CFM167103
CFM167103
O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro
de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e
CONSIDERANDO que o médico tem a obrigação de proteger o paciente e não pode delegar a outro
profissional nenhum ato de sua exclusiva competência;
CONSIDERANDO a definição de ATO MÉDICO, emanada nos termos da Resolução CFM nº 1.627/2001;
CONSIDERANDO que somente ao médico compete indicar, prescrever e diagnosticar como meio de
auxílio no tratamento dos sintomas de diversas doenças;
CONSIDERANDO que após ocorrido o agravo à saúde, nas ocorrências pré-hospitalares, impõe-se a
necessidade de ser efetuado diagnóstico imediato;
CONSIDERANDO que, de acordo com o Decreto Lei nº 20.391/32 e as Resoluções CFM nº 1.342/91 e
1.352/92, nenhum estabelecimento de assistência médica pode funcionar sem um responsável médico;
RESOLVE:
Art. 1º - Que o sistema de atendimento pré-hospitalar é um serviço médico e, portanto, sua coordenação,
regulação e supervisão direta e a distância deve ser efetuada por médico, com ações que possibilitem a
realização de diagnóstico imediato nos agravos ocorridos com a conseqüente terapêutica.
Art. 2º - Que todo serviço de atendimento pré-hospitalar deverá ter um responsável técnico médico, com
registro no Conselho Regional de Medicina da jurisdição onde se localiza o serviço, o qual responderá
pelas ocorrências de acordo com as normas legais vigentes.
Art. 4º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, sendo revogada a Resolução CFM nº
1.529/98 e demais disposições em contrário.
DEFINIÇÃO E OBJETIVO
O serviço de atendimento pré-hospitalar pode ser constituído por uma ou mais unidades de atendimento,
dependendo da população a ser atendida, mantendo uma relação mínima de uma ambulância para cada
cem mil habitantes. Por unidade, entenda-se uma ambulância dotada de equipamentos, materiais e
medicamentos, guarnecida por uma equipe de pelo menos dois profissionais, além do condutor(a),
treinados para oferecer suporte básico de vida sob supervisão e condições de funcionamento pré-
hospitalar.
É importante frisar e definir que o sistema de atendimento pré-hospitalar é um serviço médico. Assim, sua
coordenação, regulação e supervisão direta e a distância deve ser efetuada unicamente por médico.
Na urgência-emergência deverá haver uma ação integrada com outros profissionais, não-médicos,
habilitados para prestar atendimento de urgência-emergência em nível pré-hospitalar, sob supervisão e
coordenação médica.
O treinamento do pessoal envolvido no atendimento pré-hospitalar, em especial ao trauma, deverá ser
efetuado em cursos ministrados por instituições ligadas ao SUS, envolvendo as escolas médicas e de
enfermagem locais, sob coordenação das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Deverá haver
um programa mínimo que contemple todo o conhecimento teórico e prático necessário à realização eficaz
dos atos praticados. A aprovação dos treinandos deverá obedecer ao critério da competência, ou seja, o
aluno deverá demonstrar, na prática, em exercícios simulados, plena capacidade e competência para
realizar os atos.
O sistema deverá dispor de um programa de treinamento continuado e supervisão médica e de
enfermagem em serviço.
Deverá existir uma Central de Regulação, de fácil acesso ao público, com presença permanente de
médico coordenador (médico regulador) que, quando pertinente, despachará o atendimento emergencial
para a unidade mais próxima, colhendo, ainda, informações adicionais que poderão exigir a presença do
médico no local. Igualmente, deverá ser possível repassar maiores informações, via rádio ou outro meio,
à equipe da ambulância. Também deverá existir uma rede de comunicação entre a Central e os hospitais
conveniados, para equacionar o encaminhamento do paciente. Considerando-se as particularidades
regionais, os CRMs poderão normatizar sobre outro modo de regulação médica.
1) REGULAÇÃO MÉDICA
A chamada "regulação médica" das emergências é o elemento ordenador e orientador da atenção pré-
hospitalar. Faz o enlace com o nível hospitalar e abarca duas dimensões de competência: a decisão
técnica ante os pedidos de socorro e a decisão gestora dos meios disponíveis.
1.1- A competência técnica do profissional médico é a de julgar e decidir sobre a gravidade de um caso
que lhe está sendo comunicado por rádio ou telefone, enviar os recursos necessários ao atendimento
(com ou sem a presença do médico na ocorrência), monitorar e orientar o atendimento feito por outro
profissional de saúde habilitado ou por médico intervencionista e definir e acionar o hospital de referência
ou outro meio necessário ao atendimento. No caso de julgar não ser necessário enviar meios móveis de
atenção, o médico deverá explicar sua decisão e orientar o demandante do socorro quanto a outras
medidas que julgar necessárias, mediante orientação ou conselho médico que permitam ao demandante
assumir cuidados ou ser orientado a buscá-los em local definido ou indicado pelo profissional médico. Em
todo o caso, estamos tratando do exercício da telemedicina, onde é impositiva a gravação contínua das
comunicações, o correto preenchimento das fichas médicas de regulação e de atendimento no terreno e
o seguimento de protocolos institucionais consensuados e normatizados (tanto no setor público quanto
no privado) que definam os passos e as bases para a decisão do regulador. O protocolo de regulação
deve ainda estabelecer, claramente, os limites do telefonista auxiliar de regulação médica, o qual não
pode, em nenhuma hipótese, substituir a prerrogativa de decisão médica e seus desdobramentos, sob
pena de responsabilização posterior do médico regulador.
Como, freqüentemente, o médico regulador irá autorizar atos não-médicos por radiotelefonia (sobretudo
para profissionais de enfermagem, bombeiros, policiais rodoviários, enfermeiros), os protocolos
correspondentes deverão estar claramente constituídos e a autorização deverá estar assinada na ficha
de regulação médica e no boletim/ficha de atendimento pré-hospitalar. O médico regulador tem o dever
de saber com exatidão as capacidades/habilidades de seu pessoal não-médico e médico, de forma a
dominar as possibilidades de prescrição e fornecer dados que permitam viabilizar programas de
capacitação/revisões que qualifiquem/habilitem os intervenientes.
O próprio médico regulador terá de se submeter à formação específica e habilitação formal para a
função, e acumular, também, capacidade e experiência na assistência médica pré-hospitalar.
O regulador deverá, ainda, velar para que todos os envolvidos na atenção pré-hospitalar observem
rigorosamente o sigilo profissional, mesmo nas comunicações radiotelefônicas (uso de códigos).
Ao médico regulador deverão ser oferecidos os meios necessários, tanto de recursos humanos como de
equipamentos, para o bom exercício de sua função.
1.2- A outra competência do médico regulador refere-se à decisão gestora dos meios disponíveis, onde
se insere e deve possuir autorização e regulamentação por parte dos gestores do SUS em seus níveis de
coordenação operacional, notadamente nos municípios.
Cabe, nesta dimensão, a decisão médica do regulador sobre qual recurso deverá ser mobilizado frente a
cada caso, procurando, dentre suas disponibilidades, a resposta mais adequada a cada situação. Suas
prerrogativas devem, ainda, se estender à decisão sobre o destino hospitalar ou ambulatorial dos
pacientes atendidos no pré-hospitalar, considerando o conceito de que nas emergências não existe
número fechado de leitos ou capacidade limite a priori. O médico pode também acionar planos de
atenção a desastres, pactuados com os outros interventores nestas situações excepcionais, coordenando
o conjunto da atenção médica de emergência. Também em situações excepcionais poderá requisitar
recursos privados, com pagamento ou contrapartida a posteriori, conforme pactuação a ser realizada com
as autoridades competentes. O regulador do sistema público de emergências terá, obrigatoriamente, que
ser consultado pela atenção pré-hospitalar privada, sempre que esta conduzir paciente ao setor público.
O regulador deverá contar, ainda, com acesso à Central de Internações, de forma a que possa ter as
informações necessárias e o poder de dirigir os pacientes para os locais mais adequados em relação às
suas necessidades.
É desejável que, através de pactuação com todos os setores sociais pertinentes, o médico regulador seja
reconhecido formalmente como autoridade pública na área da saúde, com suas prerrogativas e deveres
devidamente estabelecidos e documentados.
O setor privado que atua em atendimento pré-hospitalar deverá contar, obrigatoriamente, com médicos
reguladores e de intervenção, o que pode ser exigido, inclusive, nos códigos municipais de saúde, sendo
estas centrais reguladoras privadas submetidas ao regulador público sempre que suas ações
ultrapassarem os limites estritos das instituições particulares não-conveniadas ao SUS, inclusive nos
casos de medicalização de assistência domiciliar não-emergencial.
Em caso de necessidade de atuar como porta-voz em situações de interesse público, o médico regulador
deverá se manter nos limites do sigilo e da ética médica.
A-2. CONDUTOR
OBS: Nesta categoria incluem-se pilotos de aeronaves aeromédicas ou condutores de outros tipos de
veículos de emergência (lanchas, embarcações, etc.) destinados a transportar pacientes.
Profissionais que serão habilitados, após treinamento específico em instituições ligadas ao SUS, para
prestar atendimento pré-hospitalar e credenciados para integrar a guarnição de ambulâncias do serviço
de atendimento pré-hospitalar. Fazem intervenção conservadora (não-invasiva) no atendimento pré-
hospitalar, sob supervisão médica direta ou a distância, utilizando materiais e equipamentos
especializados. As atividades dos bombeiros atendem aos princípios constitucionais que estabelecem
suas competências para atendimento e proteção da vida.
A- 4. RÁDIO OPERADOR
B-2. ENFERMEIRO
Profissional de nível superior, habilitado para ações de enfermagem no atendimento pré-hospitalar aos
pacientes e ações administrativas e operacionais em sistemas de atendimentos pré-hospitalares,
inclusive cursos de capacitação dos profissionais do sistema e ações de supervisão e educação
continuada dos mesmos. Nos termos da legislação específica que regulamenta a profissão de
enfermagem – Lei nº 7.498/86 e Decreto nº 94.406/87.
B-3. MÉDICO
Profissional de nível superior, habilitado ao exercício da medicina pré-hospitalar, atuando nas áreas de
regulação médica, suporte avançado de vida em ambulâncias e coordenação do sistema.
COMPETÊNCIAS:
3-1. TELEFONISTA
- Estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de referência, para colher dados e trocar
informações;
3-2. CONDUTOR
- Estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com a Central de Comunicação (regulação médica) e
seguir suas orientações;
- Garantir sua segurança pessoal e das vítimas no local do atendimento e realizar o exame primário,
avaliando condições de vias aéreas, circulação e estado neurológico;
- Ser capaz de transmitir, via rádio, ao coordenador médico, a correta descrição da vítima e da cena;
- Saber observar sinais diagnósticos, cor da pele, tamanho das pupilas, reação das pupilas à luz, nível de
consciência, habilidade de movimentação e reação à dor;
- Medir e avaliar sinais vitais, pulso e respiração e situar o estado da vítima nas escalas de trauma e
coma, se for o caso;
- Identificar situações de gravidade nas quais a tentativa de estabilização do paciente no local deve ser
evitada em face da urgência da intervenção hospitalar (exemplo: ferida perfurante de tórax);
- Manter as vias aéreas permeáveis, com manobras manuais e com equipamentos disponíveis no veículo
de emergência (cânulas orofaríngeas);
- Administrar oxigênio e realizar ventilação artificial utilizando meios naturais e equipamentos disponíveis
no veículo de emergência (cânulas, máscaras, ambu, cilindro de oxigênio);
- Controlar sangramento externo evidente, por pressão direta, elevação do membro e ponto de pressão,
utilizando curativos e bandagens;
- Mobilizar e remover pacientes com proteção da coluna cervical, utilizando tábuas e outros
equipamentos de imobilização e transporte;
- Aplicar curativos e bandagens, inclusive nos casos de queimaduras e ferimentos nos olhos;
- Imobilizar coluna e membros fraturados, utilizando os equipamentos disponíveis no veículo de
emergência;
- Reconhecer os períodos do parto, dar assistência ao parto normal em período expulsivo e prestar os
primeiros cuidados ao recém-nato;
- Realizar abordagem inicial (conforme itens anteriores) e oferecer atendimento a pacientes especiais,
doentes mentais, alcoólatras e suicidas;
- Estabelecer contato com a Central de Comunicação (regulação médica), para repassar dados e seguir
obrigatoriamente suas determinações;
- Manter a equipe de regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada veículo da frota;
- Conhecer a malha viária e as principais vias de acesso a todas as áreas do(s) município(s) abrangido(s)
pelo sistema de atendimento pré-hospitalar local.
- Administração de medicamento por via oral e parenteral, sob prescrição médica e supervisão de
enfermagem.
3-6. ENFERMEIRO
- Participar da formação dos bombeiros, policiais rodoviários e dos demais profissionais na área de
urgência/emergência pré-hospitalar;
- Exercer todas as funções legalmente reconhecidas à sua formação profissional. Nos termos da
legislação específica que regulamenta a profissão de enfermagem – Lei nº 7.498/86 e Decreto nº
94.406/87.
3-7. MÉDICO
- Exercer a regulação médica do sistema, compreendendo: recepção dos chamados de auxílio, análise
da demanda, classificação em prioridades de atendimento, seleção de meios para atendimento (melhor
resposta), acompanhamento do atendimento local, determinação do local de destino do paciente,
orientação telefônica;
- Prestar assistência direta aos pacientes nas ambulâncias, quando indicado, realizando os atos médicos
possíveis e necessários ao nível pré-hospitalar;
- Quando investido no cargo de diretor técnico do serviço, deverá efetuar a supervisão geral e demais
atividades pertinentes à função.
4) CONTEÚDO CURRICULAR
O conteúdo técnico-científico referente à capacitação para início das atividades profissionais em nível
pré-hospitalar pode ser dividido em módulos comuns. Para todos os profissionais, os módulos são, de
modo geral, os mesmos. Há necessidade, porém, da separação de alguns dos módulos propostos em
conhecimentos básicos e conhecimentos avançados, a fim de propiciar, especialmente, a diferenciação
dos aspectos práticos do treinamento. O conteúdo do treinamento deve seguir a seguinte divisão:
Módulos Básicos: para capacitação de telefonistas, motoristas, bombeiros militares, policiais rodoviários e
técnicos em emergências médicas;
Módulos Comuns: para capacitação de todos os profissionais, contendo o mesmo conteúdo e carga
horária.
Todos os módulos comportam exposições teóricas e exercícios práticos, sendo sugerido o método
didático de problematização (estudo por problemas) como modelo pedagógico a ser adotado. Sendo
assim, os cursos de capacitação devem alternar exposições teóricas, estudo de cenários e sessões de
treinamento de habilidades práticas.
Os instrutores, de modo geral, são da área da saúde (médicos e enfermeiros), salvo nos capítulos
específicos de outras atividades profissionais: radiocomunicação, extricação de ferragens, salvamento
terrestre e em altura, direção defensiva e cargas perigosas, capacitação pedagógica e gerencial.
- Qualificação pessoal
- Atendimento pré-hospitalar
- Radiocomunicação
- Telefonia
- Rotinas operacionais
- Registros e documentos
4-2. MÓDULOS BÁSICOS - Telefonista, motorista, bombeiros, policiais militares, policiais rodoviários e
técnicos em emergenciais médicas
I – Regulação médica
II – Abordagem do paciente
- Anatomia e fisiologia
- Abordagem do paciente
- Abordagem do politraumatizado
- Manejo de vias aéreas
- Ressuscitação cardiopulmonar
- Oxigenoterapia
- Monitorização
- Biossegurança
IV – Intervenções específicas
- Intoxicações/envenenamentos
- Lesões térmicas
- Afogamento
- Assistência ao parto
- Catástrofes/desastres
V – Trauma
- Ferimentos/hemorragias/bandagens
- Sinais de choque
- Imobilizações: coluna/extremidades
- Manejo de gestantes/crianças
- Produtos perigosos
I – Regulação médica
II – Abordagem do paciente - Manejo de vias aéreas - Manejo da parada cárdiopulmonar -
Oxigenoterapia Monitorização
O conteúdo de cada item dos módulos deve ser adaptado ao nível profissional (médico ou enfermeiro),
porém a carga horária e o número de itens são os mesmos.
5) AVALIAÇÃO
A avaliação dos profissionais submetidos aos cursos de capacitação deve ser formalizada de modo a
permitir o uso de critérios objetivos. Deve-se priorizar o desempenho prático do aluno como critério
fundamental, sem porém subvalorizar a avaliação teórica. Os agentes que devem realizar a avaliação
devem ter vivência prática no sistema pré-hospitalar.
6) CERTIFICAÇÃO
A certificação dos profissionais atuantes no sistema pré-hospitalar deve ser obtida através de Centros de
Capacitação, constituídos sob coordenação das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde,
envolvendo as escolas médicas e de enfermagem locais. Os médicos responsáveis técnicos pelos
serviços de atendimento pré-hospitalar deverão supervisionar a documentação de todos os profissionais
participantes de suas respectivas instituições.
- cursos modulares para habilitação progressiva dos profissionais já atuantes em sistemas pré-
hospitalares e que ainda não possuem a certificação formal;
- formalização de convênios interinstitucionais para o desempenho de suas funções, com o aval do gestor
de saúde local e/ou regional.
6-2. Os serviços pré-hospitalares devem prover condições para a re-capacitação, desenvolvida junto aos
Centros de Capacitação, cabendo ao médico responsável avaliar a qualidade e o desempenho do
serviço, sugerindo as reavaliações e treinamentos para a manutenção da qualidade da assistência.
1- AMBULÂNCIAS
I – Conceito e definições
Tipo B - Ambulância de suporte básico: veículo destinado ao transporte pré-hospitalar de pacientes com
risco de vida desconhecido e transporte inter-hospitalar, contendo apenas os equipamentos mínimos à
manutenção da vida.
Tipo D - Ambulância de suporte avançado (ASA) ou ambulância UTI móvel: veículo destinado ao
transporte de pacientes de alto risco de emergências pré-hospitalares e transporte inter-hospitalar. Deve
contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.
Tipo E - Aeronave de transporte médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte de
pacientes por via aérea, dotada de equipamentos médicos homologados pelos órgãos competentes.
Tipo F - Nave de transporte médico: veículo motorizado hidroviário destinado ao transporte de pacientes
por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento dos
mesmos conforme sua gravidade.
2. OUTROS VEÍCULOS
2.I - Veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco sentados (ex. pacientes
crônicos, etc.). Este transporte só pode ser realizado com anuência médica.
2.II - Veículos de intervenção rápida (veículos leves) para transporte de médicos e/ou equipamentos
especiais para ajuda no atendimento de campo.
2.III – Materiais e equipamentos das ambulâncias
2.III 1. As ambulâncias deverão ter no mínimo dos seguintes materiais e equipamentos ou similares com
eficácia equivalente:
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo (e móvel opcional); maca com
rodas e articulada; suporte para soro; instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro
em local de fácil visualização e régua com tripla saída, para permitir a alimentação do respirador;
fluxômetro e umidificador de oxigênio; aspirador tipo Venturi: pranchas curtas e longas para imobilização
de coluna, maleta de emergência contendo: estetoscópio adulto e infantil; ressuscitador manual
adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados; luvas descartáveis; tesoura reta com ponta
romba; esparadrapo; esfigmomanômetro adulto/infantil; ataduras de 15 cm; compressas cirúrgicas
estéreis; pacotes de gaze estéril; cateteres para oxigenação e aspiração de vários tamanhos; talas para
imobilização e conjunto de colares cervicais; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps
umbilicais; estilete estéril para corte do cordão; saco plástico para placenta; absorvente higiênico grande;
cobertor ou similar para envolver o recém-nascido; compressas cirúrgicas estéreis; pacotes de gazes
estéreis e braceletes de identificação.
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca com rodas e
articulada; suporte para soro, desfibrilador semi-automático, oxímetro de pulso portátil, instalação de rede
de oxigênio como descrita no item anterior; prancha longa para imobilização de coluna; prancha curta ou
colete imobilizador; conjunto de colares cervicais; cilindro de oxigênio portátil com válvula; manômetro e
fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; maleta de emergência como descrita no item
anterior, acrescida de protetores para queimados ou eviscerados; maleta de parto como descrito no item
anterior; frascos de soro fisiológico; bandagens triangulares; talas para imobilização de membros;
cobertores; coletes refletivos para a tripulação; lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais de
proteção; fitas e cones sinalizadores para isolamento de áreas.
Materiais de resgate dos Corpos de Bombeiros, conforme normatização específica dos mesmos, não
deverão ser componentes das ambulâncias tipo C mas sim fazer parte de veículos específicos dessas
corporações.
III 1. 4. Ambulância de Suporte Avançado (tipo D), também denominada ambulância UTI móvel:
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca com rodas e
articulada; dois suportes de soro; cadeira de rodas dobrável; instalação de rede portátil de oxigênio como
descrito no item anterior (é obrigatório que a quantidade de oxigênio permita ventilação mecânica por no
mínimo duas horas); respirador mecânico de transporte, com alarmes de desconexão de circuito, pressão
alta em vias aéreas, falha de ciclo, baixa pressão de gás, PEEP até 15 cm de H2O; monitor
multiparâmetro ou aparelhos separados contendo, no mínimo, oximetria de pulso, pressão arterial não -
invasiva; unidade geradora de marca-passo transvenoso portátil; eletrocardiógrafo capaz de registrar
ECG de 12 derivações; monitor cardíaco e cardioversor com marca-passo externo com bateria e
instalação elétrica disponível; duas ou mais bombas de infusão com bateria e equipo; maleta de vias
aéreas contendo: máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de
aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20 ml para insuflar o "cuf";
ressuscitador manual adulto/infantil; sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de
procedimentos; máscara para ressuscitador adulto/infantil; lidocaína geléia e "spray"; cadarços para
fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas; estetoscópio;
esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios-guia para intubação; pinça de
Magyl; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia; drenos para
tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de
algodão com antiséptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários
tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote;
equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil;
tesoura, pinça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras
de 3 vias; equipo de infusão de 4 vias; frascos de solução salina; caixa completa de pequena cirurgia;
maleta de parto como descrito nos itens anteriores; frascos de drenagem de tórax; extensões para
drenos torácicos; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados;
espátulas de madeira; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensíveis;
equipo para bombas de infusão; circuito de respirador estéril de reserva; equipamentos de proteção à
equipe de atendimento: óculos, máscaras e aventais; cobertor ou filme metálico para conservação do
calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais;
prancha longa para imobilização da coluna.
Deverá conter os mesmos equipamentos descritos para as ambulâncias de suporte avançado, tanto
adulto como infantil, com as adaptações necessárias para o uso em ambientes hipobáricos, homologados
pelos órgãos competentes.
Poderá ser equipada como descrito nas ambulâncias de tipos A, B ou D, dependendo da finalidade de
emprego.
a. incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada do veículo (12 volts),
suporte em seu próprio pedestal para cilindro de oxigênio e ar comprimido, controle de temperatura com
alarme. A incubadora deve estar apoiada sobre carros com rodas devidamente fixadas quando dentro da
ambulância;
c. Nos demais itens deve conter a mesma aparelhagem e medicamentos de suporte avançado, com os
tamanhos e especificações adequadas ao uso neonatal.
IV. Medicamentos
IV. 1. Medicamentos obrigatórios que deverão constar em toda ambulância de suporte avançado,
aeronaves e naves de transporte médico (tipos D, E ,F).
a) Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina; hidrocortisona;
glicose 50%;
V. Identificação
V.1. – As ambulâncias do tipo B, C, D e E serão identificadas com símbolo próprio indicativo dos serviços
de resgate e emergências.
VI. 2 - Ambulância do tipo B: motorista com treinamento em APH e um auxiliar de enfermagem habilitado
em APH.
VI. 3 - Ambulância do tipo C: dois profissionais com treinamento em APH e resgate e motorista
capacitado em APH.
VII.5 - Aeronaves e naves devem ter tripulação equivalente, conforme a gravidade do paciente a ser
resgatado ou transportado.
VII. 1 - Cada veículo deverá ser mantido em bom estado de conservação e em condições de operação.
VII. 2 - O uso de sinalizador sonoro e luminoso somente será permitido durante a resposta aos chamados
de emergência e durante o transporte de pacientes, de acordo com a legislação em vigor.
VII. 3 - A maca deverá ter um sistema de fixação no veículo e cintos de segurança em condições de uso.
Os cintos de segurança são também obrigatórios para todos os passageiros.
29.07.03