Historia 3 2
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2° COMPÊNDIO DE HISTÓRIA
CONTEÚDOS:
* A ERA DOS EXTREMOS DA 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A 2ª GUERRA
MUNDIAL.
* O MUNDO ENTRE GUERRAS
* A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917.
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Cartel – Empresas poderosas, conservando sua autonomia, combinam repartir o
mercado e ditam os preços dos produtos que fabricam;
Holding – Uma empresa central, geralmente uma financeira, detém o controle das
ações de várias outras empresas.
A PARTILHA DA ÁFRICA
Em 1830, a França invadiu a África e iniciou a conquista da Argélia, completada
em 1857. Dez anos mais tarde, Leopoldo II da Bélgica deu novo impulso ao
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colonialismo ao reunirem Bruxelas, a capital, um congresso de presidentes de
sociedades geográficas, para difundir a civilização ocidental dizia o rei; mas os
interesses eram econômicos.
OS MOTIVOS DO NEOCOLONIALISMO
No século XVI, o objetivo colonialista era encontrar metais preciosos e mercados
abastecedores de produtos tropicais e consumidores de manufaturas européias. O
interesse concentrou-se na América.
São mais complexos os fatores que explicam o renascimento colonialista do
século XIX: nessa época, vários países europeus passavam pela Revolução
Industrial. Precisavam encontrar fontes de matéria-prima (carvão, ferro, petróleo) e de
produtos alimentícios que faltavam em suas terras. Também precisavam de mercados
consumidores para seus excedentes industriais, além de novas regiões para investir
os capitais disponíveis, construindo ferrovias ou explorando minas, por exemplo.
Havia gente que considerava mesmo dever dos europeus difundir sua civilização entre
povos que julgavam primitivos e atrasados.
ANTECEDENTES:
A eclosão da guerra foi o resultado de uma série de conflitos menores envolvendo
disputas comerciais e/ou militares que a antecederam, todos os conflitos presentes no
contexto de expansão capitalista e imperialista das potências econômicas.
Até aproximadamente 1914 a Europa exercia a supremacia econômica, política e
ideológica sobre o resto do mundo. Na esfera econômica, o poder derivava do fato da
Europa ser a responsável pela maior parte da produção e investimentos em escala
global. Acabou por tornar-se responsável pela importação da maioria dos gêneros
primários produzidos pela “periferia” do sistema capitalista.
No campo político, a hegemonia Europeia era garantida pelo Imperialismo
associado à influência ou controle direto de áreas como África, Ásia e América Latina.
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Agravando o conjunto de fatores que estava por desencadear um conflito global
armado, adiciona-se o enfadonho discurso do Velho Mundo sobre a superioridade e
modelo de eficácia. Apesar da “pompa”, havia na Europa uma grande distinção entre
todas as nações. Além dos diferentes níveis de influência entre as nações pioneiras
(como por ex. Inglaterra e França) e as mais jovens (como por ex. Itália e Alemanha),
havia uma grande contradição no campo social. Mesmo industrializados, muitas
destas nações eram governadas por nobres, ao passo que outras, enfrentavam
disputas entre interesses de classes burguesas e proletárias. Já nesta época o grande
temor capitalista viria a materializar-se na Rússia em 1917: O Socialismo.
Os únicos países que estavam fora da dominação europeia eram os EUA e o
Japão, que não só lutavam, mas também, chegavam a ameaçar a supremacia
europeia em alguns lugares do globo, especialmente extremo oriente e na América
Latina.
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* Crise no Marrocos: É um dos antecedentes mais imediatos da guerra. Na disputas
por domínios coloniais, Alemanha e França reclamam a região de Marrocos. Em
acordo em 1906 o território é cedido a França e uma pequena faixa a sudoeste da
África é cedida a Alemanha, que não se contenta com a divisão e acaba entrando em
conflito com a França. Em 1911 recebe desta parte do território do Congo.
O ESTOPIM DA GUERRA:
Em junho de 1914, o então príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro o Arque-
duque Francisco Ferdinando, foi assassinato em Saraievo, enquanto visitava a
Bósnia. Os tiros que mataram o herdeiro e sua esposa foram disparados por um
estudante bósnio chamado Gavrilo Princip, membro de uma organização secreta
responsável por outros ataques terroristas chamados de Mão Negra ou Unidade da
Morte. Investigações apontaram que o atentado fora planejado em Belgrado, capital
da Sérvia.
A Áustria exige providências oficiais do governo, como o imediato fechamento dos
jornais que se empenhavam em propagandas contra a Áustria; O Fim das sociedades
secretas; Exclusão do Governo e/ou das Forças Armadas de membros acusados da
campanha antiaustríaca.
A Sérvia aceita praticamente quase todas as exigências, mas a Áustria mesmo
assim rompe diplomaticamente e começa a mobilizar seus exércitos. A Rússia não
aceitava qualquer intervenção na Sérvia e para tanto contava com o apoio da França.
A Alemanha concorda com a necessidade de medidas contra a Sérvia e coloca-se ao
lado da Áustria. A movimentação da Alemanha e da Rússia começa com a política de
alianças e em julho e agosto de 1914 inicia-se a guerra.
Nenhum dos lados admitiu ser a guerra uma luta entre interesses imperialistas
divergentes. Cada lado, sob seu ponto de vista, dizia lutar contra “forças malignas” e
atribuía a outra nação a responsabilidade pelo conflito, agindo como forma de defesa
e em busca da liberdade.
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AS FASES DA GUERRA:
Podemos dividir o conflito em duas fases: A Guerra de Movimentos (1914) e A
Guerra de Trincheiras (após 1915). A estratégia de guerra alemã, consistia em
derrotar primeiramente a França e depois a Rússia. Preparam a invasão da França
pela Bélgica, mas uma ofensiva russa obriga a Alemanha a dividir seus exércitos em
duas frentes o que enfraquecendo os ataques aos franceses e detém o avanço
alemão. Batalha de Marne (1914).
Com o conflito equilibrado, o próximo passo é conquistar posições, iniciando-se
então a guerra de trincheira, recurso que custou a vida de muitos soldados em ambos
os lados, em táticas de ataque e contra-ataque em meio à lama, frio, chuva e corpos.
Posteriormente a guerra envolveu outras nações. Os montenegrinos socorrem os
sérvios contra a Áustria, pois tinham a mesma origem étnica. O Japão, de olho nas
possessões alemãs no oriente e apoiado pela Inglaterra declara-se contra a ofensiva
alemã. A Turquia entra do lado alemão e ataca os russos no Mar Negro. A Itália sai
da aliança em maio de 1915 quando entra no conflito do lado ao lado da Tríplice
Entende sob a promessa de receber parte do território da Áustria e da Turquia.
Na frente oriental o exército russo apesar de numero, sofria derrotas para o
exército alemão, o que acelerava as crises internas do país. A crise viria mais tarde a
desencadear a Revolução Russa e a sua posterior retirada da guerra. através do
Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha. Os Estados Unidos declararam guerra a
Alemanha em abril de 1917, alegando lutar contra o autoritarismo e o militarismo
O FINAL DA GUERRA:
Após os russos saírem da guerra com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk,
os EUA alegam terem sido agredidos pela Alemanha, resolvem entrar na guerra ao
lado dos Aliados e trazem consigo a América Latina em peso, o que foi decisivo para
dar novo fôlego a ingleses e franceses quebrando o equilíbrio existente.
Woodrow Wilson, presidente dos EUA e porta voz dos aliados, descarta qualquer
possibilidade de manutenção do Kaiser no governo alemão, e partindo do ponto que
a paz não teria vencedores, apresentou um plano chamado de 14 pontos de Wilson
que serviria de base para futuros tratados: eliminação da diplomacia secreta em favor
de acordos públicos; liberdade nos mares; redução dos armamentos nacionais;
retirada dos exércitos de ocupação da Rússia; restauração da independência da
Bélgica; restituição da Alsácia e Lorena á França; reformulação das fronteiras
italianas; reconhecimento da autonomia dos povos da Áustria-Hungria; independência
da Polônia; criação da liga das nações, dentre outros. Em julho de 1918 as forças
inglesas, francesas e norte-americanas lançam um ataque definitivo contra os
alemães, obrigando-os a recuar. A Bulgária retira-se do conflito e a Turquia se rende.
O Imperador Carlos I da Áustria assina um armistício e abandona o conflito. A guerra
continua porque Wilson exige a deposição de Kaiser, mesmo com os alemães
aceitando a rendição com base nos 14 pontos.
Assim chega ao fim a Primeira Guerra Mundial.
OS TRATADOS DE PAZ:
Em janeiro de 1919, iniciou-se a Conferência de Paris, onde nem os países
vencidos nem a Rússia participaram das deliberações, o que demonstra a severidade
da “Paz” aos derrotados. O Tratado de Versalhes (que recebe esse nome pelo palácio
se Versalhes) estabeleceu culpa à Alemanha pela guerra, recebendo uma série de
penalidades: Perda de 1/7 do território; Devolução da Alsácia e Lorena à França;
entrega aos vencedores de quase todos seus submarinos e navios; desmilitarização
e redução do contingente dos exércitos; proibição de aviação militar e marinha de
guerra; pagamento de uma indenização de 33 bilhões de dólares, entre outras.
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O tratado criou ainda a Liga das Nações, que no início não contava com a
participação da Alemanha e da Rússia e teria como objetivo principal manter a paz
mundial. A liga nascia fadada ao fracasso, pois os EUA, a nação idealizadora, não
participava pois discordara das formas de acordos estabelecidos no pós-guerra.
Outros acordos são assinados com os aliados da guerra. O Império Austro-
Húngaro é desmembrado e surgem a Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, e
Iugoslávia. O Império Turco foi igualmente fragmentado, ficando seu antigo sob o
controle das potências européias vencedoras, França, Inglaterra e Itália.
AS CONSEQUENCIAS DA GUERRA:
A Primeira Guerra Mundial, planta as sementes da Segunda Guerra, uma vez
que o militarismo e o nacionalismo não desaparecem, pelo contrário, surgem novos
totalitarismos. O conflito entretanto muda o cenário global. As economias despertam
para a necessidade de um planejamento mais central e um uso racional da força de
trabalho, uma crise do liberalismo. O comércio mundial ganha novos contornos com
a industrialização da América Latina. A inflação surge no cenário econômico
internacional. Tem início a participação da mulher no mercado de trabalho e também
de sua emancipação.
Além da destruição geral e o grande número de mortos, as principais
conseqüências da Primeira Guerra podem ser numeradas a seguir:
a) Redefinição do mapa europeu.
b) Elevação do número de desempregados.
c) Condições humilhantes impostas a Alemanha.
d) Progressiva degradação dos sistemas democráticos, especialmente na Alemanha
e na Itália.
e) Criação da Liga das Nações.
f) Declínio da Europa e ascensão dos EUA.
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OPOSIÇÃO PARTIDÁRIA AO CZAR:
A burguesia russa, mostrava-se fraca e dependente, uma vez que a
concentração das terras estava nas mãos dos nobres e o capital das grandes
empresas nos grupos estrangeiros, cabendo aos capitalistas russos apenas médios e
pequenos empreendimentos.
a) Oposição Burguesa: Buscando uma maior e mais ativa participação na política, a
maioria dos burgueses voltava-se para o liberalismo buscando arrumar meios para
estabelecer um regime constitucional, capaz de garantir sua representatividade junto
ao poder central. Buscavam estabelecer um sistema de governo baseado na divisão
de poderes seguindo os moldes na monarquia parlamentarista inglesa. Com isso o
Czar continuaria no topo do poder político, mas dividindo suas prerrogativas com uma
assembleia legislativa eleita. Organizaram-se no Partido Constitucional Democrático,
o Partido Kadete, expressão das reivindicações burguesas e que ainda agregava
alguns dos elementos mais “modernos” da nobreza.
b) Oposição Operário-Camponesa: Dentre os partidos de maior expressão
destacamos primeiramente o Partido Socialista Revolucionário o mais numeroso
partido operário que possuía também uma grande penetração no campo, mas que se
encontrava dividido em alas socialistas e anarquistas, e usavam de táticas violentas
para tentar derrubar o regime.
O Partido Operário Social Democrata Russo, surgira como um partido socialista
marxista autêntico. Em 1903, divergências sobre táticas implementadas na luta pelo
poder, dividi-o em duas alas: Bolcheviques e Mencheviques.
Mencheviques (membros da minoria): Propunham a formação de um partido que
buscaria a formação e implementação de um socialismo seguindo a “evolução natural”
da sociedade, permitindo primeiro o amadurecimento do capitalismo para depois fazer
a revolução implantando o socialismo, defendendo uma aliança com a burguesia para
acelerar o processo. Foi liderado por Trotsky até 1917.
Bolcheviques (membros da maioria): Propunham a formação de um partido com
organização profissional de revolucionários, objetivando a insurreição plena e
imediata para a conquista do poder, implantando um regime socialista através da
posse de terras, indústrias, bancos para o regime revolucionário. A aliança permitida
era unicamente entre camponeses e operários (foice e martelo). Mais tarde o partido
é rebatizado com nome de Partido Comunista, sendo liderado por Lênin e Trotsky.
O ENSAIO GERAL:
O regime Czarista russo era baseado principalmente na expansão militar. Em
1904 o Czar russo Nicolau II mobilizou tropas em direção ao Pacífico, entrando em
choque com o Imperialismo Japonês. A mobilização para a guerra associada a uma
derrota para o Japão acentua a fragilidade do sistema czarista e os problemas sociais
russos, levando a eclosão de um movimento popular pacífico em frente ao Palácio de
Inverno do Czar, mas que foi violentamente reprimido por ordens de Nicolau II. O
movimento ficou conhecido como Domingo Sangrento e despertou uma onda de
protestos por todo o Império (greves trabalhadoras, rebeliões camponesas e motins
militares).
Inicialmente conduzido por operários, o movimento foi aos poucos liderado pela
burguesia e pela classe média. Diante da proporção da crise e da organização do
movimento o Czar resolve aceitar alguma das reivindicações, estabelecendo algumas
concessões como: legalização dos partidos políticos inclusive os de oposição,
ampliação de direitos civis como o de associações (soviets) e a criação de uma
Assembleia Legislativa (Duma)
Pouco depois o Czar foi tentando restabelecer o controle do país, dissolvendo a
Duma, prendendo líderes opositores e intervindos em soviets, o que só veio a
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contribuir para aumentar o descontentamento com o regime. O movimento de 1905
ficou conhecido como um “Ensaio Geral” para a Revolução de 1917.
A CRISE DE 1929
INTRODUÇÃO:
O período entre guerras (1919-1939) foi marcado pela mais contundente crise
do capitalismo desde seu surgimento: A Crise de 1929, uma crise de superprodução
acompanhada de um subconsumo, iniciado nos Estados Unidos e que em maior ou
menor grau, atingiu todos os países do mundo capitalista.
O CRESCIMENTO AMERICANO:
No governo de Theodore Roosevelt (1901-1909), os Estados Unidos tornam-se
efetivamente uma potência mundial e entrou efetivamente na disputa imperialista.
A produção norte americana deu um salto gigantesco em vários setores,
destacando-se a indústria bélica, de material de campanha, de alimentos e mesmo de
setores destinados ao consumo interno, uma vez que o potencial de consumo no país
aumentou com a elevação do nível de emprego; ou ainda para a exportação,
principalmente para a América Latina, tomando o lugar que tradicionalmente coube à
Inglaterra, e para os demais países da Europa durante a Primeira Guerra Mundial.
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A CRISE DE SUPERPRODUÇÃO:
Durante a guerra, a grande demanda do mercado externo garantia o total
escoamento da produção americana. Como fornecedor único, houve uma
supervalorização dos produtos nos EUA, enriquecendo a sociedade americana.
Quando a guerra acabou e quando os países europeus voltaram a produzir, adotaram
também medidas protecionistas que garantissem a competição interna. Com isso o
produto americano, visto como caro, não podia mais concorrer com os europeus.
Isso mostra o caráter contraditório do capitalismo, já que o enriquecimento ocorre
através da produção e exploração do trabalho gerando o lucro. Mas a mesma
produção geradora de lucro ou riqueza, quando demasiada e não acompanhada de
consumo pode significar uma queda na lucratividade quando o fluxo de consumo
decresce, e foi exatamente isso que aconteceu.
Com os preços baixos os cortes nos custos da produção, tornam-se necessários
a demissão maciça de empregados como primeira medida. Ocorre que, com mais
desempregados, diminuía o consumo e os preços eram forçados a baixar novamente;
cortavam-se mais custos; mais demissões; redução dos preços novamente...
Diante desta situação, os grandes empresários passaram a especular na Bolsa
de Valores, atribuindo as suas ações preços irreais, muito mais altos. Os investidores
passaram a desconfiar e a partir de setembro de 1929, colocaram simultaneamente
seus títulos a venda e a bolsa entrou em declínio, mas era o primeiro passo para o
colapso.
No dia 24 de outubro de 1929, a bolsa quebrou e o dia ficou lembrado como a
quinta feira negra. Milhões de ações não encontraram compradores e as cotações
baixaram vertiginosamente, causando falência nos bancos, empresas, indústrias e
comércio. Milhares de funcionários foram demitidos e o mercado entrou em uma
retração profunda.
Não só os EUA sofreram com a quebra da bolsa, mas também a Europa que
viu os créditos estrangeiros evaporarem, e a América Latina cujos países não tinham
como repassar na mesma proporção suas matérias primas.
O NEW DEAL:
A não intervenção do Estado e o estrago causado pelos empresários
americanos, foram os fatores fulminantes nos princípios liberais predominantes até
então (Liberalismo Econômico Clássico). O custo foi enorme, além da quebradeira
geral das empresas e indústrias, o número de desempregados em 1933 chegava a
casa dos 15 milhões, apenas nos EUA. A Alemanha por exemplo tinha índices
próximos aos 6 milhões. Apenas a URSS que vivia isolada através da política de
“cordão sanitário” imposta pelos capitalistas, escapou da crise.
Em 1832 foi eleito para presidente dos EUA Franklin Roosevelt, que anunciou
um conjunto de profundas mudanças na economia e sociedade americana. O ponto
crucial e que mudaria a política econômica a partir de então, seria a intervenção estatal
para salvaguardar o modelo capitalista: estas séries de medidas receberam o nome
de New Deal. O plano estimulava investimentos a partir do Estado na economia,
através de investimentos na infraestrutura do país: construção de estradas; barragens;
auditórios; aeroportos; portos e habitações populares. O aumento de investimentos
nos setores produtivos reduziria o contingente de desempregados e recuperaria se
poder de compra. O governo ainda remunerou agricultores para que não plantassem
mais, reduzindo a oferta dos produtos agrícolas limitando a produção. Estabeleceu
ainda medidas de proteção social como: seguro desemprego, salário mínimo e
aposentadoria. Apesar dos avanços do New Deal, críticos da intervenção do Estado
na economia, setores mais conservadores limitaram a quantidade de capitais
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investidos nas ações do governo. Desta forma os efeitos da grande depressão de 30,
apesar de minorados com o New Deal, só foram totalmente superados com o início
da Segunda Guerra Mundial.
A PROPAGANDA TOTALITÁRIA:
Buscando o domínio total da população em regimes pautados por teorias
conspiratórias e uma realidade fictícia criada em meio a um desprezo pela realidade
dos fatos, a propaganda totalitária foi essencial para, num primeiro momento, a
conquista das massas e arregimentar em torno de si uma enorme quantidade de
simpatizantes. Já empossados da máquina governamental, o terror, ainda restrito na
ascensão dos movimentos ao poder, assume sua forma mais acabada, e, com isso,
constitui-se no melhor instrumento de propaganda destes regimes: dão realidade às
afirmações fictícias do regime. Como exemplo, Stalin, ao divulgar que acabara com o
desemprego na URSS, uma inverdade de fato, extinguiu os programas de benefícios
para desempregados. Ao afirmarem, os nazistas, que poloneses não tinham intelecto,
começaram o extermínio de intelectuais poloneses.
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Desta forma, o uso da violência é tido como parte da propaganda. E a primeira
só vai substituir a segunda na medida em que a dominação vá se efetuando
completamente. A propaganda é destinada aos elementos externos ao movimento,
àqueles que ainda não se dominam completamente, já o terror é perpetrado entre
aqueles já dominados e que não mais oferecem resistência ao regime, alcançando
sua perfeição nos campos de concentração onde a propaganda é totalmente
substituída pela violência.
O FASCISMO ITALIANO:
O despertar do sentimento nacionalista na Itália do Pós Primeira Guerra Mundial
foi extremamente forte, ocasionado principalmente pela não obtenção de territórios
estratégicos nos tratados do pós-guerra. Somem-se ainda o número de mortos
italianos no conflito que chegaram à casa dos 650.000. As “recompensas” territoriais
concedidas á Itália foram consideradas insignificantes o que despertou um sentimento
de frustração e necessidade de conquista de novos territórios
A situação econômica depois da guerra era grave. O país passava por problemas
como atrasos ou heranças de guerra: destruição, inflação causada pelo emissionismo,
dívidas de empréstimos, desemprego, depreciação da moeda local a lira, e etc.
Dentro deste cenário a crise logo se transformou em ingredientes para uma
revolução. O número de greves cresceu assustadoramente após 1919; revoltas e
pilhagens em conduzidas pela população desempregada; nos campos as revoltas
camponesas também aumentavam.
O poder político mostrava-se incapaz de acabar com a crise. A burguesia sentia-
se ameaçada pela revolta social e pela crescente simpatia a teorias sociais
alternativas como o comunismo. Decidiram então apoia um grupo político pequeno,
mas muito bem organizado e disposto a acabar com a onda revolucionária: Os
Facistas.
O partido foi fundado em 23 de março de 1919 em Milão. Dentre seus membros
encontravam-se membros das mais diferentes tendências políticas: anarquistas,
sindicalistas, nacionalistas e principalmente antigos combatentes ainda não
acostumados à vida civil.
Concorreram as eleições em 1919, mas foram derrotados sem conseguir uma
cadeira no Parlamento. O fracasso demonstrou sérias deficiências no partido e um de
seus líderes Benito Mussolini resolveu reorganizá-lo só que agora em moldes
paramilitares. Fundado como uma associação nacionalista (o Fasci di
Combattimento), o movimento fascista de Mussolini converteu-se num partido
nacional (o Partito Nazionale Fascista) após ter ganhado 35 assentos nas eleições ao
parlamento de Maio de 1921.
Em Julho de 1922, a violência fascista conseguiu evitar uma greve geral
decretada pelos partidos de esquerda. Foi preparada uma demonstração de força que
deveria ser apoiado militarmente com uma marcha sobre Roma. Em 26 de outubro,
Mussolini dirigiu-se ao Rei Vitor Emanoel exigindo o poder. O monarca organizou um
novo ministério composto de vários membros do partido fascista. No dia seguinte o
exército desfilou pelas ruas da cidade sem encontrar nenhuma resistência, movimento
que ficara conhecido como a MARCHA SOBRE ROMA. Em 03 de janeiro de 1925,
Mussolini anunciou o estabelecimento de um regime totalitário de governo onde a
oposição foi eliminada, a constituição reformulada, o Primeiro Ministro passaria a ter
poderes plenos do legislativo desaparecendo com a Câmara e o Senado. O fascismo
foi de certa forma o resultado de um sentimento geral de ansiedade e medo dentro da
classe média na Itália do pós-guerra, que surgiu no seguimento da convergência de
pressões interrelacionadas de ordem econômica, política e cultural. Sob o estandarte
desta ideologia autoritária e nacionalista, Mussolini foi capaz de explorar os medos
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perante o capitalismo numa era de depressão pós-guerra, o ascendente de uma
esquerda mais militante, e um sentimento de vergonha nacional e de humilhação que
resultaram da "vitória mutilada" da Itália nos tratados de paz pós Primeira Guerra
Mundial. Tais aspirações nacionalistas não realizadas (ou frustradas) manchavam a
reputação do liberalismo e do constitucionalismo entre muitos sectores da população
italiana
O feito político mais duradouro deste regime foi talvez o Tratado de Latrão de
Fevereiro de 1929 entre o Estado italiano e a Santa Sé, pelo qual ao Papado foi
concedida a soberania sobre a Cidade do Vaticano e recebeu a garantia do livre
exercício do Catolicismo como a única religião do Estado em toda a Itália em retorno
da sua aceitação da soberania italiana sobre os anteriores domínios do Papa.
O NAZISMO ALEMÃO:
Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi palco de uma revolução
democrática que se instaurou no país. A primeira grande dificuldade da jovem
república foi ter que assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes que, impunha pesadas
obrigações à Alemanha.
Ao final da Primeira Guerra Mundial , além de perder territórios para França,
Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados pelo Tratado de Versalhes
a pagar pesadas indenizações aos países vencedores. Essa penalidade faz crescer a
dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando falências, inflação e
desemprego em massa. As tentativas frustradas de revolução socialista (1919, 1921
e 1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criam
condições favoráveis ao surgimento e à expansão do nazismo no país.
À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário
político-alemão, partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo.
Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome
Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von
Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano,
conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse
crescimento, porém, perdurou somente até 1929.
Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932,
já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os
milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes,
passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país
rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista
conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido.
Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este
concedeu a Hitler o cargo de chanceler (chefe do governo). No poder, Hitler conseguiu
rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar
satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a
dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. Em agosto de 1934,
morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de
Führer (guia condutor, criando o 3º Reich - Terceiro Império). Fortalecido, o Führer
lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais
cruel ditadura que a humanidade já conhecera. A propaganda era dirigida por Joseph
Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do
Povo e da Propaganda. Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle
sobre os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos,
hinos, símbolos, saudações e palavras de ordem nazista. Já a violência policial esteve
sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SA
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(guarda do Exército), SS (guarda especial) e Gestapo (polícia política) para prender,
torturar e eliminar os inimigos do nazismo implantando o terror com a perseguição aos
judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos.
No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da
agricultura, da indústria de base e, sobretudo, da indústria bélica. Com isso, o
desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se
equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes. O
intervencionismo e a planificação econômica adotados por Hitler eliminam, no entanto,
o desemprego e provocam o rápido desenvolvimento industrial, estimulando a
indústria bélica e a edificação de obras públicas, além de impedir a retirada do capital
estrangeiro do país. Esse crescimento deve-se em grande parte ao apoio dos grandes
grupos alemães, como Krupp, Siemens e Bayer, a Adolf Hitler.
Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar
obrigatório (1935), remilitariza o país. Nesse mesmo ano, cria o Serviço para a
Solução do Problema Judeu, sob a supervisão das SS, que se dedica ao extermínio
sistemático dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de
concentração. Anexa a Áustria (operação chamada, em alemão, de Anschluss) e a
região dos Sudetos, na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em 1939, dá
início à Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
NAZISMO X FASCISMO:
O Nazismo é geralmente considerado uma forma de fascismo, mas o
Nazismo, em contraste com o Fascismo, viu o objetivo do Estado no serviço de um
ideal daquilo que o Estado supostamente deveria ser: as suas pessoas, raças,
aspectos da cultura. Por seu lado, o fascismo de Mussolini continuou fiel à ideologia
de que todos estes fatores existiam para servir o Estado e que não era
necessariamente no interesse do Estado servir ou manipular algumas daquelas
características.
O único objetivo do governo sob o fascismo era auto-valorizar-se como a
maior prioridade da sua cultura, simplesmente sendo o Estado em si, quanto maior a
sua dimensão, melhor. Enquanto o Nazismo era uma ideologia Metapolítica, vendo a
si mesmo apenas como uma utilidade pela qual uma condição alegórica do seu povo
era o seu objetivo, o fascismo era uma forma sinceramente anti-socialista de
Estadismo que existiu por virtude de e com fins em si mesmo. O movimento Nazi falou
da sociedade baseada em classes como o seu inimigo e pretendia unificar o elemento
racial acima de classes estabelecidas, enquanto que o movimento fascista tentou
preservar o sistema de classes e sustentou-o como a fundação de cultura
estabelecida e progressiva.
Por mais que certos tipos de socialismo possam parecer-se superficialmente
ao fascismo, deve ser destacado que as duas ideologias se chocam violentamente
em muitos assuntos. O papel do Estado, por exemplo. No Socialismo, considera-se
que o Estado é meramente uma "ferramenta do povo", algumas vezes chamado de
"mal necessário", que existe para servir aos interesses do povo e proteger o bem
comum (e algumas formas de socialismo, como o socialismo libertário, rejeitam
completamente o Estado). Já o Fascismo crê no Estado como um fim em si mesmo,
e digno de obediência e subserviência por parte do povo.
O Fascismo rejeita as doutrinas centrais do Marxismo, que são a luta de
classes e a necessidade de substituir o capitalismo por uma sociedade controlada
pelo operariado, na qual os trabalhadores sejam proprietários dos meios de produção.
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REFERÊNCIAS:
ARENDT, Hannah. As origens do Totalitarismo. São Paulo: companhia das letras,
1990
FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática 1997.
GONZALES, Horácio. A Revolução Russa. São Paulo: Moderna. 1986.
HOBSBAWM, Eric. A era dos Extremos. O breve século XX. 1914-1991. São Paulo:
companhia das letras, 1995.
MOTA, Myriam Becho. História das cavernas ao terceiro milênio. Volume 3,1ª Edição,
São Paulo: Editora Moderna, 2005
SOUZA JUNIOR, José Alves. O Mundo Contemporâneo: Da Expansão Imperialista A
Derrocada Do Socialismo No Leste Europeu. Belém: produção independente, 1999.
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ATIVIDADES
QUESTÕES OBJETIVAS:
D) Em sua obra A Era dos Extremos o Historiador Eric Hobsbawm chama o século XX de:
“O BREVE SECULO XX” explique a razão de o historiador utilizar essa frase se referindo
ao século XX?
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2) Elaboração de um texto dissertativo com o limite de 15 linhas explicando a diferença
entre Nazismo e Fascismo:
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A) 40
B) 48
C) 29
D) 63
E) 31
02 A conquista da Ásia e da África, durante a segunda metade do século XIX, pela principais
potências imperialistas objetivava
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convivência harmoniosa e gradativamente ocorreu a integração entre as minorias e as
maiorias nacionais.
E) os Tratados de Paz depois da Primeira Guerra conseguiram satisfazer os vários povos
do Leste europeu. O que perturbou a convivência harmoniosa foi o movimento de
refugiados das revoluções comunistas.
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B) busca de novos mercados consumidores para as manufaturas e os capitais excedentes
dos países industrializados.
C) manutenção da autonomia administrativa e dos governos nativos nas áreas
conquistadas.
D) procura de especiarias, ouro e produtos tropicais inexistentes na Europa.
E) transferência de tecnologia, estimulada por uma política não intervencionista.
07 - Associe a coluna 1, que apresenta nomes de países diretamente afetados pela Primeira
Guerra Mundial, com a coluna 2, que apresenta afirmações relativas ao contexto do
confronto.
Coluna 1
1 - Inglaterra
2 - França
3 - Iugoslávia
4 - Rússia
5 - Itália
Coluna 2
A) 5 - 2 - 1
B) 4 - 2 - 1
C) 4 - 3 - 2
D) 5 - 3 - 2
E) 4 - 3 - 1
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9. Leia o trecho, escrito por uma operária inglesa, que trabalhou durante a Primeira Guerra
Mundial, 1914-1918, em uma fábrica de munição, e observe o cartaz produzido nos EUA
por J. Howard Miller, durante a Segunda Guerra Mundial, 1939-1945.
Não sei dizer quanto as outras ganhavam na fábrica de bombas, mas sei que eles
pagavam apenas 25 centavos por semana a cada moça para enchê-las, o que não
era muito. Aliás, não dava para viver com esse dinheiro, pois precisávamos comer e
não ganhávamos refeições. Mas, quando elas entraram em greve, o salário aumentou
uns 5 ou 6 centavos por semana, e foi criado um sistema de bonificação.
(Mary Brough-Robertson apud Max de Arthur. Vozes esquecidas da 1.ª Guerra Mundial,
2011.)
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