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ANAIS DO

II CONGRESSO NORTE-
NORDESTE DE CIÊNCIAS
AGRÁRIAS
(ON-LINE)
(ON-LINE)

RESUMOS SIMPLES E EXPANDIDOS


Editora Omnis Scientia

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE)

RESUMO SIMPLES E EXPANDIDO

Volume 1

1ª Edição

TRIUNFO - PE
2022
COORDENADORA CIENTÍFICA
Thialla Larangeira Amorim
COORDENADOR DE PUBLICAÇÃO
Daniel Luís Viana Cruz
COORDENADORA DO EVENTO
Andréa Telino Gomes
ORGANIZADORES
Academics - Eventos acadêmicos online
Andréa Telino Gomes
Thialla Larangeira Amorim
PALESTRANTES
Cibelle Christine Brito Ferreira
Clauber Rosanova
Euclides Pereira e Silva
Flávio José Vieira de Oliveira
George do Nascimento Araújo Júnior
José Raliuson Inácio Silva
Maiza Araújo Cordão
Marcele Leal Nörnberg
Maria Carolina de Almeida
Samiris Côcco Teixeira
Tais Aragão Ishizawa
AVALIADORES
Gabriel Italo Novaes da Silva
Guilherme Almussa Leite Torres
Jamiles Carvalho Gonçalves de Souza
Lana Raissa Barros Alves Cordeiro
Lucas Henrique Maciel
Tiago Lima do Nascimento
CONSELHO EDITORIAL
Dr. Cássio Brancaleone
Dr. Marcelo Luiz Bezerra da Silva
Dra. Pauliana Valéria Machado Galvão
Dr. Plínio Pereira Gomes Júnior
Dr. Walter Santos Evangelista Júnior
Dr. Wendel José Teles Pontes
EDITORES DE ÁREA - CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Dr. Álefe Lopes Viana
Dr. Luis de Souza Freitas
Dra. Marcia Helena Niza Ramalho Sobral
Dr. Walter Santos Evangelista Júnior
IMAGEM DE CAPA
Freepik
EDIÇÃO DE ARTE
Vileide Vitória Larangeira Amorim
REVISÃO
Os autores

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-
NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

O conteúdo abordado nos artigos, seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de
responsabilidade exclusiva dos autores.
Editora Omnis Scientia

Triunfo – Pernambuco – Brasil

Telefone: +55 (87) 99656-3565

editoraomnisscientia.com.br

[email protected]
EDITORIAL II CONNECA

Após o boom de uma pandemia e na iminência de uma guerra que tende a se alastrar, que afetam
na produção e distribuição mundial de alimentos, é de suma importância discutirmos a produção de
alimentos, sem abrir mão da sustentabilidade e garantindo segurança alimentar para uma população
cada dia maior.
O II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) - II CONNECA,
ocorreu nos dias 13 e 14 de agosto de 2022, os convidados ministraram palestras nas mais diversas
áreas das Ciências Agrárias.
O II CONNECA proporcionou aos participantes certificado de 20 horas, certificado de apresentação
dos resumos aprovados e certificado de atividade(palestra) assistida. Os três melhores trabalhos de
cada modalidade receberam certificado de menção honrosa.
Os títulos dos resumos que receberam menção honrosa por ordem de submissão foram:

Resumo Simples
507503 - CARBONO DA BIOMASSA MICROBIANA EM SOLO ADUBADO COM CAMA DE
COMPOST BARN NO CULTIVO DA AVEIA PRETA
521969 - SISTEMAS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEIS: AGRICULTURA ORGÂNICA
523929 - PROSPECÇÃO DE MICRORGANISMOS PROTEOLÍTICOS EM LEITE EM PÓ
DESNATADO

Resumo Expandido
521369 - CAPACIDADE DE USO DA TERRA DO MUNICÍPIO DE TOCANTINS, MINAS
GERAIS
522963 - APLICAÇÕES DE REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS NA CONSERVAÇÃO PÓS-
COLHEITA DA UVA (Vitis vinifera L.)
523914 - FUNGOS ENDOFÍTICOS ASSOCIADOS AO FRUTO E PSEUDOFRUTO DO CAJUÍ
(Anacardium humile St. Hill) EXIBEM POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE CELULASE

O II CONNECA agradece imensamente a todos os participantes, palestrantes, avaliadores e


organizadores por fazerem parte desse evento, proporcionando uma troca e construção de conhecimento.
SUMÁRIO - RESUMOS SIMPLES
BIOTECNOLOGIA

PROSPECÇÃO DE MICRORGANISMOS PROTEOLÍTICOS EM LEITE EM PÓ


DESNATADO....................................................................................................................................17

GESTÃO AMBIENTAL

PLANTIO DIRETO: UMA PRÁTICA SUSTENTÁVEL.................................................................18

COBERTURA VEGETAL: USO DA PALHADA NA AGRICULTURA..........................................19

SISTEMAS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEIS: AGRICULTURA ORGÂNICA.........................20

REFLEXÕES GEOPOÉTICAS PARA A CIÊNCIA CIDADÃ EM AMBIENTES RURAIS:


EXPERIÊNCIAS EM PESQUISA DE CAMPO...............................................................................21

OUTROS

CARBONO DA BIOMASSA MICROBIANA EM SOLO ADUBADO COM CAMA DE


COMPOST BARN NO CULTIVO DA AVEIA PRETA............................................................22

LETALIDADE DA ESPÉCIE Eisenia andrei EM LATOSSOLO VERMELHO ADUBADO


COM CAMA DE COMPOST BARN........................................................................................23

XANTHOMONAS CAMPESTRIS PV. CAMPESTRIS: UMA REVISÃO.................................24

OCORRÊNCIA DE Physalis angulata L. REGISTRADA NO BANCO DE DADOS GLOBAL


BIODIVERSITY INFORMATION FACILITY..............................................................................25

GERMINAÇÃO DE Myrciaria dubia (Camu-camu) ORIUNDA DO TRATO DIGESTIVO DE


Auchenipterichthys longimanus, NA FLORESTA DE IGAPÓ DA RDS DO TUPÉ-AM.........26

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DIVERSIDADE DE PEIXES ASSOCIADAS ÀS MARGENS DE LAGOS NO RIO QUIUINI,
BARCELOS, AMAZONAS, BRASIL.............................................................................................27

PRAGAS E DOENÇAS NA LAVOURA DE SOJA E MILHO..............................................28

SEGURANÇA ALIMENTAR, NUTRIÇÃO E SAÚDE

FISIOLOGIA SENSORIAL E AS ALTERAÇÕES NO OLFATO E NO PALADAR


DECORRENTES DA COVID-19................................................................................................29

INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS NÃO SENSORIAIS NA ACEITAÇÃO SENSORIAL


DE ALIMENTOS E BEBIDAS.......................................................................................................30

FRAUDES EM ALIMENTOS.........................................................................................................31

PRODUÇÃO DE ALIMENTOS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR.................................32

TECNOLOGIA E PRODUÇÃO

INTERFERÊNCIA DO CÁLCIO NO DESENVOLVIMENTO DA SOJA.............................33

CULTURA DA CEBOLINHA: IMPORTÂNCIA DA PLANTA CONDIMENTAR.................34

IMPORTÂNCIA DO MORANGO NA AGRICULTURA..........................................................35

CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS NA CULTURA DO MILHO: O CONTROLE DAS


PRINCIPAIS PRAGAS....................................................................................................................36

CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS NA CULTURA DO MILHO: O CONTROLE DAS


PRINCIPAIS DOENÇAS.................................................................................................................37

BENEFÍCIOS DO CALCÁRIO AGRÍCOLA NA CORREÇÃO DE ACIDEZ DO SOLO.............38

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RESUMOS EXPANDIDOS
BIOTECNOLOGIA

CARACTERIZAÇÃO DA CASCA DO MARACUJÁ NO TRATAMENTO DE


EFLUENTES DE PISCICULTURA PARA REMOÇÃO DE METAIS POTENCIALMENTE
TÓXICOS...........................................................................................................40

DETERMINAÇÃO DO PH EM ÁGUA E EM KCL E DO PCZ DA BORRA DE CAFÉ LAVADA


PARA REMOÇÃO DE METAIS POTENCIALMENTE TÓXICOS EM EFLUENTES DE
PISCICULTURA................................................................................................................45

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS DACASCA DO CUPUAÇU


MODIFICADA PARA A UTILIZAÇÃO COMO BIOSSORVENTE........................................49

TOLERÂNCIA E CRESCIMENTO DA BRACHIARIA (Urochiloa brizantha) ASSOCIADA A


FUNGO MICORRÍZICOS ARBUSCULARES A DOSES DE MANGANÊS.........................54

APLICAÇÃO DE AGENTES MUTAGÊNICOS FÍSICOS E QUÍMICOS NO


MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS......................................................................59

RESISTÊNCIA À Meloidogyne spp. EM OLERÍCOLAS................................................................63

USO DA FERRAMENTA GenAlEx PARA FINS DE ANÁLISES DE DIVERSIDADE


GENÉTICA.......................................................................................................................................68

BIOTECNOLOGIA: APLICAÇÕES PARA O MELHORAMENTO DO (Solanum lycopersicum


L)...................................................................................................................................73

BIOTECNOLOGIA: APLICAÇÕES PARA O MELHORAMENTO VEGETAL............................78

COMPARATIVO ENTRE DOIS MÉTODOS DE REVELEÇÃO DE GÉIS DE


POLIACRILAMIDA..........................................................................................................................82

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ANÁLISE COMPARATIVA DOS GENES MATK E RBCL DE ESPÉCIES DOS GÊNEROS
Arachis E Stylosanthes....................................................................................................................86

SELEÇÃO DE PLANTAS RESISTENTES A DOENÇAS ASSISTIDAS POR MARCADORES


MOLECULARES...............................................................................................................................90

FUNGOS ENDOFÍTICOS ASSOCIADOS AO FRUTO E PSEUDOFRUTO DO CAJUÍ (Anacardium


humile St. Hill) EXIBEM POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE CELULASE........................95

CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS

VIDA DE PRATELEIRA: ANÁLISE DE FRUTAS E HORTALIÇAS..........................................99

CRIAÇÕES SUSTENTÁVEIS

BIOSSEGURIDADE NO SISTEMA DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS AO AR LIVRE (SISCAL):


REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................................................103

GEOPROCESSAMENTO E TECNOLOGIA DIGITAL NAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ESTIMATIVA DA PERDA ANUAL DE SOLO PARA O MUNICÍPIO DE TOCANTINS, MINAS


GERAIS............................................................................................................................107

CAPACIDADE DE USO DA TERRA DO MUNICÍPIO DE TOCANTINS, MINAS


GERAIS...........................................................................................................................................111

VARIABILIDADE ESPAÇO- TEMPORAL DA ACIDEZ E DA NECESSIDADE DE CALAGEM


DOS SOLOS, NUMA CATENA DO PAMPA - VI ANOS DE MONITORAMENTO.................115

VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DO FÓSFORO DISPONÍVEL, NUMA CATENA


DE SOLOS DO PAMPA – 5 ANOS DE MONITORAMENTO..............................................120

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VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DA SATURAÇÃO POR BASES, NUMA CATENA
DE SOLOS DO PAMPA - 6 ANOS DE MONITORAMENTO.................................................125

VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DA SATURAÇÃO POR ALUMÍNIO, NUMA


CATENA DE SOLOS DO PAMPA - 6 ANOS DE MONITORAMENTO..............................129

VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DA MATÉRIA ORGÂNICA EM SOLOS DE


UMA CATENA DO PAMPA – V ANOS DE MONITORAMENTO......................................133

OUTROS

COMPARAÇÃO DOS TEORES DE FIBRAS ENTRE OS FOLHOSOS..............................138

CACTOS E SEUS FRUTOS NA ALIMENTAÇÃO...............................................................142

AS VARIEDADES DE MILHO E O SEU USO NA ALIMENTAÇÃO HUMANA E


ANIMAL..........................................................................................................................................147

DIVERSIDADE DE CENOURAS E SUAS CARACTERÍSTICAS............................................151

INVÓLUCROS USADOS NA CULINÁRIA................................................................................156

DIVERSIDADE DE CEBOLAS DISPONIBILIZADAS PARA COMERCIALIZAÇÃO..........161

DIFERENTES ESPÉCIES DE COGUMELOS E SEUS TEORES DE PROTEÍNAS.................166

ESPECIARIAS DISPONÍVEIS PARA CONSUMO EM BELO HORIZONTE- MG.............171

FRUTAS TÍPICAS DO NORTE E NORDESTE E A COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL...........176

COMIDAS REGIONAIS DO NORTE E NORDESTE.................................................................180

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LEVANTAMENTO DE PLANTAS DANINHAS NA SOJICULTURA PARAENSE..............184

MELHORAMENTO GENÉTICO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) NO


CONTROLE DA MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci).....................................................188

PROPRIEDADES BIOATIVAS DA AVEIA (Avena sativa L.)....................................................193

APLICAÇÕES DE REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS NA CONSERVAÇÃO PÓS-


COLHEITA DA UVA (Vitis vinifera L.)..................................................................................198

TÉCNICAS VIÁVEIS NA QUEBRA DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE MARACUJÁ


DO MATO PARA AGRICULTURA DE BASE AGROECOLOGICA................................202

DESENVOLVIMENTO DO SETOR AGROPECUÁRIO NO MUNICÍPIO DE UAUÁ/BA


ENTRE 2006 – 2017......................................................................................................................206

DESENHO E VALIDAÇÃO DE PRIMERS PARA AS ESPÉCIES Vitis vinífera E Arabidopsis


thaliana................................................................................................................................211

VALIDAÇÃO DE PRIMER UTILIZANDO O PERLPRIMER SOB COMBINAÇÃO ‘BZIP


and Vitis riparia’.........................................................................................................................216

ANÁLISE DE DISTÂNCIAS GENÉTICAS E FREQUÊNCIAS ALELICAS UTILIZANDO A


FERRAMENTA GenAlEX.............................................................................................................220

SITUAÇÃO ATUAL DAS BACTERIOSES NA CULTURA DA BATATA (Solanum tuberosum


L.).......................................................................................................................................225

DOMESTICAÇÃO DE PLANTAS CULTIVADAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS....................230

STATUS HÍDRICO E DANO CELULAR EM AMENDOIM SUBMETIDOS AO ESTRESSE


HÍDRICO, MEDIANTE APLICAÇÃO EXOGENA DE PROLINA...................................234

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EFEITO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA SOBRE A PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO
FEIJÃO-CAUPI (Vigna unguiculata L.)...................................................................................238

RECURSOS GENÉTICOS E AVANÇOS NO MELHORAMENTO GENÉTICO DA


CULTURA DO AMENDOIM....................................................................................................242

RELATO DE CASO: RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


REALIZADO NA EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO
PARÁ - EMATER – PA – ESCRITÓRIO LOCAL.......................................................................246

DOENÇAS NEGLIGENCIADAS E O CENÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DO BRASIL:


REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................................250

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

GESTÃO DE SOLOS DEGRADADOS PARA PRODUÇÃO....................................................254

SEGURANÇA ALIMENTAR, NUTRIÇÃO E SAÚDE

UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS NA NUTRIÇÃO DE PEIXES DE ÁGUA


INTERIORES...................................................................................................................................258

POTENCIALIDADE DO USO DO MELHORAMENTO PARTICIPATIVO EM CULTURAS


DE SUBSISTÊNCIA PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR.................................................261

TECNOLOGIA E PRODUÇÃO

QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA (Glycinemax L.) TRATADAS E SUBMETIDAS AO


ARMAZENAMENTO.....................................................................................................................265

UTILIZAÇÃO DE HÍBRIDOS NA PRODUÇÃO DE CEBOLA.................................................270

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OBTENÇÃO DE CONCENTRADO PROTEICO DE LINHAÇA: UM COMPARATIVO
ENTRE OS MÉTODOS...............................................................................................................274

MANEJO DA (Brachiaria brizantha) CV. MARANDU NO NORTE DE MINAS


GERAIS...........................................................................................................................................279

MANEJO DA FORRAGEIRA (Panicum maximum) CULTIVAR MASSAI NO NORTE DE


MINAS GERAIS............................................................................................................................282

MANEJO DA FORRAGEIRA (Panicum maximum) CULTIVAR MOMBAÇA NO NORTE DE


MINAS GERAIS............................................................................................................................285

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E ESTRUTURAIS DOS CLADÓDIOS DA PALMA


FORRAGEIRA.............................................................................................................288

MANEJO DA FORRAGEIRA (Panicum maximum) CULTIVAR BRS ZURI NO NORTE DE


MINAS GERAIS............................................................................................................................292

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RESUMO SIMPLES

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Biotecnologia

PROSPECÇÃO DE MICRORGANISMOS PROTEOLÍTICOS EM LEITE EM PÓ


DESNATADO

Ivan Machado Vilas Boas, Taides Tavares Dos Santos

Palavras-Chave: Fungos filamentosos. Produtos lácteos. Protease.

Introdução: Enzimas são proteínas catalisadoras de reações, que apresentam um enorme potencial
biotecnológico tanto para a indústria quanto para o público consumidor. Objetivo: Avaliar o potencial
proteolítico de microrganismos advindos de leite em pó desnatado. Metodologia: uma lata de leite em
pó desnatado, íntegra e dentro do prazo de validade, foi obtida em mercado local, na cidade de Luís
Eduardo Magalhães – BA. Em condições assépticas, 1,0 g da amostra foi adicionada a um tubo de
ensaio contendo 9 mL de água peptonada a 0,1%, esterilizada. Em seguida, procedeu-se uma diluição
seriada (10-1 até 10-5), seguida de inoculação, em triplicata, de 0,1 mL das diluições 10-3 até 10-5
em placas de Petri contendo Plate Count Agar (PCA) e Batata Dextrose Agar (BDA) e incubação,
a 28 ± 2ºC, por dois e cinco dias, respectivamente. Após a incubação, todos os microrganismos
que cresceram foram caracterizados morfologicamente e contados. Para avaliação de atividade
proteolítica, os microrganismos foram repicados em BDA leite (proporção de 9:1 de BDA para leite,
sendo que o leite em pó foi reconstituído a 10%) e incubados a 28 ± 2ºC por até 5 dias. Uma zona
clara ao redor das colônias foi indicativa de atividade proteolítica positiva. Índices enzimáticos IE
(IE = D/d, em que D equivale ao diâmetro total (halo + colônia) e d equivale ao diâmetro da colônia)
foram calculados. Resultados: fungos filamentosos e bactérias cresceram nas placas contendo BDA e
PCA em contagens inferiores a 15 colônias/placa, em todas as diluições avaliadas, não sendo possível,
portanto, calcular o total de Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por grama do produto. Dos
microrganismos que cresceram, 14 isolados de fungos filamentosos (FF) e dois de bactérias (BA)
foram testados para atividade proteolítica. Apenas dois isolados de fungos filamentosos, Bb1 e Cc3,
foram positivos para atividade proteolítica, com IE igual a 1,23 e 1,80 respectivamente. Conclusão:
O fato de haver uma presença muito maior de fungos em relação a bactérias denota a capacidade de
adaptação que os mesmos possuem. Tal capacidade pode ser explorada em estudos posteriores em
busca de desenvolver novos produtos com o enfoque em enzimas proteolíticas.

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Gestão Ambiental

PLANTIO DIRETO: UMA PRÁTICA SUSTENTÁVEL

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Cobertura de Solo. Palhada. Sustentabilidade.

Introdução: O agroecossistema faz parte da sustentabilidade por conta dos recursos naturais que são
utilizados para as necessidades atuais, como também, seja no aspecto socioeconômico e de maneira
ambiental no decorrer dos anos. Objetivo: Realizar uma breve revisão de literatura sobre o plantio
direto e a prática sustentável. Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido com base na revisão
de literatura de pesquisas relevantes de artigos publicados entre 2017 a 2021, utilizando-se artigos em
português no google acadêmico, usando os termos indexadores plantio direto e prática sustentável
como palavras-chave de pesquisa. Resultados: O Sistema de Plantio Direto segue os conceitos de uma
produção sustentável, se encaixando nos sistemas sustentáveis, que são importantes para o equilíbrio
dos agroecossistemas. Há três regras essenciais no sistema de plantio direto, e essas regras são: a rotação
de culturas, o uso de culturas de cobertura para a geração de palhada e o não revolvimento de culturas.
É consideravelmente praticado no Brasil, nas culturas de grãos e cana-de-açúcar, sendo utilizado
cerca de 32 milhões de hectares no plantio na palhada. Nas áreas agrícolas o sistema inovou o manejo
do solo e da água, por meio do revolvimento mínimo do solo, manutenção dos resíduos culturais em
rotação de culturas em superfícies. O sistema de plantio direto possibilita o uso de espécies opostas
para o desenvolvimento da palhada, para a composição de cobertura de solo podem ser usados a aveia
preta, ervilhaca comum e o nabo forrageiro, para os demais objetivos agropecuários, essas plantas
são de fácil alcance em regiões distintas. Além do mais, permitem certos privilégios, como a aveia
preta, que contém um desenvolvido aglomerado de matéria seca, alcançando uma quantia superior de
palhada e expandindo a exterminação de plantas daninhas. Considerações Finais: A adoção de novas
propostas em processos produtivos sustentáveis deve ser feita por meio de planejamento técnico e
econômico, que proporcione avanços contínuos em conhecimento e segurança, mesmo que pequenos
em cada etapa.

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COBERTURA VEGETAL: USO DA PALHADA NA AGRICULTURA

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Nutrientes. Solo. Umidade.

Introdução: O uso de palhada é uma prática sugerida na agricultura, visto que colabora para o
crescimento do desempenho de cultura, trazendo consigo diversos benefícios para o sistema de
produção agrícola. Objetivo: Realizar uma breve revisão de literatura sobre a cobertura vegetal e o
uso da palhada na agricultura. Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido com base na revisão
de literatura de pesquisas relevantes de artigos publicados entre 2017 a 2021, utilizando-se artigos em
português no google acadêmico, usando os termos indexadores cobertura vegetal e uso da palhada
como palavras-chave de pesquisa. Resultados: No sistema produtivo, a cobertura do solo por palhada
tem inúmeros benefícios ao sistema produtivo, como o controle de plantas daninhas, redução das
oscilações da temperatura do solo e proporciona maior precocidade e rendimento da cultura, aumenta
a retenção de umidade, melhora a infiltração de água no solo e diminui o escorrimento superficial.
Além disso, a decomposição da palhada ocorre aceleradamente, sendo difícil a sua conservação sobre
o solo, liberando assim, nutrientes para o sistema de produção. Esses aspectos devem ser considerados
para melhorar a qualidade do solo, no qual, a palhada forma-se e torna-se uma considerável fonte
de biomassa que contribui no aumento de produtividade de muitas culturas. Desse modo, torna-se
essencial o uso da palhada na agricultura, além do mais, a palhada pode também pode ser utilizado para
produção de energia térmica e energia elétrica, que pode beneficiar a agricultura e outros sistemas de
produção. Considerações Finais: A palhada além de todos seus benefícios, apresenta a vantagem que
pode ser mantida a superfície do solo, melhorando a qualidade do solo e aumentando a produtividade
das culturas.

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SISTEMAS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEIS: AGRICULTURA ORGÂNICA

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Manejo. Rentabilidade. Sustentabilidade.

Introdução: Os sistemas sustentáveis de produção de alimentos baseia-se em pilares básicos, como


a adequação genética dos materiais propagativos utilizados, eficiência e a origem dos insumos
utilizados, as práticas de manejo e sua relação ao meio ambiente. Objetivo: Realizar uma breve revisão
de literatura sobre os sistemas de produção sustentáveis e a agricultura orgânica. Metodologia: O
presente estudo foi desenvolvido com base na revisão de literatura de pesquisas relevantes de artigos
publicados entre 2017 a 2021, utilizando-se artigos em português no google acadêmico, usando os
termos indexadores produção sustentável e agricultura orgânica como palavras-chave de pesquisa.
Resultados: A sustentabilidade surge, pelo pretexto que é necessária para a produção continuar sendo
adequada, priorizando-se a manutenção dos recursos naturais e da produção agrícola, com menos
impacto ao meio ambiente e diminuindo o uso de produtos químicos. Desse modo, surge outros
sistemas de produção sustentáveis, como a agricultura orgânica, que procura diminuir os níveis de
poluição e que não faz uso de adubos químicos, pesticidas ou organismos que foram modificados.
O sistema orgânico de produção é um sistema sustentável, buscando utilizar de forma sustentável
e racional os recursos naturais sem esgota-los, utilizando-se de métodos tradicionais e técnicas
ecológicas para a melhor utilização da terra. As práticas utilizadas na agricultura orgânica tendem
á resiliência dos agroecossistemas e sua rentabilidade, para que aumente a produção de uma forma
sustentável. Considerações Finais: Com uma produção mais sustentável, a agricultura orgânica vem
para contribuir, através de redução da degradação do solo, aumentando a segurança alimentar e além
de outras técnicas para a sustentabilidade.

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REFLEXÕES GEOPOÉTICAS PARA A CIÊNCIA CIDADÃ EM AMBIENTES RURAIS:
EXPERIÊNCIAS EM PESQUISA DE CAMPO

Camila Reis Tomaz

Palavras-Chave: Letramento Racial. Metodologia Científica. Conservação da Natureza.

O presente estudo se debruça sobre experiências em eventos acadêmicos, cujos participantes se


originam de ambientes rurais e a participante-pesquisadora o tem também enquanto espaço vivido. A
fim de contexto, descreve-se abordagens geopoéticas e temporalidade circular para o reconhecimento
de conhecimentos gerados por cidadãos de locais não urbanizados. A investigação se estrutura em
levantamento bibliográfico sobre experiências de Ciência Cidadã em ambientes rurais, em cruzo com
a própria pesquisa de doutoramento em andamento da autora. A partir do lugar de pesquisadora em
campo sendo o campo seu lugar de origem, faz-se uma releitura crítica da percepção de Ciência e
Cidadania em pesquisas em que a Ciência Cidadã é premissa para divulgação de conhecimentos
gerados por povos tradicionais e originários - reconhecidos politica ou institucionalmente ou não -
como dados para (re)produção de ciência pela ou pelo pesquisador que os visita, prática comum de
pesquisadores da área de Conservação da Natureza em ambientes rurais. Vivências em modalidades
corpo-orais de autocuidado afrocentradas ou afrobrasileiras como a Capoeira e o Jongo fundamentam
referenciais civilizatórios outros para uma Ciência Cidadã baseada em temporalidades circulares
e em territorialidades diaspóricas. Portanto, apresentam-se 3 escrevivências formatadas enquanto
relatos de experiências, com intuito de problematização de possíveis conflitos entre teoria e prática
da metodologia conhecida como Ciência Cidadã. Considera-se então a necessidade de revisão de
diretrizes básicas para Ciência Cidadã, neste caso em, ambientes rurais, além de apresentar boas
experiências em território nacional, encontradas durante o levantamento bibliográfico, estas ligadas à
ações de extensão em sua totalidade e nem sempre mencionadas como Ciência Ciadadã.

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OUTROS

CARBONO DA BIOMASSA MICROBIANA EM SOLO ADUBADO COM CAMA DE


COMPOST BARN NO CULTIVO DA AVEIA PRETA

Leonardo Bringhenti, Érika Almeida Santa Catharina, Vicente Flores Motta Schneider, Edpool
Rocha Silva,
Carolina Riviera Duarte Maluche Baretta

Palavras-Chave: Adubação orgânica. Nitrogênio. Avena strigosa.

Introdução: O Brasil ocupa a posição de terceiro maior produtor mundial de leite; com o estado
de Santa Catarina, no ranking nacional, ocupando o quinto lugar na produção de leite. Ao longo
dos anos a migração para os sistemas confinados tem sido mais evidente, gerando um dejeto que
pode ser utilizado como fonte de nitrogênio (N) orgânico na adubação de lavouras e pastagens,
afetando a microbiologia do solo. Objetivo: O estudo objetiva avaliar o efeito da utilização da cama
de Compost barn como fonte de N no cultivo da aveia preta (Avena strigosa) em sistema plantio
direto. Metodologia: O estudo foi realizado em área experimental da EPAGRI/CEPAF/CHAPECÓ,
avaliando a aplicação de doses de N (0, 60, 120, 180, 240 e 300 kg de N ha-1), provenientes da cama
de Compost barn, no cultivo da aveia preta, em delineamento de blocos casualizados (n=4). O CBM
foi determinado através do método da fumigação-extração (VANCE et al., 1987). Os dados foram
submetidos à análise de variância, seguido de análise de regressão. Resultados e Discussão: Os dados
foram ajustados ao modelo linear de regressão (R2 0,95) e indicam haver uma forte relação entre o
CBM e as doses aplicadas do dejeto. Os valores médios de CBM variaram de 173,63 no tratamento
controle até 443,63 mg C Kg-1 de solo seco dentro da maior dose. Conclusão: Conclui-se que a
utilização da cama de Compost barn como fonte de N afeta a atividade microbiana aumentando os
valores de CBM, proporcionalmente a dose aplicada. Fonte financiadora: Os autores agradecem a
Unochapecó, ao CNPq e CAPES, pela concessão das bolsas de iniciação cientifica (PIBIC/CNPq) e
de doutorado.

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LETALIDADE DA ESPÉCIE Eisenia andrei EM LATOSSOLO VERMELHO ADUBADO
COM CAMA DE COMPOST BARN

Vicente Flores Motta Schneider, Edpool Rocha Silva, Eduarda Busatta, Tauani Bernardi Bordin,
Leonardo Bringhenti, William Gabriel Borges, Carolina Riviera Duarte Maluche Baretta

Palavras-Chave: Ecotoxicidade. Minhocas. Dejeto bovino.

Introdução: Uma grande diversidade de organismos é encontrada no solo, dentre eles as minhocas,
bioindicadoras da qualidade do solo que podem ser afetadas pelo manejo. A cama de Compost
barn apresenta-se como um substrato com elevado potencial fertilizante, oriunda de sistemas
de confinamento da produção leiteira, cuja dose de aplicação pode afetar a sobrevivência destes
organismos. Objetivo: Avaliar o efeito ecotoxicológico de doses de cama de Compost barn sobre a
sobrevivência das minhocas da espécie Eisenia andrei. Metodologia: Os ensaios foram realizados
seguindo as recomendações da ISO 11268-2 (1998). As unidades experimentais foram alocadas em
recipientes plásticos contendo 500 g de Latossolo vermelho (LV) adicionados 10 minhocas cliteladas
com idade entre 2 a 12 meses, e peso corporal de 240 a 600 mg. O experimento foi conduzido em
delineamento inteiramente casualizado com 6 repetições, sendo os tratamentos as doses de cama
de Compost barn calculadas em função da sua concentração de N, a partir da análise química do
composto: 0; 60; 120; 180; 240; 300 kg de N ha-1. No período de condução do experimento as
unidades experimentais foram acondicionadas a uma temperatura de 20±1 °C e fotoperíodo de 12:12h
(luz/escuro). Após 28 dias foi avaliada a sobrevivência dos indivíduos. Os resultados seguiram a
análise de variância (ANOVA One-way). Resultado e Discussão: O teste cumpriu os critérios de
validação (ISO 11268-2), com taxa de sobrevivência dos organismos nas amostras de 96,7% e
coeficiente de variação de 5,34%. Os dados mostram que a taxa de sobrevivência dos indivíduos
não foi significativamente afetada (F: 1,1612; p=0,208) pela aplicação da cama de Compost barn.
Conclusão: A aplicação da cama de Compost barn nas concentrações testadas não causa letalidade
nos indivíduos da espécie Eisenia andrei em LV.

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XANTHOMONAS CAMPESTRIS PV. CAMPESTRIS: UMA REVISÃO

Jonatan Roberto De Lima, Carina Raissa Rocha Oliveira Da Cunha

Palavras-Chave: Bactéria. Brássicas. Podridão negra.

A Xanthomonas campestris pv. campestris é uma bactéria que acomete praticamente todas as
brássicas, principalmente o repolho (Brassica oleracea var. capitata), couve comum (B. oleracea
var. acephala), couve-flor (B. oleracea var. botrytis), brócolis (B. oleracea var. italica) e rabanete
(Raphanus sativus), causando a podridão negra. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma
breve revisão bibliográfica através de buscas em estudos científicos a respeito das características
inerentes à bactéria em questão. As plantas infectadas apresentam apodrecimento e lesões negras no
final da infecção. Quando a penetração se dá pelos hidatódios, aparece nas folhas um amarelecimento
em forma de “V”, acompanhado de descoloração das nervuras, que se tornam escurecidas. Pelas
nervuras, a bactéria atinge o caule da planta, ocasionando o escurecimento dos vasos. Em sementes
contaminadas, os cotilédones ficam com os bordos escurecidos, seguido da infecção no caule e raízes,
podendo causar a morte da planta. Em associação com microorganismos secundários, pode ocorrer
o apodrecimento da medula. A quantificação da doença é feita através da avaliação da severidade da
doença, determinando a porcentagem da área de tecido doente, utilizando a medição direta da área
afetada, com chaves descritivas, escalas diagramáticas, análises de imagem de vídeo por computador
e sensoriamento remoto. Temperaturas entre 28 e 30 °C e a presença de água favorecem à penetração
da bactéria através de aberturas naturais ou por ferimentos. A bactéria pode sobreviver no solo por
curto período e em restos de culturas. As principais fontes de resistência ocorrem em B. rapa e B.
nigra. Foi identificado que acessos de Arabidopsis thaliana apresentam resistência a uma ou mais raças
da bactéria. Nova fonte de resistência foi identificada em B. montana e B. balearica que são parentes
selvagens de B. oleracea. Devido ao grande espectro de hospedeiros, a Xanthomonas campestris
pv. campestris tem sido um dos principais problemas enfrentados pelos produtores de hortaliças,
portanto, conhecer e mensurar os danos, a sintomatologia, a epidemiologia e fontes de resistência é
de suma importância para diminuir os danos causados.

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OCORRÊNCIA DE Physalis angulata L. REGISTRADA NO BANCO DE DADOS GLOBAL
BIODIVERSITY INFORMATION FACILITY

Carina Raissa Rocha Oliveira Da Cunha, Jonatan Roberto De Lima

Palavras-Chave: Camapu. Coletas. Recursos genéticos.

A espécie Physalis angulata L. pertence ao Reino Plantae, Filo Traqueophyta, Classe Magnoliopsida,
Ordem Solanales e Família Solanaceae. Ela caracteriza-se por possuir pequenos frutos recobertos
por uma estrutura denominada cálice que protege o fruto durante todo o seu ciclo. Além de possuir
grande adaptabilidade por estar distribuída por todo o território nacional, esta espécie possui,
também, importância farmacológica sendo descrita como diurética e anti-inflamatória. Sendo assim,
o presente trabalho visa identificar registros de ocorrência de Physalis angulata L. a fim de fornecer
dados a respeito de seus recursos genéticos atuais. Foi realizada uma busca no banco de dados Global
Biodiversity Information Facility — GBIF (https://www.gbif.org/), que é um banco internacional
de dados financiado por governos mundiais e destinado a fornecer a qualquer pessoa, em qualquer
lugar, acesso aberto a dados sobre todos os tipos de vida na Terra, entre o período do início de
2012 até agosto de 2022, totalizando aproximadamente 10 anos para o camapu. Foram registradas
mundialmente no presente banco, na última década, o número de 2093 ocorrências. Ao restringir a
pesquisa para o Brasil, são verificados 157 registros, nos quais 129 (82,2%) são através de espécimes
preservados e 28 (17,8%) são através de identificação pela observação humana. O ano em que houve
mais registros em nosso país foi o de 2012 com vinte registros. Já nos Estados Unidos, país que
possui o maior número de registros de Physalis angulata, para o mesmo período foram registradas na
plataforma 921 ocorrências, sendo 837 (90,9%) através de observação humana e 83 (9%) por meio de
espécimes preservados. O ano em que houve mais registros nos Estados Unidos foi o de 2021 com 275
registros. Dessa forma, torna-se evidente que são necessárias mais coletas dos recursos genéticos da
Physalis angulata no Brasil para o desenvolvimento de pesquisas voltadas ao melhoramento genético
de plantas e preservação deste patrimônio genético.

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GERMINAÇÃO DE Myrciaria dubia (Camu-camu) ORIUNDA DO TRATO DIGESTIVO DE
Auchenipterichthys longimanus, NA FLORESTA DE IGAPÓ DA RDS DO TUPÉ-AM

Luana De Nazaré Cavalcante Oliveira, Kedma Cristine Yamamoto, Marcos José De Freitas Lima

Palavras-Chave: Sementes. Dietas de peixes. Ictiocoria.

Os peixes exercem um importante papel, ingerindo frutos e sementes de diversas espécies vegetais.
Entre a diversidade de espécies da fauna Amazônica, destaca-se o cangati, Auchenipterichthys
longimanus, pertencente a ordem Siluriformes e família Auchenipteridae. O objetivo desta pesquisa foi
avaliar a viabilidade germinativa das sementes encontradas no trato digestivo de Auchenipterichthys
longimanus. O estudo foi realizado na floresta de igapó da RDS do Tupé. As coletas foram realizadas
no período de junho de 2020 a maio de 2022. As pescarias foram realizadas através de duas baterias
de malhadeiras composta por redes de 30 a 120mm, durante um período de 24 horas. Após as coletas,
os peixes foram etiquetados e levados para a base de apoio, onde foram pesados (gr) e medidos o
comprimento padrão (cm). Após a biometria dos peixes, ocorreu uma incisão ventral, onde realizou-
se à retirada dos estômagos para análise da presença de sementes. O experimento de viabilidade das
sementes (germinação) foi mantido na área experimental da Universidade Federal do Amazonas,
sob condições de temperatura, luz e umidade relativa ambiente, com irrigação diária. Os parâmetros
utilizados para análise foram: porcentagem de germinação (PG), Índice de Velocidade de Germinação,
Tempo Médio de germinação (TMG). Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa
com animais (ceua)- número do protocolo: 015/2021. Foram encontradas 55 sementes, ocorrendo 30
germinações, concluindo 54,55% de germinação total, indicando ser uma boa taxa de germinação,
comparando os resultados com outros estudos ao qual mostra a porcentagem de germinação de
66,67. O Índice de Velocidade de Germinação demostrou 0,903, e o tempo médio de germinação
das sementes foi de 35,24, mostrando que os valores foram satisfatórios, concluindo que a planta
tem uma boa taxa de adaptação, germinando ao passar pelo trato digestivo dos animais, e o que nos
mostra a importância ecológica de Auchenipterichthys longimanus na cadeia trófica, indicando ser
um potencial dispersor de sementes florestais.

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DIVERSIDADE DE PEIXES ASSOCIADAS ÀS MARGENS DE LAGOS NO RIO QUIUINI,
BARCELOS, AMAZONAS, BRASIL

Jerusa Halem Do Nascimento Santos, Anderson Barroso Maquiné, Luana De Nazaré Cavalcante
Oliveira, Karen Melissa Maduro Da Silva, Kedma Cristine Yamamoto

Palavras-Chave: Praias. Água preta. Diversidade.

Estudos de praias arenosas são de grande importância, pois caracterizam áreas de recrutamento,
crescimento, alimentação e reprodução de uma variedade de peixes. De forma geral, os lagos
amazônicos são locais de alta produtividade de peixes e, portanto, um ecossistema importante para a
manutenção da ictiofauna amazônica. Muitas espécies migradoras como bagres e peixes de escamas
(Pimelodidae, Characideos que representam quase 80% do total das espécies de valor comercial,
têm seu ciclo de vida ligado a estas áreas e a biótopos como as praias e margens de lagos. O objetivo
do projeto foi de avaliar a estrutura das assembléias de peixes associadas às margens de lagos no rio
Quiuini, Barcelos, Amazonas, Brasil. O estudo foi realizado no rio Quiuini, localizado no município
de Barcelos, Amazonas. As amostragens foram realizadas nos lagos Erudá, Maranhão, Cajutuba e
Barú. As capturas foram realizadas com rede-de-arrasto e baterias de malhadeiras durante 24 horas.
Após as capturas os peixes foram identificados, pesados e medidos. Foram capturados 452 exemplares
distribuídos em 4 ordens, 18 famílias, 28 gêneros e 33 espécies, apresentando uma riqueza absoluta
de 33, índices de diversidade de Shannon de 2;715 Equitabilidade 0,7765: Berger-Parker 0,2212 e
índice de Margalef de 5,234. Portanto através dos índices estabelecidos, os lagos Erudá, Cajutuba,
Barú, Maranhão, do Rio Quiuni em Barcelos-Am, indicam uma alta diversidade e
riqueza de espécies no ambiente de águas abertas, além de uma baixa dominância com uma acentuada
homogeneidade no número de indivíduos por espécie.

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PRAGAS E DOENÇAS NA LAVOURA DE SOJA E MILHO

Rosilene Da Costa Porto De Carvalho, Flavia Naiane De Macedo Santos, Thanna Aryella Martins
De Carvalho, Cibelle Christine Brito Ferreira, Mariuza Barbosa S. Neiva

Palavras-Chave: Identificação. Manejo. Lavoura.

Introdução: o mundo precisa do Agro brasileiro. Uma vez que a população mundial atingirá 9,7
bilhões de pessoas em 2050, um aumento de 26% em relação aos dados atuais que são de 7,7 bilhões
de pessoas segundo a estimativa da ONU. A produção de alimentos terá de aumentar em 70% até 2050
para suprir a expansão da população mundial. Objetivo: partindo dessa lacuna, dessa necessidade
de aumentar a produtividade tendo em vista a demanda mundial, faz se necessário ao produtor o
conhecimento e a adesão dos mecanismos de proteção da sua lavoura. Metodologia: para o cultivo
da cultura da soja o produtor deve conhecer muito bem os seguintes componentes de rendimento da
cultura: número de plantas por área, número de vagens por planta, número de grãos por vagem e o
peso de grão. Seguindo a seguinte fórmula para obter os resultados acima: população de plantas (mil/
há) x Vagens por planta x Semente por Vagem x peso de mil sementes (g/1000) = sacas/há/60000. Na
cultura do milho o produtor precisa ter também parâmetros e conhecimentos dos ideais desejáveis
de produtividade, como a quantidade e peso de grãos. Discussão: as principais pragas da soja, as
quais se destacam são a praga de início de ciclo a lagarta-elasmo e lagarta-rosca, já a lagarta-da-soja
(anticasia-gemmatalis) ataca a planta da soja do início a formação dos grãos presente em quase todo
o ciclo da cultura. Com destaque também para a lagarta-falsa-medideira e também para as lagartas
das maças e para a lagarta-do-velho-mundo. Ainda sobre a soja as principais doenças que atacam a
cultura são: Mofo-branco, Mancha-alvo, Antracnose, Míldio e Cercospora. Na cultura do milho uma
das principais pragas é o percevejo Dichelops melacanthus com ocorrência em todo o pais. Sabe-se
que para o surgimento de doenças e pragas é preciso ter a combinação de três elementos que são: o
hospedeiro, patógeno e o ambiente favorável. As principais doenças são: Turcicum ( Exserohilum
turcicum), ferrugem polissora (Puccina bolysora) e a Mancha de Diplodia (Sternocarpella macrospora).
Conclusão: a temática abordada contribui de forma positiva para identificar as pragas e doenças das
lavouras de milho e soja.

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Segurança Alimentar, Nutrição e Saúde

FISIOLOGIA SENSORIAL E AS ALTERAÇÕES NO OLFATO E NO PALADAR


DECORRENTES DA COVID- 19

Vanessa Caroline De Oliveira

Palavras-Chave: Anosmia. SARS-CoV-2. Hiposmia.

Com a pandemia causada pelo coronavírus, indivíduos contaminados pelo vírus apresentaram
sintomas como perda de paladar (anosmia e hiposmia) e olfato (disosmia e fantosmia) logo no
início. Esses sintomas relatados foram determinantes para os diagnósticos de COVID-19. O objetivo
desta revisão foi apresentar brevemente os aspectos da fisiologia sensorial e como a infecção por
COVID-19 alterou o olfato e o paladar dos infectados e seu impacto na saúde. A pesquisa foi realizada
em formato de artigo de revisão tipo narrativa. As fontes de dados utilizados foram ResearchGate,
Scielo, Capes Periódicos e ScienceDirect e sites governamentais. Os descritores utilizados foram:
anosmia, COVID-19, fisiologia sensorial, Disosmia e hiposmia. A interação do novo coronavírus
SARS-CoV-2 com os receptores ACE-2 expressos nas células sustentaculares e papilas gustativas
resulta em danos diretos aos sistemas olfativo e gustativo. Além disso, a invasão do vírus aos
neurônios olfatórios e sua inflamação são outros mecanismos de infecção do vírus. Ainda existem
poucas alternativas para os tratamentos dos distúrbios de olfato e paladar. Corticosteróides orais e
tópicos, inibidores da fosfodiesterase, tampões de cálcio nasais, citrato de sódio nasal, vitamina A
nasal e agente antiinflamatórios, que podem atuar e formar novos neurônios olfatórios, e também a
regeneração nervosa. A indústria alimentícia terá que se adaptar a essa nova demanda de indivíduos
com COVID-19 longa e a apresentam alterações no paladar e olfato após meses da infecção. Terá que
recriar a textura sensorial em pacientes diagnosticados com anosmia e ageusia como a utilização de
grãos mais duros, a fabricação de novos salgadinhos mais crocantes. A adição de especiarias e sabores
fortes (canela, gengibre, baunilha, pimenta, etc.) também irá aumentar a experiência alimentar desses
indivíduos. Conclui-se que distúrbio do olfato e paladar foram frequentes e aparecerem precocemente
na COVID-19. As alterações do sistema quimiossensoriais ocasionalmente persistem após a cura de
outros sintomas. Apesar de ter alguns estudos, ainda se torna necessário um esforço para tratamento
específico dessa patologia devido ao COVID-19.

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INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS NÃO SENSORIAIS NA ACEITAÇÃO
SENSORIAL DE ALIMENTOS E BEBIDAS

Vanessa Caroline De Oliveira

Palavras-Chave: Análise sensorial. Cultura alimentar. Fatores transculturais.

A influência de um alimento e bebida é ditado por uma combinação complexa de fatores como a
aceitabilidade e a preferência do consumidor em relação as características sensoriais do alimento.
Mas fatores não sensoriais também envolver o processo de aceitabilidade do produto. Esta revisão
bibliográfica teve como objetivo apresentar os como os fatores não-sensoriais influenciam na
aceitabilidade sensorial de alimentos e bebidas. A pesquisa foi realizada em formato de artigo de
revisão tipo narrativa. As fontes de dados utilizados foram ResearchGate, Scielo, Capes Periódicos
e ScienceDirect e sites governamentais. Os descritores utilizados foram: análise sensorial, fatores
transculturais, aceitabilidade de alimentos e rotulagem de alimentos. A familiaridade com a marca
dá aos consumidores uma confiança e comprometimento com marcas específicas e facilita sua
preferência. A marca de um alimento ou bebida é um dos fatores não sensoriais que mais afetam a
aceitação dos consumidores. A rotulagem de um alimento pode influenciar o provador na sua resposta
hedônica quanto a diferenciação de um produto, independente de suas propriedades sensoriais.
As informações contidas nos rótulos dos alimentos (conservantes, corantes, aromatizantes) são
percebidas pelos consumidores como alimentos não naturais. Dependendo do contexto de consumo,
crenças ou expectativas prévias dos consumidores em relação ao local e a qualidade da comida servida
pode predispor a um estado de espírito diferente, levando os consumidores a um comportamento e
avaliação diferentes.Os fatores culturais e familiares também influenciam o gosto e preferência do
consumidor. Os efeitos culturais com o alimento começa desde a infância. A exposição repetida aos
alimentos apenas aumenta a familiaridade e a preferência alimentar. A alegação “orgânica” informa
explicitamente os consumidores sobre o método de produção de alimentos. Com base nessa afirmação,
as pessoas geralmente normalmente inferem ao alimento a legalidade de serem saudáveis. Conclui-se
que os fatores considerados não-sensoriais tem um grande impacto na aceitabilidade de alimentos e
bebidas. O conhecimento sobre a marca do produto e a alegação orgânica aumentou a preferência e
gosto geral pelos alimentos. É importante levar em consideração todos esses fatores não-sensoriais
em pesquisas futuras.

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FRAUDES EM ALIMENTOS

Márcia Scherner

Palavras-Chave: segurança alimentar. food frauds. saúde do consumidor.

Segundo o PAS 96/2017, fraude pode ser definido como ato omisso ou desonesto, relativo a produção
ou fornecimento de alimentos que objetiva o ganho pessoal ou causar prejuízos a outra parte. Desta
forma, o alimento para manter suas expectativas deve ser produzido, armazenado, transportado e
comercializado de forma a manter sua autenticidade. No entanto, rotineiramente ocorrem muitos
relatos de produtos que não atendem estas especificações, o que pode levar ao indício de fraude em
alimentos. Dentre os tipos de fraudes, encontram-se a diluição, fabricação em mercado paralelo,
diluição, rotulagem enganosa, desvios de produto em mercados não apropriados, contrafação através
de cópia de marca/embalagem/receita, melhoramentos não aprovados, adulteração de produtos de
maior valor com produtos de custo menos elevado e roubo. Estimam-se que os prejuízos associados
a fraudes alimentares na cadeia produtiva podem chegar a U$49 bilhões por ano. Além dos prejuízos
financeiros, ocorre a perda da credibilidade da marca exposta a ação fraudulenta. Conforme os dados
do Food Fraud Requirements Analysis, os dez alimentos mais vulneráveis à fraude são os alimentos
orgânicos, especiarias, leite, azeite, peixe, cereais, vinho, mel, sucos de frutas e chocolates. Com
o intuito de coibir práticas delituosas, muitos países iniciaram a estabelecer exigências legais para
conter o risco de fraudes. Diversas entidades de classes e organismos certificadores envolvidos a
indústria de alimentos, em alinhamento com o GFSI, apoiam as autoridades e iniciaram a solicitar em
seus protocolos a análise de vulnerabilidade e um plano de mitigação de fraudes.
Desta forma, podemos concluir que a fraude ocorre de um ato intencional dentro da cadeia de alimento,
sem a preocupação com a saúde pública e dos consumidores, sendo este um crime previsto no código
penal.

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PRODUÇÃO DE ALIMENTOS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Dimensões. Nutricional. População

Introdução: A produção de alimentos ocorre da procura da população e com isso expandindo sua
fabricação, consumo e seu mercado, fica restrito a cadeia de produção dos alimentos. Objetivo:
Realizar uma breve revisão de literatura sobre a produção de alimentos para a segurança alimentar.
Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido com base na revisão de literatura de pesquisas
relevantes, utilizando-se artigos em português no google acadêmico, usando os termos indexadores
produção de alimentos e segurança alimentar como palavras-chave de pesquisa. Resultados: Foram
utilizados 7 artigos e 1 livro, descrevendo sobre produção de alimentos para a segurança alimentar.
A segurança alimentar e nutricional é uma das decisões completas de desenvolvimento sustentável.
Desta maneira, analisando sobre uma alimentação apropriada, criou-se a SAN (Segurança Alimentar
e Nutricional) que incorpora a ótica de direito humano a alimentação apta, apresentando-se de quatro
dimensões recíprocas: disponibilidade, acesso, utilização e estabilidade. Disponibilidade direta
(agricultura/pecuária) ou indireta (mercados locais ou cestas básicas de alimentos), acessível econômica
e fisicamente durante suas fases de vida, utilizada corretamente pelo corpo humano preenchendo
sua demanda corretamente, de forma quantitativa e qualitativa, e estável no abastecimento legítimo
de alimento durante todo o tempo, observando as dimensões e impedindo a insegurança alimentar.
Considerações Finais: A produção de alimentos é fundamental para a segurança alimentar, pois com
ela se obtém uma alimentação apropriada e não ter mais problemas de saúde por conta da nutrição que
necessitam para sobrevivência.

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Tecnologia e Produção

INTERFERÊNCIA DO CÁLCIO NO DESENVOLVIMENTO DA SOJA

Vitória Fuchs, Cibelle Christine Brito Ferreira, Caio Felipe Cavalcante Dantas

Palavras-Chave: Cálcio. Soja. Produtividade

Introdução: O Cálcio (Ca) é um macronutriente catiônico e secundário importante para o


desenvolvimento vegetal, presente no solo na forma de carbonatos, sulfatos e silicatos. Esse mineral
atua na estrutura da planta, compondo a parede celular, na germinação do grão de pólen e no crescimento
do tubo polínico, bem como na disponibilidade de molibdênio e de outros micronutrientes. Referente
a produção da soja é necessário analisar a deficiência em cálcio e supri-la com aplicação dos devidos
nutrientes que vão favorecer seu desenvolvimento, tem-se como exemplo de sintoma comum
em deficiência desse mineral, nessa cultura, são as vagens mal desenvolvidas. Objetivo: Mostrar
como atua o cálcio nas atividades fisiológicas e morfológicas na cultura da soja. Metodologia: Para
fundamentação teórica do trabalho foi feito uma pesquisa literária utilizando como fontes: artigos,
sites e dissertações literárias a respeito do tema. Resultados: A importância do cálcio no crescimento
e desenvolvimento da soja, é fundamental possibilitar a disponibilidade de níveis do nutriente para
a cultura. No cálcio Os íons Ca2+ são usados na síntese de novas paredes celulares, na formação
da lamela média que separa novas células após a divisão. Em relação a deficiência de Cálcio, ela é
caracterizada pela redução de crescimento do tecido meristemático no caule, na folha e na ponta da
raiz. A deficiência aparece primeiro em folhas novas e nos pontos de crescimento (meristema apical),
apresentando aspecto ercarquilhado e/ou com pontos de coloração marrom, seguido pela senescência
foliar prematura; clorose e necrose internerval. O cálcio é também requerido para o funcionamento
normal da membrana plasmática e tem sido implicado como mensageiro secundário em resposta a
planta de soja e sua relação ao ambiente e os sinais hormonais. Sintomas característicos de deficiência
de Ca2+ incluem necrose de regiões meristemáticas (como ápices de raízes e da parte aérea), onde a
divisão celular e a formação de parede são intensas. Conclusão: O cálcio é um nutriente é essencial
para a implantação da cultura da soja, apresenta uma baixa mobilidade e isso dificulta para as raízes
a sua absorção até a parte superior que são os pontos de floração.

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CULTURA DA CEBOLINHA: IMPORTÂNCIA DA PLANTA CONDIMENTAR

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Agricultura. Hortaliça. Sabor.

Introdução: As hortaliças apresentam grande valor econômico, proporcionando renda e benefícios a


agricultura e ao solo quando exploradas corretamente. Entre as hortaliças cultivadas com importância
alimentar tem a cebolinha. Objetivo: Realizar uma breve revisão de literatura sobre a cultura da cebolinha
e a importância dessa planta condimentar. Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido com base
na revisão de literatura de pesquisas relevantes de artigos publicados entre 2017 a 2021, utilizando-
se artigos em português no google acadêmico, usando os termos indexadores cebolinha e planta
condimentar como palavras-chave de pesquisa. Resultados: As plantas condimentares estão ligadas
diretamente a história mundial por seu uso, desempenhando grande importância na economia e na
culinária. A cebolinha (Allium fistulosum L.) é uma planta pertencente a família Aliaceae, considerada
uma das plantas condimentares mais utilizadas por consumidores e pelas indústrias alimentícias na
forma in natura ou processada, apresentando grande importância econômica principalmente para os
pequenos olericultores, por sua alta produtividade e rentabilidade sem a necessidade de grandes áreas.
A importância da planta como condimentar está em seu uso para dar aroma e sabor em sopas, carnes,
peixes, assados em geral, sendo utilizado em diversos outros pratos por ser uma boa fonte de vitaminas
A, B9, C e de minerais como o ferro, cobre e manganês. Além disso, a cebolinha possui propriedades
medicinais agindo no apetite, na digestão, combate a gripe e outras patologias respiratórias devido a
presença de seus antioxidantes. O valor condimentar da cebolinha está ligado ao teor de compostos
voláteis produzidos pelo metabolismo secundário das plantas, sendo responsáveis pelo aroma e gosto
picante característicos da cebolinha. Desse modo, nota-se a importância da cultura como uma planta
condimentar, pelas suas propriedades intrínsecas e por sua demanda no setor agrícola. Considerações
Finais: A cultura da cebolinha tem grande importância como planta condimentar, sendo utilizado na
produção de diversos pratos culinários, pelo aroma e sabor, proporcionando benefícios nutricionais
e medicinais.

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IMPORTÂNCIA DO MORANGO NA AGRICULTURA

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Consumidor. Morangueiro. Produção.

Introdução: O morango é um fruto com grande destaque em seu consumo, sendo utilizado in natura e
para indústria, apresentando um alto valor de comercialização. Objetivo: Realizar uma breve revisão
de literatura sobre a importância do morango na agricultura. Metodologia: O presente estudo foi
desenvolvido com base na revisão de literatura de pesquisas relevantes de artigos publicados entre
2017 a 2021, utilizando-se artigos em português no google acadêmico, usando os termos indexadores
importância do morango e agricultura como palavras-chave de pesquisa. Resultados: O morango
(Fragaria x ananassa) é uma das pequenas frutas com mais representatividade, apresentando 67%
de produção mundialmente. Considera-se que a produção do Brasil seja de 100 mil toneladas em
aproximadamente 3.500 hectares. Os estados que mais produzem são Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e Paraná e aproximadamente toda essa produção é obtida do cultivo no solo, e a comercialização
destinada quase toda ao mercado interno, ainda que possa haver alguma para a Argentina e o Chile.
O morango se destaca no seu aroma, sabor e valor nutricional, despertando a atenção de produtores e
do consumidor mundial, com maior tendência de cultivo e produção. O morango se sobressai por ser
microclimático, possível de cultivo aos pequenos produtores, diferenciado pela grande exigência em
mão de obra, baixo custo de implantação e manejo, obtendo bom retorno econômico a curto prazo. No
Brasil, a cultura do morangueiro se concentra em regiões serranas com cima temperado e próximas
a grandes centros metropolitanos para comercialização mais rápida. Por ser um cultivo tipicamente
familiar, torna-se difícil obtenção de dados confiáveis sobre a cultura. Considerações Finais: O
morango possui um excelente potencial econômico e com isso pode reforçar o desenvolvimento de
setores como da agricultura familiar.

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CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS NA CULTURA DO MILHO: O CONTROLE DAS
PRINCIPAIS PRAGAS

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Dalbulus maidis. Spodoptera frugiperda. Sustentável.

Introdução: A ocorrência de pragas na cultura do milho pode reduzir seu potencial produtivo, devendo
assim, realizar o controle, visando garantir a sanidade da planta e evitar a perda de produtividade.
Objetivo: Realizar uma breve revisão de literatura sobre o controle biológico de pragas na cultura do
milho, referindo-se as principais pragas que acometem a cultura. Metodologia: O presente estudo foi
desenvolvido com base na revisão de literatura de pesquisas relevantes de artigos publicados entre
2017 a 2021, utilizando-se artigos em português no google acadêmico, usando os termos indexadores
controle biológico e pragas do milho como palavras-chave de pesquisa. Resultados: O milho (Zea
mays L.) é o cereal mais produzido e consumido no mundo, destacando-se como a segunda commodity
mais negociada. A cultura sofre perdas com o ataque de pragas, afetando a cultura de maneira parcial
a total, chegando seus danos a diminuir 60% da produção, causando impactos no seu ciclo, sendo
necessário seu controle. As principais pragas que acometem a cultura do milho são a lagarta do
cartucho (Spodoptera frugiperda) e a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis). Para o controle dessas
pragas utiliza-se de diversos métodos presentes dentro do manejo integrado de pragas, dentre eles, o
controle biológico tem ganhado destaque por seu aspecto sustentável. O controle biológico da lagarta
do cartucho pode ser realizado com o Bacillus thuringiensis e o Trichogramma sp. e a cigarrinha com
Beuvaeria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae. O controle biológico realizado no
controle dessas pragas tem demonstrado eficiência e torna-se importante no manejo da cultura do
milho, considerando os danos causados por essas pragas. Considerações Finais: O controle biológico
é um dos métodos utilizados no manejo integrado de pragas, apresentando um grande aspecto
sustentável, ganhando espaço na agricultura, proporcionando o controle das principais pragas da
cultura do milho.

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CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS NA CULTURA DO MILHO: O CONTROLE
DAS PRINCIPAIS DOENÇAS

Belmiro Saburo Shimada

Palavras-Chave: Cercosporiose. Helmintosporiose. Sustentáveis.

Introdução: Como qualquer planta, o milho é afetado por doenças que pode afetar sua produção e
com isso necessita de um controle para que isso não seja sempre um problema e um deles é o controle
biológico. Objetivo: Realizar uma breve revisão de literatura sobre o controle biológico de doenças na
cultura do milho. Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido com base na revisão de literatura
de pesquisas relevantes de artigos publicados entre 2017 a 2021, utilizando-se artigos em português
no google acadêmico, usando os termos indexadores controle biológico de doenças e cultura do milho
como palavras-chave de pesquisa. Resultados: O Brasil é o 3o produtor mundial de milho (Zea mays
L.), com uma produção de 112,34 milhões de toneladas, com isso a cultura do milho é afetada por
muitas doenças seja elas causadas por fungos, bactérias e molicutes. As doenças que mais afetam a
cultura do milho são as: cercosporiose (Cercospora zeae-maydis), helmintosporiose (Exserohilum
turcicum, Cochliobolu heterostrophus, Cochlioboluscarbonum), mancha-branca (Pantoe ananatis),
ferrugens (Puccinia sorghi, Puccinia polysora, Physopella zeae), mancha de macrospora (Stenocarpella
macrospora), fusariose (Fusarium spp.), podridão branca da espiga(Stenocarpellaspp.), enfezamento-
vermelho (Maize bush stunt phytoplasma) e enfezamento-pálido (Spiroplasmakunkelii) que pode
causar cerca de 80% da perda de produção. Como estratégia de controle, usa-se a aplicação de
fungicidas, mas o uso de fungicidas traz certos problemas na utilização e assim prefere-se ser utilizado
o controle biológico e/ou uso de homeopatia que são métodos sustentáveis. Os mais utilizados
como controle biológico é Trichoderma asperellum, Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus subtilis e
Pichia sp., e no preparo homeopático nosódio de própolis verde com dinamização 06 CH (Diluição
Centesimal Hahnemanniana. Considerações Finais: O controle biológico vem ganhando espaço e
com isso sendo mais utilizado, com maiores possibilidades de redução de custos aos agricultores e
proporcionando maior sustentabilidade.

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BENEFÍCIOS DO CALCÁRIO AGRÍCOLA NA CORREÇÃO DE ACIDEZ DO SOLO

Caio Felipe Cavalcante Dantas, Cibelle Christine Brito Ferreira, Rosilene Da Costa Porto De
Carvalho, Flavia Naiane De Macedo Santos, Thanna Aryella Martins De Carvalho

Palavras-Chave: Característa. Potencial. pH.

Introdução: o calcário é uma rocha sedimentar constituída majoritariamente por carbonato de cálcio
(CaCO3) e magnésio (MgO) - dois dos principais nutrientes necessários ao desenvolvimento dos
vegetais. Possui caráter alcalino com solubilidade baixa. Com isso, é utilizado em solos agrícolas,
ácidos, para elevar o nível de pH da solução do solo, isto é, corrigindo a acidez a níveis recomendados.
Objetivo: identificar a eficiência do calcário na correção de acidez do solo. Metodologia: a temática
foi desenvolvida na Universidade Estadual do Tocantins – UNITINS e para a realização do trabalho
utilizou-se de pesquisa bibliográfica com base na importância da temática abordada. Resultados: o
calcário, além de elevar o pH devido às hidroxilas (OH-) dissolvidos, promove outras mudanças
químicas e físicas no solo, sejam elas: aumenta a agregação do solo; eliminação do alumínio (Al³+),
que é tóxico às plantas; aumenta a capacidade de troca de cátions (CTC) e, assim, diminui a lixiviação
de cátions; e por fim aumenta a disponibilidade de nitrogênio, cálcio, fósforo e enxofre. Dito isso,
quando se pretende elevar o pH do solo, o uso do calcário é imprescindível. Conclusão: com todos
os benefícios, a aplicação de calcário agrícola tem se tornado cada vez mais recorrente em relação às
formas de correção do solo, principalmente por ser efetivos, além do custo ser relativamente baixo.
Importante destacar que a aplicação exige técnicas e sua ação efetiva demanda tempo, normalmente
definido pela granulometria deste insumo, isto é, quanto mais fino, mais ação terá este calcário sobre
o solo e consequentemente na planta.

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RESUMOS EXPANDIDOS

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Biotecnologia

CARACTERIZAÇÃO DA CASCA DO MARACUJÁ NO TRATAMENTO DE EFLUENTES


DE PISCICULTURA PARA REMOÇÃO DE METAIS POTENCIALMENTE TÓXICOS

Helayne Santos de Sousa1; Raquel Milhomem Parente1; Letícia Eduarda Sousa Vila Nova1;
Emilly de Sousa Costa2; Jorge Diniz de Oliveira3

1
Acadêmica de Química Licenciatura e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.
2
Acadêmica de Engenharia Agronômica e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão
Doutor em Química e Docente no Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente,
3

Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Biossorção. Resíduo agroflorestal. Biomassa


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
No caso específico da piscicultura, ou seja, o cultivo de peixes, pode-se dizer que à medida
que se expande, juntamente com a produção de biomassa, o aumento de nutrientes e metais no meio
aquático, o acúmulo de ração excedente utilizado para alimentar os peixes e seu material excretado
podem levar à produtividade acelerada de algas, alterar a ecologia dos sistemas aquáticos e levar
diretamente à contaminação com metais potencialmente tóxicos (SILVA, 2013).
Altas concentrações de metais potencialmente tóxicos em águas residuais de piscicultura
podem entrar nas cadeias alimentares humanas e de outros animais quando absorvidas primariamente
por algas e microrganismos, representando assim uma ameaça à saúde humana (SILVA, 2013).
Um método de tratamento de efluentes contendo metais potencialmente tóxicos é a biossorção.
O método envolve a adsorção de MPTs usando resíduos agroindustriais como adsorventes, ou seja,
usando biossorventes, ou usando microrganismos vivos ou mortos, como bactérias, fungos ou
leveduras e resíduos agroflorestais. (MARQUES et al., 2020).
As vantagens deste método em relação aos métodos tradicionais são: baixo custo, biossorvente
reutilizável, minimização do volume de lodo químico, alto manuseio de efluentes e alta eficiência no
manuseio de efluentes diluídos (SCHIEWER, BALARIA, 2009).

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Diante do exposto, pode ser entendido a necessidade de encontrar materiais de baixo custo e
alta eficiência para a remoção de metais potencialmente tóxicos de efluentes utilizando o método de
biossorção. Objetivou-se, com este trabalho, estudar os parâmetros que influenciam na biossorção de
íons metálicos pela casca do maracujá para determinar a viabilidade do uso do mesmo em ensaios de
biossorção.

METODOLOGIA
As cascas do maracujá amarelo (Passiflora edulis) foram coletadas na feira livre do bairro
Mercadinho no município de Imperatriz – MA. O material foi levado ao Laboratório de Química
ambiental da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão, onde foi lavado, escovado,
em seguida seco em estufa a 60°C, triturado e peneirado em peneira de 0,045 mm, por fim foi
armazenado em frascos de polietileno em temperatura ambiente (~28°C).
A caracterização foi realizada através da avaliação dos parâmetros pH em água, pH em KCl,
Ponto de Carga Zero (PCZ) e quantificação de grupos ácidos e básicos. Para a determinação do pH
em H2O e KCl usou-se a metodologia de Raij et al. (2001). Foram pesadas 5 gramas da biomassa em
erlenmeyers de 250 mL e acrescentado 75 mL de água destilada e KCl 0,1 mol L-1 separadamente
(1:15) e submetidas à agitação por 40 minutos. Após agitação as amostras foram filtradas e medido o
pH utilizando pHmetro de bancada.
O procedimento na determinação do Ponto de Carga Zero (PZC), consistiu em misturar 50
mg da biomassa com 50 mL de solução aquosa sob diferentes condições de pH inicial (1, 2, 3, 4, 5,
6, 8, 9, 10, 11 e 12) e foi determinado o pH após 24 horas de equilíbrio. As soluções com pH na faixa
ácida foram ajustadas com HCl 1 mol L-1, e as soluções de pH alcalino com NaOH 1 mol L-1. O valor
onde ∆pH (pHfinal = pHinicial) for 0 será chamado de ponto de carga zero da biomassa (REGALBUTO,
ROBLES, 2004).
Usou-se a metodologia de Boehm (1994) para quantificar os grupos ácidos e básicos da
superfície da biomassa. Em frascos contendo 0,5 gramas da amostra, foram adicionados 50 mL de
soluções padrão de HCl, NaOH, NaHCO3 e Na2CO3 (0,1 mol L-1) separadamente. Os frascos foram
mantidos sob agitação durante 24 horas a temperatura ambiente (28º C). Para a determinação dos
grupos básicos, após a agitação da mistura contendo HCl e a amostra, foram coletados 10 mL do
filtrado e titulado com solução de NaOH 0,1 mol L-1, usando-se o indicador fenolftaleína. Também
foi realizado uma prova em branco, sem a adição da amostra.
Para a determinação dos grupos ácidos, após o período de agitação, as soluções foram levadas
a aquecimento para eliminação do ácido carbônico formado e em seguida resfriadas à temperatura
ambiente, depois foram coletados 10 mL do filtrado de cada mistura contendo as soluções padrão: NaOH,
Na2CO3 e NaHCO3 (0,1 mol L-1) e adicionados, a cada uma delas, 10, 15 e 20 mL, respectivamente
de solução de HCl 0,1 mol L-1 para que fosse titulada com solução de NaOH 0,1 mol L-1 usando-se a
fenolftaleína como indicador. Foi realizado uma prova em branco, sem a adição da amostra.

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A quantidade de grupos básicos e ácidos (carboxílicos, lactônicos, fenólicos) foi determinada
pelas equações 1, 2, 3 e 4 respectivamente.

Equação 1
Equação 2
Equação 3
Equação 4

Onde Vam é o volume gasto para titular a amostra (mL); Vb é o volume gasto para titular o
branco (mL); M é a concentração real da solução de NaOH (mol L-1); Ve é o volume de solução
utilizado inicialmente (L); Val é o volume da alíquota retirado do filtrado (mL); e m é a massa da
amostra (g).
Todos os testes foram realizados em triplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O ∆pH (pHH2O – pHKCl) relaciona-se com o balanço de cargas elétricas na superfície das
biomassas (SOUSA; OLIVEIRA, 2021). Quando pHH2O > pHKCl predominam cargas negativas,
quando pHKCl > pH H2O predominam cargas positivas, mas quando o pHKCl = pHH2O o número de cargas
negativas e positivas são iguais (ponto de carga zero, ou PCZ). Dado o exposto, a biomassa casca
do maracujá tende absorver cátions, haja vista que, os valores de ∆pH (Tabela 1) apresenta cargas
negativas em sua superfície.

Tabela 1: valores de pH em H2O, pH em KCl e ∆pH da casca do maracujá

pHH2O pHKCl ∆pH


Casca do maracujá 4,13 3,62 -0,51

Fonte: autores

PCZ é entendido como o ponto de pH onde a superfície possui uma carga neutra. Segundo
Costa e Melo (2018), quando a biomassa lavada com água destilada entra em contato com uma
solução com pH superior ao pHPCZ, a superfície da biomassa fica carregada negativamente e adsorve
preferencialmente cátions. Portanto, de acordo com os valores de pHPCZ obtidos (Figura 1), a biomassa
se comporta como um trocador de cátions, é ácida e produz propriedades hidrofílicas que facilitam o
processo de absorção.

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Figura 1: Ponto de Carga Zero da casca do maracujá

Figura 1: Ponto de Carga Zero da casca do maracujá

Fonte: autores

Grupos funcionais na superfície dos biossorventes são críticos para o processo de biossorção
porque ajudam a reter espécies metálicas. O grupo ácido promove o caráter mais hidrofílico do
biossorvente, proporcionando a interação de espécies metálicas dissolvidas no meio aquoso. A Tabela
2 mostra o número de grupos ácidos e básicos na superfície da biomassa.

Tabela 2: Quantidade de grupos básicos e ácidos na superfície da casca do maracujá em g mol-1

Grupos básicos Grupos ácidos


Carboxílicos Lactônicos Fenólicos
Casca do maracujá 1,5 x 10-3
2,10 x 10-3 1,14 x 10-3 1,14 x 10-3

Fonte: autores

CONCLUSÃO
Com base na análise dos parâmetros investigados, a casca do maracujá mostrou-se uma
alternativa viável de material biossorvente para a remoção de metais potencialmente tóxicos em
efluentes de piscicultura. Portanto, pode-se afirmar que a casca de maracujá pode ser utilizada como
biossorvente para tratamento de resíduos, sendo esta uma tecnologia viável e promissora de baixo
custo que agrega valor econômico e socioambiental à casca de maracujá.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BOEHM, H. P. Some aspects of the surface chemistry of carbon blacks and other carbons. Carbon
v. 32, p. 759-769, 1994.

COSTA, D. M. A.; MELO, J. J. S.. Estudo da capacidade de remoção de azul de metileno pela
biomassa da casca do limão taiti (Citus Latifolia). Holos Environment, v. 18, n. 2, p. 271-282, 2018.

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MARQUES, A. S.; PINHEIRO, E. F. M.; OLIVEIRA, A. P. S.; CAMPOS, D. V. B.; OLIVEIRA,
R. S.; SILVA, R. M; MATOS, C. F. Tratamento da Água Residuária da Bovinocultura Utilizando
Resíduos Agroflorestais: Retenção de Poluentes Ambientais. Revista Virtual de Química, v. 12, n.
2, p. 335-344, 2020.

RAIJ, B. V.; ANDRADE, J. C.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A. Análise química para avaliação
da fertilidade de solos tropicais. Instituto Agronômico, Campinas, p. 285, 2001.

REGALBUTO, J.R.; ROBLES, J. The engineering of Pt/Carbon Catalyst Preparation. University


of Illinois, Chicago, 2004.

SCHIEWER, S.; BALARIA, A. Biossorção de Pb2+ por cascas cítricas originais e protonadas:
equilíbrio, cinética e mecanismo. Chemical Engineering Journal, v. 146, p. 211-219, 2009.

SILVA, J. P. V. Tratamento de efluentes de tanques de piscicultura aplicando a tecnologia de


eletrocoagulação. 2013. Dissertação (Mestre em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2013.

SOUSA, H. S.; OLIVEIRA, J. D. Caracterização das biomassas casca do cupuaçu (Theobroma


grandiflorum) e do caroço do fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea) para fins de remoção de metais
potencialmente tóxicos em efluentes de Laboratório de Química. Journal of Interdisciplinary
Debates, v. 2, n. 3, p. 109-127, 2021.

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DETERMINAÇÃO DO PH EM ÁGUA E EM KCL E DO PCZ DA BORRA DE CAFÉ
LAVADA PARA REMOÇÃO DE METAIS POTENCIALMENTE TÓXICOS EM
EFLUENTES DE PISCICULTURA

Raquel Milhomem Parente1; Letícia Eduarda Sousa Vila Nova1; Helayne Santos de Sousa1;
Emilly de Souza Costa2; Jorge Diniz de Oliveira3

1
Acadêmica de Química Licenciatura e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.
2
Acadêmica de Engenharia Agronômica e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.
Doutor em Química e Docente no Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente,
3

Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Absorção. Biossorvente. Caracterização.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
Segundo Correa (2020), no Brasil a piscicultura vem se desenvolvendo em um ritmo acelerado,
uma vez que apresenta boas condições para o seu desenvolvimento. No entanto, a aquicultura gera
alguns impactos ambientais, oriundos, principalmente dos restos de rações que é fornecida em forma
de alimentação aos peixes, contendo íons de Metais Potencialmente Tóxicos (MPT) e elevadas
concentrações de matérias orgânicas. Com isso, os íons de espécies metálicas que são depositados
nos ambientes aquáticos afetam diretamente a qualidade da água (SILVA, 2013).
Na busca por sustentabilidade, a utilização de biossorventes para o processo de biossorção, tem
sido sugerida para satisfazer a necessidade de remover íons metálicos de águas residuais promovendo
a descontaminação de efluentes. Na literatura vários resíduos agroindústrias são conhecidos pelo
potencial de biossorção de MPT (LIMA et al., 2020; PINAGUA et al., 2021; RAMOS et al., 2019;
SILVA SOUSA et al., 2019).
O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de café do mundo, gerando, assim,
um enorme montante de resíduos, tais como os resíduos preto, verde e ardido (PVA) do grão
principalmente dos grãos e principalmente a borra de café (MUNIZ et al et al., 2020). Dessa forma,
a borra de café estar entre as candidatas ao grupo de adsorvente naturais, pois, possuem em sua
composição moléculas de hemicelulose, celulose e lignina, que se constituem um sítio possível para
a adsorção de espécies metálicas (FEIZ; JALALI, 2015).

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Dessa forma, quando se comparado a outros métodos de remoção de Metais Potencialmente
Tóxicos, a biossorção, apresenta algumas vantagens, entre elas: a fácil regeneração do biossorvente,
aumentando, dessa forma, a economia do processo; baixo custo e tratamento de grande volume de
efluentes (NASCIMENTO; SANTOS; OLIVEIRA, 2016; SCHIEWER; BALARIA, 2009).
Diante da relevância desse tema e a necessidade de uma destinação final do subproduto da
produção do café. Este trabalho tem como objetivo, estudar os parâmetros químicos que favorecem
na biossorção de íons metálicos pela Borra de Café Lavada (BCL) para uma possível utilização no
tratamento de efluentes de piscicultura.

METODOLOGIA
A borra de café utilizada neste trabalho foi obtida em residências particulares e na cozinha
da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). A biomassa foi exposta
ao sol até a total dessecação, ou seja, a retirada de toda umidade presente. Em seguida o material
foi lavado com água destilada com auxílio de uma mesa agitadora orbital, à 28 °C, por 90 min, sob
rotação de 150 rpm. Esse material foi filtrado e levado à estufa à 60 °C até a total dessecação. Por fim
foi armazenado em frascos de polietileno em temperatura ambiente (~28°C).
A caracterização foi realizada através da avaliação dos parâmetros pH em água, pH em KCl
e Ponto de Carga Zero (PCZ). Para a determinação do pH em H2O e KCl foram pesadas 5 gramas
da biomassa em erlenmeyers de 250 mL e acrescentado 20 mL de água destilada e KCl 0,1 mol L-1
separadamente (relação de 4:1) e submetidas à agitação por 40 minutos. Após agitação as amostras
foram filtradas. Em seguida foram feitas as medições do pH utilizando um pHmetro de bancada
(RAIJ et al., 2001).
Para a determinação do Ponto de Carga Zero (PZC), utilizou-se a metodologia de Regalbuto,
Robles (2004), no qual em misturar 50 mg da biomassa com 50 mL de solução aquosa, posteriormente
foi levada ao aquecimento para a extração das substâncias e em seguida à filtração. Depois o pH
das soluções foi ajustado a diferentes condições de pH inicial (1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11 e 12) e
determinou-se o pH após 24 horas de equilíbrio. A solução com pH na faixa ácida foi composta por
diluente HCl 1 mol L-1, e a solução de pH alcalino foi composta por diluente solução NaOH 1 mol
L-1, pois as atividades desses dois reagentes estão próximas de suas concentrações. Esse processo
foi feito em duplicata. Portanto, o valor no qual o ∆pH (pHfinal = pHinicial) for 0 a solução comporta-se
como um tampão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O ∆pH (pHH2O – pHKCl) relaciona-se com o balanço de cargas elétricas na superfície das
biomassas (SOUSA; OLIVEIRA, 2021). Quando pHH2O > pHKCl predominam cargas negativas,
quando pHKCl > pH H2O predominam cargas positivas, mas quando o pHKCl = pHH2O o número de cargas
negativas e positivas são iguais (ponto de carga zero, ou PCZ). Diante disso, os valores de ΔpH na
Tabela 1, indicam que a biomassa em estudo tende a absorver cátions, devido possuir um diferencial

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de cargas negativas em sua superfície.

Tabela 1: valores de pH em H2O, pH em KCl e ∆pH da borra de café lavada.

pHH2O pHKCl ∆pH


Borra de Café Lavada 4,93 4,31 -0,62

Fonte: autores

O PCZ é o ponto onde o pH na superfície possui carga neutra. De acordo com a figura 1, tem-
se que para biomassa em estudo o PCZ constituiu-se na faixa de 4,1. Dessa forma, nesse valor de pH
a biomassa possui caráter neutro, não apresentando diferencial de cargas.

Figura 1: Ponto de Carga Zero (PCZ) Borra de Café Lavada

Fonte: autores

Esse valor de PCZ indica que em valores de pH abaixo dessa faixa encontrada, encontra-
se cargas líquidas positivas na superfície do biossorvente. E isso pode ser explicado em função do
equilíbrio de protonação existente, o que leva a adsorver preferencialmente cargas negativas. Dessa
forma, essa biomassa, é tida como trocadora catiônica a pH > pHPCZ, gerando um caráter hidrofílico,
devido a sua natureza ácida, facilitando o processo de biossorção (NASCIMENTO, OLIVEIRA,
2014).

CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos, tem-se que a Borra de Café Lavada possui características
que são favoráveis para o processo de adsorção. Uma vez que o pH em água e em KCl mostrou
a presença de cargas negativas e o PCZ revelou que a biomassa em estudo atua como trocadora
catiônica. Dessa forma, é necessário a realização dos experimentos com o ensaio de biossorção para
avaliar a capacidade de biossorção de Metais Potencialmente Tóxicos pela Borra de Café Lavada em
efluentes de psicultura.

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PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CORREA, Edinelson Saldanha; MONTE, Christiane; DO NASCIMENTO, Thiago Shinaigger
Rocha. Avaliação de impacto ambiental causado por efluentes da estação de piscicultura Santa Rosa,
Santarém/Pará. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 11, n. 1, p. 260-273, 2020.

LIMA, L. R.; COSTA, O. F.; ALVES, B. S. F.; DANTAS, K. G. F.; LEMOS, V. P.; PINHEIRO, M.
H. T. Remoção de Cu (II), Zn(II) e Ni(II) utilizando resíduo de açaí (Euterpe oleracea Mart.) como
biossorvente em solução aquosa. Revista Virtual de Química, v. 12, n.15, p. 1066-1078. 2020.

MUNIZ, J. S.; SIQUEIRA, A. G.; OLIVEIRA, J. A. N.; FERREIRA, M. M.; ALVES, V. N. Uso do
Resíduo Orgânico de Cápsulas de Café na Adsorção de Íons Cu (II), Co (II), Ni (II) e Cd (II) em
Sistemas Aquosos. Revista Virtual de Química, v. 12, n. 6, p. 1389-1397, 2020.

NASCIMENTO, J. M., & OLIVEIRA, J. D. Caracterização das biomassas serragem de madeira


teca (Tectona granis), casca de pequi (Caryocar brasiliense Camb) e orelha de pau (Pycnoporus
sanguineus) pelo efeito do ponto de carga zero. Revista de Química Industrial, nº. 742, 24-28, 2014.

RAIJ, B. V.; ANDRADE, J. C.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A. Analise química para avaliação
da fertilidade de solos tropicais. Campinas: Instituto Agronômico, p. 285, 2001.

REGALBUTO, J.R.; ROBLES, J. The engineering of Pt/Carbon Catalyst Preparation. University


of Illinois, Chicago, 2004.

SILVA, J. P. V. Tratamento de efluentes de tanques de piscicultura aplicando a tecnologia de


eletrocoagulação. 2013. Dissertação (Mestre em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2013.

SOUSA, H. S.; OLIVEIRA, J. D. Caracterização das biomassas casca do cupuaçu (Theobroma


grandiflorum) e do caroço do fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea) para fins de remoção de metais
potencialmente tóxicos em efluentes de Laboratório de Química. Jounal of Interdisciplinary
Debates, v. 2, n. 3, p. 109-127, 2021.

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DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS DACASCA DO
CUPUAÇU MODIFICADA PARA A UTILIZAÇÃO COMO BIOSSORVENTE

Letícia Eduarda Sousa Vila Nova1; Raquel Milhomem Parente1; Helayne Santos de Sousa1;
Emilly de Souza Costa2; Jorge Diniz de Oliveira3

1
Acadêmica de Química Licenciatura e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL, Imperatriz, Maranhão.
2
Acadêmica de Engenharia Agronômica e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL, Imperatriz, Maranhão.
3
Doutor em Química e Docente no Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente,
Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL, Imperatriz, Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Biossorção. Efluentes contaminados. Resíduos agroindustriais.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
A interação das atividades humanas com o meio ambiente ao longo do tempo ocasionou
diversos problemas, pois o consumo desenfreado de recursos naturais e o aumento da geração de
resíduos sólidos e efluentes líquidos ocasionaram efeitos adversos no meio ambiente (ROCHA,
2006). Os riscos relacionados a geração de resíduos do segmento industrial, pode ser atrelado em
partes a presença de metais potencialmente tóxicos (MPTs) em sua composição.
O descarte incorreto desses efluentes contaminados por elementos químicos de alta toxidade,
são vistos como uma ameaça a vida animal e vegetal e a manutenção ecológica dos biomas. Os
métodos atuais existentes de tratamento de efluentes líquidos visam apenas a remoção de sólidos
grosseiros e sólidos sedimentáveis (NOUGUEIRA et al. 2018) não visam a remoção de metais
potencialmente tóxicos.
Diante disso, a biossorção a partir de resíduos agroindústriais surge como uma alternativa de
tratamento de efluentes contaminados. A biossorção é o mecanismo de adsorção relacionado à ligação
passiva de íons metálicos por biomassa viva ou morta (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2014).
O objetivo deste trabalho foi aferir a capacidade biossortiva da biomassa casca do cupuaçu
(Theobrama grandflorum modificada com solução de ácido clorídrico e solução de hidróxido de
sódio através da caracterização das variáveis químicas.

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METODOLOGIA
As cascas do cupuaçu (Theobrama grandflorum) foram obtidas em feiras livres na cidade de
Imperatriz – Maranhão. Após a aquisição, os materiais foram levados ao Laboratório de Pesquisa
em Química Ambiental (LPQA) da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão
(UEMASUL) – Campus Imperatriz-MA. Após a lavagem, esse material foi colocado para secar na
estufa a 60°C ± 5°C por aproximadamente 24 horas. Em seguida o produto foi triturado em moinho e
posteriormente passados em peneiras para obtenção de partículas de 2 e 4 mm.
Para a modificação do biossorvente foram utilizadas soluções de ácido clorídrico (1 mol L-1)
e solução de hidróxido de sódio (1 mol L-1). Uma massa (300 g) do material biossorvente ficou em
contato com a solução por 24 horas à temperatura ambiente. Após esse período, foram lavados com
água destilada, e solução tampão de pH 5,0 em seguidas foram secas em temperatura ambiente. As
amostras secas foram armazenadas em frascos escuros até a realização das análises.
A metodologia para a determinação do pH foi realizada segundo Raij (2001), onde 5 g das
biomassas foram adicionadas em erlenmeyers e acrescentados 75 mL de água destilada e KCl 0,1
mol L-1 separadamente e submetidas a agitação em mesa agitadora por 40 minutos. Após o período de
agitação as amostras foram filtradas. O Ponto de Carga Zero (PCZ) foi determinado pela metodologia
de Regalbuto e Robles (2004). O procedimento consistiu em misturar 50 mg do resíduo com 50
mL de solução aquosa até que obtivesse os valores de pH inicial (1,2,3,4,5,6,8,9,10,11,12), o pH de
equilíbrio foi medido após 24 horas. A solução de HCl 1 mol L-1 foi utilizada para obter as soluções da
faixa ácida, para a obtenção das soluções com pH alcalino utilizou-se a solução de NaOH 1 mol L-1.
O método de titulação de Boehm (BOEHM, 1994), foi utilizado para a quantificação de
grupos funcionais na superfície da biomassa. Foram preparadas e padronizadas soluções de: HCl 0,1
mol L-1, NaOH 0,1 mol L-1, NaHCO3 0,1 mol L-1e Na2CO3 0,1 mol L-1.Em erlenmeyers contendo 0,5
g da biomassa, adicionou-se 50 mL de cada solução padrão separadamente. Os erlenmeyers foram
agitados por 24 horas na mesa agitadora.A quantificação de grupos básicos se deu após a agitação
e filtragem da mistura de HCl 0,1 mol L-1, onde foram coletados 10 mL do filtrado e titulados com
solução de NaOH 0,1 mol L-1, utilizou-se a fenolftaleína como indicador. A quantidade de grupos
básicos (QB) foi calculada pela equação 1:

QB (mol g-1) = Equação 1

Para a quantificação de grupos ácidos na superfície da biomassa, 0,5g das biomassas foram
pesadas e transferidas para erlenmeyers, adicionou-se 50 mL de solução padrão deNaOH, Na2CO3
e NaHCO3(0,1 mol L-1).Após a agitação as amostras foram filtradas e levadas ao aquecimento para
a eliminação do ácidocarbônico. Uma alíquota de 10 mL foi retirada e foram adicionados a cada
uma delas, 10, 15 e 20 mL de solução HCl 0,1 mol L-1, respectivamente. Usou-se NaOH 0,1 mol L-1
padronizado para a titulação, utilizando fenolftaleína como indicador. Um branco foi utilizado de
cada solução básica em duplicata e titulado da mesma forma que as amostras. A quantidade de grupos

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carboxílicos (QC), lactônicos (QL) e fenólicos (QF) foram calculados pelas equações 2,3,4:

QC (mol g-1) = Equação 2


QL (mol g-1) = Equação 3
QF (mol g-1) = Equação 4

Onde Vam é o volume gasto para titular a amostra (mL), Vb é o volume gasto para titular o
branco (mL), M é a concentração real da solução de NaOH (mol L-1), Ve é o volume de solução
utilizado inicialmente (L), Val é o volume da alíquota retirado do filtrado (mL) e m é a massa da
amostra (g).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Shinzato et al,.(2015) quando o pH em KCl for inferior ao pH em H2O, existe um
indicativo de que o Cl- deslocou menor quantidade de OH- em relação ao H+ deslocado pelo K+.
Nesse caso, a amostra é interpretada como eletronegativa, ou seja, a sua capacidade de troca catiônica
(CTC) é maior que capacidade de troca aniônica (CTA). Os resultados referentes a pHH2O, pHKCl e
∆pH (Tabela 1) obtidos para ambas as biomassas permitiram caracterizar a sua superfície como ácida
e com capacidade de adsorção de cátions.

Tabela 1: valores de pH em H2O, pH em KCl e ∆pH das biomassas investigadas.

Biomassa pHKCl pHH2O ∆pH


NaOH 4,08 4,47 -0,39
HCl 5,06 5,68 -0,62

Fonte: autores

Compreende-se por PCZ, o valor do pH que a superfície do material é neutra, ou seja o pH


é constante. Segundo Freitas (2015), a adsorção de cátion é favorecida quando o pH da solução é
maior que o pH do PCZ, pois a superfície estará carregada negativamente com íons OH-, vai absorver
preferencialmente os cátions. De acordo com os valores de pH do PCZ (Figura1), a biomassa modificada
com HCl e NaOH possuem características ácidas, podendo atuar como trocadora catiônica, e em
soluções aquosas com o pH maior que o PCZ podem atuar como biossorventes de cargas positivas,
adsorvendo preferencialmente os cátions dos metais (RIBEIRO et al 2011).

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Figura 1: Ponto de Carga Zero (PCZ) das biomassas em estudo

Fonte: autores

A presença de grupos ácidos e básicos na biomassa é fundamental para o processo biossortivo


de metais potencialmente tóxicos, uma vez que esses grupos podem interagir com os metais tóxicos
(NASCIMENTO et al 2017). Os resultados observados na Tabela 2 indicam que as biomassas
apresentam grupos básicos e a Tabela 3 indica a presença de grupos ácidos em sua superfície, podendo
contribuir para a retenção das espécies metálicas de efluentes contaminados.

Tabela 2: valores dos grupos básicos das biomassas investigadas.

Biomassa Grupos básicos


NaOH 6,8 x 10-3
HCl 3,7 x 10-3

Fonte: autores

Tabela 3: valores dos grupos ácidos das biomassas investigadas.

Grupos ácidos
Biomassa Carboxílicos Lactônicos Fenólicos
NaOH 4,0 x 10-3
2,8 x 10-3 6,6 x 10-3
HCl 4,5 x 10-3
3,5 x 10-3 7,0 x 10-3

Fonte: autores

CONCLUSÃO
Os parâmetros pH em água e KCl, ponto de carga zero e a quantificação dos grupos ácidos e
básicos indicaram que a biomassa cupuaçu modificado possui característica favorável ao processo de
biossorção. Todavia estudos posteriores são necessários afim de avaliar a capacidade de remoção in
situ deste biossorvente para a possível utilização em programas de biorremediação.

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PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BOEHM, H. P. Some aspects of the surfacechemistry of carbon blacks and othercarbons. Carbon v.
32, p. 759-769, 1994.

FREITAS, F. B. A;FREITAS, M. Y. C.; FREIRE, M. D.. Determinação do PCZ de adsorventes naturais


utilizados na remoção de contaminantes em soluções aquosas. Blucher Chemistry Proceedings, v.
3, n. 1, p. 610-618, 2015.

NASCIMENTO, J. M.; OLIVEIRA, J. D. Caracterização da biomassa serragem de madeira teca


(Tectonagramis), casca de pequi (Caryocar brasiliense Camb) e orelha de pau (Pycnopousssmaguineus)
pelo efeito do ponto de carga zero. Revista de Química Industrial, v, 724, n.1, p.24-28, 2014.

NOUGUEIRA, S. M. S.; SOUZA JUNIOR, J. MAIA, H. D.; SOUSA SABOYA, J. P.; FARIAS, W.
R. L. Use of Spirulinaplatensis in treatment of fishfarmingwastewater.Revista Ciência Agronômica,
v. 49, n. 4, p. 599-606, 2018.

REGALBUTO, J.R., ROBLES, J. The engineering of Pt/Carbon Catalyst Preparation. University of


Illinois, Chicago, 2004.

RIBEIRO, Bruno Teixeira et al. Cargas superficiais da fração argila de solos influenciadas pela
vinhaça e fósforo. Química Nova, v. 34, n. 1, p. 5-10, 2011.

SHINZATO, MirianChieko et al. Efeito da adição de lama vermelha nas propriedades eletroquímicas
e de adsorção de um Latossolo vermelho. Revista do Instituto Geológico, v. 36, n. 1, p. 51-65, 2015.

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TOLERÂNCIA E CRESCIMENTO DA BRACHIARIA (Urochiloa brizantha) ASSOCIADA A
FUNGO MICORRÍZICOS ARBUSCULARES A DOSES DE MANGANÊS.

Emilly de Souza Costa1; Helayne Santos de Sousa2; Raquel Milhomem Parente2; Letícia
Eduarda Sousa Vila Nova2; Jorge Diniz de Oliveira3

1
Acadêmica de Engenharia Agronômica e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.
2
Acadêmica de Química Licenciatura e bolsista de iniciação científica, Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.
Doutor em Química e Docente no Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente,
3

Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Imperatriz, Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Absorção. fitorremediação. Simbiose.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
Várias técnicas físicas, química e biológicas estão sendo usadas para remover metais
potencialmente tóxicos (MPTs) e metaloides dos solos, no entanto, essas técnicas de recuperação
implica em altos investimentos, além de gerar alterações irreversíveis nas propriedades desses solos
e ao meio ambiente (ASHRAF, et al., 2019). Neste sentido a busca por alternativas que minimizem
este tipo de impacto tem tomado uma preocupação ambiental constante.
Entre elas a fitorremediação, consiste no emprego plantas que absorvem ou acumulam
contaminantes orgânicos e inorgânicos presentes nos solos, mediante o uso de processo como a
fitoestabilização e fitoextração, para remediar solos poluídos, tem sido sugerida como alternativa
viável às técnicas tradicionais em razão dos menores custos e da maior aceitação pelo público (SHAH;
DAVEREY, 2020).
Devido ao seu benefício e efeitos no crescimento das plantas sob condições estressadas, os
fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) tem sido utilizados para melhorar a reabilitação de solos
contaminados por fitorremediação (LEAL et al., 2016) Essa associação simbiótica entre as raízes de
uma planta e o micélio de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) ajuda a planta a obter nutriente
do solo com mais eficiência e pode favorecer a capacidade de fitoextratora de plantas na remoção de
metais potencialmente tóxicos (LEUDO et al, 2020).

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Guirra et al. (2011) verificaram que o capim marandu, também conhecida o popularmente como
capim-braquiarão é uma gramínea pertencente ao gênero Brachiaria, classificada como Brachiaria
brizantha (Embrapa,1999), apresentou alta tolerância a toxidez de Mn, atingindo alto teor foliar na
parte aérea sem afetar o crescimento da planta.
Pretende-se nesta pesquisa verificar a desempenho da gramínea pertencentes ao gênero
brachiaria (Urochiloa brizantha), como fitoextratora de metais potencialmente tóxicos tais como Zn,
Mn, e Ni, em solos artificialmente contaminado, ainda, ampliar o conhecimento da performance do uso
da brachiaria associada a fungos micorrízicos arbusculares na remoção desses metais potencialmente
tóxicos nos solos da região.

METODOLOGIA
As sementes de Brachiaria utilizadas no experimento foram adquiridas comercialmente
na cidade de Imperatriz-MA. Os esporos de FMAs foram adquiridos na Universidade Estadual da
Região Tocantina do Maranhão. Foram extraídos do solo segundo metodologia de peneiramento
úmido (GEDERMANN; NICOLSON, 1963) e centrifugação com sacarose, e pesados 50 g de solo
seco e deixado de molho por 3 minutos em água, passado em peneira de 53 µm, e feitas sucessivas
lavagens do mesmo solo até a água ficar clara. O material retido na peneira foi acondicionado em
tubos e levados a centrifugação por 5 minutos a 300 rpm, o sobrenadante foi descartado e adicionado
aos tubos uma solução de sacarose 45%, o material foi levado a uma segunda centrifugação por 3
minutos a 3000 rpm. Após a centrifugação o sobrenadante foi vertido em peneira de 53 µm, onde se
encontra os esporos dos FMAs, e lavado com água para retirada do excesso de sacarose. O material
foi acondicionado em tubos Falcon, e posteriormente foi inoculado nas plantas.
O experimento foi realizado em um sistema fatorial 4x2x3, sendo: 4 doses da espécie
metálica, 2 inoculações de FMA (com e sem FMA), e com 3 repetições, em um delineamento
inteiramente casualisado (DIC), totalizando 24 unidades experimentais. Os solos foram incubados
com a espécie metálicas investigada na forma de sais P.A nas doses 0, 10, 60 e 80 mg kg-1. Conforme
metodologia proposta por Costa et al. (2008). Em casa de vegetação e em vasos confeccionado de
garrafas de polietileno tereftalato (PET), com 2 dm³ de capacidade volumétrica. Elas foram cortadas
aproximadamente ao meio, de modo a se obter o vaso onde foi acondicionado o solo na parte
superior. As tampas das garrafas foram perfuradas. A quantidade utilizada foi de 1,5 kg, os vasos
foram preenchidos com um substrato de areia e solo (1:2) previamente autoclavado por 1 hora a
121 °C por dois dias consecutivos. As plantas receberam os FMAs no dia do plantio, próximo ao
sistema radicular das plantas. A solução com FMA foi adicionada ao solo é referente à extração de
50 g de solo para cada vaso. Durante a condução do experimento, os vasos foram irrigados com água
destilada, de modo a não ultrapassar o limite máximo de 70 % da capacidade de campo deste solo.
Após 15 DAP as plantas foram analisadas o índice de clorofila, utilizando o medidor portátil
de clorofila SPAD-502 (Minolta Camera Co. Ltda.), altura e quantidades de folhas, foram feitas 4
análises, sendo 3 quinzenais e 1 com 10 dias.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO
O manganês é o nutriente que atua como ativador enzimático nos mecanismos de oxirredução,
auxiliando em seu processo fotossintético (MARSCHNER, 1995). Conforme a figura 1, o índice
de clorofila entre os tratamentos testemunhas com FMA e sem FMA não tiveram interferência do
manganês no processo fotossíntese, haja vista que o tratamento com FMA obteve o mesmo resultado
do sem FMA. Além disso, o índice de clorofila revela que o processo fotossintético decai após 30
DAP, neste e nos demais tratamentos. Entretanto, após o mesmo período a altura tem comportamento
linear. Desta forma, o manganês não apresenta alteração na altura entre os tratamentos testemunha
com FMA e sem FMA, resultados demonstrados na tabela 1.

Tabela 1: Valores do índice de clorofila e altura dos tratamentos testemunhas T1com FMA e T1sem FMA.

T1 SEM FMA T1 COM FMA

DIAS ÍNDICE DE CLOROFILA ALTURA ÍNDICE DE CLOROFILA ALTURA

15 21,5 13,6 26,5 15,5


30 29,8 31,9 29 36
45 22 57,5 20,4 56
55 22,2 66,5 17,6 58
Fonte: Autores

O tratamento com doses de 80 mg kg-1 T4 com FMA e sem FMA tiveram disparidade, nos
15 DAP o T4 sem FMA teve índice de clorofila mais alto comparado ao T4 sem FMA, isto pode ser
explicado pelo fator de translocação. Conforme a figura 1, o tratamento T4 com FMA teve queda no
índice de clorofila após os 30 DAP, devido a simbiose do fungo entre a Brachiaria bioacumulando o
metal e interferido na queda do processo fotossintético. Na tabela 2, a alta dosagem de Mg não interferiu
no crescimento da Brachiaria, indicando que o tratamento com FMA auxiliou no desenvolvimento da
parte aérea, logo, podendo ser ratificado a atuação simbiôntica do fungo sendo um biorremediador do
metal potencialmente tóxico.

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Figura 1: Índice de clorofila, tratamento T4 com FMA e T4 sem FMA.

Fonte: Autores

Tabela 2: Valores do índice de clorofila e altura dos tratamentos T4 com FMA e T4 sem FMA, .

T4 SEM FMA T4 COM FMA


DIAS
ÍNDICE DE CLOROFILA ALTURA ÍNDICE DE CLOROFILA ALTURA
15 22,4 22,4 16,7 14
30 31,1 31,1 32,2 44
45 23,4 71,9 20 81,8
55 23,2 73,7 14,6 86,4
Fonte: autores

CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos, tem-se que o Brachiaria brizantha possui alta tolerância ao
manganês devido a sua capacidade fitorremediadora. Além disso, a utilização de FMA não apresentou
eficácia em relação ao aumento no processo fotossintético, no entanto, o uso do FMA demonstrou
como biorremediador que auxilia no crescimento da planta em solos contaminados com Mg.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ASHARAF, S.; ALI, Q.; ZAHIR, Z.; ASHARF, S.; ASGHAR, H. N. Phytoremediation:
Environmentally sustainable way for reclamation ofheavy metal polluted soils. Ecotoxicology and
Environmental Safety, v. 174, p. 714-727, 2019.

GERDEMANN, J. W.; NICOLSON, T.H. Spores of mycorrhizal Endogone species extracted from
soil by wet-sieving and decanting. Transactions of the British Mycological Society, v. 46, p. 235-
244, 1963.

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LEAL, P. L.; VARÓN-LOPEZ, M.; PADRO, I. G. O.; SANTOS, J. V.; SOUSA SOARES, C. R.
F.; SIQUEIRA, J. O.; SOUZA MOREIRA, F. M. Enrichment of arbuscular mycorrhizal fungi in a
contaminated soil after rehabilitation. Brazilian Journal of Microbiology, v. 47, p. 853-862, 2016

MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. New York: Academic Press, 1995. 889p.

SHAH, V.; DAVEREY, A. Phytoremediation: A multidisciplinary approach to clean up heavy metal


contaminated soil. Environmental Technology & Innovation, v, 18, pp. 100774, 2020.

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APLICAÇÃO DE AGENTES MUTAGÊNICOS FÍSICOS E QUÍMICOS NO
MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS

Carlos Roberto Silva de Oliveira1

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Mutações gênicas. Engenharia genética. Variabilidade genética.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia.

INTRODUÇÃO
A variedade híbrida é obtida a partir do um cruzamento entre dois genitores geneticamente
contrastantes. Esses genitores podem ser variedades de polinização aberta, linhagens endogâmicas ou
clones. Apesar da hibridação ser amplamente utilizada na obtenção de progênies superiores, culturas
agrícolas que apresentam a base genética restrita podem apresentar restrições ou inviabilização na
elaboração de novos cultivares (SILVA et al., 2021). Outro problema é que o uso de poucos genitores
geneticamente contrastantes e complementares durante as hibridações artificiais, pode levar a erosão
genética. Tudo isso dificulta a identificação de genótipos superiores, devido à baixa variabilidade
genética presente em algumas espécies cultivadas.
Sendo assim, a utilização de outros métodos para obtenção de novas combinações gênicas
é necessária para criar mais variabilidade genética e reduzir o tempo de desenvolvimento de novos
cultivares. As mutações podem ocorrer no material citoplasmático (plastídeos e mitocôndrias) ou
genético nuclear (cromossomos). As mutações genéticas são resultantes de modificações na estrutura
do ácido desoxirribonucleico (DNA), podendo ocorrer em uma ou em mais de uma das quatro bases
nitrogenadas do DNA. Essas ocorrem por meio da deleção, duplicação, translocação ou inversão
de partes de alguns cromossomos. São classificadas como aneuploidias quando são resultantes de
adições ou subtrações de cromossomos individuais (aneuploidias) ou poliploidias quando ocorre a
multiplicação de conjuntos completos de cromossomos.
É importante destacar que as mutações genéticas ocorrem de forma espontânea na natureza
com frequência muito baixa (10-6 por geração) e de difícil identificação, sendo grande parte deletéria.
De acordo com Borém (2001), essa frequência pode ser elevada para 10-3 quando induzidas de forma
artificial, em laboratório, utilizando agentes mutagênicos físicos ou químicos, para correção ou
melhoraria de alguns caracteres de interesse. Sendo assim, o objetivo desta revisão foi relatar quais
são os agentes físicos e químicos utilizados no melhoramento vegetal e suas contribuições ao longo
do tempo.

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METODOLOGIA
Esse trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre a utilização de agentes mutagênicos
físicos e químicos no melhoramento genético de plantas. A coleta de dados a respeito do tema foi
realizada através das plataformas Google Acadêmico, Portal de periódicos da CAPES e SciElO,
sem recorte temporal, utilizando apenas artigos. As expressões de busca utilizadas foram: ‘mutação
induzida em plantas’, ‘agente mutagênico’, ‘plantas mutantes’, ‘mutagênico físico’, ‘mutagênico
químico’, em português e inglês.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Agentes mutagênicos físicos
Os primeiros trabalhos demonstrando que radiações ionizantes (agentes físicos) podem induzir
mutações em plantas ocorreram no início do século XX, utilizando raios X e raios gama em cevada e
fumo. Além desses, os raios X, s gama de 60 Co ou 137Ce, ultravioletas e nêutrons rápidos também são
utilizados, porém, esses dois últimos raios em menor frequência. Seus feitos são mais potentes que os
relatados por agentes químicos, pois causam alterações a nível cromossômico, na maioria das vezes
causando quebras cromossômicas.
Coimbra et al. (2005) estudando em campo a variabilidade genética em populações de aveia
hexaplóide tratadas com o agente mutagênicos físico (raios gama – 60C) e químico (etil metano
sulfonato - EMS), utilizou o caráter ciclo vegetativo de plantas como parâmetro em duas gerações
(M2 e M3). O agente mutagênico físico foi sempre superior em relação ao químico, nas gerações
segregante avaliadas. Genótipos superiores foram identificados, tanto para redução quanto para o
aumento do número de dias entre a emergência e o florescimento. Esses resultados vão ao encontro
dos apresentados por Borém (2001), no qual afirma que há evidências experimentais que apontam os
agentes físicos como sendo os mais eficientes na obtenção de mutantes.
Visando obter cultivares comerciais de feijão com maior variabilidade para caracteres
adaptativos e de maior importância agronômica, Rocha et al. (2009) utilizaram raios gama de 60Co
em diferentes dosagens. O resultado indicou que houve dissimilaridade fenotípica entre e dentro
das famílias mutantes formadas. Como a indução de mutação não é dirigida a nenhum gene em
particular, ocasiona mutações em inúmeros genes da planta. Sendo assim foi possível selecionar
famílias segregantes para as características de interesse, como: diâmetro de caule, altura de inserção
do primeiro legume, ciclo precoce e porte de planta.
Na cultura da soja, Dixit et al. (2011) ao utilizarem a radiação gama constataram ganhos
nutricionais em sementes de soja, enquanto Rolin (2019) conseguiu obter mutantes superiores para
onze características qualitativas e quantitativas estudando 50 genótipos. Outro ponto positivo da
radiação gama é o aumento de vida útil dos alimentos, pois esse método físico promove a desinfecção
de patógenos prejudiciais à germinação e inativação de microrganismos causadores de degradação.

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Agentes mutagênicos químicos
O número de mutagênicos químicos é relativamente maior quando comparado aos mutagênicos
físicos. Entretanto, por serem mais perigosos devido sua alta toxidez e necessidade de muito cuidado
no momento do descarte do material, sua utilização passou a ser menor quando comparado aos raios
ionizantes. Os mais utilizados na indução química de mutações gênicas em plantas são o gás mostarda,
etilenimina, dimetilsulfato, dietilsulfato, etilnitroso uretano e etilmetanossulfonato. Além destes,
podem ser utilizados altos níveis de 2,4-D (defensivo químico) e citocininas (hormônio vegetal).
Os mutagênicos químicos, bem como reguladores de crescimento presentes no meio de
cultura de plantas cultivadas in vitro, tende a causar mutações devido à variação somaclonal. As
células, tecidos ou órgãos mutantes podem ser eficientemente selecionados in vitro, desde que se
disponha de meio seletivo adequado. Quando as plantas conseguem ser regeneradas a partir das
células mutantes, essas podem ser avaliados em casa de vegetação ou no campo para identificação e
seleção de constituições genéticas superiores ainda nas primeiras gerações. Para estudos de aplicação
prática de indução à mutação é importantíssima à determinação da dose adequada, tal que permita
frequência alta de mutações apesar da ocorrência dos efeitos fisiológicos.
Utilizando o mutagênico químico etilmetanossulfonato (EMS) sobre caracteres agronômicos
em 340 famílias M3 de arroz, derivadas da cultivar BRS Querência com avaliação em campo, Luz
et al. (2016) observaram a existência de variabilidade genética entre as famílias mutantes de arroz. A
indução de mutação com EMS a 1,5% foi eficiente na geração de mutantes de arroz para os caracteres
da panícula principal (comprimento, peso, massa de grãos), largura da folha bandeira e estatura de
planta. Seis famílias apresentaram superioridade quando comparado a testemunha para o caráter
massa de grãos da panícula principal.
Visando obter características morfoagronômicas superiores na cultivar de mandioca BRS
Formosa, Santos et al. (2017) induziu a mutação de manivas de mandioca utilizando EMS a 1,5%.
Os resultados demostraram que o tratamento aplicado não foi suficiente para induzir mutações úteis
e identificáveis, podendo ser que o uso de manivas não seja apropriado para esse tipo de tratamento,
uma vez que esse agente químico não consegue atingir as células meristemáticas. Nesse caso, a
indução por meio de cultivo de meristemas in vitro, pode ser uma técnica viável na obtenção de
genótipos mutantes superiores.
Santos et al. (2018) visando aumentar a variabilidade genética da espécie Physalis peruviana
L., estudou diferentes concentrações de metilmetanosulfonato (MMS) e embebição em água.
Os resultados obtidos demonstraram que a embebição em água antes do tratamento com o agente
mutagênico químico potencializa sua ação, apresentando diferenças significativas no comprimento
de raiz e estatura de plântulas. Em relação às doses avaliadas, a faixa entre 3,3 e 4,8 % de MMS é a
que apresenta a melhor taxa de indução de mutantes, sem que ocorra prejuízo para a sobrevivência
das plântulas.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 61


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A indução de variabilidade genética por meio de agentes mutagênicos físicos ou químicos,
possibilitaram ganhos em características morfológicas e agronômicas em diversos trabalhos,
contribuindo assim para redução da erosão genética.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BORÉM, Aluísio. Melhoramento de Plantas. Viçosa: UFV, 2001.

COIMBRA, Jefferson Luís Meirelles. Comparação entre mutagênicos químico e físico em


populações de aveia. Ciência Rural, Santa Maria, v. 35, p. 46-55, 2005.

DIXIT, Amit Kumar et al. Effect of gamma irradiation on lipoxygenases, trypsin inhibitor,
raffinose family oligosaccharides and nutritional factors of different seed coat colored soybean
(Glycine max L.). Radiation Physics and Chemistry, Oxford, v. 80, p. 597-603, 2011.

LUZ, Viviane Kopp da et al. Identification of variability for agronomically important traits in
rice mutant families. Bragantia, Campinas, v. 75, n. 1, p. 41-50, 2016.

ROCHA, Fabiani et al. Seleção em populações mutantes de feijão (Phaseolus vulgaris L.) para
caracteres adaptativos. Biotemas, v. 22, p. 19-27, 2009.

ROLIM, Rubens Rangel. Variabilidade genética induzida por radiação gama (cobalto 60) em
beringela (Solanum melongena L.) e caracterização morfoagronomica dos mutantes. (Dissertação)
Centro de Ciências Agrárias (CCA) - Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Areia, p. 64, 2019.

SANTOS, Luana Ferreira et al. Geração de mutantes de mandioca com uso de agentes químicos.
In: Jornada Científica Embrapa Mandioca e Fruticultura. Ciência e Empreendedorismo: Resumos.
Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, p. 137, 2017.

SANTOS, Marcio. Efeito do mutagênico metilmetanosulfonato em Physalis. Revista da Jornada


de Pós-Graduação e Pesquisa-Congrega Urcamp, Santos, p. 1128-1139, 2018.

SILVA, Ivy Freitas et al. Híbridos de pimentão – A aposta certa. Disponível em: https://
revistacampoenegocios.com.br/hibridos-de-pimentao-a-aposta-certa. Acesso em: 28 Jun. 2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 62


RESISTÊNCIA À Meloidogyne spp. EM OLERÍCOLAS

Ezildo Francisco Felinto Filho1; Jonatan Roberto de Lima1; Matheus Lima Oliveira1; Pâmella
Laysa de Moura Cruz1; Carlos Roberto Silva de Oliveira2; Francismary Barros da Silva2;
Viviane Nunes dos Santos2; Marcos Andrei Custodio da Cunha3; Tiago Lima do Nascimento4;
Vitória Ramos Cruz da Silva5.

1
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.
4
Bolsista FACEPE/Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Semiárido, Petrolina,
Pernambuco.
5
Bolsista CNPq – Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: hortaliças. Nematoides. produtividade.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
Em olerícolas o controle dos fitonematoides em campo não tem se mostrado eficiente devido
à ampla gama de hospedeiros e cultivo sucessivo na mesma área, fazendo com que ocorra a elevação
dos níveis populacionais, principalmente, os nematoides das galhas (Meloidogyne spp.) (SGORLON,
2016). A rotação de cultura, alqueive e o consórcio de plantas que são técnicas de manejo sustentáveis
recomendadas para o controle populacional de nematoides também não se mostraram eficientes na
erradicação total do nematoide das galhas (FIORINI et al., 2007). Alternativas estão sendo estudadas
para se obter o controle dos fitonematóides (PAULA FILHO, 2022). Muitas são as olerícolas atacadas
pelos nematoides, porém devido à alta produção no país e sua importância econômica, podem ser
citadas a cenoura, o pimentão, e o pepino.
Pesquisas apontam a importância econômica do cultivo de olerícolas em algumas regiões do
país, principalmente na região nordeste (SEBRAE, 2020; IBGE 2020; EXAME, 2021), onde a sua
produção é feita em larga escala.
As espécies do gênero Meloidogyne spp. tornam o controle ainda mais difícil, pois apresentam
alto potencial de reprodução e infestação do solo, no qual uma única fêmea produz em média 500

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 63


ovos. Desses, 5% sobrevivem e reproduzem, multiplicando-se em escala logarítmica, em que na
quarta geração a população apresentará cerca de 390.625 adultos (TAYLOR; SASSER, 1978). Sendo
assim, o uso de cultivares resistente torna-se o método ideal de controle de nematoides.
Técnicas mais atuais, como a seleção assistida por marcadores moleculares, podem ser
aplicadas para identificar genes que controlam a resistência aos nematoides (PAULINO, 2018).
Diante disso, este estudo visa apresentar os métodos de avaliação da resistência e das principais
olerícolas aos nematoides das galhas, além dos genes envolvidos e técnicas de melhoramento atuais
que estão sendo utilizadas na obtenção da resistência ao nematoide das galhas.

METODOLOGIA
O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre o tema resistência à
meloidogyne spp. em olerícolas. Essa revisão foi desenvolvida baseada em trabalhos de cunho
científico voltados para a área de genética e melhoramento de plantas, objetivando a exposição de
informações para fins de levantamento científico a cerca do assunto abordado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

 IDENTIFICAÇÃO DE GENÓTIPOS RESISTENTES


Carvalho Filho et al. (2011), ao avaliarem o comportamento das cultivares de alface Grand
Rapids e Salinas 88 (resistentes ao M. incognita raça 1), a cv. Regina-71 (suscetível ao mesmo
patógeno) e progênies F4 do cruzamento entre as cultivares resistentes. Onde avaliou-se o número de
galhas (NG) e o número de massas de ovos por sistema radicular (NMO) e atribuíram-se as notas de 1
a 5; e o número de ovos (NO), e concluíram que os parâmetros avaliados foram adequados para aferir
sobre a resistência de genótipos de alface a nematoide de galhas, e o incidência de galhas se mostrou
como o carácter mais adequado para seleção de progênies resistentes. Ainda afirma, que, quando
utilizado na seleção de progênies, ocorre um maior ganho genético.
Diferentes fontes de resistência aos nematoides das galhas foram encontradas no gênero
Cucumis, com destaque para Cucumis sativus var. hardwickii, a qual apresenta resistência apenas para
M. javania e M. arenaria raças 1 e 2 (WALTERS et al., 1993); o pepino africano (Cucumis metuliferus)
que é altamente resistente a M. hapla, M. incognita, M. javanica e M. arenaria (PINHEIRO; AMARO,
2010); as cultivares Lucia, Manteo e Shelby são resistentes ao M. arenaria raça 1 e 2, M. javanica e
M. hapla (WALTERS; WEHNER, 1997).
Visando compreender a herança da resistência do melão ao M. incognita, Candido (2013)
realizou o cruzamento entre o melão gaúcho redondo (Cucumis melo var. cantalupensis) e a linhagem
JAB 20 (Cucumis melo var. reticulatus), as quais de acordo com Ito et al. (2011) são classificadas
como resistente e suscetível, respectivamente. Após o cruzamento entre os parentais, foram obtidas as
gerações F1 e F2, bem como os retrocruzamentos 1 e 2. Concluiu que, a característica de resistência é

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 64


governada por cerca de 6 genes, onde existe efeito aditivo entre eles, com dominância incompleta do
alelo de resistência e com interação gênica de epistasia entre os genes. Segundo esse mesmo autor, é
possível selecionar progênies altamente resistentes ao M. incognita devido a segregação transgressiva
na geração F2.

 GENES DE RESISTÊNCIA
De forma geral a resistência a nematoides pode resultar da combinação de vários tipos de
determinantes genéticos, incluindo genes com maior ou menor contribuição e loci de características
quantitativas (WILLIAMSON; KUMAR, 2006). Em solanáceas a resistência é principalmente
dominante e conferida por um único gene dominante, apenas na cultivar ‘Carolina Wonder’ foi
reportado um gene recessivo que está associado a um gene R dominante chamado de N (FERY et al.,
1998; THIES; FERY, 2000).
Para a cultura da cenoura, dois genes/loci distintos foram descritos n a literatura, são eles o
Mj-1 e Mj-2, ambos efetivos contra a presença de nematóíde das galhas, nas espécies M. javanica e
M.incognita (Simon et al., 2000; Ali et al., 2014). Boiteux et al. (2000) identificaram marcadores de
RAPD ligados ao locus Mj-1 de resistência de cenoura a M. javanica. Os pesquisadores sugeriram
que ambos os genes são responsáveis pelo controle da resistência ao nematóíde das galhas e residem
em locis diferentes, que podem ser encontrados em uma relativa proximidade um do outro no mesmo
grupo de ligação (Boiteux et al., 2000).
Em outra espécie de olerícolas, Walters et al. (1997) indicaram que a resistência do pepino
ao M. javanica é condicionada por um gene recessivo (mj). Haynes e Jones (1976) identificaram
que plantas de pepino com alelo dominante (Bi) atraíam menos juvenis de M. incognita quando
comparadas as plantas com alelos isogênicos (bibi). Devran et al. (2011) encontraram marcadores
moleculares fortemente ligados ao gene mj que pode facilitar a seleção de plantas resistentes sem a
necessidade de inoculação. Porém, este gene não condiciona resistência a M. incognita.

 EDIÇÃO GÊNICA VISANDO RESISTÊNCIA AO MELOIDOGYNE


A resistência das plantas contra os patógenos é a opção mais viável para reduzir as perdas
de safra ocasionadas por patógenos. As estratégias convencionais ainda demandam muito tempo e
investimento para realizar com sucesso a transferência de características desejadas para genótipos
suscetíveis. Além disso, a diversidade genética limitada de algumas olerícolas restringe o ganho
genético quando utilizadas técnicas convencionais de melhoramento. Entretanto, nessa última década
as ferramentas de edição gênica oferecem uma solução lucrativa para acompanhar o ritmo rápido do
mercado e a evolução dos fitopatógenos.
Avanços auxiliados pela genômica em compreensão da patogenicidade levou à identificação
de uma gama de genes candidatos que podem ser direcionados através de RNAi / knockdown para
prevenir a interação patógeno hospedeiro. Seu silenciamento mediado por RNAi resultou em uma
diminuição significativa no número de galhas, fêmeas e massas de ovos (SHINGLES et al., 2007). No

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 65


entanto, os efeitos fora do alvo e as questões regulatórias associadas aos métodos baseados em RNAi
limitam seu uso (BANERJEE et al. 2017).
Gheysen e Vanholme (2007) sugeriram que a expressão de dsRNA visando o gene de
manutenção e o gene de parasitismo de nematóides das galhas (RKN) em uma planta hospedeira
causaram resistência contra a infecção do nematóide. A bioengenharia de culturas que expressam
dsRNA que tem como alvo o gene de parasitismo RKN poderia ajudar no fornecimento de resistência
de amplo espectro para culturas contra RKN.
Entre as várias variantes de edição de genoma, a CRISPR/Cas9 tornou-se um método bastante
utilizado devido à sua relativa facilidade e especificidade (O’HALLORAN, 2019). A utilização desse
método pode acelerar o melhoramento de cultivo por meio da introdução de variação genética de
uma maneira direcionada. O desenvolvimento da tecnologia de edição de genoma CRISPR/Cas9
é muito útil para a compreensão da biologia de parasitas nematoides e por sua capacidade de tratar
a infestação. Além disso, o sistema pode ser fundamental para obter informações sobre o parasita-
hospedeiro e interações parasita-vetor, e a base genética do parasitismo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É de suma importância às pesquisas na área da genética, com ênfase em melhoramento vegetal,
para fins de obtenção de genótipos de olerícolas resistentes à nematoides do gênero Meloidogyne,
pois esse patógeno ainda trás inúmeros problemas para produtores, com perdas significativas de
produção e retorno financeiro. Algumas alternativas modernas como edição gênica podem beneficiar
a obtenção de materiais tolerantes ou resistentes de olerícolas.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
EXAME. Mercado de alface cresce continuamente no Brasil. 2021. Disponível em: https://exame.
abril.com.br/negocios/dino/mercado-de-alface-cresce-continuamente-no-brasilhtml/. Acesso em: 27
Jul. 2022.

GHEYSEN, G., & VANHOLME, B. RNAi from plants to nematodes. Trends in biotechnology, 25(3),
p. 89-92, 2007.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal. 2020 Disponível
em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1612>. Acesso em: 27 jul. 2022.

O’HALLORAN, D.M. Genome aware CRISPR gRNA target prediction for parasitic nematodes.
Molecular and biochemical parasitology, 227, p. 25-28, 2019.

PAULA FILHO, A. C. de. Utilização de nematicidas biológicos para o controle de Nematoide de


galhas na cultura da alface. Dissertação (Mestrado em Olericultura) – Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Goiano, 2022.

PAULINO, W. E. Identificação de genes de resistência a nematóides em alface (Lactuca sativa) por

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 66


marcador molecular AFLP. Artigo científico (Bacharel em Biotecnologia) - Universidade Federal de
Uberlândia, 2018.

SEBRAE. O cultivo e o mercado de melão. 2020 Disponível em: < https://


w w w. s e b r a e . c o m . b r / s i t e s / P o r t a l S e b r a e / a r t i g o s / o - c u l t i v o - e - o - m e r c a d o - d o
melao,5a8837b644134410VgnVCM2000003c74010aRCRD> acesso em: 27 jul. 2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 67


USO DA FERRAMENTA GenAlEx PARA FINS DE ANÁLISES DE DIVERSIDADE
GENÉTICA

Ezildo Francisco Felinto Filho1; Matheus Lima Oliveira1; Pâmella Laysa de Moura Cruz1;
Carlos Roberto Silva de Oliveira2; Francismary Barros da Silva2; Viviane Nunes dos
Santos2; Marcos Andrei Custodio da Cunha3; Tiago Lima do Nascimento4; Marilucia Ribeiro
Amorim5; Vitória Ramos Cruz da Silva5.

1
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
2

Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.


Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
3

(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.


4
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira
de Santana, Bahia.
5
Bolsista CnPq – Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Diversidade genética. Genótipos. variabilidade.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
No mundo existe uma enorme quantidade de seres vivos, dentre eles, seres que ainda a
ciência ainda não tem conhecimento. Esses seres variam entre répteis, aves, vegetais, platelmintos,
microrganismos e outros organismos vivos. Como todo e qualquer organismo vivo, são mutáveis e
estão sujeitos a novas recombinações gênicas.
Eventos de cunho evolutivo estão sempre acontecendo, sendo eles de formas naturais ou
induzidas pelo homem. Nos últimos anos vemos corriqueiramente que muitos dos ambientes naturais,
habitat de inúmeros seres vivos e microrganismos, são destruídos para fins diversos. Tal ação faz
com que as espécies nativas daquela região comecem a se extinguir, devido à perda de diversidade
genética (HUPNER, 2022).
Diversidade genética nada mais é do que a variabilidade de alelos e genes presentes em um
determinado grupo, seja ele espécie ou até mesmo uma população (FRANKHAM, et al., 2004),
sendo manifestada através de características fenotípicas e/ou genotípicas apresentadas pelo indivíduo
(FRANKHAM; BRISCOE; BALLOU, 2002). Processos evolutivos estão diretamente relacionados

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 68


com a variabilidade genética, uma vez que essa faz com que as espécies possam se adaptar as diferentes
condições ambientais. Dessa forma, a diminuição do tamanho das populações selvagens, além da
variação demográfica, ambiental, genética ou catástrofes naturais, aumentam exacerbadamente o
risco de extinção (FRANKHAM; BALLOU; BRISCOE, 2010).
Alguns estudos recentes sobre diversidade genética em plantas demonstraram a importância
do conhecimento da diversidade das populações de plantas estudadas (SANTOS, et al. 2021;
FIGUEIRADO, 2019). Estimativas de parâmetros genéticos, como por exemplo, a diversidade
genética populacional tornou-se mais fáceis e precisas graças ao auxílio da bioinformática. O objetivo
desse trabalho foi avaliar a diversidade genética em duas populações a partir da análise de marcadores
moleculares, com o auxílio do programa GenALEx.

METODOLOGIA
Para a produção deste trabalho foi usado dados fictícios para que fosse dada ênfase
principalmente no passo a passo do processo de execução da ferramenta GenAlEx. No início do
processo, se fez necessário o download do programa GenAlEx para produção do gráfico de PCOA,
obtenção de polimorfismo de populações e estimação da diversidade entre as populações e dentro de
cada população.
Inicialmente o programa não estava funcionando, por motivos de reconhecimento da versão
do Excel utilizada no meu computador. Sendo assim, tive que seguir o passo a passo para resolução
do problema dado em aula:

 ATIVAR O PROGRAMA NO EXCEL DO MEU COMPUTADOR


• Arquivos > opções > suplementos > ir > procurar > ok.
Feito esse passo a passo, o GenAlEx funcionou normalmente. A partir daí se deu início a
obtenção dos dados pedidos na atividade.
Inicialmente foi necessário fazer a alteração nos géis dados para a execução do processo e o
ajuste foi feito de forma aleatória, de modo que não ficasse igual aos géis disponibilizados.
Feita essa alteração nos géis e com os dados planilhados, seguiu-se a próxima etapa.
• GenAlEx > Arquivos > Distance-Based > Distance > Genetic, para a obtenção do distanciamento
genético dos dados trabalhados.

Com o distanciamento genético obtido através do passo a passo explicado acima, deu-se
início a etapa para se obter algumas respostas importantes. Qual a população com maior diversidade
genética? Quais os primers com maior e menor polimorfismo? Existe maior diversidade entre ou
dentro das populações? Qual primer com maior número de alelos? Existem alelos exclusivos dentro
das populações?

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 69


RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 1: Tabela de informações acerca da heterozigosidade das populações e AMOVA, respectivamente.

Como resposta da primeira questão feita, sobre qual população possui maior diversidade
genética, na tabela podemos ver que ambas as populações estão com a mesma quantidade de
heterozigotos no “F”, ou seja, quatro em cada população.
Quando falamos de diversidade nas populações, e queremos saber se há maior diversidade
dentro ou entre elas, basta observar onde está o maior percentual, se em ‘Among Pops’ (entre
população) ou ‘Within Pops’ (Dentro da população), nesse caso a maior diversidade se encontra
dentro da população.
Quanto ao grau de polimorfismo dos primers estudados, observa-se os valores de Na e Ne, que
são o número de alelos e o número de alelos efetivos, respectivamente. Quando os valores de Na e
Ne são próximos, significa dizer que na população, existe mais de um alelo atuando.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 70


Quando se quer saber qual o primer com maior número de alelos, é necessário levar em
consideração os valores de Na (número de alelos). Nesse caso, na população 1, apenas o primer SSR5a
se sobressai aos demais primers da população 1. Na população 2, tivemos 3 primers que se mostraram
superiores no fator ‘números de alelos’, foram eles: SSR2a, SSR3a e SSR6a, mostrado na figura
10. Observa-se também que referente ao grau de polimorfismo das populações,
notamos que na população 1, o SSR5a é o que possui maior polimorfismo, pois os valores de Na e
Ne são os maiores em relação aos demais primers. Já na população 2, o mais polimórfico é o SSR2a,
pois possui Na: 4,00 e Ne:3,70, se sobressaindo aos demais da população. Se opondo a esses maiores
graus de polimorfismo, os primers que obtiveram menor grau do mesmo foram os SSR4a com valor
de 1 para Na e Ne, na população 1 e os SSR1a e SSR4a com os mesmos valores para Na e Ne, 2,0 e
1,6, respectivamente.

Figura 3: Primers com maiores valores de Na nas duas populações e Tabela com os alelos exclusivos de cada população,
respectivamente.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 71


Sobre os alelos exclusivos da população 1 e 2, podemos observar que ambas possuem alelos
com exclusividade. Sendo a população 1 apenas 1 alelo e a população 2, 5 alelos exclusivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É de suma importância às pesquisas na área da genética e desenvolvimento de novas ferramentas
que possam vir trazer benefícios para área da genética molecular. Os estudos com diversidade genética
estão cada vez mais aprofundados e são extremamente essenciais, sendo assim, quanto maior os
avanços na bioinformática voltados para a área, mais rápido e seguro serão as informações produzidas
no meio científico.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
FIGUEREDO, Poliana Elias et al. Diversidade genética de mandiocas na região periurbana de Sinop,
Mato Grosso, Brasil. Embrapa Agrossilvipastoril-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2019.

FRANKHAM, R.; BALLOU, J. D.; BRISCOE, D. A. Introduction to Conservation Genetics, Second


edition. 1942p. 2010.

FRANKHAM, Richard; BALLOU, Jonathan D.; BRISCOE, David A. A primer of conservation


genetics. Cambridge University Press, 2004.

FRANKHAM, R.; BRISCOE, D. A. ; DAVID A.; BALLOU, J. D. ; JONATHAN D. Introduction to


conservation genetics. [s.l.] Cambridge University Press, 2002.

HÜPNER, Camila et al. Desenvolvimento de um protocolo para recebimento, manuseio e práticas de


genética molecular com amostras de penas de psitacídeos da espécie Guaruba guarouba para análise
de diversidade genética. 2022.

NUNES DOS SANTOS, Viviane et al. Diversity and genetic structure of Spondias tuberosa
(Anacardiaceae) accessions based on microsatellite loci. Revista de Biología Tropical, v. 69, n. 2, p.
640-648, 2021.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 72


BIOTECNOLOGIA: APLICAÇÕES PARA O MELHORAMENTO DO (Solanum
lycopersicum L.)

Francismary Barros da Silva1; Carlos Roberto Silva de Oliveira1; Viviane Nunes dos Santos1;
Matheus Lima Oliveira2; Pâmella Laysa de Moura Cruz2; Ezildo Francisco Felinto Filho2;
Tiago Lima do Nascimento1; Marcos Andrei Custodio da Cunha2;

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
2

Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.


3
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.
4
Bolsista FACEPE-Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Semiárido, Petrolina,
Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável. Tomate. Prospecção.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
A biotecnologia é o “ramo da tecnologia preocupado com as formas modernas de produção
industrial utilizando organismos vivos, especialmente microrganismos, e seus processos biológicos”
(GUPTA et al., 2017). O termo se aplica a uma ampla variedade de usos dessa tecnologia biológica,
incluindo o desenvolvimento de novas raças de plantas e animais, a criação de drogas terapêuticas
e vacinas preventivas, o cultivo de safras mais nutritivas e naturalmente resistentes a pragas como
fonte de alimento, e a produção de biocombustíveis como fonte alternativa de energia (CARRER;
BARBOSA; RAMIRO, 2010; GUPTA et al., 2017; MALAJOVICH, 2016).
A ideia básica da biotecnologia existe desde os tempos pré-históricos (MALAJOVICH,
2016), quando os primeiros humanos aprenderam que podiam plantar suas próprias safras e criar seus
próprios animais, e perceberam que podiam criar plantas e gado de maneira seletiva, eles estavam
praticando a biotecnologia (KLAP et al., 2017; MALAJOVICH, 2016). Foi em 1919 que o termo
atual, “Biotecnologia”, foi criado por Karl Ereky, um engenheiro húngaro (KLAP et al., 2017).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 73


Nesta revisão iremos abordar a biotecnologia voltada para cultura do tomateiro, como
instrumento para desenvolver novos cultivares, incorporada à rotina do melhoramento genético
para atingir a redução do tempo para obtenção de novos cultivares com maior precisão e expandir o
conjunto gênico disponível para os programas de melhoramento (BORÉM, 2013; MALAJOVICH,
2016).

METODOLOGIA
O presente trabalho é uma revisão bibliográfica acerca do tema biotecnologia: avanços,
estratégias e aplicações para o melhoramento do tomateiro. Essa foi confeccionada por meio da
consulta em trabalhos nas plataformas indexadoras de artigos e outros trabalhos científicos Google
Acadêmico, Portal de Periódicos da Capes e SciElO indexados com alto fator de impacto. Os trabalhos
foram selecionados de acordo com as palavras “melhoramento genético”, “biotecnologia”, “Solanum
lycopersicum L” sendo realizadas as pesquisas tanto em português quanto em inglês. Após leitura
crítica foram escolhidos os trabalhos que se encararam no eixo abordado no trabalho, fazendo com
que se obtivessem um maior número de estudos para um maior embasamento científico da revisão.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O tomateiro (Solanum lycopersicum L.) é uma solanácea bastante cultivada pelo mundo, com
quase 160 milhões de toneladas produzidas em 2016 (FAO, 2016). O Brasil possui a terceira
maior área plantada dentre as hortaliças cultivadas (MADEIRA et al., 2019). Assim o cultivo do
tomate apresenta uma grande importância socioeconômica devido ao seu valor nutricional e produtos
industriais derivados, além de excelente aceitação por parte do público consumidor (MADEIRA et
al., 2019; SALAVA et al., 2021).
É uma cultura com ciclo relativamente curto e possui altos rendimentos, é bastante exigente
nos tratos culturais devido ao grande número de pragas e doenças que ocorrem durante seu ciclo
produtivo. Os dois sistemas de cultivo predominantes para o tomateiro são aqueles conduzidos
estaqueados e os rasteiros (MACHADO, 2013).
Na década de 1930 teve início no Brasil o cultivo de tomate de mesa em escala comercial por
imigrantes japoneses e europeus, que cultivavam variedades estrangeiras importadas. No início da
década de 1940, surgiu no do Rio de Janeiro o primeiro grupo varietal de tomate de mesa genuinamente
brasileiro denominado “Santa Cruz”. Esse novo tipo de tomate provocou uma verdadeira revolução
no panorama varietal no país devido a sua adaptação as condições de cultivo e pela qualidade dos
frutos.
Após esse período, as seleções dentro do grupo ‘Santa Cruz’ assumiram a liderança do
segmento de tomate para mesa em todo o país, permanecendo nessa posição por mais de 50 anos
(PEREIRA-CARVALHO et al., 2014). Somente na década de 90 os produtores iniciaram o cultivo de
híbridos provenientes de um processo de seleção para maior firmeza do pericarpo dos frutos chamados
de “tomates longa vida” (PADILHA, 2019).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 74


Com objetivo de ampliar a variabilidade genética dentro dos programas de melhoramento,
são utilizados cruzamentos entre parentais que tenham características desejáveis contrastantes, com
posterior seleção individual de recombinantes superiores visando a maximização das características.
A utilização de marcadores moleculares viabiliza a identificação de diferentes constituições gênicas
dentro de grupos de acessos, facilitando a escolha de genitores que maximizem a variabilidade
genética (PADILHA, 2019).
A biotecnologia aplicada ao melhoramento genético, proporciona o uso de diferentes
espécies do gênero Solanum e técnicas biotecnológicas de modificação de genes em programas de
melhoramento de tomateiro. No qual SALAVA et al., (2021) destaca que muitas características, como
resistência a doenças, tolerância ao estresse abiótico, rendimento, qualidade e aspectos nutricionais
do tomate foram modificadas ao longo dos últimos 25 anos baseadas em diferentes técnicas. Essas
características são muito importantes no avanço dos programas de melhoramento no Brasil e no
mundo (PEREIRA-CARVALHO et al., 2014).
É importante saber que a base da biotecnologia foi desenvolvida após a descoberta da estrutura
do DNA no início dos anos 1950 (GUPTA et al., 2017). Mas a divisão entre a Biotecnologia Clássica
e a Biotecnologia Moderna é uma série de experiências realizadas por H. Boyer e S. Cohen que
culmina em 1973 com a transferência de um gene de sapo a uma bactéria. A partir desse momento
foi possível mudar o programa genético de um organismo transferindo-lhe genes de outra espécie
(MALAJOVICH, 2016).
Com o avanço nas tecnologias de sequenciamento de alto rendimento, os genomas do
tomate foram totalmente sequenciados, incluindo várias espécies de tomate selvagem e variedades
tradicionais (FERNANDEZ-POZO et al., 2015; TOMATO GENOME CONSORTIUM et al., 2012).
Recentemente análises multi-omic de frutos de tomate baseados em um conjunto de dados de
genomas, transcriptomas e metabolomas de centenas de genótipos de tomate com objetivo de avaliar
as mudanças metaboloma do tomate proporcionadas pelo melhoramento genético (ZHU et al., 2018) e
pan-genoma de tomate construído a partir de sequências genômicas de 725 acessos filogeneticamente
e geograficamente representativos (GAO et al., 2019).
As informações sobre sequências genômicas de cultivares de tomate selvagem e outros
acessos de tomate estão disponíveis na Sol Genomics Network (SGN, http://solgenomics.net) um
portal da web com dados genômicos e fenotípicos e ferramentas de análise para a família Solanaceae e
parentes próximos. SGN hospeda dados do genoma completo para um número crescente de membros
da família Solanaceae, incluindo tomate, batata, pimenta, berinjela, tabaco e Nicotiana benthamiana
(FERNANDEZ-POZO et al., 2015).
Além de muitos genes candidatos que conferem tolerância a estresses abióticos, como calor,
frio, seca e estresse salino, foram manipulados com sucesso por modificação de genes e técnicas
de edição, como interferência de RNA, mutagênese de inserção, e repetições palindrômicas curtas
regularmente interespaçadas (CRISPR / Cas9) (SALAVA et al., 2021).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 75


Essas ferramentas têm sido utilizadas de forma eficiente para a descoberta de características e
para a geração de plantas com alta produtividade agrícola e resistência a estresses bióticos e abióticos
(HOLDEN, 1999; MOHANTA et al., 2017). Desde a aprovação e comercialização nos Estados
Unidos do tomate FLAVR SAVR (BRUENING; LYONS, 2000), o número de espécies de plantas
com características GM aprovadas em todo o mundo aumentou significativamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como resultado do melhoramento seletivo, grande parte da diversidade genética do tomateiro
é perdida nas cultivares domésticas modernas. Isso pode ser restaurado pela introgressão de
características específicas nas cultivares domesticadas, mas como esse processo é bastante trabalhoso,
se faz necessário o uso de diferentes técnicas da biotecnologia para restaurar as características
genéticas perdidas nas atuais cultivares de tomate. Portanto novas variedades de vegetais com alto
rendimento e tolerância ao estresse devem ser desenvolvidas para lidar com a escassez de alimentos
para a população super explorada sob um clima em constante mudança. E para isso ao longo do
tempo, os humanos desenvolveram com sucesso culturas com características novas ou aprimoradas,
transferindo variações genéticas desejáveis ​​por meio deferentes técnicas de reprodução. No tomate,
as ferramentas de biotecnológicas são aplicadas para aumentar o valor nutricional, rendimento e
tolerância a estresses bióticos e abióticos.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
FAO. The state of food and agriculture, 2016. 2016. ISSN 0038-075X.v. 59 Disponível em: https://
doi.org/10.1097/00010694-196510000-00017.

FERNANDEZ-POZO, Noe et al. The Sol Genomics Network (SGN)-from genotype to phenotype to
breeding. Nucleic Acids Research, v. 43, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1093/nar/gku1195.

GAO, Lei et al. The tomato pan-genome uncovers new genes and a rare allele regulating fruit flavor.
Nature Genetics, v. 51, n. 6, p. 1044–1051, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41588-
019-0410-2.

GODWIN, Ian D. et al. Technological perspectives for plant breeding. Theoretical and Applied
Genetics, v. 132, n. 3, p. 555–557, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00122-019-03321-
4.

GOODWIN, Sara; MCPHERSON, John D.; MCCOMBIE, W. Richard. Coming of age: ten years of
next-generation sequencing technologies. Nature Reviews Genetics, v. 17, n. 6, p. 333–351, 2016.
Disponível em: https://doi.org/10.1038/nrg.2016.49

SALAVA, Hymavathi et al. Molecular Sciences Application of Genome Editing in Tomato Breeding:
Mechanisms, Advances, and Prospects, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ijms22020682.

THUDI, Mahendar et al. Genomic resources in plant breeding for sustainable agriculture.

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Journal of Plant Physiology, v. 257, p. 153351, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.
jplph.2020.153351.

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BIOTECNOLOGIA: APLICAÇÕES PARA O MELHORAMENTO VEGETAL

Francismary Barros da Silva1; Carlos Roberto Silva de Oliveira1; Viviane Nunes dos Santos1;
Matheus Lima Oliveira2; Pâmella Laysa de Moura Cruz2; Ezildo Francisco Felinto Filho2;
Marcos Andrei Custodio da Cunha3; Marilucia Ribeiro Amorim4; Vitória Ramos Cruz da
Silva4. Tiago Lima do Nascimento5

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
2

Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.


3
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.
4
Bolsista CnPq – Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina, Pernambuco
5
Bolsista FACEPE-Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Semiárido, Petrolina,
Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável. Manipulação de DNA. Prospecção.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
A biotecnologias aplicadas ao melhoramento vegetal se referem não apenas à modificação
genética usando técnicas de biologia molecular, mas também a um vasto número de outras técnicas
desenvolvidas para o melhoramento através da aplicação de avanços científicos provenientes
de disciplinas como ciência da computação, biologia vegetal, estatística, automação, robótica e
inteligência artificial sendo assim um campo muito amplo iremos abordar algumas das principais
técnicas aplicadas na agricultura.
Nesta revisão iremos abordar a biotecnologia voltada para agricultura, como instrumento para
desenvolver novos cultivares, incorporada à rotina do melhoramento genético para atingir a redução
do tempo para obtenção de novos cultivares com maior precisão e expandir o conjunto gênico
disponível para os programas de melhoramento.

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METODOLOGIA

O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre recursos genéticos e avanços
do melhoramento genético vegetal. A coleta de dados foi baseada em consultas de artigos, livros
e comunicados técnicos. As expressões de busca utilizadas foram: “melhoramento genético”,
“biotecnologia”, sendo realizadas as pesquisas tanto em português quanto em inglês. Após leitura
crítica foram escolhidos os trabalhos que se encararam no eixo abordado no trabalho, fazendo com
que se obtivessem um maior número de estudos para um maior embasamento científico da revisão.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Recursos genéticos
Com objetivo de ampliar a variabilidade genética dentro dos programas de melhoramento,
são utilizados cruzamentos entre parentais que tenham características desejáveis contrastantes, com
posterior seleção individual de recombinantes superiores visando a maximização das características
(PADILHA, 2019).
À medida que o melhoramento foi se aperfeiçoando, características de precocidade, alta
produtividade, resistência às pragas, às doenças e adaptação ao ambiente tropical e subtropical foram
sendo cada vez mais difíceis de serem melhoradas (MACHADO, 2013). Entretanto desde que a base
da biotecnologia foi desenvolvida após a descoberta da estrutura do DNA no início dos anos 1950
(GUPTA et al., 2017). Desde a década de 1970, usando as técnicas de processamento de genes e
DNA recombinante, os cientistas foram capazes de combinar os elementos genéticos de dois ou mais
organismos (MALAJOVICH, 2016). Os organismos resultantes por meio do uso de tecnologia de
rDNA (DNA recombinante) são comumente chamados de Organismos Geneticamente Modificados
(OGM) (HOLDEN, 1999). A tecnologia (OGM) e o melhoramento, gerou produtos que ajudam a
agricultura a alcançar maiores rendimentos de maneira mais sustentável (HOLDEN, 1999).
Entretanto existe uma preocupação do público em geral sobre as culturas transgênicas
relacionada à mistura de materiais genéticos entre espécies que não podem se hibridizar por meios
naturais. Para atender a essa preocupação, os dois conceitos de transformação cisgênese e intragênese
foram desenvolvidos como alternativas à transgênese. O cisgênese envolve a modificação genética
usando uma cópia completa de genes naturais com seus elementos reguladores que pertencem
exclusivamente a plantas sexualmente compatíveis, a intragênese se refere à transferência de novas
combinações de genes e sequências regulatórias pertencentes a essa espécie particular (ESPINOZA
et al., 2013).
Em junho de 2021, um total de 44 países concederam aprovações regulamentares para 32
culturas GM e 530 eventos GM, cobrindo 44 características comerciais GM para uso em alimentos,
rações e / ou para cultivo. É importante ressaltar que do total de registros mundiais de eventos GM 111
são do Brasil em 6 culturas diferentes Feijão - Phaseolus vulgaris (1 Evento), Algodão - Gossypium
hirsutum L (23 Eventos), Eucalyptus - Eucalyptus sp (1 evento), Milho - Zea mays L (64 Eventos),

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 79


Soja - Glycine max L (19 Eventos) e Cana-de-açúcar - Saccharum sp (3 eventos) (Banco de dados de
aprovação de GM do ISAAA, https://www.isaaa.org/gmapprovaldatabase/default.asp).
A área global total usada para culturas transgênicas biotecnológicas GM em 2018 atingiu a
marca expressiva de 191,7 milhões de hectares em 26 países. As três principais culturas implantadas
no Brasil foram soja, milho e algodão biotecnológicos (PROMISES, 2018). Os traços do GM são
numerosos e requerem regulamentação específica que dependem de cada país (HOLME; WENDT;
HOLM, 2013; SALAVA et al., 2021; THUDI et al., 2021).
No Brasil, a regulamentação em biotecnologia está centrada na lei nº 11.105 (Lei de
Biossegurança), aprovada em 24 de março de 2005, que regulamentou todos os aspectos do uso
de organismos geneticamente modificados (OGM) no Brasil, incluindo pesquisa em contenção,
experimentação em campo, transporte, importação, produção, armazenamento e comercialização
(BRASIL, 2005).
Atualmente as ferramentas de edição de genoma têm o potencial de alterar a arquitetura
genômica de um genoma em locais precisos, com a precisão desejada (MOHANTA et al., 2017).
Entretanto devido à arquitetura genômica complexa, é um desafio editar todos os genes / genomas
usando uma ferramenta de edição de genoma específica (MOHANTA et al., 2017). Algumas das
principais ferramentas de edição de genoma usadas para editar genomas de plantas são: recombinação
homóloga (HR), nucleases de dedo de zinco (ZFNs), nucleases efetoras semelhantes a ativadores de
transcrição (TALENs), proteínas de repetição de pentatricopeptídeos (PPRs), o sistema CRISPR /
Cas9, Interferência de RNA (RNAi), cisgênese, e intragênese (MOHANTA et al., 2017).
O RNA interferente (RNAi), um mecanismo natural explorado por uma ampla gama de
organismos, como protozoários, fungos, animais e plantas agrícolas, como uma resposta de defesa a
patógenos como vírus que proporciona o controle pós-transcricional da expressão pelo silenciamento
de RNA (SALAVA et al., 2021). O silenciamento do gene ocorre de duas maneiras - silenciamento
do gene transcricional (TGS) e silenciamento do gene pós-transcricional (PTGS). O TGS reprime
o mRNA através da metilação do promotor, enquanto no PTGS, o dsRNA induz a degradação do
mRNA (SALAVA et al., 2021; WATERHOUSE; GRAHAM; WANG, 1998).
Ao contrário das (ZFNs) e (TALENs), (CRISPR/Cas9) tornou a edição do genoma muito
fácil de executar, e eficaz para gerar mutantes por nocaute (MOHANTA et al., 2017), pois requer
gRNA de 18–20 bp, enquanto ZFNs e TALENs precisam projetar nucleases específicas, exemplo a
endonuclease Fok I, que forma um dímero para melhor especificidade para se ligar ao DNA alvo. A
concepção do Fok ativo I nucleases é tedioso e muito caro (SALAVA et al., 2021).
O rápido desenvolvimento e integração de edição de genes com base em CRISPR)/Cas, com
proteínas associadas na edição gênica criou um caminho alternativo para o melhoramento das culturas
e tem o potencial de aumentar a velocidade e precisão em programas de melhoramento de plantas
(LYZENGA; POZNIAK; KAGALE, 2021). CRISPR-Cas 9 é uma tecnologia desenvolvida por duas
mulheres cientistas, Emmanuelle Charpentier, da França, e Jennifer Doudna, dos EUA, que ganharam
Prêmio Nobel de Química em 2020.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A biotecnologia contribuiu para diversos estudo teóricos práticos na agricultura o que facilitou
o desenvolvimento de novas cultivares. A biotecnologia como ciência diversa tem uso e aplicações
em diversas áreas do conhecimento e diferentes finalidades e contribui muito para o manejo e estudo
de culturas agrícolas no mundo inteiro.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Nº 11.105, de 24 de março de 2005. Diário Oficial da União, 28 de março, de 2005. p.
1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm

ESPINOZA, C. et al. Cisgenesis and intragenesis: New tools for improving crops. Biological Research,
v. 46, n. 4, p. 323–331, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.4067/S0716-97602013000400003.

MALAJOVICH, Maria Antonia. MARIA ANTONIA MALAJOVICH BIOTECNOLOGIA


Segunda Edição (2016), 2016.

PADILHA, A. A. Controle genético do teor de sólidos solúveis e do sabor em tomate. Dissertação de


mestrado. Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa, 2019. 79 f.

PROMISES, beyond. Facts about Biotech / GM Crops in 2016, 2018.

SALAVA, Hymavathi et al. Molecular Sciences Application of Genome Editing in Tomato Breeding:
Mechanisms, Advances, and Prospects, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ijms22020682.

THUDI, Mahendar et al. Genomic resources in plant breeding for sustainable agriculture.
Journal of Plant Physiology, v. 257, p. 153351, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.
jplph.2020.153351.

WATERHOUSE, Peter M.; GRAHAM, Michael W.; WANG, M.-B. Virus resistance and gene silencing
in plants can be induced by simultaneous expression of sense and antisense RNA. Proceedings of
the National Academy of Sciences, v. 95, n. 23, p. 13959–13964, 1998. Disponível em: https://doi.
org/10.1073/pnas.95.23.13959.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 81


COMPARATIVO ENTRE DOIS MÉTODOS DE REVELEÇÃO DE GÉIS DE
POLIACRILAMIDA

Tiago Lima do Nascimento1; Marcos Andrei Custodio da Cunha2; Ezildo Francisco Felinto
Filho3; Viviane Nunes da Silva4; Francismary Barros da Silva4; Matheus Lima Oliveira3;
Carlos Roberto Silva de Oliveira4; Pâmella Laysa de Moura Cruz3

1
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Bolsista FACEPE/Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária do Semiárido, Petrolina, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.
3
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
4
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Rapidez de resultados. Nitidez.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
Com os avanços no melhoramento genético de plantas, as estratégias e as tecnologias
empregadas para o melhor aproveitamento dos recursos genéticos disponíveis também têm sido
criadas, aprimoradas e otimizadas. Após a técnica da hibridação, outro marco no melhoramento
genético das espécies foi o surgimento da biologia molecular, onde os estudos são realizados a nível
de DNA, apresentando como grande vantagem a ausência da interferência do ambiente nos resultados
(BORÉM e CAIXETA, 2016). Por se tratar de uma estratégia que utiliza o DNA dos indivíduos,
marcadores foram desenvolvidos para acessar diretamente as informações contidas nessa molécula.
Inicialmente foram elaborados marcadores enzimáticos, em seguida os RFLP, e os mais utilizados
que se baseiam em PCR, os microssatélites do tipo ISSR e SSR, e atualmente os SNPs (BORÉM
e CAIXETA, 2016). Porém, a utilização de cada um desses marcadores depende do tipo de estudo,
objetivo, tempo para obtenção dos resultados entre outros fatores.
Alguns desses marcadores apresentam certa facilidade durante a observação dos fragmentos
amplificados, como é o caso dos ISSR que são visualizados em géis de agarose, e o preparo da
malha para a corrida dos amplicons é de forma rápida e prática. Enquanto, o preparo da malha para
corrida dos marcadores do tipo SSR é mais laborioso, bem como a revelação do gel, pois necessita
passar por algumas soluções antes de conseguir visualizá-los, resultando em maior investimento de

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 82


tempo e mão de obra para revelação. Contudo, dentro dos métodos utilizados para revelação dos géis
de poliacrilamida, é possível otimizar o tempo destinado para revelação sem que ocorra perda da
qualidade na nitidez dos fragmentos amplificados.
Diante disso, esse trabalho apresenta como objetivo comparar dois métodos de revelação
utilizados em géis de poliacrilamida. Os resultados aqui apresentados podem ser utilizados como base
para a escolha do melhor método, levando em consideração a estrutura do laboratório, bem como a
disponibilidade de reagentes e de recursos.

METODOLOGIA
Esse trabalho consiste no comparativo entre duas estratégias de coloração em géis de
poliacrilamida, geralmente utilizado em corridas de marcadores moleculares do tipo Simple Sequence
Repeats (SSR). A metodologia aqui utilizada será a de comparação entre os dois métodos de coloração,
o protocolo de Creste et al. (2001), a partir de agora denominado de método 1, e o protocolo de
Benbouza et al. (2006), a partir de agora denominado de método 2, sendo as figuras apresentadas
oriundas de arquivos pessoais e os métodos da literatura.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
O método 1 apresenta cinco soluções por onde os géis precisam passar até ser possível observar
o resultado das amplificações. As soluções do método 1 são: 1- Fixadora I, 2- Fixadora II, 3- Fixadora
III, 4- Reveladora, e 5- Stop, durante os tempos de 10, 5, 20, 5 e 5 minutos, respectivamente, além
de 2 minutos adicionais para lavagem da placa em água destilada, antes de cada emersão da placa na
próxima solução, totalizando 53 minutos para revelação de um gel. Todas as soluções são diluídas
e os reagentes dissolvidos em água destilada, a primeira é formada por: etanol e ácido acético; a
segunda por: ácido nítrico; a terceira: nitrato de prata; a quarta por: carbonato de sódio e formaldeído;
e a quinta por: ácido acético. Após o preparo das soluções, algumas podem ser reutilizadas por um
número máximo de vezes (soluções: 1 por 3 vezes; 2 por 5 vezes; 3 por 3 vezes; e a 5 por 5 vezes),
enquanto a reveladora é descartada, imediatamente, após o uso.
O método 2 utiliza quatro soluções para revelação dos géis, sendo elas: 1- Fixadora I, 2-
Impregnação, 3- Reveladora, e 4- Stop, durante os tempos de 5, 6, 2 e 2 minutos, respectivamente,
além de 10 segundos adicionais para lavagem da placa em água destilada, antes da sua emersão na
solução reveladora, totalizando 15 minutos e 10 segundos para a revelação de um gel. Nesse método
as soluções também são diluídas e os reagentes dissolvidos em água destilada, a primeira formada
por: etanol e ácido acético; a segunda por: nitrato de prata e formaldeído; a terceira: formaldeído e
hidróxido de sódio; e a quarta por: álcool etílico e ácido acético. Todas as soluções desse método
podem ser reutilizadas por um número máximo de vezes (soluções: 1 por 5 vezes; 2 por 7 vezes; 3
por 5 vezes; e a 4 por 7 vezes).

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Evidenciando que a segunda estratégia é mais econômica, além de gerar menor quantidade
de resíduo, uma vez que o número de reutilizações das soluções é maior que as do método 1. Bem
com o tempo desprendido para a revelação dos géis, com o tempo do método 1 para revelar um gel,
no método 2 é possível revelar 3 géis. Em ambos os métodos, ao adicionar sal de cozinha a solução
contendo o nitrato de prata (agente contaminante) decanta, podendo o sobrenadante ser descartado
na pia.
A qualidade das revelações com uso do método 1 ou 2 não comprometem a visualização dos
fragmentos amplificados (Figura 1). Isso demonstra que o método a ser utilizado no laboratório pode
ser determinado com base em outros fatores, a exemplo da infraestrutura, mão de obra para execução
das etapas, uma vez que são manuais, disponibilidade de reagentes, rotina do laboratório, bem como de
recursos para reposição dos insumos utilizados para a revelação. Porém, na literatura observasse que
a grande maioria dos trabalhos realizado com géis de poliacrilamida utilizam o método de coloração
1, esse comportamento pode estar associado a baixa difusão do método 2.

Figura 1. Géis de poliacrilamida corados utilizando o método 1 (a, b), e géis corados utilizando o método 2
(c, d)

Quando o resultado das amplificações por si só não apresenta visualizações satisfatórias, uma
vez registrada as fotos dos géis, essas podem ter sua qualidade melhorada em softwares de edição.
Sendo possível realizar alterações na luminosidade, contraste e até mesmo emprego de filtros. Todas
as estratégias citadas não colocam em risco os resultados, bem como não comprometem a visualização
dos fragmentos, mantendo assim a confiabilidade e autenticidade dos resultados obtidos (Figura 2).

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Figura 2. Registro de géis de poliacrilamida alterados em softwares de edição buscando melhorar a
visualização dos fragmentos, utilizando o método 1 (a, b), e utilizando o método 2 (c, d).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As duas metodologias empregadas na coloração de géis de poliacrilamida, em questão de
nitidez, não comprometem a visualização dos fragmentos amplificados. O método 2 é o mais vantajoso
pois possibilita maior aproveitamento das soluções reveladoras, redução de custo e menor tempo de
revelação.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BENBOUZA, H.; JACQUEMIN, J. M.; BAUDOIN, J. P.; MERGE, G. Optimization of
a reliable, fast, cheap and sensitive silver staining method to detect SSR markers in
polyacrylamide gels. Biotechnology, Agronomy and Society and Environment, v. 10,
n. 2, p. 77 – 81, 2006.

CAIXETA, E. T.; OLIVEIRA, A. C. B.; BRITO, G. G. de.; SAKIYAMA, N. S. TIPOS DE


MARCADORES MOLECULARES. In: BORÉM, A.; CAIXETA, E. (Ed.). Marcadores Moleculares.
Viçosa: UFV, 2016. p. 09-93.

CRESTE, S.; TULMANN NET, A.; FIGUEIRA, A. Detection of single sequence repeat polymorphism
in denaturing polyacrylamide sequencing gels by silver staining. Plant Moleculary Biology Reporter,
v. 19, p. 299-306, 2001.

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ANÁLISE COMPARATIVA DOS GENES MATK E RBCL DE ESPÉCIES DOS GÊNEROS
Arachis E Stylosanthes

Viviane Nunes dos Santos1; Carlos Roberto Silva de Oliveira1; Francismary Barros da Silva1;
Ezildo Francisco Felinto Filho2; Matheus Lima Oliveira2; Pâmella Laysa de Moura Cruz2;
Tiago Lima do Nascimento3; Marcos Andrei Custodio da Cunha4

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),
Feira de Santana, Bahia.
4
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Filogenia. Evolução. Fabaceae.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
A família Fabaceae é uma das maiores famílias dentro do grupo das angiospermas,
compreendendo cerca de 770 gêneros, e 19.500 espécies (LEWIS, et al., 2005). Apresenta uma
expressiva importância econômica devido aos diversos usos, destacando-se como fonte de alimento,
material forrageiro, fonte de compostos secundários como resinas, óleos e taninos, além de corantes
e vernizes (LEWIS et al. 2005; LPWG 2017). Dentre os gêneros que compõe esta família, o Arachis
e Stylosanthes são bem difundidos e apresentam em comum o fato de serem uma importante fonte de
material forrageiro utilizado na alimentação animal, devido ao seu conteúdo proteico.
As análises de filogenia podem ser realizadas com base nas sequências gênicas dos genomas e
utilizadas para avaliar as relações filogenéticas entre as espécies, quando associadas aos modelos de
evolução, tendem a gerar padrões filogenéticos que explicam as variações observadas em características
fenotípicas (DINIZ-FILHO, 2001; FRECKLETON, et al. 2002). Em um estudo filogenético
utilizando genomas cloroplastidiais de P. pubescens, Freitas (2021) conseguiu estabelecer as relações
filogenéticas desta espécie com outras da mesma família, além de estimar a proximidade evolutiva
entre os gêneros, utilizando sequênicas genômicas disponíveis em bancos de dados. Diante disso, o
objetivo deste estudo foi realizar uma análise comparativa dos genes matk e rbcl em 15 espécies de
Arachis sp. e Stylosanthes sp. visando compreender a relação evolutiva entre os dois gêneros.

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METODOLOGIA
Levantamento das sequencias dos genes matk e rbcl
Sequencias plastidiais dos genes matk e rbcl foram buscadas para a espécie Arachis hypogaea
no banco de dados NCBI “National Center for Biotechnology Information”. As sequencias da região
codificante (CDS), foram usadas como sondas para realizar um alinhamento BLASTn para comparar
com mais 14 sequencias de outras espécies dos gêneros Arachis e Stylosanthes (Arachis correntina,
A. hoehnei, A. villosa, A. paraguariensis, A. duranensis, A. diogoi, A. batizocoi, A. stenosperma, A.
monticola, A. ipaensis, A. helodes, A. cardenasii, Stylosanthes hamata e S. scabra).

Alinhamento das sequencias


O alinhamento das sequencias do matk e rbcl, foi realizada utilizando a ferramenta Clustal
W, no programa MEGA 10 (KUMAR et al., 2018), para gerar as arvores filogenéticas. As arvores
filogenéticas foram construídas pelo método da Máxima verossimilhança, com o modelo de
substituição GTR “General Time Reversible Model” e um bootstrap de 50 replicatas.

Concatenação dos genes matk e rbcl


A concatenação dos genes matk e rbcl, foi realizada no software MEGA X (Kumar et al.,
2018). A matriz concatenada dos genes de cloroplastos foi usada para análise filogenética, realizada
no programa MEGA X (KUMAR et al., 2018). A árvore filogenética foi construída pelo método
de máxima verossimilhança com base no modelo de substituição GTR “General Time Reversible
Model” e um bootstrap de 50 replicatas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise no software mega 10 comparou as sequencias dos genes matk e rbcl nas 13 espécies
do gênero Arachis e das duas espécies de Stylosanthes, onde foi possível observar que ambos os
genes estavam na mesma posição. No alinhamento não foram identificados inversões.
As sequências montadas permitiram construir a topologia das arvores, de modo que é possível
observar um padrão que separaram os gêneros Arachis e Stylosanthes. As árvores filogenéticas
(Figuras 1 e 2) demonstraram que as relações filogenéticas indicam que as espécies do gênero
Arachis são muito próximas evolutivamente, isso explica a dificuldade de uma correta interpretação
taxonômica das espécies de Arachis. As espécies do gênero Stylosanthes ficaram em outro grupo,
essa separação se deve ao fato de serem gêneros diferentes, no entanto, Freitas (2021), comparando
o genoma cloroplastidial de espécies da família Fabaceae, observou que a Arachis hyopogaea e
Stylosanthes hamata são muito próximas evolutivamente quando analisadas com um maior número
de espécies da família.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 87


Figura 1. Árvore filogenética construída a partir da comparação dos genes rbcl com o método de máxima
verossimilhança, com 50 replicatas para suporte bootstrap.

Figura 2. Árvore filogenética construída a partir da comparação dos genes matk com o método de máxima
verossimilhança, com 50 replicatas para suporte bootstrap.

Na concatenação das sequencias para os genes rbcl e matk foi possível observar o mesmo
padrão de agrupamento, com dois ramos principais, separando as espécies de Arachis e Stylosanthes.

Figura 3. Árvore filogenética construída a partir da concatenação dos genes matk e rbcl pelo método de máxima
verossimilhança, com 50 replicatas para suporte bootstrap.

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CONCLUSÃO
As relações evolutivas das espécies do gênero Arachis e Stylosanthes comparadas através dos
genes rbcl e matk, mostram uma separação pequena da distância evolutiva entre os dois gêneros.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
DINIZ-FILHO, J. A. F. Phylogenetic autocorrelation under distintc evolutionary process. Evolution,
v. 55, p. 1104-1109. 2001.

FREITAS, J. B. P. B. et al. Análise comparativa de sequências completas de genomas de cloroplasto


de Pterodon emarginatus e Pterodon pubescens (Leguminosae). Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Goiás. Goiânia, p. 36. 2021.

FRECKLETON, R. P.; HARVEY, P. H. & PAGEL, M. Phylogenetic dependence and ecological data:
a test and a review of evidence. The American Naturalist, v.160, p. 712-726. 2002.

KUMAR, S. et al. MEGA X: Molecular evolutionary genetics analysis across computing platforms.
Molecular Biology and Evolution, v. 35, n. 6, p. 1547–1549, 1 jun. 2018.

LEWIS, G.P., SCHRIRE, B.D., MACKINDER, B.A. & LOCK, M. Legumes of the world. The Royal
Botanic Gardens, Kew. 2005.

LPWG (The Legume Phylogeny Working Group). A new subfamily classification of the Leguminosae
based on a taxonomically comprehensive phylogeny. Taxon, v. 66, p. 44– 77. 2017.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 89


SELEÇÃO DE PLANTAS RESISTENTES A DOENÇAS ASSISTIDAS POR
MARCADORES MOLECULARES

Viviane Nunes dos Santos¹; Carlos Roberto Silva de Oliveira1; Francismary Barros da Silva1;
Alessandro Gomes da Silva²; Ezildo Francisco Felinto Filho2; Pâmella Laysa de Moura Cruz2;
Matheus Lima Oliveira2; Tiago Lima do Nascimento3; Marcos Andrei Custodio da Cunha4

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),
Feira de Santana, Bahia.
4
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: SAM. Resistência. Melhoramento de plantas.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia

INTRODUÇÃO
Os marcadores moleculares são importantes ferramentas utilizadas em programas de
melhoramento genético de plantas, por apresentarem técnicas simples, rápidas e viabilizarem a
caracterização genética de grandes números de genótipos, além de não sofrerem influência do
ambiente (BERED, 1997). São baseados na detecção e polimorfismo do DNA, fornecendo um
número praticamente ilimitado de informações distribuídas aleatoriamente ao longo do genoma
(TUCRCHETTO- ZOLLET, et al., 2017).
Atualmente existe uma ampla gama de marcadores moleculares, como os baseados em
isoenzimas, PCR (Reação em cadeia de polimerase), marcadores baseados em genômica funcional
e SNP (Single Nucleotide Polymorphism). Suas aplicações dependem muito do objetivo do estudo,
sendo utilizados em estudos de diversidade genética, paternidade, frequência gênica, filogenética,
mapeamento genético, dentre outras aplicações (FALEIRO, 2007; AMABILE et al., 2018).
Em estudos que visam a seleção de cultivares produtoras que detenham de boas características
agronômicas, incluindo genótipos resistentes a doenças, os programas de melhoramento genético
têm utilizado como recurso, o uso de marcadores moleculares (TAR’AN et al., 2002). Os marcadores
genéticos são empregados para marcar alelos cuja expressão seja de difícil identificação. Assim, os
alelos de interesse podem ser selecionados de forma indireta, através do marcador (RAMALHO et

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 90


al., 2012).
As abordagens da seleção assistida por marcadores tornam-se mais rápidas e econômicas a
partir de inovações tecnológicas de sequenciamento de DNA. Avanços tecnológicos colaboram para
que os marcadores moleculares sejam bastante utilizados no processo de melhoramento, com o intuito
de acelerá-lo e melhorar sua exatidão (FRANCIA et al., 2005; CROUCH, 2008; RASMUSSEN;
PARSONS; JONES, 2012; XU; BOOPATHI, 2013). Neste contexto, esta revisão aborda o uso dos
marcadores moleculares e sua contribuição para a seleção assistida de genótipos resistentes a doenças
em plantas.

METODOLOGIA
Esse trabalho consiste em uma revisão de bibliográfica sobre o uso dos marcadores moleculares
e sua aplicação em trabalhos que visam a seleção assistida de genótipos resistentes a doenças. A
confecção desta, foi realizada baseada em consultas a livros, artigos e comunicados técnicos. Foram
utilizadas as bases de dados Google Acadêmico e Periódicos Capes. A base literária foi selecionada
a partir da busca pelas palavras “marcadores moleculares”, “plantas”, “doenças” e “SAM”, de forma
isolada ou combinada, pesquisadas tanto no idioma português, como inglês.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O avanço das técnicas da biologia molecular permitiram ao melhoramento genético de plantas
a adoção dos marcadores moleculares, que devido as suas diversas aplicações, contribuíram com
um salto positivo na identificação de genótipos superiores, resultando em significativos ganhos
agronômicos, bem como o desenvolvimento de cultivares resistentes a doenças. A utilização dos
marcadores moleculares tem sido amplamente reportada nos estudos de identificação de genes de
resistência (Tabela 1). A maior contribuição se deve ao fato de estarem ligados aos alelos de resistência,
são ferramentas uteis e eficazes na identificação de genótipos resistentes a doenças, através da seleção
assistida por marcadores (FALEIRO, et al., 2003).

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Tabela 1. Marcadores moleculares utilizados em culturas, para a identificação de locos de resistência a
doenças.

Marcador Cultura Identificação de gene de resistência Referência


RAPD Feijão Antracnose e mancha angular Faleiro, et al., 2003
SCAR Feijão Antracnose Beraldo, et al., 2009
Manga Fusarium subglutinans Zaccaro, et al., 2007
Alface Fusarium oxysporum f. sp. Cabral, et al., 2018
Melão Begomovirus Sidiq, et al., 2020
Tomate Ralstonia pseudosolanacearum Hanson, et al., 2016

SSR Soja Meloidogyne javanica Fuganti, et al., 2004


Soja Ferrugem-asiática-da-soja Morceli et al., 2008
Feijão Vírus do mosaico Manjunatha, et al., 2017
Milho Exserohilum turcicum Kiran, et l., 2017

SNP Milho Mosaico-comum-do-milho Souza e Pinto, 2020


Milho Vírus de linha
Trigo Ferrugem Stripe Yr5 Naruoka, et al., 2016
Trigo Ferrugem do tronco Mourad, et al., 2018
Feijão Antracnose Zuiderveen, et al., 2016
Arroz Crestamento bacteriano Kim, 2018
Canola Podridão do caule Wo, et al., 2016

A seleção assistida por marcadores moleculares permite a identificação de genótipos resistentes,


na ausência do patógeno, sem a interferência dos efeitos ambientais, reduzindo o tempo, além de
proporcionar resultados confiáveis. Neste aspecto, a utilização desses marcadores tem ajudado a
identificar fenótipos de difícil mensuração, o acompanhamento na piramidação de genes, bem como
em processos de retrocruzamentos (ALZATE-MARIN, et al., 2005).
Em arroz, Ramkumar, et al., (2015), utilizaram marcadores SNP para identificar dois genes de
resistência, Pita e xa5, para raças de brusone e bacteriana da folha, respectivamente, em 260 cultivares
diversas de arroz. Neste estudo os autores observaram a eficiência de detecção do marcador SNP
em 55 cultIvares, para o alelo Pita. Ainda com marcadores SNPs, em trigo, Mourad, et al., (2018)
avaliaram 270 genótipos quanto à resistência à raça da ferrugem do colmo comum. A associação
marcador-traço identificou 32 marcadores SNP, que foram associados a resistência no cromossomo
2D, onde está localizado o cromossomo Sr6, caracterizado pela resistência a doença.
Com marcadores microssatélites, Manjunatha, et al., (2017), testaram dez pares de primer
SSR para rastrear polimorfismo em 100 genótipos de feijão-caupi resistente e suscetível ao vírus do
mosaico do feijão-caupi. Os marcadores amplificaram com sucesso em 25 genótipos de feijão-caupi,
produzindo padrões de bandas distinguíveis, que permitiram a construção de um dendrograma que
apresentou um padrão de agrupamento com a presença de genótipos resistentes no mesmo grupo com
100% similaridade.

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Em um trabalho de retrocruzamento desenvolvido por Santos, et al., 2020, marcadores
microssatélites e SNPs, ligados a QTLs para resistência à mancha preta e ferrugem identificados em
A. Stenosperma e A. magna, respectivamente, foram utilizado para o desenvolvimento de linhagens
de A. hypogaea resistentes. Os autores realizaram três gerações de retrocruzamentos e confirmaram
pela co-localização dos segmentos genômicos silvestres conferindo resistência às duas doenças. Entre
as plantas mais resistentes também observaram ganhos de produção.
Em soja, Vigano, et al., (2018) utilizaram marcadores microssatélites para acompanhar o
processo de piramidação de genes de resistência (Rpp1, Rpp2, Rpp3, Rpp4 e Rpp5.) a ferrugem
asiática. Os autores realizaram três gerações de piramidação e observaram de 2 a 4 genes piramidados
por planta. A piramidação de genes constitui uma técnica bastante usual para alcançar combinações de
diferentes genes ou alelos em um único genótipo, atribuindo-lhe resistência a um ou mais patógenos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização da seleção assistida por marcadores moleculares para a obtenção de genótipos
resistentes a doenças, constitui um grande avanço no melhoramento genético de plantas. A aplicação
das técnicas da biologia molecular, tem permitido estudos rápidos e eficientes, que associados ao
melhoramento convencional, somam significativas conquistas no processo de desenvolvimentos de
cultivares resistentes a doenças.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ALZATE-MARIN, A. L.; et al. Seleção assistida por marcadores moleculares visando ao
desenvolvimento de plantas resistentes a doenças, com ênfase em feijoeiro e soja. Fitopatologia
brasileira, 30: 333-342, 2005.

AMABILE, R.F.; VILELA, M.S.; PEIXOTO, J.R. Melhoramento de plantas: variabilidade


genética, ferramentas e mercado - Brasília, DF: Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas,
108 p. 2018.

BERED, F.; BARBOSA NETO, J. F.; CARVALHO, F. I. F. D. Marcadores moleculares e sua aplicação
no melhoramento genético de plantas. Ciencia Rural. Santa Maria. vol. 27, n. 3 (jul./ago. 1997), p.
513-520, 1997.

CABRAL, C. S. et al. A single dominant gene/locus model for control of Fusarium oxysporum f. sp.
lactucae race 1 resistance in lettuce (Lactuca sativa). Euphytica, v. 215, n. 7, p. 114, 2019.

FALEIRO. F. G. et al. Mapeamento de genes de resistência do feijoeiro à ferrugem, antracnose e


mancha-angular usando marcadores RAPD. Fitopatologia Brasileira, v. 28, n. 1, p. 59-66, 2003.

SANTOS, J. F. et al. Resistência múltipla a doenças foliares e potencial agronômico de famílias


RC3F2 descendentes de Arachis hypogaea x (A. magnaxA. stenosperma) 4x. South American
Sciences ISSN 2675-7222, v. 1, n. 2, p. e2061-e2061, 2020.

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RAMALHO, M. A. P. et al. Genética na Agropecuária. Editora UFLA. Lavras-MG, 2012.

TAR’AN, B.; et al. Genetic Mapping of Agronomic Traits in Common Bean. Crop Science, 42: 544-
556, 2002.

TURCHETTO-ZOLET, A. C.; et al. Marcadores Moleculares na Era Genômica: Metodologias e


Aplicações. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2017.

VIGANÓ, J. et al. Piramidação de genes de resistência à ferrugem asiática da soja (FAS) assistida por
marcadores moleculares microssatélites. Acta Scientiarum. Agronomy, v. 40, 2018.

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FUNGOS ENDOFÍTICOS ASSOCIADOS AO FRUTO E PSEUDOFRUTO DO CAJUÍ
(Anacardium humile St. Hill) EXIBEM POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE CELULASE

Vitoria Pinto da Silva1; Taides Tavares dos Santos2

1
Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães (CMLEM), Universidade Federal do Oeste da
Bahia (UFOB).
2
Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães (CMLEM), Universidade Federal do Oeste da
Bahia (UFOB).

PALAVRAS-CHAVE: Biologia microbiana. Enzimas. Fungos filamentosos.


ÁREA TEMÁTICA: Biotecnologia.

INTRODUÇÃO
Denominado como cajuí ou cajuzinho-do-cerrado, o Anacardium humile A. St. Hill, é um
dos representantes da família anacardiaceae. Mesmo pertencendo a uma extensa família amplamente
conhecida na literatura, a espécie Anacardium humile A. St. Hill é pouco examinada, desse modo
existe uma grande possibilidade de novos estudos que objetivem a preservação e utilização da espécie.
Nessa perspectiva, investigações acerca dos fungos endofíticos associados a essa e a outras espécies
do grupo apresentam-se como bastante favoráveis.
Fungos endofiticos são aqueles conhecidos por viverem sistematicamente no interior de plantas
sem causar nenhum dano (SOUZA et al., 2004). Potencialmente, fungos endofíticos são capazes
de produzir enzimas e variados metabólicos secundários de interesse biotecnológico (MARQUES
et al., 2018; SLAMA et al., 2021). Diante disso, o objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar
morfologicamente os fungos endofíticos associados aos frutos e pseudofrutos do cajuí (A. humile) e
investigar a capacidade desses fungos produzirem enzimas celulolíticas em meio sólido.

METODOLOGIA
A coleta do material vegetal (fruto e pseudofrutos) foi realizada no município de Luís Eduardo
Magalhães (45º49’5.053”W; 12º3’48.016”S), em novembro de 2021, em uma propriedade rural
próxima da área urbana. Foram coletadas 10 frutos e 10 pseudofrutos saudáveis, os quais foram
mantidas em caixas térmicas contendo gelo e imediatamente encaminhadas para processamento em
laboratório. Em condições assépticas, foi realizada a desinfecção superficial com protocolo apropriado
(CAMATTI-SARTORI et al., 2005), com pequenas modificações. Os frutos e pseudofrutos foram
lavados com água destilada, etanol a 70% por 1 min, NaClO (2 a 2,5% de cloro ativo por 4 min e
lavagem com água destilada abundantemente. Em seguida, fragmentos (aproximadamente 0,25mm2)

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 95


foram inoculados na superfície de placas de Petri contendo meio Batata Dextrose Ágar (BDA) com
enrofloxacina (0,1µg/mL). Controles de desinfecção foram empregados, os quais consistiram no
imprinting das partes vegetais desinfectadas na superfície do meio de cultura e, inoculação de 100µL
da água da última lavagem. As placas foram incubadas (25 ± 3ºC) e monitoradas por até sete dias.
Foi realizada a contagem, caracterização inicial e repicagem dos fungos à medida que estes
foram crescendo. Em seguida, foi realizada a caracterização macromorfológica, agrupamento
em morfotipos e preservação dos isolados pelo método de Castellani (CASTELLANI, 1939).
Avaliação da atividade celulolítica foi realizada conforme SUNITHA et al. (2013).
Representantes de cada morfotipo foram reativados em BDA a 25 ± 3ºC, por até sete dias. Fragmentos
circulares (5 mm de diâmetro) das colônias foram removidos e utilizados para inocular placas de
Petri contendo meio de cultura GYEPA (água destilada: 1 L; glicose: 1,0 g; extrato de levedura:
0,1g; peptona: 0,5 g; ágar: 16 g) contendo 0,5% de carboximetilcelulose (CMC). As placas foram
incubadas e observadas de 3 a 5 dias. Sucessivamente, as placas foram umidificadas com 10 ml
de vermelho congo 0,2% por 30 min. Após esse tempo, a solução foi descartada e as placas foram
lavadas com 5 ml de solução de NaCl 1,0M por 15 min. O ensaio foi conduzido em duplicata. Para
comparar a capacidade de degradação de CMC, os halos e colônias foram mensurados e calculado o
índice enzimático (IE), de acordo com a seguinte fórmula: IE = D/d, em que D equivale ao diâmetro
total (halo + colônia) e d equivale ao diâmetro da colônia (HANKIN & ANAGNOSTAKIS, 1975).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fungos filamentosos (FF) e leveduriformes (FL) endofiticos foram obtidos com sucesso a
partir dos diferentes órgãos analisados (frutos: 1,4x101 UFC de FF e 3,0x100 UFC de FL; pseudofrutos:
7,0x100 UFC de FF e 4,6x101 UFC de FL), correspondendo a 12 morfotipos de FF e 5 de FL. A alta
riqueza de FL em pseudofrutos pode ter sido influenciadas pelas diferenças de composição química
e disponibilidade de nutrientes entre os diferentes órgãos vegetais analisados. Destes, 12 isolados
(70,58%) foram selecionados para o teste de atividade celulolítica.

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Dos fungos analisados, 58,33% (n = 7/12) exibiram atividade celulolitíca. As medidas das
colônias, dos halos e dos índices enzimáticos destes isolados estão descritos na Tabela 1.
De acordo com a literatura, índices de atividade celulolítica maiores que 1 indicam que há
excreção enzimática (FUNGARO & MACHERRONI, 2002) e, portanto, o fungo pode apresentar
interesse biotecnológico. Analisando a tabela 1, pode-se observar que o isolado com maior índice
enzimático é o C7F1 que mesmo contendo diâmetros de halo e colônia inferior aos isolados C1F2
e P6F1 teve o maior índice enzimático. Neste caso, são válidas investigações futuras com vistas a
verificar as condições de cultivo ideias deste fungo, a fim de potencializar a produção de celulase pelo
mesmo, uma vez que, nas condições testadas, o fungo priorizou a produção de enzima em detrimento
do próprio crescimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os isolados descritos na Tabela 1 apresentaram produção de celulase em meio sólido
e sendo, portanto, excelentes candidatos a exploração biotecnológica, quer seja em programas de
controle de doenças de plantas em campo, quer seja na produção de celulases de interesse industrial.

REFERÊNCIAS
BAKER, F. K.; COOK, R. J. Biological control of plant pathogens. San Francisco, Freeman and
Company, 1974. 433p.

CAMATTI-SARTORI, V., DA SILVA-RIBEIRO, R. T., VALDEBENITO-SANHUEZA, R. M.,


PAGNOCCA, F. C., ECHEVERRIGARAY, S., AZEVEDO, J. L. Endophytic yeasts and filamentous
fungi associated with southern Brazilian apple (Malus domestica) orchards subjected to conventional,
integrated or organic cultivation. Journal of Basic Microbiology, v. 45, n. 5, p. 397–402, 2005.

CASTELLANI, A. Viability of some pathogenic fungi in distilled water. Journal of Tropical


Medicine & Hygiene, v. 24, p. 270-276, 1939.

FERRÃO, J. E. M. O cajueiro (Anacardium occidentale L.). Lisboa: Instituto de Investigação


Cientifica Tropical, 1995.

FONTANA, D. C. et al. Endophytic Fungi: Biological Control and Induced Resistance to


Phytopathogens and Abiotic Stresses. Pathogens, v. 10, p. 1-28, 2021.

FUNGARO, M. H. P, MACCHERONI Jr, W. Melhoramento genético para produção de enzimas


aplicadas a Indústria de Alimentos. In: MELO, I. S, VALADARES INGLIS, M. C., NASS, L. L.,
VALOIS, A. C. C., ed. Recursos Genéticos e Melhoramento-Microrganismo. Jaguariúna, São Paulo,
Brasil: Embrapa Meio Ambiente, p. 426-453, 2002.

HANKIN, L.; ANAGNOSTAKIS, S.L. The use of solid media for detection of enzymes production
by fungi. Mycologia, v. 67, p. 597–607, 1975.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 97


MARQUES, N. P., DE CASSIA PEREIRA, J., GOMES, E., DA SILVA, R., ARAÚJO, A. R.,
FERREIRA, H., RODRIGUES, A., DUSSÁN, K. J., BOCCHINI, D. A. Cellulases and xylanases
production by endophytic fungi by solid state fermentation using lignocellulosic substrates and
enzymatic saccharification of pretreated sugarcane bagasse. Industrial Crops and Products, v. 122,
p. 66–75, 2018.

SLAMA, H. B. et al. Potentials of Endophytic Fungi in the Biosynthesis of Versatile Secondary


Metabolites and Enzymes. Forests, v. 12, p. 1-13, 2021.

SUNITHA V; DEVI DN; SRINIVAS C. Extracellular enzymatic activity of endophytic fungal strains
isolated from medicinal plants. World J Agricult Sci v. 9, p. 1–9, 2013.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 98


Conservação de alimentos

VIDA DE PRATELEIRA: ANÁLISE DE FRUTAS E HORTALIÇAS

Rosilene da Costa Porto de Carvalho1; Flavia Naiane de Macedo Santos2; Cibelle Christine
Brito Ferreira³; Clauber Rosanova4; Caio Felipe Cavalcante Dantas5; Thanna Aryella
Martins de Carvalho6; Mariuza Barbosa Neiva7.

1
Tec.Agropecuária e Estud.Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.
2
Tec.Agropecuária e Estud.Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.
Profa. Ma. IFTO - Campus Avançado Logoa da Confusão, Lagoa da Confusão, Tocantins.
3

4
Prof. Dr. IFTO - Campus Palmas, Palmas, Tocantins.
5
Estudante de Engenharia Agronômica, UNITINS, Palmas, Tocantins.
6
Estudante de Engenharia Agronômica, CEULP - ULBRA, Palmas, Tocantins.
7
Estudante de Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.

PALAVRAS-CHAVE: Conservação. Alimentos. Vida útil.


ÁREA TEMÁTICA: Conservação de alimentos.

INTRODUÇÃO
O Brasil tem se destacado a nível mundial como grande produtor de frutos e hortaliças. Dentre
as frutas tropicais e subtropicais de interesse destacam-se o mamão, a manga, o maracujá, o abacaxi,
a banana, a goiaba, os citros e muitas outras. Como hortaliças de importância destinadas tanto ao
consumo in natura como para o processamento citam-se; o tomate, o alho, a cebola, a alface, a couve,
o repolho, a cenoura, o coentro, entre outros. O consumo desses vegetais frescos tem uma participação
significativa no volume comercializado, chegando a representar de 60 a 70% do total da produção.
Nos últimos anos, os consumidores estão mais preocupados quanto à escolha dos alimentos.
Como as frutas e hortaliças são fundamentais na dieta alimentar, o consumo desses tipos de alimentos
tem sido incrementado em supermercados, feiras; os produtos devem apresentar atributos de qualidade,
mantendo o máximo de suas características nutritivas e sensoriais, como o frescor, aroma, cor e sabor.
Segundo Jacomino et al. (2004), a técnica de processamento mínimo é relativamente recente,
tendo início por volta de 1990, devido à necessidade de se conservar os alimentos por tempo maior.
A forma de armazenamento pode ter uma influência direta nesse sentido como observados acima,
ajudando a manter as frutas, verduras e legumes por mais tempo, evitando gastos, uma vez que os

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 99


alimentos demorarão mais para estragar.
O objetivo deste trabalho foi diagnosticar e analisar o período de conservação e vida útil de
alimentos em dois supermercados da região, sendo um climatizado e o outro não.

METODOLOGIA
Deu-se início a pesquisa abordando algumas questões teóricas sobre a vida de prateleira e
definindo teoricamente o que é o tema em questão. O trabalho de campo dessa pesquisa foi desenvolvido
numa abordagem quantitativa e qualitativa, tendo o estudo de caso como foco norteador. Para
realização da pesquisa optou-se pela entrevista semiestruturada, visto que segundo Triviños (1987),
ela parte de questionamentos básicos que aos poucos vão oferecendo amplo campo de interrogativas
à medida que se recebe as respostas do informante.
O trabalho foi realizado no período de agosto a dezembro de 2018. A pesquisa foi realizada na
zona urbana do Município de Conceição do Araguaia-PA em dois supermercados da cidade.
O projeto é uma pesquisa participante, pois para realizá-la todos os envolvidos colaboraram
em todas as etapas ativamente de forma sistemática. O projeto foi dividido em seis etapas, sendo elas:
1ª - Pesquisa bibliográfica pertinente ao tema do estudo; 2ª - Elaboração e aplicação de questionários,
sobre quais frutas e verduras são quais comercializadas e quais têm mais perdas; 3ª - Seleção dos
supermercados para execução do projeto sendo um supermercado com sistema de climatização e
outro sem climatização; 4ª - Aquisição dos alimentos e execução do projeto; 5ª - Visitas nos mercados
selecionados, onde foram analisadas as hortaliças e frutas; e 6ª - posterior foi realizada a tabulação e
análise dos dados e representação dos resultados da pesquisa. A realização o projeto teve a duração
de seis meses.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O Projeto Vida de Prateleira: Análise de frutas e hortaliças nos supermercados de Conceição do


Araguaia-PA tem como objetivo geral analisar e diagnosticar a conservação e à vida útil dos alimentos
e quais fatores que influenciam a vida de prateleira desses produtos. A pesquisa foi realizada em dois
supermercados sendo que um não era climatizado e apresentava as seguintes temperaturas ambientes
32,4°C e a Umidade do ar: 62% o outro climatizado estava com a Temperatura: 16,5 °C e a Umidade
do ar: 55%.

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Figura 1: durabilidade das hortaliças e frutas durante a pesquisa

Fonte: os autores (2018)

O gráfico acima mostra a durabilidade das verduras analisadas fora e dentro da geladeira, os
produtos armazenados na geladeira foram embalados em saquinhos plásticos e colocados na bandeja
debaixo da geladeira, as outras ficaram expostas de forma livre.
Com dois dias de observações quiabo e jiló, que estavam fora da geladeira apresentaram no
caso dos quiabos fungos nas pontas e os jilós ficaram murchos e amarelados. No quarto dia ambos
perderam a boa aparência para comercialização. O Tomate maduro durou quatro dias, com uma
aparência boa para ser vendido. O tomate verde e o “de vez” a batata-doce e a batatinha duraram mais
de 25 dias.
O estado de conservação dos produtos armazenados na geladeira quiabos e jilós duraram sete
dias e logo após apresentaram fungos, mau cheiro e manchas. O Tomate maduro durou sete dias, com
presença de manchas podres na parte de cima, o tomate “de vez” durou dezesseis dias e o verde vinte
e cinco dias.
A batata-doce aos vinte e quatro dias apresentou sinais de apodrecimento, e nos locais com
ferimentos criaram mofos e fungos, por causa da umidade. E as batatinhas apresentaram bom estado
de conservação até o fim do experimento.

Figura 2: durabilidade das hortaliças e frutas durante a pesquisa

Figura 2: durabilidade das hortaliças e frutas durante a pesquisa

FoNte: os autores (2018)

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A segunda parte da pesquisa acontecera nos mês de novembro de 2018 no período de 30
dias. Nesse tempo foram observadas e analisadas algumas frutas e verduras como: pepino, beterraba,
cenoura, maçã, cebola, quiabo, jiló, vagem, tomate, batata-doce, batatinhas entre outras.
Até o quinto dia a maioria dos alimentos citados estavam com boa aparência para a
comercialização tanto os conservados em geladeira como fora.
No período de análise e observação é possível constatar que os alimentos com ferimentos,
amassados e manchas nas cascas estragam mais rápidos em quaisquer dos sistemas de conservação
que estejam inseridos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO


A partir do estudo dessa temática foi possível identificar e detalhar as alterações que ocorrem
em algumas hortifruticultura no decorrer de sua vida de prateleira e ao longo de sua estocagem
concluindo que estas são complexas e de suma importância para o bom entendimento das possíveis
reações de degradação que ocorrem nos alimentos verificados. Especificando fatores que afetaram a
vida de prateleira dos alimentos no decorrer da pesquisa. Dessa forma, os conhecimentos gerados e
validados contribuirão para a redução de perdas das frutas e hortaliças, melhorando a qualidade e a
vida útil dos mesmos, beneficiando o comércio local.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
JACOMINO, A.P. et al. Tecnología de processamento mínimo de frutas cítricas. In: CONFERENCIA
INTERNACIONAL DE CIENCIA Y TECNOLOGÍA DE ALIMENTOS, 2004.

OLIVEIRA, Emanuel Neto Alves de; SANTOS, Dyego da Costa. Tecnologia e processamento de
frutos e hortaliças. Natal: IFRN, 2015.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 102


Criações sustentáveis

BIOSSEGURIDADE NO SISTEMA DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS AO AR LIVRE


(SISCAL): REVISÃO DE LITERATURA

Bruna Fatori de Melo1; João Marcelo de Sousa Soares2; Juliana Mendes Vieira3; Fernanda
Miriam da Silva4; Maíza Araújo Cordão5

1
Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), João
Pessoa, Paraíba.
2
Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém,
Pará.
3
Graduanda em Gestão Ambiental, Universidade Cruzeiro do Sul- Unicsul, Brasília -DF.
4
Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Sociedade Educacional de Santa Catarina
(UNISOCIESC), Joinville, Santa Catarina.
5
Docente em Medicina Veterinária, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), João
Pessoa, Paraíba.

PALAVRAS-CHAVE: Bem estar animal. Manejo sustentável. Suinocultura.


ÁREA TEMÁTICA: Criações sustentáveis

INTRODUÇÃO
Com o aumento da população mundial, nas últimas décadas, e o aumento da demanda por
alimentos estimulou a cadeia da suinocultura à modernização do setor suinícola, adoção de sistemas
precisos, mão de obra qualificada e eficácia produtiva colocou a carne suína como uma das mais
consumidas no mundo (OSAVA, 2016). Entretanto com a amplificação dos processos produtivos
elevou os riscos de contaminação das granjas suínas, levando a adoção de programas de sanidade
biosseguridade na suinocultura.
Esse programa tem como objetivo evitar a entrada de patógenos, redução, propagação de
agentes infecciosos e a redução dos prejuízos econômicos causados pelas doenças que acometem
os suínos. Caso as medidas preventivas não sejam corretamente implementadas, o produtor pode
amargar severos prejuízos econômicos (CORRÊA, 2017).
A adoção de medidas de biosseguridade aliadas a inovações tecnológicas sistema de
confinamento intensivo possibilitaram à suinocultura brasileira grandes avanços. O sistema intensivo
de suínos criados ao ar livre (SISCAL) representa uma alternativa ao confinamento total, na qual os

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 103


animais permanecem em piquetes típicos para cada categoria. Nesse sistema os animais são mantidos
em piquetes que separam os suínos nas fases de reprodução, maternidade e creche, seja até a desmama
ou até a saída da creche, de modo que essa divisão dos alojamentos e piquetes podem ser separados
por cercados com fios e arames elétricos (COSTA & MONTICELLI, 1994).
O Sistema Intensivo de Criação de Suínos ao Ar Livre (SISCAL) caracteriza-se pela exploração
intensiva de raças suínas especializadas, com técnicas avançadas de manejo, nutrição, biosseguridade
e gerenciamento, visando ao máximo desempenho produtivo, reprodutivo e econômico dos animais.
Dessa forma o SISCAL apresenta uma segurança nos processos produtivos pela adoção das medidas
de biosseguridade, baixo custo de implantação e manutenção de sistemas suinícolas precisos, bom
desempenho técnico e maior bem-estar aos animais. (GARCIA, 2001).

METODOLOGIA
Foi realizada uma busca em repositórios digitais, onde foram analisados trabalhos que tratassem
sobre as principais características para a manutenção da biosseguridade no Sistema de Criação de
Suínos ao Ar Livre (SISCAL) com os descritivos “biosseguridade”, “suinocultura” e “SISCAL”.
Como critério de exclusão utilizou-se o status “finalizado” e a delimitação temporal preferencial de
5 anos para artigos acadêmicos, não excluindo trabalhos, comunicados técnicos e informativos de
grande impacto na temática.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) consiste na criação de suínos
preservando sua interação com seu habitat, o contato com a natureza e suas inter-relações, sendo
criados a partir de piquetes com boa cobertura vegetal, nas fases de reprodução, maternidade e creche
(COSTA, 2000). O SISCAL foi criado com experiências europeias e introduzido no Brasil como
técnicas de manejo, iniciada pela uniformidade dos lotes e escalonamento para a organização da
produção; contendo uma cama livre de agentes contaminantes para receber os leitões que serão triados
com tamanhos e pesos uniformes, assim como a identificação dos leitões, caudectomia, castração, e
aplicação de um anti-parasitário (COSTA, 1996; MÓS, 2018).
Com a maior exposição ao ambiente natural dos animais nesse sistema de criação, é inevitável
que também haja interação com agentes potencialmente patogênicos (OSAVA, 2016). Dessa forma, os
cuidados com a sanidade são essenciais, visto que não há um ambiente controlado como nas granjas
tradicionais, ainda que o SISCAL ofereça bem estar voltado para a expressão do comportamento
fisiológico dos suínos, menor risco de canibalismo e demais interações negativas que podem ocorrer
em ambientes confinados (MÓS, 2018).
O protocolo sanitário inicia-se antes da chegada do animal a propriedade, onde o produtor
precisa ser orientado sobre a importância de selecionar cuidadosamente todas as aquisições e a
quarentena dos recém chegados é imprescindível, visto que a maioria das doenças causadas nesse
sistema chegam através de animais contaminados, que muitas vezes não aparentam estar doentes

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 104


(COSTA et al, 2002). Na aquisição também é interessante considerar nas características zootécnicas
que caibam em raças mais rústicas, como o Duroc, devido a serem mais resistentes a intempéries
climáticos e ambientais, que devem ser considerados em todo o protocolo higiênico sanitário para
personalizar de acordo com as características de cada granja (OSAVA, 2016; CORRÊA, 2017).
Ainda que uma das principais formas de controle e prevenção sejam os cuidados na aquisição,
o controle ambiental torna-se essencial para o manejo correto dos suínos criados ao ar livre, visto
que por esse contato maior apresentam predisposição para serem parasitados por vermes, carrapatos
e sofrerem alguns tipos de lesões, faz-se necessário manutenção recorrente do ambiente, mantendo
o piquete de vegetações altas, as cabanas limpas com periodicidade semanal, retirada de objetos
que podem trazer algum tipo de risco e treinamento da mão de obra para identificação de sinais,
sintomas ou agentes que possam trazer algum risco para os animais (SESTI E SOBESTIANSKY,
1996; OSAVA, 2016; CORRÊA, 2017).
A higienização dos bebedouros, comedouros, aplicação de vacinas e antiparasitários, troca
periódica da localização de cabanas para recuperação da vegetação, desenvolvimento de manual de
boas práticas e treinamentos para as equipes responsáveis são medidas que fazem parte do manejo
ambiental, mas devem ser realizados de acordo com a realidade do ambiente, com o auxílio de um
profissional experiente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema SISCAL implantado na criação de suínos vem sendo algo inovador demonstrando
resultados positivos na questão produtiva e econômica para produtores e indústrias. Além de que, visa
assegurar a sanidade animal, o bem estar dos animais, melhorando assim o manejo e posteriormente
a satisfação dos consumidores. Porém, para que isso ocorra adequadamente, é necessário que haja
cuidados básicos para garantir protocolos de biossegurança, que devem ser estabelecidos por um
profissional.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CORRÊA, N. L. Desafios do sistema de criação ao ar-livre (SISCAL). 2017. v, 23 f., il. Trabalho
de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina Veterinária)—Universidade de Brasília, Brasília,
2017.

COSTA, O. A. D et al. Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre – SISCAL. Boletim


Informativo de Pesquisa—Embrapa Suínos e Aves e Extensão—EMATER/RS. 67p. 2002.
Disponível em : http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/bipers13.pdf. Acessado em: 03
Ago. 2022.

COSTA, O. A. D. et al. Comparação dos sistemas intensivos de criação de suínos criados ao ar livre
(siscal) e confinado (sisco). Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 1994. 2 p. (Embrapa Suínos e Aves.
Comunicado Técnico, 209). Disponível em : https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 105


publicacao/434570/comparacao-dos-sistemas-intensivos-de-criacao-de-suinos-criados-ao-ar-livre-
siscal-e-confinado-sisco. Acessado em: 03 Ago. 2022.

COSTA, O. A. D.; MONTICELLI, C. J. Sugestões para a implantação do sistema intensivo de suínos


criados ao ar livre (SISCAL). Suinocultura Dinâmica, [online], v. II, n. 14, p. 1-6, 1994. Disponível
em: http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/sudi014.pdf. Acessado em: 03 Ago. 2022.

GARCIA, S. K. Sistema intensivo de criação de suínos ao ar livre no Estado de Minas Gerais


- viabilidade técnica e econômica. 2001. 148 f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa. 2001.

MÓS, J. V. N. Conforto térmico de matrizes Suínas em Sistema de Criação ao Ar Livre (SISCAL).


2018. 45 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia)—Universidade de
Brasília, Brasília, 2018. Disponível em: https://bdm.unb.br/handle/10483/21212. Acessado em: 03
Ago. 2022.

OSAVA, C. F. Perfil sorológico contra Rickettsia spp e Leptospira spp e infestação de carrapatos
em suínos mantidos sob diferentes sistemas de criação. 2016. 97 f. Tese (Doutorado em Ciências
Veterinárias) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016. DOI https://doi.org/10.14393/
ufu.te.2016.51

SESTI, L; SOBESTIANSKY, J. Sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (SISCAL): doenças,


biosseguridade e manutenção da saúde do plantel. SIMPÓSIO SOBRE SISTEMA INTENSIVO
DE SUÍNOS CRIADOS AO AR LIVRE–SISCAL, v. 1, p. 97-111, 1996.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 106


Geoprocessamento e tecnologia digital nas ciências agrárias

ESTIMATIVA DA PERDA ANUAL DE SOLO PARA O MUNICÍPIO DE TOCANTINS,


MINAS GERAIS

Jean Carlos Coelho Pacheco1, Wilson de Almeida Orlando Junior2

1
Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG
2
Doutorando em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Informação Geográfica. Erosão. Conservação de água e solo.


ÁREA TEMÁTICA: Geoprocessamento e tecnologia digital nas ciências agrárias

INTRODUÇÃO
O processo natural de desagregação das partículas, transporte e sedimentação de materiais pela
ação dos agentes intempéricos, denomina-se erosão. Sob condições naturais, a ação do intemperismo
é imperceptível a curto prazo, uma vez que, são necessários milhares de anos para a ocorrência de tais
processos em grande escala. A alteração das condições naturais por meio de ações antrópicas, através
de desmatamento, manejo e uso inadequação dos recursos naturais, têm acelerado em grande escala
a degradação ambiental dos ecosistemas e, consequentemente, a intensificação de processos erosivos
acelerados. A estimulação exacerbada desse fenômeno acarreta em diversos prejuízos ambientais,
sociais e econômicos, como a redução da biodiversidade, de áreas produtivas, aumento de enchentes
e inundações, entre outros. Com intuito de compreender e quantificar a relação causa-efeito das
atividades antrópicas sobre o meio ambiente, muitas metodologias foram criadas a fim de modelar
diferentes cenários para auxiliar na tomada de decisão. A Equação Universal de Perdas de Solo
Revisada (RUSLE) permite correlacionar diferentes parâmetros edafoclimáticos de uma determinada
região, para estimar a perda anual de solo, apontando locais prioritários para aplicação de práticas
conservacionistas a fim de reduzir os prejuizos causados pelos processos erosivos na esfera social,
ambiental e ecônomica (PHINZI e NGETAR, 2019; AMORIM, et al. 2010; BIGARELLA, 2003).
Diante do exposto, visando auxiliar em seu planejamento conservacionista, objetivou-se determinar
a perda anual de solo para município de Tocantins, Minas Gerais.

MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido no município de Tocantins, latitude 21°10’30” Sul e longitude
43°01’18” Oeste, localizado na Zona da Mata, mesorregião do estado de Minas Gerais. Para a

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 107


estimativa da perda anual de solo para a área de estudo, foi utilizado a Equação Universal de Perdas
de Solo Revisada (RUSLE), aplicada em ambiente de Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
conforme a Equação 1.
(1)

em que, A é a perda média anual de solo por unidade de área (ton.ha‑1.ano‑1); R é a erosividade da
chuva (Mj.mm.ha‑1.h‑1.ano‑1); K é a erodibilidade do solo (ton.h.MJ‑1.mm‑1); L é o comprimento da
vertente (adimensional); S é a declividade da vertente (adimensional); C é o uso e manejo do solo
(adimensional); P são as práticas conservacionistas (adimensional).
Os processos realizados para estimar a perda anual de solo foi realizado utilizando o software
ArcGIS/ArcMap, versão 10.8 e consistiu: na geração do fator topográfico através do processamento
digital de imagem do modelo digital de elevação do NASADEM (NASADEM, 2021) utilizando
a metodologia proposta por Engel (2003), na qual os procedimentos são realizados em ambiente
SIG através da ferramenta Calculadora Raster, para estimar o fator LS, conforme proposto por
Moore e Burch (1986). A determinação do fator erosividade da chuva foi obtida através do software
netErosividade MG (MOREIRA, M. C. et al., 2008); o fator uso e manejo do solo e de práticas
conservacionistas foi obtido de maneira conjunta através do mapeamento realizado pelo projeto
MapBiomas (MAPBIOMAS, 2022); a aquisição do mapa de solos de Minas Gerais (FEAM, 2010);
na busca literária dos fatores de erodibilidade do solo, e do uso e manejo e práticas conservacionistas.
Por fim, foi realizado a álgebra de mapas com as variáveis que definem a RUSLE.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores estimados da perda anual de solo variaram de 0 a 4.926 ton.ha-1.ano-1, sendo
considerado um valor bastante elevado. Vale ressaltar que, devido às limitações da RUSLE, os valores
estimados não devem ser analisados de maneira quantitativa, e sim analisados qualitativamente para
selecionar áreas potenciais e susceptíveis à perda solo por erosão hídrica laminar (Stein et al., 1987).
A obtenção dos valores elevados foi influenciada diretamente pelo fator topográfico (fator LS) e
o fator de erosividade da chuva (fator R), que de acordo com Santos (2008) é classificada como
uma erosividade média. Outro fator limitante para o valor encontrado, pode ser atribuído aos locais
com condições extremas, uma vez que, os pixels que obtiveram os maiores valores de perda de solo
estavam localizados em áreas, com alta declividade, solo exposto e o com presença de Cambissolo
Háplico, solo que apresenta maior susceptibilidade à erosão dos quais foram analisados nesse estudo
para o município.
Com intuito de classificar o grau de intensidade de perda do solo, na Tabela 1 e Figura 1, estão
apresentados os valores classificados da estimativa de perda de solo de acordo com a metodologia
proposta por Carvalho (1994). É possível observar que o município apresenta 65,63% de sua área,
correspondente à 114,11 km², com predominância de erosão com intensidade nula a moderada, ou
seja, menor que 15 ton.ha‑1.ano‑1, valores estes de perda anual de solo considerados aceitáveis devido
a susceptibilidade natural do solo em sofrer erosão. Por outro lado, o restante do município, que

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 108


corresponde à 34,37%, carece da adoção de práticas de conservacionistas, sendo que cerca de 27,48%
da área estudada apresentam classe de erosão laminar considerada média, variando entre 15 e 50 ton.
ha‑1.ano‑1; 5,81% apresentam processos erosivos do tipo média a forte, valores estes de 50 a 120 ton.
ha‑1.ano‑1 e enquanto os locais classificados com perda de solo por erosão forte e muito forte ocorrem
minoritariamente, em apenas 1,87 km², representando 1,08% da área de estudo, com perda maiores
que 120 ton.ha‑1.ano‑1.

Tabela 1: Distribuição da área do município de Tocantins conforme a perda anual de solo


Perda de solo Área
Classe de intensidade
(ton.ha‑1ano‑1) Km² %
0 – 15 Nula a moderada 114,11 65,63
15 – 50 Média 47,77 27,48
50 – 120 Média a forte 10,11 5,81
120 – 200 Forte 1,25 0,72
> 200 Muito forte 0,62 0,36

Fonte: Autores, 2022

Figura 1: Estimativa de perda anual de solo para o município de Tocantins, Minas Gerais

Figura 1: Estimativa de perda anual de solo para o município de Tocantins, Minas Gerais

Fonte: Autores, 2022

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 109


CONCLUSÕES
Verificou-se que o município de Tocantins perde anualmente quantidade de solo variando
entre 0 e 4.926 ton.ha-1.ano-1, sendo considerado um valor bastante elevado. Além disso, foi possível
verificar que 34,37% do território municipal carece da adoção de práticas de conservacionistas. Por
fim, a utilização da RUSLE mesmo que superestimado a perda de solo, permite determinar áreas
prioritárias para adoção de um planejamento conservacionista baseado na perda anual do solo, a fim
de minimizar a intensidade de erosão em áreas mais susceptíveis.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
AMORIM, R. S. S. et al. Avaliação do desempenho dos modelos de predição da erosão hídrica
USLE, RUSLE e WEPP para diferentes condições edafoclimáticas do Brasil. Engenharia
Agrícola, v. 30, p. 1046-1049, 2010.

CARVALHO, N. O. Hidrossedimentologia Prática. Rio de Janeiro, 372 p., 1994.

ENGEL, B. Estimating soil erosion using RUSLE (Revised Universal Soil Loss Equation) using
ArcView. Department of Agricultural and Biological Engineering, Departmental Report, Purdue
University, 2003.

FEAM - FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Mapa de solos do Estado de Minas


Gerais. Belo Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente/ UFV/ CETEC/UFLA/ FEAM, 49 p.,
2010.

MAPBIOMAS. Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil.


Disponível em: <mapbiomas.org/colecoes-mapbiomas-1?cama_set_language=pt-BR>. Acesso em
24 de abril de 2022.

MOREIRA, M. C. et al. NetErosividade MG: erosividade da chuva em Minas Gerais. Revista


Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, n. 3, p. 1349-1353, 2008.

NASA JPL. NASADEM Merged DEM Global 1 arc second V001. Distributed by OpenTopography.
2021. <https://doi.org/10.5069/G93T9FD9>. Acesso em: 07 de maio de 2022.

PHINZI, K.; NGETAR, N. S. The assessment of water-borne erosion at catchment level using
GIS-based RUSLE and remote sensing: A review. International Soil and Water Conservation
Research, v. 7, n. 1, p. 27-46, 2019.

SANTOS, C. N. El Niño, La Niña e a erosividade das chuvas no Estado do Rio Grande do Sul.
Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu
Maciel, Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Pelotas, 138 p., 2008.

STEIN, D.P. et al. Potencial de erosão laminar natural e antrópica na bacia do Peixe-
Paranapanema. In: Simpósio Nacional de Controle de Erosão, Anais do Simpósio Nacional de
Controle de Erosão, Marília, p. 105-135, 1987.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 110


CAPACIDADE DE USO DA TERRA DO MUNICÍPIO DE TOCANTINS, MINAS GERAIS

Jean Carlos Coelho Pacheco1, Wilson de Almeida Orlando Junior2

1
Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas
Gerais
2
Doutorando em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais

PALAVRAS-CHAVE: Capacidade de uso da terra. MapBiomas. Sistema de Informação


Geográfica.
ÁREA TEMÁTICA: Geoprocessamento e tecnologia digital nas ciências agrárias

INTRODUÇÃO
O desenvolvimento global acelerado apresenta um enorme desafio para o setor agrícola
mundial, uma vez que, a oferta de alimentos de qualidade atrelada à produção sustentável a fim
de manter o bem-estar populacional e ambiental, vem aumentando cada vez mais com o passar do
tempo. A intensa exploração dos recursos naturais e o crescimento exponencial da população mundial
afetam diretamente no meio ambiente e em sua capacidade de autossustentação e regeneração. Quanto
mais o ambiente é explorado de maneira inadequada, maior será a geração de danos ambientais e
desequilíbrio do ecossistema, consequentemente induzindo diversos problemas que, de maneira direta,
afetam o bem-estar populacional (CORTE et al., 2015). Com intuito de aumentar a produtividade
agrícola atrelada as condições ideais do sistema solo-planta, surgiu a demanda de estudos que visam
classificar áreas mais propícias para utilização agrícola. Uma metodologia muito utilizada é o sistema
de capacidade de uso da terra, que trata-se de um instrumento poderoso para o planejamento do uso
sustentável da terra, uma vez que, constitui-se em uma classificação técnica-interpretativa que busca
incorporar terras com características e propriedades correlacionadas, visando identificar a máxima
capacidade de uso da terra sem que ocorram riscos de deterioração do solo e, principalmente, o
desencadeamento de processos erosivos acelerados (LEPSCH et al., 1991; ATALAY, 2016). Diante
disso, visando auxiliar em seu planejamento agrícola, conservacionista e governamental, objetivou-se
neste estudo determinar a capacidade de uso da terra do município de Tocantins, Minas Gerais.

MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido no município de Tocantins, localizado na Zona da Mata do estado
de Minas Gerais. Para a determinação da capacidade de uso da terra para a área de estudo, foi utilizado
a metodologia proposta Lepsch et al. (2015). Para tal, foram avaliados parâmetros relativos ao relevo,
como a declividade; e ao solo, como risco de inundação, drenagem interna, grau de erosão laminar

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estimado pela Equação Universal de Perda de Solo Revisada, profundidade efetiva e fertilidade
aparente. Além disso, a fim de detectar áreas conflitosas, foi gerado o uso atual do solo de acordo
com o mapeamento realizado pelo projeto MapBiomas e posteriormente foi determinado o Número
de Classes Excedentes (NCE) conforme a Equação 1.

NCE = CCU – CUA (1)

em que, CCU corresponde a classe de capacidade de uso do solo, adimensional; e CUA a classe
associada ao uso atual do solo, adimensional.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para determinação do uso atual da terra, foi considerado que a classe I representa áreas de solo
exposto, classe V áreas com pastagens, classe VI para culturas, classe VII para vegetação arbórea
plantada e classe VIII para vegetação arbórea nativa. Por outro lado, por se tratar de uma classificação
voltada às áreas agricultáveis, foram excluídas as áreas classificadas como urbanas e corpos d’água.
Diante disso, de acordo com a Tabela 1, 78,19% do município é classificado como classe V e 20,67%
como Classe VIII. Os demais 1,14% são referentes às classes I, VI e VII.

Tabela 1: Classes de uso atual da terra para o município de Tocantins, Minas Gerais

Classes I V VI VII VIII


Área (Km2) 0,18 132,92 1,06 0,68 35,14
Área (%) 0,11 78,19 0,63 0,40 20,67

Quanto à capacidade de uso da terra (Tabela 2), 90,86% da área estudada apresentou capacidade
de utilização classe VI, isso se dá ao fato da alta variabilidade das declividades e que grande parte do
município é constituído por Latossolos Vermelho-Amarelo, que segundo Embrapa (2013), são solos
que apresentam baixa fertilidade natural devido ao elevado grau de intemperismo. Por outro lado,
é possível observar que 6,57% e 0,65% do município foram classificadas como classe VII e VIII
respectivamente, devido declividades acentuadas superiores à 45% sendo um fator limitante para a
capacidade de utilização da terra no quesito de aptidão agrícola.

Tabela 2: Classes de capacidade de uso da terra para o município de Tocantins, Minas Gerais

Classes III IV VI VII VIII


Área (Km2) 1,51 1,84 158,00 11,42 1,13
Área (%) 0,87 1,06 90,86 6,57 0,65

No que diz respeito às áreas conflitosas em relação ao uso atual e a capacidade de utilização,
Tabela 3 e Figura 1, é possível observar que apenas 0,74% da terra do município está sendo

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 112


utilizada de maneira adequada. Por outro lado, cerca de 22,41% apresentam subutilização e 76,85%
sobreutilização, indicando um uso inadequado e que requer um planejamento conservacionista.
Todavia, é possível analisar que 72,52% que está sendo sobreutilizado no município é referente à uma
classe de diferença no uso da terra, sendo representado, principalmente, pela utilização de pastagem
em terras que apresentam capacidade uso classe VI. Por fim, verificou-se que as classes -7, -6 e 4 não
foram obtidas na classificação de número de classes excedentes.

Tabela 3: Percentual de área relativo para o número de classes excedentes para o município de Tocantins, Minas Gerais

NCE -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 5 6 7
Área
0,21 0,35 0,03 30,81 6,70 1,26 6,73 0,43 0,06 0,01 0,11
(Km2)
Área
0,12 0,21 0,02 18,12 3,94 0,74 72,52 3,96 0,24 0,04 0,01 0,06
(%)

Figura 1: Número de classes excedentes para município de Tocantins, Minas Gerais

Figura 1: Número de classes excedentes para município de Tocantins, Minas Gerais

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 113


CONCLUSÕES
Verificou-se que, praticamente em sua totalidade, o município de Tocantins apresenta utilização
inadequada da terra em relação a sua aptidão de uso agrícola. Por outro lado, foi possível observar
que os fatores limitantes quanto a capacidade de uso do município foi referente ao solo, devido
a fertilidade natural aparente e a alta variabilidade espacial das declividades. Por fim, a utilização
da metodologia permite determinar áreas prioritárias para planejamento agrícola, conservacionista e
governamental baseado na capacidade de uso do solo, a fim de minimizar utilização inadequada da
terra, potencializar a utilização de terras propícias e conservar as áreas mais susceptíveis a degradação.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ATALAY, I. A New Approach to the Land Capability Classification: Case Study of Turkey.
Procedia Environmental Sciences, v. 32, p. 264–274, 2016.

CORTE, A. P. D. et al. Environmental fragility of Iguaçu River watershed, Paraná. BOSQUE, v.


36, n. 2, p. 287–297, 2015.

EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema Brasileiro de


Classificação de Solos. 3. ed. Brasília: EMBRAPA, Brasília, 353 p., 2013.

LEPSCH, I. F.; et al. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação de terras
no sistema de capacidade de uso. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 175p., 1991.

LEPSCH, I. F. et al. Manual para levantamento utilitário e classificação de terras no sistema de


capacidade de uso. Viçosa, MG: SBCS, 170 p., 2015.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 114


VARIABILIDADE ESPAÇO- TEMPORAL DA ACIDEZ E DA NECESSIDADE
DE CALAGEM DOS SOLOS, NUMA CATENA DO PAMPA - VI ANOS DE
MONITORAMENTO

Thaynan Hentz de Lima1; Carolyne Garcia Uberti2; Lucas da Silva Gonçalves3; Júlio Cesar
Wincher Soares4;

1
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
2
Graduanda, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
3
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
Doutor, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
4

PALAVRAS-CHAVE: Geotecnologia.Fertilidade.Produtividade.
ÁREA TEMÁTICA: Geoprocessamento e Tecnologia Digital nas Ciências Agrárias.

INTRODUÇÃO
Um solo que sofre o processo de acidificação é aquele em que ocorre uma remoção de cátions
básicos, como o Ca2+, Mg2+, K+ e Na+ da dinâmica do solo, substituindo-os por cátions ácidos, como o
Al3+ e H+. A acidez do solo pode ter várias origens, entre elas se destaca a retirada de nutrientes devido
o consumo da cultura, uso de fertilizantes ácidos como a uréia, decomposição de materiais orgânicos
gerando dissociação de grupamentos fenólicos e carboxílicos, dissociação de H2CO3 devido a água
da chuva, ou pela própria natureza do solo, de acordo com cada bioma (FURTINI NETO et al., 2001;
NOLLA e ANGHIONONI, 2004).
Normalmente, o solo pode demonstrar variações em seus atributos químicos, mesmo em
áreas consideradas homogêneas e pertencentes a mesma classe de solo, isto ocorre em decorrência
do material de origem dos solos, não sendo uniforme devido às diferenças com relação à dureza,
cristalização associado às condições de relevo, composição química, clima e organismos atuantes
dos processos pedogenéticos dos mesmos (SOUZA et al., 2010).
A Agricultura de Precisão é um complexo de ferramentas e conceitos, que possui o objetivo
de gerenciar a variabilidade espacial e temporal de atributos do solo, da planta e do ambiente, para
que se possa obter uma alta produtividade e maior eficiência no uso de práticas e racionalização no
uso de insumos, como por exemplo o calcário, diminuindo os custos de produção (LUZ et al., 2013).
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a variação espaço-temporal das propriedades
ligadas a acidez do solo e também necessidade de calagem, em uma catena de solos do pampa gaúcho
monitorada por 6 anos.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 115


METODOLOGIA
O estudo foi realizado na Fazenda Escola da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai
e das Missões - URI, Câmpus de Santiago, localizada nas coordenadas centrais UTM 705.589 E e
6.769.112 S (SIRGAS 2000, zona 21 S). A área totaliza 1,17 ha, conta com uma malha amostral
fixa de 52 pontos, possuindo uma distância entre eles de 15 m, sendo que, para todos os 6 anos de
monitoramento, foi utilizado o mesmo receptor GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite)
Leica, do modelo Viva GS15, com dupla frequência (L1/L2) e disponibilidade de Posicionamento em
Tempo Real (RTK).
Partindo do grid de pontos, foram realizadas as coletadas das amostras de solo a uma
profundidade do solo de 20cm, perfazendo uma área total de 1,17ha, tendo 6 anos de monitoramento,
onde foram determinadas as seguintes propriedades químicas nesses anos: valores de matéria orgânica
do solo (MOS) e conversão para MOS conforme Raij et al, (2001), o pH H2O e Al trocável foram
realizados conforme Tedesco et al., (1995), já o pH SMP foi analisado através da solução tampão
SMP, sugerida por Shoemaker et al., (1961), tendo a posterior transformação desse índice SMP para os
valores de H+Al, pela equação estabelecida por Kaminski et al., (2001). O cálculo de recomendação
de calagem foi realizado através do índice SMP para o primeiro ano, e nos anos subsequentes a
recomendação foi realizada através da equação polinomial, que leva em consideração a MOS e o Al.
A variabilidade do solo foi observada pela análise estatística descritiva e a normalidade dos
dados foi submetida ao teste por Kolmogorov-Smirnov, com p < 0,05. Já o coeficiente de variação
(CV) foi classificado como: baixo (CV < 12%), médio (12%< CV >60%) e alto (CV > 60%), segundo
Warrick e Nielsen (1980).
No software ArcGIS® 10.5.1, utilizando a geoestátisca, foram feitos os ajustes dos modelos
de semivariogramas aos dados, sendo definidos os parâmetros do efeito pepita, patamar e alcance.
O Grau de Dependência Espacial (GDE) foi classificado como fraco, moderado e forte, conforme
Cambardella et al., (1994). Posteriormente, foram elaborados mapas através de uma algaoritimo
preditor, a krigagem ordinária, permitindo um maior detalhamento do trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos pelas análises estatísticas descritivas apresentam distribuição normal,
segundo o teste de Kolmogorov-Smirnov (Tabela 1). O CV (%) da quantidade de calcário do ano de
2016 foi calssificado como baixo, a área era campo nativo, onde foi realizado a abertura e revolvimento
do solo para se tornar agricultável, sendo que o CV (%) dos anos seguintes foram classificados como
médios.
A média de calagem se apresenta estável/descresente, exceto no ano de 2019, onde foi
realizada uma adubação nitrogenada no inverno, ocasionando um valor alto na média da correção,
uma vez que a adubação nitrogenada desencadeia o processo de desnitrificação no solo, através de
microorganismos, que é considerado um acidificante do solo, em decorrência dos íons H+ depositados
no solo. A análise dos modelos de semivariogramas ajutados para a calagem, demonstram que a

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 116


malha amostral foi suficiente para o experimento e que o erro experimental foi praticamente nulo
(Tabela 2).
Com a elaboração dos mapas, é possível avaliar as quantidades de calcário no solo, bem como
a distribuição no espaço físico e também no tempo. Quando avaliados por 6 anos, pode-se destacar
que as práticas conservacionistas cooperaram para a diminuição de calcário no decorrer dos anos
(Figura 1).

Tabela 1. Análise estatística descritiva e teste de normalidade para as propriedades química e demanda por calcário de
uma catena do pampa, em 6 anos de monitoramento.

Legenda: Mín: Mínimo. Méd: Média. Máx: Máxima. H: Hidrogênio. Al: Alumínio. MOS: Matéria Orgânica do Solo.
T.ha-1 : Toneladas por hectare. CV: Coeficiente de Variação. K-S: Teste de Kolmogorov-S mimov. SIG: Significância.

Tabela 2. Parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados para demanda por calcáriode solos de uma catena do
pampa, em 6 anos de monitoramento.

Legenda: DE: Dependência espacial. GDE : Grau de dependência espacial.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 117


Figura 1. Mapas de distribuição espacial da demanda por calcário de solo de uma catena do pampa, em 6 anos de
monitoramento, respectivamente.

Fonte: Autor.

CONCLUSÃO
A malha amostral se mostrou importante para o melhor detalhamento dos dados. As práticas
edáficas de conservação do solo auxiliaram na redução da acidez do solo e a necessidade de calagem,
durante a avaliação do estudo.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CAMBARDELLA CA, Moorman TB, Novak J M, Parkin TB, Karlen DL, Turco RF, Konopka
AE. Field-scalevariabilityofsoilproperties in central Iowa soils. Madison: Soil Science Society
American Journal, 1994, v. 58, n. 1, p.1501-1511.

KAMINSKI, J.; RHEINHEIMER D. S.; BARTZ H, R.; GATIBONI, L. C.; BISSANI, C. A.;
ESCOSTEGUY, P. A. V. Proposta de nova equação para determinação do valor de H + Al pelo
uso do índice SMP em solos do RS e de SC. Frederico Westphalen: Sociedade Brasileira de Ciência
do Solo - Núcleo Regional Sul, 2001. p. 21- 26.

LUZ, M. L. G. S.; LUZ, C. A. S.; GADOTTI, G. I. Agricultura de Precisão. Pelotas: Editora e


Gráfica Universitária - UFPel, 2013. 268p.

NOLLA, Antonio; ANGHINONI, Ibanor. Métodos utilizados para a correção da acidez do solo no
Brasil. Paraná: Revista Ciências Exatas e Naturais, 2004, v. 6, n. 1, p.97-111.

RAIJ, B. V. et al. Análise química para avaliação da fertilidade de solos tropicais. Campinas:
Instituto Agronômico, 2001. 285 p

TEDESCO M.J.; GIANELLO C.; BISSANI C.A. et al., Análise de solo, plantas e outros materiais.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 118


2.ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 147p.

WARRICK, A.W.; NIELSEN, D.R. Spatial variability of soil physical properties in the field. In:
Hillel, D. Applications of soil physics. New York: Academic Press, 1980.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 119


VARIABILIDADE ESPAÇO - TEMPORAL DO FÓSFORO DISPONÍVEL, NUMA CATENA
DE SOLOS DO PAMPA – 5 ANOS DE MONITORAMENTO

Lucas da Silva Gonçalves1; Thaynan Hentz de Lima2; Carolyne Garcia Uberti3; Júlio Cesar
Wincher Soares4;

1
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
2
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
3
Graduanda, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
4
Doutor, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.

PALAVRAS-CHAVE: Geoprocessamento.Variabilidade.Sustentabilidade.
ÁREA TEMÁTICA: Geoprocessamento e Tecnologia Digital nas Ciências Agrárias.

INTRODUÇÃO
O fósforo (P), apesar de ser considerado um elemento de baixa mobilidade em solos, fator esse
relacionado à sua fixação pelos minerais de argila, exerce um papel essencial para o desenvolvimento
biótico e sua escassez provoca danos aos frutos e atrasa o crescimento de plantas. Certas práticas de
manejo do solo podem se tornar úteis e facilitar a disponibilidade do nutriente às plantas, como o
Sistema de Plantio Direto (SPD) proporciona (Pereira, 2009).
Na solução do solo, o P pode ser encontrado nas formas de H3PO4 , H2PO4- , HPO4-2 e PO-3
, sendo as concentrações desses ânions dependentes do pH. A forma de fósforo inorgânico (Pi) no
solo, é constituída de minerias insolúveis e ânions fosfato adsorvidos em hidróxidos de ferro (Fe) e
Alumínio (Al), silicatados e carbonatos de Al e cálcio (Ca), respectivamente, sendo que em solos
brasileiros, o P é encontrado em maior quantidade como fosfatos de alumínio e ferro, tornando a
disponibilidade do Pi depende de sua solubilidade, influenciada diretamente pela atividade radicular
das plantas e microrganismos do solo (Nahas, 2002).
O SPD caracteriza-se por ser um sistema de produção agrícola conservacionista que visa
minimizar processos erosivos através de técnicas como o não revolvimento do solo e a manutenção
da palhada deixada pela cultura anterior, ampliando a quantidade de organismos e material orgânico
presentes na superfície, além de reduzir impactos ao meio ambiente (Pereira Neto et al., 2007; Silva
et al., 2009).
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a varibilidade espaço-temporal do fósforo
disponível, numa catena de solos do Pampa gaúcho, em 5 anos de monitoramento.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 120


METODOLOGIA
O estudo foi elaborado em uma catena de 1,17 ha, com coordenadas centrais UTM 705.589
E e 6.769.112 S (SIRGAS 2000, zona 21 S), na Fazenda Escola da Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões (URI), Câmpus de Santiago, RS, sendo avaliados 52 pontos de
prospecção, numa malha com intervalos fixos de 15 m.
Para a amostragem dos solos, foi utilizado um trado holandês, tipo TF 3”, com caçamba de
20 cm. Para a locação dos pontos foi utilizado um receptor GNSS (Sistema Global de Navegação
por Satélites), com dupla frequência (L1/L2) e disponibilidade de RTK (Posicionamento em Tempo
Real), referenciado ao datum horizontal SIRGAS 2000, zona 21 S.
A determinação do P disponível foi realizada pelo método colorimétrico, conforme Tedesco
et al., (1995). A variabilidade do solo foi observada pela análise estatística descritiva e a normalidade
dos dados foi testada por Kolmogorov-Smirnov, com p < 0,05. Já o coeficiente de variação (CV) foi
classificado como: baixo (CV < 12%), médio (12%< CV >60%) e alto (CV > 60%), segundo Warrick
e Nielsen (1980).
No software ArcGIS® 10.5.1, utilizando a geoestátisca, foram feitos os ajustes dos
semivariogramas, definindo os parâmetros efeito, pepita, patamar e alcance. O Grau de Dependência
Espacial (GDE) foi classificado como fraco, moderado e forte, conforme Cambardella et al.,
(1994). Logo após, foram elaborados mapas utilizando um algoritmo preditor, a krigagem ordinária,
possibilitando um maior nível de detalhe da área estudada.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados referentes às análises estatísticas descritivas apresentam distribuição normal,
conforme o teste de Kolmogorov-Smirnov (Tabela 1). Para todas as variáveis analisadas, o CV(%)
foi classificado como médio.
Através da Tabela 1, é possível avaliar que os valores médios de fósforo disponível cresceram
com o passar dos anos, isso se deve às práticas de conservação aplicadas na área de estudo, como por
exemplo a adubação verde, entretanto, no ano de 2018 houve um decréscimo por conta da falta de
adubação mineral, uma vez que não foi realizada, fazendo com que a planta extraísse boa parte do P
disponível no solo.
Por meio dos modelos dos semivariogramas, é possivel detectar o erro experimental
praticamente nulo e a intensidade amostral alta, o que ocasionando uma alta acurácia nos dados
(Tabela 2). Os mapas gerados de fósforo disponível, demonstram, a distribuição espacial e temporal
do mesmo, sendo notória a homogeniezação do elemento através da área após o ano de 2016, em
decorrência da abertura da área, que outrora era campo nativo, (Figura 1).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 121


Tabela 1. Análise estatística descritiva e teste de normalidade para o fósforo disponível do solo dos 5 anos de
monitoramento.

Legenda: Mín: Mínimo. Méd: Média. Máx: Máximo. P: Fósforo. CV: Coeficiente de Variação. KS: Teste de
Kolmogorov-S mimov. SIG: Significância.

Legenda: Mín: Mínimo. Méd: Média. Máx: Máximo. P: Fósforo. CV: Coeficiente de Variação. KS: Teste de
Kolmogorov-S mimov. SIG: Significância.

Tabela 2. Parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados para o fósforo disponível do solo de 5 anos de
monitoramento.

Legenda: P: Fósforo; DE: Dependência Espacial; GDE: Grau de dependência espacial.

Figura 1. Mapas de distribuição espacial e temporal do fósforo disponível do solo dos 5 anos de monitoramento.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 122


Fonte: Autor.

CONCLUSÃO
A intensidade amostral foi extremamente importante para a acurácia nas predições do fósforo
disponível.
As práticas de conservação do solo elevaram os teores de fósforo disponível do solo, durante
o período de estudo.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CAMBARDELLA, C. A. et al. Field-scale variability of soil properties in central Iowa soils. Soil
Science Society of America Journal, 1994, v. 58, n. 5, p. 1501-1511.

NAHAS, E. Factors affecting the solubilization of insoluble phosphates. In: INTERNATIONAL


MEETING ON MICROBIAL PHOSPHATE SOLUBILIZATION,1., 2002, Salamanca Spain:
Ed.Univ. Salamanca, 2002, p. 20-22.

PEREIRA NETO, O.C.; GUIMARÃES, M. de F.; RALISCH, R.; FONSECA, I.C.B. Análise do
tempo de consolidação do sistema de plantio direto. Campina Grande: Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, 2007, v.11, p.489-496.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 123


PEREIRA, H. S. Fósforo e potássio exigem manejos diferenciados. São Paulo: Visão agrícola,
2009, n.9.

SILVA, A. A.; GALON, R.; GALON, L.; FERREIRA, F. A.; TIRLONI, S. P.; FERRREIRA, E. A.;
SILVA, A. F.AGNES, E. L. Sistema de plantio direto na palhada e seu impacto na agricultura
brasileira. Viçosa MG: Revista Ceres, 2009, v. 56, n. 306, p. 496-506.

TEDESCO M.J.; GIANELLO C.; BISSANI C.A. et al., Análise de solo, plantas e outros materiais.
2.ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 147p.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 124


VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DA SATURAÇÃO POR BASES, NUMA CATENA
DE SOLOS DO PAMPA - 6 ANOS DE MONITORAMENTO

Thaynan Hentz de Lima1; Carolyne Garcia Uberti2; Lucas da Silva Gonçalves3; Júlio Cesar
Wincher Soares4;

1
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
2
Graduanda, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
3
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
Doutor, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
4

PALAVRAS-CHAVE: Fertilidade.Conservação.Monitoramento.
ÁREA TEMÁTICA: Geoprocessamento e Tecnologia Digital nas Ciências Agrárias.

INTRODUÇÃO
A saturação por base é de extrema importância para analisar o índice de acidez do solo,
permitindo estipular dosagens em um manejo mais adequado favorecendo as principais culturas
agrícolas, buscando uma melhor produtividade (Fageira, 2001).
Cátions básicos como potássio (K+ ), cálcio (Ca+2) e o magnésio (Mg+2), são atraídos e
adsorvidos na superfície de coloides do solo, sendo quantificada a porcentagem desses cátions que
ocupam a Capacidade de Troca Potencial (CTCpH7), denominando-se saturação por bases (V%),
indicadores das exigências nutricionais das plantas (Cardoso et al., 2011).
Geralmente, solos ácidos se apresentam na grande maioria em regiões tropicais e subtropicais,
devido a ocorrência de elevada precipitação, ocasionando a lixiviação de quantidades representativas
de bases trocáveis, e também pela ausência de minerais primários e secundários, responsáveis pela
reposição dessas bases (Fernandes et al., 2003).
O presente estudo teve como objetivo descrever a variabilidade e as relações espaciais e
temporais da saturação por bases em uma catena de solos do pampa, contendo 6 anos de monitoramento.

METODOLOGIA
A pesquisa foi realizado na Fazenda Escola da Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões -URI, Campus de Santiago, com coordenas centrais UTM 705.589 E e
6.769.112 S (SIRGAS2000, zona 21 S).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 125


Foram realizadas prospecções por meio de 52 pontos de uma malha, com intervalos
regulares de 15 m, na profundidade de 0,0 –0,2 m, numa área de 1,17 ha. Para locação dos pontos
foi empregado um receptor GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite) Leica modelo Viva
GS15, com dupla frequência (L1/L2) e disponibilidade de Posicionamento em Tempo Real (RTK)
(FIGURA 1).
A partir da grade de pontos, foram coletadas amostras de solo, nas quais determinaram-se
as seguintes propriedades químicas: cálcio (Ca+2), magnésio (Mg+2), potássio (K+), alumínio (Al+3)
e acidez potencial (H+Al), conforme Tedesco et al., (1995). Em seguida, foi realizado o cálculo da
Soma de Bases (SB), da capacidade de troca catiônica efetiva (CTCefetiva), da capacidade de troca
catiônica potencial (CTCpH7), da saturação por bases (V%).
O coeficiente de variação (CV), foi classificado segundo Warrick & Nielsen (1980), que
consideram a variabilidade, como: baixa (CV < 12%); média (12%< CV >60%) e alta (CV > 60%).

Figura 1: Mapa amostral da distribuição espacial dos pontos de prospecção.

Figura 1: Mapa amostral da distribuição espacial dos pontos de prospecção.

Fonte: Autor

RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise estatística descritiva demonstra que as propriedades avaliadas apresentam distribuição
normal, conforme o teste de Kolmogorov-Smirnov (TABELA 1).Todas as variáveis obtiveram um
CV (%) classificado como médio, tendo em geral, as médias da saturação por base se apresentando
em forma crescente.
Em seguida através da análise dos semivariogramas é possível observar a ocorrência do erro
experimental sendo praticamente nulo e tendo uma malha amostral suficiente para o estudo das
variáveis (TABELA 2).
Por meio dos mapas confeccionados, é possível avaliar a distribuição da saturação por bases
na área de estudo, sendo notório o seu incremento no decorrer dos anos, bem como sua uniformidade,
tudo durante o período avaliado, compreendendo todos os anos (FIGURA 2).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 126


Tabela 1 - Análises estatísticas descritivas da saturação por bases (V%) de solos cultivados, sob cultivo mínimo, numa
catena do Pampa.

Legenda: Min: mínimo. Max: máximo. Méd: média. CV: coeficiente de variação. K-S: valor do teste de normalidade.
Sig: significância. V%: Saturação por bases.

Tabela 2 - Parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados para a saturação por bases (V%) de solos cultivados,
sob cultivo mínimo, numa catena do Pampa.

DE: Dependência Espacial. GDE: Grau de Dependência Espacial.

Figura 2 – Mapa da distribuição espacial da da saturação por bases (V%) de solos cultivados, sob cultivo mínimo, numa
catena do Pampa.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 127


Fonte: Autor.

CONCLUSÃO
Por meio da alta densidade amostral, foi possível detalhar e compreender a dinâmica da
saturação por bases.
Durante o período de estudo, houve um incremento nos teores de saturação por base, em
decorrência de práticas de conservação do solo.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CAMBARDELLA CA, Moorman TB, Novak J M, Parkin TB, Karlen DL, Turco RF, Konopka
AE. Field-scalevariabilityofsoilproperties in central Iowa soils. Madison: Soil Science Society
American Journal, 1994, v. 58, n. 1, p.1501-1511.

CARDOSO, E. L. et al. Qualidade química e física do solo sob vegetação arbórea nativa e
pastagens no Pantanal Sul-Mato-Grossense. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 35, p. 613-
622, 2011.

FAGERIA, N. K. Resposta de arroz de terras altas, feijão, milho e soja à saturação por base em
solo de cerrado. Campina Grande: Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 2001,
p.416-424.

FERNANDES, A. R.; LINHARES, L. C. F.; MORAIS, F. I. O.; SILVA, G. R. da. Características


químicas do solo, matéria seca e acumulação de minerais nas raízes de adubos verdes, em
resposta ao calcário e ao fósforo. Belém: Revista de Ciências Agrárias, 2003, n. 40, p. 45-54.

TEDESCO M.J.; GIANELLO C.; BISSANI C.A. et al., Análise de solo, plantas e outros materiais.
2.ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 147p.

TEDESCO, M. J. et al. Análises de solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre: Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 174p. (Boletim Técnico de solos, 5).

WARRICK, A.W.; NIELSEN, D.R. Spatial variability of soil physical properties in the field. In:
Hillel, D. Applications of soil physics. New York: Academic Press, 1980.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 128


VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DA SATURAÇÃO POR ALUMÍNIO, NUMA
CATENA DE SOLOS DO PAMPA - 6 ANOS DE MONITORAMENTO

Carolyne Garcia Uberti1; Thaynan Hentz de Lima2; Lucas da Silva Gonçalves3; Júlio Cesar
Wincher Soares4;

1
Graduanda, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
2
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
3
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
4
Doutor, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.

PALAVRAS-CHAVE: Variabilidade.Geoprocessamento.Fertilidade.
ÁREA TEMÁTICA: Geoprocessamento e Tecnologia Digital nas Ciências Agrárias.

INTRODUÇÃO
A agricultura pode ser considerada a atividade que ocupa solos férteis ou não, para o
desenvolvimento e produção de alimentos consumidos pela polulação mundial, tanto urbana quanto
rural, sendo comercializados e tornando-se uma atividade econômica dependente de inovações
técnicas indústrias e interdependênte entre os setores, para que haja uma constante melhoria na
produtividade das áreas (Lima et al., 2019).
O Brasil possui solos ácidos, onde as concentrações de alumínio (Al) são determinados através
de uma solução extratora de cloreto de potássio (KCl 1 mol.L-1), podendo exceder a quantidade de
10 cmolc.kg-1, sendo considerados valores extremamente altos. Em solos que possuem um grau de
intemperização maior, essa extração corresponde ao Al trocável em equilíbrio com a solução do solo,
entretanto, em outras classes de solo, esse valor não corresponde apenas a essa forma, uma vez que as
plantas não apresentam toxidez ou a sintomatologia é muito pequena (Wadt, 2002).
Um dos fatores limitantes para a produtividade atualmente é o alumínio, atuando diretamente
na redução do crescimento de radicular, que afeta o alongamento e a divisão celular, sendo que essa
limitação, dificulta a capacidade de obtenção de água e nutrientes pela planta, disponíveis no solo,
em decorrência de um enraizamento superficial, ocasionando uma maior sucetibilidade à planta para
secas e diminuindo sua produtividade, sendo necessário a utilização de corretivos e fertilizantes para
mitigar esse problema (Ferreira et al., 2006).
Assim, o presente estudo teve como objetivo descrever a variabilidade e as relações espaciais
e temporais da saturação por alumínio da soja, numa catena do Pampa, em 6 anos de monitoramento.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 129


METODOLOGIA
A área de estudo se localiza na Fazenda Escola da Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões - URI, Câmpus de Santiago, com coordenadas centrais UTM 705.589 E e
6.769.112 S (SIRGAS2000, zona 21 S). Foram realizadas análises através de 52 pontos de uma
malha, com uma equidistância de 15 m, na profundidade de 0,0 – 0,2 m, totalizando 1,17 ha. Para
locação dos pontos foi empregado um receptor GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite)
Leica modelo Viva GS15, com dupla frequência (L1/L2) e disponibilidade de Posicionamento em
Tempo Real (RTK).
Através da grade de pontos, foram coletadas amostras de solo, nas quais determinaram-se
as seguintes propriedades químicas: cálcio (Ca+2), magnésio (Mg+2), potássio (K+ ), alumínio (Al+3),
conforme Tedesco et al., (1995), necessários para o cálculo da soma de bases (SB) e da capacidade
de troca catiônica efetiva (CTCefetiva). Posteriormente, foi realizado o cálculo da saturação por
alumínio (m%). O coeficiente de variação (CV), foi classificado segundo Warrick & Nielsen (1980),
que consideram a variabilidade, como: baixa (CV < 12%); média (12%< CV >60%) e alta (CV >
60%).
No software ArcGIS® 10.5.1, utilizando a geoestátisca, foram realizados os ajustes dos
modelos de semivariogramas aos dados, sendo definidos os parâmetros do efeito pepita, patamar
e alcance. O Grau de Dependência Espacial (GDE) foi classificado como fraco, moderado e forte,
conforme Cambardella et al., (1994). Em seguida, foram elaborados mapas utilizando um algoritmo
preditor, a krigagem ordinária, sendo possível um maior detalhamento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise estatística descritiva demonstra que as propriedades avaliadas apresentam distribuição
normal, conforme o teste de Kolmogorov-Smirnov (TABELA 1).
Todas as variáveis obtiveram um CV (%) classificado como médio, exceto o ano de 2021,
onde foi classificado como alto, com as médias da saturação por alumínio (m%) se demonstrando
decrescentes. Em seguida através da análise dos semivariogramas é possível observar a ocorrência do
erro experimental sendo praticamente nulo e tendo uma malha amostral suficiente para o estudo das
variáveis (TABELA 2).
Por intermédio dos mapas, é possível observar que os valores do m% no ano de 2016 para o
ano de 2017 aumentaram em função do revolvimento do solo para a abertura do campo nativo, para
os anos subsequentes aos de 2017, houve uma redução dos valores máximos, do m %, indicando a
funcionalidade das práticas de conservação do solo aplicadas na área de estudo (FIGURA 1).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 130


Tabela 1 - Análises estatísticas descritivas da saturação por alumínio (m%) de solos cultivados, sob cultivo
mínimo, numa catena do Pampa.

Legenda: Min: mínimo. Max: máximo. Méd: média. CV: coeficiente de variação. K-S: valor do teste de
normalidade. Sig: significância. m%: Saturação por alumínio.

1 Tabela 2 - Parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados para a saturação por alumínio (m%) de
solos cultivados, sob cultivo mínimo, numa catena do Pampa.

DE: Dependência Espacial. GDE: Grau de Dependência Espacial.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 131


Figura 1 – Mapa da distribuição espacial da da saturação por alumínio m% de solos cultivados, sob cultivo mínimo,
numa catena do Pampa.

Fonte: Autor.

CONCLUSÃO
A malha amostral foi suficiente para demonstrar a variáveil com acurácia.
Por meio de práticas de conservação, durante o período avaliado, foi possível detectar a
diminuição nos teores de saturação por alumínio.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CAMBARDELLA CA, Moorman TB, Novak J M, Parkin TB, Karlen DL, Turco RF, Konopka
AE. Field-scalevariabilityofsoilproperties in central Iowa soils. Madison: Soil Science Society
American Journal, 1994, v. 58, n. 1, p.1501-1511.

FERREIRA, R. de P.; MOREIRA, A.; RASSINI, J.B. Toxidez de alumínio em culturas anuais. São
Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2006. 35p. (Embrapa Pecuária Sudeste. Documentos, 63).

LIMA, A. F.; DE ASSIS SILVA, E. G.; DE FREITAS IWATA, B. Agriculturas e agricultura familiar
no Brasil: uma revisão de literatura. Retratos de Assentamentos, 2019, v. 22, n. 1, p. 50-68.

TEDESCO M.J.; GIANELLO C.; BISSANI C.A. et al., Análise de solo, plantas e outros materiais.
2.ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 147p.

Wadt PGS. Manejo de solos ácidos do Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa-Acre; 2002.
(Documentos, 79).

WARRICK, A.W.; NIELSEN, D.R. Spatial variability of soil physical properties in the field. In:
Hillel, D. Applications of soil physics. New York: Academic Press, 1980.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 132


VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DA MATÉRIA ORGÂNICA EM SOLOS DE
UMA CATENA DO PAMPA – V ANOS DE MONITORAMENTO

Thaynan Hentz de Lima1; Carolyne Garcia Ubert2; Lucas da Silva Gonçalves3; Júlio Cesar
Wincher Soares4;

1
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
2
Graduanda, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
3
Graduando, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
Doutor, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS.
4

PALAVRAS-CHAVE: Geoprocessamento.Conservação.Fertilidade.
ÁREA TEMÁTICA: Geoprocessamento e Tecnologia Digital nas Ciências Agrárias.

INTRODUÇÃO
A matéria orgânica do solo (MOS) é de suma importância para a maior produtiva do solo, uma
vez que está relacionada às propriedades físicas, biológicas e químicas dos solos, sendo a principal
contribuinte para a CTC de solos tropicais e subtropicais, auxiliando na diminuição da toxidez de
elementos tóxicos às plantas, além de ser fonte de energia e nutrientes para a microbiologia do solo.
Este incremente da biota, torna aspectos gerais do solo, como a agregação, a aeração, a densidade,
a infiltração e a retenção de água no solo, permitindo assim, um aumento na qualidade do solo
(SOUZA et al., 2018).
O entendimento da dinâmica da MOS em sistemas de produção, permite subsidiar e planejar
possíveis estratégias de manejo que garantam incremento ou manutenção da qualidade do solo ao
longo do tempo através dela, sendo que pode ser alterada em maior ou menor grau, e é um dos
atributos mais sensíveis ao manejo dos solos (Barreto et al., 2008; Rossi et al., 2011).
O sistema plantio direto (SPD) tráz diversos benefícios referentes à conservação e melhoria
das qualidades físicas, químicas e biológicas do solo. Entretanto, é fundamental sua associação a um
sistema de rotação e sucessão de culturas diversificado, que produza adequada quantidade de resíduos
culturais na superfície do solo durante todo o ano, tornando a eficácia do SPD relacionada, dentre
outros fatores, com a quantidade e a qualidade de resíduos produzidos pelas plantas de cobertura,
persistência destes resíduos sobre o solo, velocidade de decomposição e liberação de nutrientes
(Ceretta et al., 2002; Torres & Pereira, 2008).
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a variabilidade espaço - temporal da matéria
orgânica do solo, em uma catena de solos do pampa gaúcho monitorada por 5 anos.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 133


METODOLOGIA
A Fazenda Escola onde foi realizado o estudo, se localiza na Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões - URI, Câmpus de Santiago, possuindo coordenas centrais UTM
705.589 E e 6.769.112 S (SIRGAS 2000, zona 21 S). O grid amostral é composto por uma malha
fixa de 52 pontos com uma distância de 15m entre os pontos, totalizando área total de 1,17ha, com
monitoramento por 5 anos. Para locação dos pontos foi utilizado um receptor GNSS (Sistema Global
de Navegação por Satélite) Leica modelo Viva GS15, com dupla frequência (L1/L2) e disponibilidade
de Posicionamento em Tempo Real (RTK).
A coleta de solo foi realizada com um trado holandes, tipo TF”3, com uma caçamba de 20
cm, posteriormente a coleta, foi determinado os valores de matéria orgânica (MO), onde foram
determinado os valores de carbono orgânico com posterior transformação para MOS conforme Raij
et al, (2001). A variabilidade do solo foi observada pela análise estatística descritiva e a normalidade
dos dados foi testada por Kolmogorov-Smirnov, com p < 0,0, entretanto, o coeficiente de variação
(CV) foi classificado como baixo (CV < 12%); médio (12%< CV >60%) e alto (CV > 60%).
No software ArcGIS® 10.5.1, utilizando a geoestátisca, foram realizados os ajustes dos
modelos de semivariogramas aos dados, sendo definidos os parâmetros do efeito pepita, patamar
e alcance. O Grau de Dependência Espacial (GDE) foi classificado como fraca, moderada e forte,
conforme Cambardella et al., (1994). Por último, foram elaborados mapas utilizando um algoritmo
preditor, a krigagem ordinária, sendo possível um maior detalhamento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados referentes às análises estatísticas descritivas apresentam distribuição normal,
conforme o teste de Kolmogorov-Smirnov (Tabela 1). O CV (%) dos anos de 2016, 2017, 2019 e
2020 foram classificados como médios, entretanto, o ano de 2018 foi classificado como baixo, a
média da MOS para os anos, em ordem cronológica foi de, 3,2%, 2,5%, 4,0%, 2,9% e 2,2% valores
que podem ser melhores compreendidos através dos mapas da variabilidade espacial.
Após analisar os semivariogramas, foi possível observar que a distância da malha amostral
foi suficiente e extremamente acurada para a variável em estudo, sendo que o erro experimental foi
praticamente nulo (Tabela 2). Em 2016, foi iniciado o processo de abertura da área em estudo para
a agricultura, realizando um revolvimento no solo, que afetou negativamente os valores de matéria
orgânica quando comparados ao ano de 2017, uma vez que ocorre a quebra e a perda das cadeias
carbônicas. Houve também um incremente de matéria orgânica do ano de 2018, por outro lado, ocorreu
diminuição da matéria orgânica para os anos subsequêntes, em contrapartida, a homogeniezação do
mesmo ocorreu de forma uni-
forme por toda a catena.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 134


Tabela 1. Análise estatística descritiva e teste de normalidade para os valores de matéria orgânica do solo de uma catena
do pampa, com 5 anos de monitaramento.

Legenda: Mín: Mínimo. Méd: Média. Máx: Máximo. MOS: Matéria Orgânica do Solo. CV: Coeficiente de Variação.
KS: Teste de Kolmogorov-S mimov. SIG: Significância.

Tabela 2. Parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados para valores de matéria orgânica do solo de uma
catena do pampa, com 5 anos de monitaramento.

Legenda: MOS: Matéria Orgânica do Solo; DE: Dependência Espacial; GDE: Grau de dependência espacial.

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Figura 1. Mapas de distribuição espacial e temporal da matéria orgânica do solo de uma catena do pampa, com 5 anos
de monitaramento, respectivamente.

Fonte: Autor

CONCLUSÃO
A densidade amostral e a distância entre os pontos foram de grande importância para as
predições acuradas da MOS.
O teor de matéria orgânica do solo teve uma melhor redistribuição na área, através de práticas
conservacionistas.

REFERÊNCIAS
BARRETO, A.C.; FREIRE, M.B.G.S.; NACIF, P.G.S.; ARAÚJO, Q.R.; FREIRE, F.J.; INÁCIO,
E.S.B. Fracionamento químico e físico do carbono orgânico total em um solo de mata submetido
a diferentes usos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 2008, v.32, p.1471-1478.

CAMBARDELLA CA, Moorman TB, Novak J M, Parkin TB, Karlen DL, Turco RF, Konopka
AE. Field-scalevariabilityofsoilproperties in central Iowa soils. Madison: Soil Science Society
American Journal, 1994, v. 58, n. 1, p.1501-1511.

CERETTA, C.A.; BASSO, C.J.; HERBES, M.G. et al. Produção e decomposição de fitomassa de
Plantas invernais de cobertura de solo e milho, sob diferentes manejos da adubação nitrogenada.
Santa Maria: Ciência Rural, 2002, v.32, p.49-54.

RAIJ, B. V. et al. Análise química para avaliação da fertilidade de solos tropicais. Campinas:
Instituto Agronômico, 2001. 285 p.

ROSSI, C.Q.; PEREIRA, M.G.; GIACOMO, S.G.; BETTA, M.; POLIDORO, J.C. Frações húmicas
da matéria orgânica do solo cultivado com soja sobre palhada de braquiária e sorgo. Campinas:
Bragantia, 2011, v.70, p.622-630.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 136


SOUZA, E. D.; SILVA, F. D.; PACHECO, L. P.; LAROCA, J. S. V.; SOUZA, J. M. A.; BONETTI,
J. A. Matéria orgânica do solo em sistemas integrados de produção agropecuária no Brasil.
In: SOUZA E. D.; SILVA F. D.; ASSMANN ,T. S.; CARNEIRO, M. C. C.; CARVALHO, P. C. F.;
PAULINO, H. P. Sistemas integrados de produção agropecuária no Brasil. Tubarão: Copiart, 2018.
p. 107-122.

TORRES, J.L.R.; PEREIRA, M.G. Dinâmica do potássio nos resíduos vegetais de plantas de
cobertura no cerrado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 2008, v.32, p.1609-1618.

WARRICK, A.W.; NIELSEN, D.R. Spatial variability of soil physical properties in the field. In:
Hillel, D. Applications of soil physics. New York: Academic Press, 1980.

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Outros

COMPARAÇÃO DOS TEORES DE FIBRAS ENTRE OS FOLHOSOS

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo Horizonte –
Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Alimentos. Fibras. Hortaliças.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
As hortaliças são recomendadas na dieta, por conterem altos teores de vitaminas, sais minerais,
fibras e água. São comercializadas in natura, porém a busca por uma comercialização cada vez mais
conveniente cria uma modificação no processo produtivo e que conserve a qualidade final, ou seja,
o produto deve ter boa aparência, cor, textura, cheiro, sabor e valor nutricional. (RUSTICHELLI,
2017).
As fibras solúveis, são viscosas e facilmente fermentáveis no cólon, como a pectina, presente
nas frutas (principalmente na casca), aveia e leguminosas como, por exemplo em feijões, ervilhas e
lentilhas ou fibras insolúveis como o farelo de trigo, folhosos que tem ação no aumento de volume
do bolo fecal, mas com limitada fermentação no cólon. (BERNAUD & RODRIGUES, 2013).
Os beneficios das fibras alimentares estão relacionados, em parte, ao fato de que uma parcela da
fermentação de seus componentes ocorre no intestino grosso, o que produz impacto sobre a velocidade
do trânsito intestinal, sobre o pH do cólon e sobre a produção de subprodutos com importante função
fisiológica (COSTA, 2020).
As fontes alimentares com maior contribuição para o total de fibras disponível na alimentação
dos brasileiros, são a farinha de mandioca, leguminosas como os feijões, arroz, pão, frutas e vegetais
(CRUZ et al., 2021). Observou-se que o percentual de fibras disponíveis para a ingestão era inferior
em todas as regiões, áreas e classes sociais do Brasil, chegando a ser quatro vezes inferior ao valor
recomendado de fibras pela Organização Mundial da saúde (OMS), que seria de 24 gramas (CRUZ
et al., 2021). As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) possuem enorme potencial
alimentício, porém não são de conhecimento de grande parte da população, sendo até mesmo associadas
com plantas venenosas (MALDANER, MENEZES & BRAGANÇA, 2021). Em sua grande maioria
as PACs são de crescimento rápido e uma ou mais são consumidas (MALDANER, MENEZES
& BRAGANÇA, 2021), sendo de crescimento espontâneo ou cultivadas, nativas ou exóticas de

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 138


determinado habitat, e empregadas com finalidades alimentares ou terapêuticos (MALDANER,
MENEZES & BRAGANÇA, 2021). O objetivo desse estudo foi identificar a quantidade de fibras
em folhosos disponíveis para consumo sendo uma fonte para a ingestão de fibras.

METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido através da literatura dos materiais disponíveis na internet e
disponibilizados nos últimos 11 anos. Os termos utilizados para a pesquisa, foram folhosos e vegetais
nas plataformas Scielo e Google acadêmico. Foram excluídos artigos com mais de 11 anos de
publicação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
As PANCs - plantas alimentícias não convencionais, não são tão frequentes no prato dos
brasilieros. Essas hortaliças podem ser consumidas com segurança, sem agravos para a saúde. As
PANC’s identificadas, foram o almeirão-de-arvore-roxo, anredera, azedinha, bertalha, beldroega,
capuchinha, major-gomes, ora-pro-nobis, peixinho, serralha, taioba e vinagreira (BOTREL, 2022).
Os folhosos convencionais identificados, foram acelga, agrião, alface crespa, alface lisa, alface roxa,
almeirão, couve manteiga, couve-de-bruxelas, couve chinesa, endívia e espinafre (TACO, 2011). A
tabela 1, apresenta os folhosos convencionais e as PANCs, e a quantidade de fibras que cada um
dos alimentos trazem em sua composição. Podemos observar que entre os alimentos convencionais
possuem uma quantidade relativamente baixa de fibras em 100g de alimento e as PANCs por sua vez,
trazem um teor de fibras melhor.

Tabela 1. Quantidades de fibras nos folhosos.

FOLHOSOS ESPÉCIE FIBRAS EM 100 g

CONVENCIONAIS
Acelga Beta orientalis L. 1,1 g
Agrião Nasturtium officinale 2,1g
Alface americana Lactuca sativa L. 1,0 g
Alface crespa Lactuca sativa L. 1,8 g
Alface lisa Lactuca sativa L. 2,3 g
Alface roxa Lactuca sativa L. 2,0 g
Almeirão cru Cichorium intybus L. 3,4 g
Couve manteiga - crua Brassica oleracea var. acephala 3,1 g
Couve-de-Bruxelas Brassica oleracea var. gemmifera 3,8 g
Couve chinesa Brassica oleracea 1,0 g
Espinafre – Nova Zelândia - Cru Tetragonia expansa 2,1 g
Repolho branco – cru Brassica oleracea var. capitata 1,9 g
Repolho roxo – cru Brassica oleracea var. capitata 2,0 g
Rúcula Eruca sativa L. 1,7 g

PANCs
Anredera Anredera cordifolia 2,47 g
Azedinha Rumex acetosa 2,53 g

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 139


Bertalha Basella alba 2,02 g
Beldroega Portulaca oleracea 2,76 g
Capuchinha Tropaeolum majus 4,46 g
Caruru Amaranthus deflexus 7,38 g
Endívia Cichorium endivia 3,1 g
Almeirão-de-arvore -roxo Lactuca canadenses 3,44 g
Chicória Cichorium endivia L. 2,2 g
Major-gomes Talinum paniculatum 1,48 g
Mostarda Brassica juncea (L.) Czernj. & Coss. 1,9 g
Ora-pro-nobis Pereskia aculeata 3,88 g
Peixinho Stachys byzantina 13,21 g
Serralha Sonchus oleraceus 4,34 g
Taioba Xanthosoma taioba 4,5 g
Vinagreira Hibiscus sabdariffa 5,3 g
Fonte: (TACO, 2011; BOTREL, et.al., 2020).

CONCLUSÕES
As hortaliças possuem diferentes composições, e o folhoso com maior quantidade de fibras é
o peixinho e os alimentos com menores concentrações de fibras, seria a alface americana e a couve
chinesa. O consumo dos folhosos devem ser variados, para que sejam diversificadas as fontes de
nutrientes. As PANCs demonstram ter o aporte maior em fibras e o seu consumo deve ser incentivado.
No caso, de pessoas que consomem quantidades inadequadas de fibras a orientação é estimular o
consumo de PANCs intercalando com as plantas convencionais.

REFERÊNCIAS
BERNAUD, F.S.R., RODRIGUES, T.C. Fibra alimentar – Ingestão adequada e efeitos
sobre a saúde do metabolismo. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57/6 Disponível em:
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.scielo.br/j/abem/a/
PZdwfM5xZKG8BmB9YH59crf/?lang=pt&format=pdf Acesso em: 23/fev./2022

COSTA, J.B. A importância das fibras na alimentação. 16/09/2020. Disponível em: https://codeagro.
agricultura.sp.gov.br/cesans/artigo/227/A%20import%C3%A2ncia%20das%20fibras%20na%20
alimenta%C3%A7%C3%A3o Acesso em: 15/març./2022

CRUZ, L.G et al.. Alimentos ultraprocessados e o consumo de fibras alimentares no Brasil. Ciência
& Saúde Coletiva [online]. v. 26, n. 09 [Acessado 27 Junho 2022] , pp. 4153-4161. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232021269.15462020>. ISSN 1678-4561. https://doi.
org/10.1590/1413-81232021269.15462020.

MALDANER, G., MENEZES, A.P.S., BRAGANÇA, G.C.M.B., PANCs: plantas


alimentícias não convencionais. Ediurcamp, 2021.Disponível em: chrome-extension://
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RUSTICHELLI, B.G., et al. Qualidade microbiológica de vegetais folhosos minimamente

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 140


processados de hortifrútis na região metropolitana de São Paulo. Nutrivisa – Revista de Nutrição
e Vigilância em Saúde Volume 4 ∙ Número 2 ∙ julho-outubrobro/2017. Disponível em: chrome-
extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://www.revistanutrivisa.com.br/wp-content/
uploads/2019/11/nutrivisa-vol-4-num-2-02.pdf Acesso em: 20/març./2022

TACO. Tabela brasileira de composição de alimentos / NEPA – UNICAMP.- 4. ed. rev. e


ampl.. -- Campinas: NEPA- UNICAMP, 2011. 161 p. Disponível em: chrome-extension://
efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_
edicao_ampliada_e_revisada.pdf Acesso em: 23/marc./2022

BOTREL. N. et al., Valor nutricional de hortaliças folhosas não convencionais cultivadas no Bioma
Cerrado. Braz. J. Food Technol. 23. 2020 https://doi.org/10.1590/1981-6723.17418 Disponível em:
https://www.scielo.br/j/bjft/a/JjvCDWhsFpnXnytvPwdGXCy/?lang=pt# Acesso em: 23/marc./2022

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 141


CACTOS E SEUS FRUTOS NA ALIMENTAÇÃO

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo
Horizonte – Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Alimentação. Cactos. Cactáceas.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
O semiárido, possui distribuição anual das chuvas irregular, passa por longos períodos de
secas, que causa a redução na disponibilidade de forragens e da produtividade animal e com impacto
na alimentação humana. Cactáceas são usadas como fonte de alimentação nos períodos de seca,
destacando- se a palma forrageira, mandacaru, coroa-de-frade e xiquexique como opções estratégicos
nesses períodos (NETO, ARAÚJO, FILHO, 2015). O objetivo dessse estudo foi identificar o uso dos
cactos e seus frutos na alimentação.

METODOLOGIA
Foram usados para o desenvolvimento do trabalho, materiais disponíveis na internet nas
plataformas Scielo e Google acadêmico e a literatura disponível, que tratasse sobre o tema, publicados
na última década. Para encontrarar os materiais, foram usados os termos cactos e cactos alimentação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O mandacaru (Cereus hildmannianus K) é uma planta arbustiva suas flores possuem coloração
branca e ficam abertas somente durante a noite e seus frutos são encontrados nas colorações amarelo,
alaranjado ou vermelho. A espécie cesce em solos arenosos, rochosos, afloramentos, paredões sobre
árvores e arbustos. Além de servir como alimento para a fauna, algumas aves usam a tuna para
a construção de seus ninhos. Também serve como ornamental e os frutos são consumidos pelos
humanos (SILVEIRA, 2020). Representada pela figura 1, abaixo.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 142


Figura 1. 1- Aspectos gerais da espécie; 2 – Flores e 3- fruto

FONTE: FERNANDES, (2019)

Pitaia Roxa (Hylocereus lemairei Hook) nativo da América Central e do México, a pitaia rosa
possui coloração vibrante tanto da casa quanto da polpa devido a presença de licopeno. (MANARINI,
2019). A pitaia roxa pode ser consumida in natura em geleias, em sucos, em sorvetes e em bebidas. A
pitaia fornece em 100g de alimento, 13 g de carboidratos, 1,1 g de proteínas e 3 g de fibra alimentar
(MANARINI, 2019). A figura 2, abaixo ilustra a pitaia roxa.

Figura 2. 1- Aspectos gerais da espécie; 2 – Flores e 3- fruto

Figura 2. 1- Aspectos gerais da espécie; 2 – Flores e 3- fruto

FONTE: FERNANDES, (2019)

A pitaia branca (Hylocereus undatus Haw.n), possui flavonoides com função antioxidante
(MANARINI, 2019). fornecendo em 100g de alimento, 13,2 g de carboidratos, 1,40 g de proteínas,
0,40 de lipídeos e 1,80 g de fibra alimentar (TBCA, 2020). Assim como a pitaia roxa é usada em
sobremesas e em sucos. A seguir na ilustração 3, a foto da pitaia branca.

Figura 3. 1- Aspectos gerais da espécie; 2 – Flores e 3- fruto

FONTE: FERNANDES, (2019)

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 143


A palma miúda ou palma doce (Nopalea cochenillifera L. Salm –Dyck) é um cacto, originário
da América Central e México, muito cultivado no Brasil e facilmente encontrado como cercas-
vivas em jardins, pelo seu aspecto decorativo. As flores são solitárias, dificilmente forma fruto, mas
propaga-se facilmente, de forma assexuada, a partir de brotamento (CORDEIRO, C. 2022). A seguir
a foto 4, que ilustra a palma.

Figura 4. 1- Aspectos gerais da espécie; 2 – Flores e 3- fruto

FONTE: FERNANDES, (2019)

A palma gigante ou figo da índia (Opuntia ficus-indica L. Mill), os frutos são muito suculentos,
doces e são consumidos na forma in natura, de sucos, geleias, compotas, licores, destilados. O gosto
dos frutos lembra o de uma melancia adocicada. Os artículos também podem ser consumidos como
verdura. No México, entram como ingrediente em ovos mexidos no café da manhã (TODA FRUTA,
2016). O figo da índia fornece em 100g de alimento, 5 g de carboidratos, 1,40 g de proteínas, 0,98
de lipídeos e 5 g de fibra alimentar (TODA FRUTA, 2016). A ilustração 5 identifica o figo da índia.

Figura 5. 1- Aspectos gerais da espécie; 2 – Flores e 3- fruto

FONTE: FERNANDES, (2019)

A coroa-de-frade (Melocactus bahiensis), é usado em projetos paisagísticos, para ornamentação


de jardins e diversificados espaços, pois é de fácil cultivo e pouco exigente em relação ao solo e
temperatura. Na medicina popular, é utilizado em forma de chá, para aliviar problemas nos rins e
do intestino. Na culinária, é ingrediente para preparação de bolos, doces e biscoitos. Os agricultores
usam a planta na alimentação de animais, por ser uma excelente reserva de água e fibras, sendo uma
boa opção para os momentos de estiagem (MARQUES, 2020). Representada pela figura 6, abaixo.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 144


Figura 6.Aspectos gerais da espécie com flores

FONTE: MARQUES, (2020)

O xiquexique (Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles & Rowley) é uma espécie de


cactaceas indispensaveis para a região do semiárido nordestino, apresenta adaptações para sobreviver
a ambientes sem umidade. As flores abrem à noite e são polinizadas por morcegos. Os frutos são
arredondados e quando maduros, possuem uma polpa de coloração rosa, com muitas sementes pretas,
servindo de alimentos para insetos e pássaros (NEMA, 2020). O xique xique é usado na culinária de
variadas formas, como em doces e geleias (LAMIR, 2020). Ilustração do xique xique na figura 7, a
seguir.

Figura 7. Aspectos gerais da espécie Pilosocereus gounellei.

FONTE:NEMA, 2020

CONCLUSÕES
A utilização de cactáceas é uma opção viável no fornecimento de água e nutrientes para
humanos e animais através do seu consumo. É possível fazer diversas receitas com as frutas pitaia,
mandacaru e figo da índia e com a palma para diversificar ou complementar a alimentação.

REFERÊNCIAS
OISAS DA ROÇA. Origem, aplicação e benefícios da Coroa de Frade Disponível em: https://www.coisasdaroca.
com/alimentos/coroa-de-frade.html Acesso em: 22/fev/2022

CORDEIRO.S.Z. Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck Universidade Federal do Estado do Rio de


Janeiro.c.2022 Disponível em: http://www.unirio.br/ccbs/ibio/herbariohuni/nopalea-cochenillifera-l-salm-dyck
Acesso em: 22/fev/2022

FERNANDES, C. F. Potencial de Cactaceae do Brasil como PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais):
Revisão bibliográfica. [Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas]. Instituto

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Federal de São Paulo. São Roque, 2019. Disponível em: chrome extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/
http://pergamum.ifsp.edu.br/pergamumweb/vinculos/00005a/00005a46.pdf Acesso em: 06/fev./2022

LAMIR. D. Xique-xique é base de doces e fonte de renda para agricultores em Pernambuco. 03 de Março
de 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/03/03/xique-xique-e-base-de-doces-e-fonte-de-
renda-para-agricultores-em-pernambuco Acesso em: 10/fev./2022

NEMA. Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental. Blog. 29/01/2020 - Petrolina / PE. Disponível em:
https://nema.univasf.edu.br/site/index.php?page=newspaper&record_id=46 Acesso em: 07/fev./2022

NETO, A.S.N., FILHO, E.S.C., ARAÚJO, H.R. Potencial das cactáceas como alternativa alimentar para
ruminantes no semiárido. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.12, n.6, p.4426-4434, nov/dez, 2015.
ISSN: 1983-9006 Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/320172827_Potencial_das_
cactaceas_como-_alternativa_alimentar_para_ruminantes_no_semiarido Acesso em: 04/fev. /2022

SILVEIRA, F.F. Cereus hildmannianus. Disponível em: https://www.ufrgs.br/floracampestre/cereus-


hildmannianus/ Acesso em: 07/fev./2022

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Universidade de São Paulo (USP). Food
Research Center (FoRC). Versão 7.1. São Paulo, 2020. [Acesso em: 18/fev/2022 ]. Disponível
em: http://www.fcf.usp.br/tbca.

TODA FRUTA. Blog. 8 de setembro de 2016. Disponível em: https://www.todafruta.com.br/figo-da-india/


Acesso em: 05/fev./2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 146


AS VARIEDADES DE MILHO E O SEU USO NA ALIMENTAÇÃO HUMANA E ANIMAL

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo Horizonte –
Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Amido. Carboidrato. Versatilidade


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
O milho amarelo que tem o nome de “milho verde”, nada tem a ver com a cor, e sim com o
estágio de maturação. Dessa forma, o milho verde é aquele que ainda está imaturo. Um dos grãos
mais produzidos e comercializados no Brasil, o milho faz parte da dieta de milhões de pessoas e
animais (ABRAFRUTAS, 2022). Atualmente no mercado existem disponíveis para consumo 478
opções de cultivares de milho, sendo o cereal mais produzido no mundo, usado na indústria e na
alimentação humana e animal, para consumo in natura ou industralizado. A sua versatilidade se deve
aos diferentes tipos de grãos que essa cultura possui (DEON, 2021). O objetivo desse estudo foi
identificar quais os tipos de milhos usados na alimentação humana e animal.

METODOLOGIA
Foram utilizados artigos disponíveis na internet, em plataformas de artigos cientificos como
o Google Academico, Scielo, em revistas de agronomia como revista eletrônica como a Agron, para
desenvolver a pesquisa. Os artigos foram publicados em um período de até 05 anos. As palavras
utilizadas para encontrar os artigos foram milho, corn, milhos coloridos e variedades de milhos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O milho é usado em várias preparações gastronômicas, como na elaboração do angu, cuscuz,
canjica branca doce, cereais de milho, milho assado ou cozido na espiga, pipoca, creme de milho,
curau, o milho em conserva utilizado como acompanhamento em cachorro quente e hamburgueres de
trailer, em saladas e em maionese de verduras. (MARTINS, 2022). bolo de milho, pamonha, sorvete
e picolé, suco de milho, mingau, canjiquinha, (BASTOS & BERBET, 2021). Na indústria foram
desenvolvidos os produtos óleo de milho, amido de milho e xarope de milho (MYFARM, 2021). O
milho e suas e seus componentes são usados não somente na alimentação, como componente também
na produção de embalagens, filmes fotográficos, estufas agrícolas, utensílios descartaveis, pneus,

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 147


tintas, fogos de artificios, cabeça de fósforo, manche do avião, peças de ferro fundido, pilhas, alguns
farmacos, sabonetes e detergentes. (MYFARM, 2021).
Os tipos de milho identificados, foram o dentado, doce, o duro, o pipoca e o farináceo,
conforme a figura 1, a seguir.

Fig1. Formato dos grãos dos milhos dentado, doce, o duro, o pipoca e o farináceo.

Fig1. Formato dos grãos dos milhos dentado, doce, o duro, o pipoca e o farináceo.

Fonte: MYFARM, (2021)

O milho de silagem: amplamente utilizado na alimentação de animais ruminantes pelo alto


valor energético, lenta absorção fazendo com que os nutrientes sejam melhores aproveitados refletindo
diretamente na produtividade do gado de leite e de corte (DEON,2021).
O milho branco: Pode ser usado para alimentação animal e para fabricação de pães (MYFARM,
2021). O milho de pipoca: essa variedade já era consumida pelos índios no continente americano na
época da colonização. Atualmente é um dos mais exportados pelo Brasil. A particularidade desse
milho é o seu pericarpo (camada externa do fruto que envolve a semente), muito fechado e resistente.
Na presença de gordura e calor, seus grãos explodem e dão origem à pipoca que consumimos
(MYFARM, 2021).
O baby corn ou mini milho: espécie derivada do milho doce. Possui um sabor adocicado e sua
espiga é colhida jovem. A preferência de consumo é em conserva ou in natura; porém, no Brasil ainda
é pouco cultivado (DEON, 2021).
O milho doce: possui o plantio favorecido durante todo o ano e possui um alto valor nutritivo,
o milho doce é um dos mais usados para consumo humano. É o resultado de um processo de mutação,
produzindo açúcar no lugar de amido e, por isso, seu cultivo, manejo e pós-colheita são diferenciados.
Suas características favorecem que ele seja armazenado em água e enlatado (DEON, 2021).
Os milhos também podem variar a sua coloração. Os transposons - gene saltador, são
sequências de DNA que se movem de um local do genoma para outro e interferem na expressão de
outros genes (MAIS SOJA, 2019). Alguns exemplos dessas modificações, são o milho roxo ou maíz

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 148


morado: é uma variedade de milho originária dos Andes peruanos. Sua coloração é característica
pelo pigmento antiocianina que possui propriedades antioxidantes que fizeram com que além de ser
usado como corante, seja utilizado como matéria prima na elaboração de várias preprações e outros
alimentos (COLOMA, et al., 2019). O milho vermelho é uma mutação genética natural que faz com
que os pigmentos vermelhos apareçam em várias partes do vegetal, como grãos, espigas, folhas e
caules. Essa característica, sem explicação aparente, desaparece após algumas gerações. A reação em
cadeia resulta na cor vermelha nas plantas. O gene Ufo1, é controlado por um transposon. Quando o
gene saltador está presente, o Ufo 1 ativa um outro gene conhecido como pericarpo color1 ou p1. Essa
ordem de três passos determina a cor vermelha no milho (MAIS SOJA, 2019).
O milho azul: Os alimentos que são de cor azul têm antocianinas, um antioxidante muito potente,
que possui as propriedades benéficas deste exótico alimento o consumo constante de milho azul, tem
um efeito quimiopreventivo, já que apresenta uma alta quantidade de antocianinas (MESSEGUER,
2021). Em comparação ao milho amarelo a principal diferença é que não é tão doce. Se faz presente
um sabor terroso, duro e forte. Por isso, “utiliza-se em forma de farinha” (MESSEGUER, 2021).
O milho branco: apresenta após o processamento farinha mais fina – em comparação as
variedades tradicionais de milho. O melhor desempenho na moagem em comparação a essas variedades
também pode resultar em rendimento de extração de amido de 40%, o que auxilia na estrutura e deixa
as massas mais macias (EMBRAPA, 2019). O grão que, mesmo integral, fornece uma farinha de
coloração branca, somado à baixa granulometria, fornece produtos similares aos obtidos a partir do
trigo. Com relação a informação nutricional, o milho branco fornece em 100g, 4,52g de gorduras,
2,91 g de fibras, 9g de proteínas, 280 mg de cálcio, 2770 mg de magnésio, 4170 mg de potássio e 870
mg de fósforo (EMBRAPA, 2019).
O milho gema de vidro (Glass Gem Corn), milho com os grãos coloridos, não é transgênico e
nem tingidos artificialmente. Ele é resultado de um trabalho de anos com inúmeros cruzamentos entre
espécies. Composto por fascinantes grãos multicoloridos intercalados. O sabor não é atrativo quando
o milho é cozido, sendo recomendado, o consumo como farinha ou estourado como pipoca (COLIM,
2018).

Figura 2. Milho gema de vidro.

PINTEREST, (2022)

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 149


CONCLUSÃO
Foram identificados diversas variedades de milho, porem o milho que destinado a alimentação
animal não é o mesmo da alimentação humana. O milho é um alimento versátil que pode ser usado
em diversas preprações culinárias que com a interferência do ser humano passou por algumas
modificações tanto na aparência, quanto na utilização do milho não sendo somente um alimento,
quanto na sua composição nutricional.

REFERÊNCIAS
BASTOS T.R., BERBET.S., 2021. ABIP. Assoicação Brasileira da Industria de Panificação e
Confeitaria. Cereal é altamente nutritivo e possui baixa quantidade de gordura; listamos iguarias
tradicionais feitas à base do grão. Disponível em: https://www.abip.org.br/site/10-receitas-com-
milho-como-ingrediente-principal/ Acesso em: 04/fev./2022

COLIM. C. Milho colorido, genética ou edição? Agron, Agronegocios On line 18 de junho de 2018
Disponível em: https://agron.com.br/publicacoes/mundo-agron/curiosidades/2018/06/18/056927/
milho-colorido-genetica-ou-edicao Acesso em: 15/fev/2022

COLOMA, A.Z.N., et al. Micotoxinas no milho roxo peruano. Dissertação ao curso de mestrado
do programa de Pós graduaçãoem medicina veterinária. Área de Sanidade e Reprodução Animal, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS) como requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Medicina Veterinária. Santa Maria – RS, 2017. 54p. Disponível em: chrome-extension://
efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/18184/DIS_
PPGMV_2017_ADANIYA_ZOILA.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 15/fev./2022

DEON, T. Tipos de grãos de milho: tudo o que você precisa saber para fazer a escolha certeira. 9
de fevereiro de 2021. Disponível em: https://blog.aegro.com.br/tipos-de-graos-de-milho/ Acesso em:
18/fev./2022

MAIS SOJA, Gene saltador é responsável por mistério da cor vermelha do milho. Blog 11/març./2019.
Disponivel em: https://maissoja.com.br/gene-saltador-e-responsavel-por-misterio-da-cor-vermelha-
do-milho/ Acesso em: 07/fev./2022

MARTINS. J. Receitaria. 48 receitas com milho verde para refeições mais coloridas e nutritivas.
Disponível em: https://www.receiteria.com.br/receitas-com-milho-verde/ Acesso em: 04/fev./2022

MESSEGUER, N. O milho azul: raro, caro e com “propriedades anticancerígenas” Blog. 27 May
2021. Disponivel em: https://www.consumidorglobal.com/pt/noticias/analise/o-milho-azul-tem-
propriedades-anticancerigenas-e-e-raro_588_102.html Acesso em: 22/marc../2022

MYFARM. Tipos de grãos de milho: como escolher corretamente. Blog 30/jun./2021. Disponível em:
https://www.myfarm.com.br/tipos-de-milho/ Acesso em: 22/fev./2022

PINTEREST. Blog Disponível: https://br.pinterest.com/pin/15903404919201139/ Acesso em:


22/02/2022

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 150


DIVERSIDADE DE CENOURAS E SUAS CARACTERÍSTICAS

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo Horizonte –
Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Betacaroteno. Cenoura. Coloração


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A cenoura (Daucus carota L), é uma hortaliça saborosa e versátil para o consumo in natura,
crua ou cozida, sendo usada em diversos preparos, como saladas, sopas, sucos, consomes, aperitivos,
conservas, bolos e massas. (FREITAS, 2016). A cenoura é rica em betacaroteno, que no nosso
organismo é convertido em vitamina A e desempenha importantes funções no organismo, com grande
importância para a saúde da visão (PIGOLI, VIEITES & DAIUTO, 2014). A cenoura é constituida
de água, açúcares simples e complexos (componentes pécticas sacarose, glucose, frutose, amido,
e celulose), vitaminas, minerais ácidos orgânicos, azoto, lipídios e taninos (BERNO, 2018). A
cenoura não é originalmente cor de laranja, mas sim vermelha, roxa, amarela ou branca. Em meados
do século XVI, produtores de cenoura holandeses, criaram a cenoura na tonalidade laranja em honra
da Casa de Orange, a família real Holandesa. Tornaram isto viável através do cruzamento da cenoura
amarela com cenoura vermelha. As cenouras coloridas já são produzidas em larga escala em diversos
países (CAUBI, 2018). O objetivo desse estudo foi identificar quais cenouras estão disponíveis para
o consumo.

METODOLOGIA
Foram usados para o desenvolvimento do trabalho, materiais disponibilizados na internet nas
plataformas Scielo e Google acadêmico e a literatura disponível, que tratasse sobre o tema, publicados
nos últimos 10 anos. Para encontrar os materiais, foram usados os termos cenouras, cenouras coloridas
e variedades de cenouras.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A cenoura laranja é a versão mais popular do legume, é rica em betacaroteno - um antioxidante
que, além de ser responsável pelo tom alaranjado do alimento, consegue se converter em vitamina A,
depois de ser consumida. Por causa da presença desse componente, o alimento faz muito bem para

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 151


a saúde da pele (TAEQ, 2017). A cenoura fornece em 100 g de alimento cru, 7,55 g de carboidrato;
1,12 g de proteínas; 0,21
g de lipídios e 2,98 g de fibra alimentar (TBCA, 2020). A cenoura laranja é ilustrada na figura 1, a
seguir.

Figura 1. Cenoura laranja

Fonte: AGRISTAR, (c.2022)

As cenouras de coloração roxa (Daucus carota subsp. sativus) são ricas em licopeno, existindo
três variedades mais populares de cenouras desta cor. A Purple Haze que possui o núcleo laranja, e
a Deep Purple que é toda roxa. Depois de cozidas perdem bastante de sua cor natural. A variedade
Roxo Cosmic tem o núcleo amarelo ou laranja (TAEQ, 2017). A cenoura roxa fornece em 100 g de
alimento cru, 1,8 g de carboidrato; 0,9 g de proteínas; 0,2 g de lipídios e 2,3 g de fibra alimentar
(MYFITNESSPAL, 2022). A imagem da cenoura roxa consta na figura 2, abaixo.

Figura 2: cenoura roxa “Cosmic Purple”

Fonte: SEMENTE RARA, (2022)

Como muitas outras frutas e legumes desta cor, as cenouras vermelhas são ricas em antocianinas
ou pigmentos como os da beterraba, pois a água de cocção fica muito tingida. O seu sabor é muito
forte e marcante (TAEQ, 2017). A cenoura vermelha fornece em 100 g de alimento cru, 6,1 g de
carboidrato; 1,4 g de proteínas; 0,47 g de lipídios e 4,49 g de fibra alimentar (INDARAPU, 2021). A
imagem da cenoura vermelha é ilustrada na figura 3, a seguir.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 152


Figura 3: cenoura vermelha “Atomic Red”

Fonte: EXOTIC SPEED STORE, (2022)

As variedades mais conhecidas incluem White Satin, Lunar Branco, Branca de Neve e
Creme de Leite. Estas são as mais raras de todas as cores disponíveis. A cenoura roxa fornece em
100 g de alimento cru, 9g de carboidrato; 9 g de proteínas; 0 g de lipídios e 2 g de fibra alimentar
(MYFITNESSPAL, 2022). A cenoura de coloração branca é ilustrada na figura 4, abaixo.

Figura 4. Cenoura branca “Branca Lunar”

Fonte: SÓ FLOR, (2022)

A cenoura amarela (Arracacia xanthorrhiza Bancroft), dependendo da região do Brasil


é conhecida como batata baroa, mandioquinha ou batata salsa, possui um sabor mais adocicado
contendo antioxidantes como a luteína e zeaxantina em sua composição, traz benefícios para a pele e
para a saúde dos olhos, como a manutenção da mácula ocular e a prevenção da catarata (TAEQ,
2017). Fornece em 100 g de alimento cru, 17,8 g de carboidrato; 0,82 g de proteínas; 4,46 g de
lipídios e 1,65 g de fibra alimentar (TBCA, 2020). A cenoura amarela é ilustrada na figura 5, a seguir.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 153


Figura 5. Cenoura amarela “Solar Yellow”

Fonte: MERCADO LIVRE, (2022)

CONCLUSÕES
Foram identificadas diferentes tipos de cenouras, com composições semelhantes e colorações
variadas, como amarela, branca, roxa, vermelha e laranja. Cabe ao consumidor escolher qual cenoura
mais lhe agrada para o seu consumo.

REFERÊNCIAS
AGRISTAR. Semente cenoura hibrida de verão Erica F1. C.2022. Disponível em: https://agristar.
com.br/superseed/cenoura-de-verao-hibrida/erica-f1/3098 Acesso em: 09/jan./2022

BERNO. N.D. Técnicas de conservação pós-colheita para cenoura roxa recém introduzida no
Brasil. Tese apresentada para obtenção do título de Doutora em Ciencias. Área de concentração:
Ciência e Tecnologia de Alimentos. Piracicaba - 2018. 105p. Disponível em: chrome- extension://
efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-
27032019-113111/publico/Natalia_Dallocca_Berno.pdf Acesso em: 09/jan./2022

CAUBI. Cenouras coloridas, muito prazer! Casa da Caubi. 19 de janeiro de 2018. Disponível em:
http://casadacaubi.com.br/cenouras-coloridas-muito-prazer/ Acesso em: 15/jan./2022

EXOTIC SPEED STORE. Sementes de Cenoura Vermelha - Atomic Red. Blog. 2022. Portugal – PT.
Disponível em: https://www.exotic-seeds.store/pt/home/sementes-de-cenoura-vermelha-atomic-red.
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FREITAS, A.C. As cores da cenoura (e da vitamina A) segundo o seu genoma. Blog. 11 de Maio
de 2016. Disponível em: https://www.publico.pt/2016/05/11/ciencia/noticia/a-cenoura-tem-mais-10-
mil-genes-do-que-nos-1731543 Acesso em: 05/jan./2022

INDARAPU, S. Fatos nutricionais da cenoura que você precisa saber: está aqui. Blog. 27 de agosto
de 2021. Disponível em: https://vegdietplans.com/carrot-nutrition-facts-carrot-calories-more/ Acesso
em: 21/jan./2022.

MERCADO LIVRE. Cenoura Amarela “solar yellow. 40 Sementes De Cenoura Amarela Solar Yellow

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 154


Crioula Rara. c.2022. Disponível em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1818815977-40-
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MYFITNESSPAL. Contador de Calorias. Blog. Disponível em: https://www.myfitnesspal.com/pt


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Energia Agricultura, Botucatu, vol. 29, n.2, p.121-127, abril-junho, 2014. Disponível em: https://
revistas.fca.unesp.br/index.php/energia/article/view/592/975 Acesso em: 16/jan./2022

SÓ FLOR JARDIM. Cenoura Branca Lunar orgânico: 20 sementes. Disponível em: https://www.
soflor.com.br/produto/cenoura-branca-lunar-sementes/ Acesso em: 13/jan./2022

SEMENTE RARA. Cenoura cosmic purple. Disponível em: https://www.sementerara.com.br/


cenoura-cosmic-purple-sementes Acesso em: 15/jan./2022

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Universidade de São Paulo (USP). Food
Research Center (FoRC). Versão 7.1. São Paulo, 2020. [Acesso em: 18/jan./2022 ]. Disponível
em: http://www.fcf.usp.br/tbca.

TAEQ. Cenoura roxa possui benefícios incríveis! Conheça os mais importantes. Conquiste sua vida.
Blog. c.2022. Disponível em: https://www.conquistesuavida.com.br/noticia/cenoura-roxa-possui-
beneficios-incriveis-conheca-os-mais-importantes_a11236/1 Acesso: 23/jan./2022

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 155


INVÓLUCROS USADOS NA CULINÁRIA

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo Horizonte –
Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Envolver. Folhas. Resistência. Tripas


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
O invólucro é definido como algo que possui a capacidade ou é usado para cobrir e envolver
algo, envoltório (FERREIRA, 2010). As tripas dos ovinos são usadas para linguiças e salsichas
pequenas e leves, como linguiças toscanas ou mistas. As tripas de suínos são usados para o tamanho
mais popular, de linguiças tradicionais e calabresa defumada. As tripas de bovinos são usadas para
linguiças de grande porte, como mortadela e salame (CHARCUTARIA.ORG, 2022). Os invólucros
de colágeno possuem várias medidas, conforme o recheio no interior. As tripas sintéticas também
podem ser produzidas em diferentes tamanhos. Há vantagens e desvantagens no uso das tripas
naturais e sintéticas (TECNOCARNE, 2017). As tripas naturais não possuem padronização e
precisam de refrigeração para não deteriorarem, enquanto as tripas sintéticas o prazo de utilização
indefinido e podem ser feitas no tamanho que o fabricante desejar (CHARCUTARIA.ORG, 2022).
As tripas naturais possuem um valor mais elevado para produção e exigem um investimento elevado,
aumentando os gastos dos fabricantes; a produção no Brasil é o suficiente para a demanda, não sendo
do interesse de grandes indústrias (TECNOCARNE, 2017). Os invólucros vegetais podem ser a tripa
desenvolvida a base de vegetais (FSCOMERCIAL, 2017), as folhas como taioba, curucma, caetê,
bananeira e etc.. e a palha do milho (BONINO, 2016). O objetivo desse estudo foi identtificar os
invólucros naturais de origem animal e vegetal e os invólucros de origem sintética disponiveis para
uso.

METODOLOGIA
Foram pesquisados materiais disponíveis na internet, através de blogs especializados, artigos
cientificos como os que estão na plataforma Google Acadêmico, revistas desenvolvidos nos últimos
10 anos de publicação. Para pesquisar sobre o tema foram usadas os termos: invólucros e invólucros
vegetais.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO
As tripas sintéticas são elaboradas a base de celulose ou plástico e não são comestíveis.
São comuns entre os produtores de salsicha, pois são mais baratas, em relação às tripas naturais,
podem ser tingidas e estampadas com o logotipo e informações da empresa e não necessitam de
refrigeração. São resistentes e possuem forma uniforme (LEE, 2021). As empresas produtoras
devem usar os insumos (celulose e plástico) certificado e autorizado pelo Mapa (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e comercializados dentro das normas estaduais e federais
(SIF) (TECNOCARNE, 2017). As desvantagens dos invólucros ou tripas artificiais de colágeno, são
que por serem desenvolvidos a partir de PVDC (cloreto de polivinilideno), contêm ftalatos (que
permite a maleabilidade do plástico) e pode trazer riscos ao sistema endócrino, especialmente em
crianças (CHARCUTARIA.ORG, 2022).
As tripas são obtidas através dos intestinos limpos de animais, como ovinos, suínos e gado.
Após higienizadas, são colocadas em banheiras de sal, onde podem ser armazenadas sem prazo
de validade definido no refrigerador e são usadas para quase todo tipo de linguiça (LEE, 2021). A
vantagem de usar tripas naturais para linguiças defumadas é que a tripa encolhe juntamente com
o receheio mantendo a estética mais bonita (CHARCUTARIA.ORG, 2022). As tripas naturais são
representadas na figura 1, a seguir.

Figura 1. Tripas naturais: 1 - Tripa de ovino natural e 2 – Tripa suína natural

Fonte: CHARCUTARIA.ORG, 2022

A tripa vegana é invólucro à base de plantas, utilizado em preprarações vegetarianas e veganas.


Não contém glúten, sem Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e sem alérgenos. É ideal para
preprarações frescas e cozidas, resiste a altas temperaturas. Pode ser utilizado em máquinas existentes
de recheio, torção e processamento de carne (FSCOMERCIAL, 2017). A figura 2, demosntra a tripa
vegetal, que pode ser usada para a substituição da tripa animal e da tripa sintética.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 157


Figura 2. Tripa vegetal a base de plantas

Fonte: FSCOMERCIAL, (2017)

As tripas de colágeno são um tipo de invólucro natural comestível e são feitas de pele
bovina. São retirados os pêlos e as peles são laminadas em folhas finas e uniformes (LEE, 2021)
São formados tubos, para modelar a massa da linguiça. A vantagem dos invólucros de colágeno é
que são comestíveis, podem ser feitos em tubos de tamanhos uniformes específicos e são resistentes.
Mantendo as linguiças de grande porte penduradas, para defumar (CHARCUTARIA.ORG, 2022).
Na figura 3, estão exemplos de invólucros sinté ticos que são usados para embutir os alimentos.

Figura 3. invólucros sintéticos

Fonte: CHARCUTARIA.ORG, 2022

A palha de milho utilizada por indígenas e difundida por tropeiros e bandeirantes, é versátil
por possuir duas versões de invólucro – a palha seca e a verde. Sua aplicação mais usual é na pamonha
de milho adoçada ou salgada (BONINO, 2016).
As folhas das uvas são um alimento básico da culinária mediterrânea. Por isso, é orientado
consumi-las em preparações diversificadas. Um prato de origem grega chamado dolmas usa essas
folhas como invólucro para formar um charutinho de arroz, carne e cebolas (ALVES, 2019).
A folha de bananeira utilizada pelos povos indígenas e pela população africana, familiarizados
com ela em seu continente de origem. Possui uma variedade de receitas nas cozinhas interioranas e
caiçara. Antes do seu uso tem que ser passada em água fervente ou na boca do fogão para ficar mais
maleável e não rasgar (BONINO, 2016).
A folha de capeba, pode substituir o repolho ou a folha de uva no preparo de dolmas,
preparo de caarne, arroz e cebola, envovidos, parecidos com um charuto. Como a folha de capeba
é rica em óleos essenciais, e bastante aromática deve ser usada com precaução por conta de sua
picância (SUSNTENTAREA, 2019).

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As folhas de shiso verde, podem ser usadas para envolver os alimentos, na cocção porém,
as folhas de shiso vermelho ou roxo também são utilizadas para colorir os alimentos. Os brotos ou
plântulas são muito apreciados em saladas e em diversificadas receitas (HORTO DIDÁTICO, 2020).
Folha de Heliconia empregada na culinária indígena para envolver alimentos e auxiliar no
cozimento (BONINO, 2016).
A folha de curcuma é empregada para conter os alimentos auxiliando na cocção e transmitindo
um aroma incrível a preparação que com ela se embrulhe (FIGUEIREDO, 2017).
Folha de caetê mais fina que a folha da bananeira, é utilizado por muitas tribos indígenas
ainda hoje na culinária para cocção de alimentos. Inserida na lista de palmas desde a colonização
portuguesa, é mais apreciada nos interiores dos estados (BONINO, 2016).
A folha de taioba além de ser um alimento saboroso, serve para invólucro para peixes para
assamento ou grelhado (BONINO, 2016).

CONCLUSÕES
Os invólucros tem bastante influência no resultado final dos alimentos após o processo de
cocção tanto no sabor quanto no visual. É importante que fatores sejam levados em conta no momento
da escolha do invólucro, como resistência térmica e durabilidade.

REFERÊNCIAS
ALVES, M. Folha de uva é utilizada na culinária e tem grande valor no agronegócio. Blog Agro 2.0.
10/10/2019. D|isponível em: https://agro20.com.br/folha-uva/ Acesso em: 03/março/2022

BONINO, R. Folhas de embalar comida. Blog Sacola Brasileira. 12/jan./2016. Disponível em: http://
sacolabrasileira.com.br/2016/01/12/folhas-de-embalar-comida/ Acesso em: 04/março/2022

HORTO DIDÁTICO. Perila ou Shiso. Horto Didático de Plantas Medicinais de HU/CCS. Disponivel
em: https://hortodidatico.ufsc.br/perila-ou-shiso/ Acesso em: 03/março/2022

CHARCUTARIA.ORG. Tipos de tripas ou invólucros naturais e artificiais. Blog. 01/03/2017.


Disponível em: https://charcutaria.org/diversos/tipos-de-tripas-ou-involucros-naturais-e-artificiais/
Acesso em: 09/março/2022

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua
portuguesa.

FIGUEIREDO. N. Tudo sobre a Cúrcuma Comestível! Blog Nô Figueiredo. 24/agos./2017. Disponível


em: https://nofigueiredo.com.br/tudo-sobre-a-curcuma-comestivel/ Acesso em: 03/março/2022

FSCOMERCIAL. Tripa vegana Calibre 24. Disponível em: https://fscomercial.com.br/produto/tripa-


vegana-calibre-24/ Acesso em: 18/março/2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 159


LEE, E. Tipos de peles sintéticas e naturais de embutidos. E How Brasil. 20/ nov./ 2021. Disponível
em: https://www.ehow.com.br/tipos-peles-sinteticas-naturais-embutidos-sobre_59775/ Acesso em:
08/março/2022

TECNOCARNE. FOOD CONNECTION. Aprenda a escolher o invólucro certo para linguiças e


embutidos. Blog. 22/março/ 2017. Disponível em: https://www.foodconnection.com.br/tecnologia/
aprenda-escolher-o-involucro-certo-para-lingui-e-embutidos Acesso em: 11/março/2022

SUSTENTAREA. PANC: Capeba. Blog. 30 de abril de 2019. Disponível em: https://www.fsp.usp.br/


sustentarea/2019/04/30/panc-capeba/#:~:text=%C3%BAmidos%20e%20f%C3%A9rteis.-,Nas%20
prepara%C3%A7%C3%B5es%20culin%C3%A1rias%2C%20pode%2Dse%20ferver%20as%20
folhas%201%2D,conta%20de%20sua%20%22pic%C3%A2ncia%22. Acesso em: 11/março/2022

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 160


DIVERSIDADE DE CEBOLAS DISPONIBILIZADAS PARA COMERCIALIZAÇÃO

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo Horizonte –
Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Acidez. Hortaliça. Pétalas.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A cebola (Allium cepa) é um dos vegetais mais consumidos no mundo, sendo cultivada a
milhares de anos e usada principalmente como condimento para realçar o gosto de outros alimentos
(BECKER, et al., 2021). Pode ser consumida de diversas texturas como crua, em pó, frita, desidratada,
cozida, assada, em conservas e caramelizadas (BECKER, et al., 2021). A cebola (Allium cepa L.)
está entre os alimentos de maior consumo no mundo. As cebolas possuem elementos antioxidantes,
sendo um alimento funcional, contendo compostos bioativos, como as antocianinas e a quercetina
em sua composição (CALADO, et al., 2018). A cebola contém compostos nutracêuticos que, vão
além das funções nutricionais essenciais, auxiliam na redução do risco de doenças e na manutenção
da saúde (GONÇALVES, JUNIOR & NETO, 2016). O objetivo desse estudo foi identificar quais as
variedades de cebolas estavam disponíveis para consumo.

METODOLOGIA
Estudo transversal, amostra de conveniência, onde foram visitados 3 supermercados e 2
hortifrutis, na cidade de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, no período de janeiro a fevereiro
de 2022. Para realizar a parte escrita do trabalho, foram pesquisados materiais disponibilizados na
internet e buscas em plataformas cientificas, como Google Acadêmico e em revistas de agronomia
disponibilizadas de forma virtual.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificados nos estabelecimentos visitados, cebola branca, cebola roxa, cebola pérola,
cebola amarela e a chalota.
A coloração da cebola branca (Allium cepa L.), possui um caráter complexo, causado por
cinco genes que interagem de diferenciadas formas. A intensidade das cores gera uma variedade de
coloração dos bulbos de cebola (ALVES, 2017). A cebola branca é a que possui maior sabor potente

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 161


e picante, é usada em diversas preparações como molhos, consomes, sopas etc... (CALADO, et al.,
2018). A cebola branca fornece em 100g de alimentos, carboiratos 7,16g, proteina 1,76g, lipídios
0,13g e fibras 2,04g. (TBCA, 2020). A seguir a cebola branca, ilustrada pela figura 2.

Figura 2. cebola branca com casca.

Fonte: ALVES, (2017)

As cebolas pérolas (Allium cepa L.), são pequenas e podem ser comercializadas soltas ou em
sacos de rede. As cebolas pérolas de coloração branca são mais consumidas, embora as opções de pele
dourada e vermelha também sejam encontradas. É consumida em refogados ou como aperitivo, por
ser muito utilizada para conserva (TAEQ, 2017). A cebola pérola ja processada, retirada sua casca e
em conserva, é ilustrada pela figura 3, a seguir.

Figura 3. Cebola pérola em conserva.

Fonte: DEPOSITOPHOTOS, 2020

A cebola roxa (Allium cepa L.) é mais usada em preparações cruas, no guacamole, em conserva,
na salada e no sanduíche. A cebola roxa possui teores de sólidos solúveis, flavonoides e antocianinas
maiores que a cebola branca. As duas possuem atividade enzimática, sem que ocorram diferenças
significativas (CALADO, et al., 2018). A cebola roxa in natura, é ilustrada pela figura 4, abaixo.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 162


Figura 4. cebola roxa in natura

Fonte: CALADO, et al., (2018)

A cebola amarela (Allium cepa L), conhecida também como cebola pera, é a mais usada no
Brasil. Possui acidez acentuada sendo consumida comumente refogada, assada ou frita. Ela também
pode ser usada com fins medicinais, aliviando os sintomas da dor de cabeça e auxiliando no controle
do açúcar no sangue (TAEQ, 2017). A cebola amarela in natura, é ilustrada pela figura 5, a seguir.

Figura 5. cebola amarela in natura

Fonte: GONÇALVES, JUNIOR & NETO, (2016)

A chalota ou échalotes é uma hortaliça muito consumida na França. Apesar da semelhança


com a cebola o seu sabor é semelhante ao alho, mas de maneira mais suave e até adocicado. No
Brasil, a região Nordeste é o maior produtor dessa hortaliça (VIEIRA, 2020). A chalota é usada como
tempero, em preparações como saladas, decorando ou como ingrediente (VIEIRA, 2020). A chalota
in natura, é ilustrada pela figura 6, abaixo.

Figura 6. chalota in natura

Fonte:VIEIRA, (2020).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 163


Embora não seja considerada uma boa fonte nutritiva devido a seus baixos teores de proteínas
e carboidratos, a cebola é rica em vitaminas do complexo B, principalmente B1 (tiamina) e B2
(riboflavina), e mediana em vitamina C (CALADO, et al., 2018).

CONCLUSÕES
Existem diversificadas opções de cebolas, no mercado para consumo. No processo culinário
algumas cebolas são mais ácidas, outras são mais adocicadas, não havendo diferenças nutricionais
discrepantes de carboidratos e fibras, entre elas, porém a cebola roxa possui teores de sólidos solúveis,
flavonoides e antocianinas maiores que a cebola branca, cabendo ao consumidor escolher qual cebola
lhe agrada mais o paladar.

REFERÊNCIAS
ALVES, D.P. Mercado e manejo da cebola branca. CAMPO E NEGOCIOS ON LINE. 5 de janeiro de
2017. Disponível em: https://revistacampoenegocios.com.br/mercado-e-manejo-da-cebola-branca/
Acesso em: 10/março/2022

BECKER. C. et al., CULTIVO DE CEBOLA EM SISTEMAS DIVERSIFICADOS DE


PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS EM TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA. 02/02/2021. 75-97
p. Editora Cientifica Digital. DOI: 10.37885/201202428 Disponível em: chrome extension://
efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https: //downloads. editoracientifica.org/articles/201202428.pdf
Acesso em: 15/março/2022

CALADO, J.A et al . Atividade de polifenoloxidase em cebola amarela e roxa. Revista Verde de


Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável V.13, Nº 1, p. 27-32, 2018 Pombal, PB, Grupo Verde
de Agroecologia e Abelhas http://www.gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS DOI: http://dx.doi.
org/10.18378/rvads.v13i1.4876. Disponivel em file:///C:/Users/ornella/Downloads/Dialnet-Atividad
eDePolifenoloxidaseEmCebolaAmarelaERoxa-7083486%20(2).pdf Acesso em: 15/março/2022

DEPOSITOPHOTOS. Disponível em: https://br.depositphotos.com/15443309/stock-photo-


ornamental-variety-pickled-pearl-onions.html Acesso em: 25/março/2022

GONÇALVES, P.A.S; JUNIOR, O.G.M; NETO, J.V. O valor nutracêutico da cebola. Agropecu.
Catarin., Florianópolis, v.29, n.1, p.41-44, jan./abr. 2016. Disponível em: file:///C:/Users/ornella/
Downloads/89-Texto%20do%20artigo-361-1-10-20160826%20(1).pdf Acesso em: 25/março/2022

TAEQ. Cebola pera, pérola ou roxa: conheça diferentes tipos dessa hortaliça. Disponível em: https://
www.conquistesuavida.com.br/noticia/cebola-pera-perola-ou-roxa-conheca-diferentes-tipos-dessa-
hortalica_a8264/1 Acesso em: 28/março/2022

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Universidade de São Paulo (USP). Food
Research Center (FoRC). Versão 7.1. São Paulo, 2020. [Acesso em: 20/março/2022]. Disponível
em: http://www.fcf.usp.br/tbca.

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VIEIRA, L.C. Chalota, planta bulbosa, é espécie de cebola incomum para brasileiros.Agro 2.0.
Blog. 10/08/2020 Disponível em: https://agro20.com.br/chalota/ Acesso em: 15/março/2022

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DIFERENTES ESPÉCIES DE COGUMELOS E SEUS TEORES DE PROTEÍNAS

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo Horizonte –
Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Comestíveis. Fungos. Portobello. Substituição.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A denominação biológica dos cogumelos que são fungos estão no domínio: Eukarya,
reino: Fungi e filo: Basidiomycota. Na europa, os cogumelos (basidiomas) alimentares são cultivados
desde o século XVII e no Brasil os mais populares são o o shimeji (Pleurotus sp.), champignon (Agaricus
bisporus) e o shiitake (Lentinulus edodes) (SILVA, 2022).
Os cogumelos são alimentos de alto valor biológico, com reduzidos níveis energéticos e
quantidades satisfatórias de minerais, aminoácidos essenciais, vitaminas e fibras, acumulam uma
diversidade de metabólitos secundários, como os compostos fenólicos, polipeptídeos, terpenos
e esteroides envolvidos em seus efeitos medicinais (STEFANELLO, 2016). Os cogumelos na
alimentação podem fornecer benefícios desejáveis para a manutenção da saúde, para além da nutrição
básica (STEFANELLO, 2016). O cogumelo Portobello, por ter a consistência semelhante com a carne
é muito utilizado na substituição da mesma, em preparações vegetarianas e veganas (COZINHA
TÉCNICA, 2022). Os cogumelos podem ser alucinógenos, comestíveis e venenosos; trataremos nesse
estudo somente os cogumelos comestíveis. O objetivo desse trabalho foi identificar os cogumelos
usados para alimentação disponíveis para cosnnumo e seus teores de proteínas.

METODOLOGIA
Para o desenvolvimento teórico da pesquisa, foram utilizados materiais disponibilizados
na internet, através de blogs especializados, sites que tratassem o tema com referências e artigos
publicados na plataforma Scielo na última decada. Para busca dos materiais foram utilizados os termos
“cogumelo” “informação nutricional cogumelo”, “variedade cogumelos” e “cogumelos comestíveis”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificadas 12 espécies de cogumelos para o cosnumo humano. O cogumelo Enoki
(Flammulina velutipes), Eryngui (Pleurotus eryngii), Maitake (Grifola Frondosa), Pleurotus Salmão

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 166


(Pleurotus ostreatus), Porcini (Boletus edulis), trufas brancas e negras, Morchella esculenta e
Cantarelo (Cantharellus cibarius). Os cogumelos mais consumidos no Brasil, são Cogumelo-de-paris
ou Champignon
(Agaricus bisporus), Shimeji (Hypsizygus tesselatus), Shiitake (Lentinula edodes) e o
Portobello (Agaricus bisporus).
O cogumelo-de-paris ou Champignon (Agaricus bisporus) é o mais conhecido e consumido  no
país. Usualmente consumido em conserva, mas muito saboroso fresco. Há elaborações que são
impensáveis sem
ele, como o strogonoff e o beouf bourguignon, além de ser ingrediente em pizzas, antepastos
e salgados (ZANIN, 2021).
O Enoki (Flammulina velutipes) são cogumelos selvagens, tem pouca disponibilidade e os
preços são altos. Antes de consumir o Enoki, é necessario cortar a base dos cogumelos e colocá-
los em imersão em água para higieniza-los (ZANIN, 2021). Devem ser cozidos rapidamente para
que não fiquem com textura“borrachuda” pode ser ingerido cru ou cozido; usado em sopas, cozidos
ou salteados, marinados no shoyu e mirin servidos com massas, sopas e ao arroz. São usualmente
adicionados ao soba e ao ramen/lamen (COZINHA TÉCNICA, 2022).
O Eryngui (Pleurotus eryngii) possui caule grosso e carnudo e um chapéu pequeno de
coloração marrom. Possui pouco sabor cru mas, depois de cozido, desenvolve um rico sabor umami e
uma textura similar à da carne. O seu talo não é duro e fibroso, podem ser preparados com manteiga,
empanados e grelhados (SONOMA,2020).
O Portobello (Agaricus bisporus) possui coloração escura e tamanho maior se comparado
a outros cogumelos. O gosto também é suave, mas sua textura é um pouco mais rigida, chegando a
ser fibrosa, parecida com uma carne (COZINHA TÉCNICA, 2022). Os pratos mais populares são
assados ou grelhados, o seu preparo não leva mais do que 10 minutos. Fica uma delícia com óleo e
vinagre mais o toque de ervas e alho (ZANIN, 2021).
O Maitake de origem japonesa, possui uma estrutura em formato de cone com folhas
sobrepostas. Tem um gosto delicado e quase floral. Pode ser servido em formato de lâmina ou como
um pequeno leque (SONOMA, 2020).
O Pleurotus Salmão (Pleurotus ostreatus) é uma variedade de fungo alimeticio rica em fibras
conhecido também como cogumelo-salmão ou hiratake-salmão por sua coloração. Pode ser uma boa
alternativa ao shimeji, devido ao sabor parecido. (SONOMA, 2020).
O cogumelo Porcini (Boletus edulis) são geralmente caros, por ser de dificil cultivo. A opção
desidratada é encontrada mais facilmente com valores acessíveis. Pode ser ingerido cru ou cozido –
salteado, gratinado, grelhado, frito ou ensopado. São perfeitos como acompanhamento, no risoto e em
massas (COZINHA TÉCNICA, 2022 COZINHA TÉCNICA, 2022).
O Shimeji (Hypsizygus tesselatus) possui um pequeno chapéu redondo e hastes longas, que
fazem junção a uma base interconectada. Exitem variados tipos de cogumelos shimeji, sendo os mais

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 167


comuns o shimeji branco e o shimeji marrom (SONOMA,2020).
O Shiitake (Lentinula edodes) na gastronomia japonesa, é servido no missoshiro (sopa de
missô), usado no preparo do caldo dashi (vegetariano), é utilizado em variadas preparações assadas
ou no vapor. É comercializado fresco ou seco. Sua higiene é rapida sendo possível com uma toalha
umedecida de papel (COZINHA TÉCNICA, 2022).
As trufas de coloração branca e preta são fungos que crescem debaixo da terra e que são
difíceis de serem localizadas sendo o ofício de caçadores especializados que atuam com a ajuda de
cães farejadores. Até o momento não foi encontrada uma maneira de planta-las (SIMONETTI E
WEBER, 2021). As trufas negras de Perigórd e as trufas brancas de Alba, são uma iguaria e muito
requisitas na gastronomia (SONOMA, 2020). A trufa branca combina com massas risotos e ovo frito e
as trufas pretas combinam com carnes e ovos mexidos com manteiga (COZINHA TÉCNICA, 2022).
O Morchella esculenta é um cogumelo que possui um formato cônico, mas a estrutura lembra
favos de uma colmeia. O gosto dessa variedade é bem marcante e característico (ZANIN, 2021).
O Cantarelo (Cantharellus cibarius) é o mais comum dos cogumelos selvagens. Possui um
caracteristico aroma de damasco ou pêssego e um gosto terroso e delicado, levemente apimentado,
semelhante ao sabor de pimenta-do-reino, porém a sua textura é suculenta (COZINHA TÉCNICA,
2022).

Figura 1. Ilustrações dos cogumelos disponiveis para consumo 1- Cogumelo-de-paris ou Champignon; 2- Enoki; 3-
Eryngui; 4- Maitake; 5- Pleurotus Salmão; 6- Porcini; 7- Portobello; 8 – Shiitake; 9- Shimeji; 10 – Trufa branca e preta;
11- Morchela e 12 – Cantarelo.

Fonte: SONOMA, (2020); SIMONETTI & WEBER, (2021); LUSA, (2019); SILVA, (2022)

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 168


A composição de nutrientes dos cogumelos variam conforme a espécie, a seguir a tabela 1,
com os nutrientes dos cogumelos.

Tabela 1. Composição nutricional macronutrientes dos cogumelos em 100g de alimento.


ALIMENTO Carboidrato Proteína Lipídios
Cogumelo-de-paris ou Champignon 4g 3g 0,4 g
Enoki 9g 3g 0g
Eryngui 3g 1g 0g
Maitake 5g 1g 0g
Pleurotus Salmão 6,4 g 2,9 g 0,2 g
Porcini 3g 3g 0g
Portobello 4g 3g 0g
Shiitake 14,4 g 1,6 g 0,2 g
Shimeji 3,88 g 4g 0,5 g
Trufa 13 g 1g 6g

Fonte: MYFITNESSPAL, 2022

CONCLUSÕES
Foram identificadas os 12 tipos de cogumelos para o consumo humano, de variados preços,
cores, texturas e composições. O teor de proteínas, variou entre 1g para os cogumelos Eryngui, Maitake
e trufas; e 4g para o Shimeji. É interessante que o consumo de cogumelos seja variado para que sejam
absorvidos diferentes quantidades de nutrientes e a alimentação seja diversificada.

REFERÊNCIAS
LUSA. Investigação revela potencial antibacteriano dos cogumelos shiitake. 09/ nov./2019.
Disponível em: https://www.publico.pt/2019/11/09/ciencia/noticia/investigacao-utad-revela-
potencial-antibacteriano-cogumelos-shiitake-1893108 Acesso em: 07/ março/2022.

MYFITNESSPAL. Cogumelos. Enoki, Eryngui, Maitake, Portobello, Shiitake, Shimeji. Disponivel


em: https://www.myfitnesspal.com/pt Acesso em: 09/abril/2022

SILVA, P. Cogumelo. Infoescola, Navegando e Aprendendo. Disponível: https://


www.terra.com.br/culinaria/infograficos/21-coisas-para-comer-antes-de-morrer/21-coisas-para-
comer-01.htm Acesso em: 03/abril/2022

SIMONETTI, G. e WEBER, M. Temprada de trufas brancas, as mais raras do mundo, começa em São
Paulo. 29/10/2021. Disponível em: https://www.terra.com.br/culinaria/infograficos/21-coisas-para-
comer-antes-de-morrer/21-coisas-para-comer-01.htm Acesso em: 04/abril/2022

SONOMA. Mundo Gourmet. COGUMELOS: GUIA DOS 10 FUNGOS MAIS USADOS NA


GASTRONOMIA 2020. Disponível em: https://blog.sonoma.com.br/cogumelos-guia-dos-10-
fungos-mais-usados-na-gastronomia/ Acesso em: 03/abril/2022

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ZANIN, T. Cogumelo: tipos e 9 principais benefícios para a saúde. Out.2021. Disponível em: https://
www.tuasaude.com/beneficios-dos-cogumelos/ Acesso em: 04/abril/2022

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 170


ESPECIARIAS DISPONÍVEIS PARA CONSUMO EM BELO HORIZONTE- MG

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá - UNESA, Belo Horizonte
– Minas Gerais.

PALAVRAS CHAVES: Condimento.Tempero. Sabor


ÁREA TEMÁTICA: Outro

INTRODUÇÃO
Os portugueses encontraram uma rota alternativa para chegar ao oriente, no século XVI,
através da navegação. Passaram a adquirir as especiarias diretamente da fonte e tiraram o domínio
dos italianos. As caravelas portuguesas retornavam à Europa carregadas de especiarias, que eram
revendidas com alta lucratividade. Portugal tornou-se uma potência econômica da época (RAMOS,
2022).
O termo especiaria é delimitado como produto seco da planta que é acrescentado ao alimento
para realçar o sabor. São adicionadas aos alimentos de variadas maneiras, como inteiras, fresca, seca,
como extrato isolado e/ou óleos essenciais (DEL RÉ & JORGE, 2012), e as ervas são especiarias
derivadas de folhas, mesmo considerando que algumas espécies de plantas poderiam constar nas duas
categorias. Ambas conferem sabor, aroma, cor e nutrientes aos alimentos (SUSTENTAREA, 2017).
As especiarias são usadas em molhos, catchups, embutidos e salames, além de serem utilizadas como
ingredientes em produtos curtidos e em conservas (ADITIVIOSEINGREDIENTES, 2022). Algumas
especiarias favorecem o processo digestório, pois alguns extratos vegetais estimulam a salivação,
a produção dos sucos gástrico e pancreático, a secreção enzimática e melhora a digestibilidade dos
nutrientes (MAIA, LIMA & MORAIS, 2020). O objetivo desse estudo foi identificar especiarias
disponíveis para o consumo, encontradas na cidade de Belo Horizonte – Minas Gerais, pesquisadas
na região centro – oeste.

METODOLOGIA
Foram visitados dois supermercados, na cidade de Belo Horizonte- Minas Gerais. As
especiarias escolhidas para serem tratados nesse trabalho, estavam disponibilizadas na prateleira
dos supermercados visitados. Para a parte teórica, foram escolhidos trabalhos que retratassem as
especiarias encontradas, nas bases da plataforma Scieloe Google Acadêmico, livros na versão on line
e artigos disponibilizados em revistas.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 171


RESULTADOS E DISCUSSÃO
A cúrcuma (cúrcuma longa) é conhecida também como açafrão-da terra (que é derivado dos
estigmas de flores da planta crocus sativus), da mesma família do gengibre, porém não possui o
picância característica do gengibre. Possui coloração amarela dourada, sendo um rizoma subterrâneo
(FOLLY, et al., 2020).
O anis estrelado (Illicium verum) é considerado uma especiaria, de origem chinesa. Possui
caracteristicas antissépticas, calmantes, digestórias, anti-inflamatórias e diuréticas. Na gastronomia é
usada em óleos essenciais, aromatizando sobremesas e bebidas alcoólicas. (DESTRO, 2019).
A alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.), conhecida por alcaçuz ou raiz doce, pertence à família
Fabaceae, é uma planta medicinal usada como medicamento, como condimento para modificar o sabor
desagradável de outros fármacos (BELATO, et al., 2013). É usado como adoçante e aromatizante em
alimentos, doces, dentifrícios e bebidas. Em países como Índia e China, suas raízes e rizomas são
empregados com fins terapêuticos (BELATO, et al., 2013).
A Alcaravia (Carum carvi L.) é uma planta medicinal mais importantes cultivadas na
Polônia. O óleo essencial tem atividade média antimicrobiana embora ele iniba o crescimento de
várias bactérias e fungos (SEIDLER-ŁOZYKOWSKA, 2013). Os frutos são pequenos de coloração
castanha e nervuras claras, semelhantes com os da erva-doce e cheiro similar ao dos cominhos. As
partes comestíveis são as folhas, o fruto (sementes secas com óleo essencial) e raiz. As plantas secam
durante o tempo frio, florescem na primavera (RAU, 2022).
A Amburana (Amburana Cearensis) Os frutos dessa planta são em vagens de coloração escura,
contendo uma semente de cor preta e rugosa. Na indústria é utilizada em óleos essenciais, a casa e
sementes são empregadas na produção de doces, biscoitos, cigarros e tabacos; materiais de higiene
sabão, sabonete e fixadores de perfumes, fornece pólen e néctar, pode ser usada como forragem sendo
usado para alimentação dos caprinos (PAREYN, et al., 2018).
O cardamomo (Cardamom, Elettaria cardamomum Maton) é usado para nomear diversificadas
espécies em três gêneros da família das zingiberáceas: Elettaria, Amomum e Aframomum
(ADITIVIOSEINGREDIENTES, 2022).
O cominho (Cumin, Cuminum cyminum) é a fruta madura e seca, de coloração é marrom-
esverdeada, de uma erva da família da salsa. São grãos, usados como especiaria desde a antiguidade
na culinária, utilizado geralmente moído. O cominho é muito utilizado em pratos latino americanos. A
culinária indiana também utiliza uma quantidade grande desse condimento (é ingrediente indispensável
dos curries). É um componente essencial de comidas mexicanas, junto com a pimenta-malagueta e o
orégano (ADITIVIOSEINGREDIENTES, 2022).
A amêndoa de cumaru (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.), considerada a baunilha Brasileira
é usada em indústrias de medicamentos de origem vegetal, de cosméticos, de bebidas e de alimentos
(RÊGO, 2017).
O feno grego (Trigonella foenum graecum) é uma especiaria usada há milhares de anos possui
flores brancas que crescem numa casca que abriga as sementes As folhas verdes e sementes são

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 172


amplamente usadas nos países orientais na culinária como tempero por seus benefícios nutricionais
e medicinais (VIEIRA, 2019).
O Macis ou flor de Macis, é um anel de coloração avermelhada que reveste a semente da
noz moscada, tanto o Macis quanto a noz moscada são usados como especiarias (DUARTE,
2014). O Macis possui uma composição elevada de ácidos não saturados, aproximadamente 60%
dos óleos fixos, níveis maiores de óleos voláteis: 15% a 25%, os valores de umidade não devem
ultrapassar 8%. O teor em cinzas e cinzas insolúveis em ácido deve ser inferior que 2% e 3% e 0,5%
(ADITIVIOSEINGREDIENTES, 2022).
A noz moscada (Myristica Fragans Houtt) é erroneamente chamada de noz. É derivada
da planta moscadeira, sua semente é usada na indústria de perfumaria, tabacaria, na indústria de
fármacos e de carnes. É complementar a canela e é encontrada frequentemente em combinação com
esse tempero (DUARTE, 2014).
A Páprica (Capsi cum annuum e Capsicum frutescens), é um condimento em pó vermelho,
elaborado a partir de pimentões e pimentas maduras e secas, vem normalmente da Espanha, Marrocos
e Hungria. Tem uma cor vermelha luminosa e um sabor extremamente moderado, é usada sempre que
a cor vermelho e laranja é desejada, como em carnes processadas, produtos para lanche, salgadinhos,
molhos de salada e entradas (ADITIVIOSEINGREDIENTES, 2022).

CONCLUSÕES
Existem uma infinidade de especiarias que devem ser usados na alimentação para temperar
os alimentos substituindo os temperos industrializados que devem ser evitados. Há uma gama de
produtos com diferentes finalidades que agregam sabor, aroma e cores aos pratos.

REFERÊNCIAS
ADITIVOSEINGREDIENTES. CONDIMENTOS E ESPECIARIAS INGREDIENTES QUE
ENRIQUECEM OS ALIMENTOS. Disponível em: https://aditivosingredientes.com/upload_
arquivos/201603/2016030116799001459189894.pdf Acesso em: 16/março/2022

BELATO, K.K. et al., Extrato de alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.): ação antimicrobiana sobre biofilme
de Staphylococcus aureus em resina. XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII
Encontro Latino Americano de Pós Graduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade
do Vale do Paraíba acrílica Disponível em: http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2013/anais/
arquivos/0660_0316_02.pdf Acesso em: 15/março/2022

DESTRO, B.G.I. EXTRAÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE ANIS-ESTRELADO


(Illicium verum) E IMOBILIZAÇÃO EM MICROCÁPSULA PARA LIBERAÇÃO
GUIADA. Curitiba, 2019. Disponível em: https://www.prppg.ufpr.br/siga/visitante/
trabalhoConclusaoWS?idpessoal=3157&idprograma=40001016019P6&anobase=2019&idtc=1316
Acesso: 20/abr./2022

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DEL RÉ, P.V.; JORGE, N. Especiarias como antioxidantes naturais: aplicações em alimentos
e implicação na saúde. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.14, n.2, p.389-399, 2012. Disponível
em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.scielo.br/j/rbpm/a/
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DUARTE, R.C.Estudo dos compostos bioativos em especiarias (Syzygium aromaticum L,


Cinnamomum zeylanicum Blume e Myristica fragans Houtt) processadas por irradiação. IPEN.
Autarquia associada a Universidade de São Paulo. Tese apresentada como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Aplicações. 145p. São
Paulo/ SP- 2014. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-12022015-
142658/publico/2014DuarteEstudo.pdf Acesso em: 18/março/2022.

FOLLY, G.A.F. et al., TEMPEROS, ERVAS E ESPECIARIAS. Nutrição e Culinária. C URSO D E


NU TRIÇ ÃO - UNIPAC BARB A CENA E S T Á G IO EM NU TRIÇÃO SOCI A L - 2 0 2 0 /02
Disponível em: https://www.unipac.br/lafaiete/wp-content/uploads/sites/2/2020/11/Temperos-Ervas-
e-Especiarias-1.pdf Acesso: 24/abr./2022.

MAIA, E.S.L., LIMA, E.P. DE, MORAIS, M.G.C. Os beneficios das especiarias, uma alternativa para
estimular o paladar em idosos. VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENVELHECIMENTO
HUMANO. Centro de Convenções Raimundo Asfora Campina Grande/ PB. Disponível em:
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://editorarealize.com.br/editora/anais/
cieh/2020/TRABALHO_EV136_MD1_SA13_ID446_30102020225125.pdf Acesso em: 05/
març./2022.

PAREYN, F.G.C. et al., Amburana Cearensis. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/


bitstream/item/189885/1/Livro-Nordeste-732-739-2018.pdf Acesso em: 11/abr./2022.

RAMOS, J.E.M. Especiarias na História. Sua Pesquisa.com. Textos didáticos para pesquisas escolares!
14/03/2022. Disponível em: https://www.suapesquisa.com/o_que_e/especiarias.htm Acesso em: 23/
març./2022.

RAU. P. ALCARAVIA: USADA NA MEDICINA E NA CULINÁRIA DESDE A ANTIGUIDADE


Revista Jardins. 2022. Disponível em: https://revistajardins.pt/alcaravia-usada-na-medicina-e-na-
culinaria-desde-a-antiguidade/ Acesso em: 11/abr./2022.

RÊGO, L.J.S. et al., Caracterização do consumo de amêndoa de cumaru na Amazônia Oriental.


Biota Amazonica. Open Journal System. Universidade Federal do Amapá. Disponível em: https://
periodicos.unifap.br/index.php/biota/article/view/2716 Acesso em: 18/ març./2022.

SUSTENTAREA. Temperos, ervas e especiarias. 12 de setembro de 2017. Disponível em: http://


www.fsp.usp.br/sustentarea/ 2017/09/12/ervas -e-especiarias/ Acesso em: 07/ març./2022.

Seidler-Łożykowska, K. et al. A atividade microbiológica do óleo essencial de alcaravia (Carum carvi


L.) de várias origens. Acta Scientiarum. Agronomy [online]. 2013, v. 35, n. 4 [Acessado 4/ abr/2022],
pp. 495-500. Disponível em: https://doi.org/10.4025/actasciagron.v35i4.16900. Epub 31 Out 2013.

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ISSN 1807-8621. https://doi.org/10.4025/actasciagron.v35i4.16900. Acesso em: 05/março/2022.

VIEIRA, N..S.SEMENTE DE FENO GREGO (Trigonella foenum graecum) NA ALIMENTAÇÃO


DE TILÁPIA DO NILO: AVALIAÇÃO IN VIVO DA CAPACIDADE IMUNOESTIMULANTE
E PROMOTORA DE CRESCIMENTO E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE NO FILÉ. Dois
Vizinhos, 2019.Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/11396/1/DV_
COZOO_2019_1_12.pdf Acesso em: 08/abril/2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 175


FRUTAS TÍPICAS DO NORTE E NORDESTE E A COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá - UNESA, Belo Horizonte
– Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Amazonas; Exóticas; Frutas Cítricas


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
As regiões Norte e Nordeste do país, possuem inúmeras frutas, apreciadas por todos. Algumas
espécies são de diversas regiões ou até provenientes de outros países e se adequaram bem ao clima local
(STUMPF, 2019). O termo fruta refere-se a um fruto ou pseudofruto que possui sabor doce, cheiro
característico e, geralmente, é rico em líquido. As frutas são importantes na nossa dieta, sendo rico
em fibras, vitaminas e sais minerais (MUNDOEDUCAÇÃO, 2022). O seu consumo pode ser variado,
sendo in natura ou usadas na fabricação de doces, geleias, recheios e sucos, porém a manipulação da
fruta provoca perda de nutrientes durante o processamento (MUNDOEDUCAÇÃO, 2022).
As fibras possuem efeitos positivos e estão relacionados, em partes, ao fato de que uma parte
da fermentação de seus componentes acontece no intestino grosso, o que causa impacto sobre o ritmo
do trânsito intestinal, sobre o pH do cólon e sobre a produção de subprodutos com importante função
fisiológica (BERNAUD & RODRIGUES, 2013). Pessoas com alto consumo de fibras apresentam
risco menor para o aparecimento de doença coronariana, hipertensão, obesidade, resistencia a insulina
e câncer de cólon. (MAGNONI, 2019). A ingestão de fibras em quantidades adequadas diminuem
os níveis séricos de colesterol, normaliza a glicemia em pacientes com diabetes, reduzem o peso
corporal e os níveis séricos de proteína C reativa ultrassensível (BERNAUD & RODRIGUES, 2013).
A ingestão de fibras acima do que a atualmente recomendada (14 g/1.000 kcal) poderão trazer maior
benefício à saúde, incluindo a redução de processos inflamatórios de baixo grau (BERNAUD &
RODRIGUES, 2013).
Os carboidratos, são os compostos biológicos predominantes na natureza participam da
sinalização entre células e da comunicação molecular, ações biológicas indispensáveis para a vida. A
nomenclatura carboidrato é devido a estrutura básica da glicose CH2O, que apresenta a proporção
de um átomo de carbono para uma molécula de água (hidrato de carbono) (FONTAN & AMADIO,
2015). Para uma dieta rica em fibras, é importante a ingestão de boas quantidades de frutas e verduras,
grãos integrais e farelos (MAGNONI, 2019).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 176


A vitamina C ou ácido ascórbico (AA) é um elemento importante para o ser humano
e, por não ser produzido pelo organismo, a sua ingestão será por meio dos alimentos. As funções
do AA no corpo são inúmeras, tais como: cofator para enzimas, síntese de hormônios e ação
antioxidante. (SANTOS, et al., 2019). O objetivo desse estudo foi identificar os frutos consumidos na
região Norte e Nordeste e a sua composição em relação ao teor de carboidratos, fibras e vitamina C.

METODOLOGIA
Foram utilizados referências que fizessem a tratativa do tema, publicados nos últimos 05 anos.
Disponíveis em revistas virtuais, periódicos, blogs e plataforma de divulgação científica como o site
Scielo. Os termos para a busca dos materiais, foram: “frutas”, “frutas tropicais”, “frutas Norte” e
“frutas Nordeste”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificadas 28 espécies de frutas comumente consumidas no estado do norte e
Nordeste, as frutas que serão comentadas, são: Jambo Rosa (Syzygium jambos), Caja (Spondias
mombin L.), Araçá (Psidium cattleianum), Umbu (Spondias tuberosa Arruda), Mangaba (Hancornia
speciosa), Pitomba (Talisia esculenta), Jenipapo (Genipa americana), Fruta pão (Artocarpus altilis),
Abiu (Lucuma caimito (Ruiz & Pav.) Roem & Schult), Açaí (Euterpe oleracea Mart), Bacaba
(Oenocarpus bacaba Martius), Bacuri (Platonia insignis), Bacuripari (Rheedia macrophylla), Biribá
(Rollinia mucosa), Buriti ou Miriti (Mauritia flexuosa), Caju (Anarcadium occidentalle), Camapú
(Physalis angulata), Camu-camu (Myrciaria dubia (HBK) McVaugh), Cubiu (Solanum sessiflorum),
Cupuaçu (Theobroma grandiflorum), Graviola (Psidium guajava L.), Guaraná (Paullinia cupana),
Inajá (Maximiliana Maripa (Aubl.) Drude), Mari-mari (Cassia leiandra), Murici (Byrsonima
crassifólia (L.) Rich), Patauá (Oenocarpus bataua Martius), Taperebá (Spondias mombin L.), Tucumã
(Astrocaryum vulgare). Os valores de carboidratos, fibras e vitamina C, das frutas consumidas nas
regiões Norte e Nordeste, encontram-se na tabela 1, a seguir.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 177


Tabela1. Valores de carboidratos, fibras, vitaminas C, das frutas consumidas nas regiões Norte e Nordeste.

ALIMENTO CARBOIDRATOS FIBRAS Vitamina C


Abiu 13,2 g 1,70 g 10,3 mg
Açaí 7,66 g 5,89g 42,0 mg
Araçá-boi 12,5 g 4,50 g 2,13 mg
Bacaba 6,60 g 0g Traços
Bacuri 18,3 g 5,20 g 5,49 mg
Bacupari 22,8 g 7,40 g 33 mg
Biribá 17g 2,30 g 11,50 mg
Buriti ou miriti 22,4 g 15,0 g 37,9 mg
Caja 6, 37 g 1,36 g Traços
Caju 10,3 g 0,3 g 33,7 mg
Camapú 8,03 g 5,8 g 12 g
Camu-camu 4,45 g 2,9 g 22 mg
Cubiu 5,7 g 9,2 g 4,5 mg
Cupuaçu 10,5 g 2,42 g 24,5 mg
Fruta pão 17,2 g 5, 55 g 9, 87 mg
Graviola 15,8 g 1,91 g 19,1 mg
Guaraná 10 g Traços Traços
Ingá 15,50 g Traços 9 mg
Jambo 6,49 g 5,07 g 3,77 mg
Jenipapo 25,7 g 9,4 g Traços
Mangaba 12,2 g 3,4 g 12 mg
Mari-mari (umari) 20 g Traços Traços
Murici 12,5 g 6,80 g 38,5 mg
Patauá 14,8 g 31,1 g 18 mg
Pitomba 25,7 g 9,4 g 33 mg
Taperebá 2,01 g 0,54 g 4,04 mg
Tucumã 13,8 g 12,7 g 18,0 mg
Umbu 9,44 g 1,98 g 24,1 mg
Fonte: TBCA, (2020), SIBBr, (2022), NUTRISLIM, (2022)

CONCLUSÕES
Existe uma infinidade de frutas no Norte e no Nordeste, com diferentes, cores, tamanhos,
sabores, aromas, texturas e composições nutricionais. Das frutas citadas, as que possuem maiores
teores de carboidratos são Jenipapo e Pitomba com 25,7g respectivamente e a menor Taperebá com
2,01 g. A fruta com maior quantidade de fibras seria Patauá com 31,1,g e as menores seriam Bacaba 0g,
Caju 0,3g, Guaraná, Ingá, Mari-mari com traços. Os teores de vitamina C, são maiores no Açaí 42 mg
e menor na fruta Araçá-boi 2,13 mg. Aconselha-se o consumo variado das frutas para diversificação
da quantidade de nutrientes disponíveis na dieta.

REFERÊNCIAS
BERNAUD, F.R.S. RODRIGUES, T.C. Fibra alimentar – Ingestão adequada e efeitos sobre a saúde
do metabolismo. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https: //
www.scielo.br/j/abem/a/PZdwfM5xZKG8BmB9YH59crf/?lang=pt&format=pdf Acesso em: 07/

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abril/2022.

CASANINJAAMAZÔNICA. Sabores da Amazônia: conheça 25 frutos nativos da região. jun 28,


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FONTAN, J.S, AMADIO, M.B. O USO DO CARBOIDRATO ANTES DA ATIVIDADE FÍSICA


COMO RECURSO ERGOGÊNICO: REVISÃO SISTEMÁTICA. Disponível em: chrome-
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MAGNONI, D. 9 de setembro de 2019. Artigo – “Fibras alimentares: o que são e quais seus benefícios?
Disponível em: https://www.comidanamesa.com.br/artigo-fibras-alimentares-o-que-sao-e-quais-
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fruta.htm#:~:text=Fruta%20%C3%A9%20um%20termo%2C%20sem,fibras%2C%20vitaminas%20
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NUTRISLIM. Disponível em: https://www.nutrisliim.com.br/?s= Acesso em: 15/abril/2022.

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Novo Hamburgo. A11. V.1. jan./ abr. 2019. Universidade Feevale. ISSN 2176 – 8501. Disponível em:
https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistaconhecimentoonline/article/view/1187/2275
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em: https://www.fazfacil.com.br/jardim/frutiferas-do-nordeste/ Acesso em: 07/abril/2022.

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Universidade de São Paulo (USP). Food
Research Center (FoRC). Versão 7.1. São Paulo, 2020. Disponível em: http://www.fcf.usp.br/tbca.
Acesso em: 23/abril/2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 179


COMIDAS REGIONAIS DO NORTE E NORDESTE

Ornella Moreira Diniz¹

1
Pós graduada em Tecnologia de Alimentos, Universidade Estácio de Sá- UNESA, Belo Horizonte –
Minas Gerais.

PALAVRAS-CHAVE: Alimentação. Regional. Cultural


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
O Norte é a maior região do Brasil em extensão territorial, porém possui a menor concentração
populacional, sendo composta por sete estados o Amazonas (AM), Pará (PA), Acre (AC), Roraima
(RR), Rondônia (RO), Amapá (AP) e Tocantins (TO), a Floresta Amazônica possui uma extensa
biodiversidade, com uma variada fauna e flora (EMBRAPA, 2022) e a região Nordeste sendo formado
por nove estados: o Maranhão (MA), Piauí (PI), Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Paraíba
(PB), Pernambuco (PE), Alagoas (AL), Sergipe (SE) e Bahia (BA) (EMBRAPA, 2022). O objetivo
desse trabalho foi identificar as principais comidas típicas da região norte e nordeste.

METODOLOGIA
Foram utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, blogs especializados, artigos e materiais
que falassem sobre o tema, publicados em um período de publicação de até 10 anos, disponibilizados
internet e no idioma português. Os termos usados para pesquisar sobre o assunto, foram “comida
típica brasileira”, “comida norte”, “comida nordeste”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificados na região Norte, muitos pratos diversificados como as comidas típicas do
Amazonas (AM), que são: tambaqui assada na brasa , Banana pacovã frita , sanduíche X-caboquinho,
feito de pão francês, recheado com tucumã, queijo coalho e banana frita, tapiocas comuns e as
recheadas, o tacacá, prato feito com tucupi, jambu, goma de mandioca e camarão, pupunha, pamonha,
macaxeira cozida, cará roxo cozido, banana frita cozida, polpa de cupuaçu, pirarucu a casaca e
bolinhos fritos, pé de moleque do Amazonas, patê de tucumã, pacu assado e frito, Matrinxã recheada
assada na brasa, jaraquis, escabeche de peixe e caldeirada de costela de tambaqui (PESSOA, 2021).
As comidas típicas do Belém do Pará (PA), são: Tucupi, jambu, pato no tucupi, tacacá,
maniçoba, açaí, vatapá do Pará, que é feito com o caldo do camarão, pode levar um pouco de tucupi,

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 180


porem não leva peixe nem amendoim, caruru do Pará ao contrário do caruru baiano, no caruru paraense
é usado o Tucupi ao invés do azeite de dendê, filhote ou peixe piraíba, casquinha de caranguejo e
castanha-do-pará (CARVALHO, 2020).
O estado do Acre (AC), possui uma grande variedade cultural de povos brasileiros,
predominantemente indígenas e nordestinos tendo influência boliviana, por causa da sua localização.
Essa interação pode ser percebida na culinária do Acre com temperos e receitas típicas do Nordeste,
mas também muito do sabor e ingredientes típicos da Região Norte. As comidas identificadas, foram
tucunaré recheado, pirarucu a casaca, quibes a base de arroz e mandioca; saltenha que apesar de ter
origem boliviana, é muito consumida no estado; tambaqui acreano, beiju de folha, bolo de pupunha e
torta de cupuaçu (ESTADOSECAPITAISDOBRASIL, 2022).
Em Roraima (RR) a culinária é diversificada devido a migração de pessoas de outros estados.
A gastronomia é variada e possui comidas como: O pé de moleque que é um doce elaborado do carimã
da mandioca, com açúcar, ovos, manteiga, sal, cravo e erva-doce que são envolvidos com a massa. A
massa é assada na folha de bananeira; o pirarucu desfiado, a caldeirada, o guisado de galinha caipira; a
paçoca com banana; o cupuaçu, a graviola, o buriti e o caçarí e o guaraná que pode ser ingerido puro ou
misturado com castanhas, amendoim, acerola ou outras frutas (ESTADOSECAPITAISDOBRASIL,
2022).
A culinária de Rondônia é variada e possui muitas misturas. Como o lugar possui uma
variedade de peixes e diversos tipos de frutos do mar são muito usados e, entre os pratos mais típicos
de Rondônia, estão: os peixes assados, tacacá, torta de cupuaçu e caldeirada (TUDORONDONIA,
2019)
A culinária típica do estado do Amapá (AM), tem pescada de gurijuba, tucunaré na brasa,
tacacá, camarão no bafo; gengibirra; doces, sucos e sorvetes de frutas como o uxi, mari, taperebá,
tucumã, cupuaçu e açaí (ESTADOSECAPITAISDOBRASIL, 2022).
A gastronomia do estado do Tocantins (TO) é diversificada e os pratos mais populares, são:
arroz cirigado conhecido em outras regiões como arroz Maria-Izabel; arroz com pequi; biscoito de
polvilho; feijão-de-tropeiro; galinhada; galinhada com pequi; pamonhada; peixe na telha; tigelada de
guariroba; doce de banana à moda tocantinense (TURISMONOTOCANTINS, 2022)
A culinária da região Nordeste, é vasta, saborosa, extremamente colorida e nutritiva. As
preparações consumidas em várias partes do estado estão descritas a seguir.
No estado da Bahia (BA), o bobó de camarão, o acarajé, o abará, a moqueca de peixe com
dendê, o vatapá, o caruru, o mugunzá e a moqueca de camarão com dendê são as comidas típicas
dessa região (MELO, 2016). No Ceará (CE), a comida nutritiva como o baião de dois, a moqueca
de robalo, a caranguejada, o cuscuz de milho, o sarapatel, a paçoca de carne a tapioca e o bolo mole
fazem parte da culinária regional (RECEITAS TÍPICAS, 2022). No estado do Pernambuco (PE), o
cozido pernambucano a base de perna do boi, carne de charque, bacon e linguiça acompanhado do
pirão que é feito com o caldo do cozido; a macaxeira ou aipim, o inhame cozido que bem cozido
acompanhado de carne de sol ou ovos mexidos são consumidos no desjejum; a buchada de bode; o

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doce cartola que leva banana frita, queijo de manteiga, açúcar e canela; o delicioso bolo de rolo bem
fininho recheado com goiabada cremosa e o bolo Souza leão (MOULIN, 2022).
No estado do Sergipe (SE) a caranguejada, o aratu na palha, a mangaba fruta tradicional do
estado, a chapa mista de frutos do mar, a moqueca de camarão e a mariscada, representam muito bem
a gastronomia local (RECEITAS TÍPICAS, 2022). No alagoas (AL) o Sururu de Capote, a Umbuzada
sertaneja, a pituzada; o muçunim que é um molusco; e o pudim de tapioca identificam a culinária do
estado (MOULIN, 2022).
No Rio Grande do Norte (RN) a galinhada a cabidela, o feijão verde, o doce de caju em calda,
a sobremesa cartola também muito consumida em Pernambuco; a paçoca de carne de sol e o bobó de
camarão (RECEITAS TÍPICAS, 2022).
Na Paraíba (PB), o rubacão elaborado a partir da mistura do arroz, feijão, carne do sol ou de
charque e queijo coalho, galinha capoeira guisada, canjica e pamonha, o capão guisado é um frango
maior do que o normal que é criado castrado para comer e crescer mais; o arroz-doce; a cabeça de
galo a receita de cabeça de galo consiste em um pirão de ovos com farinha de mandioca, verduras e
temperos frescos, como cebola, coentro e pimenta; a carne de sol usada em diversas receitas com a
paçoca salgada e para acompanhamento como da macaxeira; o arrumadinho é um delicioso prato que
é servido com os alimentos em fileiras de aipim, carne de charque, farofa, vinagrete e feijão verde.
O sabor fica ainda mais diferenciado porque tudo é refogado com manteiga de garrafa (MOULIN,
2022).
No Maranhão (MA) o arroz de cuxá temperado com cebola e alho, camarões secos, vinagreira
(hibisco), gergelim-branco, azeite de oliva e sal; o peixe assado; a moqueca maranhense que tem
como diferencial a adição de ovos e não leva o azeite de dendê em sua composição; o camarão
gigante; a rabada bovina; o juçara é semelhante ao açaí, porém quem consome essa fruta relata que
seu sabor é mais leve e seria menos calórico, e o doce de espécie biscoito elaborada a partir da
farinha de trigo, óleo, sal e água, enquanto o recheio é feito com coco ralado, água e açúcar fazem a
identidade gastronômica desse estado (RECEITAS TÍPICAS, 2022).
No estado do Piauí (PI) o arroz Maria Isabel, que leva carne em pedaços e finalizado temperado
com cheiro verde; o bode assado marca registrada do Nordeste; o arroz com capote que é a galinha
d’angola ou saqué, arroz, temperado com alho, cebola e cheiro verde; o bolo de goma ou polvilho
azedo na receita, queijo ralado, leite, óleo, ovos, sal e fermento; bolo frito de tapioca é um biscoito
a base de polvilho, que é feito como uma massa de coxinha e que depois de pronto é frito; a panela
sendo composta do intestino de boi e verduras; e o sarapatel que é elaborado com a carne de porco e
seus miúdos (MOULIN, 2022).

CONCLUSÃO
O Norte e Nordeste são extremamente variadas e rica em sabores, balanceada entre a quantidade
dos componentes, aproveitando os insumos locais entre preparações doces e salgadas. A culinária
desses locais são um convite para que o brasileiro conheça a vasta gastronomia brasileira.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 182


REFERENCIAS
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18 de dezembro de 2020. Disponível em: https://www.essemundoenosso.com.br/culinaria-paraense-
pratos-tipicos-para/ Acesso em: 19/abril/2022

EMBRAPA. Contando Ciência na Web. Região Norte. Disponível em: https://www.embrapa.br/


contando-ciencia/regiao-nordeste Acesso em: 21/ abril//2022

EMBRAPA. Contando Ciência na Web. Região Nordeste. Disponível em: https://www.embrapa.br/


contando-ciencia/regiao-nordeste Acesso em: 25/ abril//2022

ESTADOSECAPITAISDOBRASIL. CULINÁRIA DO ACRE. 2022. Disponível em: https://www.


estadosecapitaisdobrasil.com/culinaria-do-acre/ Acesso em: 22/ abril//2022

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estadosecapitaisdobrasil.com/culinaria-de-roraima/ Acesso em: 22/ abril//2022

ESTADOSECAPITAISDOBRASIL. CULINÁRIA DO AMAPÁ. Disponível em: https://www.


estadosecapitaisdobrasil.com/culinaria-do-amapa/ Acesso em: 22/ abril//2022

MELO, C. A tradição da culinária do Nordeste: sabor e criatividade Blog. 28/11/2016. Disponível


em: https://www.uninassau.edu.br/noticias/tradicao-da-culinaria-do-nordeste-sabor-e-criatividade
Acesso em: 23/abril/2022

MOULIN. A. PÉNAESTRADA. 100 comidas típicas do Brasil para experimentar nas viagens pelo
país. Blog 4 de julho de 2022. 4 de julho de 2022. Disponível em: https://www.penaestrada.blog.br/
comidas-tipicas-do-brasil/ Acesso em: 27/ abril//2022

PESSOA, M. COMIDAS TÍPICAS DO AMAZONAS. 12 de setembro de 2021.Disponível em:


https://marcuspessoa.com.br/comidas-tipicas-do-amazonas/ Acesso em: 05/ abril//2022

RECEITAS TÍPICAS. Receitas Típicas. blog 2022. Disponível em: www.receitas.com.br Acesso em:
07/ abril//2022

TUDORONDONIA. De famosos a pratos típicos: 5 curiosidades sobre Rondônia. Rondônia, 15 de


Julho de 2022 Disponível em: https://www.tudorondonia.com/noticias/de-famosos-a-pratos-tipicos-
5-curiosidades-sobre-rondonia,27509.shtml Acesso em: 09/ abril//2022

TURISMONOTOCANTINS. Disponível em: https://turismonotocantins.com.br/gastronomia-to


Acesso em: 09/ abril/2022

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 183


LEVANTAMENTO DE PLANTAS DANINHAS NA SOJICULTURA PARAENSE

Flavia Naiane de Macedo Santos1; Rosilene da Costa Porto de Carvalho²; Cibelle Christine
Brito Ferreira³; Clauber Rosanova4; Caio Felipe Cavalcante Dantas5; Thanna Aryella
Martins de Carvalho6; Mariuza Barbosa Neiva7.

1
Tec.Agropecuária e Estud.Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.
2
Tec.Agropecuária e Estud.Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.
3
Profa. Ma. IFTO - Campus Avançado Logoa da Confusão, Lagoa da Confusão, Tocantins.
4
Prof. Dr. IFTO - Campus Palmas, Palmas, Tocantins.
5
Estudante de Engenharia Agronômica, UNITINS, Palmas, Tocantins.
6
Estudante de Engenharia Agronômica, CEULP - ULBRA, Palmas, Tocantins.
7
Estudante de Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.

PALAVRAS-CHAVE: Soja. Identificação. Manejo.


ÁREA TEMÁTICA: Outros.

INTRODUÇÃO
Segundo (HIRAKURI & LAZZAROTTO, 2014), o agronegócio brasileiro é responsável por
grande parte da economia do país, representando cerca de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e por
metade das exportações durante o ano de 2017. É também um campo repleto de oportunidades de
investimentos, desenvolvimento e geração de empregos.
A cultura da soja é hoje a mais importante do agronegócio mundial. Somente em 2018,
movimentou cerca de 31,7 bilhões de dólares (Agrostat, 2019). Os principais países produtores são
Estados Unidos e Brasil, seguidos por Argentina, China e Índia.
A lavoura de soja avançou sobre a Amazônia a área plantada aumentou em 20%. Na região
Norte do Brasil a economia é constituída basicamente por atividades ligadas ao setor primário,
destaque para o extrativismo (vegetal, animal e mineral) e agropecuária. A região é considerada uma
fronteira agrícola do Brasil, nela são produzidos desde produtos tradicionais, como mandioca, milho
e arroz, até de exportação, como a soja, que tem sido uma cultura bastante difundida na região.
O Pará tem 29 municípios que produzem soja. A cidade de Paragominas é a maior produtora do
grão no estado, com 122 mil hectares destinados ao cultivo. Outros lugares com produção expressiva
de soja é Santana do Araguaia (R$ 175 milhões), Ulianópolis (R$ 171 milhões), Rondon do Pará (R$
160 milhões), Mojuí dos Campos (R$ 68 milhões), Novo Progresso (R$ 56 milhões), Santarém (R$
55 milhões), Belterra (R$ 39 milhões), Cumaru do Norte (R$ 32 milhões), Redenção (R$ 16 milhões)

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e Santa Maria das Barreiras (R$ 77 milhões) que foi o objeto dessa pesquisa.
Tendo em vista o crescente avanço da sojicultura na região de Santa Maria das Barreiras, os
produtores intensificaram os plantios da soja. A pesquisa objetivou-se em realizar o levantamento de
plantas daninhas da sojicultura como também calcular a porcentagem e mapear as principais plantas
invasoras.

METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido na fazenda Araguaia situada no município de Santa Maria das
Barreiras no sudeste Paraense. Com área total de 4.840 hectares, sendo 1.000 ha para agricultura,
2.800 ha para pecuária e o restante da área são de reservas e áreas de preservação permanentes.
Durante a pesquisa realizou-se o levantamento das plantas daninhas que acometem na
sojicultura. Para fazer esse levantamento utilizou-se uma amostragem de 1m²/há, para obter o número
de plantas daninhas em porcentagem por talhão, esses dados foram coletados nos seguintes talhões:
12, 15, 16 e 17.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O talhão 12 com uma área de 79,97 ha, foram coletados 64 pontos de amostragens com as
seguintes plantas identificadas: soja tiguera (Glycine max), capim-mombaça (Panicum maximum cv.
Mombaça), vassourinha de botão (Spermacoce verticillata), capim-amargoso (Digitaria insularis),
tiririca (Cyperus rotundus), capim carrapicho (Cenchrus echinatus), vassourinha doce (Scoparia dulcis
L.), dormideira (Mimosa pudica), buva (Conyza bonariensis), malva (Malva sylvestris L.) e erva-de-
sangue (Chamaesyce hirta).

Figura 1. Talhão 12

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 185


O talhão 15 com uma área de 21 ha, foram feitas 21 amostragens com as seguintes plantas
identificadas: soja tiguera (Glycine max), capim-mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça),
vassourinha de botão (Spermacoce verticillata), capim- amargoso (Digitaria insularis), tiririca
(Cyperus rotundus), vassourinha doce (Scoparia dulcis L.), dormideira (Mimosa pudica) e caruru
(Amaranthus viridis L.)

Figura 2. Talhão 15

O talhão 16 com área de 17,93 ha, foram coletados 24 pontos de amostragem com as seguintes
plantas identificadas: soja tiguera (Glycine max), capim-mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça),
vassourinha de botão (Spermacoce verticillata), capim-amargoso (Digitaria insularis), tiririca
(Cyperus rotundus), vassourinha doce (Scoparia dulcis L.), capim carrapicho (Cenchrus echinatus),
quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.), beldroega (Portulaca oleracea) e capim colchão (Digitaria
horizontalis).

Figura 3. Talhão 16

Figura 3. Talhão

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 186


E o talhão 17 com uma área aproximadamente de 31,18 ha, foram feitas 31 amostras com a
identificação das seguintes plantas: soja tiguera (Glycine max), capim-mombaça (Panicum maximum
cv. Mombaça), vassourinha de botão (Spermacoce verticillata), capim- amargoso (Digitaria
insularis), tiririca (Cyperus rotundus), capim carrapicho (Cenchrus echinatus), vassourinha doce
(Scoparia dulcis L.), dormideira, buva (Conyza bonariensis), erva-de-sangue (Chamaesyce hirta) e
capim andropogon (Andropogon).

Figura 4. Talhão 17

CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO


A identificação correta das plantas daninhas permite ao produtor caracterizar a população das
espécies predominantes, determinar a dinânica de ocorrência e assegurando o controle com eficiente.
Foram identificadas dezenove plantas invasouras na cultura da soja, em maior percentual o capim
Mombaça, seguido pela Tiguera, Vassourinha de botão e Tiririca. Os dados obtidos servem de base
para que os protutores diminuem a interferência direta e indireta das plantas daninhas na região.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
INOUE, L. Cultura da soja: sua importância na atualidade. Disponível em: https://blog.agromove.
com.br/cultura-soja-importancia-na-atualidade. Acesso em 15 de agosto de 2019.

Soja ocupa área no Pará equivalente a 15 cidades do tamanho de Belém. Disponível em: https://
www.zedudu.com.br/soja-ocupa-area-no-para-equivalente-a-15-cidades-do-tamanho-de-belem/.
Acesso em 23 de agosto de 2019.

HIRAKURI, M., & LAZZAROTTO, J. (2014). O agronegócio da soja nos contextos mundial
e brasileiro. Embrapa Soja, 1a Edição(2176–2937), 37. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/
bitstream/item/104753/1/O-agronegocio-da-soja-nos-contextos-mundial-e-brasileiro.pdf. Acesso
em: 03 de Novembro de 2021.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 187


MELHORAMENTO GENÉTICO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) NO
CONTROLE DA MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci)

Lucianne Martins Lobato1; Giselly Martins Lobato1

1
Centro de Ciências de Chapadinha, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Chapadinha,
Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Resistência. Cultivar. Produtividade.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é a principal fonte de alimento para mais de 800
milhões de pessoas, tornando-se a 6ª cultura mais importante globalmente depois do trigo, arroz,
milho, batata e cevada (LEBOT, 2008), utilizada na alimentação humana, animal e indústria em
função às raízes com amido (COSMO, 2020). A produção mundial de mandioca é estimada em cerca
de 300 milhões de toneladas. Globalmente, cerca de 63 % são produzidas na África, 28% na Ásia e
9% nas Américas (FAOSTAT, 2021). O Brasil ocupa a 4ª colocação no ranking mundial com uma
produção de aproximadamente 20 milhões de toneladas anuais. A cultura se adequa bem aos variados
cenários de clima e solo do país. Nas áreas rurais, sobretudo nas regiões, norte e nordeste, compõe o
pilar da alimentação (RIBEIRO, 2020).
A segurança alimentar e os meios de subsistência de várias comunidades dependem da
mandioca e, com a produção aumentando para acompanhar o aumento da população, a previsão dos
efeitos do meio ambiente e do manejo agronômico na produção de mandioca tornou-se crucial. O uso
de tecnologias para aumentar a resistência e produtividade da mandioca é uma das alternativas para
atender a demanda dos consumidores (WELLENS et al., 2022).
Há variados fatores que limitam a produção da mandioca, resistência mecânica do solo à
penetração afeta tanto no rendimento quanto na qualidade da raiz de mandioca, como também, solos
fragmentados com reduzida resistência à penetração, podem não ser agradáveis para o cultivo da
mandioca. Outro fator pertinente que interfere diretamente no rendimento da cultura, é o ataque de
pragas, como da mosca branca (OLIVEIRA, 2019).
As moscas brancas são insetos pequenos, que medem cerca de 1mm a 2mm de comprimento,
com asas membranosas revestido com uma pulverulência esbranquiçada, alimentam-se das folhas
frescas da mandioca, sendo a praga de insetos mais danosa na cultura, pois provoca manifestações
como clorose, deformidade e desfolhamento, e transmissão de diversos vírus de plantas, como a
doença do mosaico da mandioca e doença da faixa marrom da mandioca (RIBEIRO, 2020). Portanto,

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 188


levando em consideração que o melhoramento genético pode contribuir para aumentar a resistência
de culturas frente a pragas, o presente estudo objetivou abordar sobre o melhoramento genético da
mandioca (Manihot esculenta Crantz) no controle da mosca branca (Bemisia tabaci).

METODOLOGIA
O estudo configura uma revisão de literatura, efetuada com base nas ferramentas de pesquisa
do buscador Google.com e da base de dados do Scielo, com emprego das seguintes associações de
palavras chaves: “genótipos” AND “agricultura” AND “Pragas agrícolas”; Melhoramento vegetal”
AND agricultura” “mandioca e mosca branca AND tolerância”, AND “genotypes” AND “agriculture”
AND “agricultural pests”; AND “plant breending” AND “cassava and whitefly” AND “tolerance”,
contando com filtro de publicações disponibilizadas entre 2017 e 2022 nos seguintes idiomas: inglês
e português no qual foram consideradas as publicações mais significativas caracterizadas pelas
plataformas da pesquisa. Foram selecionadas 23 publicações.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Dentre as espécies de mosca branca que são responsáveis por danificar a cultura de mandioca,
destaca-se Bemisi tabaci que transmite vários grupos de vírus economicamente importante, como o
begomovírus, que causam grandes perdas de rendimento em regiões tropicais e subtropicais (ISLAM
et al., 2017). Os vírus da mandioca podem causar perdas no rendimento de 20 a 95%, seus efeitos são
mais severos quando as plantas são infectadas em estágios iniciais de crescimento do que em estágios
posteriores (TORKPO et al., 2018). A alta incidência da doença está intimamente relacionada ao uso
de estacas infectadas e a densidade de populações de mosca branca nos campos (HOUNGUE et al.,
2019), enquanto a sua alta severidade pode ser devido a uma alta concentração de vírus nas plantas
(TSAI et al., 2022).
O pré melhoramento busca identificar as características úteis em acessos para se obter
resistência a pragas e doenças, o uso das espécies silvestre de mandioca são fonte de genes que
podem ser usadas no melhoramento, um exemplo é a espécie Manihot flabelllifolia, aplicada em
cruzamentos com cultivares comerciais buscando a obtenção de cultivares resistentes à mosca branca
(Aleurothrixus aepim), consideradas como pragas-chave para a cultura da mandioca (EMBRAPA,
2022).
No programa de melhoramento genético para se alcançar plantas resistentes a esse inseto
é necessário introduzir genes de acessos resistentes a praga em linhagens produtivas por meio de
cruzamentos, sendo crucial a identificação dos acessos portadores de genes de resistência (DA SILVA
et al., 2008). Para a sua aplicação, é preciso conhecer as características morfológicas e fisiológicas
da planta, a biologia do inseto, o comportamento e a sua relação com o hospedeiro, esses aspectos
são fundamentais à resposta do hospedeiro a praga, promovendo sua resistência ou suscetibilidade
(CAMPOS, 2003).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 189


Duas cultivares de mandioca, a BRS jari que é uma cultivar mais suscetível a mosca branca e a
Equador 72, que é mais resistente foram infestadas por essa praga, e ela acabou provocando na planta
uma diminuição no seu nível de açúcar (RIBEIRO, 2020). Os açucares são essenciais no metabolismo
da planta, eles são substratos para a síntese de hidratos de carbonos complexos, como é o caso de
amido e celulose que são usados para a biossíntese de aminoácidos e ácidos graxos (SMEEKENS,
2000).
Em um estudo com genótipos de mandioca, foram observados a sua resistência a Aleurothrixus
aepim, verificou que as alterações biológicas e comportamentais executadas pelos genótipos de
mandioca sobre as moscas brancas propiciou a discriminação do mesmo quanto a resistência ao
inseto. Devido ao alto potencial antixenótico exercido sobre a mosca branca, o genótipo equador 72
atestou ser promissor quanto à resistência ao inseto, mesmo ocorrendo uma alta taxa de oviposição
(LIMA et al., 2020).
A utilização do acibenzolar-S-metil (ASM), um análogo funcional do ácido salicílico (SA)
possuem a capacidade de desencadear resistência adquirida sistêmica as doenças provocadas pela
mosca branca, como é o caso do mosaico da mandioca e a raia marrom. Em um estudo o tratamento
realizado com ASM afetou o número de adultos, ovos e ninfas da mosca branca independente da
variedade, a análise dos principais efeitos mostrou que os números médios de adultos, ovos e ninfas
encontradas em plantas tratadas com ASM foram significativamente menores quando comparadas
com as plantas controle de mandioca (DOUNGOUS et al., 2021).
Um estudo que utilizou técnica de melhoramento genético no controle dessa praga foi o
silenciamento gênico baseado em RNA, foi desenvolvido com uma ferramenta bioquímica potencial
para o silenciamento gênico especifico para a Bemisia tabaci. O sileciamento bem sucedido do gene
CAPAr em Bemisia tabaci codifica o receptor acoplado a proteína G (um peptídeo de membrana
transmembrana). O silenciamento do gene CAPAr resultou na redução da sobrevivência e fecundidade
da B. tabaci (THAKUR e JINDAL, 2022).
Os genes de resistência a doença do mosaico da mandioca (CMD) foram relatados em muitos
estudos e usados em programas de melhoramento de mandioca para identificar variedades de mandiocas
resistentes. Três genes de resistências, CMD1 (recessivo), CMD2 (dominante) e CMD3 (QTL que
confere resistência) tem sido usados na triagem de resistência molecular a CMD da mandioca. Vários
marcadores têm sido associados a esse gene de resistência que facilitam o melhoramento de cultivares
resistentes, no caso do CMD2 dois marcadores foram utilizados para confirmar a presença desse gene
de resistência, o NS169 e o RME1 (RABBI et al., 2014; KURIA et al., 2017).
O uso de cultivares tolerantes é uma alternativa para o manejo e o controle das doenças
virais em mandioca. Novos genes alvos são importantes para a resistência de vírus de plantas
para o desenvolvimento de mandioca resistente ao vírus por meio do melhoramento convencional
ou engenharia genética. Para conseguir decifrar as relações filogenéticas entre os distintos grupos
taxonômicos e para aperfeiçoar o entendimento sobre a sequência das espécies, é essencial o uso de
sequências completas de genomas de cloroplastos (DANIELL et al., 2016).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 190


CONCLUSÃO
A Bemisia tamacia é uma praga que vem causando vários prejuízos para a cultura da mandioca,
além do seu dano direto ela propicia o surgimento de vírus que acaba ocasionando doenças na planta,
reduzindo o seu crescimento e o desenvolvimento, afetando a produtividade e o mercado. Uma das
técnicas de melhoramento vegetal que vêm sendo utilizada para diminuir essa perca é a utilização de
variedades resistentes com a adoção de genes com marcadores molecular para confirmar a presença
dos gene com resistência, por meio disso é realizado os cruzamentos para se obter as linhagens
resistentes a praga.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
DA SILVA, P.H.S.; DE CASTRO, M.D.P.; FILHO, F.R.F. Resistência do tipo não-preferência para
alimentação e oviposição de mosca branca em genótipos de Feijão-caupi. EMBRAPA, p. 1-4,
Teresina-PI, 2008.

DANIELL, H.; LIN, C.; YU, M.; CHANG, W. Chloroplast genomes: diversity, evolution, and
applications in genetic engineering. Genome Biology, v. 17, n. 1, p. 134, 2016.

DOUNGOUS, O.; KHATABI, B.; HANNA, R.; TCHUANYO, M.; KUATE, A.F.; FONDONG,
V.N. Acibenzolar-S-methyl induces resistance against cassava mosaic geminiviruses in Nitotiana
benthamiana and their vector Bemisia tamaci in cassava (Manihot esculenta). Crop Protetion, v.
150, n.1, p. [s.i], 2021.

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Melhoramento genético: Produção


vegetal. Bahia: EMBRAPA, 2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/
noticia/71689292/cientistas-usam-especies-silvestres-no-melhoramento-genetico-da-mandioca.
Acesso em: 1 de jul. 2022.

ISLA, W.; ZAYNAB, M.; QASIM, M.; WU, Z. Plant-vírus interactions: Disease resistance in focus.
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KURIA, P.; ILYAS, M.; ATEKA, E.; MIANO, D.; ONGUSO, J.; CARRINGTON, J.C.; TAYLOR,
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LIMA, W.H.; RIGENBERG, R.; FANCELLI, M.; LEDO, C.A.S. Genótipos de mandioca com
resistência à mosca branca Aleurothrixus aepim.Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento –
EMBRAPA. 1. ed. Cruz das Almas-BA, 2020.

RABBI, I.Y.; HAMBLI, M.T.; KUMAR, P.L.; GEDIL, M.A.; IKPAN, A.S.; JANNINK, J.;
KULAKOW, P.A. High-resolution mapping of resistance to cassava mosaic geminiviruses in cassava
using genotyping-by-sequencing and its implications for breeding. Virus Research, v.186, n.1, p.87-
96, 2014.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 191


TORKPO, S.K.; GAFNI, Y.; DANQUAH, E.Y.; OFFEI, S.K. Incidence and severety of cassava
mosaic disease in farmer’s fields in Ghana. Ghana Journal of Agricultural Science, v.58, n.1, p.61-
71, 2018.

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ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 192


PROPRIEDADES BIOATIVAS DA AVEIA (Avena sativa L.)

Giselly Martins Lobato1; Lucianne Martins Lobato1; Jucianne Martins Lobato2

1
Discente do Curso de Bacharelado em Agronomia, Universidade Federal do Maranhão (UFMA),
Chapadinha, Maranhão.
2
Mestre em Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Atividades biológicas. Alimento funcional. Compostos bioativos.


ÁREA TEMÁTICA: Outros.

INTRODUÇÃO
Avena sativa L. popularmente conhecida como aveia, é uma planta herbácea bienal pertencente
à família das Poaceae e é uma das culturas que crescem em condições climáticas frias e úmidas. A
aveia tem uma forma semelhante à cevada e está disponível em diferentes tipos, incluindo aveia preta,
vermelha, amarela e branca. É o sexto grão mais produzido no mundo, depois do trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo, sendo as variedades mais conhecidas, a aveia preta (Avena strigosa ) e a aveia comum
ou branca (Avena sativa L.) (SARTORI et al., 2018; MERT et al., 2020; KIM et al., 2021; MATÍN-
DIANA et al., 2021).
A produção de aveia no Brasil em 2017, correspondeu à 752,0 mil toneladas, sendo a região
sul a principal produtora, com cerca de 707 mil toneladas, destacando o estado do Rio Grande do Sul
(RS) que mais contribuiu, alcançando 567,6 mil toneladas (75% da produção nacional) e com uma
produção média de 2287 kg/ha (SARTORI et al., 2018). A safra 2021/2022 de grãos foi equivalente
a uma colheita de 1,088 milhão de toneladas com crescimento de 27,7% (852,6 mil toneladas)
(CONAB, 2022).
O grão de aveia possui grande relevância para a segurança alimentar e nutricional, pois
contém elevados índices de proteína e de beta-glucana, fibra responsável pela redução dos níveis de
colesterol ruim (LDL) (SARTORI et al., 2018). As indústrias alimentícias têm desenvolvido produtos
alimentícios com fins funcionais e simplicidade de consumo para atender consumidores específicos,
como celíacos, intolerantes à lactose, vegetarianos e veganos (BEZERRA et al., 2020).
Os alimentos funcionais caracterizam-se por disponibilizar benefícios à saúde, além do teor
nutritivo natural, podendo ocupar um papel potencialmente importante na diminuição do risco de
surgimento de determinadas doenças (GUIMARÃES et al., 2021), pois são fontes de compostos
bioativos como carotenóides, flavonóides, ácidos graxos insaturados do tipo ômega (CAÑAS et al.,
2019).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 193


A aveia em comparação com outros grãos apresenta quantidade e qualidade superior de
proteínas para humanos e não ruminantes, com base na composição de aminoácidos essenciais,
principalmente quanto ao teor de lisina, que desempenha um papel crucial na biossíntese de proteínas,
além disso, é um aminoácido não sintetizado e que deve ser obtido do ambiente externo, através da
alimentação (YANG et al., 2020).
A inclusão da aveia e a adição de componentes de aveia durante o processamento de produtos
alimentícios pode proporcionar ao consumidor melhoria da qualidade de vida conforme reportado
na literatura (KIM et al., 2021). Além disso, o interesse pela aveia e os subprodutos como alimento
funcional aumentou entre a população devido as suas diversas propriedades bioativas. Desta forma, o
presente estudo objetivou abordar sobre as propriedades bioativas da aveia (Avena sativa L.).

METODOLOGIA
O estudo caracteriza-se como uma revisão de literatura do tipo narrativa, desenvolvida a partir
das ferramentas de pesquisa Pubmed e da base de dados do Scielo, com utilização de associações
de palavras- chave: “propriedades” AND “Avena sativa L.”; “Compostos bioativos” AND “Avena
sativa L.” e “Atividades biológicas” AND “Avena sativa L.”; “properties” AND “Avena sativa L”;
“Bioactive compounds” AND “Avena sativa L.” e “Biological activities” AND “Avena sativa L.”
com uso de filtro de publicações disponibilizadas nos períodos entre 2017 e 2022 nos idiomas: inglês
e português, onde foram utilizadas as publicações mais relevantes nas plataformas da pesquisa. Foram
selecionadas 12 publicações.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A aveia é um alimento com excelentes propriedades nutricionais, com adequada constituição
de aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas, minerais, antioxidantes e fibras, especialmente β-glucana,
que auxilia na viscosidade e solubilidade conforme observado na Figura 1 (SILVA et al., 2019). A
aveia possui uma elevada taxa lipídica distribuída por toda a estrutura do grão, com composição
dominante de ácidos graxos insaturados. Também apresenta alto índice proteico e fibras alimentares,
sendo a mais conhecida, a fibra solúvel ß-glucana. Todavia, os compostos antioxidantes fenólicos da
aveia vêm sendo matriz de interesse em razão de suas atuações vantajosas à saúde (GUIMARÃES et
al., 2021).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 194


Figura 1. Compostos bioativos da aveia (Avena sativa).

Fonte: Perrelli et al, 2018.

A capacidade antioxidante da aveia é derivada principalmente dos polifenóis exclusivos da


aveia, conhecidos como avenantramidas, também oferece múltiplos efeitos promotores da saúde,
como atividade antiaterosclerose (BOZ et al., 2015; SANG et al., 2017). As avenantramidas são
compostos fenólicos, que contém ácido antranílico e ácido hidroxicinâmico com ações antioxidantes
e anti-inflamatórios (Figura 2) (PERRELLI et al., 2018).

Figura 2. Bioatividades fisiológicas de avenantramidas derivadas da aveia (Avena sativa L.)

Fonte: Guimarães et al., 2021.

O processo de fermentação aumenta a atividade antioxidante da aveia em comparação com os


produtos não fermentados, devido às mudanças de nutrientes que resultam das atividades metabólicas
microbianas, principalmente a decomposição das frações de carboidratos em vários produtos
finais, como os ácidos. A presença de múltiplos produtos finais e a liberação de vários fitoquímicos

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 195


proporciona a prevenção de doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade e osteoporose (CHEN
et al., 2014; NKHATA et al., 2018; SANLIER et al., 2019; CHEN et al., 2020; LEE et al., 2020;
GUAN et al., 2021).
Em outra pesquisa realizada por Alharbi et al., (2022) sobre a aveia (Avena sativa) fermentada
de Lactobacillus plantarum suplementada com mel demonstrou efeitos antidiabéticos e uma abordagem
potencial para controlar os níveis de glicose e perfis lipídicos e proteger contra o estresse oxidativo.
A incorporação da aveia fermentada como produto simbiótico é uma alternativa para o controle do
diabetes.
Além disso, o extrato de aveia na concentração de 50–200 μg/mL apresenta um papel protetor
contra lesões de queratinócitos induzidas pelo estresse oxidativo através da inibição da produção de
espécies reativas de oxigênio intracelular e diminuição da ativação de genes indutores de apoptose,
como caspases, ou seja, a aveia pode uma fonte útil para danos à pele associados ao estresse oxidativo
causados pelo
​​ estresse ambiental (SONG et al., 2021).
Os β-glucanos da aveia são potencialmente sugeridos como um recurso dietético direcionado
à doença celíaca, especialmente para dietas sem glúten, pois apresenta efeitos anti-obesidade ao inibir
o acúmulo de adipócitos (reduzindo assim a formação de gordura corporal), prevenindo o acúmulo
de colesterol no fígado e melhorando o metabolismo lipídico (KIM et al., 2021). Esse cereal fornece
também saponinas esteroidais, que é um tipo fitoquímico. São moléculas com ações antifúngicas
fortes e a sua possível função natural nas plantas, consiste na defesa contra ataques de microrganismos
patogênicos. (PERRELLI et al., 2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aveia é um cereal com atuação antioxidante que pode contribuir na promoção da saúde
por meio da prevenção de doenças, como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e doenças
cardiovasculares, representando uma alternativa saudável na alimentação dos consumidores. Dentre
os compostos bioativos responsáveis por suas propriedades bioativas, destacam-se as avenantramidas
e as fibras solúveis da aveia, como β-glucanas, demonstrando ser um potencial alimento funcional
que pode ser utilizado como ingrediente no desenvolvimento de outros tipos de produtos alimentícios.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ALHARBI, H.F.; ALGONAIMAN R.; BARAKAT, H. Ameliorative and antioxidative potential
of Lactobacillus plantarum-fermented oat (Avena sativa) and fermented oat supplemented with sidr
honey against streptozotocin-induced type 2 diabetes in rats. Antioxidants, v. 11, n. 6, p. 1122-1137,
2022.

CAÑAS, G.J.S.; BRAIBANTE, M.E.F. A química dos alimentos funcionais. Química e sociedade,
v. 41, n. 3, p. 216-223, 2019.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 196


GUIMARÃES, G.N.H.G.; DADALTO, J.O.; FIGUEIREDO, L.; PRADO, L.F.; MORAIS, M.F.S.;
GASPAR, R.; COIMBRA, C.N.; QUINONES, E.M.; DINIZ, R.; MACCAGNAN, P. Aveia e saúde
humana: uma revisão bibliográfica. Revista científica das faculdades de medicina, enfermagem,
odontologia, veterinária e educação física, v. 3, n. 6, p. 1-8, 2021.

PERRELLI, A.; GOITRE, L.; SALZANO, A.M.; MOGLIA, A.; SCALONI, A.; RETTA, S.F.
Biological Activities, Health Benefits, and Therapeutic Properties of Avenanthramides: From Skin
Protection to Prevention and Treatment of Cerebrovascular Diseases. Oxidative Medicine and
Cellular Longevity, v. 2018, 23 ago. 2018.

SILVA, A. R. A.; SILVA, M. M. N.; RIBEIRO, B. D., 2019. Health Issues and Technological Aspects
of Plant-based Alternative Milk. Food Res. Int., 131.

SONG, S.; LEE, Y.M.; LEE, Y.Y.; YEUM, K.J. Oat (Avena sativa) extract against oxidative stress-
induced apoptosis in human keratinocytes. Molecules, v. 26, n. 18, p. 1-12, 2021.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 197


APLICAÇÕES DE REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS NA CONSERVAÇÃO PÓS-
COLHEITA DA UVA (Vitis vinifera L.)

Lucianne Martins Lobato1; Giselly Martins Lobato1; Jucianne Martins Lobato2

1
Discente no Curso Bacharelado em Agronomia, Universidade Federal do Maranhão (UFMA),
Chapadinha, Maranhão.
2
Mestre em Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Conservação. Coberturas comestíveis. Frutas.


ÁREA TEMÁTICA: Outros.

INTRODUÇÃO
As uvas (Vitis vinifera L.) são amplamente cultivadas e consumidas em todo o mundo, pois
possuem sabor agradável e também proporcionam diversos benefícios à saúde devido à sua composição
fitoquímica. No Brasil, a cultivar de uva ‘ Italia ’ é uma das mais produzidas e consumidas. No
entanto, esta variedade é altamente perecível após a colheita, sofrendo diversas alterações durante
o armazenamento, que incluem perda de firmeza e cor (DE SOUSA et al., 2013; MELO et al.,
2018; BRASIL, 2020).
Dentre as estratégias para a conservação pós-colheita de uvas, destaca-se o emprego
de revestimentos comestíveis, pois proporciona a preservação química e sensorial de produtos
alimentícios e representam uma solução sustentável e ambientalmente correta para embalagens
primárias na indústria alimentícia. O mecanismo de proteção dos revestimentos consiste em uma
barreira contra a contaminação microbiana, diminuição da taxa de oxidação, prevenção ou redução
da taxa de perda de umidade entre outros (HASSANZADEH et al., 2018; AL-TAYYAR et al., 2020;
JAFARZADEH et al., 2021).
Os revestimentos comestíveis já foram utilizados em diferentes tipos de frutas conforme
reportado na literatura, como por exemplo, a manga, maçã morango, laranja, uva de mesa, mamão e
pêra onde se constatou uma redução na perda de umidade, decomposição microbiana, amolecimento,
taxas de respiração, prolongando a vida útil desses frutos. Geralmente se utiliza vários biopolímeros
diferentes, como amido, pectina, carragenina, alginato, quitosana e goma xantana, para o
desenvolvimento de revestimentos comestíveis (NAIR et al., 2020; PAUL, 2020).
A conservação de frutas pós-colheita por meio do emprego de revestimentos comestíveis
propicia vários benefícios quanto ao aspecto sensorial, como a manutenção da cor, diminuição da perda
de massa, propriedades de barreiras, facilidade de utilização e a oferta de um produto biodegradável
(CARRASCO et al., 2019). Portanto, o objetivo do estudo foi abordar sobre as aplicações de

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 198


revestimentos comestíveis na uva (Vitis vinífera L.) para prolongar sua vida de prateleira.

METODOLOGIA
O estudo configura uma revisão de literatura do tipo narrativa, efetuada com base nas
ferramentas de pesquisa ScienceDirect e Pubmed, com emprego das seguintes associações de palavras-
chave: “Vitis vinifera” AND “edible toppings” e “grape” AND “conservation”, contando com filtro
de publicações disponibilizadas entre 2017 e 2022 no idioma inglês no qual foram consideradas
as publicações sobre revestimentos comestíveis desenvolvidos para a conservação de uva. Foram
selecionados 20 artigos científicos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A aplicação de revestimentos comestíveis nas uvas aumenta a vida útil da fruta e preserva
a aparência visual conforme demonstrado na Tabela 1. O uso de nanocómpositos na elaboração de
coberturas é uma alternativa para proteger a uva contra cepas bacterianas (S. aureus e E. coli) e fúngicas
(C. albicans). Entretanto, torna-se necessário avaliar os riscos associados aos nanocómpositos
metálicos e óxidos, pois a interação de nanopartículas com células microbianas é a base de sua
atividade antimicrobiana, mas, ao mesmo tempo, podem interagir com células humanas (MOTELICA
et al., 2020).

Tabela 1. Revestimentos comestíveis na conservação pós-colheita de uvas (Vitis vinifera L.)

6 Revestimento comestível 7 Resultados 8 Autor/Ano


9 Nanocómposito de 10 Algumas manchas de ferrugem
quitosana, óxido de zinco, prata e na superfície e a aparência visual é a mais 11 Motelica et al., (2020)
óleo essencial de citronela. aceitável após 14 dias.
13 Manutenção da qualidade das
12 Material comestível
uvas (firmeza da fruta, cor e aroma) de
quitosana + gel de Aloe vera 14 Nia et al., (2021)
mesa e aumenta sua vida útil.
(babosa).
16 Retarda o processo de maturação
das uvas (Vitis vinífera L.), mantendo
15 Galactomananas + goma suas propriedades físico-químicas (cor,
17 De souza et al., (2021)
de caju + alginatos + gelatina. perda de peso e firmeza) e biológicas
(conteúdo dos compostos fenólicos).
19 Inibição efetiva da abscisão
natural da baga, prevenção da perda de
18 Quitosana + poli-ε-lisina. peso e manutenção do teor de vitamina C 20 Chen et al., (2019)
nas frutas.

22 Prolonga a vida na prateleira e


inibição sobre o crescimento microbiano
21 Quitosana. e alterações químicas nas uvas de mesa 23 Shao et al., (2021)
(Vitis vinífera L.). mantendo a qualidade
pós-colheita.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 199


A utilização do material comestível de quitosana na pós-colheita com o gel de babosa (Aloe
vera) aumenta em 15 dias a vida útil da uva de mesa, por meio da redução do teor de malondialdeído,
incidência de decaimento, percentual de perda de peso, polifenol oxidase, perda de firmeza e
manutenção da capacidade antioxidante (sem o revestimento apresentava um percentual antioxidante
de 45,95%, após o uso do revestimento combinado de quitosana e gel de babosa, apresentou uma
atividade de 63,1% pelo método DPPH). Além disso, a aplicação do revestimento a 3% durante 25
dias nos bagos de uva obteve melhoria nos parâmetros fisiológicos, como crescimento, maturação e
senescência e atenuou parcialmente os efeitos negativos induzidos pelo envelhecimento durante o
armazenamento (NIA et al., 2021)
A combinação de 2% de alginato, 0,5% de galactomananas, 0,5% de goma de caju e 2% de
gelatina demonstrou viabilidade para a formulação de coberturas comestíveis, com propriedades no
controle da perda de peso e firmeza das uvas, manutenção da cor, aumento do teor de compostos
fenólicos (1873,7 mg/100 g) e potencial antioxidante (método DPPH, 146,81 μmol TE/g), ou seja,
o uso de polímeros em revestimentos comestíveis podem ser estendidos para outras frutas como
mamão, manga e morango (DE SOUZA et al., 2021).
Durante a pós-colheita dos frutos geralmente ocorre um fenômeno chamado de abscisão que
corresponde à quebra da parede celular do fruto, cuja regulação fisiológica tem sido relatado no
tomate, cereja e uva, tornando-se um importante obstáculo na pós-colheita, gerando desperdício e
perdas econômicas (DENG et al., 2007; VINOKUR et al., 2013; TAESAKUL et al., 2021). Dentre
as estratégias de fontes naturais para a prevenção da abscisão dos frutos destaca-se o emprego de
coberturas comestíveis.
Em um estudo, a aplicação de 1,5% de quitosana e 1,0 % poli-ε-lisina em revestimentos
comestíveis no controle da abscisão da uva de mesa, cultivar ‘Kyoho’ e manutenção da qualidade
dos frutos durante o armazenamento pós-colheita a 20º C, verificaram que foram eficazes na inibição
da abscisão da baga natural ou a abscisão induzida por dióxido de enxofre (SO2) em frutas ‘Kyoho’,
diminuição da perda de pesa e manutenção do conteúdo de vitamina C (CHEN et al., 2019).
As uvas de mesa revestidas com quitosana apresentam atrasos significativos na mudança e no
processo de degradação do conteúdo de sólidos solúveis em comparação com as frutas não revestidas,
o teor de conteúdos solúveis foi obtido com coeficientes de predição definidos superior a 0,801 para
uvas não revestidas e revestidas pelo modelo do método de ponderação adaptativa competitiva
combinada com a regressão de mínimos quadrados parciais. A quitosana é um polissacarídeo formador
de filme, podendo inibir a respiração e a atividade metabólica e retardar o consumo de carboidratos
durante o armazenamento. A aplicação de 1,0% material comestível de quitosana foi eficaz para
prolongar a vida de prateleira e manter a qualidade pós-colheita das uvas de mesa (Vinis vínifera L.)
(SHAO et al., 2021).
O revestimento comestível é uma importante fonte natural para a redução de doenças pós-
colheita, sendo essencial também para redução de danos ao meio ambiente. Além disso, os consumidores
atuais buscam produtos com uma vida útil maior e com características associadas à sustentabilidade,
onde o revestimento comestível é visto como uma alternativa para atender esse interesse, pois propicia

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 200


uma vida maior na prateleira e por diminuir o uso de embalagens não biodegradáveis (TANADA-
PALMU et al., 2002; AKHTAR et al., 2012; AL-HASSAN et al., 2012).

CONCLUSÃO
O emprego de revestimentos comestíveis é uma opção viável e barata para ser aplicado em
uvas, pois proporciona aumentar a vida de prateleira da fruta, manutenção dos seus atributos físicos
e químicos em perfeito estado, como também, os teores de vitamina C e retardamento do processo
de degradação na pós-colheita. Os revestimentos que foram desenvolvidos para a conservação pós-
colheita de uvas são os nanocómpositos de quitosana, óxido de zinco, prata e óleo essencial de
citronela; material comestível quitosana + gel de Aloe vera (babosa); galactomananas + goma de
caju + alginatos + gelatina; quitosana + poli-ε-lisina e a quitosana, principal produto utilizado em
coberturas devido as suas propriedades bioativas.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CHEN, R.; WU, P.; CAO, D.; TIAN, H.; CHEN, C.; ZHU, B. Edible coatings inhibit the postharvest
berry abscission of table grapes caused by sulfur dioxide during storage. Postharvest Biology and
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gelatin of the shelf-life of grape cultivar ‘Italia’: Physicochermical and bioactive properties. LWT, v.
152, n.1, p. 1-10, 2021.

MOTELICA, L.; FICAI, D.; FICAI, A.; TRUSCA, R.D.; LLIE, C.L.; OPREA, O.C.; ANDRONESCU,
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NIA, A.E.; TAGHIPOUR, S.; SIAHMANSOUR, S. Pre-harvest application of chitosan and


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ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 201


TÉCNICAS VIÁVEIS NA QUEBRA DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE MARACUJÁ
DO MATO PARA AGRICULTURA DE BASE AGROECOLOGICA

Carlos Roberto Silva de Oliveira1; Francismary Barros da Silva1; Viviane Nunes dos Santos1;
Ezildo Francisco Felinto Filho2; Pâmella Laysa de Moura Cruz2; Matheus Lima Oliveira2;
Tiago Lima do Nascimento3; Marcos Andrei Custodio da Cunha4

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Bolsista FACEPE/Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Semiárido, Petrolina,
Pernambuco.
4
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura familiar. Germinação. Frutífera.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
O maracujá do mato (Passiflora cincinnata Mast.) pertence à família Passifloraceae, possui
coloração de casca esverdeada e polpa branca, com centenas de sementes. Essa espécie apresenta
distribuição em toda América do Sul. No Brasil é encontrada no cerrado e em florestas estacionais,
porém seu principal bioma de ocorrência é a Caatinga, sendo considerada uma fruta nativa do
semiárido. Seu diferencial é o sabor muito marcante de sua polpa, tanto em termos de doçura, como de
acidez em comparação ao do maracujá comum (CERRATINGA, 2022). Apesar dessas características
desejadas pelo mercado, o maracujá do mato ainda pouco explorado, ficando sua produção quase que
restrita à agricultura familiar de base agroecológica.
Um dos maiores problemas para sua produção em larga escala, é a obtenção de mudas em
grande quantidade e uniformidade, uma vez que sua semente apresenta dormência. Essa dormência
em suas sementes, é ocasionado pelo mecanismo de controle da entrada da água para seu interior,
devido à sua dureza do tegumento, necessitando assim de tratamentos para sua superação. Outros
fatores genéticos e ambientais vigentes durante a produção também interferem na percentagem de
germinação, como por exemplo, tipo de substrato, umidade e temperatura. Em adição, o estádio
de desenvolvimento das sementes no momento da secagem e o tipo de secagem podem afetar a
permeabilidade do tegumento, determinado a porcentagem e a intensidade de dormência (Nakagawa

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 202


et al., 2005).
Dessa maneira, esse trabalho teve como objetivo realizar o levantamento de técnicas para
aumentar a taxa de geminação de sementes de Passiflora cincinnata Mast, que possam ser utilizadas
por agricultores familiares de base agroecológica.

METODOLOGIA
Esse trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre técnicas eficientes para quebra
de dormência de sementes de maracujá do mato. A coleta de dados a respeito do tema foi realizada
através das plataformas Google Acadêmico, Portal de periódicos da CAPES e SciElO, com recorte
temporal, utilizando apenas artigos publicados entre 2000 e 2022. Foram selecionados artigos que
apresentavam apenas métodos físicos e/ou mecânicos, viáveis economicamente, para realização da
quebra de dormência por pequenos agricultores familiares. As expressões de busca utilizadas foram:
‘maracujá do mato’, ‘quebra de dormência maracujá’, ‘Passiflora cincinnata’, ‘germinação maracujá’,
em português e inglês.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Apenas cinco trabalhos realizados entre 2003 e 2019 estudaram a espécie Passiflora cincinnata
Mast. (maracujá-do-mato) em relação a germinação de sementes utilizando métodos físicos ou
mecânicos. É importante destacar que outros trabalhos foram encontrados, entretanto apenas esses
cinco podem facilmente ser utilizado por agricultores familiares sem que haja a necessidade de insumos
externos. Quatro trabalhos (80%) utilizaram sementes provenientes do Banco de Germoplasma de
Maracujá da Embrapa Semiárido.
Brito et al. (2003) avaliaram a percentagem e velocidade de germinação utilizando como
tratamento diferentes tempos de fermentação das sementes (48 horas; 76 horas; 96 horas e 120
horas). A fermentação consistia no surgimento natural de patógenos que iriam atacar a polpa do
fruto após sua abertura, utilizando temperatura média de 30 ºC e umidade relativa em torno de 75%.
Ao final do período determinado o arilo foi retirado e o tratamento era semeado. A parcela consistia
em três células da placa de semeadura, com seis repetições para cada tratamento e após 30 dias
as duas características foram avaliadas. Os resultados demonstraram que houve germinação apenas
nos tempos de 72h e 96h de fermentação, com 22% e 7% de germinação, respectivamente. Sendo
assim, os tratamentos utilizados não são recomendados pois contribuíram muito pouco para elevar a
percentagem de germinação da espécie estudada.
Em 2008, Saldanha et al. avaliaram a emergência de todos os 32 genótipos armazenados por
três anos no Banco de Germoplasma de Maracujá da Embrapa Semiárido. Utilizando 30 sementes
de cada acesso, com três repetições, sendo irrigados duas vezes ao dia em casa de vegetação com
sombreamento de 50%. A avaliação da emergência ocorreu 24 dias após a semeadura, apresentando
valores inferiores a 10% alcançando até 70%. Apenas seis acessos, apresentaram valores superiores
a 50%, indicando que a baixa porcentagem de emergência observada é um indicativo de dormência,

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 203


que é um componente evolutivo de grande significado para o maracujá do mato e por essa razão está
tão presente na maioria dos acessos avaliados. Por não apresentar resultados conclusivos em relação
a produção de mudas, esse trabalho apenas serviu para demonstrar que existe variabilidade genética
para essa característica, não sendo um tratamento recomendado para os agricultores.
Zucareli et al. (2009) objetivaram estudar os efeitos da luz, da temperatura e a interação
entre temperatura e reguladores vegetais na germinação de sementes de Passiflora cincinnata Mast.
Independente da temperatura e condição de luz utilizada obtiveram uma porcentagem de germinação
muito baixa, atingindo valor máximo de (14,4%) no tratamento com alternância de temperatura
(20-30ºC) sob escuro constante. Reforçando ainda mais o elevado nível de dormência de sementes
do maracujá do mato. Esse estudo apresentou uma informação importantíssima que contribuiu
em estudos futuros, pois demonstrou que os tratamentos que permaneceram sob ausência de luz
apresentaram maiores médias de germinação, diferindo significativamente dos demais, demonstrando
o efeito inibitório da luz.
Oliveira Júnior et al. (2010) estudaram sete diferentes tratamentos com o objetivo de superar
a dormência de sementes do maracujá do mato (Tabela 1). No qual cada parcela era composta por 50
sementes, sendo avaliado em três repetições. Esse foi o primeiro trabalho que apresentou resultados
satisfatórios para percentagem de germinação, onde os tratamentos T3 e T6 apresentaram 58% e 52%
na taxa de geminação. Sendo o tratamento T3 mais simples, podendo ser realizado por agricultores
familiares, uma vez que necessita apenas de uma lixa d’água do tipo Norton 80 (lixa fina para parede).

Tabela 1: Tratamentos utilizados para quebra de dormência do maracujá do mato.


T1 - sementes secas à sombra (Testemunha)
T2 - sementes secas ao sol
T3 - sementes secas à sombra com escarificação em lixa
T4 - sementes secas à sombra tratadas com fungicida
T5 - sementes secas ao sol com escarificação em lixa
T6 - Sementes secas à sombra aquecidas em banho maria por 5 min, 50ºC
T7 - sementes secas à sombra aquecidas em banho-maria por 5 min, 80ºC
Fonte: Junior et al. (2009)

Outro ponto importante identificado no trabalho realizado por Junior et al. (2009) foi o tempo
de emergência das plântulas, pois iniciou-se 11 dias após a semeadura e estabilizou-se mais de dois
meses após (64 dias). Sendo assim, caso o agricultor deseje instalar um pomar, ele precisará de um
número bastante elevado de sementes para obter a quantidade mínima de mudas desejada. Com o
passar do tempo, as plântulas que forem emergindo poderão ser utilizadas para recuperar o stand da
área de plantio, uma vez que é comum algumas mudas não sobreviverem a fase de transplantio para
o campo.
Araújo et al. (2018) por meio de uma revisão bibliográfica abordando os avanços na propagação
de espécies do gênero Passiflora spp. apresentaram os avanços científicos e tecnológicos na propagação

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 204


sexuada e assexuada do maracujazeiro, considerando os diferentes métodos de propagação e suas
aplicações. O trabalho relata quais são as possíveis causas da dormência de sementes em algumas
espécies como Passiflora cincinnata Mast., de forma geral ele atribuiu que tanto a dormência natural
quando a induzida atua nessa espécie. Sendo os principais fatores: maturidade fisiológica da semente,
umidade, temperatura, tipo do recipiente e substrato utilizado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns estudos objetivando aumentar a taxa de germinação da espécie Passiflora cincinnata
Mast. foram realizados, sendo sua grande maioria sem sucesso. Os métodos que apresentaram
maior eficiência na quebra de dormência utilizaram como tratamento sementes secas à sombra com
escarificação em lixa e sementes secas à sombra aquecidas em banho maria por 5 min, 50ºC, ambos
superando em 50% a percentagem de germinação. Tratando-se de produção de mudas voltada à
agricultura familiar, ambos tratamentos são indicados, visto que não necessitam de recursos externos
e são de fácil realização.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ARAUJO, Francisco Pinheiro et al. Passiflora cincinnata: Maracujá-da-caatinga. In: CORADIN,
Lídio; CAMILLO, Juliano; PAREYN, Frans Germain Corneel (Ed.). Espécies nativas da flora
brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Nordeste. Brasília, DF:
MMA, 2018.

BRITO, Marcos Eric Barbosa; MELO, Alberto Soares; LUSTOSA, Joel Pinho Oliveira. Influência
do período de fermentação sobre a germinação de sementes do maracujá do mato. Horticultura
Brasileira, Brasília, v. 21, n. 2, p. 422, 2003.

CERRATINGA. Maracujá da Caatinga. ISPN, Brasília. Disponível em: https://cerratinga.org.br/


especies/maracuja-da-caatinga. Acesso em: 12 Jan. 2022.

NAKAGAWA, João; CAVARIANI, Claudio; ZUCARELI, Claudemir. Maturação, formas de secagem


e qualidade fisiológica de sementes de mucuna-preta. Revista Brasilera de Sementes, Pelotas, v. 27,
n. 1, p. 45-53, 2005.

OLIVEIRA JÚNIOR, Manoel Xavier et al. Superação de dormência de maracujá-do-mato (Passiflora


cincinnata Mast.). Revista Brasileira de Fruticultura, v. 32, p. 584-590, 2010.

SALDANHA, Rodrigo Brito et al. Avaliação de emergência de acessos de Passiflora cincinnata Mast,
do banco de germoplasma de maracujá (BAG) da Embrapa Semi-Árido. In: II Simpósio de recursos
genéticos de plantas cultivadas no nordeste brasileiro. UESB, Vitória da Conquista, v. 2, 2008.

ZUCARELI, Valdir et al. Fotoperíodo, temperatura e reguladores vegetais na germinação de sementes


de Passiflora cincinnata Mast. Revista Brasileira de Sementes, v. 31, p. 106-114, 2009.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 205


DESENVOLVIMENTO DO SETOR AGROPECUÁRIO NO MUNICÍPIO DE UAUÁ/BA
ENTRE 2006 – 2017

Carlos Roberto Silva de Oliveira1; Francismary Barros da Silva1; Viviane Nunes dos Santos1;
Ezildo Francisco Felinto Filho2; Pâmella Laysa de Moura Cruz2; Matheus Lima Oliveira2;
Tiago Lima do Nascimento3; Marcos Andrei Custodio da Cunha4

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Bolsista FACEPE/Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Semiárido, Petrolina,
Pernambuco.
4
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura familiar. Censo agropecuário.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A agricultura familiar no mundo contemporâneo, levando em consideração o contexto
socioeconômico, tornou-se algo delicado por depender de diversos fatores que refletem diretamente
na produção, como por exemplo, as condições edafoclimáticas e o nível tecnológico adotado. Mesmo
assim, o sistema familiar de produção ganha forças quando se questiona o futuro das pessoas que
subsistem do campo, a problemática do êxodo rural e, consequentemente, a tensão social decorrente
da desigualdade social no campo e nas cidades (CGEE, 2013).
Em 1920 dada a importância do setor agropecuário para a economia brasileira, a necessidade
de conhecer a heterogeneidade dos estabelecimentos da agricultura familiar passou a ser estudada por
meio do Censo Agro (IBGE, 2022). Por ser um levantamento mais detalhado, com o passar dos anos
sua expansão conseguiu abranger todos os municípios do país, mostrando como diferentes contextos
locais afetam a viabilidade econômica e, portanto, a permanência desses produtores na atividade
agrícola.
Agricultores familiares presentes em Uauá - Bahia, município do semiárido nordestino
marcado fortemente com restrições ao desenvolvimento de atividades agrícolas, tendem a utilizar
apenas a caprinovinocultura como fonte de renda. Uma vez que a aptidão do solo e as condições
edafoclimáticas conferem à região um ambiente pouco propício à produção vegetal. Além disso, esses

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 206


produtores carecem de instrução e assistência técnica para incorporar tecnologias de convivência com
o semiárido em suas propriedades.
Diante disso, esse trabalho apresenta como objetivo estudar o comportamento do setor
agropecuário entre 2006 e 2017 no município de Uauá na Bahia. Essa visão mais abrangente de como
o setor agropecuário muda ao longo de uma década pode servir para identificar potencialidades e
problemas que devem ser trabalhados de forma local.

METODOLOGIA
Esse trabalho consiste em levantamento sobre o desenvolvimento do setor agropecuário no
município de Uauá – Bahia entre 2006 e 2017. Os dados estatísticos referentes ao Censo Agropecuário
2006 e 2017 foram obtidos no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utilizando
o Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) (IBGE, 2021).

RESULTADOS E DISCUSSÕES
No intervalo de tempo entre 2006 e 2017 ocorreu a redução de 4.209 ha da área destinada
aos estabelecimentos rurais no município (Tabela 1). Provavelmente, o fator que mais contribui para
isso foi a migração de famílias para grandes centros urbanos a fim de encontrar uma fonte de renda
mais rentável. Em adição, algo que ficou evidente foi a redução de quase 20% das áreas pertencentes
a produtores individuais. Acarretando o aumento significativo no tamanho das áreas pertencentes a
pessoas que apresentam união e/ou fazem parte de consórcios ou cooperativas. Dessa forma, podemos
afirmar que parte dos produtores individuais que desistiram de suas áreas produtivas estão em união
ou fazem parte de consórcios ou cooperativas presentes na região. Essa afirmação vai ao encontro
dos dados presentes na Tabela 2, no qual houve um aumento de mais de 1000 % no número de
estabelecimentos rurais em consórcio ou união de pessoas entre 2006 e 2017.

Tabela 1: Área dos estabelecimentos agropecuários, condição de ocupação e utilização da terra nos anos de 2006 e
2017 no município de Uauá – Bahia.
Área dos estabelecimentos agropecuários (ha) 2006 2017
Área total 98.705 94.496
Área pertencente a produtores individuais 96.631 77.839
Consórcio, união de pessoas ou cooperativas 2.074 16.657
Utilização das terras (ha)
Lavouras permanentes 748 305
Lavouras temporárias 5.677 3.951
Pastagens naturais 52.461 21.756
Pastagens em boas condições 7.487 3.454
Pastagens em más condições 765 12.160
Sistemas agroflorestais 10.598 24.422
Fonte: IBGE, 2021.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 207


Tabela 2: Número de estabelecimentos rurais e sua condição de ocupação no município de Uauá – BA
entre 2006 e 2017.
Números de estabelecimentos rurais 2.944 3.215
Produtores individuais 2.898 2.498
Consórcio ou união de pessoas 46 717
Fonte: IBGE, 2021.

O número de propriedades de acordo com a utilização das terras demonstrou redução no


ano de 2017 para lavouras e pastagens em boas condições (Tabela 3), enquanto o aumento do
número de lavoras em más aumentou cerca de 900%. Isso demonstra que a as práticas culturais
utilizadas pelos agricultores familiares em Uauá durante esse período não foram apropriadas para às
condições semiáridas. Essa redução pode estar relacionada com a diminuição, em 2017, no número de
propriedades que utilizam práticas conservacionistas de manejo do solo, como por exemplo, o cultivo
mínimo e o plantio direto na palha.

Tabela 3: Utilização das terras de acordo com o número de propriedades em Uauá-BA entre 2006 e 2017.
Utilização das terras nº de propriedades
Lavouras permanentes 152 116
Pastagens naturais 1.648 1.281
Pastagens em boas condições 997 735
Pastagens em más condições 158 1.428
Sistemas agroflorestais 886 1.277
Cultivo convencional 654 856
Cultivo mínimo 297 48
Plantio direto na palha 378 225
Área irrigada 0 269
Fonte: IBGE, 2021.

Um dos problemas ocorrentes na região é o superpastejo de caprinos e ovinos, que inviabiliza


a renovação da vegetação nativa. Consequentemente, propicia no aumento de áreas com pastagens em
más condições ou até mesmo degradadas. Um outro agravante que pode ter contribuído diretamente
na redução da qualidade das lavouras foi o aumento do cultivo convencional (Tabela 3), pois esse
modelo não favorece a rotação e/ou consorciação de culturas. Aspectos ligados à qualidade da água
também podem ter contribuído para redução da qualidade das pastagens e lavouras, uma vez que o
município apresenta fontes de águas com altos teores de salinidade. Sendo assim, é possível perceber
que a falta de assistência técnica pode levar a prejuízos incalculáveis em diversas propriedades, pois
até a utilização de novas tecnologias como a instalação e manejo de sistemas de irrigação devem ser
utilizadas após o estudo de diversos fatores.
O número efetivo de todos os tipos de animais comercializados no município reduziu em 2017
quando comparado ao ano de 2006 (Tabela 4). A redução no número de galinhas foi estimada em 5000
unidades (±12%), enquanto aves e espécies mais difíceis de serem encontradas no mercado como

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 208


patos, gansos, marrecos, perdizes e faizões a redução foi enorme (±54%). Em relação à suinocultura,
essa apresentou a maior redução quando comparado a toda cadeia agropecuária do município (±57%).
O principal problema na diminuição do número de animais produzidos no município é a redução de
oferta no mercado, fazendo com que se eleve seu preço. Isso implica diretamente na alimentação de
pessoas menos favorecidas economicamente, uma vez que frango e suíno são as carnes mais baratas
no mercado.

Tabela 4: Número efetivo de animais de acordo com o número total de propriedades no município de Uauá-BA entre
2006 e 2017.
Pecuária 2006 2017
Bovino 14.214 9.004
Caprinos 123.860 113.487
Ovinos 103.946 78.564
Equinos 1.373 866
Galináceos 42.000 37000
Patos, Gansos, Marrecos, Perdizes e Faizões 1.980 921
Suínos 5.688 2.469
Fonte: IBGE, 2021.

A caprinovinocultura sofreu a menor redução nesse intervalo de tempo, onde o número de


ovinos reduziu em 25382 (±25%) o número de cabeças e o de caprinos 10373 unidades (±9%). Apesar
das condições climáticas desfavoráveis para criação de animais de grande porte, como bovinos,
muitos agricultores familiares insistem nessa cultura. A redução de cabeças de cabeça de bovinos foi
5210 (±37%) entre 2006 e 2017, diversas causas contribuíram para essa diminuição, dentre elas os
períodos longos de estiagem e a falta de uma alimentação balanceada para disponibilizar aos animais
ao longo do ano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em Uauá – Bahia tanto o número quanto a área de diversos sistemas agropecuários tiveram
reduções entre 2006 e 2017. É importante destacar que ações de controle devem ser realizadas o
quanto antes, visto que o desenvolvimento não se dá em um curto espaço de tempo. Dessa forma, o
município precisa de políticas pública que possibilitem o desenvolvimento do setor agropecuário, de
modo a garantir a permanência dos agricultores familiares de forma rentável.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). A pequena produção rural e as tendências do
desenvolvimento agrário brasileiro: ganhar tempo é possível? – Brasília: CGEE, 2013.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo agropecuário municipal: Uauá, Bahia.
Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/uaua/pesquisa/24/27745. Acesso em: 11 de set.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 209


2021.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Memória IBGE: Histórico dos censos.
Disponível em: https://memoria.ibge.gov.br/historia-do-ibge/historico-dos-censos/panorama-
introdutorio.html. Acesso em: 10 de Jul. 2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 210


DESENHO E VALIDAÇÃO DE PRIMERS PARA AS ESPÉCIES Vitis vinífera E Arabidopsis
thaliana

Marcos Andrei Custodio da Cunha1; Carlos Roberto Silva de Oliveira2; Francismary Barros
da Silva2; Viviane Nunes dos Santos2; Ezildo Francisco Felinto Filho3; Pâmella Laysa de
Moura Cruz3; Matheus Lima Oliveira3; Tiago Lima do Nascimento4

1
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.
2
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Bolsista FACEPE/ Empresa Brasileira de Pesquisa
4

Agropecuária, Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Genoma. Sequenciamento de genes. Expressão gênica.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), descrita por Kary Mullis na década de 80,
lhe rendeu o prêmio Nobel de Química em 1993, permitiu à amplificação de sequências específicas
de DNA e RNA in vitro catalisada pela Taq polimerase, sendo este último realizado a partir da síntese
de ácido desoxirribonucleico complementar (ADAMS, 2020).
Diversas técnicas de PCR têm sido utilizadas para obtenção da expressão gênica: Real-time
RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase de Transcrição Reversa), Multiplex PCR, entre outras
(HUANG et al., 2018). Muitas dessas técnicas podem ser utilizadas para estudos de todo o genoma,
expressão gênica ativa, sequenciamento de genes, determinação de variação genética, diagnóstico de
doenças e várias outras aplicações.
Dentre estas técnicas o desenho dos primers é uma etapa chave no sucesso para uma boa
PCR, necessitando do conhecimento prévio da sequência de DNA alvo às quais esses primers se
ligarão. Faz-se necessário o uso de primers com parâmetros específicos, como temperatura, tamanho,
composição e conteúdo de GC (guanina e citosina); esses parâmetros são calculados usando um
software específico para que os primers se liguem à sequência de DNA de interesse (GIRARDON
et al., 2016). Uma das maneiras de projetar primers é usando programas de bioinformática. Como

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 211


produto da fusão das ciências da computação e biológicas, a bioinformática tem recebido grande
atenção, principalmente pela necessidade de organizar e analisar os massivos dados gerados pela
biologia molecular.
Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo a construção de primers através
da utilização de programas de bioinformática, buscando selecionar a sequência sonda (Uniprot),
mineração (tBLASTn), desenho de primers (Primer3plus) e validação (Primer-BLAST) com o foco
em identificar os melhores pares de primers.

METODOLOGIA
O desenho dos primers foi dividido em várias etapas: busca e seleção da sequência sonda;
mineração da sequência de interesse, desenho de primer, além da validação dos primers. Para o
desenho de primers in sílico foram obtidas sequências alvo contidas no banco de dados do NCBI (The
National Center for Biotechnology Information). A busca foi realizada através de IDs e as sequências
obtidas no Uniprot foram salvas no formato FASTA. A mineração foi realizada no tblastn, dada
as sequências sonda em proteínas e obtido os resultados em sequencias de nucleotídeos. Ainda, o
organismo foi definido e as sequencias foram alinhadas, subsequentemente o ID foi escolhido e salvo
em formato FASTA.
O desenho dos primers foi realizado no Software Primer3plus, seguindo os parâmetros
proposto por Sun et al (2021). Foram analisados dois IDs (P25858 e Q9LZF5), definindo o tipo de
proteína, o organismo isolado e o desenho do primer mais específico para as espécies Vitis vinífera e
Arabidopsis thaliana. A validação foi realizada no programa primer-BLAST.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para o ID P25858 a proteína utilizada foi a Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase
GAPC1, cytosolic, isolada do organismo Arabidopsis thaliana (Mouse-ear cress), foi obtido o
resultado dos primers específicos para Vitis vinífera (Figura 1) e Arabidopsis thaliana (Figura 2).
Nas duas espécies, todas as bases foram complementares tanto do Forword primer quanto do Reverse
primer, com tamanho ótimo do primer de 20 nct, ANY e SELF também apresentaram resultados de
estabilidade para as reações (NCBI, 2022).
O primer para V. vinífera amplificou apenas para proteína Glyceraldehyde-3-phosphate
dehydrogenase, cytosolic, o tamanho do produto foi de 142 pb (pares de base) (Figura 1). A temperature
melting variou de 58,47 Forword primer e 58,39 Reverse primer, com conteúdo ideal de GC (guanina
e citosina) de 50% e 55%, respectivamente. Para A. thaliana, o primer amplificou para proteína
Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase C subunit 1, o tamanho do produto obtido foi 98 pb, a
temperature melting variou de 55,87 Forword primer e 59,12 Reverse primer, com conteúdo ideal de
GC em 45% e 55%, (Figura 2).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 212


Figura 1: Desenho do primer da espécie Vitis vinífera utilizando o ID P25858.

Fonte: Primer-BLAST, 2022.

Figura 2: Desenho do primer da espécie Arabidopsis thaliana utilizando o ID P25858.

Fonte: Primer-BLAST, 2022.

Para o ID Q9LZF5 a proteína utilizada foi a Lectin-like protein, isolada do organismo


Arabidopsis thaliana (Mouse-ear cress), foi obtido o resultado dos primers específicos para as
espécies V. vinífera (Figura 3) e A. thaliana (Figura 4). Para ambas as espécies, todas as bases foram
complementares tanto no Forword primer quanto Reverse primer, com tamanho ótimo do primer de
20 nct, apresentando estabilidade para as reações (NCBI, 2022).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 213


Figura 3: Desenho do primer da espécie Vitis vinífera utilizando o ID Q9LZF5.

Fonte: Primer-BLAST, 2022.

O primer para V. vinífera a amplificação ocorreu para proteína L-type lectin-domain, o tamanho do
produto foi de 115 pb, a temperature melting variou 58,99 Forword primer e 58,65 Reverse primer
e o conteúdo de GC ideal foi de 52,38% e 60% (Figura 3). Em A. thaliana amplificou apenas para
proteína Legume lectin family, com o tamanho do produto de 103 pb, a temperature melting variou de
57,60 Forword primer e 56,41 Reverse primer, com conteúdo ideal de GC em 50% e 45% (Figura 4).

Figura 4: Desenho do primer da espécie Arabidopsis thaliana utilizando o ID Q9LZF5.

Fonte: Primer-BLAST, 2022.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os pares de primers obtidos pelos IDs (P25858 e Q9LZF5) para V. vinífera e A. thaliana
apresentaram alto grau de especificidade e são recomendados para o sucesso do isolamento e
replicação de sequências genômicas específicas. Por meio da utilização desses resultados é possível
maximizar a eficácia da técnica de PCR, uma vez que direciona a seleção dos desenhos dos primers.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 214


PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ADAMS, Grace. A beginner’s guide to RT-PCR, qPCR and RT-qPCR. The Biochemist, v. 42, n.
3, p. 48-53, 2020.

GIRARDON, Luis Felipe et al. A Importância do Desenho de Primers. 18º Encontro de Pós-
Graduação, 2016.

HUANG, H.-S. et al. Multiplex PCR system for the rapid diagnosis of respiratory virus infection:
systematic review and meta-analysis. Clinical Microbiology and Infection, v. 24, n. 10, p. 1055-
1063, 2018.

SUN, Xueyan et al. Seleção e validação de genes de referência endógenos para normalização
de RT-qPCR em diferentes estresses e tecidos do cogumelo leite de tigre, Pleurotus tuber-
regium. Mycoscience, v. 62, n. 5, pág. 281-288, 2021.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 215


VALIDAÇÃO DE PRIMER UTILIZANDO O PERLPRIMER SOB COMBINAÇÃO ‘BZIP
and Vitis riparia’

Marcos Andrei Custodio da Cunha1; Carlos Roberto Silva de Oliveira2; Francismary Barros
da Silva2; Viviane Nunes dos Santos2; Ezildo Francisco Felinto Filho3; Pâmella Laysa de
Moura Cruz3; Matheus Lima Oliveira3; Tiago Lima do Nascimento4

1
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.
2
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Bolsista FACEPE/ Empresa Brasileira de Pesquisa
4

Agropecuária, Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: PCR. Amplificação. Estruturas secundárias.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi descoberta e descrita para realizar a amplificação
de sequências específicas de DNA (ADAMS, 2020). Um ciclo de PCR integra três etapas: desnaturação
do DNA, anelamento dos primers e extensão do DNA. Esta técnica tornou-se, consequentemente,
uma ferramenta biotecnológica base em biologia molecular.
A eficiência da PCR advém de vários fatores, entre os quais a projeção do primer é um
determinante primário que afeta a especificidade, sensibilidade e confiabilidade da ferramenta
(YANG et al., 2022). Os primers são oligonucleotídeos de fita simples e com poucos nucleotídeos que
hibridizam em um local específico do DNA, após as pontes de hidrogênio terem se rompido, dando
iniciar a fase de extensão, processo realizada pela DNA polimerase.
Para o sucesso de uma PCR/ RT -qPCR, o desenho de primer é uma das etapas. Para isso, a
utilização de programas de bioinformática pode garantir bons resultados, resultando na amplificação
da sequência de DNA desejada. Seu uso representa uma economia de tempo e recursos em testes
laboratoriais. Assim, bons primers resolvem ou minimizam problemas durante as reações. Portanto,
faz-se necessário o uso de estratégias que possibilitem mensurar a probabilidade de um o primer gerar
ou não estruturas secundárias, o que inviabiliza a utilização desses primers nos trabalhos, a exemplo

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 216


do PerlPrimer.
Diante disso, o presente estudo objetivou-se desenhar primers por meio da utilização do
software Primer3plus, buscando selecionar o melhor par de primer e validação pelo PerlPrimer com
o foco em determinar a probabilidade de o primer gerar estruturas secundárias.

METODOLOGIA
O desenho de primer foi obtido por meio de sequências alvo contidas no banco de dados
do NCBI (The National Center for Biotechnology Information). A busca foi realizada através da
combinação do gene de referência e da espécie de interesse ‘BZIP and Vitis riparia’ respectivamente,
e as sequências obtidas no Uniprot foram salvas no formato FASTA. A mineração foi realizada no
tblastn, dada as sequências sonda em proteínas e obtido os resultados em sequencias de nucleotídeos.
Ademais, o organismo foi definido e as sequencias foram alinhadas, subsequentemente o ID foi
escolhido e salvo em formato FASTA.
A projeção dos primers foi realizada no programa Primer3plus, seguindo os parâmetros
proposto por Sun et al (2021). Posteriormente, a validação foi realizada pelo software de bioinformática
PerlPrimer.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
O desenho do primer para o ‘BZIP and Vitis riparia’ (Figura 1), apresentou os melhores
resultados de especificidade dos cinco pares de primers que foram desenhados, o par de primer 1
amplificou apenas para o transcrito fator 44 like, o tamanho do produto foi de 74 pb, todas as bases
foram complementares tanto do Forword primer quanto do Reverse primer, tamanho ótimo do primer
variou de 20 e 21 nct, a temperature melting variou de 58,12 Forword primer e 54,58 Reverse primer,
conteúdo de GC ideal foi de 50% e 42%, ANY e SELF apresentaram resultados de estabilidade para
reação (NCBI, 2022).

Figura 1: Desenho do par de primer 1, específico para BZIP and Vitis riparia.

Fonte: Primer-BLAST, 2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 217


Conseguimento do par de primer com maior especificidade para o ‘BZIP and Vitis riparia’
(Figura 1). Subsequentemente, obteve-se a validação em relação a probabilidade de formação de
sequências secundárias do primer para o BZIP and V. riparia (Figura 2), onde apresentou resultados
positivos de estabilidade baixa, estruturas instáveis, probabilidade de formar homodímeros Reverse
vs. Reverse foi de -1.13 (Energia livre do primer), Reverse vs. Reverse foi de -3.28 e do Forword vs.
Forword foi de -0.58, já a probabilidade de formar um heterodímero Forword vs. Reverse foi de -0.08
(PerlPrimer, 2022).

Figura 2: Probabilidade de o primer formar estruturas secundárias para BZIP and Vitis riparia.

Figura 2: Probabilidade de o primer formar estruturas secundárias para BZIP and Vitis riparia.

Fonte: PerlPrimer, 2022.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O par de primer projetado utilizando o gene BZIP para o organismo de interesse apresentou
especificidade, bem como a validação (PerlPrimer) foi eficiente em amplificar regiões alvo do DNA,
podendo ser recomendado para a reação da PCR.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 218


PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ADAMS, Grace. A beginner’s guide to RT-PCR, qPCR and RT-qPCR. The Biochemist, v. 42, n.
3, p. 48-53, 2020.

YANG, Cheng-Hong et al. Multiobjective optimization-driven primer design mechanism: towards


user-specified parameters of PCR primer. Briefings in Bioinformatics, v. 23, n. 3, p. bbac121, 2022.

SUN, Xueyan et al. Seleção e validação de genes de referência endógenos para normalização
de RT-qPCR em diferentes estresses e tecidos do cogumelo leite de tigre, Pleurotus tuber-
regium. Mycoscience, v. 62, n. 5, pág. 281-288, 2021.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 219


ANÁLISE DE DISTÂNCIAS GENÉTICAS E FREQUÊNCIAS ALELICAS UTILIZANDO A
FERRAMENTA GenAlEX

Matheus Lima Oliveira1;Ezildo Francisco Felinto Filho1; Pâmella Laysa de Moura Cruz1;
Carlos Roberto Silva de Oliveira2; Francismary Barros da Silva2; Viviane Nunes dos Santos2;
Marcos Andrei Custodio da Cunha3; Tiago Lima do Nascimento4.

1
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
2

Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.


Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
3

(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.


4
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira
de Santana, Bahia.

PALAVRAS-CHAVE: Bioinformática. Diversidade genética. Marcadores Moleculares.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A caracterização das coleções de germoplasma e a determinação da distância genética entre
os acessos tem grande importância na identificação e seleção de genótipos de interesse aos programas
de melhoramento genético (Sudré et al., 2010). A variação entre e dentro dos acessos pode ser
analisada por métodos específicos ou combinações de métodos, que incluem variáveis quantitativas e
qualitativas (Barbé et al., 2010).
Eventos de cunho evolutivo estão sempre acontecendo, sendo eles de formas naturais ou
induzidas pelo homem. Nos últimos anos vemos corriqueiramente que muitos dos ambientes naturais,
habitat de inúmeros seres vivos e microrganismos, são destruídos para fins diversos. Tal ação faz
com que as espécies nativas daquela região comecem a se extinguir, devido à perda de diversidade
genética (HUPNER, 2022).
Uma das formas de se estudar e ter ciência das distancias genéticas entre indivíduos é o
uso de marcadores moleculares, que podem ser derivados de qualquer tipo de dado molecular que
forneça um polimorfismo detectável entre os organismos a serem comparados. Os marcadores do tipo
codominante têm sido bastante utilizados tendo em vista sua capacidade de alcançar resultados muito
satisfatórios em análises que visam a determinação de distância genética entre populações ou espécies

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 220


(Olvera et al., 2012).
A partir dos resultados e dos dados obtidos por meio das análises por marcadores moleculares,
entra em cena a bioinformática com ferramentas que auxiliam o pesquisador a interpretar aquilo que a
biologia molecular oferece, como é o caso da distância genética entre indivíduos avaliados com base
no polimorfismo ou não de determinados primers no genoma das espécies em estudo.
Tem-se como objetivo desse trabalho a construção de seis géis com dois lócus, para duas
populações aleatórias com dez indivíduos cada, a fim de se analisar por meio de softwares estatísticos
a distância genética entre as populações e indivíduos, bem como a diversidade genética entre as
populações e seu grau de polimorfismo.

METODOLOGIA
As análises moleculares de duas populações com dez genótipos cada foram realizadas a
partir da confecção de seis géis com dois lócus confeccionados aleatoriamente, oriundas da PCR de
marcadores codominantes, com as bandas de DNA variando de tamanho de 110 a 150 pares de base.
A partir das bandas os resultados visualizados nos géis foram tabulados com o intuito de
se realizar uma análise de distância genética das populações por meio de uma matriz triangular de
distância genética, em seguida foi realizada uma análise de coordenadas principais (PcoA) por meio
das distancias padronizadas, em conjunto também vai ser efetuada a Análise Molecular de Variância
(AMOVA), esses testes estatísticos foram realizados por meio do software do pacote Office Excel
2016, com o suplemento de estatística multivariada GenAlex versão 6.503.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 01. Quadro com os Resultados de Número de alelos (Na), Número efetivos de alelos (Ne), heterozigosidade
observada (Ho), heterozigosidade esperada (He) e o no índice de fixação (F), de duas populações submetidas a análise
de distância genéticas por meio de seis primers de marcadores moleculares codominantes.

Pop Locus N Na Ne I Ho He uHe F


Pop1 SSR1a 10 6,000 3,279 1,472 0,700 0,695 0,732 -0,007
SSR2a 10 5,000 4,444 1,544 0,700 0,775 0,816 0,097
SSR3a 10 2,000 2,000 0,693 0,400 0,500 0,526 0,200
SSR4a 10 2,000 2,000 0,693 0,000 0,500 0,526 1,000
SSR5a 10 5,000 3,077 1,333 0,700 0,675 0,711 -0,037
SSR6a 10 4,000 2,899 1,208 0,700 0,655 0,689 -0,069
Pop2 SSR1a 10 6,000 4,167 1,566 0,300 0,760 0,800 0,605
SSR2a 10 4,000 2,817 1,165 0,600 0,645 0,679 0,070
SSR3a 10 5,000 3,846 1,441 0,900 0,740 0,779 -0,216
SSR4a 10 2,000 1,600 0,562 0,500 0,375 0,395 -0,333
SSR5a 10 3,000 1,653 0,687 0,500 0,395 0,416 -0,266
SSR6a 10 4,000 3,077 1,206 0,300 0,675 0,711 0,556

Fonte: Matheus Lima Oliveira

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 221


Com base nos resultados apresentados na Figura 01, pode-se responder o questionamento de
qual a população com maior Diversidade Genética, com base no índice de fixação (F) a população
dois apresenta uma maior variabilidade genética tendo em vista que apresenta mais indivíduos
heterozigotos, outro ponto é que um dos indivíduos da população se encontra com o loci totalmente
em homozigose, estreitando assim a diversidade genética dessa população.
Tomando como base esse resultado pode-se determinar qual das populações seria mais adequada
para se fazer um melhoramento genético, tendo em vista que para a maioria dos métodos empregados
atualmente quanto maior a diversidade/variabilidade genética maior a chance de sucesso de repasse
de características, principalmente aquelas de caráter quantitativo como é o caso da produtividade.
A partir dos estudos desses autores também deve ser levada em consideração a
heterozigosidade das populações (Tabela 01) onde vão ser analisadas a heterozigosidade esperada
(He) e a heterozigosidade observada (Ho), onde a primeira é aquilo que se espera de porcentagem
de frequência genica de heterozigotos e a outra é aquilo que realmente ocorre em cada indivíduo da
população.
Foi visto que variou muito esse resultado com alguns indivíduos apresentando heterozigosidade
observada superior à esperada mais também a situação contrária, o que dificulta o processo de
escolha desses possíveis genitores, porém com essa análise molecular pode-se notar como esses
genótipos realmente se comportam em relação a homozigose e a heterozigosidade. Com uma elevada
heterozigosidade nos diferentes locos de marcadores moleculares codominantes estudados, é passível
a exploração na recombinação das melhores progênies para capitalização de ganhos genéticos (REIS
et al., 2011).

Figura 02. Gráfico de pizza baseado na AMOVA de duas populações submetidas a análise por meio de seis primers de
marcadores moleculares codominantes, afim se saber a influência entre e dentro das populações.

Fonte: Matheus Lima Oliveira.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 222


Com base na Figura 02 podemos responder o questionamento de qual é maior a diversidade
entre ou a diversidade dentro das populações, e foi demonstrado por meio da AMOVA, com um
gráfico de pizza oriundo de uma análise de diversidade genética por meio de uma matriz triangular de
distância genética que existe uma maior variabilidade genética dentro das populações, acarretando que
a diversidade entre indivíduos da mesma população seja maior em relação a comparação com a outra
população, isso acarreta na escolha de como executar futuros cruzamentos de genitores com esses
dados pode-se afirmar que seria melhor para gerar uma maior variabilidade genética o cruzamento
entre indivíduos da mesma população.

Figura 03. Gráfico de barras das análises de frequências alélicas de duas populações submetidas a análise molecular de
seis primers de marcadores moleculares codominantes.

Fonte: Matheus Lima Oliveira.

Como demonstrado da Figura 02 as frequências alélicas variaram muito entre as populações,


demonstrando que existe uma grande diferença na questão de facilidade de repasse desses alelos por
meio de hibridações e na questão de fixação desses alenos na população. Aqui pode-se visualizar
também os alelos exclusivos agora de uma população em comparação direta com a outra por meio
dos diferentes primers expressos nos géis.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 223


Figura 04. Gráfico de Coordenadas principais (PCoA) de duas populações por meio de uma matriz triangular de
distância genética por meio de seis primers de marcadores moleculares codominantes.

Fonte: Matheus Lima Oliveira.

Na Figura 04 é apresentado um gráfico de dispersão de coordenadas principais em duas


dimensões com a distribuição por similaridade dentro das populações, um ponto que vale destacar
dessa análise foi que demonstrou que houve uma migração de indivíduos de uma população para
outra, como foi o caso do G11 pertencente a população 2 dentro das coordenadas da população
01, e também apareceram essas situações também de indivíduos da população 01 dentro da 02,
demonstrando que alguns desses genótipos podem ser aparentados tendo por consequência disso um
ancestral comum, fazendo com que um cruzamento entre esses aparentados ruim tendo em vista que
não se gerar uma variabilidade genética tão elevada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o que foi analisado e discutido por meio dos resultados obtidos pelo GenAlEX pode-
se ter um conhecimento mais profundo acerca da diversidade genética de determinadas espécies e
populações, facilitando assim o trabalho no desenvolvimento de novas cultivares, e quanto maior os
avanços na bioinformática, mais rápido e seguro serão as informações produzidas no meio científico
e por consequência disso nos futuros trabalhos que serão desenvolvidos.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
REIS, R. V. dos et al. Diversidade genética em seleção recorrente de maracujazeiro-amarelo detectada
por marcadores microssatélites. Pesquisa Agropecuária Brasileira [online]. 2011, v. 46, n. 1.

SUDRÉ C. P, GONÇALVES L. S. A, RODRIGUES R, AMARAL JUNIOR A. T, RIVA-SOUZA E.


M, BENTO C. S. Genetic variability in domesticated Capsicum spp. as assessed by morphological
and agronomic data in mixed statistical analysis. Genetics and Molecular Research. 2010, 283-294.

BARBÉT. C, et al. Association between advanced generation and genealogy inbred lines of snap bean
by the Ward-Modified Location Model. Euphytica 173: 337-343. 2010.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 224


SITUAÇÃO ATUAL DAS BACTERIOSES NA CULTURA DA BATATA (Solanum tuberosum
L.)

Matheus Lima Oliveira1; Ezildo Francisco Felinto Filho1; Pâmella Laysa de Moura Cruz1;
Carlos Roberto Silva de Oliveira2; Francismary Barros da Silva2; Viviane Nunes dos Santos2;
Marcos Andrei Custodio da Cunha3; Tiago Lima do Nascimento4.

1
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.
4
Bolsista FACEPE/Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Semiárido, Petrolina,
Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Bataticultura. Bacterioses. Variedades Resistentes.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A cultura da batata (Solanum tuberosum L.), originária da região dos Andes e difundida para
diversos países, possui grande importância alimentícia e um dos alimentos mais completos em termos
nutricionais (SHIMOYAMA, 2012). No Brasil a área plantada dessa cultura foi de 116.804 hectares
com uma produção de 3.696.930 toneladas no ano de 2020, com uma produtividade média de 3,21
toneladas por hectare (IBGE, 2020).
De uma forma geral, nos últimos anos a área de cultivo de batata no Brasil não sofreu grandes
variações, porém houve um pequeno aumento de produtividade por área. Essa produtividade por
área ainda é considerada pequena, levando-se em consideração o potencial produtivo da planta e a
produtividade alcançada pelos países europeus (AGRIANUAL, 2018). A baixa produtividade pode
ser atribuída a diversos fatores, sendo os principais, variedades não adaptadas ao país, batatas-semente
não certificadas e contaminadas com patógenos e ataque de pragas e doenças.
Dentre as doenças, as bacterianas são as que provocam os maiores danos. Podemos citar
como de grande importância na cultura da batata, as doenças denominadas murcham bacteriana,
causada por Ralstonia solanacearum; canela preta ou talo oco, ocasionada por bactérias pertencentes
ao gênero Pectobacterium e Dickeya; e sarna da batata, causada por bactérias pertencentes ao gênero

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 225


Streptomyces.
Os levantamentos de doenças de plantas são realizados com vários objetivos, entre eles, o
desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e extensão, elaboração de banco de dados sobre a ocorrência
de doenças na região, análise da frequência e da distribuição geográfica de doenças e quantificação
de perdas causadas (POZZA et al., 1999). Além disso, esses levantamentos, são importantes para
auxiliar na elaboração de estratégias de controle das doenças (BARROSO et al., 2015).
O controle de bacterioses em plantas geralmente é muito difícil. Praticamente se restringe
ao uso de medidas preventivas. A aposta para se obter resultados mais satisfatórios na produção do
vegetal está ainda no uso de variedades resistentes (MELO et al., 2015). A partir dessas informações,
este estudo tem como objetivo apresentar os principais patógenos bacterianos para a cultura da
batata inglesa, bem como os produtores e melhoristas de plantas estão lidando no controle de danos
econômicos e produtivos nas lavouras.

METODOLOGIA
O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica acerca da temática Doenças
Bacterianas na cultura da batata inglesa. Essa foi confeccionada por meio da consulta de trabalhos
nas plataformas indexadoras de artigos e outros trabalhos científicos Google Acadêmico, Portal
de Periódicos da Capes e SciElO. Os trabalhos não foram selecionados de acordo com o ano de
publicação e sim o encache no eixo abordado no trabalho, fazendo com que se obtivessem um maior
número de estudos para um maior embasamento científico da revisão.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um dos principais fatores para decréscimo de produtividade e gastos na lavoura de batata
inglesa são as doenças bacterianas que atacam a cultura, podemos citar a murcha bacteriana, causada
por Ralstonia solanacearum, a podridão mole causada por bactérias do gênero Pectobacterium e a
sarna da batata, causada por diferentes espécies de bactérias do gênero Streptomyces.

PRINCIPAIS DOENÇAS BACTERIANAS DA BATATA


Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum)
A murcha bacteriana é a principal doença que ocorre no cultivo da batata, em nível mundial,
sendo responsável pela destruição de inúmeros campos de produção. Mas é na produção da batata-
semente que o problema é mais grave, porque, neste caso, a ocorrência de um simples tubérculo
infectado pode condenar todo o campo de produção. A bactéria Ralstonia solanacearum está
distribuída por todo o território nacional e já foi relacionada em mais de 80 espécies de plantas em
nosso país, englobando várias famílias botânicas (SALAS; TÖFOLI, 2017).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 226


Embora o uso de cultivares resistentes seja considerado o método mais eficiente de controle
de doenças, principalmente por ser de fácil adoção pelos agricultores e não onerar os custos de
produção (YULIAR & TOYOTA, 2015), ele praticamente não tem sido utilizado no caso da murcha
bacteriana da batata. Isso se deve ao fato de a genética da resistência no germoplasma já explorado
ser complexa, devido ao nível de ploidia da batata (tetraplóide), e porque os níveis de resistência
encontrados são baixos e pouco estáveis, no tempo e no espaço, em virtude da alta variabilidade do
patógeno (MUTHONI et al., 2012).
Como citam Ferreira et al. (2021) a resistência quantitativa a esta doença atualmente é
introgressada de vários parentes selvagens em variedades cultivadas através de programas de
reprodução onerosos, o que dificulta os programas de melhoramento genético da batata na busca por
cultivares realmente resistências a diversas cepas do patógeno.
. Essas dificuldades têm desestimulado as pesquisas neste tema, motivo pelo qual se frustraram
as poucas investidas iniciadas da década de 1970, com mais recente indicativo de que avanços
consideráveis só serão possíveis por meio de transgenia (PATIL et al., 2012).
Deslandes et al. (1998) trabalhando com Arabidopsis thaliana demonstraram com base
em estudos um ecotipo, Nd-1, considerado resistente a várias cepas de R. solanacearum. Estudos
genéticos indicam que a resistência é conferida por um único gene recessivo designado RRS1, que
está localizado no cromossomo V, a partir desses estudos com a utilização das novas técnicas de
biologia molecular, como o CRISPR-Cas a introgressão desse gene na cultura da batata pode ser
facilitado é sanar esse problema para os produtores.

Canela preta (Pectobacterium carotovorum)


As podridões moles, ocasionadas por organismos pertencentes a esses gêneros bacterianos,
constituem-se em sérios problemas para a bataticultura. Essas bactérias causam, na lavoura, as
doenças conhecidas como “Canela preta” ou “Talo oco” e são também muito importantes em pós-
colheita, ocasionando apodrecimento dos tubérculos armazenados. Os agentes causais dessas doenças
são ubíquos nos ambientes de crescimento de plantas e considerados patógenos oportunistas. Em
nosso país, essas bactérias já foram assinaladas em todos os locais em que há o cultivo da batata
(SALAS; TÖFOLI, 2017).
A canela preta é uma doença transmitida pela batata semente, causando graves perdas
econômicas na produção. Seus sintomas são causados principalmente por Pcc, Pca e Dch, sendo que
os sintomas causados pelos três patógenos são semelhantes (DE HAAN et al., 2008). O surgimento
da canela preta no caule de batata vem acompanhado do processo de podridão mole causados pela
bactéria, ocorrendo um apodrecimento inicial do tubérculo mãe.
A resistência genética é um dos melhores métodos para o controle da canela preta nas hastes e
da podridão mole bacteriana em tubérculos de batata. No entanto, a literatura apresenta apenas relatos
dispersos e uma extensa descrição dos níveis de resistência em cultivares atualmente registradas não
está disponível (PASCO et al., 2006).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 227


A introgressão de genes de resistência, presentes em genótipos selvagens, em cultivares
comerciais se torna, no entanto, difícil por causa da incompatibilidade dessas cultivares selvagens
com Solanum tuberosum, da herança complexa e da ligação desses genes com eventuais caracteres
indesejáveis do genitor resistente (AHMET et al., 2004).
Sarna comum (Streptomyces spp.)
A sarna comum ocorre em todas as áreas produtoras de batata do mundo, causando danos na
aparência e na qualidade dos tubérculos, sendo considerada doença de grande importância em muitas
regiões, depreciando os tubérculos para o comércio. No Brasil, até pouco tempo atrás, a doença
não era muito importante economicamente. Entretanto, atualmente, ela vem se tornando problema
de suma importância para a bataticultura nacional. Nos últimos anos, o número de reclamações de
produtores sobre a ocorrência de sarna comum no Brasil cresceu drasticamente, sendo este fato
atribuído ao aumento da sua incidência em batata-semente, especialmente à proveniente de material
importado (SALAS; TÖFOLI, 2017).
A incidência da sarna nos campos de produção depende de diversos fatores como a adaptação
ou predominância de espécies de Streptomyces mais agressivas, o aumento da área plantada com
variedades de batata suscetíveis, a dispersão de Streptomyces patogênicos por meio de batata semente
contaminada e práticas culturais que promovam condições favoráveis à sarna, como a compactação e a
alteração da microbiota do solo devido ao uso indiscriminado de defensivos agrícolas (RODRIGUES
NETO; DESTÉFANO; SHIMOYAMA, 2008).
Em estudos realizados por Koizumi et al. (2021) identificaram um novo QTL para resistência
à sarna comum dentro do intervalo de 640 kb entre 0,43 Mb e 1,07 Mb, no cromossomo I. Esse
apresenta homozigosidade recessiva aumentando o nível de resistência. Estudos anteriores revelaram
QTL’s apresentaram a resistência nos cromossomos 1, 2, 4, 6, 9, 11 e 12 por mapeamento de QTL
usando populações biparentais (Bradshaw et al., 2008; Braun et al., 2017; Enciso-Rodriguez et
al. (2018). Os pesquisadores também apresentam que essa resistência vem de materiais já antigos
presentes no germoplasma, o que se faz com que haja o desenvolvimento de novos materiais para
serem inseridos nesses bancos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi demonstrado a espécie Solanum tuberosum L. apresenta muita sensibilidade a
doenças onde o patógeno são bactérias, tornando esse tema de estudo ainda muito importante dentro
das pesquisas relacionadas a essa cultura, também pode-se notar com o levantamento bibliográfico
que os estudos em relação a resistência baseada na genética das plantas têm evoluído bastante nos
últimos anos, tendo em vista a o desenvolvimento e aprimoramento de novas tecnologias, como é o
caso da edição gênica podem beneficiar a obtenção de materiais tolerantes ou resistentes, com base
nas informações já existentes na literatura.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 228


PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BARROSO, K.A.; CAPUCHO, A.S.; GERVÁSIO, R.C.G; SILVA, S.D.P.; ROCHA, A.M.S.R.
Diagnóstico de doenças de plantas em hortas agroecológicas em Petrolina-PE. Extramuros - Revista
de extensão da UNIVASF, v.3 n.1, p.146-148, 2015.

FERREIRA V., GONZÁLEZ M., PIANZZOLA M.J., COLL N.S., SIRI M.I., VALLS M. Detecção
Molecular de Ralstonia solanacearum para facilitar a reprodução para resistência ao murche bacteriano
na batata. In: Dobnik D., Gruden K., Ramšak Ž., Coll A. (eds) Solanum tuberosum. Métodos em
Biologia Molecular, vol 2354. Humana, Nova Iorque, 2021. https://doi.org/10.1007/978-1-0716-
1609-3_18

SALAS, F. J. S; TÖFOLI, J. G. Cultura da Batata: Pragas e Doenças. 1ª . ed. São Paulo: Instituto
Biológico, 2017. 241 p. ISBN 978-85-88694-15-6.

SHIMOYAMA, N. Y. Risco subterrâneo. Revista Cultivar: Hortaliças e frutas, 2012.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 229


DOMESTICAÇÃO DE PLANTAS CULTIVADAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Viviane Nunes dos Santos¹; Carlos Roberto Silva de Oliveira1; Francismary Barros da Silva1;
Ezildo Francisco Felinto Filho2; Pâmella Laysa de Moura Cruz2; Matheus Lima Oliveira2;
Tiago Lima do Nascimento3; Marcos Andrei Custodio da Cunha4

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),
Feira de Santana, Bahia.
4
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Plantas domesticadas. Base genética. Evolução.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
A transição da caça-coleta permitiu ao homem o domínio da agricultura, levando-o a selecionar,
cultivar plantas e substancialmente aumentar a oferta de alimentos, sendo um importante passo
para o desenvolvimento das civilizações humanas. Concomitantemente, este processo denominado
domesticação, tornou as plantas dependentes da intervenção do homem e uma das consequências
desta ação foi o surgimento da síndrome da domesticação, que resultou na distinção de diversos
aspectos das plantas cultivadas dos seus ancestrais selvagens (FULLER, 2007; BROWN et al., 2009).
A síndrome da domesticação, resulta justamente em modificações entre plantas silvestres
e domesticadas, sem ignorar muitos exemplos de espécies cultivadas que possuem características
similares aos seus ancestrais silvestres e, muitas vezes, a perda total da ligação entre as duas
populações. As principais características envolvidas na síndrome da domesticação podem ser
relacionadas a supressão do mecanismo de dispersão de sementes, modificações de forma: alometria
e condensação, germinação mais rápida e uniforme, sincronismo no florescimento e na maturação,
mudanças bioquímicas (perda de substâncias amargas e tóxicas), gigantismo de órgãos, ciclo de vida e
sistemas de hibridação (BARBIERI E STUMPF, 2008). Neste contexto, esta revisão objetiva abordar
os processos de domesticação de plantas e as consequências na evolução das plantas.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 230


METODOLOGIA
Esse trabalho consiste em uma revisão de bibliográfica sobre os efeitos da domesticação
de plantas e as suas consequências. A confecção desta, foi realizada baseada em consultas a livros,
artigos e comunicados técnicos. Foi utilizada a base de dados Google Acadêmico. A base literária foi
selecionada a partir da busca pelas palavras “domesticação de plantas”, “base genética” e “evolução”,
de forma isolada ou combinada, pesquisadas tanto no idioma português, como inglês.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A domesticação de plantas cultivadas pode ser entendida como um processo evolucionário,
conduzido, visando atender as necessidades do homem. A principal característica relatada para
estas plantas são as diferenças genéticas entre seus progenitores selvagens, tornando-as totalmente
dependente do homem para sua sobrevivência, não conseguindo se reproduzir na natureza sem a
intervenção humana (BARBIERI E STUMPF, 2008).
Dentre as alterações surgidas com o processo de domesticação, podem ser citadas as diversas
novas variedades e até novas espécies, aumentando assim a variabilidade genética. Entretanto,
devido a prática de seleção dos materiais ocorre o estreitamento da base genética, podendo resultar
na deriva gênica (LADIZINSKY, 1998). Entre os principais fatores genéticos envolvidos no processo
de domesticação das plantas podemos citar a mutação, hibridação interespecífica, poliploidia e
seleção artificial. No qual todos esses fenômenos, aleatórios ou não, tiveram um papel importante
para diferenciar as plantas cultivadas dos seus ancestrais selvagens. Geralmente, isso acarreta perda
de características importantes como a resistência à fatores bióticos e/ou abióticos, assim como o
surgimento de alterações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas (BARBIERI E STUMPF, 2008).
As implicações sobre os processos de domesticação de plantas cultivadas podem ser
evidenciadas como a mutação em cebolas para a coloração dourada (Kim et al., 2004). Esses relataram
a presença de um códon de terminação pré-maturo e adição de bases na região que codificam a
enzima Chalcone isomerase (CHI), inativando o gene CHI, levando ao bloqueio na síntese de
flavonóides, e gerando assim a produção de outros substratos derivados da Chalcone, que resultaram
na coloração dourada. Em videiras, alterações na coloração também foram observadas por meio das
variações observadas do gene VvmybA, em que a inserção do elemento Gret1 na região promotora
permitiu o surgimento da coloração vermelha nos frutos (This et al., 2007).
A hibridação interespecífica, é um importante meio para a introgressão de alelos não existentes
dentro da mesma espécie, desta forma, a hibridação interespecífica é o cruzamento ou hibridação entre
indivíduos de espécies diferentes, mas relacionadas, processo extremamente relevante para a origem
de várias espécies cultivadas (BARBIERI E STUMPF, 2008). Um recente avanço no cruzamento
entre espécies diferentes foi o desenvolvimento do híbrido entre Psidium guajava x P. guineense, que
resultou no BRS Guaraçá, resistente ao nematoide-das-galhas (SANTOS, 2020).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 231


Na poliploidia, as plantas se apresentam mais vigorosas, com frutos e sementes maiores
as células ou organismos se caracterizam por apresentar mais de duas cópias de cada um de seus
cromossomos, o que foi importante atributo para a seleção desses frutos (BARBIERI E STUMPF,
2008). Os indivíduos poliploides podem ser de origem somática ou sexual (MACHADO et al., 2005).
Estima-se que cerca de 30% das plantas cultivadas apresentem poliploidia (SALMAN-MINKOV
et al. 2016). Exemplos como a banana, morango, amendoim, kiwi, algodão, citrus, entre outros,
evidenciam a prática de seleção realizada pelo homem.
A seleção artificial está diretamente relacionada à evolução das plantas cultivadas e tem como
principal característica a participação do homem para o processo de seleção, podendo ser realizada de
forma intencional ou inconsciente, objetivando melhorar as características das plantas direcionadas
aos interesses e necessidades humanas. Neste caso, a seleção acontece quando um indivíduo deixa
mais descendentes que outro, sendo relativamente mais adaptado. Este processo muda a freqüência
alélica, importante passo para a evolução e a domesticação (HARLAN, 1992; BARBIERI e STUMPF,
2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A domesticação de plantas cultivadas é um dos processos evolutivos que mais contribuíram
para os avanços na agricultura. Embora possa ser complexo e demorado, podendo acarretar a perda
de alelos dos parentais selvagens, a domesticação ainda permite a ampliação da base genética através
do cruzamento entre parentais contrastantes. A utilização desse processo atrelado a biotecnologia e ao
melhoramento convencional é um importante mecanismo para continuar explorando a variabilidade
genética existente em espécies cultivadas.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BARBIERI, Rosa Lía; STUMPF, Elisabeth Regina Tempel. Origem e evolução de plantas cultivadas.
Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2008.

BROWN, Terence A. et al. The complex origins of domesticated crops in the Fertile Crescent. Trends
in ecology & evolution, v. 24, n. 2, p. 103-109, 2009.

FULLER, Dorian Q. Contrasting patterns in crop domestication and domestication rates: recent
archaeobotanical insights from the Old World. Annals of Botany, v. 100, n. 5, p. 903-924, 2007.

KIM, S. et al. Gold color in onions (Allium cepa): a natural mutation of the chalcone isomerase gene
resulting in a premature stop codon. Molecular Genetics and Genomics, v. 272, n. 4, p. 411-419,
2004.

LADIZINSKY, Gideon. Plant evolution under domestication. London: Springer Science &
Business Media, 2012.

MACHADO, M.A.; CRISTOFANI, M.; AMARAL, A.M.; OLIVEIRA, A.C. Genética,

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 232


melhoramento e biotecnologia de citros. In: MATTOS JÚNIOR, D.; DE NEGRI, J.D.; PIO, R.M.;
POMPEU JUNIOR, J. (Ed.). Citros. Campinas: Instituto Agronômico; FUNDAG, p. 223-277, 2005.

SANTOS, Carlos Antonio Fernandes. Produção de mudas do BRS Guaraçá: porta-enxerto de goiabeira
resistente ao nematoide-das-galhas. Embrapa Semiárido-Comunicado Técnico (INFOTECA-E),
2020.

SALMAN-MINKOV, Ayelet; SABATH, Niv; MAYROSE, Itay. Whole-genome duplication as a key


factor in crop domestication. Nature plants, v. 2, n. 8, p. 1-4, 2016.

THIS, Patrice et al. Wine grape (Vitis vinifera L.) color associates with allelic variation in the
domestication gene VvmybA1. Theoretical and Applied Genetics, v. 114, n. 4, p. 723-730, 2007.

VEASEY, Elizabeth Ann et al. Processos evolutivos e a origem das plantas cultivadas. Ciência Rural,
v. 41, p. 1218-1228, 2011.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 233


STATUS HÍDRICO E DANO CELULAR EM AMENDOIM SUBMETIDOS AO ESTRESSE
HÍDRICO, MEDIANTE APLICAÇÃO EXOGENA DE PROLINA

Viviane Nunes dos Santos¹; Maria de Fátima Caetano da Silva²; Nathalia Karolliny Mendes
Vasconcelos3; Roseane Cavalcanti dos Santos4

1
Doutoranda em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Doutoranda em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
Campina Grande, Paraíba.
3
Graduanda em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina
Grande, Paraíba.
4
Pesquisadora – Embrapa Algodão, Campina Grande, Paraíba.

PALAVRAS-CHAVE: Arachis hypogaea. Deficiência hídrica. Membrana plasmática.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma cultura cultivada e comercializada em todo mundo
devido a sua importância para setor alimentício e indústria oleoquímica. As sementes são ricas em
óleo e proteínas. O cultivo é predominantemente em países em desenvolvimento principalmente em
regiões de clima tropicais e semiáridas. As regiões semiáridas são caracterizadas por fatores ambientais
que causam chuvas irregulares, baixos índices pluviométricos e altas temperatura possibilitando a
ocorrência do fenômeno da seca que é responsável pelo comprometimento da produção agrícola
devido ao estresse hídrico por falta de água (AKRAM et al., 2018).
O estresse hídrico em plantas de amendoim pode ocasionar alterações morfológicas, desde
redução foliar, redução na altura da haste principal das plantas; alterações fisiológicas afetando
negativamente a fotossíntese, e alterações a nível celular desde alteração na permeabilidade e
seletividade das membranas celulares (AKRAM et al., 2018). Em contrapartida, estratégias para
contornar os efeitos do estresse hídrico vem sendo realizadas, a utilização de osmoprotetorres,
como a prolina, que tem sido reportada por atuar nas relações hídricas, aumentando a tolerância ao
dano oxidativo, visto atua nos sistemas de desintoxicação das espécies reativas de oxigênio (ERO),
principalmente devido ao aumento na osmorregulação (MOLLA, et al. 2014; ZALI, et al. 2018).
Esse trabalho objetivou-se avaliar o efeito da aplicação exógena de prolina em genótipos de
amendoim contrastantes em relação quanto a seca de amendoim sob estresse hídrico na perspectiva
danos celulares.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 234


METODOLOGIA
Recursos genéticos e condução do experimento
O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Embrapa Algodão, localizada no
município de Campina Grande-PB (7º 13’ 50” S, 35º 52’ 52” W a 551 m de altitude), no período
de outubro a novembro de 2021. Sementes de dois genótipos de amendoim, contrastantes quanto
ao hábito de crescimento e ao estresse hídrico (BR1 e IAC caiapó), foram selecionados no Banco
de Germoplasma de Arachis da EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia. As sementes
foram germinadas em vasos (700 mL), preenchidos com substrato comercial Plantmax®. Cada
vaso acondicionou uma planta, que consistiu em uma unidade experimental (DUTRA, et al., 2018).
O delineamento experimental adotado foi o DIC, com quatro tratamentos, dois genótipos e cinco
repetições, totalizando 40 parcelas. Os tratamentos consistiram em: C (plantas controle, bem regadas),
E (plantas em estresse absoluto), E+A (plantas em estresse, com pulverização de água nas folhas) e
E+P (plantas em estresse com a aplicação da prolina exógena a 20mM).
Previamente ao tratamento com o uso da prolina exógena, os genótipos foram submetidos a
regas diárias, mantendo 100% da capacidade de retenção de água no solo, determinada pelo método
gravimétrico (PEREIRA et al., 2016). A supressão hídrica foi iniciada na fase V1, com duração de
9 dias. Ao terceiro dia de restrição hídrica foi verificada a redução da condutância estomática, com
o uso do de IRGA (Infra Red Gas Analyser, marca ADC BioScientific Ltd, modelo LC-Pro) para
constatação do estresse. A solução de prolina foi preparada com água destilada para concentração de
20mM (FURLLAN, et al., 2020), com três dias após o início do estresse, foi realizada uma aplicação
de 10 mL da solução de prolina (20mM), com auxílio de borrifador nas plantas estressadas (E+P),
protegidas com uma manta impermeável para evitar deriva e molhamento do solo, o mesmo volume
de água destilada foi aplicado nos tratamentos controle (C) e nos tratamentos de plantas estressadas
com pulverização de água nas folhas (E+A). Um controle do estresse (E), sem aplicação de água, foi
utilizado para comparar com o estresse (E+A) que recebeu umidade na área foliar.

Conteúdo relativo de água (CRA)


Ao término do período de estresse hdrico (nove dias), amostras de folhas totalmente expandidas
foram coletadas para realização da análise do conteúdo relativo de água (CRA), de acordo com o
método de Barr e Weatherley (1962).

Extravasamento de eletrólitos
Decorrido, os nove dias de estresse hídrico foram coletados folhas totalmente expandidas
para realização da análise de extravasamento de eletrólitos (EE), de acordo com o método de Scotti
Campos e Thu Pham Thi (1997).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 235


Análise estatística
Os dados foram analisados usando a análise de variância (ANOVA), pelo teste F (p <0,05),
as médias foram submetidas ao teste de Tukey (p ≤ 0,05), utilizando-se do software GENES (CRUZ,
2006).

RESULTADOS E DISCUSSÕES
O conteúdo relativo de água é um importante parâmetro para verificar o estado hídrico dos
tecidos vegetais, de modo que pode ajudar a determinar se a planta possui capacidade de tolerar à seca
(ARNDT et al., 2015).

Figura 1: Médias do conteúdo relativo de água e extravasamento de eletrólitos registradas nos genótipos
BR1 e IAC caiapó, após nove dias de estresse hídrico e mediante aplicação de prolina exógena a 20mM. Médias dos
tratamentos seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey. As barras de erro representam os desvios
padrão das médias.

O conteúdo relativo de água foi afetado pela restrição hídrica, no genótipo BR1 a redução
observada nos tratamentos estressados estiveram em torno de 10 a 14%, E+P e E+A, respectivamente,
em comparação com o tratamento controle (p>0,05). Embora os tratamentos estressados pulverizados
com água ou prolina sejam inferiores essa variação no conteúdo relativo de água foi de 80 a 84%,
estes valores estão acima do considerado crítico de acordo com Pardo et al., (2010). Isso pode ser
explicado devido ao fato do genótipo BR1 ser considerado tolerante ao estresse hídrico.
Já no genótipo IAC caiapó, reduções no conteúdo relativo de água também foram observados,
no tratamento estressado (E) o percentual esteve em 55%, próximo do considerado crítico, que segundo
Pardo et al., (2010) é de 50%. Esse nível crítico, se deve a sensibilidade desse genótipo a seca. Os
tratamentos E+A e E+P, ajudaram as plantas a manterem o conteúdo relativo de água nos tecidos

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 236


foliares distantes do nível crítico, como observado no estresse absoluto (Figura 1). Os percentuais
desses dois tratamentos não apresentaram diferença significativa (p>0,05) entre si, indicando que o
efeito seja da umidade disponibilizada e não do efeito da prolina exógena.
O extravasamento de eletrólitos para ambos os genótipos indicaram que o estresse hídrico
causou danos as membranas celulares das folhas (Figura 1). Isso ocorre em virtude do acúmulo de
espécies reativas de oxigênio, as quais promovem peroxidação de lipídeos, causando a perda de
eletrólitos através dos danos celular, além da redução da turgescência celular (QUEIROZ et al., 2002).
No genótipo BR1, os tratamentos controle (C), E+A e E+P, não apresentaram diferenças
significativas (p>0,05). Como observado no conteúdo relativo de água, a aplicação dos tratamentos
E+A e E+P ajudaram a manter a integridade da membrana celular no tecido foliar, caracterizado pela
redução nos níveis de eletrólitos em relação ao tratamento estressado (E), os quais ainda estavam
distantes do nível crítico e letal para as plantas, dessa forma esta umidade também pode ter evitado a
severidade dos danos à membrana nesse genótipo.
No IAC caiapó, os tratamentos E+A e E+P apresentaram menor níveis de eletrólitos em relação
ao estresse (E), que ajudaram as plantas a responderem melhor ao estresse, através da redução dos
danos a seletividade da membrana celular.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos genótipos analisados, a aplicação de prolina a 20mM atenuou os efeitos do estresse,
assim como o tratamento de pulverização com água, no entanto, estes não apresentaram diferença
estatística, concluindo- se que a umidade fornecida na parte área tenha sido a causa para a mitigação
do estresse e não o efeito da prolina. Estudos complementares devem ser realizados, utilizando
diferentes dosagens.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
AKRAM, N. A.; SHAfiQ, F.; ASHRAF, M. Peanut (Arachis hypogaea L.): A Prospective Legume
crop to offer multiple health benefits under changing climate. Comprehensive Reviews in Food
Science and Food Safety, v. 17, p. 1325-1338, 2018.

ARNDT, S. K.; IRAWAN, A.; SANDERS, G. Apoplastic water fraction and rehydration techniques
introduce e significant erros in measurements of relative water contente and osmotic potential in plant
leaves. Internatinal Journal for Plant Biology, v. 155, p. 355- 368, 2015.

PARDO, J. M. Biotechnology of water and salinity stress tolerance. Current Opinion in


Biotechnology, v. 21, n. 2, p. 185-196, 2010.

QUEIROZ, R. J. B.; SANTOS, D. M. M.; CARLIN, S. D.; MARIN, A.; BANZATTO, D. A.;
CAZETTA, J. O. Osmoprotetores em cana-de-açúcar sob efeito da disponibilidade hídrica no solo.
Científica, v.36, n.2, p.107-115, 2008.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 237


EFEITO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA SOBRE A PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO
FEIJÃO-CAUPI (Vigna unguiculata L.)

Giselly Martins Lobato1; Lucianne Martins Lobato1

1
Discente do curso de Bacharelado em Agronomia, Universidade Federal do Maranhão (UFMA),
Chapadinha, Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Esterco bovino. Produtividade. Vigna unguiculata L.


ÁREA TEMÁTICA: Outros.

INTRODUÇÃO
O feijão-caupi (Vigna unguiculata) é uma espécie granífera de grande relevância para a
alimentação de populações desfavorecidas, principalmente na América Latina e África. No Brasil,
a leguminosa apresenta importância socioeconômica, pelo elevado valor nutricional (SILVA et al.,
2018). A produção de feijão-caupi alcança um milhão de hectares, sendo as regiões Norte e Nordeste,
responsáveis por cerca de 90% da área cultivada total (SANTOS et al., 2017).
A aquisição da melhor safra é definida por aquela que apresenta as melhores características
genéticas, fisiológicas e agronômicas adequadas à região de interesse. Entretanto, nas regiões do
semiárido brasileiro, determinados cultivares como o feijão-caupi não tem alcançado desempenho
agradável em razão da inconstância das chuvas, sendo um dos grandes desafios para o aumento da
produção (CHAGAS et al., 2018).
O emprego de estratégias de adubação orgânica para aumentar a produtividade do feijão-caupi
deve considerar os atributos do cultivar, adequação dos locais específicos e condições climáticas.
Além disso, proporciona ao produtor uma cultura com melhor manejo e obtenção de um produto com
melhor qualidade (COSTA et al., 2017). Enquanto que os métodos tradicionais afetam negativamente
o meio ambiente, como o uso de produtos químicos na agricultura (SENA et al., 2018).
O adubo orgânico no solo apresenta elementos em maior concentração, como cobre, boro,
zinco, bário, manganês e estrôncio em comparação com a adubação química (MARGENAT et al.,
2020). Dentre as opções para adubação orgânica destaca-se o esterco bovino, pois disponibiliza
Nitrogênio, onde ele garante que a espécie se desenvolva mais saudável, nutrida, gerando crescimento
na produtividade e retorno econômico (SILVA, 2018).
O feijão-caupi cultivado por meio de adubação orgânica utilizando esterco bovino pode
contribuir para atender aspectos relacionados à sustentabilidade e produtividade, pois é uma forma
de reciclagem de matéria orgânica, visto que o lixo orgânico é tratado naturalmente e se modifica
em uma biomassa de elevado valor nutritivo e aumenta o rendimento das plantas (VALENTE et al.,

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 238


2018). Desta forma, a presente pesquisa objetivou abordar sobre a utilização do esterco bovino como
adubo orgânico na cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata L.).

METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada a partir das plataformas de pesquisa do buscador Google.com e da
base de dados do Scielo, com aplicação das seguintes associações de palavras-chave: “fertilizante
orgânico” AND “Vigna unguiculata”; “compostagem” AND “Vigna unguiculata”; “esterco bovino”
AND “Vigna unguiculata”; “organic fertilizer” AND “Vigna unguiculata”; “organic compost” AND
“Vigna unguiculata”; “cow dung” AND “Vigna unguiculata”, fazendo uso do filtro de publicações
disponibilizadas entre o período de 2017-2022 no idioma: Português e Inglês, sendo utilizados os
trabalhos mais significativos hierarquizados pelas plataformas da pesquisa. Foram selecionadas 15
publicações.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A matéria orgânica é um importante substrato para o metabolismo microbiano no solo
(GAMA-RODRIGUES et al., 2018). A utilização de compostos orgânicos na adubação favorece o
crescimento das plantas, pois colabora para aprimorar a composição físico-químico e biológica do
solo. Sua constituição, fertilidade e disponibilidade de nutrientes em condição solúvel, operam como
gerador de descompactação, arejamento e retenção de umidade, melhorando a ação microbiana no
solo (COELHO et al., 2018). Os biofertilizantes orgânicos são possibilidades de baixo valor, com
tecnologia social e sustentabilidade ecológica (BARBOSA, 2019).
O esterco bovino consiste em uma fonte de matéria orgânica, e comumente se encontra
presente em pequenas áreas, onde a criação de animais integra o rendimento familiar. Atua como base
de nutrientes, com cargas de superfície que auxilia no crescimento de troca de cátions do solo e, em
razão de sua elevada reatividade, instrui na disponibilidade de diversos nutrientes, principalmente os
micronutrientes, tal como no funcionamento de elementos potencialmente fitotóxicos como Alumínio
e Manganês em solos ácidos, e com disponibilização de metais pesados (ZANDONADI et al., 2014).
Em uma pesquisa realizada por Marcatto (2021) ao avaliarem o emprego de três fertilizantes
orgânicos (cama de frango curtida, esterco bovino curtido e húmus), observaram que o esterco bovino
mostrou melhor resultado para a cultura do rabanete. A utilização de esterco curtido é eficaz para a
cultura. Independente da dose inserida do esterco bovino, os melhores retornos foram em produção
em solo argiloso, que se apresentou mais responsivo à adição do esterco quando comparado ao cultivo
em solo arenoso (MARCATTO, 2021).
O biofertilizante orgânico apresenta vantagens, como, a nutrição das plantas e garante alta
resistência ao acometimento de pragas e doenças, contribui com a produtividade das culturas, possui
menor custo quando feita a comparação com fertilizantes químicos, é rico em nitrogênio e outros
nutrientes importantes ao solo, reaproveita a matéria-prima da propriedade, e pode se transformar
em uma fonte alternativa de renda. Sendo utilizado em cultivos de feijão comum por propiciar

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 239


crescimento na produtividade da espécie (FILHO et al., 2021). O uso de adubos de origem orgânica,
trazem benefícios a cultura do feijão-caupi, mostrando ser uma opção eficiente agronomicamente
para o plantio (SILVA, 2018).
A produtividade do feijão-caupi irrigado com água salina e adubado com esterco bovino
obteve redução de 71,42% enquanto que o tratamento sem esterco apresentou 80,99% como também
um maior número de vagens. Vale ressaltar que a aplicação de esterco bovino contribuiu para a
diminuição dos efeitos de salinidade da água de irrigação, indicando que o adubo orgânico de esterco
bovino promove condições adequadas de desenvolvimento da cultura de feijão-caupi através da
melhoria das características do solo (FONSECA et al., 2017).
A compostagem contendo à base de esterco bovino, cinzas e terra aumenta o crescimento do
feijão-caupi a partir de 28 dias, sendo recomendável para melhorar a fertilidade do solo (COSTA et
al., 2020). Os efeitos benéficos do esterco bovino consistem na porosidade, retenção e infiltração de
água no solo. Além disso, o uso de compostos orgânicos está relacionado com o fornecimento de
doses adequadas para atender as necessidades e a maior disponibilidade de Nitrogênio, Fósforo e
Potássio (OLIVEIRA et al., 2010; RODRIGUES et al., 2013).
Pinheiro e colaboradores (2019) verificaram que o cultivo de feijão-caupi submetido ao
tratamento com adubo orgânico a partir do esterco bovino obteve resultados significativos quanto ao
comprimento da raiz, peso dos frutos com casca, quantidade total de grãos, peso dos grãos verdes,
biomassa seca da raiz, peso dos frutos secos com casca, peso dos grãos secos, podendo ser indicado
para os agricultores com a finalidade de aumentar a produção de grãos para a comercialização.
A recomendação para adubação com esterco bovino é de 20,0 t ha-1 para obtenção de maiores
produtividades de grãos de feijão-caupi (OLIVEIRA et al., 2020). A prática de adubação promove
ganhos produtivos, pois os compostos orgânicos utilizadas geralmente são adquiridos em propriedades
próximas da lavoura e é comumente realizada para aumentar a produção de feijoeiro com o objetivo
de garantir o suprimento de nitrogênio e fósforo (MENEZES et al., 2008).
Dentre as restrições na utilização da adubação orgânica destaca-se o período para o
fornecimento dos nutrientes, reduzida concentração de nitrogênio e a mão de obra. Embora, oferta
benefícios para o solo, como crescimento da matéria orgânica, o processo de mineralização restringe
o retorno rápido das plantas irrigadas no período mais crítico, onde as reservas alimentícias estão
bem reduzidas. A adoção do esterco bovino pode oferecer diretamente boa parcela dos nutrientes
necessários para o crescimento durante o estágio de mineralização da matéria orgânica (GOMES,
2018). O biofertilizante misto à base de esterco bovino apresentou superioridade quando comparado
ao esterco ovino nas avaliações químicas do substrato, no crescimento das plantas, na produção e nas
características físicas e químicas (CHIQUETE, 2019).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização de esterco bovino mostrou-se eficiente para a cultura do feijão-caupi, sendo uma
opção para aumentar a produtividade como, no número de vagens e grãos, diminuição de perdas de

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 240


água por evaporação, efeitos significativos na biomassa do feijão-caupi, proporcionando um maior
desenvolvimento da cultura e rendimento, tornando-se uma alternativa potencial para cultivo pelos
agricultores.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BARBOSA, C. H. Eficiência nutricional de diferentes biofertilizantes produzidos a partir de resíduos
da agricultura familiar no desenvolvimento da pimenta de cheiro. 2019. 75 p. Dissertação (Mestrado
em Ciências ambientais) - Universidade Federal do Amazonas, Humaitá, 2019.

CHAGAS, J.T.B.; FARIAS, J.E.C.; SOUZA, R.F.; JÚNIOR, S.P.F.; COSTA, M.G.S. Germinação e
vigor de sementes crioulas de feijão-caupi. Agrarian Academy, v. 5, n. 9, p. 487, 2018.

CHIQUETE, S.M. Efeitos de diferentes fontes e doses de biofertilizante misto na produção da cebola.
2019.71f. Trabalho de conclusão de curso (Engenharia agronômica) – Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, 2019.

COELHO, R.G.; OLIVEIRA, F.D.F.; SOUZA, E.B.; AZEVEDO, J.M.A.; LIMA, M.O.
Desenvolvimento e características produtivas de tomate do tipo cereja em diferentes compostos
orgânicos. Revista Espacios, v.39, n. 26, p. 1-12, 2018.

FILHO, F.M.; SARAIVA, K.R.; OLIVEIRA, J.R.; FÉLIX, C.D. Aspectos produtivos e biomassa seca
do feijão caupi agroecológico sob diferentes biofertilizantes. Agrotrópica, v.33, n.1, p. 55-62, 2021.

FILHO, N.P.; SOUSA, L.L.; SANTOS, T.M.; RODRIGUES, W.A.D.; CAMARA, F.T. Estudo sobre
a produtividade de feijão caupi “verde” consorciado com milho em função da colheita parcelada das
vagens. Agrarian Academy, v. 4, n. 7, p. 249, 2017.

FONSECA, V.A.; BRITO, C.F.B.; BEBÉ, F.V.; ARANTES, A.M.; DOS SANTOS, L.G. Feijão-caupi
irrigado com água salina e adubado com esterco bovino. Revista Engenharia na Agricultura, v. 24, n.
5, p. 427-438, 2017.

GOMES, L.S.P.; BRAZ, T.G.S.; MOURTHÉ, M.H.F.; PARAÍSO, H.A.; NETO, O.S.P.; SILVA,
F.E.G.; PEREIRA, L.R.F.; ALMEIDA, B.Q. Níveis de substituição de ureia por esterco bovino na
adubação de capim-marandu. Revista de ciências agrárias, v. 41, n. 4, p. 914-923, 2018.

PINHEIRO, R.A.; SANTOS, D.R.; CABRAL, M.J.S.; SILVA, R.A.; BARROS, R.P. Atributos
biológicos do feijão-caupi (Vigna unguiculata(L.) Walp., fabaceae)cultivado em vasos com diferentes
fontes de adubação orgânica. Revista Ambientale, v. 11, n. 3, p. 15-25, 2019.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 241


RECURSOS GENÉTICOS E AVANÇOS NO MELHORAMENTO GENÉTICO DA
CULTURA DO AMENDOIM

Pâmella Laysa de Moura Cruz2; Viviane Nunes dos Santos1; Carlos Roberto Silva de
Oliveira1; Francismary Barros da Silva1; Ezildo Francisco Felinto Filho; Matheus Lima
Oliveira2; Tiago Lima do Nascimento3; Marcos Andrei Custodio da Cunha4

1
Doutorando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
3
Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),
Feira de Santana, Bahia.
4
Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal, Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Petrolina, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Germoplasma de Arachis. Tolerância a doenças e ao estresse hídrico e


Agricultura familiar.
ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma cultura de importância econômica mundial, por ser
fonte de óleo natural, o qual é usado na indústria alimentícia e, também, se destaca pelo seu alto valor
nutricional, apresentando rica composição de proteína (FREIRE et al., 2005). No Brasil, essa cultura
é cultivada em vários estados, principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. Atualmente, a
região Sudeste é responsável por cerca de 90% da produção, parte desta produção é exportada. Nos
demais estados, a produção abastece o mercado regional de amendoim em casca ou as indústrias de
alimentos locais (SUASSUNA et al., 2020).
No entanto, as condições edafoclimáticas representam um fator limitante para o cultivo do
amendoim, na região Nordeste do Brasil, essa cultura apresenta um ciclo curto, de fácil manejo e
bastante robusto em termos de adaptabilidade a vários tipos de solo, apresenta-se como alternativa
agrícola viável, principalmente para a agricultura familiar (MELO FILHO; SANTOS, 2010). Desta
forma, os programas de melhoramento genético do amendoim buscam desenvolver cultivares de
elevado valor agronômico, agregando precocidade, alta produção de vagens, tolerância a doenças e
ao estresse hídrico (SANTOS et al., 2013). Esse trabalho teve como objetivo realizar o levantamento
bibliográfico sobre recursos genéticos e avanços no melhoramento genético da cultura do amendoim.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 242


METODOLOGIA
O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre recursos genéticos e avanços
do melhoramento genético da cultura do amendoim. A coleta de dados foi baseada em consultas
de artigos, livros e comunicados técnicos. As expressões de busca utilizadas foram: ‘cultura de
amendoim’, ‘recursos genéticos do amendoim’, ‘avanços do melhoramento genético da cultura do
amendoim’, em português e inglês.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Recursos genéticos
A coleta de germoplasma de espécies do gênero Arachis tem sido conduzida, nos últimos anos,
na sua maior parte sob lideranças de Antônio Krapovickas (IBONE, Argentina), Walton C. Gregory
(NCSU, EUA) e Charles E. Simpson (TAES, EUA) e José F. M. Valls (Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia, Brasil), as amostras coletadas têm sido duplicadas em mais de um país, por questão
de segurança (SANTOS et al., 2012). As principais coleções de germoplasma de Arachis, incluindo o
amendoim, estão localizadas no Instituto Internacional de Pesquisa de Safra nos Trópicos Semiáridos
(ICRISAT), Índia; no Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), Tennessee AgResearch (Taes)
e North Carolina State University (NCSU), Estados Unidos; no Instituto Nacional de Tecnologia
Agropecuária (INTA), Argentina; e na Embrapa Recursos Genéticos.
O total de acessos da coleção de amendoim gerenciada pela Embrapa Algodão, 281 estão
inseridos no Sistema Alelo (software que armazena, organiza, e disponibiliza dados das coleções)
e 60 estão em fase de caracterização, sendo 43 oriundos do SIBRARGEN e 17 da Universidade
Federal do Ceará (UFC), todos pertencentes às subespécies fastigiata e hypogaea (MORAIS, 2020).
A manutenção desses bancos de germoplasma visa conservar os acessos, verificar como eles podem
contribuir para a ampliação da base genética das futuras cultivares, analisando o seu potencial de
variabilidade para ser incorporado na rotina do melhoramento genético desta oleaginosa, sendo as
principais abordagens utilizadas no estudo à caracterização e classificação dos acessos, a análise da
divergência e similaridade genética (SANTOS, 1999).
O Brasil conta com mais 166 Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs) encontrados em
Unidades da Embrapa, Centros de pesquisa e Universidades. Dos BAGs distribuídos dois se encontram
na Embrapa Acre e um deles são o Banco Ativo de Germoplasma do Amendoim Forrageiro (Arachis)
(ASSIS et al., 2012). O Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do Amendoim Forrageiro localizado
na Embrapa Acre, com acessos oriundos do gênero Arachis possui aproximadamente de 140 acessos,
dando suporte ao programa de melhoramento genético (ASSIS et al., 2012). Alguns desses acessos
mostram variabilidade genética para caracteres bromatológicos e de produção, mas com baixa
herdabilidade em algumas características têm ressaltado a necessidade de seleção com base em seus
valores genotípicos de forma a tornar o processo mais eficiente (ASSIS, 2009).

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 243


Melhoramento genético da cultura do amendoim
As principais demandas nos programas de melhoramento do amendoim se baseiam na
introdução ou geração de variabilidade, onde se objetiva a busca por caracteres ligados a produção
das vagens, a precocidade, a resistência ou tolerância a fatores bióticos e abióticos e a qualidade da
produção (SANTOS, et al., 2013). A condução e adoção dos métodos de melhoramento em plantas
autógamas devem ser escolhidos, de acordo com o objetivo do estudo e com as particularidades da
planta estudada. Na cultura do amendoim, a adoção desses métodos, são comumente adotados em
espécies autógamas herbáceas, com algumas modificações que viabilizam e facilitam os trabalhos de
seleção para esta espécie (SANTOS, et al., 2013).
Os métodos de melhoramento de plantas são utilizados, objetivando o lançamento de cultivares
com características agronômicas superiores, resistentes a pragas e doenças e com boa adaptação
ambiental. Em programas de melhoramento genético de plantas, estes métodos podem ser alcançados
via introdução de plantas (SANTOS et al., 2013). Os principais métodos mais explorados na cultura do
amendoim incluem a introdução de linhagens, o método genealógico (pedigree) e o retrocruzamento
(SANTOS, et al., 2013). No entanto, não excluem a possibilidade de utilização de outros métodos.
A Embrapa Algodão é uma instituição de pesquisa que trabalha com o melhoramento genético
do amendoim desde 1990, tendo como principal objetivo o desenvolvimento de genótipos precoces,
produtivos e adaptadas às condições de cada região, até o momento foram lançadas cultivares como
a BR1, BRS 151 L7, BRS Havana, BRS Pérola Branca (SANTOS et al., 2010), BRS Mandobi, BRS
421 OL, BRS 423 OL, BRS 425 OL e BRS Oquira. Essas cultivares foram lançadas para atender
a demanda das indústrias e dos agricultores, em 1994, foi lançada a cultivar BR1 pela Embrapa
Algodão, obtida a partir dos genótipos CNPA 95 AM, CNPA 96 AM e Sapé Roxo. A BR1, BRS 151
L7, BRS Havana e BRS Pérola Branca apresentam ciclo precoce, produtiva, tolerante a mancha
parda (Cercospora arachidicola) e adapta-se bem às condições fisiográficas do Nordeste brasileiro
(SANTOS et al., 2005; SANTOS et al., 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A caracterização dos acessos de Bancos de Germoplasma do Amendoim é um recurso genético
fundamental para identificar genótipos adaptados à região Nordeste, que podem ser utilizados nos
programas de melhoramento da cultura do amendoim, resultando no lançamento de novas cultivares
com características desejáveis pelas indústrias e agricultores.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ASSIS, G. M. L. de. Melhoramento genético de forrageiras tropicais: importância e complexidade.
In: GONÇALVES, R. C.; OLIVEIRA, L. C. de. (Ed.). Embrapa Acre: ciência e tecnologia para o
desenvolvimento sustentável do Sudoeste da Amazônia. Rio Branco, AC: Embrapa Acre, p. 209- 220
2009.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 244


ASSIS, G. M. L. de. CAMPOS, T. de.; BIANCHINI, P. C.; MATOS, L. R. A. de. Banco de germoplasma
de amendoim forrageiro: Conservação e utilização. In: Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos,
Belém- PA. Anais. Brasília, DF. Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos, 2012.

FREIRE, R.M.M.; NARAIN, N.; SANTOS, R.C. Aspectos nutricionais de amendoim e seus
derivados. In: Santos, R.C. (Ed.). O agronegócio do amendoim no Brasil. Campina Grande. Embrapa
Algodão. p. 389- 420, 2005.

MELO FILHO, P. A; SANTOS, R. C. S. A cultura do amendoim no Nordeste: situação atual


e perspectivas. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Recife-PE, v.7, p.192-
208, 2010.

MORAES, F. S. et al. ‘BRS 421’and’BRS 423’: high oleic peanut cultivars for production in
Brazil. Crop Breeding and Applied Biotechnology, v. 20, p. 1- 4, 2020.

SANTOS, R. C. Utilização de recursos genéticos e melhoramento de Arachis hypogaea L. no Nordeste


Brasileiro. ResearchGate, p. 5- 25, 1999.

SANTOS, R. C.; GODOY, I. J.; FAVERO, A. P. Melhoramento do amendoim. In: SANTOS, R. C.


(Ed.). O agronegócio do amendoim no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão, p. 123-190, 2005.

SANTOS, R. C. et al. Recomendações técnicas para o cultivo do amendoim em pequenas


propriedades agrícolas do nordeste brasileiro. Campina Grande: Embrapa Algodão, p. 7, 2006.

SANTOS, R.C. et al. Produtividade de linhagens avançadas de amendoim em condições de sequeiro


no Nordeste brasileiro. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.14, p.589- 593,
2010.

SANTOS, A. G. M. R. F. et al. Amendoim (Arachiys hypogaea)- uma cultura energética. Cultivando


ao saber, v.6, p. 122- 134.

SANTOS, R.C.; GODOY, I.J.; FÁVERO, A.P. Melhoramento do amendoim e cultivares comerciais.
In: SANTOS, R.C.; FREIRE, R.M. M.; LIMA, L.M. O agronegócio do amendoim no Brasil. Campina
Grande: Embrapa Algodão, p.117- 184, 2013.

SUASSUNA, T. M. F. et al. Broadening the Variability for Peanut Breeding with a Wild Species-
Derived Induced Allotetraploid. Agronomy, v. 10, p. 1917, 2020.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 245


RELATO DE CASO: RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO
REALIZADO NA EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO
PARÁ - EMATER – PA – ESCRITÓRIO LOCAL

Rosilene da Costa Porto de Carvalho 1; Flavia Naiane de Macedo Santos ²; Cibelle Christine
Ferreira Brito³; Thanna Aryella Martins de Carvalho4; Mariuza Barbosa da Silva Neiva5.

1
Tec.Agropecuária e Estud.Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.
2
Tec.Agropecuária e Estud.Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.
3
Profª. Ma. do IFTO - Campus Avançado Lagoa da Confusão- , IFTO, Logoa da Confusão, TO.
4
Estud. deAgronomia, CEULP/ULBRA, Palmas, Tocantins.
5
Estud. De Engenharia Agronômica, IFPA, Conceição do Araguaia, Pará.

PALAVRAS-CHAVE: Assessoria. Agricultura. Assentamentos.


ÁREA TEMÁTICA: Outros.

INTRODUÇÃO
O estágio Curricular Obrigatório compreendido como atividade afinada com o perfil
profissional, definido pelo curso, constitui-se em etapa fundamental na formação do aluno e em etapa
obrigatória para obtenção do certificado. Tem por objetivo fundamental a aplicação dos conhecimentos
e habilidades adquiridos pelo aluno em sua formação técnica.
Segundo Silva (2018) a extensão tem como objetivo estabelecer uma relação entre universidade
e sociedade, repassando o conhecimento acadêmico para todos os segmentos de forma interdisciplinar,
ou seja, interagindo diferentes metodologias, profissionais e pessoas motivadas por um interesse em
comum. Dessa forma, a extensão universitária é entendida como um processo acadêmico onde toda
a ação deverá estar vinculada ao processo de formação de pessoas e de geração de conhecimento
de todos os envolvidos. O estágio interdisciplinar consiste numa forma de construção do saber e,
portanto, de educação, a partir de uma conjugação entre teoria e prática, utilizando como base a
realidade de áreas rurais do nosso país. A ideia central é proporcionar um contato entre estudantes e
agricultores e seus saberes (NUNES & SILVA, 2011).
A atividade desenvolvida no estágio curricular foi realizada na empresa de assistência técnica
e extensão rural do Pará – Emater/PA, no escritório Regional, na cidade de Conceição do Araguaia,
durante o ano de 2020. Conforme convênio e termo de compromisso de estágio firmado, que teve
o seu início em 18/02 a 22/09 de 2020, com atuação no ramo de assistência técnica ao produtor,
produção de mudas, podas de frutíferas e acompanhamento do projeto da feira aberta de Conceição

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 246


Araguaia.
Realizado diuturnamente pelo prazo pré-estabelecido no plano de estágio com carga horária
de 20 horas semanais, sendo, 4 horas diárias na prestação dos serviços com o objetivo de conciliar o
estagiário com a necessidade manutenção das suas atividades domesticas, tudo dentro da exigência
legais e das diretrizes da instituição de ensino superior.
Neste sentido, o estágio é um processo de aprendizagem, é a uma transição entre a teoria e a
prática que proporciona ao estudante a participação em situações reais de vida e de trabalho, consolida
a sua profissionalização e explora as competências básicas indispensáveis para uma formação
profissional ética e co-responsável pelo desenvolvimento humano e pela melhoria da qualidade de
vida.

RELATO DE CASO
Durante o período de estágio foram desenvolvidas importantes atividades que contribuíram
positivamente para o aperfeiçoamento profissional e pessoal. Atividades essas, como: elaboração de
projetos Agropecuários, acompanhamento dos produtores do Projeto Leite Araguaia e acompanhamento
de elaboração do CAR.
Durante o estágio foi dada a oportunidade de participar da elaboração da DAP, que consiste
em um documento que identifica os beneficiários do PRONAF e suas características, como, por
exemplo, condição do agricultor (proprietário, parceiro, posseiro, quilombola, assentado, etc.), área da
propriedade, predominância do trabalho familiar e renda familiar. É emitida para a “unidade familiar
de produção”, prevalecendo para todos os membros da família que habitam a mesma residência
e exploram as mesmas áreas. Sua apresentação é obrigatória para obtenção de financiamento. É
fornecida gratuitamente por entidades credenciadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário -
MDA (exemplo: Incra, Funai, empresas de assistência técnica, sindicatos e associações de produtores
rurais, etc.). Identifica a qual grupo pertence o produtor de acordo com a renda anual da unidade familiar
(existindo ainda outras condições a serem observadas além da renda). Podendo também, financiar
créditos de investimento, crédito de custeio, crédito para cota-parte e crédito para comercialização.
Durante o acompanhamento na elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi possível
observar em que consiste esse cadastro, para que serve e quais as etapas de sua elaboração. O
Cadastro Ambiental Rural- CAR consiste no registro cartográfico e literal dos imóveis rurais junto a
Secretaria de Meio Ambiente, por meio eletrônico, para fins de controle e monitoramento. Promover
a identificação e a regularização ambiental das propriedades e posses rurais e sua inserção na base de
dados da Secretaria de Meio Ambiente - SEMA de maneira ágil e eficiente. Incentivar os proprietários
rurais a efetuarem o cadastramento, concedendo a não autuação referente ao passivo ambiental.
O projeto Leite Araguaia trata-se um conjunto de mecanismos que combina parcerias
com políticas de melhoria do preço do leite. Busca-se aumentar a renda dos produtores e de toda
a cadeira produtiva, consolidando a atividade como uma das principais alternativas de fixação do
homem no campo e de desenvolvimento das regiões Sul do Pará, especialmente as mais deprimidas

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 247


econômica e socialmente, com reflexos no desenvolvimento do estado. Além de geradora de renda
básica aos pequenos e médios produtores, de sustentabilidade à agricultura familiar e de minimização
do êxodo rural, a atividade de desenvolvimento dos assentamentos e das regiões de baixo IDH.
Segundo PHILPOT (1998), o objetivo principal dos programas de qualidade de leite deve ser o de
assegurar que as qualidades nutricionais, sabor e aparência originais do leite sejam preservados
e que microrganismos nocivos ou adulterantes não estejam presentes. A qualidade do leite que
chega na indústria de processamento é determinada pela qualidade do leite que sai da propriedade
e os processadores não podem melhorar a qualidade do leite cru que recebem. Diante do cenário
apresentado e da característica empresa como beneficiadora de produtos lácteos, o presente trabalho
foi proposto com o objetivo de elaborar um Sistema de Pagamento de Leite pela Qualidade, para os
fornecedores do Laticínio Nobre.(ARAGUAIA, 2019).
O objetivo do projeto é promover a qualidade de vida dos agricultores familiares por meio da
construção técnica, da organização e da gestão dos seus sistemas de produção na pecuária bovina,
propiciando sua integração nas cadeias produtivas vinculadas à atividade, com foco no incremento da
renda proveniente dos produtos da bovinocultura – venda de leite e animais.
O trabalho foi conduzido a partir da assinatura do termo de adesão, voluntário do produtor
interessado no projeto. A metodologia fora implantada através de inovações e tecnologias para o
produtor rural através da implementação de intensificação de pastagens, melhoria no processo
gerencial, financeiro e implantação de um programa permanente de sanidade e reprodução de bovinos
leiteiro. Elaboração de um plano de trabalho onde serão definidas as ações a serem empreendidas
no sistema de produção convertendo-o numa propriedade referência a ser utilizada para fins de
construção técnica, entre produtor e extensionista, e demonstração dos resultados obtidos para os
agricultores familiares do grupo de vizinhança multiplicando a experiência validada.
O programa tem como aumentar da produção e da qualidade do leite da propriedade,
aumento da produtividade média por animal, otimizar capacidade de suporte forrageiro, propriedade
ambientalmente regularizada e conscientizada e a articulação da Família na atividade.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 248


RESULTADOS E DISCUSSÕES
Diante das atividades desenvolvidas e presenciadas durante o estágio, nota-se a importância
da assistência técnica e extensão rural prestada pela EMATER/PA. A assistência dada aos agricultores
e comunidade local é de suma importância para a melhoria na qualidade de vida dessas famílias. Onde
é ofertado diversos projetos que estimulam e fomentam o desenvolvimento da região. Sabe-se que o
município de Conceição do Araguaia possui grande número de assentamentos rurais, compostos em
sua maioria por pequenas propriedades onde se predomina a agricultura familiar. Portanto a atuação
da EMATER, enquanto empresa que presta assistência técnica e extensão rural gratuita torna-se
fundamental para o desenvolvimento da agricultura local.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio proporcionou um aprimoramento dos conhecimentos adquiridos dentro da sala
de aula, além de uma melhor visão do setor agropecuário do município, onde é notório a imensa
capacidade produtiva que a região dispõe.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ARAGUAIA, D. O. Projeto leite araguaia. 2019.
MAIA, Vinícus, et al. “Estágio interdisciplinar de vivência: troca de saberes entre os movimentos
sociais e o movimento estudantil.” VIII ENEDS (2011).
NUNES, A., L., P., F.; SILVA, M., B., C. A extensão universitária o ensino superior e a sociedade.
Mal-estar e a sociedade. Barbacena, n. 7, p. 119 – 133. 2011.
SILVA, O. O que é extensão universitária. Integração: ensino, pesquisa e extensão, São Paulo, v. 3,
n. 9, p. 148-9, maio 1997.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 249


DOENÇAS NEGLIGENCIADAS E O CENÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DO BRASIL:
REVISÃO DE LITERATURA

Juliana Mendes Vieira1; João Marcelo de Sousa Soares2; Fernanda Miriam da Silva3; Bruna
Fatori de Melo4; Maíza Araújo Cordão5

1
Graduanda em Gestão Ambiental, Universidade Cruzeiro do Sul- Unicsul, Brasília -DF.
2
Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém,
Pará.
3
Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Sociedade Educacional de Santa Catarina
(UNISOCIESC), Joinville, Santa Catarina.
4
Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), João
Pessoa, Paraíba.
5
Docente em Medicina Veterinária, Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), João
Pessoa, Paraíba.

PALAVRAS-CHAVE: Doenças tropicais. Saúde pública. Prevenção.


ÁREA TEMÁTICA: Outros

INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde, doenças tropicais negligenciadas são doenças que
se disseminam e perpetuam em meios em que há estrutura sanitária precária, condições de moradia
e alimentação, além da dificuldade em se acessar o sistema de saúde pela população. É um grupo
diverso de infecções causadas por uma variedade de patógenos como vírus, bactérias, protozoários
e helmintos, afetando mais de um bilhão de pessoas pelo mundo e são endêmicas em 149 países
(VASCONCELOS, KOVALESKI E TESSER JUNIOR, 2016).
No Brasil são descritas algumas doenças consideradas doenças negligenciadas, como: malária,
doença de Chagas, dengue, leishmaniose, hanseníase e tuberculose (ZAIDAN, 2011) e percebe-se que
a estrutura governamental apresenta grande importância na ação no campo da saúde pública. A ausência
de medidas políticas, falta de oportunidades econômicas e essas condições sociais desfavoráveis são
resultados da estruturação de processos e tomada de decisões públicas visto que essas doenças são
mais prevalentes em populações menos favorecidas e que vivem em situações vulneráveis. Sendo
predominante nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (DE CAMPOS, 2008).
O presente artigo tem como objetivo elucidar sobre as doenças negligenciadas, sua importância
no contexto de políticas públicas, determinantes sociais de saúde e dados epidemiológicos, bem como

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 250


o cenário no Brasil e seus impactos.

METODOLOGIA
Foi realizada uma busca em repositórios digitais (Capes, PubMed, Scielo, Scopus e Google
Acadêmico), onde foi realizado um levantamento bibliográfico descritivo e integrativo que trouxessem
informações importantes acerca das doenças negligenciadas no cenário brasileiro e as políticas
públicas desenvolvidas para combatê-las. Recorreu-se ao procedimento bibliográfico e documental,
partindo das diretrizes políticas internacionais e estratégias governamentais em âmbito nacional.
Como critério de exclusão utilizou-se livros, manuais e artigos publicados nos idiomas português,
inglês ou espanhol.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Organização Mundial da Saúde - OMS, reconhece a saúde como direito humano,
denominando- a não apenas como a ausência de doença, mas sim, como o conjunto de bem-estar
físico, mental, social (DALLARI, 2006).
Diante de tantas transformações tecnológicas e científicas que propiciam diariamente a cura
para as mais diversas enfermidades tais como câncer, doenças cardíacas e diabetes, as doenças
negligenciadas continuam em emergência. Malária, leishmaniose, Doença de Chagas, tuberculose,
hanseníase e tantas outras continuam causando significativa morbidade e mortalidade, sobretudo nos
países em desenvolvimento (TROUILLER et al., 2002).
São consideradas doenças negligenciadas àquelas afetam desproporcionalmente as populações
dos países em desenvolvimento, que exigem novos produtos, ou seja, não existem produtos para
prevenção e tratamento ou os produtos existentes precisam ser melhorados ou complementados por
outros. Além disso, existe uma falha de mercado e, consequentemente, falhas de sistemas de saúde
(MOREL, 2006).
Por se tratarem de doenças globais e, sobretudo, endêmicas em países pobres, não existem
grandes perspectivas de retorno para o investimento privado em novas drogas para essas doenças,
quando se compara às possibilidades de lucros obtidos com produtos voltados para os mercados dos
países desenvolvidos ou para o mercado global (RAMOS, MADUREIRA E DE SENA, 2015).
Como também constata a problemática da falta de assistência à população acometida e aumento
das doenças negligenciadas como reflexo da ausência de políticas e de ações governamentais e não-
governamentais (OLIVEIRA, 2018).
Diante desse panorama, sobressai também, a necessidade do Sistema Único de Saúde - SUS
elaborar mecanismos para minimizar os impactos das doenças negligenciadas na população brasileira.
Esta articulação não se limita somente ao Ministério da Saúde, mas sim ao Estado, ao Ministério
da Educação, da Tecnologia e Inovação, da Ciência, e do Desenvolvimento, pois há a necessidade
de verificar as principais ações, avanços e desafios nas diversas esferas de governo, bem como as

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 251


articulações para o enfrentamento das doenças negligenciadas (DA SILVA,2014).
Dessa forma, se faz necessário analisar e diagnosticar a circunstância em que se encontram
as políticas públicas, e a compreensão de alternativas para a reversão do atual quadro das doenças
negligenciadas, situando a emergência destas a construção de um plano estratégico de enfrentamento
desta problemática no Brasil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho elucida o cenário de políticas públicas para a amenização das doenças de caráter
emergentes, apesar do avanço tecnológico e globalização, assim como o investimento governamental
em prol da abrangência de mercado haja vista a prevenção dessas doenças ainda é escassa e sem
elaborações de propostas que visam o controle de tal problemática.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
DA SILVA, E. N. Doenças negligenciadas e políticas públicas. Tempus–Actas de Saúde Coletiva, v.
8, n. 1, p. 141-147, 2014.Disponível em: https://doi.org/10.18569/tempus.v8i1.1465. Acessado em:
03 Ago. 2022.

DALLARI, S. G. Políticas de Estado e políticas de governo: o caso da saúde pública. Políticas


Públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, p. 258, 2006.

DE CAMPOS, T. C. Doenças negligenciadas, pobreza e exclusão social: mera coincidência geográfica?.


Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, v. 103, p. 793-830, 2008. Disponível
em: https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/67829. Acessado em: 03 Ago. 2022.

MOREL, C. M. Inovação em saúde e doenças negligenciadas. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, p.


1522-1523, 2006. Disponível em : https://www.scielo.br/j/csp/a/59yhy4YLCC8M8kFbBH8VMps/?l
ang=pt. Acessado em: 03 Ago. 2022.

OLIVEIRA, R. G. Sentidos das Doenças Negligenciadas na agenda da Saúde Global: o lugar de


populações e territórios. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 2291-2302, 2018.Disponível em :
https://www.scielo.br/j/csc/a/Zs9vNx7xqcc3XrjsmdSCRFm/?lang=pt. Acessado em: 03 Ago. 2022.

RAMOS, E. M. B.; MADUREIRA, A. S.; DE SENA, J. P. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE: a


agenda para o enfrentamento das doenças negligenciadas. VII Jornada Internacional de Políticas
Públicas 3p. 2015

TROUILLER, Patrice et al. Drug development for neglected diseases: a deficient market and a public-
health policy failure. Global Health, p. 267-273, 2002.

VASCONCELOS, R. S.; KOVALESKI, D. F.; TESSER JUNIOR, Z. C. Doenças Negligenciadas:


Revisão da Literatura sobre as Intervenções Propostas, Saúde, & Transformação Social, v.6, n.2,
p.114-131, 2016.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 252


ZAIDAN, R. A química e as doenças negligenciadas: busca por remédios mais eficazes e seguros.
Com Ciência. 4 p. 2011.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 253


Recuperação de áreas degradadas

GESTÃO DE SOLOS DEGRADADOS PARA PRODUÇÃO

Isabela Maria da Silva1

1
Discente de Engenharia de Produção, UNIBRA, Recife, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Ambiental. Prática. Restauração.


ÁREA TEMÁTICA: Recuperação de áreas degradadas

Em consequência de práticas produtivas inadequadas no manejo produtivo, resultou em


efeitos negativos para o solo. Tendo escassez de meios que pudessem utilizá-lo da melhor forma para
que não causem tais problemas no passado, o Brasil sofreu e ainda têm sofrido com a degradação
das suas áreas de plantio. Com sequelas que vão desde a erosão à contaminação do solo. Assim, este
trabalho se dispõem a fazer uma revisão de literatura para não apenas expor quais são os efeitos
dessa degradação, como também, qual é uma das possíveis soluções para reparo e recuperação desses
espaços. Uma vez que, pesquisas já realizadas apontam que com a gestão de sistemas agroflorestais,
têm mostrado bons resultados ao combater o problema já abordado, e trazido resultados positivos e
sustentáveis.

INTRODUÇÃO
A lenta e difícil modernização das práticas agrícolas desde séculos passados, acarretaram
diversas consequências ao solo das pequenas à grandes produtores. Sendo causados pela falta de
tecnologias, informações e de investimentos em pesquisas estruturadas, além da escassez de recursos,
para manejo e melhor aproveitamento do solo, acabou por resultar em produções muito baixas e
retorno socioeconômico ineficientes.
Com o impulso da Revolução Verde, novas práticas surgiram, e a industrialização que o país
sofreu no mesmo período colaborou ainda mais com essa transformação dos campos nas décadas
que se seguiram. Entretanto, apesar de que a evolução trouxe conhecimento e novas experiências de
produção e transformou completamente setores como a pecuária e agricultura, tornando-os assim um
dos principais exportadores do país, ainda assim não foi capaz de lidar ou minimizar ações anteriores
já encontradas na produção, mas sim intensificou-os.

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Problemas como desmatamento de áreas naturais para aumento das áreas produtivas de
plantio, como também manejos inadequados e despreparados, acabou por trazer efeitos que causaram
erosão, contaminação, salinização e entre várias outras consequências. Tais práticas inadequadas
geram severas consequências nos solos.
No Brasil, estima-se que há entre 60 e 100 milhões de hectares de solos em diferentes níveis
de degradação, o que supera a área da Espanha (50 milhões de hectares). Estudos indicam que mais
da metade das pastagens brasileiras estão degradadas, o que é considerado um grave problema para o
setor, causando prejuízos econômicos e ambientais. (EMBRAPA, 2018; SNA, 2016.)
Com isso, este trabalho busca contribuir com o entendimento sobre quais as consequências
da degradação do solo para a produção, e especificamente, o objetivo é demonstrar qual metodologia
poderá ser usada para a recuperação e restauração do solo para benefícios produtivo e ambientais.

METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho foi feita uma pesquisa exploratória para aprofundamento dos
tópicos relacionados ao tema: Práticas para regeneração de solos degradados. A pesquisa bibliográfica
foi baseada em artigos e publicações científicas, Google Acadêmico e Periódicos Capes, como também
base de dados de instituições relacionadas ao tema, de forma a abordar os dados qualitativos acerca
do assunto. Empregou-se a metodologia de revisão de literatura.
Desse modo foi aplicado o SMS (“Systematic Mapping study”),também conhecido como
Scoping studies ou Scoping Review. Para tanto, foi definido um conjunto de “strings” de busca que
resultaram na integração das palavras: Ambiental, Prática e Restauração.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Tendo prática agrícolas desde os tempos da sua descoberta, o Brasil vêm passando por
diferentes transformações do seu modelo de produção, entretanto, foi com a modernização do campo
nos anos 1960 - 1970 que as mudanças aconteceram de maneira mais significativa (FILHO et al.,
2018, apud PEIXOTO, 2021).
Apesar da evolução dos sistemas produtivos serem benéficos para à sociedade, suas práticas
provocam consequências graves como desmatamentos, alterações drásticas dos ciclos hidrológicos,
degradação contínua do solo e sua contaminação – como das águas e dos alimentos –, aquecimento
global, perda da biodiversidade, entre outros, quando feitas de forma desordeira, sem adequação e
planejamento apropriado. (NETTO)
O relatório Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo, realizado por 600 pesquisadores,
aponta que cerca de 33% dos solos do mundo estão degradados (SNA, 2016). Entre as principais
consequências provocadas por essa degradação estão a erosão, salinização e contaminação estão entre
os principais problemas. Onde dessas, somente a erosão elimina entre 25 a 40 bilhões de toneladas de
solo por ano, reduzindo significativamente a produtividade das culturas e capacidade de armazenar

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 255


carbono, nutrientes e água.
Assim, os Sistemas Agroflorestais (SAF) são uma metodologia que auxilia no combate da
degradação, uma vez que utiliza da terra no qual espécies florestais e não florestais são plantadas
simultaneamente com cultivos anuais ou perenes, visto como uma grande alternativa de utilização
sustentável para harmonização do ecossistema. (PEIXOTO, 2021).
Como apontado pela engenheira florestal Maria Fernanda Magioni Marçal, por NETTO em
sua matéria, a utilização dos sistemas agroflorestais tem o objetivo é para que o solo fique mais rico
a longo prazo, pois aponta ainda que os processos naturais não renovam ou restauram a fertilidade do
solo na velocidade da degradação resultante do modelo agrícola convencional, do que resulta, a cada
dia, o aumento de solos menos férteis.
Ainda a engenharia florestal observa que diferentemente do que ocorre na produção de apenas
um único tipo de produto agrícola, quando a diversificação das espécies produzidas, elas podem
proporcionar mais equilíbrio e um desenvolvimento de plantas mais saudáveis e menos suscetíveis a
pragas e doenças. (NETTO)
O que pode garantir assim um desenvolvimento sustentável, assim como a construção de um
negócio bem sucedido, o que vai requerer dos produtores uma visão de longo prazo (RIBAS et al,
2017). Assim, sendo para tal ação ser realizada será necessário que haja considerações que englobam
âmbitos sociais, ambientais e econômicas que sejam integrados em conjunto, o que possibilitará
julgamentos equilibrados sobre diversas questões que permeiam essa visão de longo prazo” (HOLME;
WATTS, 2000, apud RIBAS et al, 2017)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A crescente procura por alternativas mais sustentáveis de produção é de grande importância
para o desenvolvimento da sociedade e para garantir o futuro das próximas gerações. Dessa forma, o
investimento de meios que garantam a restauração dos solos degradados, seja por quais consequências
forem, como por exemplo o uso massivo de agroquímicos, para assim proteger e conservar as áreas
naturais.
Práticas como os sistemas agroflorestais, são formas de não apenas recuperar o solo degradado
como também garantir o plantio e produção de alimentos mais naturais e saudáveis. Permitindo assim,
uma produção sustentável, sem a agressão do solo e meio ambiente, o que trará vantagens sociais,
ambientais e econômicas para a sociedade.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
Mais novo estudo da FAO revela que 30% dos solos do mundo estão degradados. SNA -
Sociedade Nacional da Agricultura. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: https://www.sna.agr.br/
mais-novo-estudo-da-fao-revela-que-30-dos-solos-do-mundo-estao-degradados/. Acesso em: 24 de
julho de 2022.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 256


NETTO, Carmo Gallo. Sistemas Agroflorestais Recuperam Solos Degradados. Jornal da
UNICAMP, NEPAM - UNICAMP. Disponível em: https://www.nepam.unicamp.br/sistemas-
agroflorestais-recuperam-solos-degradados/. Acesso em: 23 de julho de 2022.

PEIXOTO, Priscilla Moreira Curtis. Sistema de produção convencional versus sistema de produção
sustentável. In: I Congresso Norte Nordeste de Ciências Agrárias (Online) - Avanço tecnológico
e sustentabilidade, 2021, Online. [..] v. I. p. 304-307. Disponível em: https://editoraomnisscientia.
com.br/catalogos/ciencias-agrarias/i-congresso-norte-nordeste-de-ciencias-agrarias-online-avanco-
tecnologico-e-sustentabilidade/. Acesso em: 23 de julho de 2022.

RIBAS, J. R et. al. (2017). Integração de ações na gestão sustentável. REAd. Revista Eletrônica
de Administração (Porto Alegre), 23, 31-57. Disponível em: https://scholar.google.com/scholar_
url?url=https://www.scielo.br/j/read/a/p9tRb4NTpHhQSwNGmtrwPWq/%3Fformat%3Dhtml&hl
=pt-PT&sa=T&oi=gsb-ggp&ct=res&cd=0&d=17496318553721403908&ei=FpHZYsPvB8ylywT
Cg4-YDQ&scisig=AAGBfm19b_qrjncmsBUO7h6yZxyqGWlJCg. Acesso em: 14 de julho de 2022.

Trajetória da agricultura brasileira. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Portal Embrapa.
Brasília, DF, 2018. Disponível em: https://www.embrapa.br/visao/trajetoria-da-agricultura-brasileira
. Acesso em: 24 de julho de 2022.

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Segurança alimentar, nutrição e saúde

UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS NA NUTRIÇÃO DE PEIXES DE ÁGUA


INTERIORES

Bruno Mendes Visoni¹; Taida Juliana Adorian¹

1
Doutorando, Pós-Doutoranda Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS.

PALAVRAS-CHAVE: Ácido graxos. Dietas de peixe. Nutrição animal


ÁREA TEMÁTICA: Segurança alimentar, nutrição e saúde

INTRODUÇÃO
A utilização de óleos nas formulações de dietas de peixes influencia diretamente no
crescimento, na melhora na eficiência alimentar, aumento no desempenho reprodutivo, diminuição
na síndrome do choque e na podridão das nadadeiras, e queda na mortalidade (EL ASELY et al., 2020;
GONÇALVES; CYRINO, 2014). Os óleos vegetal e animal são ricos em ácidos graxos, que são
componentes extremamente importantes das membranas celulares e servem como fonte de energia,
principalmente para as espécies carnívoras que apresentam baixa capacidade de aproveitamento de
carboidratos (CASTRO et al., 2015).
Sabe-se que o Óleo de peixe (OP) possui alto valor nutricional, contendo ácidos graxos
polinsaturados de cadeia longa que influenciam em ações anti-inflamatórias, interferindo na produção
de metabólitos do ácido araquidônico (AA), como leucotrieno B4 e tromboxano A (WIESE et al.,
2011). Na aquicultura, o OP vem sendo muito bem utilizado, principalmente para formulações de
dietas que exige alto valor nutricional. Contudo, devido seu alto custo, dificuldades para obtenção e
conservação, bem como aumento na exploração de recursos principalmente marinho, a dependência
pela sua utilização acaba se tornando um entrave no avanço da produção aquícola no país.
Uma das alternativas encontradas pelos nutricionistas de peixes, como a utilização de óleos
vegetais (OV) na formulação de dietas, podem ser um substituto viável na nutrição de peixes
(CASTRO et al., 2015). Os OV estão amplamente disponíveis, a preços de mercado relativamente
estável por serem extraídos principalmente de comodities agrícolas como o soja e o milho, além
disso, tem menor probabilidade de conter contaminantes orgânicos quando comparado aos óleos de
origem de peixe (KAMARUDIN et al., 2012). Os OV possuem ácidos graxos com até 18 átomos
de carbono [ácido linoleico (C18:2 n-6; LA), ácido linolênico (C18:3 n-3; ALA)], sendo essenciais
para os peixes, visto que os mesmos não conseguem sintetiza-los (CASTRO et al., 2015). Em estudo
realizado com jundiás (Rhamdia quelen), observou-se resultados satisfatórios comparados com o OP,

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 258


podendo se tornar um excelente substituto óleo d e linhaça e milho (VARGAS et al., 2008).
Em contrapartida, OV não contem ácidos graxos com mais de 18 carbonos e três ligações duplas,
carecem de ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) n-3 de cadeia longa, ácidos eicosapentaenóico
(EPA; 20: 5n-3) e ácido docosahexaenóico (DHA; 22: 6n − 3) (CASTRO et al., 2015). Desta forma,
o objetivo principal desse trabalho foi buscar na literatura óleos vegetais que podem ser usados como
substituto ao OP na nutrição de peixes de água doce.

METODOLOGIA
Realizou-se a coleta de dados de forma on-line nas bases de dados Aquaculture Research
e Aquaculture Nutrition, buscando dados em manuscritos e livros publicados entre 2008 a 2020.
A pesquisa de caráter qualitativo utilizou o método de análise de conteúdo. Este método consiste
em descobrir as unidades de sentidos que fazem parte da comunicação cuja presença tem algum
significado relacionado aos objetivos propostos pela presente pesquisa. Esses resultados foram
analisados mediante agrupamentos dos dados segundo números absolutos e percentuais e apresentados
em formato de tabelas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Estudos avaliando a utilização de óleos vegetais (OV) como substituto ao de peixe em dietas
para espécies de água interiores, tem despertado cada vez mais interesse dos pesquisadores. Dados de
Vargas et al., (2008) mostram influência do tipo de óleo (peixe, milho ou linhaça) utilizado nas dietas
para jundiá. Apesar da utilização de óleo de linhaça, milho ou peixe não ter levado a diferenças no
desempenho dos peixes, o perfil final de ácidos graxos e a relação n-3/n-6 dos foram influenciados
pelas dietas, onde o óleo de linhaça proporcionou resultados similares ao de peixe.
Isto mostra potencial de utilização de OV como produto alternativo na alimentação de
peixes de água continentais. Trabalho de Kamarudin et al. (2012) relata sobre a utilização de Palma,
planta nativa do Brasil na alimentação de Mahseer, no seu trabalho mostra que não há diferença em
comparação o óleo de fígado.

Tabela 1. Nível mais utilizado de óleos vegetais em dietas de peixes de água interiores

Espécies Fase Exigência Óleo Vegetal Autores


Oreochromis niloticus
Alevino 7,00% Girassol El Asely et al., 2020
(Tilápia)
Alevino 7,00% Milho El Asely et al., 2020
Alevino 7,00% Linhaça El Asely et al., 2020
Tor tambroides (Mahseer) Juvenis 1,74% Palma Kamarudin et al. 2011
Rhamdia quelem (Jundiá) Alevino 5,00% Milho Vargas et al., 2008
Alevino 1,67% Linhaça Vargas et al., 2008
P. mesopotamicus (Pacu) Juvenis 1,93% Soja Gonçalves & Cyrino, 2014
Adaptado pelo Autor

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 259


Trabalho realizado por el Asely et al., (2020) utilizando diferentes tipos de óleo vegetal
na nutrição de tilápia do Nilo, observa melhora no peso final e no ganho diário médio utilizando
linhaça em comparação com óleo de peixe e óleo de girassol. Também observado melhora no índice
viscerosomático. Uma outra vantagem na utilização de OV nas dietas de peixes de águas interiores
é a capacidade de converter monoinsaturados em polimsaturados (WIESE et al., 2011). Castro et al.
(2015) ressaltam que peixes de água doce possui vantagens entre o peixe marinho sobre conversão
de n-3 e n-6, podendo estar correlacionado com a falta de tipo de alimentação no ambiente onde
se encontrão. Contudo a uma diferença no requisito em ácidos graxos, de acordo com a literatura
peixes de água fria parecem requerer PUFA da série n-3, enquanto espécies de peixe de água quente
requerem PUFA das séries n-3 e n-6.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização de óleos vegetais nas formulações de dietas de peixes de água doce mostra-se
promissora, sendo uma alternativa viável e fácil aquisição comparado a óleos de origem animal.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
CASTRO, C. et al. Effects of fish oil replacement by a vegetable oil blend on digestibility,
postprandial serum metabolite profile, lipid and glucose metabolism of European sea bass
(Dicentrarchus labrax) juveniles. Aquaculture Nutrition, v. 21, n. 5, p. 592–603, out. 2015.

EL ASELY, A. M. et al. Overall performances of Nile tilapia (Oreochromis niloticus) associated


with using vegetable oil sources under suboptimal temperature. Aquaculture Nutrition, v. 26, n.
4, p. 1154–1163, 26 ago. 2020.

GONÇALVES, L. U.; CYRINO, J. E. P. Digestibility of energy, lipids and fatty acids of vegetable
oils and poultry fat by pacu Piaractus mesopotamicus (Holmberg 1887). Aquaculture Nutrition, v.
20, n. 6, p. 567–573, dez. 2014.

KAMARUDIN, M. S. et al. Effects of dietary fish oil replacement by various vegetable oils on
growth performance, body composition and fatty acid profile of juvenile Malaysian mahseer,
Tor tambroides. Aquaculture Nutrition, v. 18, n. 5, p. 532–543, out. 2012.

VARGAS, R. J. et al. Replacement of fish oil with vegetable oils in diets for jundiá (Rhamdia
quelen Quoy and Gaimard 1824): effects on performance and whole body fatty acid composition.
Aquaculture Research, v. 39, n. 6, p. 657–665, abr. 2008.

WIESE, D. M. et al. The Effects of an Oral Supplement Enriched With Fish Oil, Prebiotics, and
Antioxidants on Nutrition Status in Crohn’s Disease Patients. Nutrition in Clinical Practice, v. 26,
n. 4, p. 463–473, 20 ago. 2011.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 260


­­­­­­POTENCIALIDADE DO USO DO MELHORAMENTO PARTICIPATIVO EM CULTURAS
DE SUBSISTÊNCIA PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR

Carina Raissa Rocha Oliveira da Cunha1; Jonatan Roberto de Lima2.

1
Mestranda em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.
2
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura. Produtividade. Seleção.


ÁREA TEMÁTICA: Segurança alimentar, nutrição e saúde

INTRODUÇÃO
A insegurança alimentar é um problema recorrente que ocorre em diversos países,
principalmente no Brasil. Sabe-se que o Norte e Nordeste brasileiro são as mais afetadas devido
as desigualdades regionais ocasionadas pela falta de políticas públicas, infraestrutura, desemprego,
escolaridade e renda per capita. No campo, a falta de informação e assistência técnica também
contribuem para agravar a escassez de alimentos, visto que os pequenos produtores, agricultores
familiares e quilombolas, muitas vezes, se utilizam de tecnologias ultrapassadas e/ou cultivares
pouco adaptadas para as condições edafoclimáticas da região que diminuem a produtividade das
culturas implantadas. Sendo assim, o presente trabalho tem como o objetivo despertar instituições de
ensino e pesquisa para as potencialidades do emprego do melhoramento participativo em culturas de
subsistência junto aos pequenos produtores a fim de promover a segurança alimentar a nível local.

METODOLOGIA
Este trabalho compreende-se em uma revisão de literatura sobre o tema potencialidade do uso
do melhoramento participativo em culturas de subsistência para a segurança alimentar com enfoque
nas espécies de milho (Zea mays), mandioca (Manihot esculenta) e feijão (Phaseolus vulgaris). Esta
revisão foi elaborada a partir de pesquisas e trabalhos científicos relevantes nas áreas de segurança
alimentar e melhoramento genético de plantas tendo como enfoque unir as duas temáticas para mitigar
os problemas causados pela fome no campo, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 261


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com a Lei Orgânica Brasileira nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, é direito de
todos a garantia da segurança alimentar e nutricional, objetivando uma alimentação em quantidade e
qualidade suficiente, não comprometendo o acesso a outras necessidades essenciais e básicas como
moradia, educação, transporte e lazer.
Santos e Garavello (2016) afirmam que no Brasil já foram criadas algumas políticas
emergenciais voltadas a segurança alimentar, como é o caso do Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA) que foi criado no ano de 2003 e visa a aquisição direta de produtos locais da agricultura
familiar, incluindo agricultores quilombolas e, também, no ano de 2010, a instituição da Política
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN).
Entretanto, levantamentos do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto
da Pandemia da Covid-19 no Brasil feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança
Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) em 2019, mais de 55% dos domicílios brasileiros
apresentam insegurança alimentar e pouco menos que 10% convivem com a fome, indicando
uma situação de insegurança alimentar acentuada, onde os piores dados são de áreas rurais, com
aproximadamente 12%.
Outro dado relevante é o da FAO (2018), informando que 80% da produção mundial de
alimentos são provenientes da agricultura familiar, sendo responsável por uma ocupação de 85% das
terras cultivadas da Ásia, 83% das Américas do Norte e Central, 68% do continente Europeu, 62% da
África e 18% da América do Sul.
E, a agricultura familiar está intimamente ligada com a de subsistência, onde, de acordo
com Lima (2010), a agricultura de subsistência abrange desde produtos de origem produzidos e
consumidos no mesmo estabelecimento agrícola em que foi produzido, quanto também fornecidos
aos centros urbanos, além de ser a junção das atividades agrícolas ou não realizadas pelos membros
da família residente em área rural, objetivando suprir as necessidades básicas de consumo. Dessa
forma, surge uma alternativa que une assistência técnica e embasamento teórico para melhoria da
produtividade dessas pequenas propriedades que é o Melhoramento Participativo. Trata-se de uma
estratégia, conforme Spagnuolo et al. (2016), que pode levar maiores ganhos ao sistema de produção,
além de envolver e entender a preferência dos agricultores, o que ao final gera uma maior chance do
uso efetivo da nova cultivar no campo e causa um impacto direto na sua aceitação.
Souza et al. (2020) afirma que no melhoramento participativo, os agricultores estão envolvidos
como atores ativos em atividades como a experimentação e seleção aprimorando seus conhecimentos
e garantindo a sua autonomia quanto a produção de sementes. Também são realizados frequentes
diálogos com a comunidade e com o agricultor que está à frente do manejo para definição dos
principais critérios de seleção a serem adotados, além de ensaios de avaliação da diversidade local e
um diagnóstico socioeconômico e cultural.
Ademais, outro benefício relatado por Machado e Machado (2003) é a de que o melhoramento
participativo ajuda na conservação on farm, pois utiliza-se de germoplasma local, priorizando o

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 262


manejo adequado da agrobiodiversidade. Conway & Toenniessen (1999) alertaram a necessidade
de os programas de melhoramento trazerem mais enfoque para culturas subutilizadas, tais como
a mandioca, arroz-de-sequeiro, sorgo e milheto, os quais são fonte de alimento e emprego para
milhões de pessoas pobres que necessitam maiores produtividade e estabilidade em suas colheitas.
O consumo do milho é relatado por Artuzo et al. (2019) como de grande importância na subsistência,
servindo diretamente como fonte de energética alimentar para pessoas de baixo poder aquisitivo e
isso é evidenciado em regiões como a do semiárido nordestino. Em trabalho realizado por Machado
(2011) utilizando-se da cultura do milho, duas variedades melhoradas de forma participativa ganharam
destaque que foram a Eldorado e Fortaleza, durante o processo ainda foram construídas três variedades
que foram MC 20, MC 50 e MC 60, além da identificação de uma variedade local com alto potencial
de adaptação a sistemas agroecológicos e que podem ser utilizadas de imediato pelos agricultores que
foi a Aliança.
O feijão (Phaseolus vulgaris) tem se destacado na agricultura nacional, o qual, de acordo
com Yokoyama (2002), é um produto com bastante força no mercado interno devido a quantidade de
proteínas proveniente dos seus grãos. Pompeu (1987) afirma que o feijão é um dos alimentos básicos
que está presente no prato dos brasileiros, onde sua proteína vegetal pode atingir até 33% e seu valor
energético de 341 cal/100g. Em estudo feito por Alves et al. (2014), avaliando materiais crioulos de
feijão, foram identificados dois genótipos promissores quanto ao vigor das sementes e a composição
nutricional que foi o ZL-1 e o AM-10, oriundos de seleção participativa, além do genótipo crioulo
Preto Ibérico, mostrando alto potencial para o desenvolvimento de novas cultivares de feijão.
O Brasil produz mandioca (Manihot esculenta) em todo o seu território, mas de acordo com
Valle e Lorenzi (2014) as variedades utilizadas, normalmente, apresentam baixo potencial produtivo.
Sendo assim, nossa produção segue na linha do modelo mundial, isto é, produção por pequenos
produtores e comércio local, predominando o caráter de subsistência. Fukuda et al. (2005) em trabalho
visando a análise de estabilidade de variedades de mandioca selecionadas em provas participativas
com produtores do semiárido do Nordeste do Brasil verificou que a variedade Amansa Burro se
sobressaiu em relação as outras avaliadas, apresentando uma média de rendimento de raízes maior
quando comparado à média geral. Já para a produção de farinha destacou-se a variedade Do Céu.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
De modo geral, o uso do melhoramento participativo de plantas é uma estratégia que já mostra
resultados positivos através dos trabalhos já realizados tanto na cultura do milho, feijão e mandioca
como em outras culturas que não foram alvos deste estudo como o tomate. Técnicas como esta
devem ser mais difundidas no campo para além de proporcionar ações de extensão rural e troca de
saberes, também ser capaz de aumentar a produção de alimentos em áreas de pequenos produtores
sem a necessidade de ampliar as suas áreas plantadas com isso evitando o processo de êxodo rural, e
atendendo a segurança alimentar por meio de variedades adaptadas e locais.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 263


PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da
Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Rurais. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Seção 1, p.1, 2006.

FAO. Food and Agricultural Organization. El trabajo de la FAO en la Agricultura Familiar:


Prepararse para el Decenio Internacional de Agricultura Familiar (2019- 2028) para alcanzar
los ODS. Nova York, Estados Unidos: FAO, 2018. Disponível em: <http://www.fao.org/3/ca1465es/
CA1465ES.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2022.

FUKUDAl, W. M. G.; CALDAS, R. C.; MAGALHÃES J. A.; CAVALCANTI J.; TAVARES J.


A.; IGLESIAS, C.; ROMERO, L. A. H. Análise de estabilidade de variedades de mandioca
selecionadas em provas participativas com produtores do semi-árido do nordeste do brasil.
Rev.bras.mand.,Cruz das Almas - BA. 2005.

MACHADO, A. T.; MACHADO, C. T. T. Melhoramento vegetal participativo com ênfase na


eficiência nutricional. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2003.

SANTOS, K. M. P. Práticas agroalimentares em unidades de conservação de uso sustentável sob


a ótica da segurança alimentar [tese]. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
– Universidade de São Paulo, 2015.

SOUZA, R.; MACHADO, A. T.; DIDONET, A. Manejo da agrobiodiversidade como estratégia


para produção de sementes agroecológicas. In: MACHADO, A. T.; NEDER, R. T. (org.). Ciência,
tecnologia, sociedade (cts) para produção de sementes agroecológicas. Brasília, DF: Observatório
do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina: UnB: Embrapa: InovaSocial, 2020.

SPAGNUOLO, F. A.; GONÇALVES, L. S.; DE FREITAS, F. M.; VENTURA, M. U.; MIGUEL,


A. L. A.; DE SOUZA, N. V.; HATA, F. T. Melhoramento participativo do tomateiro sob manejo
orgânico. Horticultura Brasileira, v. 34, n. 2, 2016.

VALLE, T. L.; LORENZI, J. O. Variedades melhoradas de mandioca como instrumento de


inovação, segurança alimentar, competitividade e sustentabilidade: contribuições do instituto
agronômico de campinas (IAC). Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, 2014.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 264


Tecnologia e produção

QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA (Glycinemax L.) TRATADAS E SUBMETIDAS AO


ARMAZENAMENTO

Alessandro Rudinei Fidrigeski1; Vanderlei Smaniotto2; Marco Aurélio Tramontin3; Samuel


Mariano-Da-Silva4.

1
Bacharel em Agronomia, UFFS, Chapecó, Santa Catarina.
2
Bacharelando em Agronomia, UFFS, Chapecó, Santa Catarina.
3
Doutor em Entomologia, UFFS, Chapecó, Santa Catarina
4
Doutor em Agronomia, UFFS, Chapecó, Santa Catarina;

PALAVRAS-CHAVE: Tratamento de sementes. Fitotoxidade. Potencial fisiológico.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção

INTRODUÇÃO
O uso de sementes de qualidade é essencial no sucesso da lavoura, onde a qualidade fisiológica
da semente maximiza os demais insumos e processos de produção. Sementes com alto vigor e
germinação podem produzir de 10 a 20% mais do que sementes de baixa qualidade expostas as mesmas
condições (VICENTE et al., 2009). No processo de produção de sementes e no armazenamento, as
sementes podem sofrer lesões em seu tegumento tornando-as suscetíveis ao ataque de insetos, fungos
e outros potenciais patógenos. No meio agrícola, o tratamento de sementes é uma técnica muito
usada e eficiente para proteger sementes em armazenamento. Visa proporcionar melhores condições
de proteção ao tecido de reserva e ao eixo embrionário, garantindo vigor para o desenvolvimento da
cultura, e para tanto, consiste em aplicar fungicidas, inseticidas, macro/micronutrientes, inoculantes,
etc. nas sementes. (FRANCO et al., 2011). Uma das culturas nas quais se aplica o tratamento de
sementes (TS) é a soja (Glycinemax (L.) Merrill), sendo o Brasil um dos principais produtores do grão,
o qual teve em seu território, na safra 2021/22 uma produção de 124.047,8 mil toneladas colhidos de
uma área de 40.950,6 mil hectares (CONAB, 2022). Objetivou-se com este ensaio submeter sementes
a um TS com um blend de fungicidas, inseticidas, polímero, micronutrientes e pó-secante, e analisar
a influência na qualidade de sementes de soja, tratadas em momentos distintos e armazenadas em
condições não controladas.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 265


METODOLOGIA
Para o experimento foram utilizadas duas cultivares de soja: NS6909IPRO®, desenvolvida
pela Nidera sementes e P95r51®, desenvolvida pela Pioneer sementes e segundo informação das
empresas, as duas cultivares possuíam um potencial de germinação de 83%. As sementes foram
adquiridas no setor de vendas da cooperativa Cotricampo, no Rio Grande do Sul.O experimento foi
conduzido no laboratório de Sementes e Grãos situado na Universidade Federal da Fronteira Sul
Campus Chapecó. Os ensaios foram realizados sob esquema parcelas subdivididas no tempo em
delineamento experimental blocos ao acaso, com classificação cruzada e quatro repetições (ARES
& GRANATO, 2014; PIMENTEL-GOMES, 2007). Inicialmente cada cultivar foi dividida em dois
lotes de 2,0 kg cada e acondicionada em sacos plásticos transparentes. Para cada cultivar, um dos
lotes recebeu um placebo com água destilada e o outro a combinação dos seguintes produtos e
concentrações: Maximadvanced®, 40mL/kg; Amulet®, 40mL/40kg; Cruiser 350 FS®, 80mL/40kg;
Raynitro®, 48mL/40kg; TalkumGloss®, 60g/40kg; Colorseed®, 40mL/40kg. Estes produtos foram
previamente misturados em uma placa de Petri, garantindo a homogeneização dos mesmos. Assim que
a mistura, ou o placebo, era colocado nos sacos plásticos, injetava-se ar e agitava-se vigorosamente,
até a distribuição dos tratamentos ser considerada homogênea. Em seguida os quatro lotes foram
colocados a secar à sombra numa temperatura aproximada de 25 °C por 20 minutos (MARCOS
FILHO, 2005). Neste momento foram recolhidas amostras dos quatro lotes de sementes, gerando os
tratamentos cultivar NS6909IPRO sem tratamento (C1STO), cultivar NS6909IPRO sem tratamento
(C2STO), NS6909IPRO com tratamento (C1CTO) e cultivar NS6909IPRO com tratamento (C2CTO).
Realizou-se então teste de germinação com estas amostras. Em continuidade ao processo, os quatro
lotes foram embalados em sacos de papel multifoliados e armazenados por 120 dias sem controle
de temperatura e umidade. Após 120 dias, foram recolhidas amostras dos quatro lotes de sementes,
gerando os tratamentos cultivar NS6909IPRO sem tratamento (C1ST2), cultivar NS6909IPRO sem
tratamento (C2ST2), NS6909IPRO com tratamento (C1CT2) e cultivar NS6909IPRO com tratamento
(C2CT2). Realizou-se então teste de germinação com estas amostras. As amostras recolhidas no
primeiro e no último dia foram divididas em dois lotes de oito repetições de 50 sementes e cada
repetição semeada em substrato de papel para germinação de sementes (J. Prolab®) previamente
umedecido com um volume de água correspondente a 2,5 vezes o peso do papel. Os rolos de papel
foram mantidos em germinadores (ELETROlab®, modelo 202/4) a temperatura constante de 25ºC,
com fotoperíodo constante de 24 horas, sendo as avaliações realizadas em quatro repetições de cada
tratamento no quinto, sexto e sétimo dias após a semeadura (BRASIL, 2009; SÁ et al, 2011). Passados
cinco dias retirou-se de modo aleatório do germinador quatro rolos de cada tratamento para realização
das avaliações. O mesmo ocorreu no oitavo dia. A avaliação da germinação foi realizada no quarto e
oitavo dia após a semeadura, eliminando-se as plântulas anormais e sementes duras e mortas, sendo os
dados convertidos para porcentagem de plântulas normais (BRASIL, 2009; SÁ et al, 2011). Para cada
tratamento, o teste foi conduzido a partir de quatro repetições de 250 sementes cada, acondicionadas
sobre telas metálicas inox em caixas do tipo “Gerbox®” de dimensões (11,0 × 11,0 × 3, 5 cm) contendo
40 mL de água destilada, e mantidas em incubadora B.O.D (Biological Oxygen Demand) a 41ºC por
48 horas (MARCOS-FILHO, 2015). Em seguida foi realizado o teste de germinação de acordo com o

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 266


descrito anteriormente.A análise de variância (teste de F a 1 %) foi utilizada para analisar as variáveis.
As comparações da média de cada repetição foram feitas pelo teste de comparações múltiplas de
Tukey a 1% de confiança (PIMENTEL-GOMES, 2007; ZIMMERMANN, 2004).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o teste de variância, (teste de F), existe interação significativa entre os fatores
cultivares e tratamentos em relação à variável taxa de germinação (Tabela 1), indicando a existência
de dependência entre os fatores.
Através do desdobramento do efeito da interação, pela realização de nova análise de
variância (teste de F), em que os níveis do fator cultivar foram comparados dentro dos níveis do fator
tratamentos (e vice-versa), foi possível observar efeito significativo para o fator cultivares dentro de
cada tratamento e para o fator tratamento dentro de cada cultivar, sendo que a comparação de médias
entre os níveis deste fator é representada na Tabela 1.
De acordo com o teste de variância (teste F) não foi verificado interação significativa entre
os fatores cultivares e dias, tratamentos e dias e tratamentos, cultivares e dias em relação à taxa de
germinação. Também não foi observado efeito significativo para o fator dias.

Tabela 01 –Comparação de médias entre os fatores cultivares dentro de cada tratamento e para o fator tratamento dentro
de cada cultivar para os tratamentos sem envelhecimento acelerado.
CULTIVAR
TRATAMENTO C1 (NS 6909IPRO) C2 (P 95R51)
ST0 78,25Ab 90,75Aa
ST2 75,00Ab 88,50Aa
CT0 78,50Ab 88,50Aa
CT2 70,00Bb 81,25Ba

As médias seguidas da mesma letra maiúscula entre as colunas e minúscula entre as linhas, não diferem entre si a 99%
de confiança.

De acordo com o teste de variância, (teste de F), existe interação significativa entre os fatores
cultivares e tratamentos em relação à variável taxa de germinação (Tabela 1), indicando a existência
de dependência entre os fatores.
Através do desdobramento do efeito da interação, pela realização de nova análise de
variância (teste de F), em que os níveis do fator cultivar foram comparados dentro dos níveis do fator
tratamentos (e vice-versa), foi possível observar efeito significativo para o fator cultivares dentro de
cada tratamento e para o fator tratamento dentro de cada cultivar, sendo que a comparação de médias
entre os níveis deste fator é representada na Tabela 2.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 267


Tabela 2. –Comparação de médias entre os fatores cultivares dentro de cada tratamento e para o fator tratamento dentro
de cada cultivar para os tratamentos com envelhecimento acelerado.
CULTIVAR
TRATAMENTO C1 (NS 6909IPRO) C2 (P 95R51)
ST0 35,63Ab 39,50Aa
ST2 23,88Db 34,50Ba
CT0 31,25Bb 35,88Ba
CT2 26,88Cb 31,75Ca

As médias seguidas da mesma letra maiúscula entre as colunas e minúscula entre as linhas, não diferem entre si a 99%
de confiança.

De acordo com o teste de variância (teste F) não foi verificado interação significativa entre
os fatores cultivares e dias, tratamentos e dias e tratamentos, cultivares e dias em relação à taxa de
germinação. Também não foi observado efeito significativo para o fator dias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão que se obtém com este ensaio, é que o revestimento químico das sementes, aliado
ao armazenamento ocasionou os piores resultados para ambas as cultivares, quando comparado aos
tratamentos do tempo zero. Perante o teste de germinação, o lote da cultivar P95R51 teve melhor
desempenho que o lote da NS6909IPRO. Entretanto, quando as sementes foram submetidas ao teste
de envelhecimento acelerado observamos que a cultivar P95R51 teve desempenho pior quando foi
armazenada com o revestimento químico. Por outro lado, a cultivar NS6909IPRO apresentou pior
resultado quando as sementes foram armazenadas sem o revestimento do conjunto de produtos.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ARES, G.; GRANATO, D. Mathematical and statistical methods in food science and technology.
Nova Jersey: John Wiley& Sons Inc, 2014.

BRASIL (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Regras para análise de sementes.


Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2009.

CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. Brasília, v.9 – Safra 2021/22, n.10.
Décimo levantamento, 2022.

FRANCO, D. F.; FAGUNDES, P. R. R.; DE MAGALHAES JUNIOR, A. M. Tratamento de sementes


de arroz. Embrapa Clima Temperado-Comunicado Técnico (INFOTECA-E), 2011.

MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: FEALQ, 2005.

PIMENTEL-GOMES, F. Curso de estatística experimental. 15 ed.Fealq, Piracicaba, 2007.

SÁ, M. E.; OLIVEIRA, S. A.; BERTOLIN, D. C. Roteiro prático da disciplina de produção e


tecnologia de sementes: análise da qualidade de sementes. Universidade Estadual Paulista, São

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 268


Paulo, 2011.

VICENTE, P. Q.; CASTRO, L. B. Q.; GOMES, J. P.; JERÔNIMO, J. F.; PEDROZA, J. P. Qualidade
de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes cultivares e teores de água. Revista
Caatinga, v. 22, n. 4, 2009.

ZIMMERMANN, F. J. P. Estatística aplicada à pesquisa agrícola. EMBRAPA Arroz e Feijão,


Santo Antônio de Goiás, 2004.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 269


UTILIZAÇÃO DE HÍBRIDOS NA PRODUÇÃO DE CEBOLA

Jonatan Roberto de Lima1; Carina Raissa Rocha Oliveira da Cunha1.

1
Mestrando em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas, Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Recife, Pernambuco.

PALAVRAS-CHAVE: Allium cepa. Heterose. Melhoramento genético.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção

INTRODUÇÃO
O melhoramento genético de hortaliças representa a obtenção de plantas superiores através do
cruzamento entre dois ou mais progenitores, os quais devem compartilhar as melhores características.
Estando presente em diversos programas de melhoramento genético de hortaliças, a hibridação tem
mostrado resultados bastantes animadores em relação aos ganhos genéticos, fazendo com que a
utilização deste método de melhoramento genético seja cada vez mais frequente nas mais diferentes
hortaliças, e consequentemente fazendo com que as sementes híbridas sejam mais comercializadas
pelas principais empresas produtoras desse seguimento. Em relação as linhas puras, os híbridos
apresentam desempenhos superiores devido ao vigor de híbrido ou heterose, em contrapartida, ocorre
a impossibilidade de reutilização das sementes híbridas, fazendo com que o produtor tenha que
adquirir novas sementes a cada safra (GUERRA e BESPALHOK F., [21--]). A cebola, hortaliça de
bulbo, é uma das mais consumidas e produzidas no Brasil e no mundo, podendo ser consumida in
natura ou processada. O sucesso na produção de cebola se dá principalmente devido a utilização de
sementes híbridas que proporcionam maior produtividade e uniformidade nos bulbos. Portando, este
estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica abordando a utilização de híbridos na
produção de cebola, bem como destacar alguns genótipos que são recomendados para as regiões do
Brasil.

METODOLOGIA
Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica a respeito da utilização de híbridos na
produção de cebola. Desenvolvido através de revisões de trabalhos científicos, o presente estudo
pretende expor informações a respeito da contribuição no incremento de produtividade dos bulbos de
cebola, bem como abordar aspectos a respeito da tecnologia de hibridização em hortaliças.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 270


RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Andrade et al. (2008), a cebola, Allium cepa L., tem seu centro de origem pertencente
ao sudoeste asiático. Estando em todos os continentes, ela é uma das plantas cultivadas mais difundidas
no mundo devido a sua diversidade de utilização, como na alimentação humana ou no uso medicinal.
Dados do IBGE (2017) indicam que o Brasil detem cerca de 2% da produção mundial de
cebola, com o total de 1,70 milhão de tonelada, ocupando a 10ª posição entre os países mais produtores
do bulbo, onde a China e Índia são os líderes com 26% e 23%, respectivamente, da produção global.
Segundo estudos realizados pelo IBGE (2017), no território nacional, o Sul é a maior região produtora,
logo depois vem o Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, sendo o Sul responsável por mais de 57% da
área plantada. Quando se trata da produção de bulbos, o Sul ainda é líder, com cerca de 47% de toda a
produção nacional, o Nordeste e Centro-Oeste também são destaques na produção de bulbos. O IBGE
(2017) ainda destaca a variação de produtividade, onde a média nacional é de aproximadamente 24
t.ha-1, mas há registros de até 100 t.ha-1, tal incremento na produtividade é devido a utilização de
novas tecnologias aplicadas no processo produtivo da cebola, como sistema de irrigação, semeadura
direta, alta densidade de plantas por hectare, aliados ao potencial genético atribuído pela utilização
de sementes híbridas.
Segundo Bespalhok, Guerra e Oliveira (2014), os híbridos são classificados de acordo com a
quantidade de linhagens utilizadas e qual a ordem de cruzamento, podendo ser híbrido simples, duplo
ou triplo. Durante o processo de cruzamento é necessário estar atento para que a polinização ocorra
da forma planejada, dessa forma é recomendável realizar a emasculação, retirando o órgão masculino
da planta genitora feminina. Em algumas hortaliças, como no caso da cebola, é recomendável
utilizar plantas que apresentem a macho-esterilidade como genitores femininos, evitando que haja
polinizações indesejadas.
De acordo com Dowker (1990), a utilização de híbridos tem feito aumentar, cada vez mais,
a produtividade de cebola, podendo chegar até 192% a mais que seu parental mais produtivo e
ultrapassando em mais de 360% em relação cultivares de polinização aberta. Além da produtividade,
o vigor de híbrido tem apresentado resultados satisfatórios com a maior uniformidade dos bulbos,
aumento na produção de bulbos e redução no custo de produção pelo aumento da produtividade.
Entretanto, devido ao alto custo para aquisição das sementes, o plantio de híbridos de cebola no
nordeste brasileiro tem diminuído, onde os preços de sementes híbridas chegam a ser quadro vezes
maior que as sementes de polinização aberta. Santos et al. (2008) afirmam que, devido alguns híbridos
serem desenvolvidos fora do Brasil, eles podem apresentar suscetibilidade a doenças que acontecem
no Brasil, como é o caso da doença o mal-de-sete voltas, causado pelo fungo Colletotrichum
gloeosporioides, entretanto, alguns híbridos, como a Pira Ouro, Baia Periforme e Pira Tropical, já
apresentam resistência a esta e outras doenças.
Para produzir híbridos de Allium cepa é preciso, inicialmente, identificar linhagens que
apresentem genótipos que conferem a macho-esterilidade, genótipos mantenedores da macho-
esterilidade e genótipos polinizadores com alta capacidade de combinação. Para manter as linhagens
com a macho-esterilidade é necessário realizar cruzamentos com alguma linhagem mantenedora

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 271


da característica., possibilitando a produção de sementes com plantas macho-estéreis. Santos et al.
(2009) possibilitaram o desenvolvimento de híbridos em cebola identificando a linhagem mantenedora
em acessos da cultivar BRS Alfa São Francisco, onde os parentais são as populações do tipo Baia
Periforme, as quais são adaptadas às diferentes condições de cultivo brasileiro.
Em estudo, Santos et al. (2010), buscaram avaliar a produtividade híbridos experimentais de
cebola, onde os híbridos provenientes da BRS Alfa São Francisco apresentaram 34% de superioridade
á testemunha Alfa SF TT C-V.
Dentre os diversos híbridos disponíveis no mercado nacional, a cebola Diamantina, de
coloração amarelada, variedade de dias curtos, apresenta precocidade, bulbos uniformes, resistência
a podridão basal e raiz rosada, além de boa tolerância à fusariose, sendo comercializada pela
Isla Sementes, recomendada para região Sul e Sudeste do Brasil. A cebola híbrida Aquarius F1,
comercializada pela TopSeed, é recomendada para São Paulo, Cerrado e região Nordeste, sendo de
coloração amarelada, boa produtividade e tolerante às principais doenças foliares. A Serena F1 é um
híbrido precoce, adaptada ao calor e uniforme, sendo comercializada pela TopSeed e recomendada
para região nordestina.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A heterose, principal característica dos híbridos, tem contribuído cada vez mais para otimizar
a produção de cebola, proporcionando aumento na produtividade e uniformidade nos bulbos,
bem como garantindo menores danos causados por pragas e doenças que ocorrem durante o ciclo
produtivo na hortaliça. O número de genótipos disponibilizados no mercado é crescente, apresentando
características distintas, como variação na coloração e formato dos bulbos, bem como a diminuição
no ciclo de produção, fazendo com que possa atingir o maior número de produtores. Entretanto, o alto
preço das sementes dificulta que os híbridos sejam amplamente comercializados entre os pequenos
produtores.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ANDRADE, R. M.; RODRIGUES, S. D.; CRUZ, M. A. D. Cebola. In: CASTRO, P. R. C.; KLUGE,
R. A.; SESTARI, I. Manual de Fisiologia Vegetal: fisiologia de cultivos. 1. ed. Piracicaba, SP:
Editora Agronômica Ceres, 2008.

BESPALHOK, F. J. C.; GUERRA, E. P.; OLIVEIRA, R. Variedades Híbridas: Obtenção e Predição.


In: Melhoramento de Plantas. 2014. Disponível em:< http://www.bespa.agrarias.ufpr.br/paginas/
livro/capitulo%2015.pdf >. Acesso 03 de jul 2022.

DOWKER, B. D. Onion Breeding. In: RABINOWITCH, H. E; BREWSTER, J. L. Onions and


Allied Crops. Baton Route: CRC Press. 1990.

GUERRA, E. P.; BESPALHOK F., J. C. Híbridos em espécies autógamas. [S. l.],[21--].

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 272


IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento sistemático da produção
agrícola, setembro 2017. Disponível em:< https://sidra.ibge.gov.br/home/lspa/brasil >. Acesso 03 de
jul 2022.

SANTOS, C. A. F.; LEITE, D. L.; OLIVEIRA, V. R. de; COSTA, N. D.; SANTOS, I. C. N.;
RODRIGUES, M. A. Identificação dos citoplasmas S, T e N via PCR em populações de cebola no
Vale do São Francisco. Horticultura Brasileira 26, 2008.

SANTOS, C. A. F.; LEITE, D. L.; OLIVEIRA, V. R. de; RODRIGUES, M. A. Marker-assisted


selection of maintainer lines within an onion tropical population. Scientia Agrícola 67, 2009.

SANTOS, C. A. F.; DINIZ, L. da S.; OLIVEIRA, V. R.; COSTA, N. D. Avaliação preliminar de


híbridos de cebola derivados da BRS Alfa São Francisco. Horticultura Brasileira 28, 2010.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 273


OBTENÇÃO DE CONCENTRADO PROTEICO DE LINHAÇA: UM COMPARATIVO
ENTRE OS MÉTODOS

Ana Maria Liberalesso de Freitas1; Taida Juliana Adorian2; Stefane Sauzem Silva1, Gregorio
Cargnin2, Leila Picolli da Silva3

1
Graduanda em Zootecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS.
2
Pós-Graduando, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS.
3
Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa
Maria, RS.

PALAVRAS-CHAVE: Linum usitatissimum L. Metodologias. Nutrição.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção.

INTRODUÇÃO
Durante o ano de 2021 a produção de alimentos para animais alcançou 85 milhões de
toneladas, com crescimento de aproximadamente 4%. Ao longo de dois anos de pandemia, o setor
mostrou resiliência e superação ao enfrentar inúmeras circunstâncias desfavoráveis, como a incerteza
da disponibilidade de matérias-primas, instabilidade logística, desvalorização cambial, alta dos
combustíveis e inflação (ZANI, 2022). Este momento de crise apontou a necessidade iminente de
diversificação das fontes nutricionais, aumentando o leque de ingredientes e valorizando aqueles
de potencial regionalizado, que, além de fortalecer a economia local, também diminuirá custos de
transporte, acarretando no incremento da eficiência econômica da produção animal e vegetal.
Nesta busca por novos ingredientes, destacam-se as fontes proteicas, que são as de maior
urgência para diversificação no aquecido mercado de rações aquícolas, tendo em vista que a tradicional
farinha de peixe se mostra escassa e com valor ascendente nos últimos anos. Aliado a este fato,
também devemos considerar a preferência do mercado pela carne produzida sem ingredientes de
origem animal nas rações, o que direciona os estudos para uso das fontes vegetais (RODHERMEL et
al., 2020). Porém, fontes proteicas de origem vegetal possuem fatores antinutricionais que limitam o
eficiente aproveitamento no metabolismo animal, podendo ter efeitos negativos em monogástricos.
Perante esta limitação, as formas de agregar valor e promover o aumento da utilização dessas
fontes proteicas vegetais são através do desenvolvimento de tecnologias para a concentração proteica
com retirada ou isolamento de compostos antinutricionais, o que aumentará a eficiência de uso destes
ingredientes (GOULART et al., 2013). Diante do exposto, há necessidade de desenvolver tecnologias
apropriadas para obtenção de ingredientes proteicos nutricionalmente eficientes, a partir de espécies
vegetais adaptadas ao cultivo em distintas regiões do País, mas ainda pouco exploradas na nutrição

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 274


animal (PIANESSO, 2018).
Entre os ingredientes regionais de elevado potencial para exploração proteica na região Sul,
a linhaça (Linum usitatissimum L.) merece atenção, especialmente porque com o uso de tecnologias
para minimizar seus fatores antinutricionais (como a mucilagem), poderá fornecer uma valiosa fonte
proteica para uso na nutrição de peixes. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi conhecer os
métodos atualmente existentes para obtenção de concentrado proteico de linhaça.

METODOLOGIA
Realizou-se a coleta de dados de artigos de forma on-line nas bases de dados SciELO, Wiley
Online Library e Science Direct, além de dissertações e teses em repositórios de universidades.
A pesquisa de caráter qualitativo utilizou o método de análise de conteúdo. Este método consiste
em descobrir as unidades de sentidos que fazem parte da comunicação cuja presença tem algum
significado relacionado aos objetivos propostos pela presente pesquisa.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na industrialização da linhaça, o óleo é o principal produto obtido e como consequência
deste processo, se tem o farelo de linhaça que é rico em fibra solúvel (mucilagem). Em função disto,
sua utilização é limitada para monogástricos, uma vez que o que aumenta a viscosidade intestinal
dificultando a digestão e absorção de nutrientes (ALZUETA et al. 2003). Para melhor utilização do
farelo, aprimorar o fracionamento industrial destes grãos de linhaça se torna alternativa eficaz para
a otimização mercadológica. Neste sentido, recentemente pesquisadores têm se dedicado a estudar
formas de fracionamento da linhaça e utilização dos produtos gerados para diferentes aplicabilidades
na nutrição de peixes.
Neste capítulo serão abordadas as metodologias desenvolvidas até o presente momento para
fracionamento da linhaça direcionado a obtenção de concentrado proteico de linhaça (CPL), bem
como a inclusão deste ingrediente em dietas para peixes. Goulart et al. (2013, 2015) realizaram estudo
pioneiro com farelo de linhaça in natura e demucilada (FLD), com o intuito de diminuir os teores
de mucilagem do farelo. Nesta pesquisa, os autores substituíram parcialmente a proteína de origem
animal (farinha de carne e ossos) pela proteína dos farelos de linhaça demucilada e in natura na dieta
de jundiás (Rhamida quelen).
O processo de extração da mucilagem testado por estes autores, deu-se através da dispersão
do grão inteiro de linhaça em meio aquoso (60-80°C), em constante agitação, durante 150 minutos.
Com intuito de precipitar a fibra solúvel, o sobrenadante foi separado dos grãos e acrescido etanol
93%. Os grãos remanescentes foram secos (50°C). Após a secagem e moagem do grão demucilado,
foi realizada a extração do óleo com hexano, na concentração 2:1 peso/volume, por 30 minutos cada
lavagem, totalizando quatro lavagens.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 275


O processo promoveu agregação do valor nutritivo ao produto, pois causou diminuição de
aproximadamente 50% do teor de fibra solúvel, fator antinutricional para peixes. Além disso, promoveu
o aumento de proteína bruta, refletindo diretamente sobre a concentração dos aminoácidos essenciais.
Adicionalmente, o ensaio biológico conduzido pelos autores indicou que o FLD pode substituir em
até 35% a proteína da fonte de origem animal em ração para juvenis de jundiá (GOULART et al.
2013).
A partir dos resultados deste estudo, Pianesso (2018) testou os métodos de pH isoelétrico, ácido
e alcalino, para obtenção do concentrado proteico de linhaça. Para isso, se baseou na metodologia
de extração de mucilagem e gordura de Goulart et al. (2013). O FLD foi utilizado para obtenção
do concentrado proteico testando três métodos de concentração com modificação das propostas de
Lovatto et al. (2017): pH isoelétrico - aumento do pH para 9,0 com NaOH 1N e, após 30 minutos,
redução para 4,5 com HCl 1N (SMITH et al., 1946); pH ácido - redução do pH da amostra líquida
para 4,5 com HCl 1N e pH alcalino - aumento do pH da amostra líquida para 9,0 com NaOH 1N
(MODESTI et al., 2007).
O autor concluiu que o método de pH isoelétrico foi mais eficiente para elevar o teor
proteico (53,24%), bem como, proporcionou maior rentabilidade extrativa que os demais métodos
testados (44,71%). O método de concentração por pH ácido mostrou-se pouco eficiente, devido ao
baixo rendimento de extração (18,7%). A concentração por pH alcalino revelou-se ineficiente para
concentração (42,85%) e rentabilidade proteica (37%). A concentração por pH isoelétrico foi melhor
porque a maioria dos aminoácidos presentes nas fontes vegetais possuem pontos isoelétricos entre
4,5 e 6,5 (SGARBIERI, 1996 apud PIANESSO, 2018). As proteínas são substâncias anfóteras, ou
seja, o seu comportamento ácido ou básico depende do pH do meio, a solubilidade das proteínas
em meio aquoso deve-se à distribuição das cargas elétricas ao longo da molécula (DAMODARAN;
PARKING; FENNEMA, 2010).
As análises nutricionais realizadas no CPL demonstraram sua qualidade superior em
comparação à linhaça in natura e farelo. Houve um acréscimo no teor de proteína bruta (22,76%
in natura, 33,24% farelo e 53,24% concentrado proteico), redução de 42,5% no teor de fibra
alimentar total, além de proporcionar maior digestibilidade proteica (17,6%) e elevar o conteúdo
dos aminoácidos essenciais arginina, isoleucina, fenilalanina e valina, comparados ao farelo. Após a
obtenção e avaliação nutricional, o concentrado foi incluído como substituto da proteína da farinha
de peixe em dietas para o jundiá, podendo substituir em até 40% a proteína da farinha de peixe, pois
não altera o crescimento, conversão alimentar, utilização e deposição corporal dos nutrientes na dieta.
Por fim, há ainda a tecnologia de obtenção de CPL sugerida por Kowalski (2021), que consiste
na extração da mucilagem através da suspensão dos grãos de linhaça em água com o uso de misturador
giratório, com extração de fibras insolúvel (GOULART et al., 2013; ADORIAN et al., 2021), extração
da gordura com hexano e concentração proteica por dispersão em triturador de facas e secagem
em spray dryer. O autor obteve teor de proteína no concentrado foi de 42,33%, com rendimento
médio de extração de 7,72%. A principal vantagem desta metodologia de concentração proteica é a
maior possibilidade de sua utilização a nível industrial, além de minimizar os danos ambientais e à

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 276


biosseguridade provocados pelos químicos utilizados nas metodologias anteriores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO


Ao longo dos anos e das pesquisas realizadas, as metodologias de obtenção do concentrado
proteico de linhaça foram sendo aprimoradas, substituindo os processamentos químicos por etapas
físicas, com baixa geração de resíduos, mas sempre mantendo e/ou melhorando a qualidade do produto
proeminente para a nutrição animal. A evolução das técnicas mostra-se na tendência de utilizar cada
vez mais equipamentos de automação e diminuir a mão-de-obra, a fim de potencializar a aderência da
metodologia a nível industrial.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ADORIAN, T. J. et al. Fractionation of linseed and obtaining ingredients rich in protein and fibers:
alternatives for animal feed. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 102, n. 4, p. 1514-
1521, 2021.

ALZUETA, C. et al. Effects of whole and demucilaged linseed in broiler chicken diets on digesta
viscosity, nutrient utilization and intestinal microflora. British Poultry Science, v. 44, p. 67-74, 2003.

DAMODARAN, S.; PARKING, K. L.; FENNEMA, O. W. (2010). Química de los alimentos.


Tercera edición. Editorial Acribia SA. Zaragoza.

GOULART, F.R. et al. Atividade de enzimas digestivas e parâmetros de crescimento de juvenis de


jundiá (Rhamdia quelen) alimentados com farelo de linhaça in natura e demucilada. Semina: Ciências
Agrárias, v. 34, n. 6, p. 3069-3080, 2013.

GOULART, F. R. Alternative protein sources in nutrition and metabolism of jundiá: in nature and
demucilaged linseed meal. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.16, n.1, p. 244-252,
2015.

KOWALSKI, Éverton Augusto. Fibras funcionais de linhaça como pró-nutriente para tilápia do Nilo.
2021. 46 p. Dissertação Mestrado em Zootecnia – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,
RS, 2021.

LOVATTO, N. M. et al. Sunflower protein concentrate and crambe protein concentrate in diets for
silver catfish Rhamdia quelen. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 90, p. 3781-3790,
2018.

PIANESSO, Dirleise. Obtenção do concentrado proteico de linhaça e sua aplicação na nutrição


do jundiá. 2018. 124 p. Tese (Doutorado em Zootecnia– - Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria, RS, 2018.

RODHERMEL, J. C. B. et al. Suplementação da taurina em dietas para tilápia-do-nilo com fontes


alternativas de proteínas em substituição à farinha de peixe. XIII MICTI – Mostra Nacional de

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 277


Iniciação Científica e Tecnologia Interdisciplinar. 2020.

ZANI, Ariovaldo. Custo de produção comprometeu a rentabilidade da cadeia produtiva de


proteína animal. SINDIRAÇÕES – Boletim informativo do setor. Maio/2022. 5p.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 278


MANEJO DA (Brachiaria brizantha) CV. MARANDU NO NORTE DE MINAS GERAIS

Lucas Alves Ramos1; Fabrício Silveira Santos2; Romana Tatiane Soares Santos3

1
Graduação, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
2
Doutorado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
3
Mestrado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.

PALAVRAS-CHAVE: Forrageira. Pastagem. Corte.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção

INTRODUÇÃO
O manejo das pastagens visa otimizar a produção e eficiência das plantas forrageiras no
contexto do desempenho animal e produção por hectare. Pastagens bem manejadas resultam em
perenidade, estabilidade e dependem de práticas como oferta de forragem adequada a capacidade de
suporte. Por outro lado, taxas de lotação inadequadas resultam em baixo desempenho animal e da
produção animal por área (GOMIDE & GOMIDE, 2001).
A produtividade e perenidade das pastagens decorre da contínua emissão de perfilhos e folhas,
importantes para a restauração da planta após o pastejo. A formação e desenvolvimento das folhas
são essenciais para o crescimento das gramíneas, uma vez que a produção de carboidratos decorre
da fotossíntese presente nas folhas, ponto de partida para a manutenção e formação de novos tecidos
(LEMAIRE & CHAPMAN, 1996).
O manejo das pastagens juntamente com a escolha da cultivar são fatores de grande relevância
para o sucesso da atividade agropecuária. São várias as forrageiras plantadas no Brasil, entre elas
pode-se citar a cultivar Marandu, mais conhecido como braquiarão, atualmente é a forrageira mais
plantada do Brasil. Apresenta alta produção e resistência à cigarrinha-das-pastagens. A taxa de lotação
pode chegar a 6 UA/ha (PEREIRA, 2016).
O trabalho teve como objetivo avaliar as características produtivas do capim Marandu em
função das estações do ano.

MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi implantado no setor de Agricultura II do Instituto Federal de educação
Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. O clima é semiárido, com estação
chuvosa compreendida entre os meses de outubro a março. A área utilizada para implantação do
experimento possui sistema de irrigação. Foi utilizado no experimento a cultivar de capim Marandu.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 279


Essa forrageira foi implantada em janeiro de 2020.
Para implantação, foi realizado o preparo do solo, controle de plantas invasoras, adequação
do pH e correção nutricional das deficiências minerais seguindo a análise de solo. O canteiro para
realização do experimento foi confeccionado com medidas de 2,50 x 1,50 metros, totalizando uma
área de 3,75 m2 e a semeadura foi realizada a lanço.
O trabalho teve início no dia 15/05/2021 com o corte da forrageira para a partir desta data
começar as avaliações. As variáveis avaliadas foram o intervalo de pastejo, produção de matéria
verde e matéria seca em cada corte.
O intervalo de pastejo foi determinado a partir do intervalo entre os cortes da forrageira. Com
o auxílio de uma tesoura de poda, foi realizado o corte da forrageira, obedecendo a altura de corte
e resíduo próprios para o capim Marandu (Altura de corte 30 cm e resíduo 15 cm). Sempre que a
forrageira atingiu a altura de corte ela foi podada até a altura de resíduo. Após cada corte, o canteiro
foi fertirrigado com uréia.
Para determinação da produção de matéria verde foi utilizado o material cortado. Com o
auxílio de uma balança eletrônica digital, todo o capim cortado foi pesado logo após a poda.
Foi retirada uma amostra de trezentos gramas da forrageira para determinação do teor de
matéria seca. A amostra foi picada e colocada por 5 minutos no forno micro-ondas e ajustado para
a potencia máxima do aparelho. Ao final do tempo programado, o material foi retirado do forno,
revolvido e colocado novamente no micro-ondas por mais 3 minutos. Finalizando o tempo, o material
foi pesado, revirado e a partir daí o forno foi programado para intervalos de 1 minuto. A cada intervalo,
o material foi retirado, pesado e revirado. Esse procedimento foi realizado até que o peso do capim
ficasse constante.
Após a estabilização do peso da amostra, foi necessário determinar a porcentagem de umidade
através da fórmula: % de umidade = (PU - PS) / PU x 100, onde (PU) é o peso da amostra húmida e
(PS) o peso da amostra seca. A porcentagem de matéria seca foi determinada utilizando a fórmula: %
de Matéria Seca = 100 - % de umidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verificou-se aumento da produção de matéria verde do capim Marandu ao longo dos meses
estudados. Essa observação ocorreu em razão das características climáticas influenciarem diretamente
o desenvolvimento das forrageiras ao longo das estações do ano. A luz e a temperatura são fatores
climáticos determinantes para o aparecimento e alongamento foliar (SILSBURY, 1970). Trabalhos
realizados por Korte (1987), constataram a influência das estações do ano sobre sobre o perfilhamento
de azevém na Nova Zelândia.
A porcentagem de matéria seca variou pouco ao longo dos meses estudados. Possivelmente as
questões climáticas estão mais associadas a emissão e desenvolvimento foliar e não ao acúmulo de
matéria seca. Vernhagen et al. (1965), relaciona a produção de matéria seca com a taxa de luz solar

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 280


interceptada pela planta.
Ao longo dos meses ocorreu redução no intervalo entre os cortes do capim Marandu. O maior
intervalo entre os cortes do capim ocorreu no inverno, 74 dias. Na primavera e verão o intervalo entre
os cortes foi menor quando comparado com o inverno.

CONCLUSÕES
As estações do ano influenciaram diretamente a produção da forrageira.
Os meses da primavera e verão propiciaram menor intervalo entre os cortes da forrageira o
que se traduz em menor intevalo de pastejo.
Foi verificada pouca influência do clima sobre a porcentagem de matéria seca.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
GOMIDE, J.A.; GOMIDE, C.A.M. Utilização e manejo de pastagens. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 2001, 38., Piracicaba. Anais... Piracicaba: Sociedade
Brasileira de Zootecnia, 2001. (CD-ROM). Forragicultura. Semi 54.

KORTE, C.J.; HARRIS, H. Effects of grazing and cutting. In: SNAYDON, R.W. (Ed.) Managed
grasslands – Analytical studies ecosystems of the world, v. 17-B. Amsterdam: Science Publishers
B.V., 1987. p 71-79.

LEMAIRE, G.; CHAPMAN, D.F. Tissue flows in grazed plant communities. In: HODGSON, J.;
ILLIUS, A.W. (Eds.). The ecology and management of grazing systems. Oxon: CAB International.
1996. p.3-36.

PEREIRA, A.V.; PACIULLO, D.S.C.; GOMIDE, C.A. de M.; LÉDO, F.J. da S. Catálogo de
forrageiras recomendadas pela Embrapa. Brasília, DF: Embrapa, 2016. 76 p.

SILSBURY, J.H. Leaf growth in pasture grasses. Tropical Grasslands, v. 4, p. 17- 36, 1970.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 281


MANEJO DA FORRAGEIRA (Panicum maximum) CULTIVAR MASSAI NO NORTE DE
MINAS GERAIS

Lucas Alves Ramos1; Fabrício Silveira Santos2; Romana Tatiane Soares Santos3

1
Graduação, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
2
Doutorado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
3
Mestrado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.

PALAVRAS-CHAVE: Capim. Corte. Nutrição.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção

INTRODUÇÃO
O manejo correto dos pastos proporciona condições satisfatórias para o estabelecimento e
desenvolvimento da forrageira através da adoção de práticas corretas, tais como: escolha da cultivar
adequada para cada região; realização correta do preparo e correção do solo no qual será implantada
a cultura; adubações de cobertura, controle de plantas daninhas e respeitar a altura de entrada e saída
dos animais da pastagem.
Pastagens bem manejadas resultam em perenidade e estabilidade, por outro lado, taxas de
lotação inadequadas resultam em baixo desempenho animal e da produção animal por área (GOMIDE
& GOMIDE, 2001). Forbes (1988) e Brâncio et al., (2002), verificaram uma correlação alta e positiva
entre o consumo dos animais em pastejo com a altura da pastagem.
O manejo das pastagens juntamente com a escolha da cultivar são fatores de grande relevância
para o sucesso da atividade agropecuária. São várias as forrageiras plantadas no Brasil, entre elas pode-
se citar a cultivar Massai. Essa forrageira tem como características: altura media da touceira de 60 cm,
folhas finas e quebradiças, boa produção de matéria verde, rápida rebrota e bom estabelecimento do
pasto (PEREIRA, 2016).
O trabalho teve como objetivo avaliar as características produtivas da forrageira Panicum
maximum cv. Masssai em função das estações do ano.

MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi implantado no setor de Agricultura II do Instituto Federal de educação
Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. O clima na região é semiárido,
com estação chuvosa compreendida entre os meses de outubro a março. A forrageira utilizada no
trabalho foi o capim Massai.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 282


A primeira etapa consistiu no preparo do solo, controle de plantas invasoras, adequação do pH
e correção nutricional das deficiências minerais seguindo a análise de solo.
Após a correção do solo, foi confeccionado o canteiro para realização do experimento nas
medidas de 2,40 x 1,15 metros, totalizando uma área de 2,76 m2.
A semeadura foi realizada a lanço em Janeiro de 2020, no entanto as avaliações só começaram
a partir de 15/05/2021. As variáveis avaliadas foram o intervalo de corte do capim, produção de
matéria verde e matéria seca em cada corte.
O capim foi podado no dia 15/05/2021 até a altura de resíduo propria do capim Massai (20 cm).
A partir deste momento teve início o experimento. A primeira variável a ser avaliada foi o intervalo
entre os cortes do capim, ou seja o número de dias compreendidos entre cada corte, obedecendo-se a
altura de corte de (40 cm) e resíduo (20 cm).
Sempre que o capim atingiu a altura de corte ele foi podado até a altura de resíduo utilizando-
se como ferramenta uma tesoura de poda. Após cada corte o canteiro foi fertirrigado com uréia.
A produção de matéria verde foi determinada a partir da pesagem do capim após cada corte,
utilizando-se uma balança eletrônica digital.
Após o material ser pesado, separava-se uma amostra de trezentos gramas do capim podado
para determinação do teor de matéria seca. A amostra era picada e colocada por cinco minutos no
forno micro-ondas na potência máxima do aparelho. Ao final do tempo programado, o material era
retirado do forno, revolvido e colocado novamente no micro-ondas por mais três minutos. Finalizado
o tempo, o material era pesado, revirado e colocado novamente no forno. A partir daí, o forno era
programado para intervalos de um minuto. A cada interval de um minuto, o material era retirado,
pesado e revirado. Esse procedimento foi realizado até que o peso do capim ficasse constante.
Após a estabilização do peso da amostra, foi necessário determinar a porcentagem de umidade
através da fórmula: % de umidade = (PU - PS) / PU x 100, onde (PU) é o peso da amostra húmida e
(PS) o peso da amostra seca. A porcentagem de matéria seca foi determinada utilizando a fórmula: %
de Matéria Seca = 100 - % de umidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi verificado aumento da produção de matéria verde no decorrer dos meses avaliados.
Esse resultado já era esperado, uma vez que diversos pesquisadores tem relatado a influência das
características climáticas sobre o desenvolvimento das forrageiras. De acordo com Larger (1972),
os principais fatores que afetam o perfilhamento das forrageiras são a luminosidade, temperatura,
nutrientes e água.
A porcentagem de matéria seca diferiu ao longo dos meses do ano. A diferença foi pouca, no
entanto flutuações no teor de matéria seca podem influenciar diretamente o consumo e a qualidade
nutricional da forrageira. Segundo Vernhagen et al., (1965), a produção de matéria seca está relacionada
a taxa de luz solar interceptada pela planta.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 283


O intervalo entre cortes sofreu pouca variação do decorrer dos meses do ano. Esse resultado
contradiz os resultados encontrados por outros pesquisadores trabalhando com gramíneas. Segundo
Hodigson (1990), no inverno as gramíneas produzem uma folha por mês enquando no verão a
produção chega a uma folha por semana. Esse resultado pode indicar que a cultivar Massai é menos
sensível às variações climáticas quando comparada com outras forrageiras.

CONCLUSÕES
A produção de matéria verde se mostrou mais sensível às influências climáticas.
O intervalo entre cortes variou pouco ao longo dos meses do ano, indicando menor sensibilidade
dessa forrageira as variações ambientais.
A menor porcentagem de matéria seca foi observada no inverno.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
BRÂNCIO, P.A.; NASCIMENTO JR., D.; EUCLIDES, V.P.B. et al. Avaliação de três cultivares de
Panicum maximum Jacq. sob pastejo. Composição química e digestibilidade da forragem. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.31, n.4, p.1605-1613, 2002.

FORBES, T.D.A. Researching the plant-animal interface: the investigation of ingestive behaviour in
grazing animals. Journal of Animal Science, v.66, n.9, p.2369-2379, 1988.

GOMIDE, J.A.; GOMIDE, C.A.M. Utilização e manejo de pastagens. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 2001, 38., Piracicaba. Anais... Piracicaba: Sociedade
Brasileira de Zootecnia, 2001. (CD-ROM). Forragicultura. Semi 54.

HODGSON, J. Grazing management: Science into practice. Longman Scientific and Technical,
Longman Group, London, UK, 1990.

LANGER, R.H.M. How grasses grow. London. 1972. 60p (Studies in Biology, 34).

PEREIRA, A.V.; PACIULLO, D.S.C.; GOMIDE, C.A. de M.; LÉDO, F.J. da S. Catálogo de
forrageiras recomendadas pela Embrapa. Brasília, DF: Embrapa, 2016. 76 p.

VERHAGEN, A. M. W.; WILSON, J. H., BRITTEN, E. J. Plant production in relation to foliage


illumination. Annal of Botany, N. S., v. 27, n. 108, p. 626- 640. 1963.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 284


MANEJO DA FORRAGEIRA (Panicum maximum) CULTIVAR MOMBAÇA NO NORTE
DE MINAS GERAIS

Lucas Alves Ramos1; Fabrício Silveira Santos2; Romana Tatiane Soares Santos3

1
Graduação, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
2
Doutorado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
3
Mestrado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.

PALAVRAS-CHAVES: Temperatura. Luminosidade. Clima.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção

INTRODUÇÃO
O manejo das pastagens tem sido das ferramentas mais importantes para manter a perenidade
e longevidade das pastagens. Tal prática resulta em uma atividade ecologicamente sustentável por
evitar a degradação das pastagens e do solo e economicamente viável por proporcionar aos animais
um alimento nutricionalmente adequado em quantidade e qualidade, resultando em maior desempenho
animal.
A altura de manejo da pastagem está diretamente relacionada a desfolhação efetuada pelo
animal, ou seja, o acúmulo de biomassa e a dinâmica de crescimento da pastagem serão afetados pela
frequência e intensidade da desfolhação (PONTES et al., 2004). A contínua emissão de perfilhos e
folhas é de grande importância para a restauração da planta após o pastejo, uma vez que as folhas são
essenciais para o crescimento das gramíneas, pois a produção de carboidratos decorre da fotossíntese
presente nas folhas, ponto de partida para a manutenção e formação de novos tecidos (LEMAIRE &
CHAPMAN, 1996).
Embora a altura de corte e resíduo seja fixa e determinada para cada forrageira, o intervalo de
pastejo depende de vários fatores que interferem fisiologicamente e morfologicamente na planta, tais
como: comprimento do dia, temperatura, adubação e altura de resíduo do pasto.
O manejo das pastagens juntamente com a escolha da cultivar são fatores de grande relevância
para o sucesso da atividade agropecuária. São várias as forrageiras plantadas no Brasil, entre elas pode-
se citar a cultivar Mombaça. Essa forrageira tem como características: Elevado valor nutritivo, boa
aceitação pelos animais, alta produção de matéria seca e excelente capacidade de suporte (PEREIRA,
2016).
O trabalho teve como objetivo avaliar as características produtivas da forrageira Panicum
maximum cv. Mombaça em função das estações do ano.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 285


MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi implantado no setor de Agricultura II do Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. O clima é semiárido, com estação
chuvosa compreendida entre os meses de outubro a março. A área utilizada para implantação do
experimento possui sistema de irrigação. Foi utilizado no experimento a cultivar de capim Mombaça.
Essa forrageira foi implantada em janeiro de 2020.
Para implantação, foi realizado o preparo do solo, controle de plantas invasoras, adequação
do pH e correção nutricional das deficiências minerais seguindo a análise de solo. O canteiro para
realização do experimento foi confeccionado com medidas de 2,70 x 1,30 metros, totalizando uma
área de 3,51 m2 e a semeadura foi realizada a lanço.
O trabalho teve início no dia 15/05/2021 com o corte da forrageira para a partir desta data
começar as avaliações. As variáveis avaliadas foram o intervalo de pastejo, produção de matéria
verde e matéria seca em cada corte.
O intervalo de pastejo foi determinado a partir do intervalo entre os cortes da forrageira. Com
o auxílio de uma tesoura de poda, foi realizado o corte da forrageira, obedecendo a altura de corte
e resíduo próprios para o capim Mombaça (Altura de corte 90 cm e resíduo 45 cm). Sempre que a
forrageira atingiu a altura de corte ela foi podada até a altura de resíduo. Após cada corte, o canteiro
foi fertirrigado com uréia.
Para determinação da produção de matéria verde foi utilizado o material cortado. Com o
auxílio de uma balança eletrônica digital, todo o capim cortado foi pesado logo após a poda.
Foi retirada uma amostra de trezentos gramas da forrageira para determinação do teor de
matéria seca. A amostra foi picada e colocada por 5 minutos no forno micro-ondas e ajustado para
a potencia máxima do aparelho. Ao final do tempo programado, o material foi retirado do forno,
revolvido e colocado novamente no micro-ondas por mais 3 minutos. Finalizando o tempo, o material
foi pesado, revirado e a partir daí o forno foi programado para intervalos de 1 minuto. A cada intervalo,
o material foi retirado, pesado e revirado. Esse procedimento foi realizado até que o peso do capim
ficasse constante.
Após a estabilização do peso da amostra, foi necessário determinar a porcentagem de umidade
através da fórmula: % de umidade = (PU - PS) / PU x 100, onde (PU) é o peso da amostra húmida e
(PS) o peso da amostra seca. A porcentagem de matéria seca foi determinada utilizando a fórmula: %
de Matéria Seca = 100 - % de umidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados evidenciam aumento da produção de matéria verde no decorrer dos meses do
ano, tendo como pico máximo o período final do verão e valores mais baixos no inverno, o que
indica que a cv. Mombaça responde às alterações ambientais durante as estações do ano. Diversos
pesquisadores tem relatado a influência da temperatura e luminosidade no desenvolvimento das

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 286


plantas forrageiras (LARGER, 1972; EUCLIDES, 2000).
Não foi verificado grandes alterações na porcentagem de matéria seca durante as estações do
ano. Possivelmente as variações ambientais não afetam essa característica.
O intervalo entre cortes diminuiu a partir do primeiro corte em 15 de maio de 2021. Esse
resultado corrobora com os encontrados por Hodigson (1990), onde foi constatada a emissão de uma
menor quantidade de folhas de gramíneas no inverno e uma maior quantidade no verão.

CONCLUSÕES
A produção de matéria verde do capim Mombaça foi maior nos meses de verão.
Não foi verificada influência do clima na produção de matéria seca.
O intervalo entre cortes do Mombaça alterou durante o ano. Essa informação é de grande
importância para o cálculo da lotação de animais.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
EUCLIDES, V.P.B. Alternativas para intensificação de carne bovina em pastagem. Campo
Grande: Embrapa Gado de Corte, 2000. p.11.

HODGSON, J. Grazing management: Science into practice. Longman Scientific and Technical,
Longman Group, London, UK, 1990.

LANGER, R.H.M. How grasses grow. London. 1972. 60p (Studies in Biology, 34).

LEMAIRE, G.; CHAPMAN, D.F. Tissue flows in grazed plant communities. In: HODGSON, J.;
ILLIUS, A.W. (Eds.). The ecology and management of grazing systems. Oxon: CAB International.
1996. p.3-36

PONTES, L. da S.; CARVALHO, P.C de F.; NABINGER, C.; SOARES, A.B. Fluxo de Biomassa em
Pastagem de Azevém Anual (Lolium multiflorum Lam.) Manejada em Diferentes Alturas. R. Bras.
Zootec., v.33, n.3, p.529-537, 2004.

PEREIRA, A.V.; PACIULLO, D.S.C.; GOMIDE, C.A. de M.; LÉDO, F.J. da S. Catálogo de
forrageiras recomendadas pela Embrapa. Brasília, DF: Embrapa, 2016. 76 p.

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E ESTRUTURAIS DOS CLADÓDIOS DA
PALMA FORRAGEIRA

Fabrício Silveira Santos1; Romana Tatiane Soares Santos2

1
Doutorado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
2
Mestrado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.

PALAVRAS-CHAVE: Raquete. Plantio. Ruminantes.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção

INTRODUÇÃO

Várias tecnologias têm sido desenvolvidas nos últimos anos voltadas a produção de espécies
forrageiras mais adaptadas a estresse hídrico, com destaque para a palma forrageira. Essa cactácea
chegou ao Brasil no século XVII, no entanto somente veio a ser utilizada para a produção de forragem
no início do século XX. O seu cultivo cresceu pouco entre as décadas de 60 e 70, entretanto em
função dos longos períodos de estiagem, a palma voltou a ser cultivada em grande escala, uma vez
que a produção de outras forrageiras é limitada nesses períodos de stress hídrico (CAVALCANTI et
al., 2008).
A palma é rica em nutrientes digestíveis totais, 62% (MELO et al., 2003) e muito energética,
tendo alto teor de carboidratos não fibrosos, 61,79% (WANDERLEY et al., 2002). Um limitante da
cultura são os baixos teores de fibra em detergente neutro, aproximadamente 26% (MATTOS et al.,
2000).
Os cladódios são classificados como caule, suculento e com enorme capacidade de
armazenamento de água e constituídos de gemas axilares localizadas abaixo da epiderme (BARBERA
et a., 2001).
O trabalho teve como objetivo estudar características morfológicas e estruturais de cladódios
de três espécies de palma forrageira no Norte de Minas Gerias.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado no setor de Zootecnia III do Instituto Federal de Educação


Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. O clima é semiárido com estação
chuvosa compreendida entre os meses de outubro a março. A área utilizada para implantação do
experimento possui sistema de irrigação.

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Foram utilizados no trabalho três espécies de palma forrageira: Miúda, Orelha de Elefante
e Sertânia. As plantas utilizadas no trabalho foram plantadas em março de 2020. Foram escolhidas
dentro do palmal plantas bem desenvolvidas que não apresentavam sintomas de deficiência nutricional
e ataque de pragas e doenças.
As características analisadas foram: peso dos cladódios; comprimento dos cladódios; largura
dos cladódios, espessura dos cladódios e número de gemas por cladódios.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente cazualizado, com cinco repetições,
sendo 1 planta por parcela. Em cada planta selecionada foram avaliados cinco cladódios bem
desenvolvidos.
Os cladódios foram separados da planta, posteriormente foram pesados individualmente em
balança eletrônica digital de alta precisão. Posteriormente foi realizado a medição do comprimento
e largura de cada cladódio utilizando uma régua. A espessura foi determinada utilizando-se um
paquímetro, sendo a medição realizada na borda do cladódio. A quantidade de gemas em cada cladódio
foi determinada através de contagem simples.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao analisar o peso dos cladódios, observou-se que a cultivar Orelha de Elefante apresentou
media de 958,8 g por cladódio, seguido pela cultivar Sertânia 326,4 g e Miúda 280 g. Esse indicativo
é muito importante, uma vez que impacta diretamente a produção de matéria verde de cada cultivar.
Ao analisar o comprimento dos cladódios, verificou-se que a maior média de comprimento
foi verificada na cultivar Orelha de Elefante 36,4 cm, seguido pela cultivar Sertânia 29,4 cm e Míúda
27 cm. Essa observação segue a mesma tendência do peso dos cladódios, com a cultivar Orelha de
Elefante apresentando maior valor de peso e comprimento dos cladódios.
A largura dos cladódios seguiu a mesma direção, sendo a maior largura verificada na cultivar
Orelha de Elefante 26 cm, Sertânia 13 cm e Miúda 12 cm. Esses valores juntamente com os anteriores
ajudam a explicar a maior produtividade da cultivar Orelha de Elefante.
Quando analisado a espessura, verificou-se que a cultivar Sertânia superou as demais
apresentando media de 0,94 cm de espessura, seguida pela cultivar Miúda 0,92 cm e Orelha de
Elefante 0,78 cm. Embora apresente maiores valores de comprimento, largura e peso, a cultivar
Orelha de Elefante apresenta espessura menor que as demais cultivares avaliadas.
O maior número de gemas foi encontrado na cultivar Orelha de Elefante, seguida pelas
cultivares Miúda e Sertânia sendo respectivamente (49, 43 e 42,6 gemas). Vários trabalhos como
os de Moreira et al., (2021), tem utilizado fragmentos de cladódios para realizar o plantio de palma
forrageira. Quanto maior o número de gemas, maior a chance de brotação e maior o número de
fragmentos que os cladódios podem ser divididos

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 289


CONCLUSÕES
Os maiores valores de peso, comprimento, largura e número de gemas foram verificados na
cultivar Orelha de Elefante.
A cultivar Sertânia apresentou maior valor de espessura quando comparada com as demais
cultivares.
A cultivar Miúda apresentou os menores valores para todas as característica avaliadas, com
excessão do número de gemas.
Embora a cultivar Sertânica tenha apresentado valores intermediários, essa cultivar apresenta
a grande vantagem da ausência de espinhos, o que facilita o seu manejo.
As informações obtidas no trabalho são de grande relevância para a cultura da palma
forrageira, uma vez que podem subsidiar futuros trabalhos com essa cactácea, além de ser uma fonte
de informações para produtores rurais.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS

BARBERA, G.; INGLESE, P.; BARRIOS, E.P. (Ed.). Agroecologia, cultivo e usos da palma
forrageira. S.l.: SEBRAE-PB/FAO, 2001. 216p. (FAO. Estudo da FAO em Producão e Protecão
Vegetal, 132).

CAVALCANTI, M.C. de A.; BATISTA, A.M.V.; GUIM, A.; LIRA, M. de A.; RIBEIRO, V.L.;
NETO, A.C.R. Consumo e comportamento ingestivo de caprinos e ovinos alimentados com palma
alimentados com palma gigante ( gigante (Opuntia fi Opuntia ficus-indica Mill) e palma Mill) e palma
orelha- orelha-de-elefante ( elefante (Opuntia sp.). Acta Sci. Anim. Sci. Maringá, v. 30, n. 2, p. 173-
179, 2008.

MATTOS, L. M. E. de; FERREIRA, M. de A.; SANTOS, D. C. dos; LIRA, M. de A.; SANTOS, M.


V. F. dos; BATISTA, Â. M. V.; VÉRAS, A. S. C. Associação da palma forrageira (Opuntia fícus indica
Mill) com diferentes fontes de fibra na alimentação de vacas 5/8 Holandês-Zebu em lactação. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.29, n.6, p.2128-2134, 2000.

MELO, A. A. S. de; FERREIRA, M. de A.; VÉRAS, A. S. C.; LIRA, M. de A.; LIMA, L. E. de;
VILELA, M. da S.; MELO, E. O. S. de; ARAÚJO, P. R. B. Substituição parcial do farelo de soja por
uréia e palma forrageira (Opuntia fícus indica Mill) em dietas para vacas em lactação. I. Desempenho.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.3, p.727-736, 2003.

MOREIRA, J.P.; NOVAQUE, M.E.; SANTOS, F.S. Propagação de palma forrageira através do
seccionamento das raquetes. In: Seminário de Iniciação Científica do IFNMG, 9., 2021, Teófilo Otoni.
Anais…Teófilo Otoni: 2021.

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 290


WANDERLEY, W. L.; FERREIRA, M. de A.; ANDRADE, D. K. B. de; VÉRAS, A. S. C.; LIMA,
L. E. de; DIAS, A. M. de A. Palma forrageira (Opuntia fícus indica Mill) em substituição à silagem
de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) na alimentação de vacas leiteiras. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.31, n.1, p.273-281, 2002.

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MANEJO DA FORRAGEIRA (Panicum maximum) CULTIVAR BRS ZURI NO NORTE DE
MINAS GERAIS

Lucas Alves Ramos1; Fabrício Silveira Santos2; Romana Tatiane Soares Santos3

1
Graduação, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
2
Doutorado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.
3
Mestrado, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Salinas, MG.

PALAVRAS-CHAVE: Nutrição. Forrageira. Clima.


ÁREA TEMÁTICA: Tecnologia e produção

INTRODUÇÃO
O manejo das pastagens tem sido uma das ferramentas mais importantes para o estabelecimento
e desenvolvimento das forragens, uma vez que cada forrageira apresenta características morfológicas,
fisiológicas e agronômicas diferentes e que devem ser respeitadas para uma maior produção e
perenidade do pasto, além de proporcionar um melhor desempenho animal.
Pastagens bem manejadas resultam em perenidade, estabilidade e dependem de práticas como
oferta de forragem adequada a capacidade de suporte. Por outro lado, taxas de lotação inadequadas
resultam em baixo desempenho animal e da produção animal por área (GOMIDE & GOMIDE, 2001).
Os trabalhos de pesquisa relacionados ao manejo do pastejo no Brasil propiciam ferramentas para o
planejamento e execução de estratégias de manejo, que permitem o aumento da produção de forragem
e desempenho animal (DA SILVA & CARVALHO, 2005).
O manejo das pastagens juntamente com a escolha da cultivar são fatores de grande relevância
para o sucesso da atividade agropecuária. São várias as forrageiras plantadas no Brasil, entre elas
pode-se citar a cultivar Panicum maximum cv. BRS Zuri, uma forrageira de alta produção, tendo como
característica alto valor proteico, resistência a cigarrinha-das-pastagens e ao fungo foliar Bipolaris
maydis (ABREU et al. 2020).
O trabalho teve como objetivo avaliar as características produtivas do capim Zuri em função
das estações do ano.

MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi implantado no setor de Agricultura II do Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas. O clima é semiárido, com estação
chuvosa compreendida entre os meses de outubro a março. A área utilizada para implantação do

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 292


experimento possui sistema de irrigação. Foi utilizado no experimento a cultivar de capim Zuri. Essa
forrageira foi implantada em janeiro de 2020.
Para implantação, foi realizado o preparo do solo, controle de plantas invasoras, adequação
do pH e correção nutricional das deficiências minerais seguindo a análise de solo. O canteiro para
realização do experimento foi confeccionado com medidas de 1,90 x 2,10 metros, totalizando uma
área de 3,99 m2 e a semeadura foi realizada a lanço.
O trabalho teve início no dia 15/05/2021 com o corte da forrageira para a partir desta data
começar as avaliações. As variáveis avaliadas foram o intervalo de pastejo, produção de matéria
verde e matéria seca em cada corte.
O intervalo de pastejo foi determinado a partir do intervalo entre os cortes da forrageira.
Com o auxílio de uma tesoura de poda, foi realizado o corte daa forrageira, obedecendo a altura de
corte e resíduo próprios para o capim Zuri (Altura de corte 70 cm e resíduo 35 cm). Sempre que a
forrageira atingiu a altura de corte ela foi podada até a altura de resíduo. Após cada corte, o canteiro
foi fertirrigado com ureia.
Para determinação da produção de matéria verde foi utilizado o material cortado. Com o
auxílio de uma balança eletrônica digital, todo o capim cortado foi pesado logo após a poda.
Foi retirada uma amostra de trezentos gramas da forrageira para determinação do teor de
matéria seca. A amostra foi picada e colocada por 5 minutos no forno micro-ondas e ajustado para
a potencia máxima do aparelho. Ao final do tempo programado, o material foi retirado do forno,
revolvido e colocado novamente no micro-ondas por mais 3 minutos. Finalizando o tempo, o material
foi pesado, revirado e a partir daí o forno foi programado para intervalos de 1 minuto. A cada intervalo,
o material foi retirado, pesado e revirado. Esse procedimento foi realizado até que o peso do capim
ficasse constante.
Após a estabilização do peso da amostra, foi necessário determinar a porcentagem de umidade
através da fórmula: % de umidade = (PU - PS) / PU x 100, onde (PU) é o peso da amostra húmida e
(PS) o peso da amostra seca. A porcentagem de matéria seca foi determinada utilizando a fórmula: %
de Matéria Seca = 100 - % de umidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados indicam aumento da produção de matéria seca do capim Zuri ao longo dos
meses. Isso pode ser explicado em função da influência climática sobre a espécie. O trabalho teve
início no final do outono, passou pelo inverno, primavera e finalizando no verão. De acordo com
Euclides (2000), temperatura e luminosidade influenciam diretamente na produção das forrageiras.
Segundo Hodigson (1990), no inverno as gramíneas produzem uma folha por mês enquando no verão
a produção chega a uma folha por semana.
A produção de matéria seca variou pouco ao longo dos meses. Possivelmente a porcentagem
de matéria seca no capim varia mais em razão do estágio vegetativo da planta do que em função

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 293


das influências climáticas. Folhas mais novas apresentam maior porcentagem de humidade quando
comparada a folhas mais velhas.
O intervalo entre os cortes decresceu em função dos meses. O maior intervalo entre os cortes
do capim Zuri ocorreu nos meses de inverno, sendo 43 e 44 dias respectivamente de intervalo entre
os cortes da forrageira. Em alguns meses da primavera, o intervalo entre os cortes foi de 20 dias,
chegando ao final do verão com 34 dias de intervalo entre cortes do capim.

CONCLUSÕES
Foi verificado efeitos da influência climática sobre o desenvolvimento do capim Zuri em
função dos meses e estações do ano.
O intervalo de corte variou em função dos meses, essa informação é de grande importância
para se planejar a lotação de animais na propriedade.
A porcentagem de matéria seca é de grande importância para no cálculo da dieta dos animais,
no trabalho ela não vaiou muito, o que indica que a variação pode estar mais associada ao estágio
vegetativo do que às influências climáticas.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
ABREU MJI et al. 2020. Morfogênese, características estruturais e acúmulo de forragem do
Megathyrsus maximus BRS Zuri submetido a adubação nitrogenada. Boletim de Indústria
Animal, v.77, p.1-17, 2020.

DA SILVA, S.C.; CARVALHO, P.C.F. de. Foraging behaviour and intake in the favourable tropics/
sub-tropics. In: MCGILLOWAY, D.A. (Ed.). Grassland: a global resource. Wageningen: Academic,
2005. p.81-95.

EUCLIDES, V.P.B. Alternativas para intensificação de carne bovina em pastagem. Campo


Grande: Embrapa Gado de Corte, 2000. p.11.

GOMIDE, J.A.; GOMIDE, C.A.M. Utilização e manejo de pastagens. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 2001, 38., Piracicaba. Anais... Piracicaba: Sociedade
Brasileira de Zootecnia, 2001. (CD-ROM). Forragicultura. Semi 54.

HODGSON, J. Grazing management: Science into practice. Longman Scientific and Technical,
Longman Group, London, UK, 1990

ANAIS DO II CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ON-LINE) 294


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