4-Obtenção Matéria Autotróficos

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Os seres autotróficos, são seres vivos capazes de produzir a

matéria orgânica a partir de substâncias minerais, utilizando


uma fonte de energia externa.
Podem realizar esta atividade de produção de matéria através
de dois processos distintos:

Fotossíntese – utilização da energia luminosa como fonte de energia.

Plantas

Algas

Cianobactérias
Quimiossíntese – utilização da energia química, obtida por alteração
de matéria mineral, que é utilizada para elaborar matéria orgânica.
Exemplo: bactérias sulfurosas dos fundos oceânicos e bactérias
nitrificantes dos solos.
•Processo Biológico em que os seres fotoautotróficos produzem
o seu próprio alimento, nomeadamente, a glicose.
•É um processo característico dos seres fotoautotróficos.
•Ex:Plantas, algas e cianobactérias.
libertado

Este processo reveste-se de grande importância para a generalidade dos


seres vivos uma vez que conduz à:
Produção de substâncias orgânicas a partir de inorgânicas
constituindo a base/suporte da maioria das cadeias alimentares;
Libertação de oxigénio, gás essencial à sobrevivência da maioria dos
seres vivos, uma vez que intervém na respiração celular – processo pelo
qual a célula produz a maioria da energia.
libertado

• A luz solar é a fonte de energia luminosa captada pela clorofila,


um pigmento verde das células que os autotróficos utilizam para
a realização da fotossíntese.
•O dióxido de carbono e a água são as matérias primas.
•As enzimas controlam a síntese de glicose.
•O oxigénio liberta-se como um subproduto.
Adenina

Fosfato

ATP

Ribose

Adenosina monofosfato (AMP)


ADP + Pi Adenosina difosfato (ADP)

Adenosina trifosfato (ATP)


Van Niel foi o primeiro a levantar dúvidas sobre qual a origem do oxigénio
produzido na fotossíntese. Realizou experiências com sulfobactérias
púrpuras, bactérias autotróficas que utilizam H2S em vez de H2O no seu
processo fotossintético.
Comparou a equação da fotossíntese nas bactérias sulfurosas
com a equação geral da fotossíntese nas plantas.

LUZ
6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O

Que hipótese
formulou? O O2 tem origem na H2O e não no CO2.
Será a clorofila o único pigmento presente nas células
dos seres que realizam fotossíntese?

Cromatografia - técnica de separação dos constituintes de


uma mistura atendendo a propriedades como a
solubilidade, tamanho e massa molecular. Baseia-se nas
diferentes velocidades das biomoléculas através de um
meio poroso (papel) – fase estacionária - e um solvente -
fase móvel.

- As células das plantas possuem cloroplastos com


pigmentos fotossintéticos.

- A clorofila é um pigmento de cor verde, sintetizado pelos


seres fotossintéticos, fundamental para a captação da
energia luminosa.
Separação dos pigmentos fotossintéticos por
cromatografia em papel.

Verte-se a clorofila bruta sobre a placa de Petri


onde é colocado, na vertical, o papel de filtro
Obtenção de um filtrado - dobrado em ângulo. Observa-se a ascensão do
“Clorofila bruta “ solução de solvente (acetona) e dos pigmentos fotossintéticos.
acetona e pigmentos
fotossintéticos.

Clorofila Bruta – Conjunto de pigmentos fotossintéticos cuja cor é verde devido


ao predomínio das clorofilas, sobretudo clorofila a.
- Absorvem a energia luminosa, o que permite a entrada da
energia solar no mundo vivo.

Esquema da
molécula de
clorofila
Espetro Eletromagnético

Comprimentos de A luz visível é apenas uma


onda curtos mais pequena parte dum vasto
energéticos espectro de radiação –
Espetro Electromegnético.

 As radiações do espetro
propagam-se em ondas
e a sua energia pode ser
avaliada pelo
comprimento de onda.
 Os pigmentos absorvem
radiações com
comprimentos de onda
específicos, refletindo
Comprimentos de outras.
onda longos menos
energéticos
Captação da energia luminosa

A luz que incide sobre as folhas pode seguir diferentes percursos devido ao
comportamento dos pigmentos fotossintéticos face às diferentes radiações.
Captação da energia luminosa

Cada pigmento absorve algumas radiaçãoes e reflete outras.


Experiência de Engelmann (séc.XIX)
Captação da energia luminosa pelos seres fotossintéticos
― Em 1882, T.W. Engelmann realizou uma experiência com uma alga fotossintética
e bactérias aeróbias.
― Esta experiência revelou, pela diferente distribuição das bactérias, quais os
comprimentos de onda da luz visível mais eficazes (azul-violeta e vermelho-
laranja) e menos eficazes (luz verde) para a realização da fotossíntese.
Experiência de Engelmann (séc.XIX)
Como explicar as diferentes concentrações de bactérias?
É nessas zonas que há maior libertação de oxigénio, que é fundamental
para as bactérias.

Que relação se poderá estabelecer entre a


distribuição de bactérias e a taxa fotossintética?
Uma vez que o oxigénio é um produto da fotossíntese, e que as
bactérias se concentram nos locais com maior libertação de oxigénio,
pode-se dizer que as bactérias se distribuem nos locais onde ocorre a
maior taxa de fotossíntese.
Experiência de Engelmann (séc.XIX)
Dado que as bactérias se distribuem preferencialmente nas zonas
correspondente ao azul-violeta e ao vermelho-laranja , pode-se dizer
que a clorofila tem maior capacidade de absorção nessas zonas do
espectro.

Existe, então, uma correlação


entre o espectro de absorção
dos pigmentos fotossintéticos e
o espectro de ação da
fotossíntese.
Captação da energia luminosa
• Espectro de absorção • Espectro de ação

Capacidade de absorção de uma Representa a eficiência fotossintética


radiação por os pigmentos em Em função do comprimento de onda das
função do comprimento de onda. radiações absorvidas.
Os comprimentos de onda refletidos correspondem à cor do pigmento.
Como explicar a absorção da energia luminosa
pelos pigmentos?

 A luz propaga-se através de


partículas – Fotões.
 Quanto menor o comprimento
de onda, maior a energia que
transporta.
 Quando um eletrão absorve a
energia do fotão passa do
estado fundamental ao
estado excitado – nível de
energia superior.
Como explicar a absorção da energia luminosa
pelos pigmentos?
 Quando o eletrão regressa ao
estado fundamental liberta essa
energia na forma de calor ou
fluorescência.
Depois da absorção da energia luminosa
pelos pigmentos:

Em vez de voltar
ao seu estado
fundamental…
Como explicar a absorção da energia luminosa
pelos pigmentos?
A molécula perde eletrões – fica oxidada
A molécula aceita eletrões – fica reduzida

Aceitador
de electrões

fotão fotão
Como explicar a absorção da energia luminosa pelos pigmentos?
Mecanismos de absorção da luz
―Quando os eletrões são transferidos para outras moléculas,
designadas moléculas aceitadoras de eletrões essas moléculas ficam
reduzidas.
―As moléculas de clorofila que perdem eletrões ficam oxidadas.
Energia química

Obtenção de matéria
Como explicar a absorção da energia luminosa pelos pigmentos?
Moléculas intermediárias da fotossíntese – NADPH e ATP
―A fotossíntese é um processo complexo pois envolve um conjunto alargado
de acontecimentos.
―O NADPH e a o ATP são duas moléculas muito importantes neste processo.
―O NADPH é uma molécula transportadora de eletrões com elevada
energia.
―O ATP é uma molécula que acumula e mobiliza energia.

Estrutura do ATP
Adenosina-trifosfato

Fig. 8 – Representação das moléculas de NADPH e de ATP.


Estrutura do NADPH
Nicotinamida-adenina--dinucleotido-fosfato
Obtenção de matéria
NADP - Nicotinamida adenina dinucleótido fosfato

Forma oxidada Forma reduzida

NADP+ NADPH + H+
Nas membranas do tilacóides
existem muitas moléculas de
pigmentos agrupadas em
fotossistemas capazes de absorver
energia na forma de fotões. Aceptor
de eletrões

Fótão
Centro de reação

Dador de eletrões

clorofila
O termo Fotossistema designa um conjunto organizado de moléculas
de pigmentos fotossintéticos localizado na membrana dos tilacóides.
Um único cloroplasto pode conter vários milhares de fotossistemas.

Tipos de fotossistema nas membranas dos tilacóides:


O fotossistema I e o fotossistema II.

Cada fotossistema contem um centro de reação no qual existe uma


molécula especializada de clorofila a, que quando excitada pela luz,
fornece os eletrões ao aceptor de eletrões..

FOTOSSISTEMA I – P700  700nm  tilacóides


FOTOSSISTEMA II – P680 680nm  tilacóides
Localização dos Fotossistemas I e II
Mecanismo da fotossíntese
Obtenção de matéria pelos seres vivos autotróficos
―O processo fotossintético corresponde a um conjunto de reações em
cadeia, que ocorrem em duas fases distintas mas interdependentes:
fase fotoquímica e fase química.
Fase Fase
fotoquímica química

Ciclo
de Calvin

Visão geral da fotossíntese Compostos


orgânicos
Obtenção de matéria
Etapa Fotoquímica

A molécula perde eletrões – fica oxidada


A molécula aceita eletrões – fica reduzida
Etapa Fotoquímica Fotofosforilação acíclica
Etapa Fotoquímica
Fases da fotossíntese – Fase fotoquímica

❶ A oxidação da água (fotólise) liberta protões para o lúmen dos


tilacoides.
Fase fotoquímica – síntese de ATP por fotofosforilação.

Obtenção de matéria
Etapa Fotoquímica
Fases da fotossíntese – Fase fotoquímica

❶ ❷

❷ Parte da energia dos eletrões é utilizada para o transporte ativo de iões H+ para
o interior dos tilacoides por um elemento da CTE.

Fase fotoquímica – síntese de ATP por fotofosforilação.

Obtenção de matéria
Etapa Fotoquímica
Fases da fotossíntese – Fase fotoquímica


❶ ❷

❸ No lúmen dos tilacoides, a acumulação de H+ gera um gradiente de


concentração que é usado pela ATP sintase para a produção de ATP.

ADP + Pi + energia ---> ATP


Fase fotoquímica – síntese de ATP por fotofosforilação.

Obtenção de matéria
• No interior do tilacóide, a absorção de energia luminosa, por parte dos
pigmentos fotossintéticos do fotossistema II, leva ao desdobramento da
molécula de água – Fotólise da água.
H 2O ½ O2 + 2H+ + 2e-
Nota: Liberta-se uma molécula de O2 por cada duas moléculas de água
fotodissociadas.

• Os eletrões gerados serão transportados até ao fotossistema I através de


moléculas transportadoras, existentes na membrana do tilacóide.

• O fotossistema I após captar a energia luminosa, reencaminha os eletrões para


o estroma, onde são cedidos ao NADP+ formando NADPH ( molécula utilizada na
fase seguinte da fotossíntese).
NADP+ + 2H+ +2e- NADPH + H+

• No interior do tilacóide, os protões produzidos serão utilizados pela ATP-


sintase (enzima) que, transferindo-os para o estroma, catalisa a fosforilação do
ADP, dando origem ao ATP.
ADP + Pi ATP
O ATP é capaz de armazenar energia que será utilizada em reações posteriores.
Fase Química

Descobriu o percurso do CO2 desde a sua


fixação até à formação de compostos
orgânicos, assim como o papel do ATP e
do NADPH formados durante a fase
dependente diretamente da luz, utilizando
marcadores radioativos.

Em homenagem a este investigador, o


conjunto destas reações ficou conhecido
como “ Ciclo de Calvin”.
Melvin Calvin
(1911 – 1997), Nobel da
Química em 1961 por ter
descoberto os processos
químicos da fotossíntese.
CICLO DE CALVIN Etapa Química

O Ciclo decorre em
três fases:
-Fixação do
carbono;
- Produção de
compostos
orgânicos;
- Regeneração do
aceitador de CO2
(RuDP).

Por cada Glicose (6 ciclos)


- Fixam-se 6 moléculas de CO2;
- Gastam-se 18 moléculas de ATP;
- Gastam-se 12 NADPH+H+
CICLO DE CALVIN Etapa Química

Fases da fotossíntese – Fase química

― Também designada por ciclo de


Calvin.

― Não depende diretamente da luz, é


caracterizada pela produção de
matéria orgânica e ocorre no
estroma.

― Realiza-se em três etapas:


• fixação do carbono,
• redução e produção de açúcares,
• regeneração da ribulose bifosfato.

Fase química. Os números indicados correspondem ao número de moléculas


necessárias para a síntese de uma molécula de glicose.

Obtenção de matéria
CICLO DE CALVIN Etapa Química

Fases da fotossíntese – Fase química

❶ Fixação do carbono
1. Fixação do carbono

―O dióxido de carbono é incorporado


na ribulose bifosfato sendo esta a
reação que inicia o ciclo.

―Esta reação é catalisada pela enzima


RuBisCO, formando-se um composto
com 6 carbonos altamente instável.

Fase química. Os números indicados correspondem ao número de moléculas


necessárias para a síntese de uma molécula de glicose.

Obtenção de matéria
CICLO DE CALVIN Etapa Química

Fases da fotossíntese – Fase química

❶ Fixação do carbono
2. Redução e produção de açúcares

―Os compostos com 3 carbonos


formados anteriormente são fosforilados
pelo ATP e depois reduzidos pelo
NADPH.

―No final desta etapa forma-se uma


triose (G3P) que pode ser utilizado para
a produção de glicose e outras
biomoléculas. ❷ Redução e produção
de açúcares

Glicose
(e outros compostos orgânicos)
Fase química. Os números indicados correspondem ao número de moléculas
necessárias para a síntese de uma molécula de glicose.

Obtenção de matéria
CICLO DE CALVIN Etapa Química

Fases da fotossíntese – Fase química

❶ Fixação do carbono
3. Regeneração da ribulose bifosfato

―As moléculas de G3P que não são


utilizadas para formar açúcares são
fosforiladas pelo ATP regenerando a
RuBP e que podem fixar mais
moléculas de dióxido de carbono.
❸ Regeneração da
ribulose bifosfato

❷ Redução e produção
de açúcares
Glicose
(e outros compostos orgânicos)

Fase química. Os números indicados correspondem ao número de moléculas


necessárias para a síntese de uma molécula de glicose.

Obtenção de matéria
CICLO DE CALVIN Etapa Química

Fotossíntese
― O NADP⁺, o ADP e o fosfato inorgânico formados durante o ciclo de Calvin ficam
disponíveis novamente para serem utilizados na fase fotoquímica.
― A fotossíntese é um processo endoenergético pois os produtos finais possuem
mais energia que os reagentes.
― Os átomos de carbono e oxigénio da glicose têm origem no dióxido de carbono
enquanto os átomos de hidrogénio resultam da oxidação da água.

A fotossíntese é um processo endoenergético. Origem dos átomos da glicose.

Obtenção de matéria
Ciclo de Calvin

 O ciclo tem início com a combinação do CO2 com uma pentose, glícido
formado por cinco átomos de carbono – ribulose difosfato (RuDP), originando
um composto intermédio instável com seis átomos de carbono.

 Este composto origina imediatamente , duas moléculas com três átomos de


carbono – fosfoglicerato ou ácido fosfoglicérido (PGA).

 As moléculas de ácido fosfoglicérido (PGA) são fosforiladas pelo ATP e


posteriormente reduzidas pelo NADPH, provenientes da fase dependente
diretamente da luz, formando aldeído fosfoglicérido (PGAL).

 Por cada doze moléculas de aldeído fosfoglicérido formadas, dez são utilizadas
para regenerar o composto orgânico – ribulose difosfato e duas são utilizadas
para sintetizar compostos orgânicos (glícidos, aminoácidos ou ácidos gordos).

 Para se formar uma molécula de glicose, é necessário que o ciclo se realize


seis vezes, gastando-se seis moléculas de CO2, dezoito moléculas de ATP ( três
por cada ciclo) e doze moléculas de NAPH ( duas por cada ciclo).
https://www.youtube.com/watch?v=0UzMaoaXKaM
https://www.youtube.com/watch?v=CMiPYHNNg28 https://www.youtube.com/watch?v=PT-0967OfKQ
Obtenção de Matéria Pelos Seres Autotróficos
Alguns Fatores que Condicionam a Fotossíntese
Qual o efeito da temperatura na Qual o efeito da intensidade
intensidade da fotossíntese? luminosa na taxa de fotossíntese?

A taxa de fotossíntese aumenta com o


aumento da intensidade luminosa. No
entanto, a partir de uma dada intensidade
luminosa (B) a taxa de fotossíntese
mantém-se.
Há uma temperatura óptima para a realização da fotossíntese
(cerca de 30oC para o lote 1 e 37oC para o lote 2).

Para a mesma temperatura, a velocidade da


fotossíntese depende da planta considerada.

A fotossíntese não se realiza em temperaturas


extremas.
Obtenção de Matéria Pelos Seres Autotróficos
Quimiossíntese
Obtenção de Matéria Pelos Seres Autotróficos
Quimiossíntese A quimiossíntese é um
processo semelhante à
fotossíntese, na medida em
que conduz à formação de
compostos orgânicos. Na
quimiossíntese a energia
necessária para a síntese
dos compostos orgânicos é
obtida da oxidação de
compostos minerais.

A quimiossíntese é um
processo de autotrofia
alternativo à fotossíntese.

Quimiossíntese,
distinguem-se duas fases:
-uma fase de produção de
ATP e NADPH;
- uma fase de incorporação
de CO2 e de produção de
compostos orgânicos
(ciclo das pentoses).
Obtenção de Matéria Pelos Seres Autotróficos
Quimiossíntese

1. Oxidação de substratos
minerais (com formação de
NADPH e ATP)

2. Redução de CO2 (com síntese


de substâncias orgânicas)

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