Estagio Faveni

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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO


PEDAGOGIA

ANDRÉA MARTINS DE SOUZA COUYL/ RA: 1903068

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM EDUCAÇÃO


INFANTIL- DOCÊNCIA

Licenciatura em Pedagogia

ENGENHEIRO COELHO- SP
2022
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ANDRÉA MARTINS DE SOUZA COUYL/ RA: 1903068

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM EDUCAÇÃO


INFANTIL- DOCÊNCIA

Licenciatura em Pedagogia

Relatório desenvolvido como requisito para


aprovação no componente curricular Estágio
Curricular Obrigatório no curso de Licenciatura em
Pedagogia na Universidade Virtual do Estado de São
Paulo.

ENGENHEIRO COELHO- SP
2022
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM EDUCAÇÃO


INFANTIL- DOCÊNCIA

Ficha de identificação

Nome: Andréa Martins de Souza Couyl RA: 1903068

Licenciatura: Pedagogia Polo: Engenheiro Coelho

Período: 10/08/2022 a 07/09/2022

Local: E.M.E.I.E.F. Odécio Forner

Endereço: Rua Benedito Cunha Guedes, 496 , bairro Jardim do Sol

Fone: (19) 3857-9653 Cidade: Engenheiro Coelho Estado: SP

Email: [email protected]
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 05
2 INTRODUÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO .............................................. 08
2.1 Dados de identificação da unidade escolar.............................................. 08
2.2 Estrutura física.......................................................................................... 10
2.3 Proposta Pedagógica................................................................................ 10
2.4 Perfil dos alunos e comunidade de entorno.............................................. 12
2.5 Missão, visão e valores............................................................................. 12
2.6 Objetivos da instituição............................................................................. 13
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................. 15
3.1 Observação de práticas pedagógicas em sala de aula............................. 15
3.1.1 Recepção dos alunos................................................................................ 15
3.1.2 Rotina da turma (cabeçalho)..................................................................... 16
3.1.3 Roda de leituras e rodas de conversas..................................................... 17
3.1.4 Contação de histórias................................................................................ 18
3.1.5 Músicas..................................................................................................... 20
3.1.6 Desenhos e artes...................................................................................... 21
3.1.7 Jogos e brincadeiras................................................................................. 23
3.1.8 Atividades xerocopiadas........................................................................... 24
4 CONCLUSÕES......................................................................................... 26
REFERÊNCIAS........................................................................................ 29
APÊNDICES............................................................................................. 31
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1. INTRODUÇÃO

Este relatório caracteriza-se como um documento descritivo que apresenta


criticamente as experiências obtidas na disciplina Estágio Supervisionado
obrigatório- Docência na Educação Infantil.
O presente relatório traz informações referentes às 100 horas de estágio
supervisionado obrigatório - Docência em Educação Infantil, que se deu na A
E.M.E.I.E.F. Odécio Forner do município de Engenheiro Coelho- SP, tendo neste
estágio de forma coerente e especificado, a observação e fazer um diagnóstico da
instituição e das atividades realizadas em sala pela professora, a observação é mais
que um requisito para conclusão dos estudos, ela tem o propósito de que a partir de
observações realizadas em sala de aula com crianças do Infantil I possamos ter uma
experiência positiva e levar conosco informações valiosas para a vida inteira. A
natureza deste relatório é, por excelência, um estudo tanto na parte organizacional e
pedagógica da escola quanto na descrição da mesma como um todo.
No Brasil, é obrigatório e direito do aluno que cursa o ensino superior
participar do estágio curricular, existem Leis, Pareceres, Decretos, Resoluções e
Notificações que exigem comprovações de que o futuro profissional executou o
estágio, são elas: Lei nº 6.494/77, de 07/12/77, regulamentada pelo Decreto nº
87.497, de 18/08/82, ambos alterados e complementados pela Lei no. 8.859, de
23/03/94, pelo Decreto 2.080, de 26/11/96 e pela Lei 9394 de 20/12/96 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), sendo este o primeiro contato
professor/aluno após as teorias aprendidas em salas de aula, são poucas as horas
de estágio comparadas com as teóricas, mesmo assim este se faz necessário e
essencial para que possamos concluir a graduação.
O estágio integrar a teoria e a prática os autores como Pimenta e Lima (2004,
p. 45) “consideram que a finalidade do estágio é propiciar ao aluno uma
aproximação à realidade na qual atuará”, sem contar que o mesmo é regido por uma
legislação que institui a duração e a carga horária do curso de licenciatura, de
graduação plena de formação de professores da Educação Básica em nível
superior. De acordo com Oliveira e Cunha (2006, p. 6), “Podemos conceituar Estágio
Supervisionado, portanto, como qualquer atividade que propicie ao aluno adquirir
6

experiência profissional específica e que contribua de forma eficaz, para sua


absorção pelo mercado de trabalho.”
Pode-se concordar com os autores que realmente só se aprende vivenciando
ali na prática e a observação é apenas o princípio de um aprendizado que concretiza
a vivência e o exercício da profissão, tanto a observação quanto a prática prepara os
futuros pedagogos para o mercado de trabalho, fazendo com que realizem uma
atuação transformadora na realidade escolar, ajudando no desenvolvimento integral
do aluno.
E é por esse motivo que é necessário passarmos por essas etapas e
experiências profissionais o que nos leva a refletir na prática docente e assim
possamos avaliar o fazer pedagógico do professor refletindo numa visão dialética
onde professores/orientadores e alunos/acadêmicos possam argumentar, discutir,
refletir e dialogar as práticas vivenciadas na escola.
E não poderia ser lugar melhor do que a sala de aula para que sejam
cumpridas o que determina as legislações e pareceres, já que o estágio é
fundamental e importante, tornando-se “[...] um momento de efetivar um processo de
ensino-aprendizagem [...]” (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, PARECER
Nº. 21, 2001), basta indagar e refletir os conhecimentos nele providos pelo ambiente
educativo.
Quanto à teoria e prática, uma não existe sem a outra, comprovado nas
palavras de Pimenta e Lima “o estágio tem de ser teórico-prático, ou seja, que a
teoria é indissociável da prática” (2004, p. 34). Mas o estágio ainda traz a
insegurança do futuro profissional, que ao adentrar na sala de aula deixa
transparecer sua insegurança e sua ansiedade, levando muitos a pensarem que é
uma etapa difícil, impossível de superar, vimos que não necessita medo, pois para
se graduar em qualquer profissão é necessário que cumpram esse requisito.
As diretrizes que regem o estágio vêm propor a realização do mesmo ao
longo do curso para que os graduando tenham experiências e fortaleçam suas
atitudes e conhecimentos em áreas específicas nas quais pretendem atuar sejam na
educação infantil ou no ensino fundamental, todo estágio deve ser um cumprimento
legal que vem contribuir significativamente para formação do estudante de
Pedagogia, ao estabelecer o processo de ação-reflexão-ação. Pimenta e Lima
(2004, p.24) defendem que “a atividade teórico-prática de ensinar constitui o núcleo
do trabalho docente.” O pedagogo se baseia na teoria para fundamentar a sua
7

prática. Este estágio foi uma oportunidade de entrar em contato com a prática em
sala de aula, de forma a complementar e aperfeiçoar as competências sócio
profissionais através de uma ligação entre o sistema educativo e o contato com o
mundo educacional. Portanto, corrobora-se com Romanowski,

Entende-se o Estágio como uma oportunidade de inserção numa realidade,


no caso escolas de educação básica, permitindo a compreensão da prática
em o saber acadêmico constitui referência para apreender como se dão as
relações estabelecidas nesta prática constituída historicamente. A inserção
na prática para a partir da observação, da ação, seguida de análise do
processo vivenciado, possibilitam ao futuro professor compreender as
relações estabelecidas, para propor novas alternativas à prática pedagógica
sistematizadas coletivamente (ROMANOWSKI, 2008, p.10)

Sendo assim, cabe aos estagiários traçar objetivos claros do que pretende
alcançar em cada uma das etapas de sua vida acadêmica, precisando antes de tudo
de articular a teoria e a prática.
Vale a pena salientar que a construção do presente relatório é de grande
valia, pois avaliamos a escola como um todo, traçamos o perfil da instituição
juntamente com seus alunos e comunidade de entorno. Abordamos alguns itens
contemplados no seu Projeto Político Pedagógico, sua missão, visão e valores além
das práticas curriculares e suas concepções. Através do PPP ainda verificamos as
práticas pedagógicas da instituição. A turma escolhida para observação foi a turma
do Infantil I, na educação infantil, com a professora regente Tatiane Isabel Ferreira,
graduada em letras- português/inglês, pedagogia e artes. As observações
comprovaram o quanto é especial, prazeroso e dinâmico o trabalho com a turma,
pois os dezesseis alunos que tem na turma são comprometidos com a
aprendizagem.
O estágio proporcionou-me 100 horas de conhecimento educacional que
incentiva cada vez mais a valorização dos profissionais na educação. Desta forma, o
estágio proporcionou-me um aproveitamento e aprendizagem que servirá
distintamente para a construção daquilo que eu desejo alcançar como futura
educadora.
O relatório está dividido em três etapas: a primeira se refere à descrição das
características da escola e do seu espaço físico; a segunda diz respeito à
observação na docência na educação infantil e a terceira trata de algumas
considerações finais da estagiária quanto a sua experiência na observação.
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2. INTRODUÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

2.1 Dados de identificação da unidade escolar.

INSTITUÇÃO DE ENSINO E.M.E.I.E.F. ODÉCIO FORNER


ENDEREÇO RUA BENEDITO CUNHA GUEDES, 496 RUA.
JARDIM DO SOL. 13445-562
ENGENHEIRO COELHO - SP.
CONTATO Telefone: (19) 3857-9653
https://www.facebook.com/emeiefodecio.forner
E-mail- [email protected]
ÓRGÃOS MANTENEDORES Prefeitura Municipal
Quadro 1 - Dados cadastrais

A escola que serviu de palco para o estágio supervisionado etapa de


observação foi uma escola da rede municipal de ensino do município de Engenheiro
Coelho- SP. A E.M.E.I.E.F. Odécio Forner foi fundada em 27 de julho de 1999, com
o intuito de beneficiar as famílias do bairro Jardim do Sol. A sua história está
centrada na figura de Odécio Forner um fazendeiro muito respeitado e considerado
um bom patrão. A mesma está situada no meio urbano na Rua Benedito Cunha
Guedes e tem como órgão mantenedor a prefeitura municipal e sua oferta é a
educação infantil com a pré-escola que tem um total de 242 alunos e ensino
fundamental de nove anos com o primeiro ano que possui um total de 181 alunos. A
instituição tem seu regime de funcionamento nos períodos matutino ( as turmas de
1º ano) e vespertino ( as turmas da educação infantil). Dividido da seguinte maneira:

TURMA IDADE TOTAL DE ALUNOS


INFANTIL I TURMA C 4 anos 14 alunos
INFANTIL I TURMA D 4 anos 14 alunos
INFANTIL I TURMA E 4 anos 14 alunos
INFANTIL I TURMA F 4 anos 14 alunos
INFANTIL II TURMA A 5 anos 17 alunos
INFANTIL II TURMA B 5 anos 15 alunos
INFANTIL II TURMA C 5 anos 15 alunos
INFANTIL II TURMA D 5 anos 14 alunos
INFANTIL II TURMA E 5 anos 15 alunos
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INFANTIL II TURMA F 5 anos 15 alunos


1º ANO TURMA A 6 anos 21 alunos
1º ANO TURMA B 6 anos 21 alunos
1º ANO TURMA C 6 anos 18 alunos
1º ANO TURMA D 6 anos 20 alunos
1º ANO TURMA E 6 anos 20 alunos
1º ANO TURMA F 6 anos 18 alunos
1º ANO TURMA G 6 anos 18 alunos
1º ANO TURMA H 6 anos 19 alunos
1º ANO TURMA I 6 anos 17 alunos
1º ANO TURMA J 6 anos 17 alunos
1º ANO TURMA K 6 anos 15 alunos

Na escola trabalham onze profissionais incluindo professores, coordenação e


todas as áreas da escola. A mesma oferece alimentação escolar para os alunos
e atendimento educacional especializado. O calendário escolar é elaborado,
anualmente, pela Secretaria Municipal de Educação, o calendário escolar fixo, início
e término do ano letivo, período de matrículas, quanto às datas de reuniões de
professores HTPC’s, comemorações escolares e Projetos ficam por conta da direção
e coordenação da instituição. Os HTPC’s da escola são realizados nas segundas-
feiras.
Na prática educativa da pré-escola e fundamental a instituição está sempre
presente e possui uma rotina de trabalho, o estatuto da escola é baseado no
estatuto do município de Engenheiro Coelho-SP. A lógica organizacional deve partir
da rotina da escola baseado nas ações e reações das crianças frente ao que lhes é
imposto, a escola prepõe que cada sala tenha a sua própria rotina tornando o
processo de aprendizagem flexível maleável e dinâmico. Quanto à rotina da
instituição é um elemento importante da Educação Infantil, por proporcionar a
criança sentimentos de estabilidade e segurança. Assim como proporciona à criança
maior facilidade de organização espaço-temporal e a liberta do sentimento de
estresse que uma rotina desestruturada pode causar.
A rotina da E.M.E.I.E.F. Odécio Forner é bastante rica, alegre e prazerosa, o
que proporciona a ampliação das experiências infantis. As novidades são
10

planejadas, apoiando-se na estrutura orientadora da rotina, orientada pela


coordenação pedagógica assim a rotina age num clima de maior segurança,
estabilidade e consistência.
Foi na E.M.E.I.E.F. Odécio Forner que tive a experiência de observar as
práticas e didáticas dos docentes, e trazer para minha bagagem acadêmica
experiências aprendidas durante as 100 horas de observação.

2.2 Estrutura física

A E.M.E.I.E.F. Odécio Forner possui uma boa estrutura. Sendo eles: Parque
infantil, refeitório, 12 salas das quais não são nem climatizadas e nem adaptadas
para os alunos com deficiência, 1 sala de direção, 1 de coordenação pedagógica, 1
de vice direção, 1 cozinha, 1 despensa, 1 sala de professores, 4 sanitários para
profissionais, 3 sanitários para alunos, 1 secretaria, 1 almoxarifado, 1 depósito, 1
sala de apoio pedagógico e 1 pátio coberto.
Sendo que a instituição possui o seu prédio próprio, água da rede pública,
energia elétrica da rede pública, rede de esgoto e coleta de lixo periódica.
A escola também possui recursos de rede e computadores como forma de
agilizar a rotina administrativa e pedagógica com 16 computadores na escola, 4 para
uso administrativo, 12 para uso dos alunos com acesso a internet e banda larga.

2.3 Proposta Pedagógica

A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) no TÍTULO IV- “Da


organização da Educação Nacional”, trata explicitamente a proposta pedagógica e
do projeto pedagógico da escola elaborado com a participação de todos os seus
atores. Destaca que a comunidade deva repensar a instituição educacional a partir
dos princípios de flexibilidade e contextualização estabelecidos por ela. Nela, o
projeto pedagógico é idealizado e o Estatuto e o Regimento são normas definidoras
do fazer pedagógico.
A escola tem como proposta pedagógica orientar suas ações em busca da
efetivação de seus objetivos, através de um currículo que valorize a interação
constante entre seus membros, ou seja, entre a escola, a família e toda comunidade
escolar. Na atual conjuntura social, a escola vem sendo questionada acerca de seu
11

papel ante as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais. Assim, a


construção do projeto político pedagógico surge nesse cenário de intensas
transformações na sociedade contemporânea, em que é necessário retomar o
sentido do trabalho escolar, bem como o papel da escola e dos professores na
construção de uma educação de qualidade.
Nesse contexto, a E.M.E.I.E.F. Odécio Forner vem a partir de discussões
amplas e democráticas com o corpo docente, funcionários e pais conceberem o seu
Projeto Pedagógico, a fim de traçar um plano para construir a identidade da
instituição e transformar a sua realidade. A Escola faz valer seus objetivos que é o
de criar um ambiente propício, objetivo, se apropriando do “brincar” como ferramenta
capaz de despertar na criança o interesse de aprender. Esta ação irá colaborar no
desenvolvimento das habilidades físicas e intelectuais permitindo-a transformar-se
em um ser humano autônomo e pensante. Outro objetivo válido e importante na
instituição é que a mesma visa oportunizar momentos em que a família da criança
se integre a fim de juntos incentivarem o prazer pelo aprender na criança, através da
curiosidade sobre o desconhecido.
Acerca do trabalho pedagógico, este visa o aprendizado pleno de seus alunos
nos mais diferentes sentidos, sempre respeitando as propostas de trabalho
procedentes da secretaria Municipal de Educação. Quanto ao conteúdo SP, livros do
MEC, pela BNCC com seus seis eixos estruturantes: Conviver, brincar, participar,
explorar, expressar e conhecer. Estes servem de base para a construção de um
bom ensino às crianças assegurando a missão, visão e valores da escola.
Assim sendo, este projeto é também político por isso mesmo é sempre um
processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade, que permanece como
horizonte. O sucesso dele depende da ousadia de seus dirigentes e de cada
funcionário em assumir-se como tal, com a fibra que tem e da ousadia e participação
de cada pai e responsável. A natureza processual da educação faz deste projeto um
instrumento de trabalho ainda que provisório, para a realização da missão e dos
nossos ideais.
Temos esta visão, concordando com Miguel Arroyo quando ele menciona que
“entre uma escola que prepara para a cidadania, prefiro aquela que vivencia
cidadania. Não é suficiente defender a escola pública brasileira, é preciso construir a
escola pública brasileira.”
12

O Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar traz a concepção de


criança declarada na Introdução do Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil.

A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de
uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma
determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente
marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. (...) As
crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que
sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que
estabelecem desde cedo com as pessoas que lhes são próximas e com o meio
que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em
que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das
brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus
anseios e desejos. (BRASIL, 1998, p. 21).

2.4 Perfil dos alunos e comunidade de entorno

A escola está situada em um bairro de classe baixa com ruas asfaltadas e de


fácil acesso. Alguns alunos são de classe média, mas todos possuem atendimento
igualitário.
A E.M.E.I.E.F. Odécio Forner está situada ao lado da CEI Dirce Rosa e do
ginásio de esportes Mário Covas. As famílias do bairro são bem conhecidas pela
equipe pedagógica facilitando a comunicação e atendimento para cada aluno, bem
como as suas dificuldades necessidades. Estas famílias em sua maioria trabalham
fora de casa e apresenta uma renda mensal que varia entre 1 e 3 salários mínimos e
residem em casas alugadas em condições medianas sendo que uma boa parte
delas são vindas de ouros estados em busca de emprego e uma vida melhor.

2.5 Missão, visão e valores

Na busca da sobrevivência, o homem interage com a natureza, modificando-a


e dela extraindo o que necessita desta forma cria seu mundo com características
humanas, e define a cultura do seu povo. Cultura é tudo o que os homens
produzem, constroem ao longo da história, desde as questões mais simples às
questões mais complexas, manifestadas por meio da arte, religião, costumes,
valores, etc.
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É papel de a educação escolar respeitar essa diversidade e buscar


desenvolver nos alunos, o sentimento de respeito pela diferentes culturas dos povos,
tendo clareza da necessidade de combater a homogeneização tão difundida pelos
meios de comunicação. Pensar em escola e educação é pensar em qualidade de
ensino e de serviços prestados à sociedade em constante transformação, portanto a
E.M.E.I.E.F. Odécio Forner tem como missão oferecer uma educação de qualidade
integrando o Cuidar, o Brincar e o educar; Proporcionar uma educação reflexiva e
significativa para formar cidadãos competentes para atuar na sociedade; agir com
responsabilidade social e ambiental, gerando valores para seus alunos, familiares e
colaboradores.
A sua visão é ser reconhecido por alunos e famílias como referência no
âmbito educacional por proporcionar um ensino de qualidade por meio de suas
propostas e práticas pedagógicas na formação do cidadão crítico e por cuidar de
cada aluno como membro de uma família.
E seus valores são voltados à responsabilidade, valorização, solidariedade,
segurança e integridade de seus educandos e colaboradores. Respeito aos alunos,
familiares e colaboradores. Relação, interpessoais e trabalho coletivo. Inovação,
autonomia e criatividade.
Assim os seus valores conduzem a formação de alunos para uma vida
harmônica e feliz.

2.6 Objetivos da instituição

A E.M.E.I.E.F. Odécio Forner tem como objetivo geral: criar um ambiente


propício, objetivo, se apropriando do “brincar” como ferramenta capaz de despertar
na criança o interesse de aprender. Esta ação irá colaborar no desenvolvimento das
habilidades físicas e intelectuais permitindo-a transformar-se em um ser humano
autônomo e pensante. Outro objetivo válido e importante na instituição é que a
mesma visa oportunizar momentos em que a família da criança se integre a fim de
juntos incentivarem o prazer pelo aprender na criança, através da curiosidade sobre
o desconhecido.
E seus específicos: Investir na compra de mais brinquedos para o espaço
lúdico;
14

O professor deverá observar a criança e registrar suas ações nas brincadeiras


desenvolvidas, viabilizando um espaço onde através dos gestos corporais ou a
manipulação de objetos possam aprender a se expressar segundo uma evolução;
Elaboração de um projeto para que a família seja integrada e sinta-se a fazer
parte da educação de seus filhos;
Atentar-se ao estado físico da criança observando-a e se houver alguma
observação quanto à sua saúde e higiene pessoal entre outros, alertar os pais
particularmente para que sejam tomadas as devidas precauções sobre o mesmo.
15

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E ANÁLISE CRÍTICA

A observação se deu durante o período de 10 de agosto a 07 de setembro de


2022, na turma do Infantil I, sob a regência da professora Tatiane Isabel Ferreira,
totalizando 100 horas de estágio supervisionado na E.M.E.I.E.F. Odécio Forner.
A turma referenciada acima é bastante dinâmica e interessados nas aulas, de
um modo geral os mesmos são educados e tem um convívio muito bom uns com os
outros não apresentando nenhuma forma de preconceito e isolamento.
As atividades desenvolvidas foram voltadas à ludicidade, contação de
histórias, jogos, brincadeiras, desenhos/ artes, confecção de brinquedos como
peteca, estudo das vogais, estudo dos numerais de 0 a 10, formas geométricas e
cores. Dentro dos conteúdos trabalhados a educadora dinamizou a aula a todo
instante tornando-a cada vez mais prazerosa.

3.1. Observação de práticas pedagógicas em sala de aula

É por meio da observação em sala de aula que buscamos conhecer as


características peculiares e mais explicitas dos diversos aspectos que constituem o
ambiente de sala de aula. Observei as aulas e percebi o quanto a escola investe na
criatividade de aulas lúdicas tudo em prol da aprendizagem, as aulas são recheadas
de jogos, brincadeiras e músicas, tudo que o universo infantil precisa para
desenvolver suas aptidões.

3.1.1 Recepção dos alunos

Nas observações da turma do Jardim I logo de início percebi que uma parte
importante que deveria ser mencionada foi acerca da recepção da professora aos
seus alunos, logo na chegada todos os dias eles são recebidos de maneira afetuosa
e carinhosa demonstrando a todos confiança e segurança.
A recepção dos alunos é feita com músicas e oração e muito afeto.
O que presenciei foi a afetividade nesses momentos, acerca disso podemos
mencionar que a educação infantil é uma etapa que marca a vida de toda criança,
essas marcas se formam na infância, um período em que a mesma está em
constante evolução, suas emoções estão aflorando daí a necessidade delas terem
16

momentos felizes e aprendizagens significativas, se não viverem essas emoções


poderão tornar adultos marcados com transtornos emocionais irreversíveis.
A afetividade não pode e nem deve ser confundida com amor e carinho, está
ligada aos fatores presentes no meio de convívio de uma criança, é importante para
o seu desenvolvimento, pois favorece o aperfeiçoamento de sua personalidade, seu
desenvolvimento cognitivo e seus domínios funcionais. Para Nery (2003, p. 109),
afetividade traz consigo a capacidade de ampliação da interação social, solidificando
as relações de amizade e promovendo a qualidade dos relacionamentos que por sua
vez confere aos objetos do conhecimento um sentido afetivo e significativo.
A afetividade também deve estar presente no cotidiano escolar na relação
professor/aluno, citar essa relação é falar de emoções, disciplina, postura, uma
constante na vida da criança, em todo meio do qual faça parte. Em decorrência
dessa relação, professor e aluno podem passar a conhecer novas formas de
conceber o mundo, as quais são diferentes das suas. Podem também rever
comportamentos, ratificar ou retificar opiniões, desfazer preconceitos, mudar
atitudes, alterar posturas. Portanto, toda prática pedagógica deve, atentar e
constantemente, buscar a qualidade das suas relações, valorizando os aspectos
cognitivos e sociais, integrando-os enquanto elementos fundamentais no
desenvolvimento da criança como um todo.
Arruda e Borges (2011) enfatizam: “A aprendizagem e a afetividade na
relação entre criança e professor devem caminhar juntas, pois é a partir da
afetividade que a criança passa a ter confiança no professor”, a afetividade afeta a
autoestima infantil e deixa marcas na vida da criança que a carrega consigo por toda
sua existência, essas marcas quando positivas faz com que ela se torne um adulto
carinhoso, educado e meigo. Já as marcas negativas são mais severas e, portanto
mais difíceis de lidar.

3.1.2 Rotina da turma (cabeçalho)

A rotina de uma turma é essencial para que os educandos tenham autonomia


e segurança no decorrer do dia na sala de aula, a rotina da turma observada girava
em torno de fixação de noções básicas sobre o tempo, o calendário e o dia da
semana. Sem mencionar a escrita do cabeçalho na lousa pela professora a fim de
que os alunos memorizassem alguns conceitos. A organização da rotina escolar é
17

uma etapa de grande necessidade por se tratar da melhor maneira de aproveitar o


tempo e o conteúdo a ser trabalhado e é de suma importância quando se trata de
turmas de educação infantil.
Em alguns momentos a educadora utilizou a lousa para fixação do dia da
semana e da data, algo essencial para a aprendizagem, pois é comum as crianças
esquecerem o dia da semana.

Uma rotina trabalho é importante para a estruturação de um grupo de


crianças. Rotina de trabalho significa organização, sistematização e
disciplina. É através da rotina que o tempo e espaço se estruturam para a
criança (a hora da roda, a hora do lanche, a arrumação das mesas e dos
materiais, etc.). [...] a rotina deve ser flexível, de modo a organizar os
espaços e os tempos conforme novas necessidades surjam [...]
(WARSCHAUER, 1993, p. 66).

3.1.3 Roda de leituras e rodas de conversas

Na observação diariamente a professora formava uma roda com os alunos


para realização da leitura deleite e conversarem sobre acontecimentos como da sua
rotina após a escola.
O professor de educação infantil tem grandes desafios e um deles é a
preocupação de conversar com as crianças em grupo com o intuito de desenvolver a
oralidade, a aprendizagem da escuta, estimular o desenvolvimento da linguagem
oral e permitir a todos que possam se expressar. É um valioso recurso que amplia a
competência narrativa e as possibilidades discursivas das crianças, que se trata de
um bate papo entre professor e alunos.
O professor deve estar seguro de quer esta prática requer cuidados para que
as conversas não fujam do objetivo e fique vazia e sem atrativos para as crianças
que estão como ouvintes, por isso a necessidade de planejamento dessa prática que
vai desde a linguagem adequada ao tipo de bate papo. Corroborando Maluf 2012, a
roda da conversa tem que acontecer como uma rotina diária, pois se trata de um
elemento fundamental da educação infantil que tem o poder de proporcionar o
desenvolvimento geral da criança (MALUF, 2012, p. 49).
Na educação infantil não é diferente, as crianças necessitam desses
momentos para desenvolverem a oralidade, elas geralmente acontecem no início ou
no final da aula, já fazendo parte da rotina e do planejamento do professor, porém
deve-se lembrar de que para comunicar não basta apenas saber falar, a criança
18

necessita apropriar dos modos sociais durante as conversas e diálogos, deve saber
argumentar e criar contextos comunicativos e emocionais. É sabido que as crianças
precisam ser ouvidas e suas opiniões devem ser respeitadas e levadas em
consideração, a roda existe não apenas para desenvolver a oralidade e as múltiplas
linguagens mas sim para conhecer a fundo o que cada criança pensa, sabendo
disso a linguagem oral se torna prazerosa, e a inserção da roda de conversa
essencial para o desenvolvimento da oralidade das crianças, de acordo com o
Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil –RCNEI (1998),

[...] a roda de conversa é o momento privilegiado de diálogo e intercâmbio


de ideias. Por meio desse exercício cotidiano as crianças podem ampliar
suas capacidades comunicativas, como a fluência para falar, perguntar,
expor suas ideias, dúvidas e descobertas, ampliar seu vocabulário e
aprender a valorizar o grupo como instância de troca e aprendizagem. A
participação na roda permite que as crianças aprendam a olhar e ouvir os
amigos, trocando experiências. Pode-se, na roda, contar fatos às crianças,
descrever ações e promover uma aproximação com aspectos mais formais
da linguagem por meio de situações como ler e contar histórias, cantar ou
entoar canções, declamar poesias, dizer parlendas, textos de brincadeiras
infantis etc. (BRASIL, 1998, p. 138).

3.1.4 Contação de histórias

Outro momento vivenciado no Jardim I foi acerca da contação de histórias,


especialmente porque estávamos vivenciando o projeto folclore e as lendas, contos
e mitos se fizeram presentes. Essa prática metodológica também pode ser
observada pela professora de artes quando recontou a história de como os
portugueses descobriram o Brasil para que os alunos aprendessem as cores da
bandeira.
Acerca da contação de histórias podemos concluir que a mesma tem papel
fundamental na formação e desenvolvimento da criança, pois, proporciona a ela
oportunidades de desenvolver a imaginação de forma significativa, ao mesmo tempo
em que oferece a compreensão da realidade.
Há muitas histórias infantis, além dos contos, que mobilizam a atenção, o
encantamento, a imaginação, o estranhamento das crianças diante delas e que
podem contribuir para a troca de experiências e compreensão da realidade, a leitura,
o conto e o reconto das histórias são importante, pois além de nos possibilitar criar
19

um mundo de fantasias, e essas leituras enriquecem e favorecem o


desenvolvimento humano, principalmente da criança. De acordo com o RCNEI,

Os professores deverão organizar a sua prática de forma a promover em


seus alunos: o interesse pela leitura de histórias; a familiaridade com a
escrita por meio da participação em situações de contato cotidiano com
livros, revistas, histórias em quadrinhos; escutar textos lidos, apreciando a
leitura feita pelo professor; escolher os livros para ler e apreciar. Isto se fará
possível trabalhando conteúdos que privilegiem a participação dos alunos
em situações de leitura de diferentes gêneros feitas pelos adultos como
contos, poemas, parlendas, trava-língua etc. propiciar momentos de reconto
de histórias conhecidas com aproximação da história original no que se
refere à descrição de personagens, cenários e objetos ou sem a ajuda do
professor. (RCNEI 1988, p.117)

A contação de histórias e a leitura deve fazer parte da vida da criança em


formação, pois o ato de ler, também é uma construção do sujeito que aprende, as
histórias e leituras devem ser vivenciadas pelas crianças, principalmente as que
frequentam creches e pré-escolas de múltiplas maneiras as crianças gostam de ler
as imagens, de criar e inventar histórias a partir das gravuras e ilustrações, criando
próprios enredos, narrando com o apoio das ilustrações e da memória de histórias já
conhecidas ou lidas para ela através do educador ou de um membro da família.
Segundo Abramovich (1999) quando as crianças ouvem histórias, passam a
visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo. As
histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como medos,
sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem
infinitos assuntos. Segundo Machado (2001) apresenta que, apesar da grande
importância que a literatura exerce na vida da criança, pode ser no seu
desenvolvimento emocional ou na capacidade de expressar suas ideias, elas não
gostam de ler e se leem fazem por obrigação.
No contexto pedagógico o educador que oferece à criança diariamente uma
leitura, uma história e um livro, sem se dar conta contribui para a formação de
leitores cujos hábitos de ler se iniciaram na educação infantil, com uma literatura
própria para a idade de cada um, sem notar tal importância o educador constroem
laços entre contador e ouvinte, dessa maneira é importante que o educador esteja
sempre atualizado no que diz respeito à literatura infantil, buscando renovar sempre
o seu repertório de histórias e leituras.
20

3.1.5 Músicas

Durante as observações percebi o quanto a educadora faz uso de músicas,


ao recepcionar os alunos, durante as atividades de fixação, nas brincadeiras, etc. a
rotina da turma do Infantil I é permeada pela musicalidade e os alunos gostam e
entram no clima, é fácil perceber o quanto eles gostam quando percebemos que
eles cantarolam sozinhos enquanto estão desenvolvendo outra atividade.
A linguagem musical é muito apreciada na educação infantil e a mesma é
utilizada em diversos momentos com os alunos. Mediante a música ser um recurso
metodológico diferente, entende-se que atualmente ela é usada como um
instrumento para fazer com que a aula seja prazerosa, servindo não apenas para
ocupar o tempo vago na sala de aula,
A musicalidade é uma das bases de análises importantes do progresso da
criança. O desenvolvimento infantil está ligado de diversas maneiras à essa prática,
que visa contribuir para o desenvolvimento motor, emocional e consequentemente
para a aprendizagem como um todo no universo infantil. Rosa (1990), também,
enfatiza que em espaço escolar:

A linguagem musical deve estar presente nas atividades [...] de expressão


física, através de exercícios ginásticos, rítmicos, jogos, brinquedos e roda
cantadas, em que se desenvolve na criança a linguagem corporal, numa
organização temporal, espacial e energética. A criança comunica-se
principalmente através do corpo e, cantando, ela é ela mesma, ela é seu
próprio instrumento. (ROSA, 1990, p. 22-23)

Pensando nessa importante visão educacional de que a música pode e deve


fazer parte do currículo nas escolas, contemplar todos os níveis de ensino, ser
prevista em documentos legais do nosso país, concordamos que a mesma faz
parte das múltiplas linguagens, que é um dos eixos fundamentais para se trabalhar
com crianças de zero aos seis anos, o uso das linguagens na educação infantil
remete-se aos aspectos característicos da linguagem infantil: imaginação,
ludicidade, simbolismo e representação. Onde toda e qualquer forma de linguagem
possibilita à criança diversas formas de comunicação e expressão.
A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e
outros dons e aptidões. A expressão musical desempenha importante papel na vida
de toda a criança, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a
21

autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética, o fato da educação Infantil


ter sido considerada a primeira etapa da educação básica pela LDB 9.394/96 e
confirmada pela CF de 1988, firmada nos DCNEI de 1999 e nos RCNEI, que em seu
volume 3, apresenta a linguagem musical, aparecendo como proposta específica a
ser ministrada pelos professores. O documento apresenta ainda orientações
referentes aos conteúdos musicais, estes se encontram organizados em dois blocos:
“O fazer musical” - compreendido como improvisação, composição e interpretação e
o de “Apreciação musical”, ambos referentes às questões da reflexão musical.
Para promover uma educação de qualidade o educador deve pensar em
práticas metodológicas diferenciadas, ainda mais no mundo globalizado em que
estamos, onde tudo está voltado à ludicidade. Segundo Figueiredo (2004, p. 60),
“aproximar música e pedagogia pode representar uma alternativa para que a
educação seja compreendida, solicitada e aplicada sistematicamente”, é comum
vermos as classes de educação infantil animadas, com músicas inseridas no
contexto pedagógico e seus benefícios vão além do que se podem imaginar, a
criança quando canta desenvolve sua oralidade desenvolve habilidades corporais,
vai perdendo a timidez, entre outros pontos positivos.
Portanto, nas observações foi possível constatar que a música é realmente
um instrumento pedagógico e que as escolas fazem sim um bom uso da prática,
considerando-a como um valioso instrumento pedagógico.

3.1.6 Desenhos e artes

Houve momentos em que a professora utilizou-se da arte em seu


planejamento e inseriu-a inúmeras vezes em seu cotidiano. Foram aulas magníficas
de pinturas, desenhos livres, dobraduras, massa de modelar, reprodução de obras
de artes como girassóis de Van Gogh, colagens, confecção de petecas e outras
atividades manuais nos quais os alunos aprenderam e sempre pediam mais e mais
atividades de artes. A arte na sala esteve presente nas aulas de inglês e de artes em
si. MARTINS; PICOSQUE; GUERRA (1998, p. 32). Afirmam que no jogo da criação
“[...] a arte é um tal fazer que, enquanto faz, inventa o por fazer e o modo de fazer”.
Acerca da arte na educação infantil podemos dizer que faz parte da
imaginação. A imaginação das crianças são campos férteis por natureza, abertos
para a criatividade e habilidades avançadas, elas inventam e reinventam o mundo a
22

sua volta, trazendo novas utilidades aos objetos que as cercam. Conforme o Art. 26,
inciso 2° da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN lei n° 9394/96,
o ensino da arte é obrigatório na educação básica, constituindo componente
curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos. (BRASIL, 1996).
A arte possibilita o “diálogo com o mundo”, deste modo, na expressão de
Paulo Freire em (1996) a leitura é bem mais que a decodificação de palavras: é ler o
mundo, ou seja, a arte propicia a leitura do mundo, nos faz compreender de forma
critica e sensível às cores, formas, texturas, a natureza outras culturas, fatos, as
pessoas e a nós mesmos.
Vale destacar sobre a importância da arte para a criança, que, até mesmo
antes de dominar a escrita, a mesma já utiliza como principal fonte de expressão
durante as brincadeiras, por meio do uso das cores, quando dá forma aos objetos,
ao dançar, cantar e encenar. [...] Ensinar arte significa articular três campos
conceituais: a criação/ produção, apercepção/analise e o conhecimento da produção
artístico-estético da humanidade, compreendendo-a histórico e culturalmente,
(MARTINS ET AL, 1998, p.13).
Esses três campos conceituais estão presentes nos Parâmetros Curriculares
Nacionais-Arte e são denominados respectivamente em produção, fruição e
reflexão. Entende-se então, a concepção da arte como forma de conhecimento que
sinaliza a prática pedagógica capaz de conceber as produções realizadas pelos
alunos como resultado de um processo de produção do conhecimento artístico, da
referencia cultural que cada sujeito acumula no decorrer da sua vida, reforçados por
novos conhecimentos aprendidos durante as aulas, sem perder a dimensão do fator
criatividade.
Outro recurso inserido dentro das artes foi o desenho livre, o desenho infantil
é base de análise importante do progresso da criança. O seu desenvolvimento
contribui para a representação simbólica, para o desenvolvimento motor, emocional
e consequentemente para a aprendizagem como um todo.

A criança desenha, entre outras tantas coisas, para se divertir. Um jogo que
não exige companheiros onde a criança é dona de suas próprias regras.
Nesse jogo solitário, ela vai aprender a estar só, “aprender a só ser”. O
desenho é o palco de suas encenações, a construção de seu universo
particular (DERDYK, 2004, p.50).
23

3.1.7 Jogos e brincadeiras

Não poderia faltar nas aulas as brincadeiras e os jogos, visto que o Brincar é
um dos pilares da educação infantil, a educadora em suas aulas diversificou
bastante os momentos lúdicos, em atividades como contagem de numerais de 0 a
10, vogais, formas geométricas a professora utilizou um jogo e brincadeira. Sem
mencionar que estávamos na semana do folclore e as brincadeiras se fizeram
presentes.
As brincadeiras para as crianças são de extrema importância, pois através
delas as crianças desenvolvem suas habilidades e aptidões, além de exercitar
situações de aprendizagens que desafiam suas capacidades cognitivas e suas
potencialidades, durante as brincadeiras elas expressam suas fantasias, desejos e
experiências, o brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor
e se socializam com facilidade, apreendem o espírito de grupo, aprendem a tomar
decisões e percebem melhor o mundo dos adultos, pois as brincadeiras estão
presentes em todas as fases da vida de uma criança, as mesmas estão sempre
aprendendo e descobrindo coisas novas.
Brincar é tão importante que além de muitos estudiosos defenderem essa
prática, é considerado um direito da criança, portanto, é brincando que se aprende
aquilo que ninguém mais pode lhe ensinar, o brincar nos dias de hoje é um direito da
criança amparado por documentos como a Declaração das Nações Unidas dos
Direitos da Criança em 1959, postula a brincadeira como princípio. Brincar é
essencial à saúde física, emocional e intelectual do ser humano e assim toda criança
necessita usufruir os benefícios da brincadeira, e reiterado em 1990 que toda
criança tem direito ao ato de brincar, quando a ONU adotou a Convenção dos
Direitos da Criança e também nos Referenciais Curriculares da educação Infantil –
RCNEI.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil-RCNEI, propõe:

Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é


imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhe são
oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou as
aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta nas
Instituições de Educação Infantil. (BRASIL, 1998, p. 27, v.1)
24

Santos (1999, pg12) também confirmam que brincar é viver. “Costumamos a


identificar a alegria expressa no rosto de uma criança, quando a vemos brincando,
correndo, saltando ou até mesmo rolando.”
Seguindo o percurso da história, na idade contemporânea os jogos e
brincadeiras tornam-se fundamental à educação infantil, brincar ainda é o melhor
caminho para a educação, traz benefícios para quem pratica essa prática,
desenvolve valores, entra em contato com o imaginário enquanto se diverte.
O brincar é uma das ações mais comuns da infância, explorar esse universo
infantil exige do professor um conhecimento teórico e prático sobre a importância
dos jogos e brincadeiras necessários para o desenvolvimento cognitivo, motor,
afetivo e social, como por exemplo, a imaginação, a linguagem, o pensamento e a
memória. Por meio da brincadeira as crianças percebem o mundo que a cerca,
adquirem experiências quando brincam e a figura do professor é uma referência
importantíssima para a criança, pois ela reproduz suas ações e atitudes.
Os Jogos e brincadeiras são práticas significativas que envolvem e
estimulam, nas quais o sujeito busca um prazer e não um aprendizado, este, surge
devido às habilidades e complexidade da dimensão lúdica que atingem, sendo os
jogos compostos por regras e com objetivo predefinido e o brincar um ato rico em
autonomia, ideias, pensamentos, imaginação, criatividade, interação, movimento,
enfim, um mundo lúdico e único de cada criança.
Através da brincadeira a criança atribui sentido ao seu mundo descobrindo-se
de uma maneira prazerosa, se apropria de conhecimento que a ajudem a agir sobre
o meio em que ela se encontra, a brincadeira acontece onde quer que a criança
esteja independente do local, basta um pequeno estimulo para que sua imaginação
a leve para um mundo repleto de criatividade. A criança com seus jogos e
brincadeiras, faz perceber que a formação de algumas atitudes como: respeito
mútuo, cooperação, obediência entre outros, surgem a partir das brincadeiras. Por
isso essa necessidade dos professores em introduzir os jogos em todas as
atividades até mesmo quando come, bebe ou dormem sobressai a atividade lúdica,
e a intervenção do professor é muito importante, pois estimula a reflexão, expressão
de ideias além de proporcionar um prazer natural e espontâneo nas crianças.
O interesse em pesquisar sobre o brincar surgiu principalmente por conta de
ser uma professora de educação infantil, modalidade esta que constantemente
verificam-se diversas situações onde o brincar se faz presente, também teve a
25

intenção de sensibilizar os demais professores de crianças de quatro aos seis anos


sobre a importância de brincar nas escolas de educação infantil e como as
atividades de jogos e brincadeiras ajudam no desenvolvimento das crianças, sendo
facilitadoras na aprendizagem, desmistificando a ideia de que a criança só brinca
para se divertir e passar tempo.
Constatando-se que o direito de brincar é previsto em lei e contribui para o
aperfeiçoamento e aquisição de habilidades e competências indispensáveis, pois é
uma transição pelas etapas do desenvolvimento de suas potencialidades e melhora
as aptidões físicas e cognitivas, estimula a imaginação, expressão, levando as
crianças a estabelecerem relações e buscarem soluções para conflitos sociais e
pessoais.

3.1.8 Atividades xerocopiadas

Sabemos que na educação infantil há momentos em que se deve inserir na


rotina as atividades xerocopiadas ou mesmo as atividades no livro didático. Nessa
etapa do Jardim I as crianças não dominam as práticas de leitura e nem de escrita,
mas a introdução de vogais e numerais é de suma importância para desenvolver no
aluno o gosto por essas práticas.
A educadora propôs aos alunos atividades que estavam voltadas à
psicomotricidade, saber pegar em um lápis e conhecer a delimitação do papel faz-se
necessário, além de fazer com que a criança tenha interesse por outros tipos de
conhecimentos. As atividades propostas esteve voltada à escrita e leitura, claro que
na educação infantil não há ainda a cobrança dessas práticas.
Mas a proposta de ensinar as vogais, os numerais de 0 a 10, as formas
geométricas, a aprendizagem de algumas palavras e o estudo dos nomes dos
alunos nos crachás foi super válida.
26

4. CONCLUSÃO

A principal meta da disciplina Estágio Supervisionado, é buscar subsídios


para o estagiário atuar enquanto profissional durante sua prática, além de
transparecer e avaliar a realidade da futura profissão, uma vez que coloca o aluno
frente a frente com as dificuldades da atividade pedagógica.
O estágio é um elemento primordial na formação do acadêmico item o qual
motivará o desenvolvimento para a docência na graduação. É neste momento em
que o estagiário usa a teoria na prática, sempre buscando uma reflexão após cada
aula para melhorias e mudanças ao longo deste período. Os momentos de
ambientação na escola, observação participante e trabalho pedagógico coletivo,
vivenciados na escola, foram fundamentais, pois conheci o espaço físico escolar de
uma instituição que oferece a educação infantil, identifiquei os princípios
institucionais e pedagógicos, vivenciei a motivadora prática de lecionar e
oportunidade de se interagir com professores, alunos, gestão escolar, percebendo a
possibilidade de ser um docente futuramente.
Essa prática na Docência da educação infantil fez-me reforçar a escolha pela
pedagogia como profissão, percebi o quanto é desafiador ser um professor.
Esse estágio foi instrumento de aquisição de um mundo novo, num ponto de
vista crítico e esclarecedor. Na qual vivenciei experiências inovadoras observando a
escola, a sala de aula, os alunos e os professores, que me trouxeram a realidade da
nossa sociedade, da educação, e do sistema escolar.
A turma do Jardim I na qual acompanhei mostrou-se simpáticos e muito
dispostos em executar as atividades, esta ação de observação foi gratificante. Tanto
que a considero válida e extremamente enriquecedora. O estágio foi muito útil para o
meu aprendizado, pois observando na prática percebi que a realidade dos
professores na sala de aula é bem diferente dos conteúdos que lemos nos livros. Vi
que numa sala de aula encontramos crianças de todos os tipos, várias
personalidades, e estilos de vida e cabe somente ao professor ensinar a todos a
contornar as diferenças para a harmonia de grupo. Percebi e aprendi como ter um
maior domínio, autoridade e controle sobre os alunos, pois vi que sem esses
aspectos não haveria progresso na aplicação do conteúdo a ser trabalhado.
27

Os conteúdos ministrados pela professora suas práticas de ensino e


metodologias superaram minhas expectativas, cada dia eu ficava mais encantada
com tanta criatividade e como ela conduzia as aulas com amor, as atividades que
foram propostas todas estavam de acordo com a faixa etária e o que exigia a
legislação que cerca a educação infantil. Os momentos marcantes eram as rodas de
leitura deleite e a afetividade na qual a educadora recebia seus alunos.
O meu estágio foi um sucesso, mas tenho que reconhecer que o sucesso
dessa etapa não fora mérito somente meu, pois a acolhida que tive na escola me
deixou bastante à vontade para participar e observar as atividades necessárias e
até participar quando era solicitada.
Percebi que ser professor, não é algo fácil, que tem que ter vocação, tem que
haver uma boa preparação, que nem sempre o Curso Superior proporciona. É
necessária, também a prática e a pesquisa para formar um bom professor, seguro e
consciente, que proporcionará aos seus alunos aprendizagens significativas e
prazerosas.
No que se refere à interação com a equipe escolar, foi uma experiência muito
boa, tive atenção e respaldo ao meu pedido de estágio, até pude sentir que foi
oportuna a minha presença, pois me disponibilizei a ajudar em outras tarefas da
escola, procurando dar um pouco de mim, não só pedir.
Mas a melhor parte foi a convivência com os alunos, apesar de muitos não
terem limites e devido ao meio em que vivem muitas vezes são até mesmo
agressivos entre eles, foi muito bom trabalhar com eles, fazer parte de suas vidas.
Tive um bom relacionamento com todos, fiquei até mesmo comovida com o carinho
que demonstraram comigo.
O corpo docente, a gestão e os colaboradores são maravilhosas mostraram-
se atenciosos e educados, facilitando muito o meu estágio, só tenho a agradecer.
Portanto, concluo este relatório afirmando a importância do estágio de
observação para a futura profissão de pedagogo, observar o professor ensinando e
os alunos voltados à um único objetivo que é o de aprender, não tem preço. Aprendi
bastante com a observação e sei que esses momentos irão garantir sucesso no meu
próximo estágio que é o da prática.
Diante do que foi observado percebi que a E.M.E.I.E.F. Odécio Forner é uma
escola organizada e centrada em sua filosofia que é preparar o alunado para a
mundo, a professora realizou um excelente trabalho pedagógico procurando
28

adequar práticas lúdicas em suas atividades. Relatar essas observações foi como
reviver esses momentos em que pude relacionar muito do que aprendi observando a
pratica da professora.
Por fim, o estágio de observação consistiu-se em uma oportunidade única
para mim como futura pedagoga.
29

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APÊNDICES

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