Estudo Bíblico Crescendo em Cristo
Estudo Bíblico Crescendo em Cristo
Estudo Bíblico Crescendo em Cristo
1 - Apresentação da Bíblia
A Bíblia é um livro singular. Trata-se de um dos livros mais antigos do mundo e, no entanto,
ainda é o bestseller mundial por excelência. É produto do mundo oriental antigo; moldou,
porém, o mundo ocidental moderno. Tiranos já tentaram destruir esse livro, a sociedade
moderna reduz o seu valor, mas os crentes ainda a reverenciam. É o livro mais traduzido, mais
citado, mais publicado e que mais influência tem exercido em toda a história.
Afinal, que é que constitui esse caráter inusitado da Bíblia? Como foi que ela se originou?
Quando e como assumiu sua forma atual? Que significa "inspiração" da Bíblia? São essas as
perguntas para as quais se voltará o nosso interesse neste primeiro tema.
O que é a Bíblia?
2 Timóteo 3:16-17
A Bíblia não foi escrita com o propósito de ser um mais um livro resultado de um determinado
grupo cultural ou étnico. A Bíblia não é a descrição de uma história que não inclua a cada ser
humano que já existiu ou que ainda vá existir. O propósito da Bíblia é ser a carta de Deus para
todos os seres humanos, a fim de que “o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda a boa obra” (2 Timóteo 3:17).
Pela preocupação em dar a cada ser humano um ancestral único, Adão e Eva, a Bíblia passa a
apresentar a jornada de fuga de Deus vivida pela humanidade e a constante busca de Deus por
esse ser humano. É esse enredo e a apresentação desse Deus de amor que faz da Bíblia um
livro único.
Curiosidades!
A palavra Bíblia (Livro) entrou para as línguas modernas por intermédio do francês, passando
primeiro pelo latim biblia, com origem no grego biblos. Originariamente era o nome que se
dava à casca de um papiro do século xi a.C. Por volta do século II d.C, os cristãos usavam o
termo Palavra para designar seus escritos sagrados.
A Bíblia é composta por 66 livros. Escrita em 3 línguas: hebraico, grego e aramaico. Em torno
de 40 foram os seus autores. Indivíduos das mais diferentes profissões, de médicos a
boiadeiros, passando por reis, pastores de ovelhas, sacerdotes, políticos e pescadores. Homens
que viveram em um espaço de tempo que abrange um tempo provável de 1600 anos.
2 Pedro 1:21 –
Os homens santos são assim chamados tendo como base o conceito contextual do termo, que
quer dizer “separado para Deus”, não possuindo o sentido popular de “inerrância”, “perfeição
absoluta”, ou outros sinônimos que queiramos dar. Foram homens falhos e pecadores, que
através de sua experiência com Deus e cumprindo o propósito da Bíblia, deveriam apresentar a
pessoa de Deus e sua proposta para a vida humana as gerações futuras.
1 Coríntios 2:12-13 -
O apóstolo afirma que sua mensagem não vem de si, mas do Espírito Santo. A inspiração é
resultado da obra do Espírito Santo na vida e pensamentos do profeta, que apresentará, a
partir de seu modo de compreender a vida, a mensagem a ele comunicada. A mensagem
bíblica é ensinada ao autor, é uma informação incorporada ao seu ser, sendo revelada
textualmente conforme a vida e experiencia do autor humano, que naturalmente tentará
descrever seu conhecimento a partir de termos e palavras presentes em seu cotidiano.
A Bíblia é um livro único. Mesmo tendo sido escrito por um longo período com a participação
de tantas pessoas diferentes, o texto é um só, pois o seu autor principal, o Espírito Santo, foi o
responsável pela produção do texto. Mas, você já pensou no privilégio que é estudar a Bíblia
podendo convidar o seu autor principal para estar com você? É um privilégio que todos nós
podemos e devemos usufruir.
É necessário que aquilo que o Espírito Santo já disse através do texto me ilumine a mente, e eu
não seja enganado pelos meus pensamentos, ou por convicções que são diferentes daquelas
que realmente estão presentes no texto, pois entre mim e o texto, a verdade está no texto.
Você deseja viver uma experiência transformadora com Deus, através da Bíblia?
2 - Criação e perfeição
A Bíblia foi inspiração para muitas histórias que vem sendo contadas no mundo ocidental.
Nelas, o autor começa com uma bela descrição e uma expressão em particular: Era uma vez...
Os 3 primeiros capítulos da Bíblia começam descrevendo um mundo que nós não conhecemos,
mas ainda sentimos em nós os seus efeitos. Cada vez que choramos ou nos entristecemos,
mesmo sabendo conscientemente que esse é o final de todos os seres vivos, estamos
inconscientemente dizendo que não nascemos para morrer e nem lidar com a morte. Quando
seguimos perseguindo a beleza, o bom, o confortável, o melhor, parece que seguimos olhando
para um momento em que vivamos em um lugar perfeito, lugar esse, que o ser humano nunca
conseguiu produzir. Parece que há uma memória coletiva desse mundo perfeito.
É importante que você saiba que a história da criação é a grande base de onde se desenvolve
toda a Bíblia, especialmente, é de onde deriva a relação de Deus com esse planeta e com seus
habitantes. A partir da Criação, a Bíblia me apresenta a pessoa de Deus, seu poder e sua
autoridade (Sl 19:1; 33:6; Cl 1:16; Rm 1:20; Ne 9:6; Hb 1:10). É por conta da Criação que a
Bíblia foi escrita, é a razão pelo que Jesus veio nos salvar, e o porquê Ele tem tanto interesse
em todos os aspectos de nossa vida.
- Gênesis 1:1-5, 10 -
Nos primeiros versos da Bíblia, Deus é apresentado como o Criador, sendo essa uma definição
a respeito de Deus de seu poder e de seu ato em relação a esse mundo.
Na sequencia, o texto passa a estar preocupado com o processo criativo repetido a cada dia. E
uma mesma dinâmica é vista. Deus decide o que criar, seguindo sua lógica e ordem, fala o que
deve passar a existir, a criação acontece, Ele avalia o que foi criado, e então o texto reforça o
ciclo do tempo, tarde e manhã. Deus cria o tempo para reger a vida.
24 horas ou milênios? – Yom – Tarde e manhã, um dia após outro – yom unido a um numeral,
pelo contexto do seu uso em toda a Bíblia, indica um dia literal de 24 horas. A literatura bíblica
defende a ideia de um ciclo criativo que dura 6 dias literais.
A Criação é um ato da Divindade, do Deus triúno, Pai, Filho e Espírito Santo. Mas, é
importante frisarmos que o Deus que disse e tudo se fez, foi o mesmo que nasceu em uma
manjedoura como um bebê, que morreu em uma cruz para nos salvar! Jesus estava ali como o
personagem principal desse ato criativo, a sua relação com esse planeta é muito anterior a
encarnação, Ele é o Criador e mantenedor de todas as coisas (Hb 1:3).
Com o ser humano o ciclo natural criativo é quebrado. O trabalho de Deus agora não é de
apenas falar e tudo passar a existir. Dessa vez, Deus tem o trabalho de um oleiro, o trabalho de
sujar as mãos, formando cada detalhe, não pedindo que um subordinado o faça, mas é Deus
mesmo que molda e sopra nas narinas do boneco inerte o elemento gerador de vida. O
primeiro rosto que Adão vê é o rosto de Deus. A intimidade, o relacionamento familiar de Deus
com o ser humano se dá. Todas as vezes que o ser humano se visse no reflexo de um espelho
d’água, veria a imagem de Deus, ao primeiro casal se relacionar veriam os sentimentos de
Deus. Da mesma forma que Deus seria um sendo plural, assim também seria a humanidade a
imagem de Deus (Gn 1:27), seria um singular composto de plural, já que a imagem de Deus
seria o resultado da soma entre homem e mulher. Não haveria imagem de Deus em um
elemento separado, mas juntos seriam a plena representação de Deus e seus sentimentos.
Você gostaria de ter um relacionamento profundo com Deus, tal qual fomos criados para
viver?
3 – O pecado e as suas consequências
A partir do relato da criação a Bíblia apresenta Deus como o criador (Gn 2:7) e Dono de cada
vida humana (1 Cr 29:11-12), dono de tudo que existe nesse mundo, e por isso, aquele que
entende a melhor forma de vivermos.
Como veremos no estudo de hoje, a raiz do pecado tem a ver com a usurpação da autoridade
divina sobre a Sua criação, incluindo a vida de cada um de nós. Também veremos que essa
crise possui um motivador perigoso, que segue gerando influência sobre a sociedade desde
que pela primeira vez na história o ser humano se viu querendo ser o seu próprio deus.
Genesis 2:15-17-
A árvore do conhecimento do bem e do mal era o seu nome. Um lugar apenas. Adão e Eva
teriam todo o Éden, todas as árvores poderiam servir a eles de alimento, em todo lugar
poderiam estar, mas aquele seria um lugar restrito.
Talvez você se pergunte sobre a razão de tal árvore naquele lugar perfeito, mas aquela árvore
era o símbolo que os lembraria permanentemente que eles não eram os donos daquele lugar,
que havia um dono que definiu uma regra que deveria ser respeitada como reconhecimento
de sua autoridade.
Gênesis 2:25, O último texto que apresenta a perfeição, faz alusão a vida sexual de Adão e Eva,
logo, havia sexo no paraíso, não sendo esse o culpado da queda.
Considerar o sexo pecado, fez do ambiente familiar um lugar onde tratar desse assunto se
tornou um tabu renegado as piadas de baixo valor moral e a pornografia. O sexo foi criado por
Deus. Adão e Eva se viam nus e isso não gerava constrangimento. A pureza e santidade do
ambiente e dos seus pensamentos, somada a presença permanente de Deus, fazia do impulso
sexual naquele ambiente uma celebração a sua criação perfeita.
Nenhum animal no Éden, exceto o ser humano, havia sido criado com capacidade de se
comunicar, ou produzir pensamento lógico-argumentativo. Quando a Bíblia apresenta a
serpente mais sagaz do que qualquer outro animal, também revela um intuito ao mal. Nada no
Éden havia sido criado com sagacidade, aquele é um atributo novo. É alguém que está ali para
afastar os seres criados do modelo de vida orientado por Deus. No Éden a bondade era o
padrão de comportamento e Deus era a fonte.
O texto bíblico vai se interessar em revelar a estranheza dessa figura antinatural naquele
ambiente. Havia ali um inimigo de Deus e de todos os seres amados por Deus. E que agiria com
força para exercer domínio e controle sobre as forças presentes nesse mundo a partir do
pecado.
O surgimento do mal é um dos mais complexos temas da Bíblia. O texto não tenta explicar
como, porque o mal é simplesmente resultado da possibilidade de ele existir. Todos os seres
que foram criados por Deus, foram criados em absoluta liberdade. Para Deus, nenhum de seus
filhos estarão consigo por falta de opção, todos precisam estar por escolha, por crerem Nele,
por amarem a Ele, e assim poderem obedecê-lo.
A Bíblia não se demora em tentar explicar como alguém que vivia em um lugar perfeito e era
perfeito, passou a carregar em si maldade. Satanás estava na presença de Deus, era Lúcifer, ou
o “anjo de luz”, alguém que estava ao lado de Deus o tempo inteiro, até que exerce a sua
liberdade de pensamento e simplesmente olha para si e acredita que merece ser adorado
como Deus. A partir desse ponto ele sai a buscar convencer os anjos do céu de seu argumento.
Ele consegue convencer 1/3 dos anjos (Ap 12:10), ao fazer isso, ele aprofunda seu interesse em
revelar a sua força ante o governo universal de Deus. O pecado passa a ser o meio de Satanás
exercer influência sobre esse mundo (1 Jo 3:8). Assim, e forma o grande conflito entre Deus e
Satanás, e cada uma das minhas decisões está sendo influenciada por uma das duas forças.
Genesis 3:2-6
A argumentação de Satanás foi centrada na dúvida sobre o caráter de Deus. A busca era fazer
o ser humano acreditar que Deus os enganava e ele trazia agora a liberdade absoluta, a
possibilidade de terem tudo, não “apenas” quase tudo.
A declaração de Deus era de que quem comesse da árvore morreriam, mas a serpente estava
na árvore e agora falava, algo que nenhuma outra serpente jamais havia feito. A cena era um
convite à queda.
O pecado é resultado da certeza humana de que Deus está errado e satanás está certo,
somado ao desejo implementado pelo inimigo de que podemos ser deuses, e que não nos
bastava sermos criados a imagem e semelhança de Deus. Adão e Eva revelaram que estavam
contaminados com a mesma essência do inimigo de Deus.
Em hebraico, as palavras nudez, aurum, e sagaz, airim, não são usadas à toa. Elas possuem a
mesma raiz. O texto está tentando indicar que a partir desse ponto o ser humano perdeu a
imagem de Deus e por consequência passaram a se parecer com satanás (Gl 5:19-21). O ser
humano se viu maldoso, perverso, tal como a serpente. O corpo agora era um problema, era
uma fonte de tentações, um chamado ao descontrole, a mente humana já não possui mais
controle natural. O domínio próprio já não é uma característica natural (Gl 5:22-23).
A imagem de Deus (Gn 1:27) trazia consigo o caráter de Deus, seus sentimentos, sua
eternidade. Em um jogo de palavras possivelmente percebido na língua original, a Bíblia
aponta a deterioração imediata dessa imagem como o primeiro grande resultado do pecado,
sentido imediatamente no homem.
Genesis 3:8 aponta que a crise pós pecado atinge todos os níveis da vida dos seres humanos. O
segundo elemento a se deteriorar é a saúde psicológica desse indivíduo. O medo é uma
realidade anormal. O terceiro elemento deteriorado é o relacionamento com Deus. O ser
humano foge do seu Criador, do seu Pai, tem medo das consequências do seu pecado.
Genesis 3:17, o quinto efeito do pecado sobre a humanidade é em sua relação com o sustento.
A terra não é mais uma parceira. Tudo funcionava perfeitamente. A terra oferecia seu sustento
ao homem como um simples resultado consequente das regras naturais. Agora o esforço, o
suor, a luta, são acrescentadas a simples busca pela sobrevivência de cada ser humano.
A humanidade era então composta por dois indivíduos, os pais de todos os seres humanos que
naturalmente multiplicaram a distância e inimizade com Deus. Assim, todo o ser humano é
nascido em separação natural de Deus (Is 59:2).
Genesis 3:9
Deus se põe a buscar esse ser humano. Deus não admite que seus filhos permaneçam em uma
realidade caótica. Deus busca os seres humanos, e espera a resposta. Nesse lugar Deus se
encontra, figurativamente, até hoje.
Nosso próximo estudo, vamos ver como essa busca de Deus em se aproximar dos seres
humanos deu a todos nós esperança e misericórdia.
4 – CORDEIROS, SACRIFÍCIOS E SALVAÇÃO SUBSTITUTIVA
O que você seria capaz de fazer por amor? Loucuras de amor ficaram populares algumas
décadas atrás em nosso país. Pessoas eram capazes de constranger a si e ao outro na busca de
demonstrar a quem quisesse ver o tamanho dos seus sentimento pela pessoa amada. Não
parecia haver limite. O triste era por vezes saber que esses relacionamentos acompanhados de
tanta pirotecnia não duravam muito. Para muitos, parece que o amor não consegue durar as
muitas dificuldades que todo relacionamento naturalmente vive.
O pecado trouxe uma tremenda crise para o relacionamento entre Deus e os seres humanos.
As características sentimentais e morais que identificavam o ser humano com Deus, agora não
existiam mais. O ser humano era parecido com o inimigo de Deus. Mas, diferente do amor
vivido por tantos em nosso tempo, o amor de Deus persiste e insiste. Deus imediatamente
apresenta um plano que ofereceria aos seus filhos a possibilidade de voltarem a Ele, mesmo
em um ambiente afetado pelo pecado. O ser humano poderia agora experimentar a
misericórdia e a graça do maravilhoso Pai de amor.
No meio da lista dos efeitos do pecado, há uma promessa. Você entende o que ela significa?
Genesis 3:15
O Senhor está prometendo colocar o plano da salvação em ação. Antes mesmo de haver
pecado, o céu havia decidido que haveria um modo de salvar o ser humano, caso ele viesse a
se rebelar e desobedecer (Ap 13:8). A promessa de um pisador de cabeça de serpentes, é a
primeira promessa de salvação eterna oferecida ao ser humano. Essa proposta de salvação é
imediata após o pecado. Deus decide que não poderia deixar o ser humano nem um segundo
se quer sem esperança!
Quando Adão e Eva pecaram, ao se esconder de Deus usaram folha de figueira para cobrir
sua nudez (Gn 3:7). Mas, folhas murcham rápido. Deus precisa dar a eles uma roupa
duradoura. O que Deus fez?
Genesis 3:21
Deus oferece um meio de cobrir a nudez. A nudez que era a primeira característica afirmativa
que o ser humano havia perdido a imagem de Deus e ganhado as características de Satanás.
Não há como fazer roupa de pele de animal sem matar um animal. É possível que Adão e Eva
tenham se deparado com a consequência mais dolorosa do seu pecado. A necessidade de tirar
a vida de um animal para resolver um problema que eles criaram. O princípio da substituição
se apresentava ali. Alguém precisando morrer para que eu receba um presente que eu não
mereço.
Qual era o símbolo de que os homens do passado queriam estar com Deus? Como revelavam
sua fé?
Genesis 8:20-21
O altar de sacrifício se torna em um símbolo de paz com Deus e desejo de retornar ao Éden.
Cada patriarca, cada homem de Deus, junto com sua família, usaria o altar como símbolo da
aceitação de sua oferta eterna de salvação. Era o modo de atestar a crença que o Senhor os
amava e que tinha interesse em continuar sendo gracioso e misericordioso.
Êxodo 12:2-11
A primeira Páscoa. Páscoa significa libertação. Israel era escravo no Egito a mais de 400 anos.
Era um povo que já havia se esquecido como era ser povo de Deus. Deus não pede deles nada
além de um sacrifício de fé, para que pudessem experimentar a libertação. Deveriam celebrar
antes da libertação ocorrer de fato. A Páscoa é a celebração da liberdade por meio do sangue
do Cordeiro. O povo não merecia liberdade, a liberdade é resultado do sangue derramado.
Já no deserto, diante de tantos defeitos de caráter apresentados pelo povo, Deus oferece um
meio de perdoar e purificar o povo. O que Deus pede?
Êxodo 29:38-46
O cordeiro era o meio do perdão e a declaração de Israel de que se continuava a crer em Deus
em sua soberania, poder e misericórdia. Deus não poderia habitar no meio deserto (Ex 25:8) se
o povo não escolhesse ser o seu povo. Revelam isso através do processo do sacrifício contínuo.
Não era um meio para aplacar a ira de Deus, mas um símbolo de uma aliança já firmada. Tudo
começaria com a fé. O altar e o cordeiro materializariam a fé.
Hebreus 9:22
O pecado exige morte. Deus havia avisado Adão e Eva disso, quando os avisou a não comerem
do fruto. Se comessem certamente morreriam (Gn 2:16-17). Assim sendo, a morte é o
resultado natural (Rm 6:23) da queda. A esperança para cada pecador é a substituição. Cada
sacrifício feito no Antigo Testamento tinha seu valor na promessa na vinda do descendente
que pisaria a cabeça da serpente e libertaria toda a raça humana. Mas, é importante eu lhe
dizer que Deus não tinha prazer na morte de animais (1 Sm 15:22). Aquele era um sistema que
tinha o propósito de ser chocante, que causasse no pecador repulsa pelo verdadeiro
responsável por aquela morte: o pecado. Deus queria que o ser humano se afastasse do
pecado, Deus queria e quer que seus filhos voltem a parecer com Ele.
Em um cordeiro não há nada de diferente. Não há poder de gerar salvação. Quem cada
cordeiro representava?
João 1:29
Jesus é desde o início de seu ministério identificado com o Cordeiro substitutivo. Mas, isso já
indicava que sua experiência nesse mundo seria também de sacrifício.
Isaias 53:3-8
O que deveria ser meu sofrimento, Cristo sofreu. A Bíblia inteira aguardava quem fizesse a
morte de cordeiros fazer sentido definitivo, Cristo faz tudo ter sentido. Assim, a morte de Jesus
não é um crime cometido por romanos e judeus, mas uma escolha Dele de morrer pelos meus
pecados, pela minha culpa para que eu tivesse esperança!
Cristo é o cordeiro de Deus, o Salvador dos que sacrificavam cordeiros e de nós. Mas, como
posso experimentar essa salvação? Essa libertação do poder do pecado?
Você crê?
5 – Quem é o Salvador?
Histórias de super-heróis são amadas por pessoas de todas as idades. São histórias que
tendem a apresentar a esperança através da intervenção daquele indivíduo dotado de poderes
especiais. Em toda a estória, os leitores ou espectadores ficam ansiosos para verem o
momento em que o super-herói vai derrotar seu arqui-inimigo, e declarar o mundo livre
daquela personificação do mal. Mas, nas franquias de super-heróis, não importa o quanto se
lute, sempre haverá um novo arqui-inimigo, sempre haverá mais gente sofrendo, nunca haverá
paz. Não é essa a história do Super-Herói da Bíblia.
Jesus Cristo é o centro da Bíblia. Sobre Ele o Antigo Testamento profetiza, são as suas palavras
e os seus efeitos que formam o Novo Testamento. Não houve, nem nunca haverá alguém
como Jesus.
Filho de Deus, Deus eterno, mas encarnou-se em carne humana, por obra do Espírito Santo.
Andou nas estradas empoeiradas da vida humana, mas é o Rei do Universo. Um milagre
ambulante, a Glória do céu entre os seres humanos. Cristo é o nosso tema de hoje.
Quem Jesus é?
Deus encarnado. A Bíblia não se demora em explicar como isso foi possível, mas revela a
encarnação como modo de gerar na humanidade a compreensão do valor da cruz. Ali,
pendurado na cruz não estava um visionário reformador, um revolucionário social, ali estava o
Rei do Universo cumprindo a sua missão de reaproximar do céu os filhos que estavam longe do
Pai. Através de sua vida perfeita também revela o caráter da Divindade (Hb 1:1-3). Deixa claro
que muito do que se disse a respeito de Deus séculos antes e séculos depois são equívocos. Em
Jesus havia justiça e graça convivendo.
Cristo continuou a obra de Deus iniciada em Genesis 3:9. Ao andar pelas ruas em que Ele
andou, Cristo buscava gerar a reconexão do pecador com o céu. Através de cada ação em
busca dos seres humanos sofredores de seu tempo, Cristo revelava o Pai.
O salário do pecado é a morte. É importante lembrar isso. Cristo nasceu de Maria, andou nesse
mundo, chamou a atenção das pessoas para si, para mostrar a todos a cruz. Na cruz Cristo é
moído, traspassado, ferido, em nosso lugar. A dor deveria ser a consequência final do nosso
pecado, mas o Pai lançou sobre as costas de Jesus a pena por cada pecado por todos nós
cometido. A Graça que me livra do efeito final do pecado, não exclui o fato de que o pecado
exige condenação. O nosso pecado levou Cristo a cruz.
Mas, não permaneceu ali. O terceiro dia ressuscitou. Tendo ressuscitado nos ofereceu a
certeza de que nossa pena está paga e podemos nos reaproximar do Pai.
Na luta contra o pecado, o que Cristo, por meio do seu exemplo, me ensina a fazer?
Jesus nos mostrou como lutarmos nossas batalhas contra a tentação. A batalha de Cristo
contra satanás diante de 40 dias de fome, fragilizado ao extremo, revela que é por meio da
Bíblia que podemos manter a nossa mente firme contra as sugestões do inimigo. Importante
comparação a ser feita com Adão e Eva. Cristo vence por não ter duvidado das palavras do Pai
que dias antes havia dito reafirmado: “Tu és o meu filho amado em quem tenho prazer!” (Lc
3:22). Assim, Cristo nos ensina a lutarmos contra o pecado.
Você sabia que Jesus fez isso tudo por que Ele se importa com você? Por que Ele quer te dar
paz?
João 14:27
Você quer ter essa paz? A paz de saber que tudo o que você fez de errado já foi pago, que você
não precisa mais se culpar, pois o Senhor já te perdoou e agora você pode ter paz com Deus.
Basta crer.
6 – TEM CERTEZA QUE EU SOU PECADOR?
É possível que em algum momento você já tenha se perguntado isso: “Mas, eu sou pecador?
Soou uma pessoa boa. Só quero ser feliz. Será que é pecado ser feliz?”
Pensa comigo. É possível que você conheça alguém que tenha diabetes. Você sabe que um
diabético não pode comer açúcar, isso pode gerar risco de perder a vida. Mas, doce é uma
delícia, não é? É difícil alguém comer doce e isso não gerar uma sensação prazerosa. Mas, o
diabético pode?
Por isso quando falamos de pecado, não falamos de coisas que são a nós prazerosas, mas sim
de coisas que podem, mesmo serem prazerosas nos gerarem dores e sofrimentos que podem
nos colocar em risco imediato ou em algum momento ser gerador de enorme sofrimento.
Pecado, sou eu dizendo para Aquele que me criou e sabe exatamente o propósito da minha
existência, que eu sei o que é melhor, que as minhas ideias para mim são as melhores. Sob o
ponto de vista bíblico, esse é o caminho do desastre.
O pecado gera todos os nossos problemas. Mas, quem dá o passo em busca da solução desse
problema?
Genesis 3:9
Quem se move para resolver o problema do pecado é Deus. Mesmo o ser humano percebendo
que o pecado causou a ele danos irreversíveis, isso não produz no ser humano o desejo de ser
diferente, ou mesmo o desejo de voltar para Deus. O passo de Deus indo ao encontro do
pecador é um ato recorrente de Deus. Se Deus não se mover em direção ao pecador, o ser
humano não possui nenhuma esperança de aperfeiçoamento, melhora moral e salvação.
Os efeitos do pecado são muitos, mas possivelmente o mais severo seja o desejo de se libertar
do governo de Deus e de suas influências, assim se afastando do bem e do amor.
O pecado me separa de Deus por uma decisão de minha parte. Na medida que declaro
independência de Deus, o Senhor me permite viver como escolhi viver, separado Dele. Isso
não significa abandono (Sl 139), na verdade o Senhor vai atrás do pecador com ainda mais
vigor (Rm 5:20).
A realidade humana é que somos pecadores antes de cometer pecado. Sou pecador por
estado. A ideia do apóstolo Paulo é de que nascemos com o pecado implantado em todos nós
e mesmo antes de praticarmos qualquer ato descontrolado, esses atos já estavam em mim, me
tornando um pecador mesmo que eu não cometa nenhum desses pecados. Ter o pecado em
mim iguala a todos nós, crentes e não crentes: todos somos pecadores (Rm 3:23).
Somos também pecadores ao deixar de fazer o bem que deveríamos fazer. Sendo assim, o
pecado não é resultado apenas da ausência de domínio próprio resultando em fazer o que não
deveria ser feito, mas também a inanição também é pecado a ausência de um comportamento
proposto por Cristo, tal como “amar o próximo como a si mesmo”é pecado.
Resumindo, o que é pecado?
- 1 João 3:4
Essa é a mais conhecida definição de pecado. Não fazer o que o Senhor me manda fazer,
quebrar sua lei, ou seja descumprir suas ordens de aplicação universal. Se encaixam no
conceito de Lei, todas as ordens bíblicas que possuem sua aplicação além do contexto
imediato, ou além das circunstâncias específicas em que vivia o povo de Deus, ou o
proclamador dessa lei.
Êxodo 20:3-17
Escrita com o dedo de Deus, a lei de Deus me acusa, me revela o pecado, me faz correr para
Jesus para encontrar perdão, mas também poder para lutar contra o pecado, decidindo ser fiel
a vontade de Deus.
O código universal, o grande raio-x da vida para todos os seres humanos. Os dez mandamentos
são um grande resumo de todo o padrão divino. Um conjunto de regras que me ajudam a
entender o que fazer a partir daqui. Conhecer a lei me dá a chance de reorientar a minha vida.
Me retira do ciclo natural e me propõe um novo caminho de vida.
Os quatro primeiros mandamentos, são modos de entendermos o que é “amar a Deus sobre
todas as coisas”, os seis últimos me ajudam a viver o que é “amar ao próximo como a mim
mesmo” (Mt 22:36-40). Os dez mandamentos resumem todas as outras leis, de valor eterno,
presentes na Bíblia.
Qual seria a correta motivação para desejar ser obediente e iniciar a luta contra o pecado?
Por amar a Deus e por crermos que em Jesus, pelo poder de sua graça, podemos viver uma
vida nova.
Lutar contra o pecado é saber que eu fui criado para outro modelo de vida, para ter Deus
como Pai, para agradá-lo, para ser Dele. É uma decisão que só eu e você podemos tomar. Ela é
individual e intransferível.
7 - PASSOS PARA O SALVADOR: Bondade, Misericórdia e Arrependimento
Imagine que você esteja se afogando. Mas, você não está sozinho, tem alguém te jogando uma
boia, ela pode salvar a sua vida, ela fará você parar de se afogar. Você olha a boia e diz: o que
eu faço agora? Deveria ser óbvio, me agarrar a ela. Não é?
Para muita gente, mesmo com a boia, mesmo com inúmeras boias sendo jogadas todos os
dias, duvidamos das intenções e propósito de quem me joga as boias. Muitos estão se
afogando por não confiarem na oferta de salvação que o Senhor nos apresenta. Não confiam
em Deus, não confiam em suas intenções e tem uma enorme dificuldade em compreenderem
o que é a boia. Muitos até já se acostumaram com o sofrimento do afogamento. Não
nascemos para o desespero e desesperança. O Senhor está jogando boias em nossa direção.
O olhar de Jesus para Pedro mesmo após Pedro ter caído onde Jesus disse que ele cairia não
fez Cristo deixar de amar o discípulo e se interessar para que ele abandonasse a sua rebeldia,
se arrependesse e mudasse de vida.
Diante da mulher pecadora, prestes a ser assinada por seu pecado, Cristo revela a plenitude
dos seus desejos e sonhos para a vida de cada ser humano: oferecer perdão e dizer “vá e não
peques mais”!
Cristo olha dois indivíduos se “afogando” e lança a “boia” graça. Esse é o modo de Cristo lidar
com cada pecador. Incluindo eu e você.
O que eu preciso viver para ser perdoado? Como me agarrar a “boia” da graça?
Lucas 5:31-32
O arrependimento é o meio para que minha vida comece a mudar. Quando me arrependo, o
Senhor no céu me declara justo e a partir desse ponto, passo a receber sobre mim a influência
do Espírito Santo me chamando a andar em santidade junto com o Senhor.
Antes de conseguir me arrepender, Deus está me apresentando quem Ele é. O que Ele tem
me mostrado?
É a universalidade da bondade de Deus que atrai a mente dos seres humanos a Ele.
Lamentações 3:22-23
É através do tempo que conheço a bondade de Deus, entendo quem sou, e assim passo a ter a
possibilidade de me arrepender.
Cada dia que vivemos nesse mundo não é parte de uma realidade natural apenas. Cada dia é
um presente da misericórdia de Deus para cada um de nós como uma oportunidade para que
conheçamos a Sua bondade e nos arrependamos, experimentando por fim paz e salvação.
Davi, depois de compreender o quão pecador era depois de cometer uma série de crimes, vai a
presença de Deus e ora com humildade. A oração é meio que tenho de ir a Deus e dizer como
eu realmente me sinto diante do meu pecado. É através da oração que peço perdão sincero a
Deus. O melhor é que para vivermos essa experiência não precisamos de ninguém além de nós
e de Deus. Podemos fazer essa oração em qualquer lugar. Ele vai nos ouvir e vai nos perdoar!
Somos feitos servos da justiça, entregando-nos ao Senhor para sermos obedientes a Ele por
amor. O arrependimento genuíno é a compreensão que o que fazia de errado era realmente
ruim e não quero mais repetir os mesmos erros. Então, por amor a Deus, sou chamado a uma
vida nova.
8 – Graça Completa
Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus e comeram do fruto geraram em todo esse
mundo, incluindo em seus corpos e mentes, uma severa mudança. Tudo foi tremendamente
afetado. Todas as relações existentes nesse planeta foram transformadas para pior. Todas as
crises em todos os níveis que vivemos hoje apontam a necessidade de uma transformação
absoluta.
O Senhor Jesus, ao vir a esse mundo, veio oferecer ao ser humano a Sua Graça, um caminho de
volta a perfeição, um caminho de redenção que envolveria a tudo que envolvesse o ser
humano. É sobre essa Graça completa e sua abrangência que estudaremos hoje.
Romanos 5:1-5
Justificação é o remédio que o Senhor me oferece como vitória sobre o meu pecado. Mas, essa
justificação é uma declaração no céu que se aplica em minha vida através do tempo, onde
cada experiência da vida vai me provendo crescimento. Justificação é a resposta de Deus para
a oração sincera de cada pecador. O instrumento para essa justificação é a fé no sacrifício de
Cristo.
A Graça é poderosa para me matar. Matar elementos da minha natureza, mais alinhados a
satanás do que a Deus. A novidade de vida que Deus quer me conceder, é derivada do poder
da declaração de salvação que a justificação me oferece. A Graça não é um cheque em branco
para pecar sem dor na consciência, na verdade, é a minha chance de começar a me limpar, é
retornar, lentamente, pouco a pouco, ao Éden, ao caráter de Adão e Eva antes da queda. A
Graça é um atalho para retornarmos ao Éden.
O pecado se torna um inimigo, não uma visita prazerosa. Eu passo a lutar contra ele porque ele
é a marca da minha filiação com outro pai, que não é Deus. Lutar contra o pecado é continuar
reafirmando de quem eu sou filho e de quem quero permanecer filho.
A mesma cruz que me comunica salvação, comprou para Deus outra coisa. O que é?
1 Coríntios 6:19-20
O Senhor não comprou para si apenas a minha espiritualidade e o que a envolve. Cristo
também comprou o meu corpo na cruz. Todos os elementos presentes nele. O contexto da
afirmação de Paulo era para uma igreja que vivia em total depravação sexual e alimentar.
Paulo argumenta a posse do Senhor sobre o meu corpo para deixar claro que os meus desejos
mais mundanos, ou físicos também devem ser transformados pela novidade de vida que a
graça me propõe.
1 Coríntios 15:35-45
O Senhor me levará para o céu em corpo, restaurado, mas será essencialmente esse corpo. O
primeiro Adão trouxe a destruição do corpo e o sofrimento, o segundo Adão, Cristo, propõe,
por meio de seu sangue a possibilidade de todo aquele que nele crê experimentar a segurança
da ressurreição física, o momento em que o nosso corpo mortal será aperfeiçoado, deixará de
ser corruptível para se tornar perfeito em todos os sentidos.
Importante!
Levítico 11
Regra de alimentos puros e impuros. Deus criou meu corpo, e quer redimir minha vida como
um todo, me conduzindo a uma vida absolutamente orientada por Ele. Deus sempre se
preocupou com a minha saúde física. Não há como ter saúde espiritual adequada se mente e
corpo estiverem doentes. Por isso, em Levítico 11, o Senhor deixou escrito uma lista de
alimentos que podem me fazer mais mal do que outros. É importante eu te relembrar que
Deus é o Criador do nosso corpo, logo quem sabe adequadamente como deve funcionar e o
que pode fazer muito mal para esse funcionamento.
1 Coríntios 10:31
Faço tudo, em todas as áreas da minha vida para a glória de Deus, pois todos os aspectos da
minha vida foram comprados por Deus, para que eu viva a cada dia o caminho de volta para a
perfeição, perfeição essa sempre norteada pela vontade de Deus. A perfeição continuaria
desde que o ser humano se mantivesse fiel a vontade de Deus.
O Espírito Santo está entre nós, agindo em nós para a realização de todas essas
transformações. O que Ele também fará?
O ser transformador é o Espírito Santo. Muda meus sentimentos completamente. Meu modo
de enxergar a vida.
O Espírito Santo todos os dias vai nos chamar a essa experiência de decidir ser filho de Deus,
buscar viver a vontade de Deus em tudo. Santidade é a dedicação de tudo a Deus. Ser filho de
Deus é a consequência dessa obra de transformação em Cristo e no Espírito Santo. Ser filho, na
Bíblia, quer dizer semelhança. O Espírito Santo quer nos fazer semelhantes a Deus em todas as
áreas. É um retorno ao Éden.
Essa jornada em busca da santidade é uma estrada de altos e baixos. Muitas quedas virão.
Muitas decepções ao vermos que não estamos sendo tudo o que gostaríamos. Isso é
normal?
Com Jesus, a restauração é possível. A nossa vitória é derivada da presença de Cristo comigo e
em mim. A minha perfeição, minha transformação, tudo em mim pode ser melhor, mais
próximo da vontade de Deus se eu estiver em Cristo. O Espírito Santo é Deus entre nós
fazendo essa conexão com o céu.
Romanos 12:1-2
O sacrifício vivo! A entrega de tudo para viver a vontade de Deus em tudo! Uma entrega
consciente.
1 João 2:3-6
Mateus 12:9-13
Os religiosos do tempo de Jesus não haviam entendido o propósito do sábado. Entendiam que
fórmulas humanas quanto ao sábado eram mais importantes do que o atender as
necessidades de alguém que sofre nesse dia. Jesus os ensinou que o sábado deveria ser o dia
de demonstrar amor as pessoas, me dedicando as muitas necessidades das pessoas que estão
ao meu redor.
O sábado, além de ser o dia de fazer o bem, também deveria ter outro significado. Qual
seria?
Paulo remete a criação e ao descanso de Deus, Adão e Eva ao ver que tudo era muito bom.
Deus, Adão e Eva descansaram pela paz da certeza de que tudo estava perfeito, que tudo que
era necessário para a vida na Terra já estava pronto. Agora, Paulo olha para a salvação em
Cristo e declara que tudo o que eu preciso para me salvar está a mim oferecido, e pela fé
podemos entrar no descanso da salvação, pois a vida eterna a nós oferecida é real. O sábado
se transforma em uma lembrança semanal do descanso eterno. É um dia da eternidade que
viveríamos a cada semana, uma lembrança semanal que um dia viveremos em um lugar
perfeito, governado por Deus.
Quando o sábado começa a ser guardado então?
Genesis 2:1-3
O sábado é criado como o dia da celebração. 24 horas abençoadas e separadas para Deus.
Seria um santuário no tempo, Deus habitando o tempo para estar comigo onde eu estiver, me
dando a presença Dele, ressignificando a minha vida, me lembrando que sou criatura, que sou
dependente, que sou frágil, mas que tenho um Criador, Todo Poderoso, que se preocupa
comigo.
Com uma rotina totalmente diferente da que vivo nos outros dias da minha semana. Não
trabalho para mim, me dedico aos outros. Eu deixo de ser minha prioridade. Descanso nesse
dia de minhas preocupações usuais pela fé. Creio no Deus que me sustenta. Me entrego a
Deus nesse dia, carregando em mim, pela guarda desse dia, o símbolo para quem quiser ver,
que eu sou de Deus.
Receber o presente do sábado é uma questão de fé, não no sábado, mas em Deus. Há
alguma promessa especial para aqueles que separam esse dia para Deus?
Isaias 58:13-14
O Senhor está nos dando subsídios para crermos. As suas promessas nos amparam e sou
convidado a não temer, mas experimentar o privilégio de poder me dedicar aos outros, a
minha família, a mim mesmo, mas principalmente a Deus.
A Graça que me convida a ser obediente, me convida a por amor a Deus guardar o sábado para
experimentar descanso completo, um dia de fazer o bem, um dia de outra rotina, um dia de
paz celestial, o dia separado para Deus. Usufrua esse presente!
10 – GRAÇA TRANSFORMADORA
Mas, ao Cristo nos revelar a Sua Graça, passamos a conhecer a restauração completa em todos
os níveis. Hoje vamos estudar como a Graça formou um ambiente gerador de transformação e
capaz de restaurar as relações humanas.
Em Cristo e na comunidade de fé por Ele inaugurada e desenvolvida por seus apóstolos, uma
nova filosofia de vida deveria ser implementada, o fim das barreiras étnicas como modo de
construir valor. Agora, toda a terra é convidada a ser parte das promessas bíblicas antes
restritas a apenas Israel. O povo de Deus, em Cristo, se une em um só, judeus que aceitam
Jesus e todos os outros povos, não importando a nacionalidade ou religião, aceitando a Jesus,
passam a compor esse único povo, onde Cristo é o Rei de todos, e o céu é a nova pátria.
Eram da Europa, da Ásia e da África. O cristianismo nasce como uma religião multicultural,
mundial, com um Evangelho capaz de oferecer salvação e restauração a todas as pessoas. A
ideia moderna de um cristianismo como uma religião euro centrada é um equívoco bíblico e
histórico. O cristianismo é a resposta do Senhor para todos os povos.
Atos 2:42-47
A Igreja foi criada para ser esse ambiente de restauração econômica, emocional, familiar. A
igreja estava junto, a cada dia, e a cada dia viam o Senhor aumentar a Igreja. Mesmo que o
tempo possa ter feito o cristianismo se perder, é dever te dizer que é para esse objetivo que
precisamos retornar. É para esse rumo que a Comunidade Adventista do Tatuapé sonha em
retornar e ver o Senhor nos usar na obra de restaurar o nosso ambiente.
Para que a Igreja deveria crescer?
Cristo veio a esse mundo nos dizer como deveríamos viver. Os discípulos foram assim
chamados porque se pareciam com Ele. A ordem de Jesus foi que cada discípulo deveria
multiplicar a Sua obra pelo mundo, multiplicando as suas características. O grande desafio de
cada membro da Igreja é ser semelhante a Jesus e por consequência gerar influência em seu
ambiente para que essa mesma semelhança com Jesus possa ser multiplicada tal qual no início
do cristianismo. É por isso que a Igreja prega, ensina e estudos como esse são preparados.
O ser humano não foi criado para a solidão. Deus disse que não era bom que o homem
estivesse só. Por quê?
Eclesiastes 4:9-12
A grande ideia por trás das comunidades de fé está apresentada no texto acima. É no grupo
que encontramos força. Ter a Jesus no coração significa valorizar a força que os
relacionamentos podem gerar, tanto a mim, como também as pessoas com quem me
relacionar.
João 17:16-26
Especialmente com a Igreja, a unidade desse grupo, afirmaria a divindade de Jesus, seria a
grande manifestação pública do milagre da Graça.
Pelo poder do Espírito Santo, o que cada membro da Igreja deve ter?
1 Coríntios 12:8-11
Todos recebem dons espirituais com o dever de servir ao mundo. Cada um passa a ter a
capacidade, junto com os seus irmãos, de apresentarem o poder restaurador da Graça.
Mateus 24:14
No nosso próximo estudo entenderemos melhor sobre esse ambiente antes do fim e o que
seria o fim do mundo na Bíblia.
11 – SECANDO GELO
Talvez não exista algo aparentemente mais inútil do que secar gelo. Gelo é feito de água, se
está derretendo quer dizer que em breve não haverá mais gelo, apenas água. O ato de secar
remete a ideia deixar um ambiente sólido livre do incômodo da umidade, uma busca por
resolver um problema. Mas, e se eu te disser que é nosso dever secar gelo?
Nosso estudo de hoje vai analisar a realidade desse planeta e o seu fim irremediável, isso
comparado ao nosso último tema faz com que a Graça Transformadora pareça secar gelo, mas
se a minha ação conseguiu melhorar a vida de uma pessoa, todo o esforço junto com o Espírito
Santo, compensou. Mas, é importante você compreender isso, não conseguiremos fazer desse
mundo um paraíso. O sofrimento será uma constante cada vez mais comum. Esse é o nosso
tema de hoje.
Qual será o futuro de todas as coisas que hoje vemos em nosso planeta?
2 Pedro 3:7
É nosso dever lutar por um mundo melhor e mais justo, com a natureza preservada, com
pessoas vivendo de modo digno, possuindo o básico para isso, no entanto, é importante que
eu me lembre que o final de todas as coisas que existem aqui nesse mundo, com exceção dos
salvos em Cristo (1 Ts. 4:13-17) será o fogo.
Como já lhe disse, mesmo que tudo aqui melhore, a maldade permeada em todas as coisas faz
com que seja necessário com grande urgência que os filhos de Deus se apresentem. Em sua
missão, mais do que melhorar a vida de todos aqui e agora, o desafio é aproximar todas as
pessoas de Deus, por meio do amor, para que ao verem Cristo em nós, aprendam sobre Cristo
e escolham a Cristo para sua salvação pessoal.
A perspectiva bíblica não é positiva. Mas, é dever de todo aquele que crer em Jesus resistir e
persistir em amor, na busca de melhorar a vida das pessoas, na busca de salvá-las para Cristo.
Perseverança é a marca do salvo.
2 Pedro 3:11-13
Santo procedimento e piedade – Uma vida semelhante à de Jesus – Mas, só seremos saciados
de nosso desejo por perfeição e paz, quando chegarmos no céu.
Todos os nossos sonhos de um mundo perfeito existem porque nascemos para viver na
perfeição. É o seu desejo “secar gelo” enquanto se prepara e prepara outros para a
eternidade?
Filipenses 3:20
O nosso desejo pela perfeição será saciado na pátria dos filhos de Deus!
Mas, talvez você esteja se perguntando: Quando essa pátria chegará? De que forma chegará?
Como será a vida lá? Esse é o tema dos nossos próximos estudos.
12 – A Maior Esperança Cristã
Jesus volta por três motivos basicamente: Primeiro, ver o resultado do seu trabalho como
nosso Salvador, através das vidas transformadas e mais semelhantes a Ele. Segundo, tendo
como base as escolhas individuais de cada ser humano, o Senhor Jesus vem retribuir cada um
segundo as suas escolhas, os que escolheram salvação, recebem Dele o galardão da vitória, a
vida eterna, os que rejeitaram a salvação terão o mesmo fim do pecado, serão em algum
momento destruídos eternamente. Por fim, Jesus volta também para devolver a vida aos que
morreram Nele, ressuscitando esses indivíduos em corpo glorioso, perfeito, sem marcas do
pecado, fazendo a mesma transformação com os que estiverem vivos no momento da volta de
Jesus. A volta de Jesus inicia uma nova história para todo o universo.
Vida – Genesis 2:7 – A vida só é possível na soma entre o barro, a matéria física, e o
fôlego de vida, dado por Deus, que não possui nenhuma consciência. A vida consciente
e ativa na Bíblia é resultado dessa soma.
Morte – Eclesiastes 9:5-6; Marcos 5:35-43 – Jesus compara a morte como um sono
porque do mesmo modo que quando estou dormindo, na morte o ser humanos entra
em um estado de total inconsciência, não sabendo de nada que acontece ao seu redor.
Morte é a separação de matéria com o fôlego de vida.
Ressurreição – João 11:25; 1 Tessalonicenses 4:13-17; 1 Coríntios 15:38-43 – A
ressurreição é o retorno a vida da única forma bíblica de vida, a forma corpórea. Na
ressurreição do momento da volta de Jesus, os corpos que sairão dos túmulos serão
corpos glorificados sem marcas do pecado e sem tendências ao mal.
Jesus termina a sua revelação ao apóstolo João, na Ilha de Patmos, dando um alvo, uma
expectativa, que deveria ser encarada por cada leitor não importando o momento em que
vivesse como um fato a ser vivido a qualquer momento. Cristo implanta no coração da Igreja a
certeza do seu retorno, como também um perene sentimento de urgência. Décadas antes, o
mesmo João que ouve do Cristo glorificado que Ele voltaria, também ouve a promessa das
moradas eternas para todos os seus filhos. É importante eu te dizer que centenas de outros
textos poderiam se somar a esses tais como: Mc 13:26-27; 16:27; Lc 21:27,34-36; Mt 24:23-26,
42.
A Bíblia apresenta o momento da volta de Jesus como um momentos visível, audível, glorioso
e mundial. Em um mesmo momento, todos O verão. Ele reunirá salvos de todos os cantos do
planeta, todos serão recebidos por ele nas nuvens para nunca mais se separarem do seu Rei!
Como ficará o mundo após a volta de Jesus? Para onde vão os salvos? E os perdidos?
Jesus voltou. E agora? O que acontece com o mundo? Onde estão os salvos? Esse mundo
continua existindo como desde sempre? Esse estudo é baseado na compreensão teológica de
que a volta de Jesus é o início de uma nova história que será concluída com a total recriação
desse planeta com a decida da cidade de Deus: A Nova Jerusalém, apresentada em Apocalipse
21. Mais do que opiniões e suposições, cremos que a Bíblia tem a capacidade de nos dar a
mínima segurança quanto a esses eventos, mesmo que a Palavra não providencie todas as
respostas. Hoje estudaremos os últimos processos de Deus antes da restauração final desse
planeta.
Como já vimos no estudo anterior, a volta de Jesus dará a cada um a retribuição de acordo
com suas escolhas. Todos se salvarão?
Mateus 25:41-46
Infelizmente, não. Existirão perdidos! O Senhor Jesus será o responsável por separar o mundo
em dois grupos. Ele julgará conforme as escolhas de cada um.
Por 120 anos Noé pregou as pessoas de seu tempo que o dilúvio viria. É possível que algumas
pessoas tenham morrido crendo nisso como verdade, esperando o dilúvio prometido, mas
quando aconteceu, ninguém cria mais, ninguém levava a sério o barco que Noé havia
construído. Jesus está dizendo que essa realidade deverá se repetir. Não levarão a sério o que
está para acontecer, até o dia em que crises como nunca vistas colocarão esse planeta em
plena convulsão.
O que acontece com esse mundo após a volta de Jesus e depois de Deus retirar desse mundo
os seus salvos?
Apocalipse 19:11-18
Os salvos ressuscitados e vivos transformados não estão mais nesse mundo, o mundo agora é
um lugar novamente sem forma, vazio e sem vida. Todos os perdidos morrem diante da glória
do Senhor Jesus. Mas, há alguém vivo.
O que acontece com Satanás agora? Por quanto tempo dura esse período?
Apocalipse 20:1-3
Satanás está neste mundo, preso aqui. Sem ter ninguém para tentar, vivendo com os efeitos
do que ele produziu. O milênio começa no momento da volta de Jesus. São mil anos para que o
caráter de Deus e de satanás seja plenamente exposto, para que nunca mais nenhuma dúvida
a respeito do caráter de Deus surja.
Relembrando:
Isaías 14:12-15 - Satanás é expulso do céu porque queria ser como Deus. O milênio é um
período de juízo revisor e de compreensão, antes do juízo final. Deus não poderia pôr fim a
Satanás sem dar a ele a chance de mostrar se ele tem uma característica básica que Deus tem:
o poder de criar. Ele terá mil anos para provar que Deus está errado.
Apocalipse 20:4; 6
Julgando? Quem? É importante que você se recorde que o único juiz justo é Deus (Sl 7:11).
Mas, no superlativo de sua graça, Deus permitirá que abramos os seus livros e
compreendamos todos os seus atos afim de salvar a humanidade. Nos livros do céu estão
relatados todos os atos da história, tudo estará exposto. Logo, é possível compreender que
estaríamos julgando a forma de Deus julgar, entendendo o porquê alguns se perderam e
outros se salvaram. A justiça e o amor de Deus serão visíveis para todos os salvos.
Os destruídos na volta de Jesus, voltam a vida. Ao ressuscitarem Satanás os engana mais uma
vez, provavelmente afirmando que Ele foi o responsável por sua ressurreição. Ele forma um
grande exército que se pudessem matariam o próprio Deus e todos os salvos, que estão dentro
de um ambiente protegido, Nova Jerusalém - Os salvos estão dentro da cidade. - O que Deus
vai fazer? Por que esse grupo ressuscitou? A cada perdido será dada a chance de compreender
o porquê se perderam. Nesse momento se cumprirá: Apocalipse 5:13 - Todos adorarão a Deus
por entenderem que o Senhor é justo.
Apocalipse 20:10,15
Como entender isso? É permitindo que a Bíblia deixe as questões ainda mais claras. Em Isaías
34:9-10, é relatada uma profecia contra Edom atestando o modo como aquele povo seria
destruído. Mas, o fogo na região de Edom não queima até hoje. Mas nunca mais Edom se
ergueu. Nunca mais aquele povo voltou a existir. Os efeitos da destruição foram eternos. Da
mesma forma Judas 1:7 falando sobre a destruição de Sodoma e Gomorra apresentam o fogo
eterno, mas não por queimar sem parar, mas porque os seus efeitos são eternos. Nunca mais
Sodoma e Gomorra se reergueram. Malaquias 4:1 me lembra que o juízo tem como objetivo a
destruição definitiva do pecado e dos pecadores, não uma eternidade de tormentos.
Quando o fogo termina, a Terra é recriada. Sobre a vida na Nova Terra estudaremos em nosso
próximo encontro.
14 - A Nova Terra
A promessa de um reino eterno de Deus nesse mundo não foi dada apenas a João. Como o
profeta Daniel apresentou a Nova Terra?
Daniel 2:44-45
Deus havia dado ao rei da Babilônia um sonho profético sobre os grandes impérios mundiais
que se estabeleceriam. Cada império foi representado por um mineral diferente. Na visão, a
pedra, que simboliza o Reino de Deus, vem de outro lugar, não é resultado de uma sequência
natural de poderes. É um reino eterno, construído de outro material, com outras bases, é feito
de princípios diferentes daqueles vistos em nosso mundo atual. O seu estabelecimento não é
resultado de estratégias humanas, nem de guerras. Deus é o autor, organizador, idealizador da
Nova Terra. Seus princípios e sua duração são eternos.
Apocalipse 21:1-5
Novas todas as coisas, Deus habitará com os homens, o Céu será aqui, Deus traz a sua casa
para o lugar onde a maldade e o pecado reinaram. A Nova Jerusalém é a sede desse reino. É o
novo Éden. A mesma relação familiar vivida entre Deus e os seres humanos antes da queda,
agora com o fim do pecado, volta a ser experimentada.
Apocalipse 21:9-14
São 12 portas com os nomes das tribos de Israel representando a aliança do Antigo
Testamento. São 12 fundamentos contendo o nome dos 12 apóstolos, é a Nova Aliança
descrita ali também. Jerusalém é chamada na Bíblia de noiva do Senhor (Is 62:1-4), a Nova
Jerusalém também (Ap 21:2). A história do povo de Deus bíblico, o antigo e o Novo
testamento, Israel e a igreja cristã, a Nova Jerusalém é a capital de todos os salvos, de todas as
eras.
Símbolos! O quadrado traz a ideia hebraica da perfeição do lugar. 144 =12×12, dá a ideia do
quão absoluta ela é, que nela não haverá castas, nem cidadão de segunda classe. Uma cidade
onde sua edificação é feita de ouro. Pisamos em ouro lá, as pedras preciosas estão no lugar
dos pedregulhos, exercendo função de fundamento. Isso não é um jeito de mostrar Deus como
um ser exagerado, mas de revelar uma total alteração de valores entre a Terra que vivemos e a
Nova Terra. A riqueza do céu serão os salvos e o próprio Deus. Pense comigo, quantas pessoas
que você conhece que se estivessem em um lugar assim tentariam levar um paralelepípedo
que fosse, uma pedrinha apenas, mas quereriam o ouro para si? O ouro está no chão, sendo
pisado para me lembrar o que para Deus realmente tem valor.
A Bíblia me sugere algumas ideias sobre como Deus entende perfeição. A partir desses
textos, como podemos imaginar que será a vida na Nova Terra?
O passaporte é o documento que informa a sua nacionalidade quando você visita um outro
país. O passaporte brasileiro simboliza que você é brasileiro mesmo que não haja mais nada
que te identifique, mesmo que na multidão você seja idêntico a todos os outros seres
humanos ali. O passaporte te diferencia, faz com que as embaixadas ou consulados brasileiros
espalhados pelo mundo possam ser refúgios diante de alguma crise humanitária ou natural.
Mas, qual seria o passaporte do cristão? Estamos em terra estrangeira, fomos salvos por Jesus
para morarmos na Nova Terra. Enquanto esse dia não chega, deveríamos viver como cidadãos
do reino dos céus, mas que viveríamos nesse mundo, nos misturaríamos com as pessoas.
Como seriamos identificados como cidadãos da Nova Terra? Algumas seriam as formas.
A unidade da igreja e o amor na vida de cada convertido seriam meios para que as pessoas
pudessem identificar a minha verdadeira nacionalidade.
Tiago 2:14-24
A minha fé me justifica diante de Deus, mas minhas obras materializam a justiça e a salvação
em mim. As minhas obras atestam o que está no meu coração. Se tenho fé em Cristo minhas
obras revelarão e o mundo verá Cristo em mim. A fé cristã não é uma fé que se consegue
manter em segredo. As mudanças em todas as áreas da tua vida atestam o pleno controle do
Senhor sobre a tua vida.
A ação pública que definiria que experimentei ou estou experimentando uma vida nova. É a
cerimônia que atesta o meu desejo de ser parecido com Jesus, de ser seu discípulo. A palavra
batismo significa mergulhar por completo, o ato simboliza então que no momento que o
indivíduo afunda ele está declarando a sua morte para a sua velha vida e o nascimento para
uma nova vida ao levantar.
Jesus dá a fé e a ação grande importância para a minha salvação. Começa com crer, mas é
necessário que eu seja batizado. É necessário que diga para todo mundo quem eu sou agora,
que minha vida de fato mudou. O Espírito Santo é o personagem principal desse duplo
processo.
Agora batizado pela água, qual é o símbolo que fui também batizado com o Espírito Santo?
Passo a ser membro do Corpo de Cristo e do mesmo modo que em um corpo saudável, todos
os membros trabalham ativamente pela saúde do corpo, assim também no Corpo de Cristo.
Cada indivíduo agora batizado é chamado a trabalhar ativamente pela saúde do corpo e para
que esse mesmo corpo não pare de crescer. Assim, a vivência da fé envolve ações visíveis,
entre elas, ser parte da igreja.
16 – Dando valor para o que Deus dá valor
Um dos temas mais difíceis para se tratar no mundo religioso brasileiro hoje é também um dos
temas mais presentes na Bíblia: dinheiro. Jesus vai afirmar: “Onde está o teu tesouro, aí está o
teu coração” (Mt 6:21). Assim, dinheiro deixa de ser um modo de medir ou acumular riqueza,
para passar a ser o termômetro dos meus valores. Eu gasto dinheiro onde estão os meus
sentimentos. O estudo de hoje é um convite a reflexão sobre onde tem estado o teu coração.
Que papel o dinheiro não pode ter na vida dos seres humanos?
Deus é mais importante que o dinheiro. Mesmo sem dinheiro, Ele garante sustento. Deus é o
responsável por tudo que um dia eu já produzi e por tudo que eu produzirei. Tudo vem das
mãos do Senhor.
Lucas 14:28-33 – A comparação que Jesus faz é que do mesmo modo que na vida financeira
nada pode ser feito apressadamente, sem a devida análise e o devido planejamento, da
mesma forma quanto a vida cristã, onde para seguir a Ele, seriam necessários ajustes bem
pensados a respeito de toda a vida.
Eclesiastes 11:6 - Não fique inativo, mesmo se você tiver bons investimentos, tenha uma
segunda fonte. Não confie em uma única semente.
Provérbios 27:23-27 - Cuide bem da sua estrutura de ganhos e das pessoas que fazem parte
desse processo. O exemplo que Salomão dá é o de um pastor de ovelhas que deveria cuidar
muito bem daquelas que lhe dariam crescimento do rebanho, leite e lã. Se não forem bem
tratadas os resultados serão piores.
Provérbios 22:7 - Cuidado com cartão de crédito! Muitos tem e tornado escravos dos bancos
por conta das dívidas. Não devemos destruir o presente que o Senhor já nos deu, que é a
liberdade, por conta de desejos incontroláveis.
Provérbios 13:11 – Não há a possibilidade de melhorar de vida através de dinheiro fácil. Para o
trabalho fomos criados e é por meio do trabalho que devemos nos manter.
Eclesiastes 5:10-12 – Viver para ajuntar cada vez mais é como correr atrás do vento, o
resultado é descobrir que ter tanto só fez com que a sua segurança estivesse em risco por
conta de tantos invejosos e maldosos que passam a cercar.
Primeiro preciso saber o que tesouro para Deus são pessoas. O céu não tem banco, mas na
medida que eu me dedico e dedico meus recursos para o bem das pessoas, mas
principalmente para a sua salvação, eu ajunto tesouro no céu, porque passo a aproximar as
joias de Deus, Dele, o Dono. Deus fica mais rico quando aproximo indivíduos do Reino dos
Céus.
2 Coríntios 9:1-9
As ofertas eram recolhidas e tinham o intuito de manutenção das viagens apostólicas, mas
principalmente para o desenvolvimento da pregação do evangelho em outros locais. Cada um
dava de modo proporcional, organizado e com satisfação por se verem parte do
desenvolvimento da Igreja em todo o mundo. Essas ofertas tinham múltiplo uso, e são assim
até hoje na Igreja Adventista do sétimo dia. São usadas na construção de igrejas, auxílio a
necessitados, para o funcionamento básico das congregações e ministérios ali em atividade.
Mas, e os dízimos?
O dízimo antes de ser um mandamento foi uma expressão natural do coração de Abraão
reconhecendo que havia sido o Senhor o responsável por sua vitória militar. Antes de ser um
mandamento, foi para Jacó, um símbolo de gratidão, seria a sua resposta a uma aliança
naquele momento sendo firmada. Mas, quando se torna um mandamento, seria agora um
meio para o sustento do ministério de dedicação exclusiva. O dízimo continua tendo hoje o
mesmo papel que teve para Abraão, Jacó e no livro de Números. Ele é o meu reconhecimento
que tudo o que tenho é de Deus, reconheço isso através do dízimo, que faz com que seja
possível existir no Brasil e no mundo homens e mulheres dedicados exclusivamente ao
crescimento do Reino em congregações adventistas espalhadas pelo mundo.
Se meu coração está no Reino, os meus recursos apoiarão o crescimento permanente desse
Reino.
Não faz parte dos nossos hábitos culturais a prática da meditação! Os orientais fazem isso e
cada cultura medita com um propósito. Os de linha budista, xintoista, ou taoísta, meditam
para se esvaziar, para que assim encontrem o equilíbrio, olhando bem para dentro de si. No
entanto, a cultura hebraica, orientava a meditação a partir do preenchimento. Seria o texto
bíblico o promotor da reflexão, através do texto e de suas afirmações eu passaria a
compreender melhor a minha realidade diante da vida como também conhecer melhor a
Deus. Qual é o problema da meditação? Exige remoer, analisar, tentar compreender o texto e
a minha vida. Nós costumamos considerar isso perda de tempo! Mas, a própria Bíblia vai
afirmar que o valor do texto se dá a partir da reflexão mais profunda.
Josué 1:8
Salmo 119:97-100
Através da meditação, sou levado a me comunicar com Deus. Ouço a sua voz e agora
também preciso falar com Ele. Isso é orar. O que esse diálogo faz comigo?
É uma relação com o Rei do Universo, é um diálogo que tem o poder de me purificar, porque
quanto mais tempo eu passar na presença de Deus em meditação através da Bíblia e em
oração, mais parecido com Deus eu vou ficando.
Deveria viver com o Senhor um vínculo permanente, mesmo sabendo que antes de eu pensar
Ele já conhece os meus desejos, mas o Senhor quer se relacionar comigo. A oração não é
esfregar a lâmpada de um gênio mágico, mas é o relacionamento com um Deus que sabe o
que é melhor para mim.
Minha oração convence Deus a fazer a minha vontade por muito insistir?
João 15:7-11
Na verdade, a oração me faz permanecer em Deus, dando condição do meu coração assimilar
a vontade de Deus e passar a orar por coisas que Deus vai responder sempre de modo
positivo. Quando o meu coração e o de Deus forem se assemelhando os nossos desejos serão
os mesmos.
Deus ouve o louvor, Deus sempre atenderá o pedido por comida, Deus sempre atenderá o
pedido por salvação e por livramento do mal! Outra oração que o céu sempre diz sim: O
batismo com o Espírito Santo!
A oração é a fé em prática, é o clamor por socorro que abre as avenidas do céu em nossa
direção.
Apêndice 1
O Dom de Profecia
Milenna Vieira,
No princípio Deus criou os Céus, a Terra e tudo o que neles há. Dentre todas as Suas obras, o
ser humano é considerado a obra-prima de Deus, pois Ele criou à Sua imagem e semelhança.
Tudo o que o homem precisava estava à disposição – alimentos saudáveis, trabalho, contato
com a natureza e um perfeito companheirismo com o próprio Criador. O plano de Deus
sempre foi que a família humana vivesse feliz e se tornasse semelhante a Ele também no
caráter.
Apenas Adão e Eva tiveram o privilégio de desfrutar constante comunhão com Deus face a
face. Foi dessa maneira que aprenderam a cuidar de todas as criaturas vivas e a suprir as
próprias necessidades. Mas, após o pecado, eles perderam esta condição de falar com Deus
face a face. Não porque Deus houvesse mudado, mas porque o primeiro casal mudou – o
pecado deformou sua mente e emoções.1 A iniquidade separou o homem de Deus e encobriu
Seu rosto (Is 9:2.)
Desta maneira, Deus teve que mudar Sua forma de comunicação. Passou a “falar” por meio de
sonhos (Gn 40 e 41; Jz 7; Dn 2 e 4), animais (2Pe 2:16), plantas (Êx 3), pedras (Êx 28:30; Nm
27:21; 1Sm 22:10; 28:6); enviou anjos (Gn 19:15; Jz 6:11-14; Sl 34:7; Mt 1:18-25) e Seu próprio
Filho Jesus Cristo (Hb 1:1 e 2; Jo 14, 9; Ap 1:1; Jo 3:16). Ele também estabeleceu contato
através da “consciência” (Rm 2:15). De forma significativa, o Espírito Santo trabalha até hoje
na mente dos seres racionais ajudando-os a fazerem a escolha correta, sempre.
Embora Deus tenha empregado muitos métodos, a forma mais reconhecida de comunicação
divina é pelos profetas. De tempos em tempos, Ele escolheu homens e mulheres comuns para
tornarem-se portadores do dom profético. Por meio desse dom – também chamado Espírito
de Profecia e Orientação Profética – a humanidade tem sido levada à compreensão do conflito
cósmico que se desenrola, a guerra entre Cristo e Seus anjos e Satanás e seus anjos. Recebe
entendimento acerca desse combate e dos meios providos por Deus para cuidar de Sua obra e
aperfeiçoar o caráter de Seu povo.2 Por meio desse importante dom, Deus resgata Seu povo
para o plano original e o guia para a Vida Eterna.
Ao estudar a vida e obra dos profetas, podemos observar que Deus lhes designou certas
tarefas especiais. Dentre elas, destacamos oito: 1. Preparar o caminho para o primeiro advento
de Cristo; 2. Mostrar ao povo que Deus valoriza os seres humanos a ponto de escolher dentre
eles homens e mulheres para representá-Lo; 3. Manter o ser humano informado quanto à
vontade de Deus para sua vida; 4. Estabelecer uma comunicação pessoal entre Criador e
criatura; 5. Ser exemplo vivo da graça transformadora do Espírito Santo na vida humana; 6.
Desafiar o povo a uma experiência de constante reavivamento espiritual; 7. Ser um veículo
mediador no plano da redenção, auxiliando a humanidade perdida a encontrar o caminho da
Vida Eterna; 8. Contribuir com a produção da Bíblia, a Palavra de Deus. (O resultado mais
notável da atividade dos profetas é sua contribuição à Palavra Escrita).3
Foi o dom profético que deu origem à própria Bíblia. Deus falava com os profetas por meio de
sonhos e visões (Nm 12:6) e eles utilizaram-se de toda capacidade, oral e escrita, para
transmiti-los fielmente. O Novo Testamento concede ao dom de profecia um lugar de
destaque entre os dons do Espírito Santo, colocando-o nos primeiros lugares entre os
ministérios de maior utilidade para a igreja (Rm 12:6; 1Co 12:28; Ef 4:11).
O NT também aponta que os profetas prestaram assistência na fundação da Igreja (Ef 2:20 e
21; 4:12-14; 1Co 14:4 e 3); advertiram quanto à dificuldades futuras (At 11:27-30; 20:23; 21:4;
10-14) e confirmaram a fé em tempos de controvérsia (At 15). A lista de nomes é longa. Nela
constam, por exemplo, Enoque, o sétimo homem depois de Adão (Jd 14); Abraão (Gn 20:7);
Moisés, que escreveu seis livros da Bíblia (Dt 18:15; Os 12:13); Samuel (1Sm 3:19 e 20). João
Batista, mesmo antes de seu nascimento, já estava destinado a ser um porta-voz de Deus (Lc
1:13-17). João tinha a missão de anunciar o primeiro advento de Jesus.
Mulheres também foram escolhidas. Miriã foi a primeira profetisa (Êx 15:20, Mq 6:4). Débora
foi juíza e profetisa (Jz 4:4). Ela foi uma líder espiritual tão convincente que, quando o general
Baraque foi convidado a liderar o ataque de um exército, ele não quis ir sem ela.
No período pós-bíblico, o dom de profecia não deve superar as Escrituras ou acrescentar algo a
elas, uma vez que o cânon sagrado já está completo. Seu objetivo é destacar a Bíblia como
base de fé e prática, explicar seus ensinamentos e aplicar seus princípios ao viver diário. Ele se
acha envolvido no estabelecimento e edificação da Igreja, habilitando-a a desempenhar sua
missão divinamente-apontada.4
No plano de Deus, quando a igreja da profecia – a Igreja Adventista do Sétimo Dia – viesse a
existir em meados do século 19, uma voz seria ouvida dizendo: “Deus me mostrou em santa
visão.” Essas palavras foram a expressão de uma moça de 17 anos que havia sido chamada
para falar em nome de Deus. Durante 70 anos de fiel ministério, essa voz foi ouvida guiando,
corrigindo, instruindo. E é ouvida ainda hoje através de páginas escritas pela mensageira
escolhida do Senhor, Ellen G. White.5
Ellen White cria e ensinava que a Bíblia representa a norma final da Igreja. Em seu primeiro
livro, publicado em 1851, ela escreveu: “Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como
regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados” (Primeiros Escritos, p. 78).
Ela recebeu mais de 2 mil visões e sonhos e escreveu mais de 100 mil páginas. O Senhor
transmitiu-lhe conselho em assuntos como saúde, educação, vida familiar, temperança,
evangelismo, ministério de publicações, dieta adequada, obra médica e muitas outras áreas.
Seus escritos e revelações influenciaram no estabelecimento das atividades da igreja nos
setores de publicações, escolas, obra médico-missionária e o desenvolvimento missionário de
extensão mundial, que tornou a IASD uma das organizações missionárias de maior extensão e
mais rápido crescimento.
Conclusão
O plano de Deus para nossos primeiros pais ainda hoje continua a ser possível de se realizar
em nós, que buscamos viver em harmonia com o plano de Deus neste mundo. Todas as formas
que Deus se utilizou e utiliza para se comunicar conosco, Suas mensagens já reveladas e as que
ainda serão dadas, têm como finalidade nos advertir contra as ciladas de Satanás e nos levar
para o novo Éden que Ele está preparando para os que guardam Seus mandamentos e têm o
testemunho de Jesus – o Espírito de Profecia.
Referências:
1 Mensageira do Senhor, p. 8. ↑
DEUS E A CRIAÇÃO
No contexto geral da onisciência, presciência, predestinação e eleição divinas, a criação divina
designa a atividade concreta pela qual Deus trouxe à existência uma nova realidade que não
era Ele mesmo, mas o Universo. A criação, portanto, concretiza por um lado o projeto teórico
de Deus para o mundo (ver Pv 8:22-31; cf, Jr 10:12) e, por outro, torna a história possível e a
providência divina necessária.
Desde o princípio (Gn 1; 2) até o fim (Ap 14:7), a Escritura ensina que Deus é criador dos céus e
da Terra. É-nos dito que “os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o
exército deles" (SI 33:6). Pela ordem direta do Senhor, o Universo veio à existência (SI 148:5, 6;
Hb 3:4). A Escritura apresenta especificamente a Divindade — o Pai, o Filho e o Espírito Santo
— como os realizadores do ato da criação (ICo 8:6; Hb 1:2;Is 37:16; Jo 1:3; Gn 1:2; Jó 33:4).
A criação depende inteiramente da sabedoria e da atividade de Deus. Ou seja, segundo a
Escritura, a criação não requer nem admite a existência de qualquer princípio fora de Deus,
tais como matéria ou energia física. Paulo explica que Deus “chama à existência as coisas que
não existem” (Rm 4:17).
Sendo mais explícito e técnico, ele deixa claro que “foi o Universo formado pela palavra de
Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hb 11:3). Não
se deve entender a criação em analogia com a criatividade humana, pois a criatividade
humana é o mero processo de ordenar uma realidade material já existente. O conceito
bíblico de que a criação de Deus depende inteiramente de Seu poder (Jr 10:12), e de
que Ele não precisa de matéria independentemente preexistente, nem de uma extensão do
Seu próprio ser, é adequadamente apreendido na tradicional fórmula latina ex nihilo (do
nada). Por conseguinte, conceitos como dualismo platônico, emanacionismo neo-platônico,
panteísmo, panenteísmo e evolucionismo moderno não encontram apoio no relato bíblico das
origens do mundo.
Visto que a natureza eterna e imutável de Deus não é atemporal, senão compatível com o
tempo criado segundo o conhecemos, Gênesis 1e 2 descrevem o processo histórico de sete
dias literais dentro dos quais Deus, por uma série de atos criativos, sucessivos e
complementares, trouxe nosso mundo à existência.
A criação trouxe o mundo da não existência para a existência. O mundo é o “outro"que não
Deus, uma realidade à parte de Deus. Isso sugere que Deus não é a soma total da realidade. A
ideia da criação como o "outro" que não Deus, contradiz frontalmente o argumento panteísta-
panenteísta, segundo o qual, pelo fato de Deus ser concebido como “infinito” e “ilimitado",
não pode haver nenhum “outro” exterior a Ele. No sentido bíblico, a criação como
manifestação da sabedoria e do amor divinos demonstra claramente o amor de Deus pela
criação, quando permite a existência de outro que com Ele contraste. Em um sentido
relacional, a criação divina limita o Criador no sentido de dar “espaço” para a criatura.
O eterno Criador, porém, não é limitado pelo espaço e pelo tempo como as criaturas.
A criação se torna assim a condição necessária para o relacionamento de Deus com as
criaturas e, portanto, a condição necessária para a história.
A CRIAÇÃO DO HOMEM
O texto-chave que serve de base para a afirmação de que os seres humanos foram
criados à imagem de Deus é Gênesis 1:26 e 27: “Também disse Deus: Façamos o homem à
Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança; tenha ele domínio Criou Deus, pois, o homem à
Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Para descobrir o lugar do casal humano na criação de Deus, é preciso levar em conta o
propósito divino em criar seres humanos, o significado da expressão “imagem de Deus” e os
textos bíblicos relacionados a essa expressão.
b. O autorretrato de Deus
De acordo com a história da criação, Deus projetou primeiramente três pares de
ambiente: separou a luz das trevas (primeiro dia, Gn 1:3-5), separou as águas do ar
(segundo dia, v. 6-8) e separou a terra seca e sua vegetação dos mares (terceiro dia, v. 9-
13). Depois prosseguiu povoando esses ambientes com habitantes: corpos celestes
apropriados para os firmamentos luminoso e escuro (quarto dia, v. 14-19), seres alados
para o ar e seres aquáticos para as águas (quinto dia, v. 20-23) e seres terrestres para a
terra coberta de vegetação (sexto dia, v. 24 e 25) (ver Criação I. A. 1-10). Somente depois
de concluída essa tarefa é que ficou tudo pronto para o surgimento do homem. "Também
disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança. [...] Criou
Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”
(v. 26, 27).
Não se deve confundir essa criação à imagem de Deus com ser essencialmente a imagem
de Deus. O Sol projeta uma imagem sua sobre a superfície de um lago. Um pintor pinta na
tela uma imagem do mesmo corpo celeste. As duas não são imagens do Sol no mesmo
sentido. Uma é projeção direta do Sol e partilha a natureza do próprio Sol, refletindo parte
de sua radiação. A outra é a imagem do sol reproduzida pela pintura, mas consiste apenas
de pigmentos na tela; não emana da própria estrela.
Cristo, em virtude de Sua própria natureza, é a imagem eterna de Deus. Ele “é o
resplendor da glória de Deus e a expressão exata de Seu ser” (Hb 1:3, NVI). Na verdade, Ele
“é a imagem do Deus invisível”(Cl 1:15). No exato sentido da palavra, foi Ele quem criou e
fez o homem à imagem de Deus (v. 16), embora não paire dúvida de que toda a Divindade
esteve envolvida na expressão "Façamos". Os seres humanos são uma imagem de Deus,
não uma extensão do Seu ser. São um retrato traçado por Sua criativa arte.