A Influência Dos Determinantes Sociais Na Saúde Mental Do Idoso Na Percepção Da Qualidade de Vida (QV)

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DOI: http://dx.doi.org/10.23925/2176-901X.

2020v23i3p339-361
339

A influência dos determinantes sociais na


saúde mental do idoso na percepção
da qualidade de vida (QV)

The influence of social determinants in mental health of


the elderly in the perception of quality of life (QL)

Influencia de los determinantes sociales en la salud


mental de las personas mayores en la percepción de la
calidad de vida (CV)

Camila Maria Fernandes Fantacini


Regina Celia Fiorati

RESUMO: O presente estudo avalia a influência dos determinantes sociais na Saúde


Mental do Idoso, analisando quatro domínios: a capacidade física, o bem-estar psicológico,
as relações sociais e o meio ambiente que o indivíduo se insere. Trata-se de um estudo
transversal, exploratório-descritivo, de abordagem mista, qualitativa e quantitativa, através
do questionário de percepção da qualidade de vida (QV) WHOQOL-Bref. Conclui-se
destacando-se aspectos que dizem muito sobre a vida de uma pessoa, quanto a sua saúde e
qualidade de vida, alertando-se, porém, para a necessidade de oferta de melhores recursos por
parte das políticas do setor.
Palavras-chave: Determinantes Sociais na Saúde; Idoso; Qualidade de vida.

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
ISSNe 2176-901X. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PUC-SP
340 Camila Maria Fernandes Fantacini, & Regina Celia Fiorati

ABSTRACT: This study assesses the influence of social determinants on the Elderly's
Mental Health, analyzing four domains: physical capacity, psychological well-being,
social relationships and the environment in which the individual is inserted. This is a
cross-sectional, exploratory-descriptive study, with a mixed qualitative and quantitative
approach, using the WHOQOL-Bref questionnaire on perception of quality of life (QOL).
It concludes aspects that say a lot about a person's life, and in health and quality of life,
there is a need to offer better resources on the part of the sector's policies.
Keywords: Social determinants of health; Elderly; Quality of life.

RESUMEN: Este estudio evalúa la influencia de los determinantes sociales en la Salud


Mental del Anciano, analizando cuatro dominios: capacidad física, bienestar psicológico,
relacionamiento social y ambiente en el cual el individuo está inmerso. Se trata de un
estudio transversal, exploratorio-descriptivo, con abordaje mixto cualitativo y
cuantitativo, utilizando el cuestionario WHOQOL-Bref sobre percepción de la calidad de
vida (CV). Concluye aspectos que dicen mucho sobre la vida de una persona, y en salud y
calidad de vida, existe la necesidad de oferta de mejores recursos por parte de las
políticas del sector.
Palabras clave: Determinantes sociales en la salud; Ancianos; Calidad de vida.

Introdução

No Brasil, assim como em diversos países em desenvolvimento, o aumento da


população de idosos vem ocorrendo de forma acelerada e progressiva, atualmente com
maiores oportunidades de um envelhecimento ativo, proporcionando independência física e
bom desenvolvimento biopsicossocial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2017), o percentual de pessoas com 60 anos ou mais na população do
país passou de 12,8% para 14,4%, entre 2012 e 2016; resultante de um crescimento de
16,0% na população nessa faixa etária, passando de 25,5 milhões para 29,6 milhões.
Diante de tal cenário demográfico, é necessário refletir sobre a questão da
qualidade de vida. Nessa direção, a World Health Organization Quality of Life
(WHOQOL, Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde) apresenta a
seguinte definição:

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Qualidade de vida: como a percepção do indivíduo de sua posição na


vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive, em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. No
processo de envelhecimento, são analisados e avaliados os seis domínios
propostos pelo grupo WHOQOL, a saber: físico, psicológico, nível de
independência, relações sociais, meio-ambiente e espiritualidade (religião
e crenças pessoais) (WHO, 1998, como citado por Dawalibi et al., 2013,
p. 395).

No que se refere à população brasileira de 60 ou mais anos, muitas vezes, esta


geração apresenta menor escolaridade que a mais jovem. Há diferenças regionais,
especialmente nas áreas rurais ou no Nordeste, onde as mulheres mais velhas foram
educadas principalmente para o exercício de atividades nos espaços privados: procriação,
cuidados com os filhos e tarefas domésticas ou na roça. Isso impõe algumas limitações que
acabam impedindo que pessoas mais idosas consigam empregos melhores (França, &
Stepansky, 2005). E, no que diz respeito à produção social da saúde, os idosos apresentam
desigualdades quanto à saúde, que acarretam maiores demandas de assistência para o
tratamento de suas deficiências e/ou doenças crônicas (Alberte, Ruscalleda, & Guariento,
2015; Geib, 2012). As pessoas com poucos recursos de saúde tendem a acabar
permanecendo nas camadas mais baixas na escala socioeconômica (Alvarenga et al., 2009;
Ferreira, 2017; Rodrigues, & Neri, 2012).
A velhice na nossa cultura, portanto, acaba sendo encarada como complicada e
incômoda, principalmente em razão de as pessoas mais idosas (septuagenárias,
octogenárias, nonagenárias e centenárias) necessitarem de atenção especial, de apoio
familiar e social.
O desligamento da rotina competitiva, da cooperativa de trabalho, dos colegas, a
diminuição da renda financeira, a perda do status social, entre outras mudanças, facilitam o
aparecimento, muitas vezes, de prejuízos mentais para o idoso que se aposenta Linari
(2004).
A autora ainda complementa que, quando a fase produtiva entra em recesso ou se
encerra, pouco a pouco a autonomia social vai se perdendo e inicia-se um processo de
adaptação à aposentadoria, muitas vezes doloroso, ou até inaceitável.

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No que se refere à inserção em redes de suporte social, o destaque é para o Capital


social que Souza e Grundy (2004) referem como a coesão social que resulta de uma
comunidade participativa, cujos vínculos sociais se fundam sob fortes laços de
solidariedade; assim, o definem como um “conjunto de elementos da organização social,
tais como: a confiança mútua, normas de reciprocidade e solidariedade, o engajamento
cívico e redes de associações (elementos estruturais) que permitem a cooperação de ações
coletivas para o alcance de benefícios mútuos”. Assim, uma comunidade com forte capital
social também apresenta desenvolvimento em todos os setores: social, econômico, político,
social, cultural e de saúde (Fiorati et al., 2018; Kawaschi, Subramanian, & Kim, 2008;
Macinko, & Starfield, 2001).
O idoso está sujeito a índices altos quanto a situações de vulnerabilidade,
principalmente nessa etapa de vida em que a fragilidade e as limitações estão mais
presentes. Desse modo, as dificuldades no acesso às oportunidades sociais, econômicas e
culturais ficam mais evidenciadas; o governo pouco parece se movimentar para fornecer
melhores oportunidades. Assim, manifestam-se dificuldades na mobilidade social das
pessoas idosas, contribuindo para um empobrecido desempenho em sua vida diária,
desmotivador e com poucas expectativas de melhoria, como também aumentam as
situações de desproteção e insegurança aos idosos, por estes não se sentirem confiantes em
seus bairros, nas ruas e nos poucos ambientes de lazer e cultura que lhe são oferecidos
socialmente.
Quanto às desigualdades de acesso à saúde no Brasil, assim como ocorre em outros
países, a política de saúde necessitaria começar a avaliar, para reconhecer e identificar as
necessidades de cada grupo etário, assumindo um compromisso de projetar, priorizar e
implementar estratégias inclusivas, dentro de um modelo interdisciplinar, intersetorial e
intercultural, tal como será exposto mais adiante a partir destes autores: Duarte et al.
(2015); Juárez-Ramírez et al. (2014).

Objetivo

Diante do exposto, o objetivo deste estudo consistiu em avaliar a influência dos


determinantes sociais na Saúde Mental do Idoso, analisando quatro domínios definidos
pelo WHOQOL-Bref (The Whoqol Group, 1998), a saber: a capacidade física, o bem-estar
psicológico, as relações sociais e o meio ambiente onde a pessoa idosa está inserida.

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Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, exploratório-descritivo, de abordagem mista,


qualitativa e quantitativa, por meio da aplicação do questionário da World Health
Organization Qaulity of Life (WHOQOL, Grupo de Qualidade de Vida da Organização
Mundial da Saúde), em sua versão brasileira do WHOQOL-Bref, traduzida e validada pelo
respeitado grupo de estudos em qualidade de vida da OMS no Brasil, sobre a percepção da
qualidade de vida (QV).
Os locais da pesquisa foram o Centro de Atenção à Saúde do Idoso (CASI), de
Batatais, SP, e o Programa de atividades para o envelhecimento, do Círculo Operário da
Vila Tibério (COVT), de Ribeirão Preto, SP.
Participaram deste estudo 100 idosos acima de 60 anos de ambos os sexos,
residentes em Batatais e Ribeirão Preto, sendo 50 participantes do Programa CASI e outros
50, do COVT, que apresentassem boa cognição para responderem às entrevistas e ao
questionário, e que concordassem em participar da pesquisa.
Os critérios de inclusão elencados foram: ser uma pessoa acima de 60 anos,
independentemente de gênero; ter participado do Programa CASI e participar do COVT;
apresentar condição cognitiva para responder ao questionário e à entrevista.
Foi aplicado o questionário de percepção da qualidade de vida (QV) WHOQOL-
Bref, versão abreviada do WHOQOL-100, instrumento curto e de rápida aplicação.
Segundo Pedroso, Pilatti e Reis (2010), essa versão abreviada é constituída de 26
perguntas; as respostas seguem uma escala de Likert (de 1 a 5, de quanto maior a
pontuação, melhor a qualidade de vida, exceto nas questões em que a orientação é que seja
invertida a pontuação).
Fora essas duas questões (1 e 2), o instrumento tem 24 facetas as quais compõem
quatro domínios que são: Físico, Psicológico, Relações Sociais e Meio Ambiente,
perfazendo a configuração expressa no Quadro 1:

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Quadro 1 – Domínios e as respectivas facetas do WHOQOL-Bref


DOMÍNIOS FACETAS
1. Dor e desconforto
2. Energia e fadiga
3. Sono e repouso
Domínio 1 – Domínio Físico 4. Mobilidade
5. Atividades de vida cotidiana
6. Dependência de medicação ou de tratamentos
7. Capacidade de trabalho
8. Sentimentos positivos
9. Pensar, aprender, memória e concentração
Domínio 2 – Domínio 10. Autoestima
Psicológico 11. Imagem corporal e aparência
12. Sentimentos negativos
13. Espiritualidade/religião/crenças pessoais
14. Relações pessoais
Domínio 3 – Domínio Relações 15. Suporte (Apoio) social
Sociais 16. Atividade sexual
17. Segurança física e proteção
Domínio 4 – Domínio Meio 18. Ambiente no lar
Ambiente 19. Recursos Financeiros
20. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade
21. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades
22. Participação em, e oportunidades de recreação/lazer
23. Ambiente físico:(poluição/ruído/trânsito/clima)
24. Transporte
Fonte: The Whoqol Group (1998)

Os dados quantitativos foram analisados pelo método estatístico, tomando-se o


critério de frequência simples, e utilizando-se uma amostra por conveniência de acordo
com as variáveis, socioeconômica e de inserção em redes sociais (Pedroso et al., 2010).
O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo e foi aprovado com o número de CAAE:
72255917.6.0000.55393.

Resultados e Discussão

Por meio da Tabela 1, são apresentados os resultados gerais, referentes a cada um


dos quatro domínios do WHOQOL-Bref.

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Tabela 1 - Escores do WHOQOL- Bref dos participantes CASI e COVT – Batatais e


Ribeirão Preto, SP, 2017

DOMÍNIOS N Omisso Média Mediana Erro Mínimo Máximo


Válido % % % % %
Físico (0-100) 100 1 68,96 70,00 12,85 38 100
Psicológico (0-100) 100 1 72,06 74,00 10,31 26 86
Relações Pessoais (0-100) 100 1 70,30 74,00 9,04 20 86
Meio Ambiente (0-100) 100 1 67,34 68,00 8,87 40 95
Auto-avaliação 100 1 71,02 72,00 9,22 24 84
Total – (0-100) 100
Fonte: Dados da pesquisa

Os resultados descritivos do WHOQOL- Bref por domínios e qualidade de vida


geral estão descritos na Tabela 1. Pode-se observar que os participantes do estudo
apresentaram boas médias em todos os domínios.
Nota-se que, no domínio físico, 68,96% apresentaram bons resultados; no
psicológico 72,06%; em relações sociais 70,30%; e ambiental 67,34%. Na autoavaliação
sobre qualidade de vida, 71,02% apresentaram boa qualidade de vida.
Com referência ao Domínio 1 - Domínio Físico, são verificadas nas seguintes
questões, as respectivas facetas: Questão 3 - Dor e desconforto; Questão 4 - Dependência
de medicamentos ou de tratamento; Questão 10 – Energia e fadiga; Questão 15 –
Mobilidade; Questão16 – Sono ou Repouso; Questão 17 – Atividades da Vida Cotidiana; -
Questão18 – Capacidade de Trabalho.
No Quadro 2, a seguir, é possível visualizar por meio da análise estatística, a
frequência e porcentagem válida apresentada em cada questão, referente ao Domínio
Físico.

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Quadro 2 - Escores das questões do Domínio Físico do WHOQOL- Bref dos idosos
participantes (n=100), 2017
Faceta Questão Respostas Frequência % %
Válida
3 - Em que Nada 4 4,0 4,0
medida você Muito pouco 29 28,7 29,0
Dor e acha que sua dor Mais ou menos 14 13,9 14,0
desconforto (física) impede de Bastante 20 19,8 20,0
você fazer o que Extremamente 33 32,7 33,0
você precisa?*
Dependência 4- O quanto você Nada 0 0 0
de precisa de Muito pouco 44 43,6 44,0
medicamentos tratamento Mais ou menos 12 11,9 12,0
ou de médico para levar Bastante 16 15,8 16,0
tratamento sua vida diária?* Extremamente 28 27,7 28,0

Energia e 10 - Você tem Nada 1 1,0 1,0


fadiga energia suficiente Muito pouco 12 11,9 12,0
para o seu dia a Médio 38 37,6 38,0
dia? Muito 47 46,5 47,0
Completamente 2 2,0 2,0

Mobilidade 15 - Quão bem Muito ruim 1 1,0 1,0


você é capaz de Ruim 8 7,9 8,0
se locomover? Nem ruim nem bom 17 16,8 17,0
Bom 68 67,3 68,0
Muito bom 6 5,9 6,0
Sono ou 16 - Quão Muito insatisfeito 4 4,0 4,0
repouso satisfeito você Insatisfeito 28 27,7 28,0
está com seu Nem satisfeito nem insatisfeito 12 11,9 12,0
sono? Satisfeito 55 54,5 55,0
Muito satisfeito 1 1,0 1,0
Atividades da 17 - Quão Muito insatisfeito 2 2,0 2,0
vida cotidiana satisfeito você Insatisfeito 12 11,9 12,0
está com sua Nem satisfeito nem insatisfeito 16 15,8 16,0
capacidade para Satisfeito 69 68,3 69,0
desempenhar as Muito satisfeito 1 1,0 1,0
atividades de seu
dia a dia?
Capacidade de 18 – Quão Muito insatisfeito 2 2,0 2,0
trabalho satisfeito você Insatisfeito 12 11,9 12,0
está com sua Nem satisfeito nem insatisfeito 17 16,8 17,0
capacidade para Satisfeito 68 67,3 68,0
o trabalho? Muito satisfeito 1 1,0 1,0
Fonte: Dados da pesquisa
* As questões em itálico, segundo orientação do instrumento, tiveram sua pontuação invertida para análise.

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De acordo com o Quadro 2, analisando-se o domínio físico dos participantes da


pesquisa, é pertinente observar, na faceta que responde à dor e desconforto, em que mais
da metade, sendo precisamente 53%, declararam que a dor física os impede (bastante ou
extremamente) de fazerem o que precisam; e 47% responderam que a dor física os impede
mais ou menos de executar suas tarefas. À medida que a população envelhece, a demanda
por medicamentos que retardem ou tratem de doenças crônicas, que aliviem a dor e
melhorem a qualidade de vida, irá continuar a aumentar, conforme explicita a World
Health Organization (2005). Apesar da inquestionável influência de fatores externos ao
indivíduo, nem sempre estes foram incluídos na formulação de políticas relacionadas com
a saúde. Para isso, é necessário que os serviços de saúde melhorem e que ações do governo
voltem o olhar para essa demanda, exigindo um esforço para o acesso aos medicamentos
essenciais e seguros e com custo mais acessível. Uma parceria nesse esforço, com efeito,
conforme Who (2005), precisaria incluir governos, profissionais da saúde, indústria
farmacêutica, terapeutas tradicionais, empresas e organizações que representam os idosos.
Vianna (s/d., p. 6) ressalta que as relações entre determinantes sociais e saúde
baseiam-se em determinar uma hierarquia de determinações entre os mais distintos fatores
sociais, econômicos e políticos e mais comuns, que mantêm relação diretamente com o
modo de vida, sendo específicos os fatores que interferem na situação de saúde de grupos e
de pessoas. Enfim, o modo de vida de cada grupo social influencia na saúde e, aqui
especificamente, tratando-se de uma população idosa em situação de maior vulnerabilidade
por possuírem em sua maioria situação socioeconômica e escolaridade baixas, o que são
pontos determinantes para a condição atual vivida.
No que diz respeito à capacidade para o trabalho ao mesmo tempo que 69% dos
participantes idosos declararam estarem satisfeitos com seu desempenho, números também
consideráveis de 31% demonstraram baixa satisfação. O que aponta que as limitações
impostas pelo envelhecimento realmente interferem na qualidade de vida e desempenho de
atividades de vida diária das pessoas com idade igual ou superior aos 60 anos.
Conforme Nogueira (2010), a capacidade funcional refere-se à condição que um
indivíduo possui de viver de maneira autônoma e de se relacionar em seu meio. O declínio
da capacidade funcional pode ocorrer por diversos motivos, que influenciam e determinam
a capacidade em idosos; daí a importância da identificação precoce de qualquer indício
para contribuir na prevenção da dependência funcional nessa faixa etária.

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
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Reforçando-se. assim, a implantação de medidas de intervenção e prevenção, por meio de


políticas públicas planejadas; e também no que refere à atuação de profissionais
especializados.
Nesta faixa etária é comum o aparecimento de doenças crônicas, a tendência ao
isolamento e a vulnerabilidade a fatores de ordem social. Assim, Lourenço et al. (2012),
em seu estudo, estimam que as doenças crônicas são as mais constantes nos idosos de 80
ou mais anos, o que influenciará nas atividades de vida diária, afetando sua independência
e autonomia. Enquanto, Lenardt e Carneiro (2013) acrescentam que, além das doenças
crônicas aumentarem a prevalência das incapacidades, o próprio envelhecimento diminui a
capacidade funcional de cada sistema do organismo, o que se denomina de envelhecimento
funcional.
Lenardt e Carneiro (2013) definem, em seu estudo, a capacidade funcional como “a
condição que o indivíduo possui de viver de maneira autônoma e de se relacionar em seu
meio”.
Cabe aos serviços de saúde, por meio das políticas públicas de saúde, a busca por
um melhor engajamento na intervenção e promoção da saúde dessa faixa etária. Desse
modo, a recomendação inicial e primordial para a tentativa da preservação da capacidade
funcional da população idosa é o envolvimento de profissionais da saúde que atuem na
promoção da saúde com foco na funcionalidade do idoso, bem como na elaboração de um
plano de cuidado individualizado, que contemple as reais especificidades deles, para além
das características somente fisiológicas.
Com referência ao Domínio 2 - Domínio Psicológico, são verificadas, nas seguintes
questões, as respectivas facetas: Questão 5 - Sentimentos positivos; Questão 6 -
Espiritualidade/ religião/crenças pessoais; Questão 7 - Pensar, aprender, memória e
concentração; Autoestima; Questão 11 - Imagem corporal e aparência; Questão 19 –
Sentimentos Negativos; Questão 26 - Sentimentos negativos.
No Quadro 3, é possível visualizar por meio da análise estatística, a frequência e a
porcentagem válida apresentada em cada questão, referente ao Domínio Psicológico.

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Quadro 3 - Escores das questões do Domínio Psicológico do WHOQOL- Bref dos idosos
participantes (n=100), 2017
Faceta Questão Respostas Frequência % %
Variáveis Válida
Sentimentos 5 – O quanto Nada 4 4,0 4,0
Positivos você aproveita Muito pouco 19 18,8 19,0
a vida? Mais ou menos 28 27,7 28,0
Bastante 49 48,5 49,0
Extremamente 0 99,0 0,0
Espirituali- 6 – Em que Nada 3 3,0 3,0
dade/ medida você Muito pouco 2 2,0 2,0
religião/ acha que sua Mais ou menos 15 14,9 15,0
crenças vida tem Bastante 79 78,2 79,0
pessoais sentido? Extremamente 1 1,0 1,0
Pensar, 7 – O quanto Nada 0 0 0,0
aprender, você Muito pouco 10 9,9 10,0
memória e consegue se Mais ou menos 16 15,8 16,0
concentração concentrar? Bastante 72 71,3 72,0
Extremamente 2 2,0 2,0
Imagem 11- Você é Nada 1 1,0 1,0
Corporal e capaz Muito pouco 7 6,9 7,0
Aparência de aceitar sua Médio 29 28,7 29,0
aparência Muito 61 60,4 61,0
física? Completamente 2 2,0 2,0
Auto-estima 19 – Quão Muito insatisfeito 3 3,0 3,0
satisfeito você Insatisfeito 5 5,0 5,0
está Nem satisfeito nem 17 16,8 17,0
consigo insatisfeito 72 71,3 72,0
mesmo? Satisfeito 3 3,0 3,0
Muito satisfeito
Sentimentos 26 – Com que Nunca 16 15,8 16,0
negativos frequência Algumas vezes 62 61,4 62,0
você Frequentemente 9 8,9 9,0
tem Muito frequentemente 9 8,9 9,0
sentimentos Sempre 4 4,0 4,0
negativos tais
como mau-
humor,
desespero,
ansiedade,
depressão?*
Fonte: Dados da pesquisa
* As questões em itálico, segundo orientação do instrumento, tiveram sua pontuação invertida para análise.

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No Quadro 3 é apresentado o domínio psicológico, em que é possível verificar que


na faceta “sentimentos positivos”, apesar de 49% dos entrevistados afirmarem que
aproveitam a vida, uma soma de 51% aproveita de forma regular (mais ou menos, muito
pouco e nada); do que se depreende que mais da metade não está considerando que saiba
aproveitar a vida nessa etapa em que vive.
Já na faceta “sentimentos negativos”, 62% declararam com muita frequência ter
sentimentos negativos, tais como mau-humor, desespero, ansiedade e depressão.
Assim, a satisfação global é sentida pelos idosos de acordo com os seus afetos
positivos e negativos, vivenciados no decorrer da vida e durante o processo de
envelhecimento.
Dawalibi et al. (2013) explicam de modo complementar, em seu estudo, que
ocorrem interligações mútuas entre as variáveis antecedentes que são os riscos
socioeconômicos e biológicos (pobreza, baixa escolaridade, doenças somáticas, depressão
etc.), as moderadoras de autorregulação do self (autoconceito, autoestima, estratégias de
enfrentamento etc.) e as de critério de bem-estar subjetivo (satisfação com a vida e a
domínios de afetos positivos e negativos).
Portanto, obter uma boa qualidade de vida fazendo prevalecer apenas sentimentos
positivos relaciona-se a um modo de compreender a realidade na variável de critério de
bem-estar subjetivo, que pode ser adquirida ao longo do curso da vida, especialmente no
processo de envelhecimento humano, em sua evolução e ganho de sabedoria, etapa esta
muitas vezes difícil de não ser encarada como de perdas e limitações.
Com referência ao Domínio 3 - Domínio Relações Pessoais, são analisadas nas
seguintes questões, as respectivas facetas: Questão 20 – Relações Sociais; Questão 21 –
Atividade Sexual; Questão 22 – Suporte (apoio) social.
No Quadro 4, a seguir, é possível visualizar por meio da análise estatística, a
frequência e porcentagem válidas apresentadas em cada questão, com referência ao
Domínio Relações Sociais.

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
ISSNe 2176-901X. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PUC-SP
A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na percepção da qualidade de vida (QV) 351

Quadro 4 - Escores das questões do Domínio Relações Sociais do WHOQOL- Bref dos idosos
participantes (n=100). 2017
Faceta Questão Respostas Frequência % %
Variáveis válida
Relações 20 – Quão Muito insatisfeito 2 2,0 2,0
Sociais satisfeito você Insatisfeito 2 2,0 2,0
está com suas Nem satisfeito nem insatisfeito 10 9,9 10,0
relações pessoais Satisfeito 81 80,2 81,0
(amigos, parentes, Muito satisfeito 5,0
5 5,0
conhecidos,
colegas)?
Atividade 21 – Quão Muito insatisfeito 2 2,0 2,0
sexual satisfeito você Insatisfeito 11 10,9 11,0
está com sua vida Nem satisfeito nem insatisfeito 77 76,2 77,0
sexual? Satisfeito 10 9,9 10,0
Muito satisfeito
Suporte 22 – Quão Muito insatisfeito 1 1,0 1,0
(apoio) social satisfeito você Insatisfeito 8 7,9 8,0
está com o apoio Nem satisfeito nem insatisfeito 14 13,9 14,0
que você recebe Satisfeito 73 72,3 73,0
dos amigos? Muito satisfeito 4,0
4 4,0
Fonte: Dados da pesquisa

No domínio das “Relações sociais”, abordado no Quadro 4, a faceta “atividade


sexual” tem relevância no sentido de as pessoas entrevistadas se declararem nem
satisfeitos/nem insatisfeitos, até muito insatisfeitos, totalizando 90% das respostas,
enquanto apenas 10% responderam estarem satisfeitos com a vida sexual. Tentando
compreender um pouco melhor, dentre esses 90%, uma porcentagem de 77% das pessoas
idosas se declarou nem satisfeito/nem insatisfeito, o que em algumas falas significava não
terem uma vida sexual ativa por diversos motivos, mas principalmente esse dado aparece
nos depoimentos de mulheres e viúvas; dessa forma, ora se manifestavam como tendo uma
vida sexual inativa, ora afirmavam não sentirem falta de atividade sexual. Assim, pode-se
inferir que esses 77% que se manifestaram ‘nem satisfeito/nem insatisfeito’ podem ser
explicados por motivos semelhantes: não desenvolverem mais vida sexual ativa, nem
apresentarem volição para tal atividade. Normalmente pode ocorrer uma privação dos
sentimentos de alegria, satisfação e prazer, o que as distancia do mundo e de si mesmas,
sendo mais comum no seu cotidiano, a monotonia e a inatividade.

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
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Por parte dos profissionais de saúde quanto à abordagem dessa temática, parece que
ainda é pouco disseminada, fazendo-se necessário maior preparo e disponibilidade para
discutir o assunto “sexualidade”, ao permitir, por exemplo, que haja tempo para questões e
sempre utilizando uma linguagem simples. A feição de alguns idosos, ao responderem à
questão relacionada à sexualidade, mostrava vergonha ou esquiva de falar sobre o tema. A
sexualidade consiste em parte importante do relacionamento; a idade de uma pessoa não
deve ser ignorada nesta situação. Pensando-se em idosos que se mantêm ativos ao longo da
vida, com bons hábitos de saúde, estes devem, por consequência, experimentar e usufruir
um envelhecimento com qualidade.
Apesar de tudo, a sexualidade na velhice parece continuar associada à disfunção e
insatisfação. Segundo Oliveira (2012), obviamente que o idoso deve estar ciente das
modificações orgânicas que está sofrendo, mas essa preocupação não deve ser obsessiva.
Sendo assim, o sexo na velhice poderá ser vivido plenamente e de forma feliz se o idoso o
encarar com a naturalidade que o caracteriza.
Com referência ao Domínio 4 – Meio Ambiente, são verificadas nas seguintes
questões, as respectivas facetas: Questão 08 – Segurança física e proteção; Questão 9 –
Ambiente Físico: (poluição/ruído/trânsito/clima); Questão 12 – Recursos Financeiros;
Questão 13 - Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades; Questão 14 –
Participação em, e as oportunidades de recreação/lazer; Questão 23 – Ambiente no lar;
Questão 24 - Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade; Questão 25 –
Transporte.
No Quadro 5, é possível visualizar, por meio da análise estatística, a frequência e a
porcentagem válida apresentada em cada questão, referente ao Domínio Meio Ambiente.

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
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Quadro 5 - Escores das questões do Domínio Meio Ambiente do WHOQOL- Bref dos idosos
participantes (n=100). 2017
Faceta Questão Respostas Frequ Porcent Porcent
Variáveis ência agem agem
válida
Segurança física e 8 – Quão seguro você se Nada 2 2,0 2,0
proteção sente em sua vida diária? Muito pouco 18 17,8 18,0
Mais ou Menos 27 26,7 27,0
Bastante 53 52,5 53,0
Extremamente
Ambiente físico 9 – Quão saudável é seu Nada 2 2,0 2,0
(poluição/ruído/tr ambiente físico (clima, Muito pouco 9 8,9 9,0
ânsito/clima) barulho, poluição, Mais ou Menos 21 20,8 21,0
atrativos)? Bastante 68 67,3 68,0
Extremamente
Recursos 12 – Você tem dinheiro Nada 4 4,0 4,0
financeiros suficiente para satisfazer Muito pouco 20 19,8 20,0
suas necessidades? Médio 63 62,4 63,0
Muito 12 11,9 12,0
Completamente 1 1,0 1,0
Oportunidades de 13 – Quão disponíveis para Nada 3 3,0 3,0
adquirir novas você estão as informações Muito pouco 22 21,8 22,0
informações e que precisa no seu dia a dia? Médio 20 19,8 20,0
habilidades Muito 54 53,5 54,0
Completamente 1 1,0 1,0
Participação em, e 14 – Em que medida você Nada 18 17,8 18,0
oportunidades de tem oportunidade de lazer? Muito pouco 17 16,8 17,0
recreação/lazer Médio 32 31,7 32,0
Muito 32 31,7 32,0
Completamente 1 1,0 1,0
Ambiente no lar 23 – Quão satisfeito você Muito insatisfeito 1 1,0 1,0
está com as condições do Insatisfeito 5 5,0 5,0
local onde mora? Nem satisfeito nem 7 6,9 7,0
insatisfeito 81 80,2 81,0
Satisfeito 6 5,9 6,0
Muito satisfeito
Cuidados de 24 – Quão satisfeito você Muito insatisfeito 5 5,0 5,0
saúde e sociais: está com seu acesso aos Insatisfeito 14 13,9 14,0
disponibilidade e serviços de saúde? Nem satisfeito nem 77 76,2 77,0
qualidade insatisfeito 4 4,0 4,0
Satisfeito
Muito satisfeito
Transporte 25 – Quão satisfeito você Muito insatisfeito 4 4,0 4,0
está com seu meio de Insatisfeito 10 9,9 10,0
transporte? Nem satisfeito nem 33 32,7 33,0
insatisfeito 52 51,5 52,0
Satisfeito 1 1,0 1,0
Muito satisfeito
Fonte: Dados da pesquisa

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
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Nos escores das questões relacionadas ao Domínio do “Meio Ambiente” apontados


no Quadro 5, pode ser apresentada uma frequência de respostas significativas às condições
em que esses idosos vivem, se relacionam e usufruem de ambientes em seus bairros.
Com relação à faceta “Segurança física e proteção”, 53% estão satisfeitos, enquanto
47% estão regularmente seguras em suas vidas diárias. Na faceta “recursos financeiros”,
13% tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades, enquanto 87% apresentam
condições de médias para nenhuma.
Conforme Geib (2012), as moradias permanecem mais nas periferias urbanas, em
que as defasagens nos serviços de educação, saúde e saneamento prevalecem por algum
tempo dentro de seus respectivos municípios. Ou seja, com a pobreza e a exclusão social,
aumentam as desigualdades sociais, tornando-se difícil quando se fala em pobreza extrema
e fome fazer com que estas desapareçam.
Rodrigues e Neri (2012) apontam, em seu estudo que os idosos apresentam grande
dependência dos serviços de saúde, devido a doenças, incapacidades e déficits físicos e
cognitivos que podem advir, tributários ao envelhecimento. Os idosos mais pobres utilizam
mais os hospitais públicos, e os com melhores condições econômicas, os serviços
particulares. Os idosos com renda maior usam os serviços da rede privada de atendimento
médico e odontológico. Assim, as variáveis indicadoras de vulnerabilidade social, na
determinação da vulnerabilidade individual, se expressa pelas condições deficitárias de
saúde física e psicológica em idosos comunitários com 65 ou mais anos.
Além disso, Geib (2012) traz, em seu estudo, que a desigualdade de renda persiste
entre os idosos brasileiros. No Nordeste, 68% dos idosos residem em casas ou domicílios
com renda familiar per capita abaixo de um salário mínimo, enquanto no Sul e no Sudeste
este percentual está abaixo dos 35%. O Brasil situa-se em 11º lugar entre os países com
mais alta concentração de renda. Esses dados são considerados relevantes para esta
pesquisa, pois confirmam as condições vulneráveis com que as pessoas idosas vivem
socialmente o que não contribui para um processo de envelhecimento saudável e com boas
condições de vida.
Dentro dos determinantes sociais estruturais da saúde, a classe social que o
indivíduo ocupa, no caso, a pessoa idosa, tem consequências importantes para a vida
cotidiana. Solar e Irwin (2010) apontam que diferenças nos padrões de vida material são
consideravelmente o agente intermediário mais importante. Os padrões materiais de vida
são significativos para o estado de saúde dos grupos marginalizados, como nesta pesquisa
em que participam pessoas idosas mais vulneráveis. Vários aspectos da habitação têm

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
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A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na percepção da qualidade de vida (QV) 355

influência direta na saúde: a estrutura das moradias; e condições internas, como


contaminação úmida, fria e interna. Os efeitos indiretos da habitação relacionados com a
posse da habitação, incluindo os impactos da riqueza e os efeitos da vizinhança e ambiente
em que se localiza, são vistos como cada vez mais importantes. Dentro dos determinantes
estruturais, a classe social que a pessoa idosa ocupa tem consequências importantes para a
vida dessa pessoa. O que é esperado, de acordo com Rodrigues e Neri (2012), traduz-se no
estudo das condições individuais, econômicas e sociais de vulnerabilidade da população
idosa, em consonância ao acesso e ao uso dos serviços de saúde, ajudando no planejamento
de ações de atenção à saúde da pessoa idosa, no subsídio políticas de saúde e educação
adequadas a todos, pensando-se que o envelhecimento é um processo de curso de vida. E,
assim, o sistema de saúde pode abordar diretamente as diferenças de exposição e
vulnerabilidade, não apenas melhorando o acesso equitativo aos cuidados, mas também
promovendo ações intersetoriais para melhorar o estado de saúde; por isso, Solar e Irwin
(2010) percebem o próprio sistema de saúde como um determinante intermediário, que se
cerca na organização da prestação dos serviços.
Ainda no Quadro 5, relacionado à “participação em oportunidades de recreação e
lazer”, 33% dos entrevistados apontaram ter boas oportunidades, enquanto 67%
apresentam média, muito pouca, ou nenhuma oportunidade de lazer no seu cotidiano.
Concomitantemente a oportunidades de lazer, surgem os “cuidados com a saúde”, em que
uma soma de 96% estão mais ou menos satisfeitos a muito insatisfeitos com o acesso aos
serviços de saúde, que lhe são possibilitados, enquanto apenas 4% se declararam satisfeitos
com os serviços de saúde. O envelhecimento busca promover uma vida social, solidária e
voluntária, na qual a rede de suporte social represente um investimento afetivo, solidário e
justo, transmitindo seguridade social ao longo da velhice, assistindo-o, a fim de amparar o
idoso como cidadão em variadas situações de vida e zelar pela busca da equidade social.
Na busca de uma qualidade de vida mais favorável, consequência de um
envelhecimento saudável e ativo, de um envelhecimento com independência e autonomia,
tem-se investido no desenvolvimento de programas sociais e de saúde voltados para a
preservação da independência e da autonomia, segundo Ferreira (2017), que se tornam
metas do governo e de todos os setores da sociedade. São ideais de vida também para os
idosos manter o bem-estar e lidar com o adoecimento; por isso, manter um estilo de vida
que priorize a preservação da autonomia e o envelhecimento bem-sucedido é essencial;

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
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com isso, o envelhecimento bem-sucedido deve ser uma condição a ser alcançada por
quem lida com as mudanças inerentes à velhice.
Com referência a Auto-avaliação, foram verificadas, por meio da análise estatística
das questões Questão 1 e 2.
No Quadro 6, é possível visualizar, por meio da análise estatística, a frequência e
porcentagem válida apresentada em cada questão, referente à Autoavaliação.

Quadro 6 - Escores das questões do Domínio Relações Pessoais do WHOQOL- Bref dos
idosos participantes (n=100). 2017
Questão Respostas Frequência % % válida
Variáveis
1 – Como você Muito ruim 1 1,0 1,0
avaliaria a sua Ruim 2 2,0 2,0
qualidade de Nem ruim nem bom 22 21,8 22,0
vida? Boa 66 65,3 66,0
Muito boa 9 8,9 9,0
2 – Quão Muito insatisfeito 1 1 1,0
satisfeito você Insatisfeito 21 20,8 21,0
está com sua Nem satisfeito nem insatisfeito 20 19,8 20,0
saúde? Satisfeito 53 52,5 53,0
Muito satisfeito 5 5,0 5,0
Fonte: Dados da pesquisa

No Quadro 6, no domínio das “Relações Pessoais”, quando perguntados sobre o


quanto estão satisfeitos com a própria saúde, enquanto 58% estão satisfeitos, somas
significativas de 42% estão pouco satisfeitas a insatisfeitos. Conforme Fiorati, Arcêncio e
Souza (2016), entre as iniquidades que abrangem a saúde humana, encontra-se uma
realidade em que a qualidade dos serviços de saúde e o acesso a eles são distribuídos de
forma desigual entre as pessoas e grupos que compõem a sociedade, nessa organização
social e político-econômica em que são identificadas. O sistema de saúde de acordo com
Solar e Irwin (2010), pode abordar diretamente as diferenças de exposição e
vulnerabilidade, não apenas melhorando o acesso equitativo aos cuidados, mas também
promovendo ações intersetoriais para melhorar o estado de saúde. Assim também, de
acordo com esses autores, o capital social influencia a saúde através dos mecanismos de
apoio social em que as relações oportunizam àqueles que delas participam; assim, é
concebido como uma ampliação das relações sociais e das normas de reciprocidade. A
abordagem de rede considera o capital social em termos de recursos que emergem através
das redes sociais, o que vai comprometer as decisões que os grupos ou indivíduos
desempenham, conforme o estilo de vida e hábitos comportamentais, e não devem estar
fora do contexto social que tais escolhas acontecem.
Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
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A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na percepção da qualidade de vida (QV) 357

Who (2005) aborda três pilares básicos: participação, saúde e segurança pela
estrutura política destinada ao envelhecimento e à saúde, almejando que os fatores de risco
(comportamentais e ambientais) de doenças crônicas e de declínio funcional prevaleçam
baixos, e os fatores de proteção, elevados. Por conseguinte, as pessoas podem desfrutar de
maior quantidade e maior qualidade de vida, contribuindo para cuidarem de suas próprias
vidas e, assim, na fase da velhice, ocorrerá menos serviços assistenciais e tratamentos
médicos. E aqueles que, por acaso, tiverem uma necessidade maior de acesso aos serviços
de saúde deve a eles estar isso garantido, como direitos de homens e mulher idosos. Desse
modo, é baseado nos Princípios das Nações Unidas para Idosos (Who, 2005), que o ideal
para a estrutura política destinada ao envelhecimento ativo se apresenta e se baseia,
interpretando como fatores determinantes do envelhecimento ativo, e influenciando o
modo como as populações e as pessoas envelhecem.

Conclusão

A partir dos dados obtidos por meio da aplicação do questionário Whoqol-Bref, é


importante trazer o conceito de qualidade de vida por Dawalibi et al. (2013), que relaciona-
se à autoestima e ao bem-estar pessoal, e abrange aspectos como: capacidade funcional,
nível socioeconômico, estado emocional, interação social, suporte familiar, atividade
intelectual e de autocuidado, estado de saúde, valores culturais, éticos e religiosidade,
estilo de vida, satisfação com o emprego e/ou com as atividades da vida diária e com o
ambiente em que se vive (Vecchia et al., 2005).
Frente aos resultados deste estudo, consideramos relevante ressaltar que, no Brasil,
é pouca a preocupação com as questões pertinentes ao idoso longevo. É claro que também
a perda de autonomia e o declínio funcional que se referem aos DSS, idosos mais
vulneráveis, em condições socioeconômicas desfavoráveis, estarão mais suscetíveis a
precárias condições de saúde e estímulo à funcionalidade e participação social.
Para que isso ocorra, cabe aos serviços de saúde por meio das políticas públicas de
saúde, a busca por um melhor engajamento na intervenção e promoção da saúde dessa
faixa etária.

Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde mental do idoso na
percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia, 23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567.
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Desse modo, a recomendação inicial e primordial para a tentativa da preservação da


capacidade funcional da população idosa é o envolvimento de profissionais da saúde que
atuem na promoção da saúde com foco na funcionalidade do idoso, bem como na
elaboração de um plano de cuidado individualizado, que contemple as reais especificidades
deles, para além das características somente fisiológicas.
Para a pessoa idosa, o sistema de saúde mental precisa criar estratégias e ações
específicas, estabelecendo um olhar mais profundo dirigido às condições de saúde mental
dessa população, a qual apresenta especificidades; neste contexto, uma gama de aspectos
que dizem muito sobre a vida de uma pessoa idosa e, pensando-se na saúde e qualidade de
vida, necessita-se de melhores recursos oferecidos pelas políticas de saúde e
principalmente pensando-se nas desigualdades sociais, que consistem em seres humanos
com direitos e deveres e que têm como direito usufruir de melhores condições
assistenciais, cultura e lazer, segurança, saúde e participação social. Em suma, a qualidade
de vida é um conceito ainda subjetivo e sujeito ao nível sociocultural, que deriva de um
longo caminho para chegar à equidade social.

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Camila Maria Fernandes Fantacini – Psicóloga, Universidade de Franca, UNIFRAN.


Atua na clínica geriátrica Domus Claret em Batatais, SP. Docente e Tutora dos cursos de
graduação e pós-graduação EaD do Claretiano, Centro Universitário de Batatais, SP.
Especialista em Saúde Mental e Neuropsicologia. Mestra em Ciências, Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, EERP-USP.
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-4773-0214
E-mail: [email protected]

Regina Celia Fiorati - Graduação em Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São


Carlos. Mestrado em Enfermagem Psiquiátrica. Doutorado em Ciências, Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem Psiquiátrica, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo. Pós-doutorado na Faculdade de Medicina, da Universidade
Autônoma de Madri, Espanha. Atualmente é docente no Curso de Graduação em Terapia
Ocupacional, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
Atua nas seguintes áreas de conhecimento: saúde mental, saúde pública, saúde coletiva
coletiva e campo social.
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-3666-9809
E-mail: [email protected]

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