3 - Linearização de Sistemas
3 - Linearização de Sistemas
3 - Linearização de Sistemas
1. Motivação e necessidade
1) Grande parte das teorias de projeto de sistemas de controle foram desenvolvidas para
sistemas lineares porém praticamente todos os sistemas reais são não-lineares.
2) O que fazer?
Pode-se obter um modelo linear para o sistema não-linear.
A questão se torna: qual a validade do modelo linear do sistema não-linear?
onde:
O vetor de funções da dinâmica dos estados representado pela eq. (1) é dado de forma mais
detalhado como:
1
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x1 (t ) = f1 (x (t ), u(t ) );
x (t ) = f (x (t ), u(t ) );
2 2
(3)
x n (t ) = f n (x (t ), u(t ) ).
O vetor de funções da saída representado pela eq. (2) é dado de forma mais detalhado como:
y1 (t ) = g1 (x (t ), u(t ) );
y (t ) = g (x (t ), u(t ) );
2 2
(4)
y p (t ) = g p (x (t ), u(t ) ).
3. Um exemplo simples:
➢ Dinâmica longitudinal de um veículo
Assumindo que o veículo é uma massa pontual, que as forças de atrito são desprezíveis e
que a dinâmica do motor é desprezível, a dinâmica longitudinal de um veículo pode ser
descrita pela seguinte equação de movimento:
➢ Condição de linearização
• Regime estacionário com o veículo em velocidade constante v0.
2
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onde f0 é a força motora que deve ser aplicada na massa para contrabalancear a força de
arraste e a força peso para manter o carro se movimentando com velocidade constante v0.
v0 (conhecido)
f 0 = bv0
2
• Considerando que a inclinação da estrada é constante, o lado esquerdo da eq. (5) é uma
função da velocidade e da força motora e pode ser escrita como:
= f (v(t ), f (t ) )
b 2 f (t )
v(t ) = − v (t ) − g sin + (7)
m m
f (v, f ) = f (v0 , f 0 ) + (v − v 0 ) + ( f − f0 ) + (v − v 0 ) 2 +
v f 2 v 2
(8)
1 f (v0 , f 0 ) 1 f (v0 , f 0 )
2 2
+ ( y − y0 ) +
2
(v − v0 )( f − f 0 ) +
2 f 2 2 vf
• Expansão de uma função em Série de Taylor tem infinitos termos na eq. (8) somente
os primeiros termos de 1ª e de 2ª ordem estão incluídos.
f (v0 , f 0 ) f (v0 , f 0 )
f (v, f ) f (v0 , f 0 ) + (v − v 0 ) + ( f − f0 ) (9)
v f
3
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f (v 0 , f 0 ) 2bv0
=−
v m
f (v , f ) (10)
1
=
0 0
f m
• Definem-se variáveis de desvio para velocidade, v(t), e força motora, f(t), em torno
dos valores da condição de linearização:
v(t ) = v(t ) − v0
(11)
f (t ) = f (t ) − f 0
• Substituindo as eq. (10) e (11) na eq. (9) e lembrando que v(t ) = f (v, f )
2bv0v(t ) f (t )
v(t ) = f (v, f ) − + (12)
m m
• Termo f(v0, f0) da eq. (12) é igual a zero essa função é igual à derivada temporal da
velocidade na condição de linearização
• Substituindo a eq. (13) na eq. (12) obtém-se a equação linear que representa a dinâmica
linearizada do carro
2bv0v(t ) f (t )
v(t ) = − +
m m
➢ Observações:
4. Condição de linearização
1) A linearização de um sistema dinâmico não-linear é feita em torno de uma condição de
operação denominada condição de linearização.
4
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Condição de linearização:
➢ Definida por:
x 0 (t ) = f (x 0 (t ), u0 (t ) ) = 0 (14)
y0 (t ) = g(x 0 (t ), u0 (t ) ) (15)
x 0 (t ) = f (x 0 (t ), u0 (t ) ) (16)
5
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➢ Resumo:
x 0 (t ) = f (x 0 (t ), u0 (t ) ) (18)
x (t ) = x 0 (t ) + x (t );
u(t ) = u0 (t ) + u(t ); (19)
y(t ) = y (t ) + y(t ).
0
➢ Dada a condição de linearização (eq. 17 e 18), expandindo o vetor de funções f(x,u) das
equações de estado (eq. 3) em torno de x0(t) e u0(t) usando Série de Taylor cada equação
da dinâmica do sistema: xi (t ) = f i ( x(t ), u(t )) , para i =1 ... n, fica:
f (x (t ), u 0 (t ) ) f (x (t ), u 0 (t ) )
x i (t ) = f i (x 0 (t ), u 0 (t ) ) + i 0 x1 (t ) + + i 0 x n (t ) +
x 1 x n
f (x (t ), u 0 (t ) ) f (x (t ), u 0 (t ) )
+ i 0 u1 (t ) + + i 0 u m (t ) + T .O.S .
u1 u m
(20)
f (x (t ), u 0 (t ) ) f (x (t ), u 0 (t ) )
x 0i (t ) + δx i (t ) = f i (x 0 (t ), u 0 (t ) ) + i 0 x1 (t ) + + i 0 x n (t ) +
x1 x n
f (x (t ), u 0 (t ) ) f (x (t ), u 0 (t ) )
+ i 0 u1 (t ) + + i 0 u m (t ) + T .O.S .
u1 u m
(21)
os T.S.O. são de fato desprezíveis desde que x(t) e u(t) sejam “pequenos”.
6
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Como a condição de linearização deve obedecer a equação dinâmica do sistema (eq. 18)
o 1º termo do lado esquerdo da eq. (21) cancela o 1º termo do lado direito da equação (ver
eq. 18). Assim, tem-se:
f (x (t ), u 0 (t ) ) f (x (t ), u 0 (t ) )
δx i (t ) = i 0 x1 (t ) + + i 0 x n (t ) +
x 1 x n
(22)
f (x (t ), u 0 (t ) ) f (x (t ), u 0 (t ) )
+ i 0 u1 (t ) + + i 0 u m (t )
u1 u m
onde os termos (f i x j )0 e (f i u k )0 representam uma notação mais compacta para
(f (x
i 0 (t ), u 0 (t ) ) x j )0 e (f i (x 0 (t ), u0 (t ) ) u k )0 respectivamente.
Mais compactamente,
f1 f1 f
1
x1 0 x 2 0 xn 0
f 2 f 2 f
A(t ) = x
2
x2 0 xn 0
(25)
1 0
f n f n f n
x1 0 x2 0 xn 0 ( nxn )
7
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f1 f1 f
1
u1 0 u2 0 um 0
f 2 f 2 f
B(t ) = u
2
u2 0 um 0
(26)
1 0
f n f n f n
u1 0
2 0
u
m 0
u
( nxm)
g (x (t ), u 0 (t ) ) g (x (t ), u 0 (t ) )
y 0i (t ) + δy i (t ) = g i (x 0 (t ), u 0 (t ) ) + i 0 x1 (t ) + + i 0 x n (t ) +
x1 x n
g (x (t ), u 0 (t ) ) g (x (t ), u 0 (t ) )
+ i 0 u1 (t ) + + i 0 U m (t ) + T .O.S .
u 1 u m
(27)
Como a condição de linearização deve obedecer a equação das saídas do sistema (eq. 4) o
1º termo do lado esquerdo da eq. (27) cancela o 1º termo do lado direito da equação.
Desprezando os T.O.S.:
g (x (t ), u 0 (t ) ) g (x (t ), u 0 (t ) )
δy i (t ) = i 0 x1 (t ) + + i 0 x n (t ) +
x1 x n
(28)
g (x (t ), u 0 (t ) ) g (x (t ), u 0 (t ) )
+ i 0 u1 (t ) + + i 0 u m (t )
u1 u m
onde os termos (g i x j )0 e (g i u k )0 representam uma notação mais compacta para
(g (x
i 0 (t ), u 0 (t ) ) x j )0 e (g i (x 0 (t ), u0 (t ) ) u k )0 respectivamente.
Mais compactamente,
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g1 g1 g
1
x1 0 x2 0 xn 0
g 2 g 2 g
C(t ) = x
2
x2 0 xn 0
(31)
1 0
g p g p g p
x1 0 x2 0 xn 0 ( pxn)
g1 g1 g
1
1 0
u
2 0
u um 0
g 2 g 2 g
D(t ) = u
2
u2 0 um 0
(32)
1 0
g p g p g p
u1 0 u2 0 um 0 ( pxm)
➢ Usualmente nas eq. (33) e (34) eliminam-se os termos de variação, “” mas não se
pode esquecer que para uma sistema com dinâmica linearizada os estados, as entradas
e as saídas representam as variações dessas grandezas em torno da condição de
linearização.
9
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6. Exemplos
x (t ) v(t )
v(t ) =
− k1 x(t ) m − k 2 x (t ) m + F (t ) m
3
x (t ) = f1 ( x, v, F ) = v (t )
1
v(t ) = f 2 ( x, v, F ) = m − k1 x (t ) − k 2 x (t ) + F (t )
3
➢ Condição de linearização:
x = v0 = 0
Adotada uma condição de regime estacionário 0
F0 = 0
x0 = v0 = 0
v0 = −k1 x0 − k2 x0 = 0
3
k1
k1 x0 + k2 x03 = 0 x0 = −
k2
f 1 f 1 f1
=0 =1 =0
x 0 v 0 F 0
f 2
=
1
− k1 − 3k2 x02 f 2
=0
f 2
=
1
x 0 m v 0 F 0 m
Portanto,
0 1 0
A= B=
(− k1 − 3k2 x0 ) m 0
2
1 m
10
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x (t ) 0 1 x(t ) 0
v(t ) = − k − 3k x 2 m 0 v(t ) + 1 mF (t )
( )
1 2 0
k1 = 1N/m
1
Se por exemplo: k 2 = −0,5N/m x0 = = 2 m , então:
m = 2kg 1/ 2
x (t ) 0 1 x (t ) 0
v(t ) = − 1 0 v (t ) + 0,5F (t )
m
g
l
(t)
(t)
(t ) = (t )
(t )
(t ) = − cos( (t ) ) + 2
g
l ml
➢ Condição de linearização:
11
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0 = 0
2
0 = mgl cos( 0 ) = mgl
2
0 = 0
g 1
0 = − cos( 0 ) + 2 0
l ml
➢ Dinâmica Linearizada:
f 1 f 1 f 1
=0 =1 =0
0 0 0
f 2 g 2g f 2 f 2 1
= sin( 0 ) = =0 = 2
0 l 2l 0 0 ml
Portanto,
0 1 0
A = 2g B= 1
0 2
2l ml
(t ) 0 1 (t ) 0
= 2g + (t )
(t ) 2l 0 (t ) 1
ml 2
12
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
➢ Condição de linearização para uma condição inicial de não equilíbrio com 0 = 0o.
➢ Modelo linearizado:
0 1 (t ) 0
(t ) g
= − 0
+ 1 (t )
(t ) l (t )
ml 2
y (t ) = 1 0 (t )
(t )
Não linear
10
Linearizado
5
Angulo (graus)
-5
-10
0 1 2 3 4 5
Tempo (segundos)
Figura 1. Resposta transitória do pêndulo para uma condição inicial de não equilíbrio com o
pêndulo inicialmente inclinado de 10º em relação à vertical.
13
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50
Não linear
Linearizado
Angulo (graus)
-50
0 1 2 3 4 5
Tempo (segundos)
Figura 2. Resposta transitória do pêndulo para uma condição inicial de não equilíbrio com o
pêndulo inicialmente inclinado de 45º em relação à vertical.
6
Não linear
5 Linearizado
4
Angulo (graus)
0
0 1 2 3 4 5
Tempo (segundos)
Figura 3. Resposta transitória do pêndulo para o torque variando na forma de degrau de 0 N para
0,25 Nm.
14
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
60
Não linear
50 Linearizado
Angulo (graus) 40
30
20
10
0
0 1 2 3 4 5
Tempo (segundos)
Figura 4. Resposta transitória do pêndulo para o torque variando na forma de degrau de 0 N para 2
Nm.
➢ Conclusão:
x (t ) = x 0 (t ) + x (t );
u(t ) = u0 (t ) + u(t ); (19)
y(t ) = y (t ) + y(t ).
0
A derivada temporal dos estados são obtidas a partir da derivação da eq. (19), resultando em:
x (t ) = x 0 (t ) + x (t ) (35)
Observa-se que a derivada dos estados na condição de linearização não é necessariamente zero,
pois a condição de linearização, como visto, não necessita ser uma condição estacionária.
15
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
Substituindo as eqs. (19) e (35) nas equações dinâmicas dos estados e nas equações de saída do
sistema e desprezando termos de ordem superior obtém-se as equações linearizadas do sistema.
(t ) = (t )
g (t )
(t ) = − sin( (t ) ) + 2
l ml
g 2g
Adotando: 0 = 45º, 0 = 0 = 0 0 = − cos( 0 ) = − .
l 2l
➢ Dinâmica Linearizada:
cos( ) 1
porém como é pequeno
sin ( )
Portanto,
(t ) = (t )
(t ) = (t ) sin ( 0 (t ) ) + 2 (t )
g 1
l ml
(t ) 0 1 (t ) 0
= 2g + (t )
(t ) 2l 0 (t ) 1
ml 2
0 1 0
A = 2g B= 1
0 2
2l ml
− atrito seco
− zona morta
− folga
− saturação
− histereses.
17
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
Fat y y
v u u
y y
u u
(d) (e)
Figura. Formas de não linearidades que apresentam problemas na linearização. a) atrito seco; b)
zona morta; c) folga; d) saturação; e e) histereses.
• Outras formas de não linearidades podem ser mal representadas no modelo linear
dependendo da condição de linearização utilizada exemplo é a força de arraste
quando a velocidade do corpo oscila em torno de zero.
Fs = − Nsinal(v) (36)
− 1, para v 0
sinal(v) = indefinido para v = 0 (37)
+ 1, para v 0
18
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
Função sinal tem a função de garantir que a força de atrito seja sempre na direção
contrária ao movimento.
• Solução é substituir a força de atrito seco por uma força de atrito viscoso equivalente em
termos de energia dissipada:
• Expressão é obtida igualando a energia dissipada pela força de atrito seco em um ciclo
do movimento com a energia dissipada pela força de atrito viscoso.
4 N
beq = (39)
x m
• Cálculo de beq depende de xm e na prática esses valores não são conhecidos e nem
constante o que se usa é adotar um valor conveniente para beq obtido por meio de
simulações.
➢ Força de arraste
• Força de arraste surge quando um objeto se move imerso em um meio fluido
Far = cv 2 (40)
Far
Far = v = 2bv0v (41)
v v0
• Uma forma de eliminar esse problema é similar ao que foi realizado para o atrito tipo
Coulombiano utilizar uma força de atrito viscoso equivalente, que dissipa a mesma
quantidade de energia que a força de arraste em um ciclo do movimento:
• Expressão é obtida igualando a energia dissipada pela força de atrito seco em um ciclo
do movimento com a energia dissipada pela força de arraste.
8bxm
beq = (43)
3
• Seja um sistema mecânico composto por uma massa e uma mola entre a massa e a
superfície existe atrito Coulombiano:
x(t) g
v(t)
m f(t)
20
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
x0 = 0
x 0 = x0 = 0
f 0 = 0
• Substituindo a força de atrito seco por uma força de atrito viscoso equivalente equação
dinâmica do sistema fica:
Simplificando
• Problema que surge na substituição do atrito seco por um atrito viscoso equivalente é que
em princípio não se conhece o movimento do sistema xm e não são conhecidos.
Uma forma de contornar esse problema é ajustar o coeficiente de atrito viscoso equivalente
(beq) de forma a se ter respostas transitórias do sistema não linear e do sistema linearizado
similares.
• Figura mostra os resultados da resposta temporal da posição da massa para o sistema não
linear e para o sistema linearizado para uma condição inicial onde a massa está deslocada de
0,5 m da posição de equilíbrio e a força permanece igual a zero.
0.5
(a) Não linear
Linear
Posição (m)
-0.5
0 1 2 3 4 5
Tempo (segundos)
21
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
0.6
(b) Não linear
Linearizado
0.4
Amplitude (m)
0.2
-0.2
-0.4
0 1 2 3 4 5
Tempo (segundos)
0.6
(c) Não linear
Linearizado
0.4
Amplitude (m)
0.2
-0.2
-0.4
0 1 2 3 4 5
Tempo (segundos)
Figura 5. Resposta temporal da posição da massa para uma condição inicial na posição da massa
igual a 0,5 m para vários valores de beq. (a) beq = 0; (b) beq = 1,27 Ns/m; e (c) beq = 2,54 Ns/m.
• Valor de beq pode ser calculado pela eq. (39) utilizando a freqüência e a amplitude média de
oscilação da resposta do sistema não linear do resultado mostrado na figura pode-se
estimar o período de oscilação como sendo igual a 1,6 segundos e a amplitude de oscilação
como sendo igual a 0,25 m:
4 N 4 * 0,1 * (2 * 9,8)
beq = = 2,54 Ns/m
x m 2
* 0,25 *
1,6
• Além do valor de 2,54 Ns/m para beq é utilizado também na simulação o valor de 1,27 Ns/m
para permitir visualizar a influência desse parâmetro na resposta do sistema.
• Observações:
− Percebe-se que o modelo linearizado sem o termo de atrito viscoso equivalente não
representa de forma satisfatória o modelo não linear.
22
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
− Dissipação de energia pela força de atrito no modelo não linear faz com que a amplitude
de oscilação da massa diminua com o tempo.
− No modelo linearizado sem o termo de atrito não ocorre dissipação de energia e, assim,
a amplitude da oscilação da massa não diminui.
− Inclusão do termo de atrito viscoso equivalente dissipa energia modelo linearizado
passa a ter um comportamento semelhante ao modelo não linear.
− Troca do atrito seco por um atrito viscoso não é perfeita, mas é satisfatória e consiste
numa forma de resolver um problema que de outra forma não seria possível.
9. Exercícios
1) Considere a Equação de Van der Pol que representa um oscilador com amortecimento não-
linear.
d 2 x (t )
dt 2
− 1 − x (t ) 2
dx(t )
dt
+ x (t ) = u (t ) ,
Essa equação foi muito utilizada na engenharia elétrica/eletrônica para o estudo de válvulas
e na dinâmica dos sistemas não-lineares.
Pede-se:
a) Coloque o sistema na forma de espaço de estados não-linear.
b) Defina uma condição de linearização de forma que seja uma condição de regime
permanente. Você tem que escolher uma condição numérica. Utilize = 0,2.
c) Linearize o sistema utilizando um dos métodos vistos em aula.
d) Calcule as matrizes do sistema linear utilizando os resultados dos itens (b) e (c).
e) Defina uma função no Simulink para descrever a Equação de Van der Pol e do sistema
linearizado.
f) Utilizando as ferramentas do Matlab verifique se a condição de linearização definida
em (b) está correta.
g) Utilizando as ferramentas do Matlab linearize o sistema em torno da condição de
linearização calculada em (b) e (f) e verifique o resultado do item (d).
h) Simule os sistemas não-linear e linear para uma condição inicial igual à condição de
linearização e para um degrau na entrada de pequena amplitude e compare os
resultados.
i) Simule os sistemas não-linear e linear para uma condição inicial diferente da condição
de linearizão e compare os resultados.
23
Eduardo Lobo Lustosa Cabral
2) Considere o sistema composto por um pêndulo invertido sobre um carro, cujo modelo
dinâmico é dado abaixo.
(t ) = (t )
ml cos( (t ) )v(t ) + ml (t ) − mgl sin ( (t ) ) = 0
2
( M + m)v(t ) + ml cos( (t ) ) (t ) − ml sin ( (t ) ) (t ) = f (t )
2
(t) g
l
v(t)
M f(t)
Pede-se:
a) Determine a condição de linearização onde o pêndulo permanece parado na posição
vertical npara cima.
b) Linearize a dinâmica do sistema.
c) Calcule as matrizes do sistema linearizado.
d) Defina uma função no Simulink para descrever a dinâmica do sistema não lienar e do
sistema linearizado.
e) Utilizando as ferramentas do Matlab verifique se a condição de linearização definida
em (b) está correta.
f) Utilizando as ferramentas do Matlab linearize o sistema em torno da condição de
linearização calculada em (b) e (e) e verifique o resultado do item (d).
g) Simule os sistemas não-linear e linear para uma condição inicial igual à condição de
linearização e para pequenos degraus na entrada e compare os resultados.
h) Simule os sistemas não-linear e linear para uma condição inicial 0 = 0,1 rad e v0 = 0 e
compare os resultados.
24