Insuficiência Cardíaca Aguda

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Caso clinico II

Vilobaldo, 67 anos, HAS, dislipidemia é levado ao pronto-socorro com


queixas de dispneia progressiva nas últimas 6 horas. Nega
cardiopatias previas. Ele relata sensação de falta de ar que piorou
gradualmente nas ultimas horas e que agora é muito intensa,
principalmente quando está deitado. Não tolerando decubito, dorsal.
Paciente com fala entrecortada devido a dispneia. Além disso, ele
nota um aumento no número de episódios de tosse, acompanhada de
expectoração espumosa e rosada.

Exame Físico:

Glasgow 15. lucido e orientado. PA: 250/120 mmHg, FC: 110 bpm, FR:
28 rpm, Sato2: 88% em ar ambiente com esforço respiratório. ACV:
BNF Sem sopros; AR: MV+ bilateral com Estertores crepitantes
bilaterais até terço médio. AB: nada digno de nota. MMII: sem
edemas. Perfusão de polpas digitas normais.

Exames Complementares:

 Radiografia de Tórax: Imagem revela infiltrado pulmonar


bilateral com padrão de “marmorização” e área cardíaca
normal.
 Eletrocardiograma (ECG): sinusal. Sem alterações

Exames Laboratoriais:

• Hemoglobina e leucócitos dentro dos limites normais

Cr:0,8 e Ur: 42, Glicemia capilar: 130mg/dL

Perguntas?

Qual o diagnostico do caso apresentado?

Edema agudo de Pulmão .Paciente se encontra descompensado

Se trata de uma emergência?

Sim , devido a clínica, SSVV


Qual o perfil hemodinâmico segundo a classificação de Stevenson
para esse caso?

Perfil B - quente e úmido ( boa perfusão e congesto)

O que originou o problema do caso?

Insuficiência cardíaca aguda

Qual o padrão de congestão desse paciente?

Padrão pulmonar

Quais os possíveis tratamentos?

Diurético e vasodilatador

Nitroprussiato , mais forte ( furosemida )

Nitroglicerina

Definição:

Falência cardíaca de inicio rápido e progressivo.

Sem IC, IC sístólica ou IC díastólica

Fator causal causa deterioração da função cardíaca

Dispneia progressiva, dispneía súbita

Congestão ou Baixo débito

Fatores de descompensação
 Síndrome coronariana aguda
 Taquiarritmias(FA, TV...) // Bradiarritmias
 Elevação da pressão arterial
 Infecção
 Má aderência terapêutica( ingesta excessiva de sal e agua, uso
inadequado de medicamentos)
 Substancias toxicas(álcool, drogas ilícitas)
 Drogas cardiotoxicas (AINES, corticoide, quimioterápicos
cardiotoxicos
 Exacerbação do DPOC
 Embolia pulmonar
 Cirurgia ou complicações perioperatórias
 Aumento do tônus simpático(cardiomiopatia por estresse)
 Alterações metabólicas/hormonais( disfunção tireoidiana,
cetoacidose diabética, disfunção adrenal, gravidez,
cardiomiopatia periparto)
 Insulto cerebrovascular
 Causa mecânica aguda (SCA complicando com ruptura de
parede livre, defeito do septo interatrial, IM aguda); trauma de
tórax ou incompetência de prótese valvar secundária a
intervenção cardíaca, endocardite; dissecção aórtica

Edema agudo do pulmão


 O edema agudo de pulmão (EAP) é uma
síndrome clinica.
 Causada por acúmulo de líquido
extravasado dos capilares para o interstício
pulmonar
 Leva a uma dificuldade para o
acontecimento das trocas gasosas entre o
capilar e os alvéolos pulmonares ou seja,
insuficiência respiratória aguda hipoxêmica.
 Em geral, ocorre no contexto da
descompensação da insuficiência cardiaca.
Fisiopatologia

IC aguda crônica IC aguda nova (25


descompensada a 40% dos
(60 a 75% dos pacientes)
pacientes)

Mecanismo Redução Aumento da pós


Contratilidade carga e/ou
Retenção de agua e Disfunção diastólica
sódio do VE
Perda aguda da
contração

Padrão de Aumento global de Redistribuição da


congestão volemia(hipervolemia volemia da periferia
sistêmica) para o pulmão
(hipervolemia
pulmonar)

Inicio dos sintomas Gradual (dias) Rápido (horas)

Sintoma principal Dispneia ou fadiga Dispneia

PAS Normal ou baixa Alta ou normal (PA


baixa é incomum)

PD2(pressão +++ ++++++


diastólica final)

FEVE e DC Reduzidos Normais ou reduzidos

Frequente Infrequente
Edema de MMII

Ganho de peso Sim Não


Classificação: Perfil hemodinâmico Stevenson

• Mais comum quente e úmido (49 a 67%)

• Frio e úmido (20- 28%)

• Frio e seco (3 a 5%)

• Quente e seco (27%)

Perfil A

 Quente e Seco
 Paciente sem sinais de congestão
(compensado)

Perfil B

 Quente e úmido(Boa perfusão,


mas com sinais de congestão).
 Turgência jugular
 Edema pulmonar
 Hepatomegalia
 Ascite
 Estertores crepitantes
 Edema periférico

Perfil C

 Frio e úmido(perfusão ruim e congestão)


 Pulso filiforme
 Confusão mental
 Extremidades frias
 Turgência jugular
 Edema pulmonar
 Hepatomegalia
 Ascite
 Estertores crepitantes
 Oliguria
 Edema periférico

Perfil D ou L

 Frio e seco (Perfusão ruim sem congestão)


 Confusão mental
 Pulsos filiformes
 Redução da pressão de pulso
 Extremidades frias
 Oliguria

Quais os primeiros cuidados com o paciente grave de IC na


emergência? O que pode matar primeiro demanda tratamento
imediato?

Qual a diferença entre o tratamento da IC crônica e IC aguda? Devo


dar beta bloqueador pra todo mundo?

Quais as etiologias agudas que devem ser descartadas antes de


proceder ao tratamento de IC aguda?

Quais são os objetivos no tratamento da IC aguda?

Quais são os possíveis tratamentos na IC aguda.


Quais classes de medicamentos? Quais exames? Quais tratamentos
de assistência ventricular?

Como que enquadra o paciente no perfil e qual o tratamento a partir


dele a partir do perfil?

Abordagem Inicial da IC aguda

 Tratar primeiro choque e insuficiência respiratória.


 Lembrar que 95% dos pacientes com IC aguda tem congestão.
 Beta bloqueadores no choque são contraindicados.

Causas tratáveis( Etiologias agudas)

C-Síndrome Coronariana aguda?

H- Hipertensão não controlada?

A- Arritmia?

M-causas Mecânicas?

E- Embolia Pulmonar?

Exames complementares

 Raios -x de tórax
 Ecocardiograma (imediatamente em instabilidade
hemodinâmica, ou mais rápido possível)
 Exames laboratoriais: Hemograma, BNP ou NTproBNP, função
renal, eletrólitos, função hepática, função tireoidiana,
gasometria arterial(lactato), Dimero-D, troponina

Alvos no tratamento da IC aguda

Fase precoce
• Diminuir sinais de congestão em 6h

• Adequar oxigenação (Sat 02 >90%)

• Manter diurese adequada (>0,5ml/kg/h)

• Evitar PAS <90mmhg

• Reversão de distúrbio hemodinâmico

Fase tardia

• Prevenção de re-hospitalização

• Diminuição de mortalidade

• Reduzir tempo de internação

Tratamento Oxigenioterapia

Quando estiver: Hipoxemicos (SpO2 <90% ou PaO2<


60%)

Como?

Sem esforço: cateter nasal de 02, mascara não


reinalante, Venturi

Com esforço respiratório: Ventilação não invasiva


(VNI) ou entubação

Atenção: Pacientes hipotensos e DPOC(queda de


pressão e retenção de CO2)

Tratamento: Vasopressores

Quanto tiver:

Hipotensão (PAS <90mmhg)

Manter pressão em torno 110mmhg


Como?

Infusão continua

Noradrenalina

Vasopressina

Dopamina

Tratamento: Diuréticos

Quando tiver Hipervolemia

Como?

 Diurético de alça (furosemida) endovenosa.

Furosemida oral 40mg = furosemida venosa 20mg

 Furosemida
 01 a duas ampolas EV – em pacientes virgens de tratamento
 Em paciente já em uso crônico: 1mg/kg de peso do paciente ou
2,5x a dose habitual do paciente.

Tratamento: Vasodilatadores Endovenosos

Quando?

 Hipertenso/normotenso

Como?

 Infusão continua
 Nitroglicerina
 Nitroprussiato

Não altera mortalidade

Tratamento: Inotrópicos( melhora a força de contração


cardíaca
Quando tiver:

 Hipoperfusão
 Infusão continua
 Lembrar que todos os inotrópicos causam vasodilatação

Dobutamina(agonista Beta 1 e alfa 1)

 Evitar em usuários de beta bloqueador


 Choque cardiogênico

Levosimendana (sensibilizador nibilizador de canal de cálcio)

 Sensibilizador do canal de cálcio


 Evitar em PAS <85mming
 Usuário de beta bloqueador

Milrinona(inibidor da fosfodiesterase 3)

 Evitar em PAS < 85mmhge isquêmicos


 Disfunção de VD hipertensão pulmonar

Tratamento digitálicos e morfina*

Digital:

Quando tiver:

 Frequência cardíaca elevada e refratária


 Fibrilação atrial de FC > 110bpm

Como?

 Digital Endovenoso (deslanosideo)

Morfina:

Quando tiver

 Edema agudo de pulmão


 Dispneia severa
 Uso controverso: pode deprimir o sistema respiratório

Como?
 Morfina endovenosa(2-4mg)

Dispositivos de assistência ventricular: BIA

Balão intra aórtico (BIA)

 Infla na diástole e esvazia na sístole


 Diastole: Quando cheio aumenta a perfusão coronariana e de
vasos cerebrais
 Sistole: Balão vazio. Aumento do debito cardíaco (vácuo).
 Melhora demanda e oferta cardiovascular

Dispositivos de assistência ventricular: ECMO

ECMO (extracorporeal membrane oxygenation) – circulação


extracardiaca.

 Veno arterial (disfunção cardíaca)


Como se substituísse coração e pulmão
 Veno venosa
Substitui o pulmão

Lembrar que nesse caso é pra quando for ponte pra transplante por
exemplo.

Paciente com perspectiva de melhora

Temporario

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