes, elaborado pela França e Inglaterra, que estabelecia o término dos conflitos.
D) os países europeus não tinham condições bélicas de prosseguir os conflitos, motivo pelo
qual pode-se explicar a rendição de todos os países envolvidos na guerra.
E) apesar da paz estabelecida, a guerra afetou profundamente a economia dos países
europeus, que tiveram que arcar com prejuízos imensos, mesmo os países vitoriosos.

05 - Uma das alternativas a seguir NÃO corresponde às diferenças entre o colonialismo do


século XVI e o Neocolonialismo do século XIX.

A) A principal área de dominação do Colonialismo europeu foi a América e o


Neocolonialismo voltava-se para a África e a Ásia.
B) O Colonialismo teve como justificativa ideológica a expansão da fé cristã, enquanto que
no Neocolonialismo, a missão civilizadora do homem branco foi espalhar o progresso.
C) Os patrocinadores do Colonialismo foram a burguesia financeiro-industrial e os Estados
da Europa, América e Ásia, enquanto que os do Neocolonialismo, o Estado metropolitano
europeu e sua burguesia comercial.
D) O Colonialismo buscava garantir o fornecimento de produtos tropicais e metais
preciosos, enquanto que o Neocolonialismo, a reserva de mercados e o fornecimento de
matérias-primas.
E) A fase do capitalismo em que o Colonialismo se desenvolveu denominou-se Capitalismo
Comercial e a do Neocolonialismo, Capitalismo Industrial e Financeiro.

06 A industrialização acelerada de diversos países, ao longo do século XIX, alterou o


equilíbrio e a dinâmica das relações internacionais. Com a Segunda Revolução Industrial
emergiu o Imperialismo, cuja característica marcante foi o (a):
A) substituição das intervenções militares pelo uso da diplomacia internacional.

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B) busca de novos mercados consumidores para as manufaturas e os capitais excedentes
dos países industrializados.
C) manutenção da autonomia administrativa e dos governos nativos nas áreas
conquistadas.
D) procura de especiarias, ouro e produtos tropicais inexistentes na Europa.
E) transferência de tecnologia, estimulada por uma política não intervencionista.

07 - Associe a coluna 1, que apresenta nomes de países diretamente afetados pela Primeira
Guerra Mundial, com a coluna 2, que apresenta afirmações relativas ao contexto do
confronto.

Coluna 1

1 - Inglaterra
2 - França
3 - Iugoslávia
4 - Rússia
5 - Itália

Coluna 2

( ) Seu expansionismo sobre a região dos Balcãs afetava diretamente os planos da


Alemanha em direção a Bagdá.
( ) Adotou uma política revanchista, principalmente devido à perda de territórios - Alsácia
e Lorena - para seu vizinho.
( ) Sentiu sua hegemonia ameaçada pela corrida navalista e pelo forte avanço industrial
da Alemanha.
A alternativa que apresenta a sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
para baixo, é:

A) 5 - 2 - 1
B) 4 - 2 - 1
C) 4 - 3 - 2
D) 5 - 3 - 2
E) 4 - 3 - 1

08 - Em relação às causas da Primeira Guerra Mundial é correto afirmar que:

A) a incapacidade dos Estados liberais em solucionar a crise econômica do século XIX


colocou em xeque toda a estrutura do sistema capitalista. A instabilidade política e social
das nações europeias impulsionou as disputas colonialistas e o conflito entre as potências.
B) a desigualdade de desenvolvimento das nações capitalistas européias acentuou a
rivalidade imperialista. A disputa colonial marcada por um nacionalismo agressivo e pela
corrida armamentista expandiu os pontos de atrito entre as potências.
C) o sucesso da política de apaziguamento e do sistema de aliança equilibrou os sistema
de forças entre as nações européias, acirrando as lutas de conquistas das colônias da
África e da Ásia.
D) o expansionismo na Áustria, a invasão da Polônia pelas tropas alemãs assustaram a
Inglaterra e a França que reagiram contra a agressão declarando guerra ao inimigo.
E) o desequilíbrio entre produção e consumo incentivou a conquista de novos mercados
produtores de matérias-primas e consumidores de bens-de-produção reativando as
rivalidades entre os países europeus e os da América do Norte.

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9. Leia o trecho, escrito por uma operária inglesa, que trabalhou durante a Primeira Guerra
Mundial, 1914-1918, em uma fábrica de munição, e observe o cartaz produzido nos EUA
por J. Howard Miller, durante a Segunda Guerra Mundial, 1939-1945.

Não sei dizer quanto as outras ganhavam na fábrica de bombas, mas sei que eles
pagavam apenas 25 centavos por semana a cada moça para enchê-las, o que não
era muito. Aliás, não dava para viver com esse dinheiro, pois precisávamos comer e
não ganhávamos refeições. Mas, quando elas entraram em greve, o salário aumentou
uns 5 ou 6 centavos por semana, e foi criado um sistema de bonificação.

(Mary Brough-Robertson apud Max de Arthur. Vozes esquecidas da 1.ª Guerra Mundial,
2011.)

We can do it! Nós podemos fazer! www.history.com


Os documentos permitem afirmar:

A) graças ao feminismo, que se tornou uma força social, as mulheres conquistaram


igualdade de direitos no mercado de trabalho.
B) as guerras mundiais travadas na primeira metade do século XX exigiram a mobilização
de toda a sociedade no esforço para vencer os inimigos.
C) as tentativas de se valer do trabalho feminino foram improdutivas, pois as mulheres não
se adaptaram ao rigor do ritmo fabril.
D) os modernos armamentos industriais, graças a sua precisão, protegem a população civil
dos enfrentamentos bélicos.
E) a produção industrial do período era pouco especializada, uma vez que ainda
comportava o trabalho feminino.

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